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Teoria do Conhecimento A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um sentido e descobrindo-lhe as leis ocultas é tão antiga como o próprio Homem, que tem recorrido para isso quer ao auxílio da magia, do mito e da religião, quer, mais recentemente, à contribuição da ciência e da tecnologia. Mas é sobretudo nos últimos séculos da nossa História, que se tem dado a importância crescente aos domínios do conhecimento e da ciência. E se é certo que a preocupação com este tipo de questões remonta já à Grécia antiga, é porém a partir do séc. XVIII que a palavra ciência adquire um sentido mais preciso e mais próximo daquele que hoje lhe damos. É também sobretudo a partir desta época que as implicações da atividade científica na nossa vida quotidiana se têm tornado tão evidentes, que não lhe podemos ficar indiferentes. O que é oconhecimento científico, e como se adquire, o que temos implícito quando dizemos que conhecemos determinado assunto, em que consiste a prática científica, que relação existe entre o conhecimento científico e o mundo real, quais as conseqüências práticas e éticas das descobertas científicas, são alguns dos problemas com que nos deparamos frequentemente. Diante desses questionamentos, este trabalho pretende fazer um apanhado geral acerca da Teoria do Conhecimento, suas correntes e representantes, de modo que se torne mais fácil a sua compreensão. Conceito A teoria do conhecimento, se interessa pela investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético? Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante - como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna é que ela tem ocupado um plano central na filosofia. Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras ciências não conseguem responder e se divide em quatro partes, sendo que três delas possuem correntes que tentam explica-las: I - O conhecimento como problema, II - Origem do Conhecimento e III - Essência do Conhecimento e IV - Possibilidade do Conhecimento. Principais correntes e seus representantes A) O Conhecimento Quanto à Origem A polêmica racionalismo-empirismo tem sido uma das mais persistentes ao longo da história da filosofia, e encontra eco ainda hoje em diversas posições de epistemólogos ou filósofos da ciência. Abundam, ao longo da linha constituída nos seus extremos pelo racionalismo e pelo empirismo radicais, as posições intermédias, as tentativas de conciliação e de superação, como veremos a seguir. • Empirismo

Teoria Do Conhecimento

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teoria do conhecimento

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  • Teoria do Conhecimento

    A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um sentido e descobrindo-lhe as

    leis ocultas to antiga como o prprio Homem, que tem recorrido para isso quer ao

    auxlio da magia, do mito e da religio, quer, mais recentemente, contribuio da

    cincia e da tecnologia. Mas sobretudo nos ltimos sculos da nossa Histria, que se

    tem dado a importncia crescente aos domnios do conhecimento e da cincia. E se

    certo que a preocupao com este tipo de questes remonta j Grcia antiga, porm a

    partir do sc. XVIII que a palavra cincia adquire um sentido mais preciso e mais

    prximo daquele que hoje lhe damos. tambm sobretudo a partir desta poca que as

    implicaes da atividade cientfica na nossa vida quotidiana se tm tornado to

    evidentes, que no lhe podemos ficar indiferentes. O que oconhecimento cientfico, e

    como se adquire, o que temos implcito quando dizemos que conhecemos determinado

    assunto, em que consiste a prtica cientfica, que relao existe entre o conhecimento

    cientfico e o mundo real, quais as conseqncias prticas e ticas das descobertas

    cientficas, so alguns dos problemas com que nos deparamos frequentemente. Diante

    desses questionamentos, este trabalho pretende fazer um apanhado geral acerca da

    Teoria do Conhecimento, suas correntes e representantes, de modo que se torne mais

    fcil a sua compreenso.

    Conceito

    A teoria do conhecimento, se interessa pela investigao da natureza, fontes e validade

    do conhecimento. Entre as questes principais que ela tenta responder esto as

    seguintes. O que o conhecimento? Como ns o alcanamos? Podemos conseguir

    meios para defend-lo contra o desafio ctico? Essas questes so, implicitamente, to

    velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente na era moderna, a partir do sculo XVII

    em diante - como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Locke (1632-1704)

    em associao com a emergncia da cincia moderna que ela tem ocupado um plano central na filosofia. Basicamente conceituada como o estudo de assuntos que outras

    cincias no conseguem responder e se divide em quatro partes, sendo que trs delas

    possuem correntes que tentam explica-las: I - O conhecimento como problema, II -

    Origem do Conhecimento e III - Essncia do Conhecimento e IV - Possibilidade do

    Conhecimento.

