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1 FILOSOFIA UMA TEORIA DA JUSTIÇA

Teoria Justiça

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FILOSOFIA UMA TEORIA DA JUSTIÇA

Cidade: Taubaté/SPAno de entrega: 2015

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ALUNOS

EDNALDO LEANDRO DA COSTADENIS

EDUARDORENANRAFAEL

FILOSOFIA UMA TEORIA DA JUSTIÇA

Trabalho apresentado ao Curso de Ciências Jurídicas UNITAU, para a disciplina de Filosofia.

Turma: Direito 1ºBProfessor da disciplina Salema.

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SUMÁRIO

Introdução.............................................................................................................4Objetivo.................................................................................................................5Teoria....................................................................................................................6Características da teoria da justiça.......................................................................8Três Princípios......................................................................................................11Outras liberdades básicas....................................................................................13Argumentos..........................................................................................................14O argumento do contrato social hipotético...........................................................16A Teoria de Rawls não compensa as desigualdades naturais.............................18A Teoria de Rawls leva que certas escolhas subsidiem injustamente outras......20Conclusão.............................................................................................................22Bibliografia............................................................................................................25

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INTRODUÇÃO

Há crianças vendidas por pais extremamente pobres a quem tem dinheiro e falta de

escrúpulos para as comprar, pessoas cujo rendimento não permite fazer mais do que

uma refeição por dia, jovens que não têm a menor possibilidade de adquirir pelo menos

a escolaridade básica, cidadãos que estão presos por terem defendido as suas ideias.

Perante casos destes sentimos que as nossas intuições morais de justiça e igualdade

não são respeitadas. Surge assim a pergunta: Como é possível uma sociedade justa?

Este problema pode ter formulações mais precisas uma delas é a seguinte: Como deve

uma sociedade distribuir os seus bens? Qual é a maneira eticamente correta de o

fazer? Trata-se do problema da justiça distributiva, a pergunta que o formula é a

seguinte: Quais são os princípios mais gerais que regulam a justiça distributiva? A

teoria da justiça de John Rawls é a resposta mais influente a este problema, esta lição

irá sujeitar à avaliação crítica aos argumentos em que se apoia e algumas objeções.

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OBJETIVO

Temos como propósito fazer algumas colocações sobre as ideias de John Rawls, tendo como importante ressaltar uma melhor maneira de reger necessidades de progresso de uma sociedade justa.

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TEORIA

PRINCÍPIOS DA TEORIA DA JUSTIÇA

Os princípios vêm, no início do pacto original, como igualdade e liberdade para

deliberar sobre, direito, deveres, obrigações, benefícios e ônus a serem regidos.

Aplicam-se estes princípios primeiramente à estrutura básica da sociedade, governam a

atribuição de direitos e deveres e regulam as vantagens econômicas e sociais o

primeiro princípio determina as liberdades, enquanto o segundo princípio regula a

aplicabilidade do primeiro, corrigindo assim as desigualdades que possam ocorrem, é

certo que não há como erradicar as desigualdades econômicas e sociais entre as

pessoas, ou melhor, entre os pactuantes, as associações devem prever organismos

suficientes para o equilíbrio das deficiências e desigualdades, de forma que estes se

voltem em benefícios da própria sociedade.

Contudo essa liberdade descrita no momento inicial do contrato é extremamente

significante, uma vez que assegura a igualdade e a equidade relacionadas aos

princípios originais. É fundamental ressaltar que é admissível determinar uma lista

dessas liberdades, conforme Rawls dispõe em seu livro.

Esses princípios devem a qualquer forma satisfazer a uma ordem sequencial, o

primeiro antecedendo o segundo, e a aplicabilidade destes princípios resultam na

concretização da justiça como equidade e igualdade. Pois, trata-se de uma teoria que

busca identificar as desigualdades naturais e corrigi-las. Uma vez que, aplicando

corretamente os princípios, cada um da sua forma, o primeiro buscando a igualdade e

equidade através de suas liberdades, o segundo princípio fazendo com o que o primeiro

se cumpra corretamente, e ajudando a corrigir as desigualdades que por ventura

possam ocorrer, temos a justiça como amplitude igualmente atribuída conforme as

imputações necessárias.

