TEOSOFIA DEUS

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O que a Teosofia ?Paulo Rogrio da Motta (Baseado em texto de C. W. Leadbeater)

O termo Theosophia deriva de duas palavras gregas: Theos que significa deus, e Sophos que significa sbio, originando a expresso sabedoria divina. Leadbeater fala da Teosofia como no sendo uma religio em si mesma, e sim, a verdade que serve de base igualmente a todas as grandes religies, sendo segundo o autor, ao mesmo tempo, uma filosofia, uma religio e uma cincia. filosofia ao explicar o plano de evoluo das almas e dos corpos compreendidos em nosso sistema solar, bem como, por ter, a exemplo da filosofia, a busca do entendimento e o questionamento do que diz respeito ao homem, e o amor sabedoria (philo que deriva da palavra phlia que significa amizade ou amor fraterno e sophia que quer dizer sabedoria. Etimologicamente Filosofia pode ser entendida como amor sabedoria). religio porque ao demonstrar a marcha da evoluo tambm oferece um mtodo para, por esforo consciente, acelerar a evoluo, alm de atender essncia da palavra religio originada da palavra latina religio e, possivelmente, de religare, com o significado de religar. cincia por tratar todos as suas questes no como crenas teolgicas, mas de conhecimentos diretos adquiridos pelo estudo e investigao pessoal e, segundo Leadbeater, afirma que o homem nenhuma necessidade tem de se confiar cegamente f, porque possui em si mesmo poderes latentes que lhe permitem, quando despertos, ver e examinar por si prprio, e a Teosofia mostra como se d o desenvolvimento desses poderes latentes no homem. A Teosofia ensina que o nosso sistema solar um mecanismo minuciosamente regulado e que o homem parte disso tudo. Ensina que o correto no conceber que o homem possui uma alma, e sim que o homem uma alma e que possui um corpo ou, em verdade, vrios corpos

que so veculos em vrios mundos e que o homem vive nestes vrios mundos, porm, normalmente consciente apenas no mais inferior. Ensina que a morte apenas o abandono do veculo pertencente ao mundo inferior e que a alma ou o homem real no afetado nem modificado por este novo estado. A Teosofia, apesar de seu aspecto tambm religioso, tem como premissa nunca procurar converter algum sejam quais forem as suas crenas. Ao contrrio, procura explicar o sentido mais real e profundo das religies. A Teosofia por seu aspecto cientfico, , na verdade, uma cincia da alma, ensina que o estudante da cincia oculta ou sabe uma coisa ou suspende a respeito o seu julgamento e seu modo de ver no comporta nem admite a f cega. A Teosofia oferece preceitos fundados no bom senso e nos fatos observados e que embora alguns ensinamentos teosficos estejam ainda fora do alcance do homem comum, cabe a este aceit-los como hipteses a serem comprovadas por ele mesmo e antes disso que tudo seja assinalado pelo uso do bom senso. A Teosofia busca trazer luz e tambm soluo para um grande nmero de nossos problemas ao explicar a razo das aparentes injustias da vida e colocando ordem ao que muitas vezes parece um caos. Leadbeater diz que h trs verdades essenciais que jamais se perdem, mas podem ficar esquecidas por falta de quem as proclame, que so: 1) A alma do homem imortal, e o seu futuro o de uma coisa cujo desenvolvimento e esplendor no tem limites; 2) O princpio, que d a vida, habita em ns e fora de ns; eterno, e eternamente benfazejo; no pode ser visto, nem ouvido, nem sentido, mas percebido pelo homem que deseja perceb-lo; e 3) Cada homem o seu prprio legislador, o dispensador de sua glria e de sua obscuridade, o rbitro de sua vida, de sua recompensa e de seu castigo. Resumindo, a Teosofia diz que o homem imortal, que Deus bom e que ns recolheremos o que semearmos. Assim a Teosofia ensina que tudo regido por um conjunto definido de leis inteligentemente dirigidas e imutveis e que o homem ocupa um lugar no sistema e vive sob essas leis e ao

compreender e cooperar com elas poder progredir mais rapidamente. Referncia bibliogrfica: LEADBEATER, C. W. Compndio de Teosofia. Cap. I. Editora Pensamento. So Paulo, 1993. pg. 7 a 12.