    Principais correntes e seus representantes

    A) O Conhecimento Quanto Origem

    A polmica racionalismo-empirismo tem sido uma das mais persistentes ao longo da

    histria da filosofia, e encontra eco ainda hoje em diversas posies de epistemlogos

    ou filsofos da cincia. Abundam, ao longo da linha constituda nos seus extremos pelo

    racionalismo e pelo empirismo radicais, as posies intermdias, as tentativas de

    conciliao e de superao, como veremos a seguir.

    Empirismo

  • O empirismo pode ser definido como a assero de que todo conhecimento sinttico baseado na experincia. (Bertrand Russell).

    Conceitua-se empirismo, como a corrente de pensamento que sustenta que a experincia

    sensorial a origem nica ou fundamental do conhecimento.

    Originrio da Grcia Antiga, o empirismo foi reformulado atravs do tempo na Idade

    Mdia e Moderna, assumindo vrias manifestaes e atitudes, tornando-se notvel as

    distines e divergncias existentes. Porm, notrio que existem caractersticas

    fundamentais, sem as quais se perde a essncia do empirismo e a qual, todos os autores

    conservam, que a tese de que todo e qualquer conhecimento sinttico haure sua

    origem na experincia e s vlido quando verificado por fatos metodicamente

    observados, ou se reduz a verdades j fundadas no processo de pesquisa dos dados do

    real, embora, sua validade lgica possa transcender o plano dos fatos observados.

    Como j foi dito anteriormente, existe no empirismo divergncia de pensamentos, e

    exatamente esse aspecto que abordaremos a seguir. So trs, as linhas empricas, sendo

    elas: a integral, a moderada e a cientfica.

    O empirismo integral reduz todos os conhecimentos inclusive os matemticos fonte emprica, quilo que produto de contato direto e imediato com a experincia.

    Quando a reduo feita mera experincia sensvel, temos o sensismo (ou

    sensualismo). o caso de John Stuart Mill, que na obra Sistema da Lgica diz que

    todos os conhecimentos cientficos resultam de processos indutivos, no constituindo

    exceo as verdades matemticas, que seriam resultado de generalizaes a partir de

    dados da experincia. Ele apresenta a induo como nico mtodo cientfico e afirma

    que nela resolvem-se tanto o silogismo quanto os axiomas matemticos.

    O empirismo moderado, tambm denominado gentico-psicolgico, explica que a

    origem temporal dos conhecimentos parte da experincia, mas no reduz a ela a validez

    do conhecimento, o qual pode ser no-empiricamente valido (como nos casos dos juzos

    analticos). Uma das obras baseadas nessa linha a de John Locke (Ensaios sobre o

    Entendimento Humano), na qual ele explica que as sensaes so ponto de partida de

    tudo aquilo que se conhece. Todas as idias so elaboraes de elementos que os

    sentidos recebem em contato com a realidade.

    Como j foi dito, para os moderados h verdades universalmente validas, como as

    matemticas, cuja validez no assenta na experincia, e sim no pensamento. Na doutrina

    de Locke, existe a admisso de uma esfera de validade lgica a priori e, portanto no

    emprica, no que concerne aos juzos matemticos.

    Por fim, h o empirismo cientfico, que admite como vlido, o conhecimento oriundo da

    experincia ou verificado experimentalmente, atribuindo aos juzos analticos

    significaes de ordem formal enquadradas no domnio das frmulas lgicas. Esta

    tendncia est longe de alcanar a almejada unanimidade cientifica.

    Racionalismo

  • a corrente que assevera o papel preponderante da razo no processo cognoscitivo,

    pois, os fatos no so fontes de todos os conhecimentos e no nos oferecem condies

    de certeza.