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Então, após ocorrer o contrato inicial e as escolhas dos princípios a serem regidos, os

pactuantes, devem escolher uma constituição a ser seguida. A constituição constituir

um governo de legalidade, do qual as normas dos princípios a serem seguidos, devem

estabelecer a igualdade e a publicidade, como nas palavras de Bittar:

É dever natural de justiça que propulsiona, diz Rawls, o cidadão à obediência da

constituição e das leis. É a lei a garantia de que situações iguais serão igualmente

tratadas. E a lei aqui não é sinônimo de constrição, mas de liberdade. Consciente das

dificuldades que engendram a discussão do tema da justiça nessa base, e dos

comprometimentos de seus postulados teóricos, é que Rawls está preocupado em

demonstrar materialmente a irrealizabilidade dos dois princípios menciona a formação

da constituição, dos processos legislativos, as formas de execução da lei etc.) nas

instituições deve medrar o que se chama de justiça material (BITTAR, 2001, p. 385).

Enfim, todo este sistema leva a ideia de estabilidade, a justiça se aplicada desde o

princípio como forma de equidade, igualdade, e liberdade, torna-se algo estável a

sociedade. Essa estabilidade nada mais nada menos seria a pura consequência da

justiça institucional, e a forma de atuação das pessoas nas instituições públicas. Cada

indivíduo com o seu elo de ligação através do contrato inicial, respeitando os seus

direitos deveres de todos, dando-lhes benefícios ou ônus, conforme as situações de

cada associação. Significa uma sociedade bem organizada caminhando naturalmente e

sem lapso para a estabilidade de suas instituições.

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CARACTERÍSTICAS DA TEORIA DE JUSTIÇA

Rawls na sua concepção de justiça analisa a justiça como equidade, e que através de

um contrato inicial ou de um pacto social inicial, busca a igualdade, liberdade, e, no

momento do pacto são escolhidas as premissas de operação da sociedade. São esses

os princípios regularizadores de toda atividade institucional que vise distribuir direitos e

deveres, enquanto o primeiro princípio determina as liberdades, o segundo princípio

regula a aplicabilidade do primeiro, corrigindo assim as desigualdades que possam

ocorrer, após a escolha destes princípios, as partes contratantes vinculam-se a ponto

de escolherem uma Constituição, uma forma de governo de legalidade, fazendo as leis

e normas a serem seguidas dando-lhe publicidade a tudo. Isso leva as instituições à

ideia de estabilidade, de algo estável a sociedade.

As características da teoria de justiça de Rawls são elas o contrato inicial, primeira

principal característica, surge como base/pilar de toda teoria a visão de justiça como

equidade segunda principal característica, uma equidade de forma de igualdade, direito

de cada um, os princípios esses fortaleceram o contrato e buscam concretizar os

direitos e deveres de cada um, e reparar as desigualdades que possam ocorrer, a

Constituição surge como forma de impor as leis e uma forma de escolha de governo,

assegurando o cumprimento do contrato e seus princípios com base na equidade,

igualdade e liberdade.

A teoria de Rawls constitui, em grande parte, uma reação ao utilitarismo clássico. De

acordo com esta teoria, se uma ação maximiza a felicidade, não importa se a felicidade

é distribuída de maneira igual ou desigual. Grandes desníveis entre ricos e pobres

parecem em princípio justificados. Deste modo, uma determinada quantidade de

riqueza produzirá mais felicidade do que infelicidade se for retirada dos ricos para dar

aos pobres. Tudo isto parece muito sensato, mas deixa Rawls insatisfeito.