Um Pequeno histrico O termo Teosofia derivado do grego Theos (Deus) e sofia (sabedoria) e significa sabedoria de ou acerca de Deus. Num sentido geral, teosofia abrange um espectro amplo de filosofias ocultas ou msticas, de natureza pantestas. A tradio ocidental da teosofia derivada da tradio hermtica da Renascena e ps-Renascena. A figura mais importante, referente a Sociedade Teosfica, foi sua fundadora Helena Petrovna Blavatsky, com um numeroso trabalho escrito, incluindo-se Isis Sem Vu (2 vols. 1877) e sua mais famosa obra A Doutrina Secreta (2 vols. 1888). A fundao da Sociedade Teosfica (17 de novembro de 1875), teve a participao de H. S. Olcott e de W. Q. Judge. Blavatsky escreveu vrias teorias que disse ter recebido dos "mahatmas" ou mestres da ndia antiga. A Sociedade Teosfica cresceu rapidamente na Europa e nos Estados Unidos, seus dois adeptos mais influentes foram Annie Besant e Rudolf Steiner. Depois da morte de Madame Blavatsky, em 1891, houve uma batalha para a liderana da sociedade, da qual Annie Besant emergiu como lder na Europa e sia, ao passo que W. Q. Judge dirigiu o movimento nos Estados Unidos. Sob Besant a sociedade prosperou. Em 1911 apresentou Krishnamurti, seu filho adotivo, como o mais recente Messias encarnado, ao redor de quem ela funda a Ordem da Estrela da ndia. Ao que parece ter provocado Steiner, quem, com um nmero grande de seguidores se afastou da Sociedade Teosfica e fundou a Sociedade Antroposfica. As vrias divises e subdivises continuaram desde aquele tempo e influenciou numerosas figuras literrias. Os grupos continuam a transmitir as publicaes e os ensinos Teosficos, disseminando-os por todo o mundo. O conceito de Deus na Teosofia O Teosofismo um sistema religioso completamente sincretista, tem um pouco de cada religio e ensina que todas as religies tem um pouco da verdade e que se juntssemos todas elas, teramos a religio perfeita. Para ela, Deus impessoal e a Trindade apenas de nome, sendo constituda de Fora, Sabedoria e Atividade. Ensina ainda que Deus tem uma quarta pessoa que feminina, que Ele se utiliza para poder manifestar-Se. A Segunda Pessoa da Trindade (Sabedoria) teria duas naturezas, uma espiritual: a Razo, e outra material: o Amor. Resumindo: Deus, no sentido espiritual, composto de trs pessoas: Fora, Sabedoria e Atividade. Por outro lado, no sentido material, se manifesta atravs da Matria. Cristo na Teosofia Segundo a Teosofia, a raa humana teve vrios estgios, que chamam de subraa, sendo que a atual a quinta sub-raa. Cada uma delas presta uma contribuio especial a humanidade. A contribuio da sub-raa atual

promover o homem intelectual. A da prxima, ser o homem espiritual. A cada sub-raa, no seu incio, surge um Cristo, ou seja, o Supremo Mestre do Mundo, encarna em algum. Ento, a atual raa-tronco Ariana (a terceira) j teve cinco Cristos, ou, cinco encarnaes do Supremo Mestre do Mundo, que foram: Buda, na ndia (primeira sub-raa). Hermes, no Egito (segunda sub-raa). Zoroastro, na Prsia (terceira sub-raa). Orfeu, na Grcia (quarta sub-raa). Jesus, na Palestina (quinta sub-raa). O Teosofismo afirma que Jesus e Cristo so pessoas distintas e que Cristo usou o corpo de Jesus quando este abandonou o seu corpo. Que estamos na iminncia do surgimento de um novo Cristo que ir surgir com a prxima subraa (a sexta) e que este Cristo ser muito mais poderoso e ir reunir todas as religies numa s. Ensina ainda que todos os homens, pela evoluo, sero Cristos, todo homem um Cristo em potencial. Plano de Salvao da Teosofia Ensina a Sociedade Teosfica que a reencarnao o processo de desenvolvimento humano, em que todo crescimento governado pela lei de justia ou Carma. Que a peregrinao obrigatria de cada alma, por numerosos ciclos de encarnaes, um fator natural. A Teosofia admite que o homem no possui nenhum privilgio especial, exceto os que ele venha a ganhar por seus esforos e mrito. Jesus, Buda e os "mahatmas", so indivduos aperfeioados e grandes mestres, so universais e a flor da evoluo. A Teosofia vinculada a religies ocultas? O teosofismo , sem nenhuma dvida, uma ramificao do espiritismo e como este, diz que uma religio, uma cincia e uma filosofia. Suas crenas e ensinos so inspirados e originrios do Oriente, mais precisamente da ndia e do Tibete. So crenas pags, aliadas a um sistema falsamente chamado filosfico, tambm oriental. Deste modo, o teosofismo cresceu de braos dados com o paganismo oriental, hindu e budista. Toda a sabedoria do teosofismo derivada e foi transmitida pelos "mahatmas" (mestres, sbios), que so, na linguagem teosfica, "homens divinos feitos perfeitos". Os "mahatmas" podem viver no cu ou nos "montes sagrados" do Tibete, para auxiliarem a humanidade em sua evoluo. H um chefe acima de todos os "mahatmas" chamado "Supremo Mestre" que quando se encarna, surge um novo Cristo. Caso queiram saber mais sobre Teosofia e saibam ingles aqui est a pagina para o inicio da Tesofia. http://www.blavatsky.net/index.htm

O que teosofia?Palavra de origem grega, significa Sabedoria Divina. O nome tem sido usado desde o terceiro sculo d.C., mas ela representa o conjunto de conhecimentos que existem h tanto tempo quanto pode atingir a histria da humanidade. Seus ensinamentos podem ser divididos em dois grupos. Primeiro, a Teosofia significa o conhecimento direto da Realidade. A tradio afirma que o homem, em sua natureza essencial, uma parte ou aspecto dessa Realidade que as grandes religies do mundo tm sempre reconhecido com o nome de Deus. Por causa dessa identidade interna, possvel ao homem conhecer Deus diretamente, pelo processo milenar do auto-descobrimento, at que, pela compreenso de si mesmo, se compenetra de sua identidade com a Realidade. Da em diante no poder haver para ele dvida ou morte, nem pecado ou dor. Este estado, descrito pelos msticos como "unio com Deus", o objetivo conhecido por muitos nomes: Liberao, Salvao, Iluminao ou Nirvana. Assim, a TEOSOFIA a declarao da identidade do homem com a Realidade e de seu conseqente poder de conhecer a Finalidade que se chama Deus. "E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos tornar livres." "Vede, ISTO sois vs." O segundo significado da Teosofia um desenvolvimento do primeiro: o estudo das grandes religies, passadas e presentes, assim como os ensinamentos dos Sbios cujos escritos, vindos atravs de muitos sculos, mostram a evidncia de um certo corpo comum de conhecimentos relativos a Deus, ao homem e ao universo. Este corpo de conhecimentos, o mais elevado fator comum do ensinamento religioso e filosfico do passado remoto, tambm chamado Teosofia. Seus princpios gerais podem ser resumidos nos itens abaixo:

