94
FACULDADE 7 DE SETEMBRO – FA7 NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO MBA EM GESTÃO E LIDERANÇA AVANÇADA DE PESSOAS JANETE CÂNDIDO DE OLIVEIRA SILVA TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: UM ESTUDO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL SOB A ÓTICA DA PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS FORTALEZA – 2012

Terceirização na Administração Pública: Um estudo do Comportamento Organizacional

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

FACULDADE 7 DE SETEMBRO – FA7 NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO

MBA EM GESTÃO E LIDERANÇA AVANÇADA DE PESSOAS

JANETE CÂNDIDO DE OLIVEIRA SILVA

TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: UM ESTUDO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL SOB A ÓTICA DA PERCEPÇÃO DOS

FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS

FORTALEZA – 2012

JANETE CÂNDIDO DE OLIVEIRA SILVA

TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: UM ESTUDO DO

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL SOB A ÓTICA DA PERCEPÇÃO DOS

FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS

Monografia apresentada à Faculdade 7 de

Setembro como requisito parcial para obtenção do

título de MBA em Gestão Avançada de Pessoas.

Orientador: Prof. Maiso Dias Alves Junior, Ms.

FORTALEZA – 2012

TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: UM ESTUDO DO

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL SOB A ÓTICA DA PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS

Monografia apresentada à Faculdade 7 de

Setembro como requisito parcial para obtenção do

título de MBA em Gestão Avançada de Pessoas.

______________________________________ Janete Cândido de Oliveira Silva

Monografia aprovada em: ______ / ______ / ______

______________________________________ Prof. Maiso Dias Alves Júnior, Ms.

Examinador: ______________________________________

Prof. Hercílio Brito, Ms. (FA7) Coordenador do Curso

Dedico este trabalho à minha família, nas

pessoas do meu pai, Eleudo, minha mãe,

Cândida, meu irmão Elvis e meu esposo

Carlos André por toda expressão de amor,

companheirismo, apoio e incentivo

manifestados durante toda a minha vida.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço muito a Deus por permitir que mais um ciclo se cumpra em

minha vida, pela força de vontade e determinação a qual fui abençoada para

conclusão deste passo tão importante em minha carreira.

Aos meus pais, Eleudo e Cândida por sempre terem me apoiado em tudo que me

atrevi a fazer até hoje, pela dedicação, pelos ensinamentos e por terem me guiado

sempre pelo caminho do bem.

Ao meu irmão Elvis pelo carinho e apoio de sempre.

Ao meu amado esposo Carlos André pela extrema paciência, dedicação, confiança,

amor e carinho que tem por mim nestes 6 anos de relacionamento e por toda ajuda

que me ofereceu para que este trabalho pudesse ser concluído.

Ao professor Maiso Dias por seu precioso norteio, compreensão e paciência rumo à

realização deste árduo trabalho.

E a todos que, de alguma forma, me deram incentivo e acreditaram que este

grandioso momento seria possível em minha vida.

“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguimos atingi-lo. Independentemente das circunstâncias devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”

(Dalai Lama)

RESUMO

Com os avanços tecnológicos oferecidos no decorrer dos anos, a gestão de

pessoas, assim como a terceirização, passou a ter um papel bastante importante na

evolução destes avanços, permitindo que até mesmo a administração pública

aderisse aos serviços desta mão de obra e pensasse em manter uma cultura

organizacional que proporcionasse bem estar aos funcionários terceirizados. Neste

sentido, sem se propor ao ineditismo, e sim como uma forma de contribuir com as

discussões acerca do tema, o presente trabalho tem como principal objetivo

determinar como a cultura organizacional pode contribuir para a satisfação dos

funcionários terceirizados na administração pública, tendo como base todo

referencial teórico. Foi feita uma pesquisa de natureza descritiva e aplicado

questionários com funcionários terceirizados e os dois gestores concursados de um

órgão público pertencente ao Governo do Estado do Ceará. Concluiu-se que o órgão

estudado possui uma cultura e um clima organizacional bastante influenciadora no

bem estar do funcionário terceirizado e impulsionador ao bom desempenho do

mesmo. Pode-se concluir também que a terceirização é a base da precarização do

trabalho, entendendo que a satisfação identificada com a amostra se refere a fatores

higiênicos e não motivacionais.

Palavras-chave: Gestão de pessoas. Terceirização. Administração pública. Cultura

organizacional.

ABSTRACT

With the technological advances offered over the years, people management, as well

as outsourcing, now has an important role in the evolution of these advances,

allowing even the government adhered to the services of labor and thought to keep

an organizational culture that would provide welfare to outsourced employees. In this

sense, without proposing to the novelty, but as a way to contribute to discussions on

the subject, this work has as main objective to determine how organizational culture

can contribute to the satisfaction of outsourced employees in public administration,

based on all theoretical. We conducted a descriptive research and applied

questionnaires with outsourced employees and two managers of a gazetted public

agency owned by the state government of Ceará. It was concluded that the agency

has studied a culture and organizational climate quite influential in the welfare of the

employee outsourcing and leverage the good performance of it. One can also

conclude that outsourcing is the basis of the precariousness of work, understanding

that satisfaction identified with the sample refers to non-hygienic and motivational

factors.

Keywords: Management of people. Outsourcing. Public administration.

Organizational culture.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 14 2.1 Comportamento Organizacional ......................................................................... 14 3. CONTEXTO E DEFINIÇÃO DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL ...... 19 3.1 Cultura Organizacional........................................................................................ 19 3.2 Características da Cultura Organizacional .......................................................... 21 3.3 A Importância da Cultura Organizacional ............................................................ 22 3.4 Clima Organizacional .......................................................................................... 23

4. TERCEIRIZAÇÃO: HISTÓRIA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS .................... 31 4.1 Evolução histórica da Terceirização.................................................................... 31 4.2 Conceitos e fundamentos da Terceirização ........................................................ 33 4.3 Características da Terceirização ......................................................................... 37 4.4 A Terceirização e o Direito do Trabalho .............................................................. 37 4.5 A Terceirização na Administração Pública .......................................................... 42 4.6 Vantagens e Desvantagens do Processo de Terceirização ................................ 43 4.7 Terceirização e Valorização das Pessoas .......................................................... 48

5. METODOLOGIA ................................................................................................. 56 5.1 Método e técnica da pesquisa ............................................................................ 56 5.2 Técnica e instrumento de coleta de dados .......................................................... 58 5.3 Unidade de análise ............................................................................................. 59 5.4 Etapas da pesquisa............................................................................................. 60 5.5 Critérios utilizados para análise dos dados ......................................................... 61 6. AVALIAÇÃO DE RESULTADOS ....................................................................... 63 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 80 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84 ANEXOS ................................................................................................................... 88

10

1. INTRODUÇÃO

O crescente número de organizações no mundo inteiro que buscam

conhecer e aplicar boas práticas de gestão de pessoas tem como aliada a Cultura

Organizacional, pois este fator norteia estas práticas no que diz respeito ao clima

organizacional, comportamento humano e relacionamento entre os colaboradores.

Além disso, as organizações muito têm se preocupado com a motivação dos

empregados e nos benefícios que o incentivo à motivação pode trazer tanto para

qualidade de vida do empregado quanto para a produtividade da empresa

(ALVAREZ, 1996).

Mas quando se trata de terceirizados, principalmente na administração

pública, este é um tópico praticamente inexistente nas pautas de reunião dos

supervisores e superintendentes dos órgãos públicos. Afinal, o objetivo da adoção

da terceirização pela administração pública, e até mesmo nas demais empresas,

ainda é exatamente diminuir custos e não ter que realizar esforços no controle e

gestão dos terceirizados, embora o processo de terceirização atualmente esteja

passando por um processo de adaptação a esta nova realidade do mundo

globalizado. E por ainda ter este detalhe da diminuição de custos, isto faz com que

alguns aspectos básicos quanto à motivação de pessoas, igualdade de tratamento e

qualidade de vida sejam ignorados nas situações relativas à gestão dos profissionais

terceirizados.

Com o crescimento da implementação da terceirização, identifica-se a

existência de políticas, estratégias e medidas para gestão, controle e motivação

direcionadas aos empregados e a ausência da aplicação destas políticas e medidas

para os terceirizados. De um lado, para um número cada vez menor de empregados

regidos pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), temos o

desenvolvimento de boas práticas para a manutenção de talentos, incentivos

comportamentais e financeiros e cuidados com aspectos de melhoria da qualidade

de vida. De outro lado temos um número cada vez maior de profissionais

terceirizados para os quais pouco ou nenhum conceito de gestão de recursos

humanos é aplicado, criando assim uma classe diferenciada de profissionais, muitas

vezes dentro de uma mesma empresa (SILVA, 1997).

Os terceirizados, apesar de não serem empregados, são pessoas e

profissionais que necessitam e requerem uma gestão que considerem fatores

11

básicos de motivação para que possam executar suas atividades dentro do padrão

esperado e exigido, não só pela empresa contratante, como pela empresa que

presta o serviço, ou seja, a contratada, no propósito de não haver nenhum tipo de

discriminação ou preconceito com o pessoal terceirizado.

Segundo o Instituto Ethos (2012), uma iniciativa importante para a

empresa é buscar disseminar seus valores pela cadeia de fornecedores, empresas

parceiras e terceirizadas. Desta forma, deve exigir para os trabalhadores

terceirizados condições semelhantes às de seus próprios empregados. Cabe à

empresa evitar que ocorram terceirizações em que a redução de custos seja

conseguida pela degradação das condições de trabalho e das relações com os

trabalhadores.

Diante do exposto, este trabalho se propõe a responder o seguinte

questionamento: Como a cultura organizacional pode contribuir para a satisfação

dos funcionários terceirizados na administração pública?

O estudo tem como hipótese a afirmação de que a administração pública

permite ter uma cultura organizacional que não influencie em desigualdades entre os

funcionários públicos e terceirizados.

Seguindo este direcionamento, o estudo aponta como objetivo geral

determinar como a cultura organizacional pode contribuir para a satisfação dos

funcionários terceirizados na administração pública.

Apresenta como objetivos específicos: a) Identificar as principais

vantagens e desvantagens da terceirização; b) Identificar fatores desmotivadores e

motivadores ligados ao processo de terceirização; e c) Relacionar as oportunidades

que o processo de terceirização oferece.

Mesclando todos estes objetivos e o questionamento acima expostos,

este trabalho também pretende sugerir algumas boas práticas a serem aplicadas

para a gestão de terceirizados, na opinião de Queiroz (1998), como avaliação

periódica, participação nas decisões, isto por parte da empresa tomadora dos

serviços, e uma melhor estruturação da empresa prestadora dos serviços, quanto à

manutenção dos terceirizados no que diz respeito à folha de pagamento, benefícios

e desenvolvimento do potencial dos mesmos. Estas práticas buscam como resultado

um melhor clima motivacional para os terceirizados e com isso uma melhor

produtividade, estabelecendo a relação do ganha-ganha.

12

Para viabilizar o referido estudo, foi realizada uma pesquisa qualitativa in

loco a qual será explicada no capítulo referente à metodologia. Para coleta de dados

foram aplicados questionários semi-estruturados para os funcionários terceirizados e

para os dois gestores do órgão que são concursados.

Desta forma, o trabalho está dividido em sete capítulos. O primeiro

capítulo faz uma introdução sobre o assunto do estudo em linhas gerais, abordando

o questionamento do estudo, objetivo geral e objetivos específicos assim como a

hipótese. O segundo capítulo dá início à abordagem do referencial teórico com uma

contextualização que contempla o conceito de comportamento organizacional

alinhado ao questionamento e objetivos do estudo. O terceiro capítulo contextualiza-

se e conceitua-se cultura e clima organizacional.

O quarto capítulo dá início à pesquisa literária sobre a abordagem

histórica, conceitos e fundamentos da terceirização assim como apresenta as suas

características como forma de conhecer melhor o processo. Também aborda o

universo da terceirização perante o Direito do Trabalho, alinhado à importância da

autonomia para realizar o processo de terceirização dentro das empresas, e aos

desafios a serem superados em questões de amparo das leis trabalhistas. Expõe o

objeto de estudo que é o processo de terceirização dentro da administração pública,

e defende que o processo é possível de ser bem sucedido dentro de órgãos públicos

como em qualquer outra empresa.

O capítulo quatro também contempla as vantagens e desvantagens da

terceirização como forma de expor que é válido dizer que os benefícios na

terceirização para as empresas de forma geral vão além de valores econômicos,

qualificando também os serviços, levando os funcionários da empresa a dedicar-se

com mais ênfase às atividades fim, eliminando assim a ociosidade e aumentando a

produção. Ainda traz a abordagem da terceirização e a valorização de pessoas

como forma de expor que pode e deve existir valorização dos funcionários

terceirizados como qualquer outro, pois estes profissionais apresentam como ser

humano as mesmas necessidades e anseios dos demais e que motivação nunca é

demais para a obtenção de resultados.

Nos capítulos cinco e seis encontra-se a metodologia e apresentação da

pesquisa, análise dos dados e avaliação dos resultados, demonstrando por onde é

13

necessário avançar no que se refere à gestão de pessoas atrelada à cultura

organizacional no processo de terceirização na administração pública.

Finalizando, no capítulo sete, é explicitado um conjunto de conclusões da

pesquisa aplicada, que pode servir como contribuição para o debate e o

aperfeiçoamento a respeito do campo de conhecimento da cultura organizacional em

meio à terceirização na administração pública, minimizando as possíveis

desigualdades entre os funcionários públicos e terceirizados e má gestão da

empresa prestadora de serviço (contratada terceirizadora).

14

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Comportamento Organizacional

Para Robbins (2002) o comportamento organizacional é um campo de

estudos que investiga o impacto que os indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o

comportamento dentro das organizações, com o propósito de utilizar esse

conhecimento para promover a melhoria da eficácia organizacional.

Já DuBrin (2006) afirma que o comportamento organizacional é o estudo

do comportamento humano no local de trabalho, a interação entre as pessoas e a

organização em si. O autor descreve que as principais metas do comportamento

organizacional são: explicar, prever e controlar o comportamento. DuBrin (2006)

ainda ressalta que alguns autores consideram que o comportamento organizacional

é de inteira prática da administração e que outros enfocam o comportamento

organizacional muito mais no elemento humano e sua interação com a organização

total.

Complementando a afirmação dos dois autores, significa que o

comportamento organizacional se trata de uma área de especialidade, com um

corpo comum de conhecimentos, que estuda três determinantes do comportamento

nas organizações: indivíduos, grupo e estrutura. Segundo Robbins (2002) o

comportamento organizacional aplica o conhecimento obtido sobre as pessoas, os

grupos e o efeito da estrutura sobre o comportamento para fazer com que as

organizações trabalhem mais eficazmente.

Deste modo pode-se dizer que o comportamento organizacional se

preocupa com o estudo do que as pessoas fazem nas organizações e de como esse

comportamento afeta o desempenho dessas empresas. Como esse estudo está

voltado especificamente para situações relacionadas com o emprego, enfatiza-se o

comportamento relativo a funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade,

produtividade, desempenho humano e administração (ROBBINS, 2002).

A figura 5, idealizada por DuBrin (2006), mostra a estrutura básica para o

estudo do comportamento organizacional. Começando da esquerda para a direita, a

base do comportamento organizacional é o estudo do comportamento individual.

Nenhum grupo ou organização é tão poderoso que as qualidades dos membros,

15

individualmente, não contém. Fatores-chave na compreensão de como os indivíduos

trabalham incluem diferenças individuais, capacidade mental e personalidade,

aprendizagem, percepção, atitudes, valores e ética. É também importante

compreender a tomada de decisão individual, conceitos básicos de motivação,

programas motivacionais, conflitos, estresse e bem-estar.