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Ainda que o utilitarismo conduza a juízos corretos acerca da igualdade, Rawls pensa

que o utilitarismo comete o erro de não atribuir valor intrínseco à igualdade, mas

apenas valor instrumental. Isto quer dizer que a igualdade não é boa em si — é boa

apenas porque produz a maior felicidade total.

Por consequência, o ponto de partida de Rawls terá de ser bastante diferente. Rawls

parte então de uma concepção geral de justiça que se baseia na seguinte ideia: todos

os bens sociais primários, liberdades, oportunidades, riqueza, rendimento e as bases

sociais da autoestima devem ser distribuídos de maneira igual a menos que uma

distribuição desigual de alguns ou de todos estes bens beneficie os menos favorecidos.

A sutileza é que tratar as pessoas como iguais não implica remover todas as

desigualdades, mas apenas aquelas que trazem desvantagens para alguém. Se dar

mais dinheiro a uma pessoa do que a outra promove mais os interesses de ambas do

que simplesmente dar-lhes a mesma quantidade de dinheiro, então uma consideração

igualitária dos interesses não proíbe essa desigualdade. Por exemplo, pode ser preciso

pagar mais dinheiro aos professores para os incentivar a estudar durante mais tempo,

diminuindo assim a taxa de reprovações. As desigualdades serão proibidas se

diminuírem a tua parte igual de bens sociais primários. Se aplicarmos este raciocínio

aos menos favorecidos, estes ficam com a possibilidade de vetar as desigualdades que

sacrificam e não promovem os seus interesses.

Mas esta concepção geral ainda não é uma teoria da justiça satisfatória. A razão é que

a ideia em que se baseia não impede a existência de conflitos entre os vários bens

sociais distribuídos. Por exemplo, se uma sociedade garantir um determinado

rendimento a desempregados que tenham uma escolaridade baixa, criará uma

desigualdade de oportunidades se ao mesmo tempo não permitir a essas pessoas a

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possibilidade de completarem a escolaridade básica. Há neste caso um conflito entre

dois bens sociais, o rendimento e a igualdade de oportunidades. Outro exemplo é este:

se uma sociedade garantir o acesso a uma determinada escolaridade a todos os seus

cidadãos e ao mesmo tempo exigir que essa escolaridade seja assegurada por uma

escola da área de residência, no caso de uma pessoa preferir uma escola fora da sua

área de residência por ser mais competente e estimulante, gera-se um conflito entre a

igualdade de oportunidades no acesso à educação e a liberdade de escolher a escola

que cada um acha melhor.

Como podes ver, a concepção geral de justiça de Rawls deixa estes problemas por

resolver. Será então indispensável um sistema de prioridades que justifique a opção por

um dos bens em conflito. E nesse caso, se escolhemos um bem em detrimento de

outro, é porque temos uma razão forte para considerar um dos bens mais prioritário do

que outro. Nesse sentido, Rawls divide a sua concepção geral em três princípios.

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TRÊS PRINCÍPIOS

Princípio da liberdade igual: A sociedade deve assegurar a máxima liberdade para cada pessoa compatível com uma liberdade igual para todos os outros.

Princípio da diferença: A sociedade deve promover a distribuição igual da riqueza, exceto se a existência de desigualdades económicas e sociais gerar o maior benefício para os menos favorecidos.

Princípio da oportunidade justa: As desigualdades económicas e sociais devem estar ligadas a postos e posições acessíveis a todos em condições de justa igualdade de oportunidades.