1. Toda existncia uma unidade. Todas as unidades aparentemente separadas so partes de um nico todo. 2. Toda existncia governada por leis imutveis, que se aplicam tanto aos aspectos visveis, quanto aos invisveis da natureza, do universo e do homem. 3. A evoluo um fato na natureza. Da correlao entre o esprito e matria, entre vida e forma, as infinitas possibilidades da existncia emergem gradualmente do estado latente para a expresso ativa. 4. O homem uma fase no processo evolutivo. A fase humana difere das primitivas, principalmente pela autoconscincia que d, unicamente ao homem, a responsabilidade pelas suas aes e o poder de dirigir o curso de sua futura evoluo. 5. Cada vida humana, do nascimento morte, parte de um padro total de evoluo individual. Este padro determinado pela ao de leis, que so de extrema relevncia para a compreenso das condies do ser no dia-a-dia: a lei do ritmo, que faz a vida e a morte serem seqncia uma da outra, como o despertar segue ao sono no ciclo dirio; a lei da Ao ou Karma, que encadeia cada acontecimento ao que o sucede, como as causas esto encadeadas aos efeitos. 6. O indivduo, como parte da Existncia Una e dotado de autoconscincia, tem o poder de libertar-se de todas as limitaes de uma condio meramente humana e, experimentalmente, realizar sua identidade com Deus. 7. O caminho para o conhecimento da nossa prpria divindade , em si, obedincia s leis da natureza. Pode ser encontrado e palmilhado por aqueles que desejam estudar as leis da natureza e sintonizar suas vidas com as nicas condies que tornam possvel a descoberta da Verdade.

A TEOSOFIA E A CRENA EM DEUSUm Informe Especial Sobre o Monotesmo

Os textos a seguir reproduzem a edio especial de O Teosofista de fevereiro de 2010, dedicada a examinar o processo pelo qual a crena em um deus monotesta e a religiosidade dogmtica devem dar lugar, hoje, a uma pedagogia espiritual baseada na independncia solidria.

Raja Ioga Trabalha com o Conceito de Lei Universal Sbios Orientais No Conhecem Deus Os Seus Discpulos Devem Avanar Com Independncia

Um Estudante de Teosofia

..... Ns negamos Deus como filsofos e como budistas.

[Da Carta 88 de Cartas dos Mahatmas, Ed. Teosfica, Vol. II, p. 54]

Um nmero crescente de pessoas examina hoje a origem e a histria da noo de Deus, e compreende que os deuses Criadores e Salvadores das diferentes religies populares foram, sempre, inventados pelos prprios seres humanos. A credulidade religiosa dos povos no sustenta s as iluses teolgicas e as castas sacerdotais. Ela tambm justifica e legitima a guerra, o terror, o armamentismo, a escravizao das mentes e outras formas de desrespeito vida. O que est em jogo, pois, no um mero debate terico entre os seguidores desta ou daquela tese, mas o futuro da atual civilizao. A violncia no Afeganisto, no Paquisto, no Oriente Mdio e ao redor do mundo no obra do acaso. O dio entre povos e religies tem um fundo cultural, e resulta de uma viso teolgica e monotesta do mundo. A violncia e at a proliferao nuclear feitas em nome de Deus esto na pauta das reunies da ONU. Elas tambm so discutidas diariamente nos meios de comunicao. Mas a agresso que surge da f em deus nem sempre chega ao nvel

poltico-militar. Ela pode ser mais sutil, como quando promove, por exemplo, a dominao mental e a cegueira voluntria de milhes de pessoas. A fora atual da credulidade supersticiosa resulta da pouca popularizao, durante o sculo 20, da filosofia esotrica oriental e das diversas filosofias universalistas. Isso torna mais difcil, e mais importante, o desafio da primeira metade do sculo 21. A crise global de hoje deve ser olhada de frente. Ela ao mesmo tempo tica, geolgica, financeira, poltica, espiritual, e, potencialmente, militar-nuclear. Nesta situao, a iniciativa positiva deveria vir dos pases cristos. O cristianismo lidera a civilizao. H milhes de cristos sinceros. Os cidados ocidentais deveriam ser os primeiros a romper com as antigas supersties forjadas durante a idade mdia. Eles deveriam resgatar por iniciativa prpria aquela tica universal que permite ver alm dos dogmas e que nos capacita para reconhecer como irmos todos os povos. Abandonando as supersties, os cidados de todo o mundo percebero a unidade interdisciplinar que permeia as diferentes culturas, religies e filosofias, e tambm podero ver as imperfeies de cada uma delas. Abrir espao para esta nova viso das coisas uma tarefa prtica. Como parte da reflexo a este respeito, transcrevemos a seguir cinco trechos de um dos documentos mais extraordinrios da filosofia esotrica de todos os tempos. Escrito em 1882, o texto est publicado como Carta 88 na coletnea de Cartas dos Mahatmas. Nele, um Raja Iogue explica a posio da filosofia esotrica diante da questo de Deus.[1] Diz o Mestre:

1) Causas e Efeitos. Nem a nossa filosofia, nem ns prprios acreditamos em um Deus, e muito menos em um Deus cujo pronome necessita uma inicial maiscula. Nossa filosofia se encaixa na definio de Hobbes. Ela preeminentemente a cincia dos efeitos pelas causas e das causas por seus efeitos, e j que ela tambm a cincia das coisas surgidas do primeiro princpio, segundo a definio de Bacon, antes de admitir qualquer primeiro princpio devemos conhec-lo, sem o que no temos o direito de admitir nem mesmo sua possibilidade. (pginas 53-54)