Figura 5 – Uma estrutura para estudar o comportamento organizacional.

Fonte: DuBrin (2006).

Conforme sugerido na figura 5, os vários níveis de estudo estão

interligados. Compreender como os indivíduos se comportam contribui para um

entendimento de grupos e relações interpessoais.

As setas da figura enfatizam a inter-relação de processo e tópicos nos

três níveis. A motivação proporciona um exemplo claro. O nível de motivação de

uma pessoa depende de sua formação individual, bem como das influências do

grupo de trabalho e da cultura organizacional. Alguns grupos de trabalho e culturas

organizacionais despertam novos membros por causa do seu ambiente altamente

carregado. As setas também correm direção contrária. Trabalhadores altamente

Nível individual: Diferenças individuais, habilidade mental e personalidade; Aprendizagem, percepção, atitudes, valores e ética; Tomada de decisão individual e Criatividade; Conceitos básicos de motivação, conflito, estresse e bem-estar.

Grupos e relações interpessoais: Comunicação interpessoal; Dinâmica de grupo e trabalho de equipe; Liderança; Poder, política e influência.

O sistema organizacional e o ambiente global: Estrutura e projeto organizacional; Cultura organizacional e mudança; A organização de aprendizagem e a administração do conhecimento; Diversidade cultural e comportamento organizacional internacional

16

motivados, por exemplo, melhoram o desempenho dos grupos de trabalho e

contribuem para o relacionamento interpessoal eficaz e aprimoram a cultura da

organização (DUBRIN, 2006).

Em linhas gerais, o comportamento organizacional inclui tópicos básicos

como motivação, comportamento e poder de liderança, comunicação interpessoal,

estrutura e processos de grupos, aprendizado, desenvolvimento de atitudes e

percepção, processos de mudanças, conflitos, planejamento do trabalho e estresse

no trabalho. O conceito por trás dessa abordagem é que o comportamento não é

aleatório. Ele parte de algum ponto e dirige-se a outro, que representa alguma coisa

que indivíduo acredita ser, correta ou incorretamente, de seu maior interesse. O

comportamento geralmente é previsível quando sabemos como a pessoa percebe

uma situação e qual sua importância para ela. Certamente existem diferenças entre

as pessoas. Elas não reagem todas da mesma maneira a uma dada situação.

Contudo, existem algumas consistências fundamentais que sustentam o

comportamento de todos os indivíduos, que podem ser identificadas e, então,

modificadas para refletir as diferenças individuais (ROBBINS, 2002). Chiavenato (2009), afirma que embora se possa ver as pessoas como

recursos, isto é, como portadoras de habilidades, capacidades, conhecimentos,

competências, motivação de trabalho etc., nunca se deve esquecer que as pessoas

são pessoas, isto é, portadoras de características de personalidade, expectativas,

objetivos pessoais, histórias particulares etc. Convém, portanto, salientar algumas

características genéricas das pessoas como pessoas, pois isto melhora a

compreensão do comportamento humano nas organizações. O comportamento das

pessoas apresenta algumas características:

a) O homem é pró-ativo. O comportamento das pessoas é orientado

para a satisfação de suas necessidades pessoais e para o alcance de

seus objetivos e aspirações. Por isso, reagem e respondem a seu

ambiente, seja no trabalho seja fora da organização. As pessoas

podem tanto resistir corno colaborar com as políticas e os

procedimentos da organização, dependendo das estratégias de

liderança adotadas por algum supervisor. De modo geral, o

comportamento nas organizações é determinado tanto pelas práticas

17

organizacionais como pelo comportamento proativo (orientado para

objetivos pessoais) dos participantes da organização.

b) O homem é social. A Participação em organizações é importante na

vida das pessoas porque as conduz ao envolvimento com outras

pessoas ou grupos. Nos grupos ou nas organizações, os indivíduos

procuram manter sua identidade e seu bem-estar psicológicos e usam

seus relacionamentos com outras pessoas para obter informação sobre

si mesmos e sobre o ambiente em que vivem. Os dados obtidos

constituem “realidade social” para os indivíduos que nela se baseiam

para testar e comparar suas próprias capacidades, ideias e

concepções, e no sentido de aumentar sua autocompreensão. Aliás, as

relações sociais - mais do que qualquer outro fator - determinam a

natureza do autoconceito das pessoas.

c) O homem tem diferentes necessidades. As pessoas são motivadas

por grande diversidade de necessidades. Um fator pode motivar o

comportamento de uma pessoa hoje e pode não ter potência suficiente

para determinar seu comportamento no dia seguinte. Por outro lado, o

comportamento das pessoas é simultaneamente influenciado por um

grande número de necessidades que apresentam valências e

quantidades diferentes.

d) O homem percebe e avalia. A experiência do indivíduo com seu

ambiente é um processo ativo porque seleciona os dados dos

diferentes aspectos do ambiente, avalia-os em termos de suas próprias

experiências passadas em função daquilo que está experimentando em

termos de suas próprias necessidades e valores.

e) O homem pensa e escolhe. O comportamento humano é proposital,

proativo e cognitivamente ativo. Pode ser analisado em termos de

planos comportamentais que escolhe, desenvolve e executa para lidar

com os estímulos com que se defronta e para alcançar seus objetivos

18

pessoais. A maneira como o indivíduo seleciona e escolhe seus cursos

de ação pode ser explicada pela teoria da expectância.

f) O homem tem limitada capacidade de resposta. O homem tem uma

limitada capacidade para desempenhar de acordo com o que pretende

ou ambiciona. As pessoas não são capazes de se comportar de todas

as formas, pois suas características pessoais são limitadas e restritas.

As diferenças individuais fazem com que as pessoas tenham

comportamentos variados. A capacidade de resposta é função das

aptidões (inatas) e da aprendizagem (aquisição). Tanto a capacidade

mental como a física está sujeita a limitações.

É à luz das características do comportamento humano, que a cultura e o

clima organizacional, que irão ser tratados no capítulo seguinte, trazem uma

abordagem de como este fator influencia diretamente na contratação de terceiros

para execução de uma determinada atividade dentro das organizações.

19

3. CONTEXTO E DEFINIÇÃO DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL

3.1 Cultura Organizacional

De acordo com Robbins (2002), cultura organizacional se refere à

maneira pela qual os funcionários percebem as características da cultura a empresa,

e não ao fato de gostarem ou não delas. Cada organização tem a sua cultura

organizacional ou cultura corporativa. Para se conhecer uma organização o primeiro

passo é conhecer a sua cultura. Fazer parte de uma organização significa assimilar

sua cultura. Viver em uma organização, trabalhar nela, atuar em suas atividades,

desenvolver carreira nela é participar intimamente de sua cultura organizacional. O

modo como as pessoas interagem em uma organização, as atitudes predominantes,

as pressuposições subjacentes, as aspirações e os assuntos relevantes nas

interações entre os membros fazem parte da cultura da organização.

Já para Chiavenato (2004), a cultura organizacional representa as normas

informais e não-escritas que orientam o comportamento dos membros de uma

organização no dia-a-dia e direcionam suas ações para a realização dos objetivos

organizacionais. Ela é o conjunto de hábitos e crenças estabelecido através de

normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros da

organização. A cultura espelha a mentalidade e que predomina em uma

organização.

Para Schein (1992), a cultura organizacional é um padrão de aspectos

básicos compartilhados – inventados, descobertos ou desenvolvido por um

determinado grupo que aprende a enfrentar seus problemas de adaptação externa e

integração interna – e que funciona bem a ponto de ser considerado válido e

desejável para ser transmitido aos novos membros como a maneira correta de

perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.

A cultura organizacional não é algo palpável, que se possa tocar. Ela não

é percebida ou observada em si mesma, mas através dos seus efeitos e

consequências. Nesse sentido ela lembra um iceberg. Na parte superior que está

acima do nível da água estão os aspectos visíveis e superficiais que são observados

nas organizações e que são decorrências da sua cultura. Quase sempre são as

decorrências físicas e concretas da cultura, como tipo de edifício, cores utilizadas,

espaços, tipos de salas e mesas, os métodos e procedimentos do trabalho, as

20

tecnologias utilizadas, os títulos e as descrições de cargos, as políticas de gestão de

pessoas. Na parte submersa estão os aspectos invisíveis e profundos, cuja

observação ou percepção é mais difícil. Nessa parte estão as decorrências e os

aspectos sociológicos da cultura (CHIAVENATO, 2006).

Figura 1 – O iceberg da cultura organizacional

Fonte: Chiavenato (2006).

De acordo com Chiavenato (2006), a comparação com um iceberg tem

uma razão evidente: a cultura organizacional apresenta várias camadas com

diferentes níveis de profundidade. Para se conhecer a cultura de uma organização

torna-se necessário conhecê-la em todos esses níveis. A figura 1 é auto-explicativa

e proporciona uma clara compreensão das diversas camadas da cultura

organizacional. Quanto mais profunda a camada, tanto maior a dificuldade de mudar

ou transformar a cultura. A primeira camada – a dos artefatos que caracterizam

fisicamente a organização – é a mais fácil de mudar, pois é constituída por aspectos

físicos e concretos, por instalações, móveis e coisas que podem ser mudados sem

maiores problemas. À medida que se aprofunda nas outras camadas, a dificuldade

Aspectos Formais e Abertos

• Estrutura organizacional • Títulos e descrições de cargos • Objetivos organizacionais e estratégias • Tecnologia e práticas organizacionais • Políticas e diretrizes de pessoal • Métodos e procedimentos de trabalho • Medidas de produtividade • Medidas financeiras

Componentes visíveis e publicamente

observáveis, orientados para

aspectos operacionais e de tarefas cotidianas.

Componentes invisíveis e ocultos, afetivos e

emocionais, orientados para aspectos sociais e

psicológicos.

Aspectos Informais e Ocultos

• Padrões de influenciação e de poder • Percepções e atitudes das pessoas • Sentimentos e normas grupais • Valores e expectativas • Padrões de interações formais • Relações afetivas

21

de mudar se torna cada vez maior. Na camada mais profunda – a das

pressuposições básicas – a mudança cultural é mais difícil, problemática e

demorada.

Deste modo, o próximo tópico trata da importância da cultura

organizacional em meio as diversas variáveis que implicam na estrutura de uma

organização.

3.2 Características da Cultura Organizacional

Robbins (2002), descreve que parece haver ampla concordância de que a

cultura organizacional se refere a um sistema de valores, compartilhado pelos

membros de uma organização e que a difere de uma para outra. Esse sistema é, em

última análise, um conjunto de características-chave que a organização valoriza.

Segundo o autor as pesquisas sugerem que existem sete características básicas

que, em seu conjunto, capturam a essência de uma organização.

A cultura organizacional apresenta sete características principais,

segundo Robbins (2002):

1. Inovação e assunção de riscos. O grau em que os funcionários são

estimulados a serem inovadores e assumirem riscos.

2. Atenção aos detalhes. O grau em que se espera que os funcionários

demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes.

3. Orientação para os resultados. O grau em que os dirigentes focam os

resultados mais do que as técnicas e os processos empregados para o

alcance deles.

4. Orientação para as pessoas. O grau em que as decisões dos

dirigentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as

pessoas dentro da organização.

22

5. Orientação para a equipe. O grau em que as atividades de trabalho

são organizadas mais em termos de equipes do que de indivíduos.

6. Agressividade. O grau em que as pessoas são competitivas e

agressivas, em vez de dóceis e acomodadas.

7. Estabilidade. O grau com que as atividades organizacionais enfatizam

a manutenção do status quo em contraste ao crescimento.

O autor ratifica que cada uma dessas características existe dentro de um

continuum que vai do baixo ao alto grau. A avaliação da organização em termos

destas sete características revela, portanto, uma ilustração complexa da cultura

organizacional. Estas características se tornam base dos sentimentos de

compreensão compartilhada que os membros têm a respeito da organização, de

como as coisas são feitas e a forma como devem se comportar.

Diante das características da cultura organizacional que foram apontadas,

Robbins (2002), descreve que o reconhecimento de que a cultura organizacional

possui propriedades comuns, não significa, contudo, que não pode haver

subculturas dentro da organização. A maioria das grandes organizações possui uma

cultura dominante e diversos nichos de subculturas.

O autor aponta que a cultura dominante (cultura de uma organização)

expressa os valores essenciais compartilhados pela maioria dos membros da

organização. Já as subculturas tendem a ser desenvolvidas nas grandes

organizações para refletir problemas, situações ou experiências comuns a alguns de

seus membros. Essas subculturas podem ser definidas por designações de

departamentos e separação geográfica.

Deste modo, o próximo tópico aborda as funções da cultura

organizacional observadas do ponto de vista de Robbins (2002).

3.3 A importância da Cultura Organizacional

Robbins (2002) retrata que a cultura organizacional desempenha diversas

funções dentro de uma organização:

23

1. Ela tem o papel de definidora de fronteiras, ou seja, cria distinções

entre uma organização e outra.

2. Ela proporciona um senso de identidade aos membros da organização.

3. Facilita o comprometimento com algo maior do que os interesses

individuais de cada um.

4. Estimula a estabilidade do sistema social.

Segundo o autor a cultura é a argamassa social que ajuda a manter a

organização coesa, fornecendo os padrões adequados para aquilo que os

funcionários vão fazer ou dizer.

Em contrapartida, Freitas (2002) entende que a cultura organizacional é

tida primeiramente como instrumento de poder, como conjunto de representações

imaginárias sociais que se constroem e reconstroem nas relações cotidianas dentro

da organização e que se expressam em termos de valores, normas significados e

interpretações, visando um sentido de direção e unidade, tornando a organização

fonte de identidade e de reconhecimento para seus membros, formando assim o que

chamamos de clima organizacional.

A autora ainda ressalta que através da importância da cultura

organizacional se define e se transmite o que é essencial, qual a maneira apropriada

de pensar e agir em relação aos ambientes interno e externo, o que são condutas e

comportamentos aceitáveis, o que é realização pessoal etc.

O próximo capítulo traz o conceito de clima organizacional como

embasador da motivação e satisfação no ambiente de trabalho.

3.4 Clima Organizacional

Segundo Siqueira (2008) clima organizacional consiste em percepções

compartilhadas que os membros desenvolvem através das suas relações com as

políticas, as práticas e os procedimentos organizacionais tanto formais quanto

informais. Essas percepções compartilhadas possuem valor estratégico, pois

alimentam a formação de juízos/opiniões acerca da realidade de trabalho. Os juízos,

24

por sua vez, determinam as ações, reações e decisões das pessoas e, assim,

podem provocar impactos importantes nas organizações.

Para a autora, variáveis do nível do indivíduo como valores pessoais

(desejo de clareza, harmonia e justiça, desejo de desafios, independência e

responsabilidade, desejo de facilitação do trabalho, suporte e reconhecimento e

desejo de relacionamento social amistoso e caloroso) e as características de

personalidade influenciam o clima organizacional.

Chiavenato (2009) por sua vez, afirma que como decorrência do conceito

de motivação - em nível individual – surge o conceito de clima organizacional – no

nível da organização – como importante aspecto do relacionamento entre pessoas e

organizações. As pessoas estão continuamente engajadas no processo de

ajustamento a uma variedade de situações no sentido de satisfazer suas

necessidades e manter certo equilíbrio individual. Tal ajustamento não restringe

apenas à satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança – as chamadas

necessidades vegetativas -, mas envolve também a satisfação das necessidades

sociais, de estima e de auto-realização – as chamadas necessidades superiores.

Como a satisfação dessas necessidades superiores depende muito de

outras pessoas, especialmente daquelas que ocupam posições de autoridade, torna-

se importante compreender a natureza do ajustamento ou desajustamento das

pessoas. O ajustamento, tal como qualquer outra característica de personalidade,

varia de uma pessoa para outra e, no mesmo indivíduo, varia de um momento para

outro.