Estes três princípios formam a concepção de justiça de Rawls, mas por si só estes

princípios não resolvem conflitos como os que vimos, se queremos ter uma espécie de

guia nas escolhas, é preciso ainda estabelecer uma ordem de prioridades entre os

princípios assim, o princípio da liberdade igual tem prioridade sobre os outros dois e o

princípio da oportunidade justa tem prioridade sobre o princípio da diferença, atingido

um nível de bem-estar acima da luta pela sobrevivência, a liberdade tem prioridade

absoluta sobre o bem-estar económico ou a igualdade de oportunidades, o que faz de

Rawls um liberal. A liberdade de expressão e de religião, assim como outras liberdades,

são direitos que não podem ser violados por considerações económicas. Por exemplo,

se já temos um rendimento mínimo que permite viver, não podemos abdicar da tua

liberdade e aceitar a restrição de não poder sair de uma exploração agrícola na

condição de passar a ganhar mais, outro exemplo que a teoria de Rawls rejeita seria o

de abdicar de gozar de liberdade de expressão para um dia ter a vantagem económica

de não serem cobrados impostos.

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Em cada um dos princípios mantém-se a ideia de distribuição justa. Assim, uma

desigualdade de liberdade, oportunidade ou rendimento será permitida se beneficiar os

menos favorecidos. Isto faz de Rawls um liberal com preocupações igualitárias.

Considera mais uma vez alguns exemplos, um sistema de ensino pode permitir aos

estudantes mais dotados o acesso a maiores apoios se, por exemplo, as empresas em

dificuldade vierem a beneficiar mais tarde do seu contribuinte, aumentando os lucros e

evitando demissões, outro caso permitido é o de os médicos ganharem mais do que a

maioria das pessoas desde que isso permita aos médicos ter acesso à tecnologia e

investigação de ponta que tornem mais eficazes os tratamentos de certas doenças e

desde que, esses tratamentos estejam disponíveis para os menos favorecidos.

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OUTRAS LIBERDADES BÁSICAS

As liberdades básicas a que Rawls dá atenção são os direitos civis e políticos

reconhecidos nas democracias liberais, como a liberdade de expressão, o direito à

justiça e à mobilidade, o direito de votar e de ser candidato a cargos públicos.

A parte mais disputável da teoria de Rawls é a que diz respeito à exigência de

distribuição justa de recursos económicos o que se compreende uma vez resolvido o

problema dos direitos e liberdades básicas nas sociedades democráticas liberais, o

grande problema com que estas sociedades se deparam é o de saber como devem ser

distribuídos os recursos económicos, trata-se do problema da justiça distributiva. Ora,

como essa exigência de distribuição justa é expressa pelo princípio da diferença, serão

submetidos à tua avaliação crítica os argumentos de Rawls em defesa desse princípio.

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ARGUMENTOS

Rawls apresenta dois argumentos a favor do princípio da diferença: o argumento

intuitivo da igualdade de oportunidades e o argumento do contrato social hipotético.

O ARGUMENTO INTUITIVO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

Este argumento apela à tua intuição de que o destino das pessoas deve depender das

suas escolhas, e não das circunstâncias em que por acaso se encontram. Ninguém

merece ver as suas escolhas e ambições negadas pela circunstância de pertencer a

uma certa classe social ou raça. Intuitivamente não achamos plausível que uma mulher,

pelo simples fato de ser mulher, encontre resistências à possibilidade de liderar um

banco, estas são circunstâncias que a igualdade de oportunidades deve eliminar, ora,

estando garantida a igualdade de oportunidades, prevalece nas sociedades atuais a

ideia de que as desigualdades de rendimento são aceitáveis independentemente de os

menos favorecidos beneficiarem ou não dessas desigualdades. Como ninguém é

desfavorecido pelas suas circunstâncias sociais, o destino das pessoas está nas suas

próprias mãos. Os sucessos e os fracassos dependem do mérito de cada um, ou da

falta dele é assim que a maioria pensa.

