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TERMO DE APROVAÇÃO LUCIO WOYTOVICZ JUNIOR Sentinela News: a convergência de mídias e o pós-Hard News na cobertura do primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012 Trabalho de conclusão de curso aprovado com nota 10,0 como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Comunicação Social Jornalismo pelas Faculdades Integradas do Brasil Unibrasil, mediante banca examinadora composta por: Prof.(a) Felipe Harmata Marinho e Presidente Prof.(a) Rodolfo Stancki Prof.(a) Rodrigo Fiorin Curitiba, 18 de março de 2013.

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TERMO DE APROVAÇÃO

LUCIO WOYTOVICZ JUNIOR

Sentinela News: a convergência de mídias e o pós-Hard News na

cobertura do primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012

Trabalho de conclusão de curso aprovado com nota 10,0 como requisito

parcial para a obtenção do grau de bacharel em Comunicação Social –

Jornalismo pelas Faculdades Integradas do Brasil – Unibrasil, mediante banca

examinadora composta por:

Prof.(a) Felipe Harmata Marinho e Presidente

Prof.(a) Rodolfo Stancki

Prof.(a) Rodrigo Fiorin

Curitiba, 18 de março de 2013.

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Faculdades Integradas do Brasil

Lucio Woytovicz Junior

Sentinela News: a convergência de mídias e o pós-Hard News na cobertura do

primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012

CURITIBA

2012

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Lucio Woytovicz Junior

Sentinela News: a convergência de mídias e o pós-Hard News na cobertura do

primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Comunicação Social - Jornalismo das Faculdades Integradas do Brasil - Unibrasil como requisito para obtenção da graduação em Jornalismo. Orientador: Prof. Felipe Harmata Marinho

CURITIBA

2012

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Lucio Woytovicz e Sueli

Aparecida Woytovicz que confiaram em

mim, me deram apoio incondicional e

batalharam para que eu chegasse ao fim

desta jornada. Aos meus irmãos Shuellen

Dominici Woytovicz e Lucian Cristoffer

Woytovicz por estarem sempre à

disposição para eventuais necessidades.

E à minha madrinha Alzira Pinheiro

Martins por sempre se preocupar comigo

e com meus estudos.

Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

São muitas as pessoas que merecem meu agradecimento, pois apesar de

fazer este trabalho sozinho, contei com colaborações, participações, ajuda e

companheirismo de vários amigos e colegas. Mas eu não posso deixar de agradecer

à minha família pelo suporte emocional que me deram do começo ao fim da minha

trajetória em busca da graduação como jornalista.

Também não posso deixar de prestar um “muito obrigado” especial ao

meu professor orientador Felipe Harmata Marinho, que me guiou neste projeto de

maneira excepcional. Não tenho dúvidas quando digo que foi o melhor professor que

eu tive em toda a minha vida acadêmica.

Agradeço também à minha namorada Louize Fischer por estar ao meu

lado em todas as decisões, participar do meu projeto diretamente e fazer meu 2012

um ano incrível.

Os demais agradecimentos vão a todos que participaram deste projeto

audacioso, como o competente Denis Barbosa e os estudantes de jornalismo da

equipe que fez a cobertura: Bruna Emily, Julmara Mendes, Natália Brückner, Thiago

Crovador, Camila Nichetti, Allan Scheid, Liriane Kampf, Camile Kogus, Rebeca

Palhano, Kênia Carvalho e David Musso. Também deixo meu agradecimento aos

amigos que me apoiaram da TV Bandeirantes de Curitiba e a todos que torceram

pelo meu sucesso.

Muito obrigado!

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RESUMO

Este estudo relaciona a convergência de mídias a um período informativo anterior ao apresentado nos veículos de comunicação tradicionais, chamado pós-Hard News. A aplicação desta ideia foi realizada durante uma cobertura multimídia do primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012. O resultado é um encontro de novas plataformas comunicativas com o jornalismo. Palavras-chave: Convergência de Mídias; Pós-Hard News; Cobertura Multimídia das Eleições.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................