25

Figura 2 - Continuum de níveis do clima organizacional.

Fonte: Chiavenato (2006).

O autor ratifica que essa variação pode ser entendida como um

continuum, como mostra a figura 2, que vai desde um precário ajustamento em um

extremo até um excelente ajustamento no outro extremo. Um bom ajustamento

significa "saúde mental".

As três principais características das pessoas mentalmente sadias são:

As pessoas sentem-se bem consigo mesmas.

Elas sentem-se bem em relação às outras pessoas.

Elas são capazes de enfrentar por si mesmas as demandas da vida e

das situações.

Para avaliar as questões que a cultura e o clima organizacional

proporcionam e agregam às empresas, anualmente pesquisadores, líderes de

negócios, analistas de mídias e o público contam com as medidas da pesquisa do

Great Place to Work para estabelecer o padrão definitivo do que seria um excelente

ambiente para trabalhar. A pesquisa anual do Great Place to Work se baseia em

dados de mais de 10 milhões de funcionários em 45 países, representando mais de

5.500 empresas de porte, indústrias e estruturas variáveis (GREAT PLACE TO

WORK, 2012).

Elevado

Baixo

Excitação e ufanismo Euforia e entusiasmo Otimismo Calor e receptividade Clima organizacional neutro

Frieza e distanciamento Pessimismo Revolta e agressividade Depressão e descrença

26

Os ambientes de referência para se trabalhar são construídos a partir das

relações cotidianas que os funcionários vivenciam – e não por uma lista de

checagem de programas e benefícios.

Os funcionários acreditam que trabalham para uma excelente empresa

quando eles, consistentemente:

Confiam nas pessoas para as quais trabalham;

Orgulham-se por fazer o que fazem;

Gostam das pessoas com as quais trabalham;

A confiança é o princípio que define os ambientes de referência para

trabalhar. Criada a partir da credibilidade da gerência, do respeito com que os

funcionários se sentem tratados, e da extensão em que os funcionários esperam ser

tratados de maneira imparcial. O grau de orgulho e os níveis de uma conexão

autêntica e de camaradagem que os funcionários sentem entre si são componentes

adicionais essenciais.

Este modelo fundamental, confirmado pelo Great Place to Work em mais

de 25 anos de análise das opiniões pessoais dos funcionários, é universal e

consistente ano após ano, de país em país, e se aplica a empresas em todas as

indústrias, organizações sem fins lucrativos, educacionais e governamentais, com

demografia de funcionários amplamente diversificada.

A figura 3 ilustra o modelo fundamental de um ambiente de referência de

trabalho confirmado pelo Great Place to Work.

27

Figura 3 – Modelo fundamental de um ambiente de referência de trabalho.

Fonte: Grace Place to Work (2012).

Conforme a pesquisa Great Place to Work demonstra anualmente, a

figura 4 ilustra como a satisfação e a motivação ajudaram as melhores empresas

para se trabalhar no Brasil a evoluírem em vários quesitos nos últimos 15 anos.

28

Figura 4 – Evolução das melhores empresas para se trabalhar no Brasil.

Fonte: Revista Época (2012). De acordo com a percepção da pesquisa Great Place to Work, o clima

organizacional está intimamente relacionado com a motivação dos membros da

organização. Quando há elevada motivação entre os participantes, o clima

organizacional tende a ser elevado e proporciona relações de satisfação, de

29

animação, de interesse e de colaboração entre os participantes. Todavia, quando há

baixa motivação entre os membros, seja por frustração ou barreiras à satisfação das

necessidades individuais, o clima organizacional tende a baixar.

O clima organizacional baixo é caracterizado por estados de

desinteresses, apatia, insatisfação, depressão, podendo, em casos extremos,

chegar a estados de inconformidade, agressividade, tumulto, típicos de situações em

que os membros se defrontam aberta e ostensivamente contra a organização (como

nos casos de greves, piquetes etc.) (CHIAVENATO, 2009).

Complementando o pensamento de Chiavenato (2009), o autor Atkinson

(1999) desenvolveu um modelo para estudar o comportamento motivacional que

leva em conta os determinantes ambientais da motivação. Esse modelo baseia-se

nas seguintes premissas:

1. Todos os indivíduos têm motivos ou necessidades básicas que

representam comportamentos potenciais e somente influenciam o

comportamento quando provocados.

2. A provocação ou não desses motivos depende da situação ou do

ambiente percebido pelo indivíduo.

3. As propriedades particulares do ambiente servem para estimular ou

provocar certos motivos. Em outras palavras, um motivo específico

não influencia o comportamento até que seja provocado por uma

influência ambiental apropriada.

4. Mudanças no ambiente percebido resultarão em mudanças no padrão

da motivação provocada.

5. Cada espécie de motivação é dirigida para a satisfação de uma

espécie de necessidade. O padrão da motivação provocada

determina o comportamento, e a mudança nesse padrão resultará em

mudança de comportamento.

30

Segundo Chiavenato (2009), o conceito de clima organizacional envolve

um quadro amplo e flexível da influência ambiental sobre a motivação. O clima

organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que:

É percebida ou experimentada pelos membros da organização;

Influencia o seu comportamento.

Assim o clima organizacional representa o ambiente interno existente

entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de

motivação existente, afirma Chiavenato (2009).

O termo clima organizacional refere-se especificamente às propriedades

motivacionais do ambiente organizacional, isto é, aos aspectos da organização que

levam a diferentes espécies de motivação nos seus participantes. Assim, o clima

organizacional é favorável quando proporciona satisfação das necessidades

pessoais dos participantes e elevação do moral. É desfavorável quando proporciona

a frustração daquelas necessidades (SIQUEIRA, 2008).

Siqueira (2008) ainda aponta que o clima organizacional pode influenciar

a satisfação, a motivação e o rendimento dos trabalhadores no trabalho,

funcionando como regulador da produtividade dos funcionários de qualquer empresa

como um todo. Um melhor conhecimento do clima organizacional pode colaborar

para a melhoria da qualidade de vida do homem no trabalho, para a otimização do

desempenho nas organizações e para o esclarecimento das relações entre estas e

outras varáveis do comportamento organizacional, como será abordado no capítulo

seguinte.

31

4. TERCEIRIZAÇÃO: HISTÓRIA, CONCEITOS E FUNDAMENTOS

4.1 Evolução Histórica da Terceirização

Segundo Silva (1997) a terceirização surgiu nos Estados Unidos, na

década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial. Com a guerra, houve um grande

aumento de demanda e necessidade do aprimoramento dos armamentos (CASTRO,

2000). Assim, os fabricantes deixaram a cargo de outras indústrias as atividades que

não estivessem diretamente ligadas à atividade de fabricação dos armamentos.

Desta forma, eles poderiam objetivar somente a produção de armas, deixando que

as outras empresas realizassem as demais tarefas.

Em um período de rápidas transformações tecnológicas, sociais, políticas

e econômicas surgiram novas relações trabalhistas nas empresas e estratégias que

aguçam a competitividade do mercado, bem como diversos fatores que fluem, de

forma que a organização estática acaba sendo atropelada pela avalanche de

acontecimentos que impulsionam uma dada organização a se sobrepor a outras,

gerando assim, a falência de diversas empresas, decorrente da não adaptação ao

novo estilo de mercado globalizado, terceirizado e tecnológico.

No mundo, a terceirização obteve um rápido crescimento, a melhora do

ambiente econômico internacional reflete-se positivamente no comércio internacional

que favorece a economia, dobrando o Produto Interno Bruto (PIB), impulsionado

pelos acordos regionais de comércio, pelas estratégias de terceirização, pela busca

da competitividade e pela conquista da unificação de mercado, através da

globalização (LACERDA, 2004).

Para Moraes (2003), essa prática já difundida desde os séculos XVIII e

XIX, tem raízes bem mais profundas na História, do escambo ao surgimento da

moeda que a idéia de segmentar as atividades encontrou plenitude. Outro fator

preponderante para a inserção da terceirização na economia, foi o desenvolvimento

natural das relações trabalhistas, que gerou uma nova divisão do trabalho que não

tinha em si a busca pela eficiência e ampliação de mercado e deram lugar à

comodidade e exploração, onde as relações mantidas pelo capital e pelo trabalho

eram caracterizadas por um mercantilismo, e mais tarde por um

capitalismo predatório ao trabalhador.

32

Em meados da década de 40, esta técnica foi largamente utilizada pelos

países europeus que participaram da Segunda Guerra Mundial, para a produção de

armamentos. Assim, por estar sobrecarregada e sem condições de atender à

demanda, a indústria bélica iniciou o processo de transferência de serviços a

terceiros, que seriam contratados para dar suporte ao aumento da produção de

uniformes militares, armas leves e pesadas, munição, navios, aviões e tanques de

guerra (NASCIMENTO FILHO, 2001).

No Brasil, imperava o regime militar que impossibilitava inovações no

setor da tecnologia da informação. O mercado nacional manteve-se fechado no

início do século XIX nas décadas de 1960, 1970 e 1980, o que ocasionou um tardio

desenvolvimento econômico, tecnológico, político, cultural e social da indústria de

tecnologia da informação interna ao limitar drasticamente a competição estrangeira

no setor (MORAES, 2003).

Segundo Miranda (2004), a consolidação de um novo modelo econômico

nos anos 90 trouxe implicações significativas para o conjunto das empresas que

atuam no Brasil. O processo de globalização dos mercados com a exigência de

novos programas de gestão da produção, de reorganização de trabalho e de

inovação tecnológica, obrigou as empresas instaladas no país a se reciclarem para

enfrentar a concorrência. No caso brasileiro, a opção foi pela terceirização, que teve

rápida e ampla difusão por todas as atividades da economia.

Mesmo chegando aos poucos em território brasileiro, a terceirização

ganhou ares e aspectos que, gradativamente, ganhava força com o passar do

tempo. Empresas que antes produziam até parafusos como é o caso da Ford,

passaram a terceirizar seus serviços, cuidando, apenas, da montagem da produção.

Complementando a afirmação de Miranda (2004), Nascimento Filho

(2001) relata que a discussão sobre terceirização ganhou importância no início da

década de 1990, quando a economia brasileira passava por uma abertura comercial

e por um processo de privatização, o que levou as empresas brasileiras a

diminuírem a defasagem tecnológica e sofrerem grande concorrência de empresas

estrangeiras, as chamadas multinacionais que foram gradativamente implantadas no

Brasil, principalmente as automobilísticas.

De acordo com Di Pietro (2005), a integração dos mercados

internacionais no final da década de 80 e início da década de 90 marca o começo de

33

um novo estilo de gestão nas organizações: a busca pela excelência empresarial.

Neste contexto, muitas organizações descobriram que a concentração de esforços

nas principais competências, isto é, na missão da empresa, era uma alternativa

possível na questão da sobrevivência no mundo moderno marcado pelas freqüentes

turbulências e pela permanente incerteza. Terceirizar, em verdade, é uma tecnologia

conhecida e empregada, hoje, num número expressivo de organizações brasileiras.

Queiroz (1992), apresenta uma boa definição que dá uma imagem dessa

tecnologia no atual contexto brasileiro: "tecnologia que viabiliza a criação de um

processo articulado de transferências a terceiros, das atividades chamadas

acessórias e de apoio à finalidade maior da empresa". Isso permite a concentração

da organização em seu objetivo maior.

O autor ainda ratifica que a tecnologia incentiva o surgimento de micro e

médias empresas e também incentiva os trabalhos autônomos, favorecendo

consideravelmente a expansão do mercado de trabalho. Sem dúvida, no Brasil, a

explosão da terceirização trouxe novas possibilidades de emprego e, curiosamente,

abriu um mercado de trabalho, também, para as pessoas de baixa qualificação,

como, por exemplo, as pessoas recrutadas e selecionadas para que a empresa

pudesse atender aos contratos referentes aos serviços de higiene, manutenção,

portaria e segurança. Tais serviços exigem alguma qualificação, mas apenas

relacionada, praticamente, ao chamado trabalho braçal e intelectual.

Dessa forma, a terceirização foi inserida nas empresas brasileiras, tendo

como significado apenas a contratação de outras pessoas ou empresas para a

realização de atividades não fins em qualquer organização. As pequenas e médias

empresas foram as primeiras a entrar neste novo processo, por serem mais flexíveis

e por terem percebido a gradativa mudança que vinha ocorrendo nas relações de

trabalho, conquistando assim seu espaço no mercado.

4.2 Conceitos e Fundamentos da Terceirização

Terceirização é um recurso administrativo no qual as atividades

secundárias passam a ser exercidas por terceiros, permitindo à empresa concentrar

esforços na atividade principal. A aplicação da terceirização está alinhada à busca

das empresas por maior competitividade, qualidade e redução de custos em um

34

mercado globalizado. Silva (1997), descreve que terceirização é a transferência de

atividades para fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e

moderna, que tenha esta atividade terceirizada com sua atividade-fim, liberando a

tomadora para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal,

preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e

ganhando em competitividade.

Para Fontanella, Tavares e Leiria (1994), a terceirização é uma tecnologia

de administração que consiste na compra de bens e/ou serviços especializados, de

forma sistêmica e intensiva, para serem integrados na condição de atividade-meio à

atividade-fim da empresa compradora, permitindo a concentração de energia em sua

real vocação, com intuito de potencializar ganhos em qualidade e competitividade.

O processo de terceirização é uma ação administrativa coesa com a

realidade do mercado, assim, deve-se ter em mente o correto conceito do que é

terceirizar, e o que deve ser terceirizado dentro de uma empresa. De maneira

simplificada Cavalcante Júnior (1996) define a palavra terceirização como: Um neologismo cunhado a partir da palavra ‘terceiro’, entendido como intermediário, interveniente, que, na linguagem empresarial, caracteriza-se como uma técnica de administração através da qual se interpõe um terceiro, geralmente uma empresa, na relação típica de trabalho (empregado versus empregador).

Todo o processo evolutivo que o mercado vem passando, gera inovações

em diversos aspectos. Os gestores de empresas incorporam em suas atividades o

que segundo Halevi (apud WOLFF, 2001), é uma nova “filosofia de gerenciamento”,

um novo olhar para as relações empresariais, deixando de lado a situação

tradicional da “empreiterização” que tem em suas características a não parceria, a

desconfiança, o fato de querer levar vantagem em tudo e a contratação de mão-de-

obra.

Assim, Oliveira (1994) afirma que: Terceirizar é buscar racionalmente os melhores resultados em escala de produção, a maior flexibilidade operacional e uma adequada redução de custos administrativos, juntamente com a concentração e a maximização de oportunidades para enfrentar o mercado.

E agindo como uma empresa inovadora contrapondo a “empreiterização”

à “terceirização” que busca parceria, confiança, e não contrata mão-de-obra e sim

soluções para a empresa.

35

Finalmente, Queiroz (1998) engloba todos os conceitos citados acima,

quando refere que terceirização é: Uma técnica administrativa, uma metodologia e um processo. A técnica administrativa possibilita o estabelecimento de um processo gerenciado de transferência, a terceiros, das atividades acessórias das empresas, permitindo a estas se concentrarem no seu negócio, ou seja, no objetivo final. A metodologia incentiva motivação e fomento à criação de novas empresas, que proporciona o surgimento de demais empregos. E por fim o processo busca parcerias, determinado pela visão empresarial moderna e pelas imposições do mercado.

Alguns estudiosos norteiam o estudo sobre terceirização, abordando duas

definições: o correto conceito de terceirização e quais são as suas modalidades

básicas (KARDECK; CARVALHO, 2002). Outros já demarcam suas pesquisas

abordando aspectos como características e atividades desenvolvidas por tal prática.

Há os que dizem ser um neologismo, para uma nova relação trabalhista

ou até uma “filosofia de gerenciamento”. Abaixo a figura 6 ilustra como se dá o

processo da terceirização.

