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Teoria Geral do P ROCESSO Professor Almyr Favacho

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Teoria Geral do PROCESSO

Professor Almyr Favacho

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QUADRO SINÓPTICO

Unidade V: Processo

5.3-Pressupostos Processuais Negativos 5.3.1- Litispendência 5.3.2- Coisa Julgada 5.3.3- Convenção de Arbitragem 5.3.4- Perempção

6 – Litisconsórcio ou Litisconsorte 6.1-Nomenclaturas utilizadas no Processo 6.2-Formas de Litisconsórcio 6.2.1- Facultativo 6.2.2- Necessário (qualificado ou especial) 6.2.3- Comum ou Simples ou Regular 6.2.4- Unitário 6.2.5- Ulterior 6.2.6- Anterior 6.2.7- Incidental 6.3- Autonomia dos Litisconsórcios

1 –Conceito

2 – Autos do Processo

3 – Procedimento

4 - Relação de Direito Processual x Relação de Direito Material (substancial)

5 – Pressupostos Processuais 5.1-Pressupostos Processuais de Existência 5.1.1- Petição Inicial 5.1.2- Jurisdição 5.1.3- Citação 5.1.4- Capacidade Postulatória 5.2-Pressupostos Processuais de Validade 5.2.1- Petição Inicial Apta 5.2.2- Órgão Jurisdicional competente e imparcial 5.2.3- Citação válida 5.2.4- Capacidade Processual

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Unidade V: Processo1. Conceito

É também a relação entre o Estado e as partes, ou o meio pelo qual se busca a prestação judicial para a satisfação da pretensão.

PROCESSO É UM INSTRUMENTO DE JURISDIÇÃO (UM MEIO PELO QUAL A JURISDIÇÃO SE MANIFESTA). É A SEQÜÊNCIA DE ATOS PRATICADOS PELOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS E PELAS

PARTES, NECESSÁRIOS À BUSCA DA SOLUÇÃO DO LITÍGIO.

2. Autos do ProcessoSão a materialização do processo.

3. ProcedimentoÉ a forma, é a maneira pela qual o processo se desenvolve. Também pode ser entendido como o conjunto de normas que disciplinam os atos processuais.

Art. 274.  O procedimento (rito) ordinário reger-se-á segundo as disposições dos Livros I e II deste Código.

-Rito sumário

-Comum

-Rito ordinário

Procedimento -Especial -Rito especial

-Cautelar

-De execução

-Sumaríssimo -Rito sumaríssimo

-Rito sumário

-Comum

-Rito ordinário

Procedimento -Especial -Rito especial

-Cautelar

-De execução

-Sumaríssimo -Rito sumaríssimo (9099/95)

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Unidade V: Processo3. Procedimento

3.1- Aplicação

O Processo é regulado apenas em matéria federal. Somente o legislador federal pode discutir o que é Processo (aplicação restrita à União). No Procedimento há uma aplicação concorrente.

PROCEDIMENTO MATERIAL PROCESSUAL CONCORRENTE: há uma corrente que entende que o procedimento também é de competência apenas da União. O Procedimento Material Processual seria a regulamentação do Estado regulando o ato do processo, definindo como ele ocorre.

PROCESSO PROCEDIMENTO≠(Quem? Contra/Falo de quem? Que fazer?)

Matéria federal (única e restrita à União legislar)

(Como? Maneira? Modo?)

ConcorrênciaUniãoEstado / Matéria Processual

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Unidade V: Processo4. Relação de Direito Processual x Relação de Direito Material (substancial)

PROCESSUAL MATERIAL

NaturezaSerá sempre PÚBLICA: sempre vai buscar um interesse público (em oposição à concepção romana de Processo civil privatista).

Aqui a natureza pode ser PÚBLICA ou PRIVADA. Ex:-certidão de casamento: uma autoridade a lavrou formalmente em cartório → natureza pública → exige formalidade.-contrato de locação: não precisa ser levado a uma autoridade → natureza privada → informal

Objeto

Será a PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Isso logo no plano imediato. Só depois vem o bem da vida: TUTELA JURISDICIONAL

OBJETO BEM DA VIDA

Será o bem da vida.