2 DELIMITAÇÃO DO TEMA.............................................................................. 6

2.1 Democracia representativa e o Município.....................................................

2.2 Eleições municipais.....................................................................................

2.3 Cobertura de eleições na mídia.................................................................

2.4 A chegada da internet................................................................................

2.5 Multimídia nas eleições.............................................................................

2.6 Redes sociais............................................................................................

2.7 No jornalismo..............................................................................................

2.8 Jornalismo colaborativo na era da convergência.............................................

2.9 Pós-Hard News.................................................................................................

3 PROBLEMA..................................................................................................

4 OBJETIVO GERAL.......................................................................................

5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................

6 JUSTIFICATIVA............................................................................................

7 A TEORIA DA CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS.............................................

7.1 O consumo da convergência e o consumidor ativo...................................

7.2 Inteligência coletiva na tecnologia de compartilhamento..........................

7.3 Ações sociais e políticas na era da convergência.....................................

8 JORNALISMO NA INTERNET NA ERA DA CONVERGÊNCIA...................

9 METODOLOGIA...........................................................................................

9.1 Análise pesquisa qualitativa......................................................................

10 DELINEAMENTO DO PRODUTO................................................................

10.1 O que é.......................................................................................................

10.2 Nome do projeto......................................................................................

10.3 Plataformas utilizadas..........................................................................................

10.4 Logo e layout..........................................................................................

10.5 Equipe e divisão de funções................................................................................

10.6 Logística/Itinerário.................................................................................................

10.7 Pautas......................................................................................................

10.8 Equipamentos e adereços para cobertura externa.........................................

10.9 Central de informações............................................................................

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10.10 Sentinela News Primeira Edição........................................................................

10.11 Sentinela News Segunda Edição...........................................................

10.12 Parcerias...............................................................................................

10.13 Repercussão..........................................................................................

10.14 Segundo turno, encerramento e prosseguimento do projeto........................

10.15 Custos....................................................................................................

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................

APÊNDICE A – Logotipo projeto..............................................................................

APÊNDICE B – Arte convocação de estudantes de jornalismo........................

APÊNDICE C – Arte chamada eleições...............................................................

APÊNDICE D – Decupagem pesquisa qualitativa.................................................

APÊNDICE E – E-mail recomendações finais à equipe para cobertura...........

APÊNDICE F – Pedido credenciamento TRE-PR...............................................

ANEXOS............................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende analisar e aplicar o uso da convergência de

mídias no jornalismo. A experimentação deste conceito foi realizada por meio do

Sentinela News, um canal de coberturas jornalísticas multimídia, que acompanhou a

votação e apuração do primeiro turno das eleições municipais de Curitiba em 2012,

no dia 7 de outubro.

A cobertura foi feita por meio de suporte mobile para captação e

transmissão de informação com veiculação na internet em tempo real. Foram

utilizadas plataformas online como redes sociais e uma página na web para

publicação de notícias. Da primeira hora de votação, até o resultado das apurações,

equipes foram distribuídas em diversos pontos de Curitiba para registrar fatos por

meio de fotos, vídeos, áudios e textos em seções eleitorais, baseado no conceito de

jornalismo colaborativo.

Durante todos os trabalhos, uma equipe esteve concentrada numa central

de informações para organizar todo o conteúdo captado em campo. A partir do fim

das votações, um programa em vídeo foi transmitido por streaming online para

atualizar as informações da apuração dos votos. Um repórter encaminhado ao

Tribunal Regional Eleitoral de Curitiba fez entradas ao vivo com entrevistas e

notícias do local.

Este trabalho também busca apresentar e introduzir o fenômeno pós-

Hard News, experimentado de maneira intrínseca à cobertura e à convergência de

mídias. O termo tem como conceito inicial a imediatização da notícia, apoiada na

agilidade das tecnologias atuais em reproduzir a informação.