36

Figura 6 – O processo de terceirização.

Fonte: Elaborada pela autora, 2012.

Hoje, percebe-se que terceirizar é muito mais do que contratar mão-de-

obra ou serviços, terceirizar é uma estratégia, uma ferramenta administrativa que

deve ser vista dentro de uma organização como a contratação de soluções, visando

a competitividade, boa qualidade e a permanência de uma empresa no mercado

atual.

Logo, mediante os conceitos citados pelos autores, entende-se que a

terceirização é a trilha para modernizar e especializar as empresas. Utilizada

atualmente pelos gestores como ferramenta estratégica que renova e amplia suas

participações no mercado e proporciona redução de custos e aumento de qualidade,

cujas características irão ser abordadas no próximo capítulo.

Contrato Civil entre as Empresas

Vínculo Empregatício

Empresa Prestadora

Empresa Tomadora

Empregado Terceirizado

37

4.3 Características da Terceirização

Favorecendo um crescente número de pessoas empregadas, a

terceirização abrange mais que nova relação trabalhista e cuida também de

promover à empresa contratante mobilidade e eficiência quanto aos serviços

prestados. Cada vez mais as empresas estão preocupadas com o fator - satisfação

de seus clientes, e isso a terceirização proporciona, em forma de parcerias

especializadas (QUEIROZ, 1998).

Se anteriormente, quando do surgimento da terceirização no Brasil suas

características básicas eram, conforme Queiroz (1998) a contratação de serviços de

terceiros, a busca da redução de custos de mão-de-obra, hoje, suas características

estão voltadas para a satisfação dos seus clientes, de seus fornecedores, da

sociedade em geral, essas peculiaridades estão na forma como o gestor aplica a

terceirização, visando não somente lucros, mas também soluções inteligentes para a

empresa e para os empregados.

Outra particularidade da terceirização, além da parceria já citada, o que

vem chamando atenção é a da não relação empregatícia, mas esse fator deve-se à

estrutura econômica que não suportava tamanhos encargos sociais advindos da

relação trabalhista.

4.4 A Terceirização e o Direito do Trabalho

Cassar (2011) afirma que inexiste qualquer legislação que regulamenta a

terceirização, portanto, no âmbito do Direito do Trabalho, por falta de lei, utiliza-se a

Súmula nº 331, editada pelo Tribunal Superior do Trabalho – TST.

A Súmula nº 331 do TST, impõe limites à terceirização, eis o seu teor:

I) A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,

formando-se vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no

caso de trabalho temporário (Lei n 6.019, de 31.01.1974).

38

II) A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta,

não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública

direta, indireta ou funcional (artigo 37, II, da Constituição Federal/88).

III) Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de

serviços de vigilância (Lei n. 7.012, de 20.06.1983) e de conservação e

limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-

meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a

subordinação direta.

Cassar (2011) ainda ressalta que neste âmbito do direito do trabalho,

ficou claro que é possível a terceirização, somente para atividades-meio do tomador

de serviços, desde que inexistente a pessoalidade, isto é, a individualidade, e a

subordinação direta. Na figura 7, o autor define os conceitos de atividade-meio,

atividade-fim e serviços especializados para melhor entendimento do conteúdo

abordado neste capítulo e o que o mesmo ressalta no sub-item a seguir.

39

Figura 7 – Definição dos conceitos de atividade-meio, atividade-fim e serviços especializados.

Fonte: Cassar (2011).

Segundo Cassar (2011) a terceirização pode ser dividida em:

a) Terceirização permanente ou temporária: é aquela adotada por curto

período, para atender demanda eventual.

b) Terceirização de atividade-fim ou atividade-meio: é possível

terceirizar serviços ligados à atividade-fim do tomador, como por

exemplo, para substituição de pessoal regular e permanente ou para

acréscimo extraordinário do serviço.

c) Terceirização voluntária ou obrigatória: obrigatória é a terceirização

em que a lei impõe a contratação do trabalhador por interposta pessoa.

Atividade-Meio

Atividade-Fim

Serviços Especializados

São as atividades que não estão ligadas à finalidade da empresa, são as acessórias, que não se envolvem com as atividades essenciais, ou seja, fim da empresa tomadora de serviços (contratante). Por exemplo: serviços de limpeza, refeitório e vigilância de uma empresa que não tem como atividade fim a vigilância, área jurídica, segurança.

São as atividades que não estão ligadas à finalidade da empresa, são as essenciais. São aquelas especificadas como objeto social da empresa tomadora de serviços (contratante). Por exemplo: uma empresa de tecnologia da informática não pode contratar uma empresa de serviços de digitação, pois trata-se de sua atividade-fim.

É possível a terceirização em atividades-fim na hipótese de um serviço especializado. Por exemplo: na indústria automobilística quando ocorre a terceirização no denominado contrato de parceria assinado entre a montadora e seus fornecedores para fabricação de veículos. Nesta situação, entendem os operadores do direito que, embora trata-se de uma atividade-fim da tomadora de serviços, não existe irregularidade na terceirização, tendo em vista que o serviço executado exige-se elevada especialização, mas, não está presente a subordinação direita e pessoalidade.

40

Apenas ocorre na terceirização de serviços de vigilância. Voluntárias

são aquelas em que o empresário escolhe se quer ou não terceirizar os

serviços.

d) Terceirização regular ou irregular: não há lei que as proíba e nem

todas se enquadram nos contornos apontados por alguns autores,

bastando analisar o caso das subcontratações de atividade-fim que não

geram o vínculo com o tomador por ausentes requisitos dos arts. 2º e

3º da CLT. A terceirização irregular classifica-se em lícitas e ilícitas.

Lícitas são as previstas na Súmula nº 331 do TST e as ilícitas são

todas as terceirizações sem o amparo da Súmula nº 331 do TST.

A figura 8 ilustra como estão subdivididos estes tipos de terceirização.

Figura 8 – Terceirização Regular e Irregular.

Fonte: Cassar (2011).

41

Desta forma, Jacques (2011) ressalta que é indispensável adotar algumas

cautelas no processo de terceirização dentro do âmbito do direito do trabalho:

Selecionar criteriosamente a empresa tomadora dos serviços;

Formalizar o contrato de prestação de serviços, observando

detalhadamente as responsabilidades das partes, essencialmente,

no tocante aos encargos trabalhistas e previdenciários

(comprovação documental sistemática), bem como quanto aos

riscos futuros de ações trabalhistas.

Gerenciar criteriosamente os contratos, atentando para saúde

financeira das empresas prestadoras de serviços.

Obter cadastro dos empregados que prestam serviços à empresa

terceira.

Fiscalizar os recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço – FGTS e previdenciários (Instituto Nacional do Seguro

social – INSS).

Fiscalizar folha de pagamento dos empregados colocados à

disposição do tomador de serviços.

Verificar os cuidados com saúde e segurança do trabalho.

Realizar rodízio desses empregados.

Segundo Jacques (2011) atualmente tramita no Congresso Nacional um

Projeto de Lei nº 4.302/98, que objetiva regulamentar a terceirização, criando uma lei

para amparar este processo. Principais pontos deste projeto:

Prazo de terceirização 5 anos;

Não será permitido terceirizar serviços de empresas com um só

empregado;

Extensão dos benefícios contemplados para os empregados do

tomador de serviços.

Diante das considerações levantadas neste, no próximo capítulo será

abordado todo contexto do processo de terceirização na administração pública,

conforme concedido pelo Congresso Nacional e orientado pelo TST.

42

4.5. A Terceirização na Administração Pública

O objetivo deste capítulo não é tratar especificamente da Administração

Pública, nem de regras de Direito Administrativo, apenas mostrar que é possível,

como de fato vem sendo feito, a terceirização na Administração Pública, como forma

plenamente lícita de contratação de terceiros, de acordo com os preceitos legais que

irão ser apontados.

A autorização da terceirização para o serviço público poderia gerar, num

primeiro momento, casos de corrupção, principalmente pelo fato de inexistir

concurso público. Só que não podemos esquecer que haverá, entretanto, con-

corrência pública para a contratação dos serviços. O Estado, todavia, beneficia-se

também da terceirização, ao destinar atividade que não lhe é essencial a outras

pessoas mais competentes na prestação de serviços, podendo fazê-la por um custo

menor, sendo até mesmo uma forma de diminuir o déficit estatal, racionalizando sua

estrutura (MARTINS, 2000).

O autor enfatiza que o Estado já terceiriza coleta de lixo e transporte

público, além de outras atividades que estão sendo desempenhadas mediante o

sistema de concessão ou de permissão. A terceirização na Administração Pública

ocorre, também na medição de consumo de água, de gás, de energia elétrica, na

distribuição de contas, assistência técnica ao consumidor, órgãos regulamentadores

e em órgãos fiscalizadores nas referidas áreas de informática, concessão de dados

e vistoria.

Segundo Cavalcante Júnior (1996) o setor público, com o objetivo de

privilegiar um modelo de gestão mais ágil e eficiente, passou a adotar, para as

atividades de apoio, o instituto da “desconcentração administrativa”, através do qual

iniciou um processo de contratação de empresas especializadas em determinados

tipos de serviços. Estava lançada, aí, a semente da terceirização no serviço público,

fenômeno que, como no setor privado, vem se espraiando às mais diversas missões

de governo.

O autor reforça que a prática da terceirização tem demonstrado que a

execução direta de determinadas tarefas pelo Poder Público é ineficaz, sendo

oportuna a delegação de tarefas por terceirizados que, com gastos menores,

realizarão um serviço de melhor qualidade.

43

Leiria e Saratt (1995) informam que existem, no Brasil, experiências bem

sucedidas em termos de terceirização de serviços públicos, citando como exemplos

a construção de estradas e pontes, terceirização do ensino público e serviços de

tecnologia e segurança da informação.

Com isto diversos prós e contras surgem diante da adoção desta prática,

principalmente na administração pública.

4.6 Vantagens e Desvantagens do Processo de Terceirização

Inúmeras vantagens vêm sendo associadas às empresas devido à

adoção da terceirização, tais como: o acesso a novos recursos tecnológicos e

inovações, previsibilidade dos gastos e redução destes com encargos trabalhistas,

recrutamento, seleção e treinamento de pessoas e imediata reposição de trabalho

não adaptado, sem custo adicional, prazos e acesso a pessoal qualificado

(QUEIROZ, 1998).

Logo, é válido dizer que os benefícios na terceirização para as empresas

de forma geral vão além de valores econômicos, qualificando também os serviços,

levando os funcionários da empresa a dedicar-se com mais ênfase às atividades fim,

eliminando assim a ociosidade e aumentado a produção.

No entanto, para manter essas vantagens é preciso se estabelecer uma

verdadeira relação de parceria que, segundo Queiroz (1998) é a essência da

terceirização. A atividade participativa deve ser sempre uma constante na relação

entre o tomador e o prestador de serviços.

Cabe lembrar que a parceria busca a qualidade dos serviços terceirizados

e para que isso aconteça a empresa contratante deve começar pela maneira como

selecionam seus futuros parceiros. Segundo Queiroz (1998), outro ponto importante

inovador é ouvir os empregados do futuro parceiro, conversar com empresas que já

utilizam os seus serviços, conhecer os planejamentos a curto e longo prazo e,

principalmente, a filosofia central da empresa.

Como qualquer técnica gerencial, a terceirização apresenta também

desvantagens, que devem ser consideradas no momento da decisão. Como

desvantagens, podemos citar: dificuldade de se encontrar parceiros que possam

atender às condições de qualidade e produtividade e com isso gera uma

44

possibilidade de queda de qualidade dos serviços que ficam a cargo da empresa,

exigidas - para determinada operação; contratação involuntária de pessoas

inadequadas (GIOSA, 1999).

Seguindo esses quesitos, as vantagens da terceirização para as

organizações, segundo Giosa (1999) são:

1) desenvolvimento econômico:

A terceirização surgiu frente a uma necessidade de subdividir as

grandes corporações em pequenas unidades de negócios sob pena de

sucumbir frente aos diversos problemas ocasionados pelos “gigantismos”

das empresas, ou seja, empresas com estruturas burocráticas dificultando

a tomada de decisões.

Assim, surgiram novas empresas, nas quais as grandes corporações

passaram a contratar seus serviços como parte do processo de produção,

elevando a receita do Estado ocasionando benefícios econômicos e

aumentando o nível de emprego.

2) especialização de serviços:

Atualmente com o consumidor mais consciente de seu papel, a

empresa para manter seu cliente cativo deve ater-se à especialização dos

serviços oferecidos. Buscando o aprimoramento operacional das

empresas, a terceirização oferece serviços especializados e enquadrados

nos critérios internos que garantem a obtenção de lucros, bem como a

satisfação do cliente.

3) competitividade das empresas:

Com o aprimoramento dos serviços, o mercado abriu-se para novas

oportunidades, estimulando a concorrência gerando qualidade para o

consumidor. Complementando Giosa (1999), Leiria e Saratt (1995)

abordam a terceirização como o mais curto e democrático caminho para

alcançar a modernidade e competitividade.

45

4) busca de qualidade:

Na atual estrutura do mercado a busca constante por qualidade, é o

diferencial dentre as empresas que primam por manter seus clientes fiéis,

assim a empresa tem na terceirização serviços e produtos qualificados

uma vez que a atividade desenvolvida pressupõe excelência.

5) aprimoramento do sistema de custeio:

Em concordância com Giosa (1999), Queiroz (1998) afirma que uma

empresa contratante não consegue implantar e nem desenvolver um

processo de terceirização eficaz e eficiente, e não obterá os ganhos

esperados de qualidade e principalmente na redução de custos, se não

avaliar e comparar, previamente cada atividade internamente

desenvolvida.

6) diminuição do desperdício:

A aplicabilidade da terceirização permite canalizar capitais próprios da

empresa para investimentos estratégicos, bem como para sua atividade

principal, o que reduz a diminuição dos desperdícios.

7) valorização dos talentos humanos:

Devido à alta competitividade e à busca de aprimoramento no

mercado, os profissionais são continuamente aperfeiçoados com o intuito

de manterem-se capacitados perante a atividade que almejam

desenvolver.

Assim, toda a mão-de-obra torna-se qualificada surgindo, valorização

bem como, a especialização dos profissionais gerando satisfação da

empresa contratante, empresa contratada, funcionários e, por

conseguinte clientes.

8) agilidade das decisões:

A redução de níveis hierárquicos ocasionou em uma descentralização

de atividades melhorando e agilizando os processos produtivos da

empresa, dando mais leveza á empresa contratante.

46

9) menor custo:

Uma das vantagens mais citadas, e utilizadas pelas empresas que

buscam a terceirização é a de redução dos custos, uma vez que é a

empresa prestadora de serviço ou mão-de-obra que se responsabiliza

pelas relações trabalhistas.

10) maior lucratividade e crescimento:

Uma vez que a empresa concentra-se em sua atividade principal fica

leve e dinâmica para se sobressair em relação às outras empresas

podendo tomar decisões mais rápidas e de benefício imediato, assim, há

um aumento da lucratividade e possível crescimento econômico.

Mesmo com todo esse processo evolutivo e ainda que venha sendo

utilizada por alguns anos, o processo de terceirização, no Brasil, encontra certos

fatores restritivos.

As restrições apontadas por Giosa (1999) são:

1) desconhecimento sobre o assunto:

Por ser uma nova estratégia de gestão ainda encontra alguns entraves

no tocante a disposições trabalhistas, o que gera um receio na

implantação da atividade da empresa.

2) as resistências:

Outro fator de entrave é a resistência por parte dos dirigentes

conservadores da empresa. Alguns dirigentes por completo

desconhecimento, ou por falta de conscientização e de planejamento,

resistem a uma estratégia que vem dando certo em muitas empresas,

muitos desses dirigentes preferem resultados imediatos e a curto prazo

do que resultados que requeiram um pouco mais de tempo mas, que

retornem com soluções e resultados positivos,lucrativos e duradouros.