2) A Verdade Sem Meios-Termos. Nossa doutrina no conhece meios-termos. Ela afirma ou nega, porque s ensina aquilo que sabe que a verdade. Portanto, ns negamos Deus como filsofos e como budistas. Sabemos que h vidas planetrias e outras vidas espirituais, e sabemos que em nosso sistema solar no existe coisa tal como Deus, seja pessoal ou impessoal. Parabrahm no um Deus, mas a lei absoluta imutvel, e Ishwar o efeito de Avidya e Maya, ignorncia baseada na grande iluso. A palavra Deus foi inventada para designar a causa desconhecida daqueles efeitos que o homem tem admirado ou temido sem entender, e j que ns alegamos e somos capazes de comprovar o que alegamos - isto , que conhecemos aquela causa e outras causas temos condies de sustentar que no h Deus ou Deuses atrs daqueles efeitos. (pgina 54) 3) Deus um Bicho-Papo.

A idia de Deus no uma noo inata, mas adquirida, e ns s temos uma coisa em comum com as teologias - ns revelamos o infinito. Mas enquanto atribumos causas materiais, naturais, sensveis e conhecidas (por ns, pelo menos) a todos os fenmenos que procedem do espao, da durao e do movimento infinitos e ilimitados, os testas atribuem a eles causas espirituais, sobre-naturais, ininteligveis e desconhecidas. O Deus dos telogos simplesmente um poder imaginrio, un loup garou [bicho-papo] na expresso de dHolbach - um poder que at agora nunca se manifestou. Nossa principal meta libertar a humanidade deste pesadelo, ensinar ao homem a virtude pelo bem da virtude, e ensin-lo a caminhar pela vida confiando em si mesmo, ao invs de depender de uma muleta teolgica que por eras incontveis foi a causa direta de quase toda a misria humana. (pginas 54-55) 4) A Vida Una Inclui o Mundo Material.

Podemos ser chamados de pantestas - de agnsticos, NUNCA. Se as pessoas estiverem dispostas a aceitar e a ver como Deus nossa VIDA UNA, imutvel e inconsciente em sua eternidade, podero faz-lo e assim manter mais um gigantesco equvoco de denominao. Mas ento tero de dizer como Spinoza que no h e no podemos conceber qualquer outra substncia alm de Deus, conforme aquele famoso e infeliz filsofo [2] diz em sua dcima-quarta proposio: praeter Deum neque dari neque concipi potest substantia - e assim tornarem-se pantestas... Quem, exceto um telogo formado no mistrio e no mais absurdo sobrenaturalismo pode imaginar um ser auto-existente, necessariamente infinito e onipresente, fora do universo manifestado que no tem fronteiras? A palavra infinito apenas uma negativa que exclui a idia de limites. evidente que um ser independente e onipresente no pode estar limitado por nada que seja externo a ele; que no pode haver nada externo a ele - nem mesmo um vcuo; portanto, onde haver espao para a matria? Para aquele universo manifestado, mesmo que este ltimo seja limitado? Se perguntarmos aos testas se o Deus deles vcuo, espao ou matria, eles respondero que no. E no entanto eles sustentam que o Deus deles penetra a matria embora ele prprio no seja matria. Quando ns falamos da nossa Vida Una, tambm dizemos que ela no s penetra, mas a essncia de cada tomo de matria; e que, portanto, ela no apenas tem correspondncia com a matria mas possui tambm todas as suas propriedades, etc. - conseqentemente, material, a prpria matria. (pgina 55) 5) Crena em Deus Produz Sofrimento Desnecessrio.

....Direi a voc qual a maior, a principal causa de cerca de dois teros dos males que perseguem a humanidade desde que esta causa se tornou um poder. a casta sacerdotal, o clero e as igrejas; nestas iluses que o homem v como sagradas, que ele deve procurar a fonte daquele sem-nmero de males, que a grande maldio da humanidade e que quase domina totalmente o gnero humano. A ignorncia criou os Deuses e a astcia aproveitou a oportunidade. Veja a ndia, veja a Cristandade, o Islamismo, o Judasmo e o fetichismo. Foi a impostura dos cleros que fez com que estes Deuses passassem a ser to terrveis para o homem; a religio que o transforma no beato egosta, no fantico que odeia toda a humanidade fora da sua prpria seita, sem torn-lo em nada melhor ou mais moral

por isso. a crena em Deus e nos Deuses que faz de dois teros da humanidade escravos de um punhado daqueles que os enganam com o falso pretexto de salvlos. O homem no est sempre pronto a cometer qualquer tipo de maldade se lhe disserem que seu Deus ou Deuses exigem o crime vtima voluntria de um Deus ilusrio, escravo abjeto de seus ministros astuciosos? Os camponeses irlandeses, italianos e eslavos passaro fome, e vero suas famlias famintas e sem roupa, para alimentar e vestir seu padre e seu papa. Durante dois mil anos a ndia gemeu sob o peso das castas, com os brmanes engordando s a si mesmos com o melhor da terra, e hoje os seguidores de Cristo e os de Maom esto cortando as gargantas uns dos outros em nome e para maior glria dos seus respectivos mitos. Lembre que a soma da misria humana nunca ser diminuda at aquele dia em que a parte melhor da humanidade destruir, em nome da Verdade, da moralidade e da caridade universal, os altares dos seus falsos deuses. (pginas 61-62)

NOTAS:

[1] Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett, Editora Teosfica, Braslia, 2001, edio em dois volumes, ver volume II, Carta 88. Os nmeros das pginas so indicados entre parnteses ao final de cada trecho. A ntegra da Carta 88 est publicada em www.filosofiaesoterica.com sob o ttulo Deus Pessoal ou Lei Universal?, e pode ser facilmente localizada no website atravs da Lista de Textos por Ordem Alfabtica.