O estudo se baseia na importância de se estudar este momento do

jornalismo a partir deste encontro de mídias. “A convergência parece plausível como

uma forma de entender os últimos dez anos de transformações dos meios de

comunicação do que o velho paradigma da revolução digital” (Jenkins, 2009, p. 41).

As eleições promovem uma ampla demanda para coberturas

jornalísticas, produção de notícia e busca por informações atualizadas a todo

instante. Inclusive grandes veículos de comunicação preparam coberturas amplas e

diferenciadas da rotina de trabalho jornalístico de dias ‘comuns’.

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Na delimitação, é apresentada uma breve análise sobre a importância e

as nuances da democracia representativa, processo político que é utilizado no

Brasil. Há ainda um esclarecimento sobre a autonomia do município perante o

Estado e o Governo Federal.

As eleições são focadas no que tange o sistema eleitoral e sua cobertura

na mídia, durante o período. Também é observado como as eleições são utilizadas

em produtos multimídias, nas redes sociais, e destes dois elementos convergidos no

jornalismo.

O estudo é baseada na teoria de convergência de mídias de Jenkins

(2009) e debatida quanto a emissores, receptores e novos produtores de informação

multimídia.

Para ampliar o termo trabalhado dentro de experiências já realizadas,

uma pesquisa qualitativa foi realizada com profissionais de jornalismo de Curitiba

que utilizam de novas mídias, convergência, internet e que trabalham, ou não, com

um ou mais destes elementos na política. Eles divergem e discorrem sobre o

momento e importância de se estudar este conceito atual.

A cobertura e a pesquisa aplicada podem ser conferidas no endereço

eletrônico do projeto Sentinela News hospedado site

http://www.sentinelanews.com.br.

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2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

2.1 Democracia representativa e o Município

A democracia é vista por Schumpeter (1984) como um método político

para alcançar decisões legislativas e administrativas de uma nação. Para ele, estas

decisões são adquiridas por meio da livre competição pelo voto livre da população.

De acordo com a Constituição Federal Brasileira (1988), no parágrafo

único do artigo 1º, “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (p. 11), o que

designa que o Brasil recebe suporte da lei suprema para exercer a Democracia

Representativa.

Mazzilli (1997) lembra a importância do regime democrático para uma

República Federativa, como é o caso do Brasil. Ele diz que a democracia não é

apenas um governo desenvolvido pela maioria, é um governo desenvolvido pela

maioria do povo que compõe o país. Ou seja, não há uma delimitação da maioria de

um grupo, é a maioria num contexto geral, sem restrições.

Além disso, o autor acredita que mesmo a democracia sendo um

processo majoritário, a minoria não tem por obrigação seguir os passos e decisões

desta maioria e pode se manifestar contra.

Ainda segundo a Constituição (1988), o voto é direto, secreto e tem valor

igual para todos. No entanto, há autores que não concordam ou mostram como a

cartilha da lei suprema nacional pode não estar adequada em outras situações.

Dahl (1971) é capaz de contestar esta ideia valorativa igualitária de toda

a população. Para ele, desigualdades sociais podem afetar a presença e cobrança

política do povo, por conta de fatores como recursos políticos, conhecimento

acentuado das funções representadas e desânimo para a concentração nas

atividades do âmbito democrático.

Esta frustração do povo para com a democracia é o que Przeworski

(1991) chama de ‘incerteza’ no processo político democrático. Segundo ele, isto tem

como resultado, por exemplo, a criação de sindicatos a fim de defender uma classe

que se sinta fora do movimento igualitário na democracia.

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O desejo por ética política e moralidade pública veio após anos de

corrupção crônica do sistema democrático brasileiro, que, acredita Mische (1997), é

a principal causadora desta frustração, relacionada pela autora como um

clientelismo moderno. Além disso, Phillips (2001) destaca a lentidão em decisões

benéficas ao povo e resoluções de problemas como outro fator para o desinteresse

político popular.

Como analisam Moisés e Carneiro (2008), a desconfiança no sistema

democrático político está relacionada ao descrédito de instituições democráticas

e/ou à insatisfação com o desempenho de um governo. Ainda de acordo com esta

visão, atualmente quem participa deste sistema não entende que as instituições

tenham o papel que se supõe designado a elas como representativas que são.