47

3) dificuldade de se encontrar parceiros:

Toda a estrutura balizadora da terceirização está sobre a ótica do

planejamento prévio, e da busca por parceiros ideais, e nisso o dirigente

não deve atribuir custos baixos e sim a obtenção de resultados

favoráveis, buscar serviços ou mão-de-obra especializadas, buscar

parceiros especializados e responsáveis para com seus profissionais,

assim terá uma boa parceria.

4) risco da coordenação de atividades:

Antes da busca pelo serviço da terceirização o dirigente deve ter em

mente qual serviço irá terceirizar, evitando assim um possível descontrole

no que se refere à coordenação de atividades entre seus próprios

funcionários e os terceirizados. Assim, cabe à empresa contratada a boa

coordenação dos seus funcionários bem como delimitar e fiscalizar suas

atividades com vistas a executar com primazia o trabalho ao qual foi

indicada.

5) ausência de parâmetros de custos internos:

Uma falta de estrutura às vezes gera certo empecilho no tocante à

atividade desenvolvida por terceiros. O dirigente deve ter em mente a

exatidão dos custos de cada atividade interna para em seguida poder

compará-las. Assim, obterá um máximo de informações pertinentes às

atividades a que se desejam terceirizar bem como seus custos

e provavelmente poderá perceber, com mais exatidão, os lucros

almejados.

6) custo com demissões iniciais:

Quando há um planejamento prévio, a implantação da terceirização

não requer gastos tão onerosos. Isso acontece quando inevitavelmente o

dirigente busca parcerias não qualificadas, que ocasiona a demissão

gerando assim novo ciclo de licitações para a contratação de

terceirizadas. Outra forma de gastos indevidos é o gerado pela demissão

de seus próprios funcionários que antes executavam as atividades que

48

agora são pertinentes aos terceirizados requerendo assim, um pagamento

de todas as verbas rescisórias.

7) relação de conflito com os sindicatos:

Devido à demissão por motivos de aplicabilidade estratégica da

terceirização, os sindicatos entram em conflito com a empresa

enfraquecendo a entidade perante decisões referentes aos outros

funcionários e dificultando a implantação da terceirização.

8) o desconhecimento da legislação trabalhista:

O conhecimento prévio da legislação trabalhista dá ao dirigente

embasamento para vislumbrar esse novo modelo de gestão dentro da

regularidade exigida pelas leis trabalhistas, uma vez que por ser novo

ainda não foi regulamentado, e para não cair em ilicitude, o dirigente

precisa estar atento às normas que regulam os contratos.

Para Cavalcante Júnior (1996) a terceirização no setor público, além de

todas as outras desvantagens descritas por Giosa (1999), pode causar, em relação

aos trabalhadores nela envolvidos, danos patrimoniais pelo não recebimento de

direitos trabalhistas.

Enfim, acompanhando a mudança do mercado e se adequando aqui e ali,

toda empresa comprometida com a manutenção da qualidade de seus serviços e

produtos aplicará a terceirização. Não esquecendo que bem como uma estratégia

gerencial, assim como toda estratégia, deve-se ter em mente vantagens e

desvantagens que ocorrem no decorrer da execução de suas atividades.

Diante das vantagens e desvantagens, cabe ressaltar que a gestão e a

valorização das pessoas terão fundamental importância perante tais circunstâncias.

4.7 Terceirização e Valorização das Pessoas

Com a adoção em maior número da prática de terceirização houve uma

mudança na relação de trabalho. O mercado de trabalho não é mais um sinônimo de

oferta de vagas de empregos. As empresas estão passando por transformações,

49

com redução de tamanho, eliminação de níveis hierárquicos e modificações nos

perfis profissionais; isso tem provocado demissões, troca de funcionários e, ao

mesmo tempo, o aumento na contratação dos terceiros. Antigamente as empresas

prezavam a lealdade dos funcionários e o relacionamento entre empregados e

empregadores pautava-se pelo reconhecimento mútuo, era a época do mercado

local (OLIVEIRA, 2002).

Já para Oliveira (1994), a afirmação é de que há, atualmente, um tipo de

profissional que não é mais diretamente contratado pela empresa, mas sim

contratado por uma empresa parceira-terceira. Este profissional apesar de muitas

vezes estar fisicamente alocado nas dependências da empresa, não pertence

diretamente ao seu quadro. Assim identificamos dois tipos de profissional: os

empregados e os terceiros. Curiosamente, porém, ainda que possamos visualizar os

termos empregados e terceiro como extremos, posições diametralmente opostas

numa escala bipolar, a verdade é que algo continua unindo esses dois conceitos: a

empresa para qual trabalham. Empregados e terceiros têm em comum o fato de que

ambos trabalham para a mesma empresa, e dela necessitam para a sua

sobrevivência.

Este tipo de profissional, apesar de apresentar diferentes características

quanto à relação de trabalho com a empresa contratante, apresenta como ser

humano as mesmas necessidades e anseios. Estes profissionais são suscetíveis às

questões contidas nos conceitos de motivação e de valorização. Independente da

diferenciação existente quanto à forma de contratação, contratados diretamente ou

indiretamente (terceirizados), estes últimos são antes de mais nada seres humanos.

Chiavenato (2006), aponta que a motivação é um processo psicológico

básico. Juntamente com a percepção, atitudes, personalidade e aprendizagem, a

motivação sobressai como um importante processo na compreensão do

comportamento humano.

Para o Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ) (2005), um dos fundamentos

da excelência é a valorização das pessoas: O sucesso de uma organização depende cada vez mais do conhecimento, habilidades, criatividade e motivação de sua força de trabalho. O sucesso das pessoas por sua vez, depende cada vez mais de oportunidades para aprender e de um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades. A valorização das pessoas leva em consideração a diversidade de anseios e necessidades que, uma vez identificados e utilizados na definição das estratégias, dos planos e das práticas de gestão

50

organizacionais, promovem o desenvolvimento, o bem estar e a satisfação da força de trabalho, a atração e retenção de talentos humanos, bem como um clima organizacional participativo e agradável, possibilitando o alcance do alto desempenho da organização e o crescimento das pessoas.

E para este fundamento de excelência, o conceito de pessoas

apresentado no PNQ (2005) considera os diferentes grupos de pessoas da força de

trabalho – tais como os contratados em tempo integral ou parcial, os temporários, os

autônomos e contratados de terceiros que trabalham sob supervisão direta da

organização. Baseado neste conceito, independente do tipo de contrato de trabalho,

todos os profissionais dentro da organização devem ser tratados e avaliados como

pessoas que têm o mesmo objetivo da empresa: o crescimento. O planejamento e

atuação de gestão das empresas não devem deixar de considerar o fator humano

como um dos fatores de maior impacto, sob o risco de não alcançar as metas de

crescimento, lucratividade.

Segundo Oliveira (2002), antes que uma empresa seja pensada como um

conjunto de máquinas e equipamentos ou como uma estrutura formal que distribui

funções de procedimentos, sistemas e computadores talvez deve ser pensada como

organização social, humana. Esse lembrete, embora óbvio, torna-se cada dia mais

importante, pois vemos que muitos administradores e especialistas estão

progressivamente mergulhados em soluções técnicas racionais, ao mesmo tempo

em que o clima, do ponto de vista humano, parece estar, em boa parte das

empresas, cada dia mais tenso, desgastante, pouco motivador. Entendendo que a

valorização das pessoas independe do tipo de contrato firmado entre o profissional e

a empresa contratante, apresenta-se o fator motivação como um dos mais

importantes a ser considerado na gestão de pessoas.

Para Oliveira (2002), define-se motivação como o processo responsável

pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance

de uma determinada meta. Motivação é o conjunto de motivos que levam o indivíduo

a agir de uma determinada forma. Se as pessoas forem forçadas, estarão realizando

o trabalho apenas por pressão. Agem porque julgam que têm de fazê-lo, mas se

estiverem motivadas farão a escolha certa para realizar o trabalho de forma correta

porque significará algo para elas.

51

Assim, especificamente quanto aos terceirizados, identifica-se um certo

descaso na aplicação de boas práticas de motivação (REZENDE, 1997). As

empresas contratantes ainda não atentaram para a importância, a necessidade e o

possível retorno que a gestão de pessoas para terceirizados pode significar.

Terceiros sem treinamento, orientação necessária e discriminados podem não trazer

o retorno em produtividade esperado. O fato de ser terceirizado não iguala o

profissional a um equipamento que não sofre influência do clima e da cultura

organizacional.

Segundo Miranda (2004), as diferenças de tratamento e a discriminação

são evidenciadas também quando se examinam as condições de conforto e de

higiene adotadas na área da empresa contratante e oferecidas para os

trabalhadores terceirizados. À luz da afirmação de Miranda (2004), Queiroz (1998),

complementa que terceirizar é fácil, mas nem sempre é fácil garantir a eficiência em

serviços delegados a terceiros. Muitas vezes, a terceirização é vista como uma

passagem de responsabilidade a terceiros, incluída aqui a falsa premissa de que

estes automaticamente terão um desempenho satisfatório, desde que

adequadamente selecionados. Na maioria das vezes, é necessário treinar o terceiro

para agir como parceiro pretendido pela empresa - e isso requer esforço do

contratante e tempo de adaptação do contratado.

Cabe à empresa contratante determinar que tipo de práticas de gestão de

pessoas deve implementar para obter um melhor resultado quanto à produção, à

qualidade e à melhoria do ambiente organizacional. Essa opção não deve ocorrer

por caridade, mas sim por se tratar de uma medida inteligente, uma estratégia

corporativa que deve ser avaliada, planejada e controlada, vislumbrando a

motivação das pessoas, a criação de um clima organizacional favorável, e

conseqüentemente, uma melhor produtividade.

Silva (1997), aponta que a terceirização responsável requer tratamento

humanitário. Humanitarismo não se confunde com filantropia, bom-mocismo ou

caridade de qualquer espécie, mas pressupõe tratamento digno e respeito ao ser

humano. O turnover de prestadores de serviço denuncia inadequação de conduta da

52

empresa contratante, tal qual na empresa de alta rotatividade de empregados

(FONTANELLA; TAVARES; LEIRIA, 1994).

No quadro 1, Robbins (2002), apresenta uma relação de práticas

recomendáveis para minimizar os possíveis desconfortos que a cultura e o clima

organizacional venham a trazer para a gestão de terceirizados, com práticas já

adotadas para a gestão de empregados efetivos, no caso da administração pública,

os concursados. A premissa para a formulação deste quadro é que as empresas

contratantes devem aplicar conceitos de gestão de pessoas para os profissionais

terceirizados. A adoção destas práticas servirá para que as empresas alcancem um

retorno ainda maior com a opção da terceirização no que concerne à produtividade,

e conseqüentemente, à competitividade.

53

QUADRO 1 – Relacionamento entre Melhores Práticas para Gestão de Terceirizados X Melhores Práticas de Gestão de Pessoas (Empregados)

GESTÃO DE TERCEIRIZADOS

GESTÃO DE PESSOAS

Participação nas idéias e decisões

Envolvimento dos Funcionários – Define-se este conceito como um processo participativo que utiliza o contingente total de funcionários tem por objetivo estimular um crescente comprometimento com o sucesso da organização. A lógica por traz deste processo é que, por meio do envolvimento dos funcionários naquelas decisões que lhes dizem respeito e aumentando sua autonomia e controle sobre seu próprio trabalho, eles se tornarão mais motivados, mais comprometidos com a organização, mais produtivos e mais satisfeitos com o emprego.

Avaliação periódica Avaliação de Desempenho – As avaliações identificam necessidades de treinamento e desenvolvimento: identificam as habilidades e competências dos funcionários que se acham inadequadas, e para as quais podem ser desenvolvidos programas de melhoria. De maneira semelhante, a eficácia dos programas de treinamento e desenvolvimento pode ser determinada através dos resultados da avaliação de desempenho dos funcionários que deles participam. As avaliações também atendem ao propósito de fornecer feedback aos funcionários sobre como a organização vê o trabalho deles. Além disso, elas também são usadas como base para alocação de recompensas.

Reconhecimento do trabalho

Programa de reconhecimento – O reconhecimento pode ter várias formas. Você pode cumprimentar um subordinado em particular pelo seu bom desempenho. Pode enviar um bilhete ou uma mensagem por e-mail, com um elogio a respeito de algo positivo que o funcionário tenha feito. Pare reforçar a coesão e a motivação dos grupos, pode-se celebrar o sucesso das equipes.

Treinamento Programa de Treinamento e Desenvolvimento – Os programas de treinamento podem afetar o comportamento no trabalho de duas maneiras. A mais óbvia é aperfeiçoando as habilidades necessárias para que o funcionário realize suas tarefas com sucesso. O aperfeiçoamento das habilidades aumenta o potencial de desempenho de alto nível. Um segundo benefício do treinamento é que ele melhora a auto-eficácia do funcionário.

Não discriminação Equidade - Do ponto de vista da equidade, é preciso considerar as repercussões da mistura de trabalhadores fixos e temporários quando as remunerações são muito díspares. Quando os temporários trabalham juntamente com os permanentes, que recebem salários maiores e benefícios adicionais, seu desempenho tende a sofrer.

Fonte: Adaptado de Robbins (2002)

54

O autor traz uma abordagem de extrema importância para o fator

terceirização e valorização das pessoas. A figura 9 mostra a cultura organizacional

como interveniente neste fator. Os funcionários formam uma percepção geral

subjetiva da organização com base em fatores como o grau de tolerância aos riscos,

a ênfase nas equipes e o apoio às pessoas. Essa percepção genérica torna-se,

efetivamente, a cultura ou a personalidade da organização. Essas percepções

favoráveis ou desfavoráveis afetam, então, o desempenho e a satisfação dos

funcionários, sendo o impacto maior quanto mais forte é a cultura.

Figura 9 – Como a Cultura Organizacional Impacta o Desempenho e a Satisfação dos

Funcionários.

Fonte: Adaptado de Robbins (2002)

Retomando as afirmações aplicadas e a visualização do quadro

apresentado, Robbins (2002), afirma que uma das principais implicações gerenciais

do fator terceirização e valorização das pessoas se relaciona com as decisões sobre

seleção de pessoal. A contratação de pessoas cujos valores não se ajustam aos da

empresa tomadora de serviços geralmente resulta em funcionários com pouca

motivação e baixo comprometimento, que se sentem insatisfeitos com seu trabalho e

com a organização. Não é surpreendente, portanto, que os funcionários

“desajustados” apresentem índices de rotatividade muito mais altos que os daqueles

que se sentem bem-integrados na empresa.

Fatores objetivos • Inovação e assunção de riscos

• Atenção aos detalhes • Orientação para os resultados • Orientação para as pessoas

• Orientação para as equipes • Agressividade

• Estabilidade

Cultura organizacional

Força

Alta

Baixa

Desempenho

Satisfação

55

Portanto sugere-se que para um processo de terceirização responsável e

sustentável acontecer de forma benéfica para o terceirizado, as empresas

prestadoras de serviços devem verificar, analisar e perceber, primeiramente, o tipo

de cultura organizacional de cada empresa cliente (tomadora de serviços), pois os

terceirizados que irão ocupar uma vaga na empresa tomadora de serviços precisam

ter pelo menos algum indício de que irão adaptar-se àquele ambiente ao qual será

designado. Em segundo lugar oferecer um pacote de benefícios adequados ao bem-

estar do funcionário. Estas responsabilidades estão inteiramente ligadas à empresa

prestadora de serviços já que o vínculo empregatício se dá com a mesma.