Mas será que esta visão dominante da igualdade de oportunidades respeita a sua

intuição de que o destino das pessoas deve ser determinado pelas suas escolhas, e

não pelas circunstâncias em que se encontram. Rawls pensa que não, por esta razão:

reconhecendo apenas diferenças nas circunstâncias sociais e ignorando as diferenças

nos talentos naturais, a visão dominante terá de aceitar que o destino de um deficiente

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seja determinado pela sua deficiência ou que a infelicidade de um QI baixo dite o

destino de uma pessoa, isto impõe um limite injustificado à sua intuição, se é injusto

que o destino de cada um seja determinado por desigualdades sociais, também o será

se for determinado por desigualdades naturais, afinal a intuição vê a mesma injustiça

neste último caso logo, como as pessoas são moralmente iguais, o destino de cada um

não deve depender da arbitrariedade dos acasos sociais ou naturais. E neste caso não

poderás aceitar o destino do deficiente ou da pessoa com um QI baixo.

O que propõe Rawls é que a noção comum de igualdade de oportunidades passe a

reconhecer as desigualdades naturais. Dispondo a sociedade da seguinte maneira:

quem ganha na loteria social e natural dá a quem perde de acordo com Rawls, ninguém

deve se beneficiar de forma exclusiva dos seus talentos naturais, mas não é injusto

permitir tais benefícios se eles trazem vantagens para aqueles que a loteria natural não

favoreceu, deste modo justificamos o princípio da diferença. Concluindo, a noção

dominante de igualdade de oportunidades parte da intuição de que o destino de cada

pessoa deve ser determinado pelas suas escolhas, e não pelas suas circunstâncias,

mas esta mesma intuição consistente considerada obriga aquela noção passe a incluir

as desigualdades naturais. O que resulta é precisamente o princípio da diferença.

Como ninguém parece querer abdicar do pressuposto da igualdade moral entre todas

as pessoas, Rawls defende que o princípio que melhor dá conta desse pressuposto é o

princípio da diferença.

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O ARGUMENTO DO CONTRATO SOCIAL HIPOTÉTICO

Imagina que não conhece o seu lugar na sociedade, a sua classe e estatuto social, os

seus gostos pessoais e as suas características psicológicas, a sua sorte na distribuição

dos talentos naturais como a inteligência, a força e a beleza e que nem sequer conhece

a sua concepção de bem, ignorando que coisas fazem uma vida valer a pena, mas não

é o único que se encontra nesta posição original, pelo contrário, todos estão envoltos

neste véu de ignorância. Rawls afirma que esta situação hipotética descreve uma

posição inicial de igualdade e nessa medida este argumento junta-se ao argumento

intuitivo da igualdade de oportunidades. Ambos procuram defender a concepção de

igualdade que melhor dá conta das nossas intuições de igualdade e justiça. Em

seguida, Rawls levanta a questão central, que princípios de justiça seriam escolhidos

por detrás deste véu de ignorância. Aqueles que as pessoas aceitariam contando que

não teriam maneira de saber se seriam ou não favorecidas pelas contingências sociais

ou naturais. Nessa medida, a posição original diz-nos que é razoável aceitar que

ninguém deve ser favorecido ou desfavorecido.

Apesar de não sabermos qual será a nossa posição na sociedade e que objetivos

teremos, há coisas que qualquer vida boa exige, poder ter uma vida boa como arquiteto

ou poderá ter uma vida boa como mecânico e parece óbvio que estas vidas particulares

serão bastante diferentes mas para serem ambas vidas boas há coisas que terão de

estar presentes em qualquer uma delas assim como em qualquer vida boa. A estas

coisas Rawls chama bens primários há dois tipos de bens primários, os sociais e os

naturais os bens primários sociais são diretamente distribuídos pelas instituições sociais

e incluem o rendimento, a riqueza, as oportunidades os poderes, e os direitos e as

liberdades.

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Os bens primários naturais são influenciados, mas não diretamente distribuídos pelas

instituições sociais e incluem a saúde, inteligência, vigor, imaginação e os talentos

naturais pode achar estranho que as instituições sociais distribuam diretamente

rendimento e riqueza, mas segundo Rawls as empresas são instituições sociais.