[2] Benedictus de Spinoza foi perseguido por suas idias filosficas mesmo na Holanda do sculo 17, conhecida por seu clima de liberdade religiosa. Sua principal obra, tica, no pde ser publicada enquanto ele viveu. Foi acusado de atesmo e considerado um herege pela comunidade judaica. A dcima-quarta proposio mencionada a seguir pelo Mestre pertence parte I, De Deus, do seu famoso tratado sobre a tica (publicado no Brasil pela Ed. Ediouro). (Nota da edio brasileira de Cartas dos Mahatmas)

Superstio Monotesta Tornou-se Anacrnica Do Monotesmo para o Universalismo Sculo 21 Pode Trazer a Fraternidade Planetria

Por toda parte e desde a mais remota antiguidade, o homem criou Deus sua prpria imagem e semelhana, e no o contrrio. As ideologias monotestas fortalecem a intolerncia. Desde que elas passaram a dominar, no tm faltado tentativas de assegurar-se a posse exclusiva do mundo divino por parte de diferentes povos, cujos deuses, convenientemente, autorizam a matar e a maltratar sem d nem piedade os infiis, os hereges e os descrentes.

O deus dos cristos seria, supostamente, o nico existente. Esta pretenso pouco modesta justificou o desrespeito e a perseguio no s dos judeus, mas dos povos indgenas das Amricas, da frica e da sia. Na verdade o deus dos cristos uma cpia e uma verso romanizada do deus judaico, que, por sua vez, tambm supostamente nico, tenha sido tomado e adaptado de povos e tribos ainda mais antigos. Ao invs de agradecer aos hebreus por tomar-lhes emprestado o seu Deus e a sua escritura, os cristos perseguiram os seguidores de Jeov durante quase dois mil anos. Tentaram elimin-los como povo e como cultura, pela intimidao, pela assimilao forada, e pela violncia fsica. Talvez por isso Adolf Hitler nunca tenha sido excomungado, e nem sequer criticado pelo Papa, antes da sua derrota militar. Na rea do desrespeito aos direitos humanos, Adolf Hitler e os papas tinham muito em comum.

O deus muulmano uma criao mais recente que a divindade monotesta crist. Ele tambm apresentado como o nico deus que existe, mas, na prtica, ele um irmo mais jovem do deus que hoje controlado - em suas diversas verses - pelas igrejas catlicas, ortodoxas, protestantes e luteranas.

A verdade que, desde a mais remota antiguidade, cada povo tem produzido sempre os seus mitos simblicos e divinos com base na mitologia herdada de povos mais antigos. Helena P. Blavatsky escreveu em A Doutrina Secreta:

No o Uno Desconhecido e sempre presente Deus na Natureza, ou Natureza in abscondito, que rejeitado, mas o Deus do dogma humano e a sua Palavra humanizada. Com sua infinita presuno e seu orgulho e vaidade inerentes, o homem criou ele prprio o seu Deus com sua mo sacrlega a partir dos materiais que encontrou em sua pequena estrutura cerebral, e o imps humanidade como se fosse uma revelao direta do ESPAO uno e no revelado. [1]

A Carta do Grande Mestre - tambm conhecida na literatura esotrica como Carta do Chohan - descreve o programa de ao de longo prazo do movimento teosfico. Ali podemos ler a seguinte profecia, cujo cumprimento dever ocorrer com ajuda ativa do movimento esotrico autntico:

As doutrinas fundamentais de todas as religies se comprovaro idnticas em seu significado esotrico, uma vez que sejam desagrilhoadas e libertadas do peso morto representado pelas interpretaes dogmticas, dos nomes pessoais, das concepes antropomrficas e dos sacerdotes assalariados. Osris, Krishna, Buda e Cristo sero

apresentados como nomes diferentes de uma mesma estrada real para a bemaventurana final, o Nirvana.

E a carta do Chohan prossegue:

O Cristianismo mstico, isto , aquele Cristianismo que ensina a autolibertao atravs do nosso prprio stimo princpio - o Para-Atma (Augoeides) libertado, chamado por alguns de Cristo, por outros, de Buda, e equivalente regenerao ou renascimento em esprito - ser visto como exatamente a mesma verdade do Nirvana do Budismo. Todos ns temos de nos livrar de nosso prprio Ego, o ser ilusrio e aparente, a fim de reconhecer nosso verdadeiro ser em uma vida divina transcendental. Mas, se no formos egostas, devemos esforar-nos e fazer com que outras pessoas vejam essa verdade, e reconheam a realidade desse ser transcendental, o Buda, Cristo ou Deus de cada pregador. Esta a razo por que mesmo o Budismo exotrico o caminho mais seguro para conduzir os homens em direo nica verdade esotrica. Do modo como se encontra o mundo agora, seja cristo, muulmano ou pago, a justia desconsiderada, enquanto a honra e a piedade so atiradas ao vento.

Mais adiante, o documento afirma:

O mundo em geral, e especialmente a cristandade, abandonado por dois mil anos ao regime de um Deus pessoal, bem como a seus sistemas polticos e sociais baseados nessa idia, provou agora ser um fracasso. [2]

De fato, as religies supersticiosas no produziram tica, nem paz, nem justia

social. Tampouco estabeleceram um convvio equilibrado com o meio ambiente natural. Elas deixaram de servir evoluo humana, e algo melhor do que elas est surgindo agora, gradualmente. O processo de nascimento da viso ps-dogmtica e universalista do mundo dever acelerar-se nos sculos 21 e 22.