Entretanto, mesmo com as argumentações de desigualdades, o próprio

Dahl (1971) se refaz com a afirmação de que as eleições têm papel essencial no

governo democrático representativo, uma vez que, em sua própria termologia, a

‘inclusão política’ é assegurada a todos – no Brasil pela Constituição.

Sartori (1987) é ainda mais incisivo no objetivo das eleições para o povo.

Ele aponta que este formato realiza a representatividade efetiva e a prestação de

contas à população, bem como a participação do eleitorado. Além destes fatores, há

também o benefício da mudança de grupos no governo que, de acordo com Bobbio

(1986), “A existência de grupos de poder que se sucedem mediante eleições livres

permanece, ao menos até agora, como a única forma na qual a democracia

encontrou a sua concreta atuação” (p. 11).

Porém ele também entende como inexistente o poder do povo sobre as

decisões, bem como a ideia shcumpeteriana. Neste conceito de Schumpeter (1984),

a soberania popular está compactada em eleger um governante ou renegá-lo

durante as eleições, seja para primeiro mandato ou reeleição. Bobbio (1986)

acredita que o poder da democracia representativa, realizada no Brasil, limita-se a

escolher um representante. Para ele, o decidido é feito de maneira indireta por

aqueles que foram eleitos para isto e ‘liberados’ da responsabilidade de transmitir a

vontade do eleitorado.

No entanto, não apenas uma nação, no termo nacionalista, ou seja, que

forma estados, está sujeita a este formato político, como explica Ferreira (1992),

quando expõe a autonomia dos Municípios no Brasil: “a plena autonomia dos

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Municípios no regime federativo brasileiro significa o poder de eleição do prefeito e

dos vereadores” (p. 60).

Aliás, Ferreira (1992) considera necessário estabelecer com precisão o

conceito de Município, para que não haja confusão. De acordo com o artigo 18 da

Constituição Federal Brasileira (1988), “a organização político-administrativa da

República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios, todos autônomos” (p.25).

Entretanto, Ferreira (1992) ressalta que, apesar de os três governos

exercerem a jurisdição própria no mesmo espaço territorial nacional, estadual e

municipal, foram criadas regras para determinar as competências particulares, cada

um com interesse próprio dentro da área a qual administra.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Oswaldo Trigueiro (1942)

define o termo Município como “a unidade geográfica divisória do Estado, dotada de

governo próprio para a administração descentralizada de serviços estaduais e para

o trato de interesses locais” (p. 239).

Já Bastos (1988) classifica o poder existente e delegado ao Município

não como governo, mas como autonomia, que, aí sim, poderia ser considerado

como uma administração própria.

Para Ferreira (1992), a autonomia recebe um conceito amplo, que pode

agregar as esferas jurídica, política e administrativa. A Constituição (1988) endossa

o direito municipal como sendo o de eleger seus representantes – prefeito e

vereadores – para a tomada de decisões locais. Ou, nas palavras de Ferreira

(1992), “enfim, o poder de administração própria no que concerne ao seu interesse

local” (p. 60).

Ele ainda explica que houve uma mudança de termos nas Constituições

de 1934 para a vigente, no que se refere à competência do Município. Segundo

Ferreira, na antiga, era usada a expressão ‘peculiar interesse’, o que gerou uma

amplitude de interpretações possíveis e prováveis. A mudança, no entanto, não

surtiu o objetivo total de eximir o Município de outros assuntos, como aponta o

inciso II do artigo 30 da atual Constituição (1988): “Suplementar a legislação federal

e a estadual no que couber” (p. 34).

Ou seja, o Município tem autonomia para preencher possíveis lacunas

deixadas pela legislação federal e estadual. Mas Ferreira (1991) alerta que embora

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haja esta competência o governo local deve cumpri-la “não podendo contraditá-la”

(p. 65).