Configuração

Na visão tradicional, quanto ao procedimento era UNITÁRIA. Atualmente se cogita uma relação TRIANGULAR, sendo o Processo uma relação jurídica entre o tribunal e as partes, e DINÂMICA (gradual, passo a passo):

A relação jurídica sempre será BILATERAL, porque essa relação vai não vai precisar do Estado:

ESTADO

A B

A B

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Unidade V: Processo5. Pressupostos ProcessuaisSão os pressupostos básicos para que o processo exista, tenha validade, ocorra. São eles:

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE EXISTÊNCIAPetição Inicial

JurisdiçãoCitação

Capacidade Postulatória

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE VALIDADEPetição Inicial Apta

Órgão Jurisdicional imparcial e competente / não suspeitoCitação válida

Capacidade Processual

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS NEGATIVOSLitispendênciaCoisa Julgada

Convenção de ArbitragemPerempção

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS E SUBJETIVOS

OBJETIVOS(RELACIONADOS À RELAÇÃO JURÍDICA EM SI)

Intrínsecos ou internos:Petição Inicial Apta - Órgão jurisdicional - Citação

Extrínsecos ou externos:Litispendência - Coisa Julgada - Convenção de Arbitragem - Perempção

SUBJETIVOS(RELACIONADOS AOS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA)

Partes:Capacidade (de ser parte, de estar em juízo, postulatória)

Juiz:Investidura - Competência - Imparcialidade

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Unidade V: Processo5. Pressupostos Processuais

5.1- P. Processuais de Existência (garantem a existência do Processo)

Art. 282.  A petição inicial indicará:I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;IV - o pedido, com as suas especificações;V - o valor da causa;VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;VII - o requerimento para a citação do réu.

5.1.1. PETIÇÃO INICIAL“Inicial”, “vestibular”, “inaugural”, “prefacial”, é a peça que inaugura a manifestação do Estado, deve ser redigida nos termos do art. 282-CPC, e necessariamente no vernáculo. Como pressuposto de existência, não precisa necessariamente estar apta, mas apenas provocar a manifestação do órgão jurisdicional.

5.1.2. JURISDIÇÃOA parte deve formular seu pedido a um órgão jurisdicional investido com poderes da jurisdição (não necessariamente o órgão competente para apreciar a causa).

5.1.3. CITAÇÃOA parte deve formular seu pedido a um órgão jurisdicional investido com poderes da jurisdição (não necessariamente o órgão competente para apreciar a causa).

5.1.4. CAPACIDADE POSTULATÓRIAÉ a capacidade para ajuizar a ação. Quem possui? Advogado, MP, parte (excepcionalmente).

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Unidade V: Processo5. Pressupostos Processuais

5.2- P. Processuais de Validade (uma coisa é existir; outra é ter validade)

5.2.1. PETIÇÃO INICIAL APTAPonto fundamental para que o Processo não só exista, mas também possua no ordenamento jurídico a devida fundamentação.

5.2.2. ÓRGÃO JURISDICIONAL IMPARCIAL E COMPETENTE / NÃO SUSPEITODestaca-se o instituto contido no art. 135-CPC (suspeição).

5.2.3. CITAÇÃO VÁLIDAPara a existência (não nulidade) do processo é preciso que o ato citatório esteja revestido das formalidades legais (citação válida). Ex: restinga da marambaia (RJ).

5.2.4. CAPACIDADE PROCESSUAL (CAPACIDADE PARA ESTAR NO PROCESSO)O pressuposto relativo à capacidade assume 3 conformações:

-Capacidade de ser parte: é a capacidade de assumir direitos e obrigações na ordem civil, -Capacidade processual: é a capacidade de estar em juízo, defendendo direitos e obrigações (maior amplitude em relação ao conceito de capacidade civil).-Capacidade postulatória: já discutida. É a capacidade de ingressar em juízo (ajuizar a ação). Quem possui? Advogado, MP, parte (excepcionalmente).

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Unidade V: Processo5. Pressupostos Processuais

5.3- P. Processuais Negativos(o processo pode ser válido e existir, mas se incorrer em um destes pressupostos será extinto)

5.3.1. LITISPENDÊNCIAÉ a existência de dois ou mais processos com as mesmas partes, causa de pedir e pedido. Há uma lide (litispendência) que não foi resolvida, em um processo pendente a ser julgado. Se a 2ª ação é idêntica à 1ª, extingue-se a 2ª, pois a lide já está sendo julgada.

5.3.3. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEMComo P. Processual Negativo, é o complexo jurídico que engloba um compromisso arbitral e a cláusula compromissória. Com a escolha pela arbitragem, o Judiciário não poderá prestar a tutela jurisdicional.