NOTAS:

[1] A Doutrina Secreta, H.P. Blavatsky, Ed. Pensamento, edio em seis volumes, ver volume I, p. 77. Na edio original, The Secret Doctrine, H. P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, 1982, volume I, p. 9.

[2] O texto A Carta do Grande Mestre pode ser localizado atravs da Lista de Textos por Ordem Alfabtica, no website www.filosofiaesoterica.com. Para localizar o documento atravs da Lista de Textos por Autor, busque-se como autor Um Mahatma dos Himalaias.

A Dimenso Sutil da Crena em Deus Espritos Anti-Evolutivos Animam as Crenas Religiosas Dogmticas

A crena popular no Deus pessoal, vingativo, rancoroso e temvel que imaginado pelas igrejas e religies convencionais constitui uma causa desnecessria de sofrimento humano, segundo alerta a Carta 88 das Cartas dos Mahatmas.

A julgar pelas aes dos seus sacerdotes, este deus justifica mentir, matar e oprimir, sempre que tais crimes sejam feitos - pelo menos nominalmente - para maior glria dele prprio.

No entanto, isso no tudo. No basta perceber apenas este mecanismo da credulidade dos povos. Um documento includo em Cartas dos Mahatmas mostra um aspecto mais sutil, e amplamente desconhecido, do processo da crena em deus. Trata-se da Carta nmero 30, no volume I, que inclui uma mensagem colocada no papel por H.P. Blavatsky, sob ditado do mestre dela.

O texto ditado revela que os deuses das religies dogmticas so de fato energias sutis animadas por espritos planetrios anti-evolutivos, cuja funo crmica evitar que a Vitria da Sabedoria Universal no corao humano ocorra de modo prematuro. O Mestre designa tais espritos planetrios atrasados pelo nome de MaMo Chohans.

Na mesma Carta 30, o Mahatma explica por que motivo um Raja-Iogue no pode ajudar em sua caminhada a quem cr em supersties como Deus e Deuses no sentido dogmtico. Tal crena destri as possibilidades de uma afinidade magntica, porque fecha a aura do indivduo para a expanso de conscincia que constitui a substncia do caminho espiritual.

Diz a Carta 30:

A f em Deuses ou em Deus e outras supersties atraem milhes de influncias alheias, entidades vivas e poderosos agentes para perto das pessoas, e nos veramos obrigados a usar algo mais que o exerccio comum de poder para afast-los. Ns decidimos no faz-lo. No consideramos necessrio nem proveitoso perder o nosso tempo travando uma guerra com planetrios [1] atrasados que se deliciam personificando deuses e, s vezes, personagens famosos que viveram na terra. Existem Dhyan-Chohans, e 'Chohans das Trevas', no o que eles chamam de diabos, mas 'Inteligncias' imperfeitas que nunca nasceram nesta ou em qualquer outra terra ou esfera, tanto quanto os 'Dhyan-Chohans', e que nunca faro parte dos 'construtores do Universo', as Inteligncias Planetrias puras que presidem cada Manvantara, enquanto que os Chohans das Trevas presidem os Pralayas. Explique isso ao sr. Sinnett (EU NO POSSO) diga-lhe que leia de novo o que disse a eles nas poucas coisas que expliquei ao sr. Hume, e que ele se lembre de que, assim como tudo neste universo contraste (no posso traduzi-lo melhor) assim tambm a luz dos Dhyan Chohans e sua inteligncia pura contrastada pelos 'Ma-Mo Chohans' e sua inteligncia destrutiva. Esses so os deuses que hindus, cristos, maometanos e todos os demais integrantes de religies e seitas intolerantes fanticas adoram; e enquanto a sua influncia se fizer sentir sobre os seus devotos, no nos ocorreria a idia de associar-nos a eles nem de opor-nos a seu trabalho, do mesmo modo como em relao aos Gorros Vermelhos [2] na terra, cujos resultados malficos tratamos de diminuir, mas com cujo trabalho no temos direito de imiscuir-nos, enquanto eles no se interpuserem em nosso caminho.

Depois desta mensagem ditada pelo raja-iogue, Helena Blavatsky prossegue na carta acrescentando uma explicao sua. Ela diz o seguinte (colocamos alguns termos explicativos entre colchetes, em itlico e sublinhados) :

Aqui (...) [o Mestre] quer dizer que eles no tm o direito, nem o poder, de ir contra a natureza, ou contra aquele trabalho que foi destinado pela lei da natureza para cada tipo de seres ou coisas existentes. Os Irmos [os Mahatmas] , por exemplo, podem (....) at certo grau reduzir o mal e aliviar o sofrimento: mas no podem destruir o mal. Do mesmo modo os Dhyan Chohans [espritos planetrios

evolutivos, que trabalham pela libertao humana] no podem impedir o trabalho dos Mamo Chohans, pois a Lei destes trevas, ignorncia, destruio, etc., assim como a Lei dos primeiros Luz, conhecimento e criao. Os Dhyans Chohans respondem a Buddh, Sabedoria Divina e Vida em conhecimento abenoado, e os Ma-mos so a corporificao na natureza de Shiva, Jeov e outros monstros inventados, que tm a ignorncia como seguidora.

Vemos assim que, de acordo com a filosofia esotrica, h de fato algo real que interage no plano sutil com as seitas religiosas cuja base o dogmatismo e a crena ritualista. Este algo so espritos planetrios anti-evolutivos.

A tarefa da teosofia - e a filosofia ocidental clssica sempre apontou no mesmo sentido - libertar a humanidade do pensamento supersticioso que procura perpetuar a ignorncia.

NOTAS:

[1] Isto , espritos planetrios. (N. ed. bras.)