Ora, sob o véu de ignorância, as pessoas querem princípios de justiça que lhes

permitam ter o melhor acesso possível aos bens sociais primários e como não sabem

que posição têm na sociedade, identificam-se com qualquer outra pessoa e imaginam-

se no lugar dela desse modo, o que promove o bem de uma pessoa é o que promove o

bem de todos e garante-se a imparcialidade. O véu de ignorância é assim um teste

intuitivo de justiça e se queremos assegurar uma distribuição justa de peixe por três

famílias a pessoa que faz a distribuição não pode saber que parte terá e se queremos

assegurar um jogo de futebol justo a pessoa que estabelece as regras não pode saber

se a sua equipa está a fazer um bom campeonato ou não.

Diz-se precisamente que a sociedade deve promover a distribuição igual da riqueza,

exceto as desigualdades económicas e sociais que beneficiam os menos favorecidos.

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A TEORIA DE RAWLS NÃO COMPENSA AS DESIGUALDADES NATURAIS

A concepção comum de igualdade de oportunidades não limita a influência dos talentos

naturais. Rawls tenta resolver essa falha através do princípio da diferença assim, os

mais talentosos não merecem ter um rendimento maior e só o têm se com isso

beneficiarem os menos favorecidos, mas talvez Rawls não tenha resolvido o problema

a sua teoria da justiça deixa ainda demasiado espaço para a influência das

desigualdades naturais e nesse caso o destino das pessoas continua a ser influenciado

por fatores arbitrários.

Rawls define os menos favorecidos como aqueles que têm menos bens sociais

primários imagina agora duas pessoas na mesma posição inicial de igualdade têem as

mesmas liberdades, recursos e oportunidades uma das pessoas tem o azar de contrair

uma doença grave, crónica e incapacitante esta desvantagem natural implica custos na

ordem dos 200 reais por mês para medicação e equipamentos, o que oferece a teoria

de Rawls a esta pessoa, como esta pessoa tem os mesmos bens sociais que a outra e

os menos favorecidos são definidos em termos de bens sociais primários, a teoria de

Rawls não prevê a possibilidade de a compensar sobre as desigualdades naturais,

apenas é dito que os mais agraciados em talentos pela natureza podem ter um

rendimento maior se com isso beneficiarem os menos favorecidos.

O princípio da diferença assegura os mesmos bens sociais primários a esta pessoa

doente, mas não remove os encargos causados não pelas suas escolhas, mas pela

circunstância de ter contraído uma doença grave crónica e incapacitante. A crítica à

concepção dominante de igualdade de oportunidades devia ter levado Rawls ao

princípio de que as desigualdades naturais tais como as sociais devem ser

compensadas, não se vê justificação para tratar as limitações naturais de maneira

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diferente das sociais, logo as desvantagens naturais devem ser compensadas,

equipamento, transportes, medicina e formação profissional subsidiadas a teoria de

Rawls enfrenta a objeção de não reconhecer como desejável a tentativa de

compensação destas desvantagens.

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A TEORIA DE RAWLS LEVA QUE CERTAS ESCOLHAS SUBSIDIEM INJUSTAMENTE OUTRAS

A intuição que está por detrás da objeção anterior diz-se que não é justo

responsabilizar as pessoas pelas circunstâncias em que por acaso se encontram, um

deficiente não é responsável pela sua deficiência e um doente crónico pela sua doença

crónica o outro lado da mesma intuição diz-se agora que não é justo desresponsabilizar

as pessoas pelas suas escolhas mais uma vez o recurso a um exemplo pode ajudar-te

a compreender melhor o que está em jogo.

Imagina duas pessoas que trabalham na mesma empresa de eletrodomésticos têm por

isso, os mesmos recursos económicos mias também têm em comum os mesmos

talentos naturais e antecedentes sociais, uma delas é apaixonada por futebol e gasta

uma parte razoável do seu rendimento nas deslocações permanentes que faz para

apoiar o seu clube, somadas as outras despesas inevitáveis de uma família nada sobra.