    Um dos grandes representantes do racionalismo, Gottfried Leibniz, afirma em sua obra

    Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano, que nem todas as verdades so verdades

    de fato; ao lado delas, existem as verdades de razo, que so aquelas inerentes ao

    prprio pensamento humano e dotadas de universalidade e certeza (como por exemplo,

    os princpios de identidade e de razo suficiente), enquanto as verdades de fato so

    contingentes e particulares, implicando sempre a possibilidade de correo, sendo

    vlidas dentro de limites determinados.

    Ainda retratando o pensamento racionalista, encontramos Rene Descartes, adepto do

    inatismo, que afirma que somos todos possuidores, enquanto seres pensantes, de uma

    srie de princpios evidentes, idias natas, que servem de fundamento lgico a todos os

    elementos com que nos enriquecem a percepo e a representao, ou seja, para ele, o

    racionalismo se preocupa com a idia fundante que a razo por si mesma logra atingir.

    Esses dois pensadores podem ser classificados como representantes do racionalismo

    ontolgico, que consiste em entender a realidade como racional, ou em racionalizar o

    real, de maneira que a explicao conceitual mais simples, se tenha em conta da mais

    simples e segura explicao da realidade.

    Existe tambm uma outra linha racionalista, originada de Aristteles, denominada

    intelectualismo, que reconhece a existncia de verdades de razo e, alm disso, atribui inteligncia funo positiva no ato de conhecer, ou seja, a razo no contm em si

    mesma, verdades universais como idias natas, mas as atinge vista dos fatos

    particulares que o intelecto coordena. Concluindo: o intelecto extrai os conceitos nsitos

    no real, operando sobre as imagens que o real oferece.

    Hessen, um dos adeptos do intelectualismo, lembra que h nele uma concepo

    metafsica da realidade como condio de sua gnoseologia, que conceber a realidade

    como algo de racional, contendo no particularismo contingente de seus elementos, as

    verdades universais que o intelecto l e extrai, realizando-se uma adequao plena entre o entendimento e a realidade, no que esta tem de essencial.

    Por fim, devemos citar uma ramificao do racionalismo que alguns autores consideram

    autnoma, que o Criticismo.

    O criticismo o estudo metdico prvio do ato de conhecer e dos modos de

    conhecimento, ou seja, uma disposio metdica do esprito no sentido de situar,

    preliminarmente o problema do conhecimento em funo da relao sujeito-objeto, indagando as suas condies e pressupostos. Ele aceita e recusa certas afirmaes do

    empirismo e racionalismo, por isso, muitos autores acreditam em sua autonomia.

    Entretanto, devemos entender tal posio como uma anlise crtica e profunda dos

    pressupostos do conhecimento.

    Seu maior representante, Immanuel Kant, tem como marca a determinao a priori das

    condies lgicas das cincias. Ele declara que o conhecimento no pode prescindir da

    experincia, a qual fornece o material cognoscvel e nesse ponto coincide com o

  • empirismo. Porm, sustenta tambm que o conhecimento de base emprica no pode

    prescindir de elementos racionais, tanto que s adquire validade universal quando os

    dados sensoriais so ordenados pela razo. Segundo palavras do prprio autor, os conceitos sem as intuies so vazios; as intuies sem os conceitos so cegas.

    Para ele, o conhecimento sempre uma subordinao do real medida do humano.

    Conclui-se ento, que pela tica do criticismo, o conhecimento implica sempre numa

    contribuio positiva e construtora por parte do sujeito cognoscente em razo de algo

    que est no esprito, anteriormente experincia do ponto de vista gnosiolgico.

    B) O Conhecimento Quanto Essncia

    Nessa parte do estudo, analisaremos o ponto da Teoria do Conhecimento em que h

    mais divergncias, sendo estas fundamentais pra o pleno conhecimento do assunto, que

    o realismo e o idealismo.

    Realismo

    Sabendo que a palavra realismo vem do latim res (coisa), podemos conceituar essa

    corrente como a orientao ou atitude espiritual que implica uma preeminncia do

    objeto, dada a sua afirmao fundamental de que ns conhecemos coisas. Em outras

    palavras, a independncia ontolgica da realidade, ou seja, o sujeito em funo do

    objeto.

    O realismo subdividido em trs espcies. O realismo ingnuo, o tradicional e o crtico.