[2] Seita asitica cujo trabalho contrrio evoluo espiritual. (N. ed. bras.)

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Dependncia Teolgica Destri Autoconfiana A Crena Como Problema Pedaggico

Um Mahatma explicou os motivos psicolgicos pelos quais a crena supersticiosa em um Deus Monotesta obstaculiza o aprendizado espiritual. Diz o Mestre:

Um sentimento constante de dependncia abjeta a uma Divindade vista como a nica fonte de poder faz com que um homem perca toda autoconfiana e o impulso para a atividade e a iniciativa. Tendo comeado por criar um pai e guia para si, ele se torna como um menino e permanece assim at a idade avanada, esperando ser conduzido pela mo tanto nos pequenos como nos grandes acontecimentos da vida. O ditado Ajuda a ti mesmo e Deus te ajudar interpretado por ele de tal maneira que, quando um empreendimento resulta de modo vantajoso, ele credita isso apenas a si mesmo; quando um fracasso, ele atribui isto vontade de seu Deus. (.....) Os pecados de vocs? O maior atribuir a Deus a tarefa de libert-los deles. Esta no uma piedade meritria, mas uma debilidade egosta e indolente. Ainda que a vaidade possa sussurrar o contrrio, preste ateno apenas a seu bom senso. [1]

Ou seja, enquanto houver crena em um deus monotesta, no pode haver uma compreenso cabal de que o principal templo nossa prpria conscincia, e que a grande divindade, invisvel e impessoal, Atma, o princpio universal presente neste Templo e tambm fora dele. Este princpio imparcial. Ele no manipula os fatos. Ele no faz favores, nem no pode ser comprado ou subornado com

homenagens, velas acesas, elogios, missas, cultos, oraes, pedidos, novenas, procisses ou promessas.

No caminho da felicidade, vale, isso sim, o ensinamento do Jesus do Novo Testamento: o que se planta, se colhe. Vale a lei do carma, e no o suposto favor pessoal de deuses monotestas imaginrios. deste modo que a humanidade cresce. Pode ser difcil desafiar e abandonar as iluses: mas no h outro caminho.

NOTA:

[1] Cartas dos Mestres de Sabedoria, Ed. Teosfica, Braslia, Primeira Srie, Carta 43.

Raja Ioga Prope a Auto-Libertao Liberdade Resulta do Exerccio da Responsabilidade Crmica

A teosofia - assim como a Raja Ioga - prope o caminho da autonomia do aprendiz. Os obstculos que impedem a felicidade de cada indivduo devem ser afastados do seu caminho por ele mesmo e por mrito prprio. Ele prprio criou os obstculos, e, portanto, a tarefa de afast-los pertence a ele. Este o ensinamento da lei do carma.

O processo pelo qual o indivduo humano cria sempre a cada momento as circunstncias do seu futuro passa pelo encadeamento constante dos pensamentos entre si, atravs de hbitos e padres estabelecidos. Estes hbitos, porm, esto sujeitos alterao atravs da fora de vontade.

Um Mestre explica como se d o mecanismo:

....Cada pensamento do homem, ao ser produzido, passa ao mundo interno e se torna uma entidade ativa associando-se - amalgamando-se, poderamos dizer - com um elemental, isto , com uma das foras semi-inteligentes dos reinos. Ele sobrevive como inteligncia ativa - uma criatura gerada pela mente - por um perodo mais curto ou mais longo, proporcionalmente intensidade da ao cerebral que o gerou. Desse modo um bom pensamento perpetuado como fora ativa e benfica, um mau pensamento como demnio malfico. Assim, o homem est constantemente ocupando sua corrente no espao com seu prprio mundo, um mundo povoado com a prole de suas fantasias, desejos, impulsos e paixes; uma corrente que reage sobre qualquer organizao sensvel ou nervosa que entre em contato com ela na proporo da sua intensidade dinmica. A isto os budistas chamam Skandha. Os hindus lhe do o nome de Carma. O adepto produz essas formas conscientemente; os outros homens as atiram fora inconscientemente. [1]

NOTA:

[1] Cartas dos Mahatmas, Ed. Teosfica, Braslia, volume II, p. 343, Primeira Carta para A.O.Hume.

Trocando Dogmas por Autoconfiana Combinando Independncia Pessoal Com Compaixo Universal

Para a teosofia original, o estudante deve combinar independncia pessoal com solidariedade. Ele deve reunir em si auto-responsabilidade e compaixo universal. Nenhum mestre tem como funo salvar o aprendiz dos seus prprios erros, ou das consequncia dos seus erros no passado. A funo do mestre dar elementos para que o discpulo liberte a si prprio.

Nos trechos a seguir, tirados de cartas dos Mestres, vemos os princpios pedaggicos seguidos pelos instrutores autnticos:

* ... Voc tem uma carta minha em que explico por que ns nunca guiamos nossos chelas (mesmo os mais avanados); nem os avisamos antecipadamente, mas deixamos que os efeitos produzidos pelas causas criadas por eles ensinem-lhes uma melhor experincia. [1]

* Voc est pronta para fazer a sua parte no grande trabalho da filantropia? Voc ofereceu-se para a Cruz Vermelha; mas, Irm [2] , existem doenas e feridas da alma que no podem ser curadas pela arte de nenhum cirurgio. Ir auxiliar-nos a ensinar humanidade que os doentes-da-alma devem curar-se a si prprios? Sua ao ser sua resposta. [3]