Por vezes esta família tem de recorrer a apoio social do estado a outra resolveu estudar

sistemas elétricos depois do expediente normal de trabalho após um período de estudo

compra o equipamento necessário e resolve vender os seus serviços de eletricista das

seis da tarde às nove da noite com muitas horas de trabalho, esforço e competência,

duplica o rendimento inicial o princípio da diferença diz que as desigualdades de

rendimento são permitidas se beneficiarem os menos favorecidos. Que consequência

tem a sua aplicação a este caso. A consequência de fazer o apaixonado por futebol

beneficiar do rendimento do eletricista esforçado.

Isto viola a tua intuição de justiça, parece obviamente justo compensar custos não

escolhidos doenças, deficiências, etc., mas é obviamente injusto compensar custos

escolhidos, e é isso o que acontece neste caso o princípio da diferença leva a que o

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eletricista esforçado pague do seu bolso a escolha que faz e ainda subsidie a escolha

do apaixonado por futebol, corrói assim a igualdade em vez de a promover, cada um

tem o estilo de vida que prefere mas um vê o seu rendimento aumentado e o outro vê o

seu rendimento diminuído através dos impostos com que subsidia o outro. Rawls afirma

que a sua teoria da justiça tem a preocupação de regular as injustiças que resultam das

circunstâncias, e não das escolhas mais porque não faz a distinção entre

desigualdades escolhidas e desigualdades não escolhidas, o princípio da diferença

viola a sua intuição de que é justo que cada um seja responsável pelos custos das suas

escolhas a não ser assim, que sentido fazem ainda o esforço e a ambição das nossas

escolhas pessoais.

As duas objeções precedentes foram apresentadas pelo filósofo Ronald Dworkin dada a

sua importância central Dworkin formulou uma teoria que visa explicitamente dar-lhes

resposta.

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CONCLUSÃO

A concepção de justiça é apresentada da forma de justiça como equidade, e com fortes

traços do contratualismo do século XVII, buscando nos princípios e o pacto inicial bases

para construir instituições estáveis. A justiça como equidade reside como igualitarismo

da posição original, ou seja, no estado do contrato inicial, momento esse hipotético.

Rawls procura através das instituições e por meio de sua objetividade a justiça que é

racionalmente compartilhada no convívio social.

É certo que não há como erradicar as desigualdades econômicas e sociais entre as

pessoas, pensar em justiça4 é pensar acerca do justo e do injusto de cada instituição,

para Rawls a melhor forma de administrar a justiça seria través das instituições sociais.

Não caracterizando cada indivíduo a sua necessidade de ética, mas sim uma ação

humana, com pluralidade, com consequências relevantes, concepções plúrimas que

possam produzir sobre justiça.

Para Rawls o conceito de justiça como equidade trata-se de uma posição original de igualdade que corresponde ao estado de natureza na teoria tradicional do contrato social. Esses são os princípios que pessoas livres e racionais preocupadas em promover seus próprios interesses, aceitariam uma posição inicial de igualdade como definidores dos termos fundamentais de sua associação (CER. BITTAR, p. 411).

No entanto estes princípios devem regular todos os acordos subsequentes,

especificando o tipo de cooperação social que se pode assumir, são as formas de

governo que se podem estabelecer, aqueles que se comprometem na cooperação

social escolhem juntos numa ação conjunta, os princípios que se devem atribuir os

direitos e deveres básicos e determinar a visão de benefícios sociais, como Rawls

especifica em seu livro Uma Teoria de Justiça.