    O realismo ingnuo, tambm conhecido como pr-filosfico, aquele em que o homem

    aceita a identidade de seu conhecimento com as coisas que sua mente menciona, sem

    formular qualquer questionamento a respeito de tal coisa. a atitude do homem

    comum, que conhece as coisas e as concebem tais e quais aparecem.

    J o realismo tradicional aquele em que h uma indagao a respeito dos fundamentos,

    h uma procura em demonstrar se as teses so verdadeiras, surgindo uma atitude

    propriamente filosfica, seguindo a linha aristotlica.

    Por ltimo, podemos citar o realismo cientifico, que a linha do realismo que acentua a

    verificao de seus pressupostos concluindo pela funcionalidade sujeito-objeto e

    distinguindo as camadas conhecveis do real como a participao - no apenas criadora -

    do esprito no processo gnosiolgico. Para os seguidores desse pensamento, conhecer

    sempre conhecer algo posto fora de ns, mas que, se h conhecimento de algo, no nos

    possvel verificar se o objeto - que nossa subjetividade compreende - corresponde ou

    no ao objeto tal qual em si mesmo.

    H portanto, no realismo, uma tese ou doutrina fundamental de que existe uma

    correlao ou uma adequao da inteligncia a algo como objeto do conhecimento, de maneira que ns conhecemos quando a nossa sensibilidade e inteligncia se conformam

    a algo de exterior a ns. De acordo com o modo de compreender-se essa referibilidade

  • a algo, bifurca-se o realismo em tradicional e o crtico, que so as duas linhas pertinentes filosofia.

    Idealismo

    Surgiu na Grcia Antiga com Plato, denominado de idealismo transcendente, onde as

    idias ou arqutipos ideais representam a realidade verdadeira, da qual seriam as

    realidades sensveis, meras copias imperfeitas, sem validade em si mesmas, mas sim

    enquanto participam do ser essencial. O idealismo de Plato reduz o real ao ideal,

    resolvendo o ser em idia, pois como ele j dizia, as idias so o sol que ilumina e torna

    visveis as coisas.

    Alguns autores entendem que a doutrina platnica poderia ser vista como uma forma de

    realismo, pois para eles, o idealismo verdadeiro aquele desenvolvido a partir de Descartes.

    O que interessa Teoria do Conhecimento, o idealismo imanentista, que afirma que as

    coisas no existem por si mesmas, mas na medida e enquanto so representadas ou

    pensadas, de maneira que s se conhece aquilo que se insere no domnio de nosso

    esprito e no as coisas como tais, ou seja, h uma tendncia a subordinar tudo formas

    espirituais ou esquemas. No idealismo, que a compreenso do real como idealidade (o

    que equivale dizer a realidade como esprito), o homem cria um objeto com os

    elementos de sua subjetividade, sem que algo preexista ao objeto (no sentindo

    gnosiolgico).

    Sintetizando, o idealismo a doutrina ou corrente de pensamento que subordina ou

    reduz o conhecimento representao ou ao processo do pensamento mesmo, por

    entender que a verdade das coisas est menos nelas do que em ns, em nossa

    conscincia ou em nossa mente, no fato de serem percebidas ou pensadas.

    Dentro dessa concepo existem duas orientaes idealistas. Uma a do idealismo

    psicolgico ou conscienciolgico, onde o que se conhece no so as coisas e sim a

    imagem delas. Podemos conceitu-lo como aquele em que a realidade cognoscvel se

    e enquanto se projeta no plano da conscincia, revelando-se como momento ou

    contedo de nossa vida interior. Tambm chamado de idealismo subjetivo, este diz que

    o homem no conhece as coisas, e sim a representao que a nossa conscincia forma

    em razo delas. Seus representantes so Hume, Locke e Berkeley.

    A outra a orientao idealista de natureza lgica, que parte da afirmao de que s

    conhecemos o que se converte em pensamento, ou contedo de pensamento. Ou seja,

    o ser no outra coisa seno idia.

    Seu maior representante, Hegel, diz em uma de suas obras que ns s conhecemos

    aquilo que elevamos ao plano do pensamento, de maneira que s h realidade como

    realidade espiritual.

    Resumindo: na atitude psicolgica, ser ser percebido e na atitude lgica, ser ser

    pensado.