* Todo ser humano contm dentro de si vastas potencialidades, e dever dos adeptos rodear o possvel chela com circunstncias que o capacitaro para tomar o caminho da direita - se ele tiver a capacidade dentro de si. No temos o direito de retirar a chance de um postulante, assim como no podemos gui-lo e dirigi-lo pelo caminho correto. Na melhor das hipteses, podemos apenas mostrar a ele - depois que seu perodo de provao terminou exitosamente - que se ele fizer isso ir bem; se fizer aquilo, ir mal. Mas at que ele haja passado por esse perodo, ns deixamos que ele trave suas batalhas do melhor modo que puder; e temos que fazer o mesmo ocasionalmente com chelas mais adiantados e iniciados, como H.P.B., uma vez que lhes permitido trabalhar no mundo, o que todos ns evitamos mais ou menos. E alm disso (.....) ns deixamos que nossos candidatos sejam tentados de mil maneiras diferentes, de modo que venha para fora a totalidade da sua natureza interna, e deixamos a esta a possibilidade de vencer de uma maneira ou de outra. (.....) Todos ns somos testados dessa maneira (.....). [4]

Ao analisar certos erros cometidos por Helena Blavatsky, um Mestre escreve:

De acordo com nossas regras, (....) [o Mestre de H.P.B.] no tinha permisso para proibi-la claramente de fazer tal coisa. Ela tinha que ter total e inteira liberdade de ao, a liberdade de criar causas que se transformariam com o tempo no seu carrasco, seu pelourinho pblico. Ele podia, no mximo, proibi-la de produzir fenmenos, e ele recorria a este ltimo recurso to freqentemente quanto podia, para grande insatisfao dos amigos dela e dos teosofistas. [5]

A independncia essencial para que haja um real aprendizado, segundo explica um Mahatma:

Voc est completamente desinformado sobre o nosso sistema, e se eu pudesse torn-lo claro para voc, haveria dez chances contra uma de que os seus melhores sentimentos - os sentimentos de um europeu - ficariam perturbados, ou algo pior, com uma disciplina to chocante. O fato que, at a ltima e suprema iniciao, todo chela - (e mesmo alguns adeptos) - deixado com seus recursos e opinio prprios. Temos que enfrentar nossas prprias batalhas, e o adgio familiar - o adepto faz a si mesmo, ningum o faz - verdadeiro literalmente. J que cada um de ns o criador e produtor das causas que levam a este ou quele resultado, temos que colher apenas aquilo que semeamos. Nossos chelas so ajudados apenas quando so inocentes das causas que os colocaram em dificuldades; quando tais causas so geradas por influncias alheias, externas. A vida e a luta pelo adeptado seriam demasiado fceis, se todos tivssemos limpadores atrs de ns varrendo para longe os efeitos que geramos atravs da nossa imprudncia e presuno. (.....) Assim, passo a passo, e depois de uma srie de punies, o chela aprende pela amarga experincia a suprimir e guiar seus impulsos; ele perde sua imprudncia, sua auto-suficincia, e nunca cai nos mesmos erros. [6]

No discipulado, o aprendiz deve optar entre dois caminhos:

Um chela em provao tem permisso para pensar e fazer o que quiser. Ele advertido e informado previamente: Voc ser tentado e enganado pelas aparncias; dois caminhos se abriro diante de voc, os dois levando meta que voc est tentando alcanar; um, fcil, e este o levar mais rapidamente ao cumprimento das ordens que voc pode receber; o outro, mais rduo, mais longo; um caminho cheio de pedras e espinhos que o faro pisar em falso mais de uma vez; e no final do qual voc pode, talvez, chegar a um fracasso, depois de tudo, e ser incapaz de executar as ordens dadas para um pequeno trabalho particular - mas, enquanto este caminho far com que as dificuldades enfrentadas por voc devido a ele sejam todas contabilizadas a seu favor a longo prazo, o outro, o caminho fcil, s pode oferecer a voc uma gratificao momentnea, uma realizao fcil da tarefa.

[7]

O princpio pedaggico e filosfico da autonomia do aprendiz - para citar a expresso criada pelo educador brasileiro Paulo Freire - pode demorar ainda algum tempo at ser absorvido na prtica e substituir, finalmente, as crenas dogmticas. Ele deve ser adaptado e aplicado gradualmente a cada situao humana. Todos os seres so aprendizes, e cada momento da vida traz uma ou mais lies, para quem tem olhos para ver.

Quando o aprendizado consciente substituir finalmente os dogmas cegos, trs axiomas fundamentais ficaro claros para o conjunto da humanidade:

I - A alma do homem imortal e o seu futuro o de algo cujo crescimento e esplendor no tm limites.

II- O princpio que d a vida mora em ns e fora de ns; imortal e eternamente benfico; no ouvido, nem visto, nem apreendido pelo olfato, mas pode ser percebido pelo homem desejoso de o perceber.

III - Cada homem o seu absoluto legislador, o dispensador da glria ou das trevas para si prprio; o decretador de sua vida, recompensa e punio. [8]

NOTAS:

[1] Cartas dos Mahatmas, Ed. Teosfica, Carta 95, vol. II, p. 151 [2] Na edio brasileira, vemos a palavra Filha. Porm vale o original em ingls, em que temos Irm. [3] Cartas dos Mestres de Sabedoria, Ed. Teosfica, Carta 72, segunda srie, p. 248. [4] Cartas dos Mahatmas, Carta 92, vol. II, pp. 97-98. [5] Cartas dos Mahatmas, Carta 92, vol. II, pp. 92-93. [6] Cartas dos Mahatmas, Carta 92, vol. II, p. 90-91. [7] Cartas dos Mahatmas, Carta 74, vol. I. p. 343. [8] Luz no Caminho, M. Collins, Ed. Pensamento, SP, p. 27.POSTADO POR DELTON MARTINS S 12:22 MARCADORES: TEOSOFIA

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