De acordo com Robbins (2002), conseqüentemente a socialização

adequada torna-se um fator significativo na influência tanto do desempenho real

como da maneira como o funcionário terceirizado é percebido pelos demais.

A partir desta percepção serão abordados os seguintes aspectos na

pesquisa de campo, fundamentada na metodologia, com os funcionários

terceirizados:

- Se sentem discriminados por serem funcionários terceirizados?

- Possuem bons hábitos de trabalho e demonstram atitudes corretas

mediante a cultura da empresa tomadora de serviços?

- São motivados a executarem suas atividades de forma satisfatória?

56

5. METODOLOGIA

A presente seção aborda os procedimentos metodológicos desenvolvidos

para o estudo em questão, que por sua vez, segue uma construção orientada para

obtenção do máximo de confiabilidade da pesquisa científica.

A priori, se faz essencial compreender o conceito de metodologia de

pesquisa. Para isto, vale destacar o que preceitua Minayo (2010). A autora aponta

que metodologia pode ser entendida como o caminho do pensamento e a prática

exercida na abordagem da realidade, ou seja, esta definição inclui ao mesmo tempo

a teoria da abordagem (o método), os instrumentos para operacionalizar o

conhecimento (as técnicas), e a criatividade do pesquisador (sua experiência, sua

capacidade pessoal e sua sensibilidade).

O objetivo do método científico é descobrir a realidade dos fatos, e os

eventos ao serem desvendados devem guiar o uso do método. É através da

inteligência e reflexão que se descobrem o que os fatos e os fenômenos realmente

são. O método é apenas um meio de acesso (CERVO; BERVIAN, 2006).

Os dados podem ser classificados como quantitativos ou qualitativos. Os

quantitativos necessitam de valores numéricos; os qualitativos incluem rótulos ou

nomes usados para identificar cada elemento (ANDERSON; SWEENEY; WILLIAMS,

2008).

O método escolhido foi o qualitativo e no decorrer desta subseção será

detalhado o método escolhido e todos os detalhes dessa construção.

5.1 Método e técnica da pesquisa

Pesquisa é uma atividade básica das ciências no questionamento e

descoberta da realidade, constituindo-se em teoria, pensamento e ação conforme

aponta Minayo (2010). Segundo a autora, trata-se de uma atividade de aproximação

sucessiva da realidade que nunca se esgota, na qual os questionamentos da

investigação estão relacionados prioritariamente à vida prática, a interesses e

circunstâncias socialmente condicionados. Assim definida, a pesquisa fica

57

caracterizada como uma atividade cujo resultado não se deve ter como verdade

absoluta, já que as descobertas estão sempre se renovando.

O principal objetivo deste trabalho é determinar como a cultura

organizacional pode contribuir para a satisfação dos funcionários terceirizados na

administração pública. Para isso, o estudo tem por objetivos específicos: a)

identificar as principais vantagens e desvantagens da terceirização; b) identificar

fatores desmotivadores e motivadores ligados ao processo de terceirização; c)

relacionar as oportunidades que o processo de terceirização oferece.

Para alcançar o objetivo principal, realizou-se uma pesquisa descritiva em

campo, evidenciando a realidade dos terceirizados na administração pública. O

objeto de estudo justifica-se pela necessidade de investigar melhor como está

ocorrendo à profissionalização e valorização das pessoas dentro do processo de

terceirização em órgãos públicos, tendo em vista que, trata-se de um novo modelo

de gestão que, atualmente, está sendo fortemente aplicado dentro das organizações

no Brasil. O estudo possibilita a identificação de pressupostos, contextos, e cenários

que favorecem ou dificultam a identificação de melhores práticas por parte dos

profissionais de RH.

De acordo com Gil (1999) a pesquisa descritiva vem sendo utilizada com

uma frequência cada vez maior, visto servir a pesquisas com diferentes propósitos.

As principais vantagens estão no estímulo a novas descobertas; ênfase na

totalidade – focaliza o problema como um todo - e explicação de situações

complexas; utilização de procedimentos simples quando comparado a outras

modalidades.

Cabe ressaltar, todavia, que há também algumas desvantagens como

falta de rigor metodológico, resistência na aplicação por parte das empresas ou

gestores, até mesmo pelos respondentes e dificuldade de generalização dos

resultados obtidos.

Godoy (1995) enumera as características essenciais de uma pesquisa

qualitativa as quais permitem a identificação deste tipo de pesquisa, a saber:

1) O ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como

instrumento fundamental;

58

2) O caráter descritivo;

3) O significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como

preocupação do investigador;

4) O enfoque indutivo.

5.2 Técnica e Instrumento de coleta dos dados

Com o objetivo de conhecer a perspectiva dos sujeitos da pesquisa

acerca do tema abordado, foi utilizada, como coleta de dados, aplicação in-loco de

um questionário contendo questões dirigidas aos funcionários terceirizados e

gestores, com a finalidade de obter a resposta para a problematização. O

questionário para os funcionários estruturou-se em questões com alternativa de sim

ou não, podendo a resposta ser justificada ou não, e de múltipla escolha. Já o

questionário dos gestores também se estruturou da mesma forma só que contendo

perguntas descritivas.

Acerca da definição de questionário, Gil (1999) expõe:

Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.

Gil (1999), aponta que o questionário apresenta uma série de vantagens.

A relação que segue indica as vantagens, que se tornam mais claras quando o

questionário é comparado a entrevista:

a) possibilita atingir um grande número de pessoas, mesmo que estejam

dispersas numa área geográfica muito extensa, já que o questionário

pode ser enviado pelo correio;

b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não

exige treinamento dos pesquisadores;

c) garante o anonimato das respostas;

59

d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem

mais conveniente;

e) não expõe os pesquisados à influência das opiniões e do aspecto

pessoal do entrevistado.

Marconi e Lakatos (2009), apontam que, como toda técnica de coleta de

dados, o questionário também apresenta uma série de desvantagens:

a) percentagem pequena dos questionários que voltam;

b) grande número de perguntas sem respostas;

c) não pode ser aplicados a pessoas analfabetas;

d) impossibilidade de ajudar o informante em questões mal

compreendidas;

e) a dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma

uniformidade aparente;

f) na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma

questão influenciar a outra;

g) a devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização;

h) o desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos

torna difícil o controle e a verificação;

i) exige um universo mais homogêneo.

5.3 Unidade de análise

A técnica de amostragem denominada “por acessibilidade” ou “por

conveniência” foi a escolhida para esta pesquisa. O autor Gil (1999) a define da

seguinte forma:

60

Constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em estudos exploratórios ou qualitativos, onde não é requerido elevado nível de precisão.

A empresa escolhida como objeto de estudo para esta pesquisa foi um

órgão público vinculado diretamente ao Governo do Estado do Ceará e atualmente

terceiriza todo serviço de limpeza, uma parte dos serviços de transporte (motoristas),

também uma parte dos serviços de atendimento ao usuário e todo serviço de

Tecnologia da Informação (TI), contendo em seu quadro funcional 3.500 funcionários

públicos e 200 funcionários terceirizados, estes envolvendo as áreas citadas

anteriormente. O nome do objeto de estudo se manterá em sigilo por solicitação do

próprio órgão, sendo utilizado como amostra pela conveniência os funcionários

terceirizados da área de TI o foco desta pesquisa.

5.4 Etapas da pesquisa

A pesquisa iniciou-se com a construção do referencial teórico que, para

contextualizar, se fundamenta em consultas a livros, a artigos, a teses, a

dissertações, a revistas e a sites da internet, além de um estudo de verificação em

campo, com a finalidade de buscar o grau de coerência entre os elementos teóricos

e a realidade empírica.

Posteriormente a coleta de dados se deu através da aplicação de

questionários in loco dia 26 de abril de 2012 e serviram de amostra censitária os 39

funcionários terceirizados da área de TI e com os dois gestores concursados da

respectiva área da empresa que serão identificados como gestor A e gestor B. Para

garantir maior fidelidade sobre as informações coletadas, os questionários foram

recolhidos no mesmo dia da aplicação. Após recolhimento do material, os dados

foram organizados e articulados em função do referencial teórico, objetivos geral e

específicos, garantindo assim uma maior credibilidade para a amostra.

61

5.5 Critérios utilizados para análise dos dados

Os dados de uma pesquisa podem ser classificados quanto à natureza

quantitativa ou qualitativa. O processo de coleta de dados quantitativo prioriza

números ou informações que possam ser quantificadas ou interpretadas e

analisadas com recursos estatísticos. Sua importância reside em testar a hipótese

levantada e validá-la ou não. Os dados qualitativos incluem rótulos ou nomes

usados para identificar cada elemento, assim, valoriza a idéia de intensidade em

detrimento da idéia de quantidade (LIMA, 2008).

Os dados desta pesquisa foram consolidados mediante tratamento

qualitativo, o qual se caracteriza por não utilizar instrumentos estatísticos como base

para comprovar ou refutar seus questionamentos, mas, principalmente por enfatizar

as especificidades do fenômeno estudado – cultura organizacional no processo de

terceirização.

O tratamento qualitativo busca, em termos de seu contexto, oferecer valor

significativo na análise do processo de profissionalização, assunto este, pautado no

referido estudo de caso. “A pesquisa qualitativa possui o poder de analisar os

fenômenos com consideração de contexto. Pesquisas que se apóiam em números

correm o risco de se firmarem na exatidão fria da falta de contexto”. (LEITE apud

SILVA FILHO, 2005).

A pesquisa qualitativa atua no universo dos significados, das aspirações,

das crenças, dos valores e das atitudes, sendo este conjunto de fenômenos

entendido como parte da realidade, pois o ser humano se diferencia não somente

por agir e pensar sobre o que faz, mas por interpretar suas ações dentro e a partir

da realidade vivida e partilhada com os demais. (MINAYO, 2010).

Para efeitos práticos, Minayo (2010), divide o processo de trabalho em

pesquisa qualitativa em três momentos:

a) Fase exploratória – é o tempo dedicado a definir e delimitar o objeto, a

desenvolvê-lo teórica e metodologicamente.

62

b) Trabalho de campo – consiste em levar para a prática empírica a

construção teórica. Combina instrumento de observação, entrevistas ou outras

modalidades de comunicação com os pesquisados, como o levantamento de

material documental, entre outros.

c) Análise e tratamento do material empírico e documental – trata-se do

conjunto de procedimentos para valorizar, compreender, interpretar os dados e

articulá-los com a teoria que fundamentou a pesquisa.

Quanto à análise dos questionários (dados), as etapas realizadas foram

as seguintes:

1º Elaboração e aplicação dos questionários;

2º Tabulação dos questionários;

3º Identificação de elementos comuns e divergentes;

4º Organização e categorização do material em torno das temáticas

abordadas pelos respondentes;

5º Tratamento e interpretação do material através da análise dos dados;

6º Elaboração do texto final da metodologia e conclusão.

63

6. AVALIAÇÃO DE RESULTADOS

De acordo com o referencial teórico sobre a evolução da terceirização no

Brasil, principalmente na administração pública, de como a cultura organizacional

influencia a gestão de pessoas e através dos dados analisados, dentre a amostra,

pode-se avaliar que a grande maioria dos terceirizados gosta de trabalhar no órgão

público que foi utilizado como objeto de estudo e tem orgulho de dizer aos outros

que trabalham no mesmo, ainda assim sendo terceirizados.

Foi escolhida uma amostra de 39 terceirizados pertencentes à área de TI

que responderam ao questionário desta pesquisa, 72% é do sexo masculino, o que

reafirma a predominação deste na área estudada, conforme o gráfico 1.

Gráfico 1: Amostragem por sexo.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

O gráfico 2 mostra que é uma mão de obra jovem onde 47% possuem

entre 18 e 28 anos e 45% possui entre 29 e 39 anos de idade.

64

Gráfico 2: Amostragem por idade.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Pode-se observar no gráfico 3 que a administração pública remunera bem

a mão de obra qualificada advinda da terceirização, onde 60% possuem a faixa

salarial de 5 a 10 salários mínimos.

65

Gráfico 3: Amostragem por faixa salarial.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Quanto ao grau de instrução, o gráfico 4 demonstra que 5% da amostra

possui ensino médio completo, 46% possui nível superior cursando, 33% possui o

nível superior completo, 13% possui pós-graduação cursando e apenas 3% possui

pós-graduação concluída. Podemos observar que, por ser uma mão de obra

qualificada e que é bem remunerada, o nível de escolaridade é bastante elevado.

Gráfico 4: Grau de instrução da amostra.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

66

Embora a mão de obra seja terceirizada, observa-se que o gráfico 5

destaca que os terceirizados mantém um vínculo empregatício de longo prazo com a

empresa tomadora dos serviços.

Gráfico 5: Tempo de empresa por funcionário terceirizado.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Quanto à modalidade do contrato, 90% possuem o contrato de trabalho

por tempo indeterminado junto à tomadora de serviço. À luz deste dado obtido, os

terceirizados possuem plena consciência de que sua mão de obra é de fundamental

importância, pois 76% afirmam que a empresa tomadora do serviço só promoveria

uma demissão em massa como último recurso, pois os colaboradores da área de TI

possuem um papel crucial na empresa. Esta justificativa obteve 71% de frequência

dentre os respondentes. Contudo, os gestores da área do órgão estudado também

possuem esta consciência, como mostra resposta do gestor A: Temos terceirizados que vão de 1 ano a 12 anos trabalhando no órgão. Procuramos mantê-los em nosso quadro funcional para manter a estabilidade do ambiente, além de ser uma mão de obra bem mais qualificada.

67

Quanto ao ambiente de trabalho, 80% consideram que o ambiente da

empresa é agradável para se trabalhar, tendo como justificativas o que demonstra o

gráfico 6.

Gráfico 6: Justificativas para um bom ambiente de trabalho na perspectiva dos funcionários terceirizados.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Quanto aos equipamentos oferecidos para a execução do trabalho, 97%

afirmam que recebem os equipamentos e recursos necessários para realizar seu

trabalho de maneira satisfatória.

Quanto aos canais de comunicação existentes dentro do órgão público,

53% afirmaram que não existem canais de comunicação bem definidos para que os

colaboradores possam expressar suas sugestões e reivindicações.

Acerca do relacionamento entre os setores, 64% afirmam que existe um

bom relacionamento entre os setores e 89% afirmam que há um sentimento de

equipe no ambiente de trabalho em que estão inseridos. Quando um novo

funcionário terceirizado é contratado, 97% afirmam que as pessoas fazem com que

ele se sinta bem-vindo.

68

Já em relação à gestão de terceirizados versus gestão de pessoas no

ambiente de trabalho, a tabela 1 demonstra os resultados perante as perguntas que

foram estruturadas no questionário dos funcionários.

Tabela 1: Gestão de terceirizados x gestão de pessoas no ambiente de trabalho.

PERGUNTA SIM NÃO

Você sabe com clareza quem é seu líder (superior imediato)? 87% 13%

O seu líder demonstra interesse nas ideias e sugestões que você e

seus companheiros apresentam e toma ações com base nelas?

97% 3%

O seu líder lhe mantém informado sobre assuntos importantes e sobre

mudanças na empresa?

69% 31%

Você é motivado(a) a executar suas atividades de forma satisfatória? 77% 23%

Você é avaliado(a) periodicamente pelo seu desempenho? 54% 46%

Você é reconhecido(a) pelo seu trabalho/esforço? 62% 38%

O seu líder reconhece os erros como oportunidades de aprendizado? 69% 31%

O seu líder sabe coordenar pessoas e distribuir tarefas

adequadamente?

79% 21%

As pessoas nesta empresa são encorajadas a equilibrar sua vida

profissional e pessoal?

69% 31%

Você tem um bom relacionamento com o seu líder? 100% 0%

Nesta empresa existem programas de desenvolvimento e

treinamento?

31% 69%

Fonte: Elaborado pela autora (2012).