  • C) Possibilidade do Conhecimento

    Essa parte da teoria do conhecimento responsvel por solucionar a seguinte questo:

    qual a possibilidade do conhecimento?

    Para que seja possvel respond-la, muitos autores recorrem a duas importantes

    posies: o dogmatismo e o ceticismo, os quais veremos abaixo.

    Dogmatismo

    a corrente que se julga em condies de afirmar a possibilidade de conhecer verdades

    universais quanto ao ser, existncia e conduta, transcendendo o campo das puras

    relaes fenomenais e sem limites impostos a priori razo.

    Existem duas espcies de dogmatismo: o total e o parcial.

    O primeiro aquele em que a afirmao da possibilidade de se alcanar a verdade

    ultima feita tanto no plano da especulao, quanto no da vida pratica ou da tica. Esse

    dogmatismo intransigente, quase no adotado, devido rigorosidade de adequao do

    pensamento. Porm, encontramos em Hegel a expresso mxima desse tipo de

    dogmatismo, pois, existe em suas obras uma identificao absoluta entre pensamento e

    realidade. Como o prprio autor diz o pensamento, na medida em que , a coisa em si, e a coisa em si, na medida em que , o pensamento puro.

    J o parcial, adotado em maior extenso, tem um sentido mais atenuado, na inteno de

    afirmar-se a possibilidade de se atingir o absoluto em dadas circunstncias e modos

    quando no sob certo prisma. Ou seja, a crena no poder da razo ou da intuio como

    instrumentos de acesso ao real em si.

    Alguns dogmticos parciais se julgam aptos para afirmar a verdade absoluta no plano da

    ao. Entretanto, outros somente admitem tais verdades no plano especulativo. Da

    origina-se a distino entre dogmatismo terico e dogmatismo tico.

    O dogmatismo tico tem como adeptos Hume e Kant, que duvidavam da possibilidade

    de atingir as verdades ltimas enquanto sujeito pensante (homo theoreticus) e

    afirmavam as razes primordiais de agir, estabelecendo as bases de sua tica ou de sua

    Moral.

    Por conseguinte, temos como adepto do dogmatismo terico, Blaise Pascal, que no

    duvidava de seus clculos matemticos e da exatido das cincias enquanto cincias,

    mas era assaltado por duvidas no plano do agir ou da conduta humana.

    Ceticismo

    Consiste numa atitude dubitativa ou uma provisoriedade constante, mesmo a respeito de

    opinies emitidas no mbito das relaes empricas. Essa atitude nunca abandonada

    pelo ceticismo, mesmo quando so enunciados juzos sobre algo de maneira provisria,

    sujeitos a refutao luz de sucessivos testes.

  • Ou seja, o ceticismo se distingue das outras correntes por causa de sua posio de

    reserva e de desconfiana em relao s coisas.

    H no ceticismo assim como no dogmatismo uma distino entre absoluto e parcial, ressaltando que este ltimo no ser discutido nesse trabalho.

    O ceticismo absoluto oriundo da Grcia e tambm denominado pirronismo. Prega a

    necessidade da suspenso do juzo, dada a impossibilidade de qualquer conhecimento

    certo. Ele envolve tanto as verdades metafsicas (da realidade em si mesma), quanto as

    relativas ao fundo dos fenmenos. Segundo essa corrente, o homem no pode pretender

    nenhum conhecimento por no haver adequao possvel entre o sujeito cognoscente e o

    objeto conhecido. Ou seja, para os cticos absolutos, no h outra soluo para o

    homem seno a atitude de no formular problemas, dada a equivalncia fatal de todas as

    respostas.

    Um dos representantes do ceticismo de maior destaque na filosofia moderna Augusto

    Comte.

    Concluso

    Esse trabalho buscou de forma concisa reunir informaes gerais acerca da Teoria do

    Conhecimento, baseando-se na viso de Miguel Reale, reunindo conceitos e origem de

    algumas correntes, seus objetivos e representantes.

    Bibliografia

    Reale, Miguel, Introduo filosofia. 4. ed. So Paulo: Saraiva, 2002. p. 65-76;85-89;

    119-123.

    Por: rika Batista Santos

    http://www.coladaweb.com/filosofia/teoria-do-conhecimento