Como cada pessoa deve decidir com o uso da razão ou que constitui o seu bem, isto é,

o sistema de finalidade que, de acordo com a sua razão, ela deve buscar, assim um

grupo de pessoas deve decidir uma vez por todas tudo aquilo que entre elas se deve

considerar justo ou injusto e com base no acordo inicial que se pode discutir as partes

que se aderem ao contrato, o contrato não é uma doutrina incomum para Rawls, visto

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que, na posição original é capaz de facultar a simulação das condições ideais para que,

nesse momento, se possam escolher os princípios diretórios da sociedade, como Bittar

expõe em seu livro Curso de Filosofia do Direito.

Não se trata de um acordo histórico, e sim hipotético. Esse acordo vem marcado pela

ideiia de uma igualdade original para optar por direito e deveres, é essa igualdade o

pilar de toda teoria. Mais que isso, a ideia de recorrer ao contrato social e de estudar os

sujeitos pactuantes na origem da sociedade numa posição original, não tem outro fito

senão o de demonstrar a necessidade de se visualizarem as partes num momento de

igualdade inicial, eis aí a equidade de sua teoria (BITTAR, E.C.B. 2001, p. 378).

No momento do pacto inicial não há nada a mais a escolher a não ser as estruturas

fundamentais de uma sociedade e seus alicerces. Os princípios da justiça são

escolhidos sob um véu de ignorância, isso garantia que nenhuma pessoa, ou melhor,

nenhum pactuante, seja favorecido ou desfavorecido nas escolhas dos princípios pelo

resultado do acaso natural ou pela contingência de circunstâncias sociais. De tal modo,

uma vez que todos estão numa esfera semelhante e ninguém pode denominar

princípios para favores sua condição particular, os princípios da justiça são resultado de

um consenso ou ajusto equitativo nas palavras de Rawls isso explica a propriedade da

frase justiça como equidade, ela transmite a ideia de que os princípios da justiça são

acordados numa situação inicial que é equitativa. A frase não significa que os conceitos

de justiça e equidade sejam a mesma coisa, não significa que os conceitos de justiça e

metáfora sejam a mesma coisa.

Todavia uma das características marcantes da justiça como equidade é a de gerar as

partes na situação inicial como racionais e mutuamente abnegado. No entanto isso não

significa que as partes sejam egoístas, isto é, indivíduos com apenas certos tipos de

interesses, mas estas são concebidas como pessoas que não tem interesses nos

interesses das outras, no sentido que as pessoas na situação inicial escolheriam no

momento do pacto inicial dois princípios bastantes diferentes o primeiro exige

igualdade na atribuição de deveres e direito básicos, enquanto o segundo afirma que

desigualdade econômica e social são justas apenas se resultam em benefícios

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compensatórios para cada um, e particularmente para os membros menos favorecidos

da sociedade.

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BIBLIOGRAFIA:

- http://www.criticanarede.com - http://www.ambito-juridico.com.br/

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Filosofia do Direito. 1º Ed. São Paulo:

Atlas, 2001.

RAWLS, John, Uma Teoria da Justiça/John Rawls: Trad. Almiro Pisetta e Lenita M. R.

Esteves – São Paulo: Martins Fontes, 1997.

NOTAS:

1 BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Filosofia do Direito. 1º Ed. São Paulo:

Atlas, 2001

2 BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Filosofia do Direito. 1º Ed. São Paulo: Atlas, 2001.

3 RAWLS, John, Uma Teoria da Justiça/John Rawls: Trad. Almiro Pisetta e Lenita M. R. Esteves – São Paulo: Martins Fontes, 1997. 

4 RAWLS, John, Uma Teoria da Justiça/John Rawls: Trad. Almiro Pisetta e Lenita M.

R. Esteves – São Paulo: Martins Fontes, 1997.

5 BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Filosofia do Direito. 1º Ed. São Paulo: Atlas, 2001 

6 RAWLS, John, Uma Teoria da Justiça/John Rawls: Trad. Almiro Pisetta e Lenita M.

R. Esteves – São Paulo: Martins Fontes, 1997.