69

Pode-se observar na tabela 1 que os terceirizados mantém uma boa

relação com o superior imediato e que o mesmo busca formas de geri-los

satisfatoriamente, como pôde ser comprovado no questionário voltado aos gestores.

Porém, vale ressaltar que os programas de treinamento e desenvolvimento precisam

ser disseminados e aprimorados, pois apenas 31% afirmam existir programas de tal

natureza dentro do órgão público e somente 33% afirmam serem envolvidos nestes

programas.

Um ponto que vale ser ressaltado dentro deste contexto de gestão de

terceirizados versus gestão de pessoas no ambiente de trabalho, é que os gestores

concursados dão autonomia e nomeiam alguns funcionários terceirizados como

líderes de equipe. Isto é retratado na pergunta feita no questionário voltado para o

gestor: você dá retorno sobre o desempenho do trabalho (crítica construtiva) aos

terceirizados?, onde a resposta dos gestores A e B foi a seguinte:

Apenas damos retorno para os líderes de equipe, e os demais recebem críticas diretamente de seus respectivos líderes.

Quanto ao sentimento de ser um funcionário terceirizado em um ambiente

onde há funcionários públicos, 76% afirma que há algum tipo de discriminação por

ser um(a) funcionário terceirizado(a). Justificando esta porcentagem, 100% dos

respondentes afirmam que existe uma certa resistência aos terceirizados por parte

de alguns funcionários públicos, pois por possuírem uma qualificação mais elevada,

consequentemente os salários dos terceirizados serão mais elevados, gerando

assim este desconforto por parte dos funcionários públicos que, na maior parte dos

casos, possuem sua remuneração bem abaixo de um terceirizado. Essa resistência,

de acordo com algumas justificativas apresentadas em alguns questionários, se dá

geralmente através de greves e reinvidicações por maiores salários, diferenciação

na utilização de espaços físicos, como a proibição de utilização do mesmo

restaurante e banheiro, ou ainda, a circulação de informação somente para

concursados, entre outras.

70

Quando o assunto é a empresa prestadora dos serviços, claramente a

opinião dos respondentes muda em relação à tomadora dos serviços. O gráfico 7

demonstra o grau de satisfação desta relação.

Gráfico 7: Opinião dos terceirizados acerca da empresa prestadora dos serviços.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Abaixo segue a opinião do gestor A responsável pela gestão do contrato

com a terceirizadora, acerca dos seus serviços para com os funcionários

terceirizados: A empresa vencedora do pregão (atual) tem uma péssima administração, nos dão bastante trabalho. Ela em si é apenas uma “fonte pagadora” já que o pessoal terceirizado é selecionado por nós da gestão do contrato.

Já em relação aos benefícios oferecidos pela prestadora de serviços, ou

empresa pagadora como os gestores do contrato nomeiam, de acordo com as

respostas dos mesmos, a empresa não oferece assistência médica, odontológica,

seguro de vida e auxílio creche, apenas o básico como vale-transporte e vale-

refeição. No questionário para os gestores foi perguntado: o que você, como gestor

e tomador dos serviços terceirizados, pode acrescentar neste pacote de benefícios?

O gestor A responde a esta indagação o seguinte:

Infelizmente nada posso fazer, pois as decisões quanto aos benefícios são realizadas entre os sindicatos.

71

Tratando ainda de benefícios, o gráfico 8 mostra os principais benefícios

que os terceirizados consideram mais importantes para sua qualidade de vida.

Gráfico 8: Benefícios que os terceirizados consideram mais importantes.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Na pesquisa foi estabelecido um grau de importância das oportunidades

que o processo de terceirização pode oferecer para a carreira dos funcionários

terceirizados.

O gráfico 9 demonstra que a maioria afirma que o processo te

terceirização oferece a busca de melhores resultados perante o mercado, tendo isto

como importante.

72

Gráfico 9: Oportunidade de busca de melhores resultados perante o mercado.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

O gráfico 10 demonstra que este processo oferece a oportunidade de

ampliação de conhecimentos, tendo isto como muito importante pelos respondentes. Gráfico 10: Oportunidade de ampliação dos conhecimentos.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Um fator interessante é que quando se fala de oportunidade de

valorização, reconhecimento e crescimento profissional neste processo de

terceirização, embora as respostas baseadas na gestão de pessoas tenham sido

73

satisfatórias, 36% dizem que esta oportunidade é pouco importante, porém 33%

dizem que é muito importante como apresenta o gráfico 11. Gráfico 11: Oportunidade de valorização, reconhecimento e crescimento profissional.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Embora a empresa prestadora dos serviços não ofereça um pacote de

benefícios atrativos, 47% aponta como grau importante a oportunidade de qualidade

de vida que o processo de terceirização oferece. Isto obviamente se dá por conta

dos 58% que afirmam que o processo oferece a oportunidade de garantia de bons

salários, tendo o grau importante para a tal assertiva. Observa-se nos gráficos 12 e

13 este resultado.

74

Gráfico 12: Oportunidade de melhor qualidade de vida.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012. Gráfico 13: Oportunidade de garantia de bons salários.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Ainda em relação ao grau de importância das oportunidades que o

processo de terceirização pode oferecer para a carreira dos funcionários

terceirizados, 39% afirmam que o processo pode oferecer a especialização da

75

profissão, tendo como muito importante esta oportunidade. O gráfico 14 demonstra

este resultado.

Gráfico 14: Oportunidade de especialização da profissão.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Os gráficos 15 e 16 mostram que, apesar de os funcionários terceirizados

confiarem na empresa em que prestam serviços em relação à demissão em massa,

42% acreditam que o processo de terceirização não pode oferecer uma relação de

parcerias duradouras e 47% acreditam que o processo não pode oferecer segurança

e estabilidade, tendo como pouco importantes estes dois quesitos. Além disto, 39%

dizem que o processo não oferece oportunidade de desafios motivadores, tendo

como pouco importante esta oportunidade para o processo.

76

Gráfico 15: Oportunidade de relação de parcerias duradouras.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012. Gráfico 16: Oportunidade de segurança e estabilidade.

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

A tabela 2 demonstra as vantagens que o processo de terceirização pode

oferecer, na opinião dos terceirizados na administração pública.

77

Tabela 2: Vantagens no processo de terceirização na opinião dos funcionários terceirizados.

VANTAGEM SIM NÃO

Relação de parcerias duradouras 18% 82%

Desenvolvimento econômico 27% 73%

Especialização de serviços 41% 59%

Salários altos 59% 41%

Muitos benefícios 3% 97%

Ótima qualidade de vida 15% 85%

Valorização dos talentos humanos 18% 82%

Crescente processo evolutivo 44% 56%

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

Analisando a tabela 2, pôde-se comprovar que a única vantagem que o

processo de terceirização, na opinião dos funcionários terceirizados, traz são

salários altos com 59%. Embora o clima organizacional seja satisfatório no órgão em

que prestam serviços, e as vantagens apontadas por Giosa (1999) no referencial

teórico, a gestão do processo ainda deixa a desejar nestas vantagens que não foram

reconhecidas pelos terceirizados.

Já os gestores A e B apontaram como vantagens:

Busca de qualidade dos serviços;

Agilidade nas decisões;

78

Maior lucratividade e crescimento;

Valorização dos talentos humanos.

A tabela 3 demonstra as desvantagens que o processo de terceirização

pode oferecer, na opinião dos terceirizados na administração pública.

Tabela 3: Desvantagens no processo de terceirização na opinião dos funcionários terceirizados.

DESVANTAGEM SIM NÃO

Resistência do pessoal concursado 59% 41%

Dificuldade em encontrar parcerias firmes 34% 66%

Relação de conflito com sindicatos 28% 72%

Ausência de uma lei que o ampare efetivamente 50% 50%

Desigualdades de benefícios perante o pessoal

concursado

62% 38%

Baixos salários 31% 69%

Péssima qualidade de vida 6% 94%

Fonte: Elaborado pela autora (2012)

Analisando a tabela 3, pôde-se comprovar que as únicas desvantagens

que o processo de terceirização, na opinião dos funcionários terceirizados, traz são

resistência do pessoal terceirizado (59%) e desigualdades de benefícios perante o

pessoal concursado (62%).

79

Já os gestores A e B apontaram como desvantagens:

Resistência do pessoal concursado;

Ausência de uma lei que o ampare efetivamente.

Ainda na percepção dos gestores, os mesmos apontaram como ponto

fraco no processo de terceirização falta de padrão para a contratação de pessoal e

como ponto forte facilidade na manutenção da equipe. E como pontos de melhoria

os mesmos apontaram padronização por parte do governo estadual para a utilização

de licitações do tipo técnica-preço na contração de pessoal terceirizado para TI, pois

conforme resposta do gestor A o processo contratual da terceirização se dá da

seguinte forma: A princípio ocorreu por licitação do tipo técnica-preço, porém mais recentemente devido a demandas do governo tivemos que optar por pregão de menor preço. O que nos levou a ter constantes problemas administrativos com a empresa prestadora de serviço.

Os dados obtidos através da pesquisa foram muito importantes e com

isso pode-se obter as respostas a todos os objetivos específicos encerrando-se aqui

a análise dos dados. De acordo com o relatado anteriormente no referencial teórico

sobre cultura organizacional, é um padrão de aspectos básicos compartilhados,

inventados, descobertos ou desenvolvidos por um determinado grupo que aprende a

enfrentar seus problemas de adaptação externa e integração interna e que funciona

bem a ponto de ser considerado válido e desejável para ser transmitido aos novos

membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles

problemas.

80

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas implantam a terceirização buscando menor custo e maior

competitividade. Consideram que a simples contratação da empresa parceira-

terceira garantirá os resultados esperados. A prática, porém, demonstra que as

terceirizações envolvem a gestão de profissionais que muitas vezes estarão

diretamente subordinados às empresas contratantes, inclusive alocados fisicamente

na própria empresa. Isto faz com que a empresa passe a ter dois tipos de

profissionais - empregados próprios e terceirizados - convivendo no mesmo

ambiente e em várias ocasiões com regras muito diferentes, por exemplo, a

diferenciação na utilização de espaços físicos, como a proibição de utilização do

mesmo restaurante e banheiro, ou ainda, a circulação de informação somente para

empregados, entre outras.

Este tipo de tratamento diferenciado, e muitas vezes discriminatório, pode

causar insatisfação e desmotivação do profissional terceirizado, caso a cultura e o

clima organizacional não sejam satisfatórios e não estejam voltados à gestão de

pessoas diretamente. As empresas devem ter consciência que são as pessoas que

produzem e fazem a diferença na competitividade e qualidade dos produtos e

serviços oferecidos, sejam elas terceirizadas ou não. A partir do reconhecimento da

importância das pessoas, a empresa contratante deve procurar eliminar ou minimizar

a diferenciação de tratamento, através de uma gestão de pessoas que identifique

em que pontos pode atuar para que os terceirizados, apesar de legalmente estarem

ligados a outra empresa, possam se identificar com a empresa contratante e dar um

retorno satisfatório em desempenho e produção. Isto pode ser possível através da

cultura organizacional como influenciadora desta gestão.

Apresenta-se, desta forma, uma relação ganha-ganha. Ganha a empresa

com um melhor clima organizacional e melhores resultados e ganha o profissional

terceirizado, com um ambiente de trabalho com condições físicas e motivacionais

para realizar suas tarefas de maneira mais integrada com os objetivos da empresa.

Este trabalho se desenvolveu com a problemática de analisar como a

cultura organizacional pode contribuir para a satisfação dos funcionários

81

terceirizados na administração pública e de testar a hipótese de verificar se a

administração pública permite uma cultura organizacional que não influencie em

desigualdades entre os funcionários públicos e terceirizados. Dentro deste contexto,

estabeleceu-se um objetivo geral que foi determinar como a cultura organizacional

pode contribuir para a satisfação dos funcionários terceirizados na administração

pública. Constatou-se que a cultura organizacional vivenciada no órgão estudado é

bastante voltada para o crescimento, atenção e bem estar do funcionário

terceirizado através de oportunidades de crescimento, participação nas decisões e

comprometimento da equipe, atendendo assim ao objetivo geral. Constatou-se

também que uma cultura organizacional bem definida pode contribuir e muito para

um bom desempenho dos funcionários terceirizados, embora se tenha outros fatores

que não são tão motivadores dentro da organização e por parte da prestadora de

serviço a qual também estão ligados.

Esta constatação foi possível definir através da hipótese, onde foi

validada que a administração pública não só permite ter uma cultura organizacional

que não influencie desigualdades entre os funcionários públicos e terceirizados, mas

também proporciona para que isto não ocorra através de um bom clima

organizacional, como foi apresentado no capítulo referente à análise dos dados.

Como a influência da desigualdade existe, de certo modo, como foi abordada na

análise dos dados, esta prática ajuda e muito os terceirizados a não serem atingidos

por este tipo de detalhe.

Este trabalho estabeleceu três objetivos específicos e conseguiu obter

respostas para todos.

O primeiro objetivo específico seria identificar as principais vantagens e

desvantagens da terceirização. De acordo com os resultados da amostra foram

identificadas como vantagens da terceirização na administração pública: salários

altos, busca de qualidade dos serviços, agilidade nas decisões, maior lucratividade e

crescimento e valorização dos talentos humanos. Já as desvantagens foram

apontadas são: resistência do pessoal terceirizado, desigualdades de benefícios

perante o pessoal concursado e ausência de uma lei que os ampare efetivamente.

82

O segundo objetivo específico seria identificar fatores desmotivadores e

motivadores ligados ao processo de terceirização. Os fatores desmotivadores que

foram precisamente identificados na pesquisa foram: desigualdades existentes entre

os funcionários públicos e terceirizados, como proibição de usarem o mesmo

refeitório, não possuírem um pacote de benefícios parecido, não terem garantia de

estabilidade, porém o órgão público mantém uma cultura e um clima organizacional

favorável para que estas desigualdades não afetem diretamente os terceirizados a

ponto de deixá-los desmotivados ou constrangidos de algum modo. Já os fatores

motivadores identificados foram: reconhecimento do trabalho, abertura para novas

ideias e participação nas decisões.

O terceiro e último objetivo específico seria relacionar as oportunidades

que o processo de terceirização oferece. Dentro da amostra permitiu-se constatar

que a administração pública dá autonomia aos terceirizados que desempenham um

bom resultado, fazendo com que cresçam internamente mesmo sendo terceirizados.

Além de ser bem remunerados, a gestão permite que, mesmo que ocorra a troca de

prestadora de serviço, haja a manutenção e captação dos terceirizados que

demonstrarem um bom desempenho (manutenção de talentos internos), garantindo

assim oportunidade de carreira e de certo modo estabilidade, como mostrou a

pesquisa, o órgão mantém terceirizados com quase 12 anos de serviço.

Um ponto que vale ser ressaltado também, dentro deste contexto de

vantagens e desvantagens, é a falta de compromisso por parte da empresa

contratada, pois a mesma atrasa os salários dos funcionários terceirizados, não

possui canais acessíveis de comunicação, não oferece um pacote de benefícios

atrativos e não investe em capacitação da mão de obra que oferece ao mercado.

Como o próprio gestor A relatou na análise dos dados, ela (prestadora dos serviços)

em si é apenas uma “fonte pagadora” já que o pessoal terceirizado é selecionado

pelo responsável pela gestão do contrato. Com certeza a manutenção de talentos,

como foi abordada anteriormente, só é possível porque a seleção do pessoal

terceirizado é feita pelo próprio órgão (tomadora dos serviços).

Houve limitações na pesquisa quanto à disponibilidade dos gestores e

funcionários para aplicação dos questionários. Foi necessária muita cautela e espera

83

para que a aplicação fosse realizada, além do sigilo absoluto em relação à

identificação do órgão público que serviu de objeto de estudo. Foi identificada

também como limitação a forma de amostragem utilizada que foi a por conveniência,

por apresentar a desvantagem de não contar com o rigor científico exigido nos

trabalhos acadêmicos.