5.3.4. PEREMPÇÃOÉ o impedimento do prosseguimento ou renovação do processo (fica o processo sujeito a arquivamento). Contida no art. 267, III-CPC, ocorre quando a parte dá causa à extinção do Processo, não promovendo os atos a ela inerentes no prazo legal. Cumulado com o § único do art 268-CPC, tém-se que se, por 3VEZES, a parte der causa à extinção do Processo, consolida-se a Perempção.

5.3.2. COISA JULGADAFenômeno onde à decisão final de mérito não cabe mais recurso, garantindo assim a imutabilidade da decisão, firmando a certeza e segurança jurídica. A coisa julgada é produzida pela decisão de mérito.

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Unidade V: Processo6. LitisconsórcioÉ a situação onde:

A LITIGA DE UMA SÓ VEZ CONTRA B E C

A LITIGA CONTRA B E ESTE TRAZ C AO PROCESSO (TEIA DE ARANHA)

ou

Litisconsórcio é a situação formada no Processo quando 2 ou mais pessoas atuam no pólo passivo ou ativo (depende da situação) da relação processual.

OBS: NÃO EXISTEM “PÓLOS PASSIVOS”. SÓ EXISTE 1 PÓLO PASSIVO(que pode conter uma ou várias pessoas).

LITISBriga

CONSORTE na mesma sorte, em comum

Aqueles que compartilham a mesma sorte no Processo.

6.1- Nomenclaturas utilizadas no Processo Reclamante e reclamado, recorrente e recorrido exeqüente e executado, Suplicante e suplicado, embargante e embargado. Definem previamente a natureza do processo. Ex: em regra geral, somente se fala em suplicante e suplicado em Processo cautelar.

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Unidade V: Processo6. Litisconsórcio

6.2- Formas de Litisconsórcio6.2.1. FACULTATIVONele existe permissibilidade para a sua composição (ar. 46-CPC), mas esta não é obrigatória nos termos da lei.

6.2.2. NECESSÁRIO (QUALIFICADO OU ESPECIAL)Aqui é obrigatória a intervenção de determinada parte no processo, seja no pólo ativo, seja no pólo passivo. É obrigatória a presença da parte, sob pena de nulidade.

6.2.3. COMUM, SIMPLES OU REGULARÉ aquele em que a decisão proferida não precisa ser igual para todos os litigantes (por isso alguns usam a expressão “simples” ou “regular”), uma vez que o seu interesse no Processo ocorre de forma diferenciada.

6.2.4. UNITÁRIONele a decisão proferida terá eficácia para todos os litigantes.

6.2.5. ULTERIOROcorre depois da citação.

6.2.6. ANTERIOROcorre antes da citação.

6.2.7. INCIDENTALOcorre durante o Processo.

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Unidade V: Processo6. Litisconsórcio

6.3- Autonomia dos LitisconsortesNos termos do art. 48-CPC, a autonomia dos litisconsortes pode ser resumida nos seguintes aspectos:

Os recursos das decisões correm de forma independente para cada litisconsorte.

As suas alegações são independentes: podem alegar o que lhes for conveniente.

A confissão (quando a pessoa aceita) terá reflexos individuais, ou seja, só aquele que confessou será imputado.

A produção das provas ocorrerá de forma independente.

As questões relativas às condições da ação nos pressupostos processuais serão analisadas de forma independente uma da outra.

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Unidade V: Processo6. Litisconsórcio

FACULTATIVO NECESSÁRIO

Formação Depende da vontade das partes Independe da vontade das partes

Eficácia da Sentença

Possui relação com ele ser COMUM ou UNITÁRIO. A eficácia não vai depender da vontade das partes. O sujeito não é obrigado a participar, mas uma vez inserido no Processo, deve haver uma decisão que expresse sua condenação ou não.

O prejuízo ou bônus que a sentença causar também tem relação com o fato do Litisconsórcio ser COMUM ou UNITÁRIO, mas aqui também é condicionada à sua constituição compulsória:

-Lit. Unitário: analogia com o Direito Penal: na decisão, todos participam (participação necessária). Todos devem responder por igual, mas cada um terá uma sentença diferente, dependendo de atenuantes, confissão, etc.

Não Constituição

Se o litisconsórcio facultativo não for constituído, o processo continuará de qualquer forma (não será nulo).

A sua não constituição causa nulidade do processo.