Acredita-se que os resultados do estudo constituem informações

relevantes para os alunos dos cursos de administração, gestão de recursos

humanos ou gestão de pessoas, assim como futuras pesquisas, pois trazem

informações que viabilizam um melhor direcionamento no processo de terceirização

seja ele em que ramo for.

Sugerem-se futuras pesquisas para a avaliação da relação entre

terceirizados e as empresas contratantes, e assim serem verificadas medidas e

práticas que podem ser aplicadas, tendo por objetivo um melhor relacionamento

entre as empresas contratadas e os terceirizados, e consequentemente, o sucesso

no alcance das metas do negócio. Sugere-se também a realização de uma pesquisa

quantitativa e qualitativa que utilize uma amostra aleatória simples escolhida dentre

a totalidade dos funcionários terceirizados e uma investigação do tema sob o ponto

de vista dos funcionários concursados dos órgãos públicos.

84

REFERÊNCIAS

ANDERSON, David R.; SWEENEY, Denis J.; WILLIAMS, Thomas A. Estatística Aplicada à Administração e Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2008. ALVAREZ, Manuel S. B. Terceirização: parceria e qualidade. Rio de Janeiro: Campus, 1996. ATKINSON, J.W. An Introduction to motivacion. Princeton: Van Nostrand, 1999. CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho. Niterói: Impetus, 2011. CAVALCANTE JÚNIOR, Ophir. A Terceirização das Relações Laborais. São Paulo: LTr, 1996. CERVO, Amado L; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica de sucesso das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2009. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Parcerias na Administração Pública. São Paulo: Atlas, 2005. DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. FONTANELLA, Denise; TAVARES, Eveline; LEIRIA, Jerônimo Souto. O lado (des) humano da Terceirização. Salvador: Casa da Qualidade, 1994.

85

FREITAS, Maria Ester de. Cultura Organizacional: identidade, sedução e carisma? Rio de Janeiro: FGV, 2002. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. GODOY, Arilda S., Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades, In Revista de Administração de Empresas, v.35, n.2, Mar/Abr. 1995, p.57-63. GREAT PLACE TO WORK BRASIL. Melhores Empresas para Trabalhar. Disponível em: <http://www.greatplacetowork.com.br/nossa-abordagem/o-que-e-um-local-de-trabalho-excelente>. Acesso em: 24 mar. 2012. INSTITUTO ETHOS. Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Disponível em: <http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/temas/publico_interno1.asp>. Acesso em: 14 abr. 2012. JACQUES, Enio Sperling. Relações de Trabalho e Legislação Trabalhista. Rio de Janeiro: FGV, 2011. KARDECK, Alan; CARVALHO, Cláudio. Gestão Estratégica e Terceirização. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. LACERDA, Antônio Corrêa. Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2004. LEIRIA, Jerônimo Souto; SARATT, Newton. Terceirização: uma alternativa de flexibilidade empresarial. São Paulo: Gente, 1995. LIMA, Manolita Correia. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, 2008. MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 2009.

86

MARTINS, Sérgio Pinto. A Terceirização e o Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2000. MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. MIRANDA, Carlos Roberto. Ataque ao mundo do trabalho: terceirização e seus reflexos na segurança e saúde do trabalhador. Disponível em <http://www.saudeetrabalho.com.br/t-organizacao.php>. Acesso em: 10 mar. 2012. MORAES, Paulo Douglas Almeida de. Contratação indireta e terceirização de serviço na atividade-fim das pessoas jurídicas: possibilidade jurídica e conveniência social. Campo Grande: [s.n], 2003. NASCIMENTO FILHO, Adeildo Feliciano do. Terceirização: aspectos práticos e teóricos. 2001. 89f. Monografia (Graduação em Economia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2001. OLIVEIRA, Marco. Terceirização: estruturas e processos em xeque nas empresas. São Paulo: Nobel, 1994. OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Sociologia das Organizações: uma análise do homem e das empresas no ambiente competitivo. São Paulo: Pioneira, 2002. PRÊMIO NACIONAL DE QUALIDADE (PNQ). Critérios de Excelência. Disponível em: <http://www.fnq.org.br>. Acesso em: 11 mar. 2012. QUEIROZ, Carlos Alberto Ramos Soares de. Manual de Terceirização. São Paulo: STS, 1998. REVISTA ÉPOCA. As melhores ficam melhores para trabalhar. Disponível em: < http://revistaepoca.globo.com/Negocios-e-carreira/GPTW/noticia/2011/08/empresas-ficaram-melhores-para-trabalhar.html>. Acesso em: 14 abr. 2012. REZENDE, Wilson. Terceirização: a integração acabou? Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 37, n. 4, p.6-15, out./dez. 1997. ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

87

SCHEIN, Edgar H. Consultoria de Procedimentos: seu papel no desenvolvimento organizacional. São Paulo: Edgard Blucher, 1992. SILVA, Ciro Pereira da. A terceirização Responsável: modernidade e modismo. São Paulo: LTr, 1997. SILVA FILHO, Francisco Francílio Dourado da. Modelagem organizacional do terceiro setor: um jeito próprio de ser. 2005. 207p. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade de Fortaleza, Fortaleza. SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias. Medidas do Comportamento Organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2008. WOLFF, Gilberto. Integração Vertical e Terceirização: uma abordagem crítica focada nas questões estratégicas para a competitividade da manufatura. 2001. 207f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.

88

ANEXOS

89

FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FA7

MBA EM GESTÃO E LIDERANÇA AVANÇADA DE PESSOAS

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO SITUACIONAL - FUNCIONÁRIO DATA DA APLICAÇÃO: ____/____/____

Observações: Não há a necessidade de identificar-se; As informações aqui contidas são estritamente confidenciais, sendo utilizadas somente

em estudo de caso para trabalho de conclusão de curso.

1) Qual seu sexo? Feminino [ ] Masculino [ ] 2) Qual sua idade? Entre 18 e 28 anos [ ] Entre 29 e 39 anos [ ] Entre 40 e 50 anos [ ] Acima de 50 anos [ ] 3) Qual sua faixa salarial? Até 5 salários mínimos [ ] De 5 a 10 salários mínimos [ ] De 11 a 20 salários mínimos [ ] Acima de 20 salários mínimos [ ] 4) Qual sua formação? Ensino médio concluído [ ] Ensino superior cursando [ ] Ensino superior concluído [ ] Pós-graduação cursando [ ] Pós-graduação concluída [ ] Sobre a Empresa Tomadora de Serviços: 5) Trabalha nesta empresa há quanto tempo? Até 1 ano [ ] De 1 ano a 4 anos [ ] De 5 a 8 anos [ ] Acima de 8 anos [ ] 6) O seu contrato de trabalho é por tempo determinado ou indeterminado? Determinado [ ] Indeterminado [ ]

7) O ambiente físico desta empresa é agradável para trabalhar? Sim [ ] Não [ ] Justifique sua resposta:

_________________________________________

_________________________________________

8) Você recebe os equipamentos e recursos necessários para realizar seu trabalho? Sim [ ] Não [ ] 9) Tenho orgulho de contar a outras pessoas que trabalho aqui? Sim [ ] Não [ ] Justifique sua resposta:

_________________________________________

_________________________________________

10) Existem canais de comunicação bem definidos para que os colaboradores possam expressar suas sugestões e reivindicações? Sim [ ] Não [ ] Justifique sua resposta:

_________________________________________

_________________________________________

90

11) Você acredita que esta empresa só promoveria uma demissão em massa como último recurso? Sim [ ] Não [ ] Justifique sua resposta:

_______________________________________

12) Existe um bom relacionamento entre os setores? Sim [ ] Não [ ] 13) Existe um sentimento de equipe? Sim [ ] Não [ ] Sobre a Empresa Prestadora de Serviços: 14) Qual sua opinião acerca da empresa prestadora de serviços? Ótima [ ] Boa [ ] Regular [ ] Ruim [ ] Justifique sua resposta:

_______________________________________

15) Quais os benefícios oferecidos pela mesma? Assistência Médica [ ] Assistência Odontológica [ ] Seguro de Vida [ ] Vale-Transporte [ ] Vale-Refeição [ ] Auxílio-creche [ ] Outros:

_______________________________________

16) Marque os três benefícios mais importantes para você, independentemente se a empresa oferece ou não. Assistência Médica [ ] Assistência Odontológica [ ] Seguro de Vida [ ] Vale-Transporte [ ] Vale-Refeição [ ] Auxílio-creche Convênio com livrarias e academias [ ] Seguro de Vida [ ] Outros:

______________________________________

Sobre a Relação Gestão de Terceirizados x Gestão de Pessoas no ambiente de trabalho:

17) Você sabe com clareza quem é seu líder (superior imediato)? Sim [ ] Não [ ] 18) O seu Líder demonstra interesse nas ideias e sugestões que você e seus companheiros apresentam e toma ações com base nelas? Sim [ ] Não [ ] 19) O seu Líder lhe mantém informado sobre assuntos importantes e sobre mudanças na empresa? Sim [ ] Não [ ] 20) Você é motivado(a) a executar suas atividades de forma satisfatória? Sim [ ] Não [ ] 21) Você é avaliado(a) periodicamente pelo seu desempenho? Sim [ ] Não [ ] 22) Você é reconhecido(a) pelo seu trabalho/esforço? Sim [ ] Não [ ] 23) O seu líder reconhece os erros como oportunidades de aprendizado? Sim [ ] Não [ ] 24) O seu líder sabe coordenar pessoas e distribuir tarefas adequadamente? Sim [ ] Não [ ] 25) As pessoas nesta empresa são encorajadas a equilibrar sua vida profissional e pessoal? Sim [ ] Não [ ] 26) Você tem um bom relacionamento com o seu líder? Sim [ ] Não [ ] 27) Nesta empresa existem programas de desenvolvimento e treinamento? (Caso sua resposta seja sim, responda a 20ª pergunta. Caso seja não, pule para a 21ª questão) Sim [ ] Não [ ] 28) Você é envolvido(a) nos programas de desenvolvimento e treinamento? Sim [ ] Não [ ]

91

29) Você acredita que há algum tipo de discriminação por ser um(a) funcionário terceirizado(a)? Sim [ ] Não [ ] Justifique sua resposta:

_________________________________________

_________________________________________

30) Quando é contratado um funcionário terceirizado novo, as pessoas fazem com que ele se sinta bem-vindo? Sim [ ] Não [ ] Sobre o processo de terceirização: 31) Assinale e relacione as oportunidades que o processo de terceirização pode oferecer para sua carreira atribuindo uma nota para cada quesito, onde 1 é o menos importante e 10 o mais importante: Busca de melhores resultados perante o mercado [ ] Ampliação de conhecimentos [ ] Valorização e reconhecimento profissional [ ] Crescimento profissional [ ] Melhor qualidade de vida [ ] Garantia de bons salários [ ] Especialização da profissão [ ] Relação de parcerias duradouras [ ] Segurança e Estabilidade [ ] Desafio motivador [ ]

32) Assinale as vantagens que você percebe no processo de terceirização: Relação de parcerias duradouras [ ] Desenvolvimento econômico [ ] Especialização de serviços [ ] Salários altos [ ] Muitos benefícios [ ] Ótima qualidade de vida [ ] Valorização dos talentos humanos [ ] Crescente processo evolutivo [ ] 33) Assinale as desvantagens que você percebe no processo de terceirização: Resistência do pessoal concursado [ ] Dificuldade em encontrar parcerias firmes [ ] Relação de conflito com sindicatos [ ] Ausência de uma lei que o ampare efetivamente [ ] Desigualdades de benefícios perante o pessoal concursado [ ] Baixos salários [ ] Péssima qualidade de vida [ ]

OBRIGADA PELA SUA PARTICIPAÇÃO!

92

FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FA7 MBA EM GESTÃO E LIDERANÇA AVANÇADA DE PESSOAS

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO SITUACIONAL - GESTOR

DATA DA APLICAÇÃO: ____/____/____

Observações: Não há a necessidade de identificar-se; As informações aqui contidas são estritamente confidenciais, sendo utilizadas somente

em estudo de caso para trabalho de conclusão de curso. 1) Qual seu sexo? Feminino [ ] Masculino [ ] 2) Qual sua idade? Entre 18 e 28 anos [ ] Entre 29 e 39 anos [ ] Entre 40 e 50 anos [ ] Acima de 50 anos [ ] 3) Qual sua formação? Ensino médio concluído [ ] Ensino superior cursando [ ] Ensino superior concluído [ ] Pós-graduação cursando [ ] Pós-graduação concluída [ ] 4) Trabalha nesta empresa há quanto tempo? Até 1 ano [ ] De 1 ano a 4 anos [ ] De 5 a 8 anos [ ] Acima de 8 anos [ ] 5) Qual sua opinião acerca da empresa prestadora de serviços? Ótima [ ] Boa [ ] Regular [ ] Ruim [ ] Justifique sua resposta:

_________________________________________________________________________________

6) A empresa prestadora de serviços oferece um pacote de benefícios atrativo a seus terceirizados? Sim [ ] pule para a 8ª questão Não [ ] responda a 7ª questão

Justifique sua resposta:

_________________________________________________________________________________

93

7) O que você, como gestor e tomador dos serviços terceirizados, pode acrescentar neste pacote de benefícios? _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

8) Como se dá o processo de terceirização dentro deste órgão público? _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

9) Assinale as vantagens do processo de terceirização para a administração pública, especificamente dentro do órgão onde você é gestor. Relação de parcerias duradouras [ ] Desenvolvimento econômico [ ] Mão de obra especializada [ ] Busca de qualidade dos serviços [ ] Menores custos [ ] Competitividade [ ] Agilidade nas decisões [ ] Maior lucratividade e crescimento [ ] Ótima qualidade de vida para os terceirizados [ ] Valorização dos talentos humanos [ ] Crescente processo evolutivo na carreira dos terceirizados[ ] 10) Assinale as desvantagens do processo de terceirização para a administração pública, especificamente dentro do órgão onde você é gestor. Resistência do pessoal concursado [ ] Dificuldade em encontrar parcerias firmes [ ] Relação de conflito com sindicatos [ ] Ausência de uma lei que o ampare efetivamente [ ] Risco da coordenação de atividades [ ] Ausência de parâmetros de custos internos [ ] Custo com demissões iniciais [ ] Desigualdades de benefícios [ ] Péssima qualidade de vida para os terceirizados [ ] 11) Na sua percepção, quais são os pontos fracos e fortes do processo de terceirização? _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

12) Na sua percepção quais são os dois maiores pontos de melhoria neste processo? _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

13) O órgão retém algum terceirizado quando a empresa prestadora de serviços é trocada? Sim [ ] responda a 15ª questão Não [ ] pule para a 16ª questão

94

14) Quantos anos de empresa este funcionário terceirizado retido possui? Porque mantê-lo em seu quadro funcional? _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

15) Você como líder demonstra interesse nas ideias e sugestões que os terceirizados apresentam e toma ações com base nelas? Sim [ ] Não [ ]

Justifique sua resposta:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

16) Você mantém os terceirizados informados sobre assuntos importantes e sobre mudanças internas? Sim [ ] Não [ ]

17) Você dá retorno sobre o desempenho do trabalho (crítica construtiva) aos terceirizados?

Sim [ ] Não [ ]

Justifique sua resposta:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

18) Você incentiva o trabalho em equipe? Sim [ ] Não [ ]

Justifique sua resposta:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

19) Você possui um bom relacionamento com os terceirizados? Os funcionários terceirizados possuem fácil acesso a você? _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

OBRIGADA PELA SUA PARTICIPAÇÃO!