2.2 Eleições municipais

Castro (1991) aponta que o processo eleitoral é um ponto importante

para o sistema político já que é neste momento que há a tentativa de solucionar os

problemas derivados de uma convivência coletiva. Na esfera municipal, Heredia,

Teixeira e Barreira (2002) acreditam que as eleições fazem o povo exercer uma

reflexão local da política no Brasil.

De acordo com a Lei Orgânica dos Municípios, é prevista a eleição do

prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores da Câmara Municipal em até 90

(noventa) dias antes do término do mandato dos que se apresentam como regime

governamental no presente momento. A posse é realizada no primeiro dia do ano,

subsequente ao da eleição. O sistema é de votação em dois turnos, para os

Municípios com mais de 200 mil eleitores, na escolha dos prefeitos e vices.

Segundo o artigo 18 da Lei Orgânica do Município de Curitiba, é

determinado um mínimo de 33 e máximo de 41 vereadores que devem compor a

Câmara Municipal de Curitiba.

Quaglia (1976) expõe a relação dos vereadores eleitos com a Câmara

Municipal, onde deverão estar presentes e comparecer, no sentido de participação,

às sessões durante seu cargo.

Os vereadores têm como obrigações: o poder organizativo municipal, a

função legislativa, a função deliberativa independente do prefeito, função

fiscalizadora do Município e a função julgadora no que tange o próprio ambiente

municipal legislativo – sem ocorrer uma invasão ao poder judiciário.

Já o prefeito deve atentar para o domicílio eleitoral. Como observam

Mendes e Rocha (2004), a atuação do prefeito no Município é observada pela

população com mais facilidade à do Presidente da República, por conta da

proximidade dos problemas e questões que ele deve atender. Os autores apontam

que o prefeito é o principal gestor de serviços públicos de interesse local, logo,

necessita de uma comunicação mais aproximada dos cidadãos.

Esta análise faz com que entendamos a importância do domicílio eleitoral

do prefeito nas condições de elegibilidade para as eleições municipais. No caso do

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candidato à prefeitura não apresentar domicílio eleitoral por pelo menos um ano

anterior às eleições, ele é considerado inelegível.

A votação em dois turnos, que ocorre quando nenhum candidato atinge

pelo menos 51% dos votos válidos, é analisada em artigo de Fleischer (2002) como

um complemento decisivo nas eleições. Como exemplo, ele cita as eleições

municipais de 11 capitais e outras 20 cidades com mais de 300 mil habitantes, no

ano 2000 – apenas Municípios com mais 200 mil habitantes podem ir ao segundo

turno. De todos estes embates, sete resultaram em ‘viradas’ dos candidatos que

perdiam o primeiro turno. Outros três terminaram com uma margem apertada,

segundo as considerações de Fleischer.

Para Cantanhêde (2006), o segundo turno é uma oportunidade de sanar

algumas dúvidas que ficaram vagas sobre as propostas governamentais que estão

em disputa.

O primeiro turno das eleições municipais em 5.566 cidades brasileiras foi

realizado no dia 7 de outubro, respeitando o calendário eleitoral de 2012, divulgado

pelo Tribunal Superior Eleitoral. Foram eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

Em Curitiba, dois candidatos foram para o segundo turno com votação

realizada no dia 28 de outubro. Além disso, 38 vereadores foram eleitos para novos

mandatos e reeleições.

2.3 Cobertura de eleições na mídia

As coberturas midiáticas de eleições no Brasil tomaram o posto de suma

importância desde que o voto direto foi reinserido na democracia brasileira, em

1989, segundo Rubim e Azevedo (1998). No ano, houve as eleições presidenciais,

com Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva na disputa do primeiro e segundo

turno. De acordo com o site da Rede Globo de Televisão1, os debates foram

transmitidos na íntegra pelas quatro principais emissoras do país: Bandeirantes,

Globo, Manchete e SBT.

Miguel (1999) afirma que houve uma possível manipulação da Rede

Globo, quando apresentou uma reprise do debate em que teria favorecido Collor.

1 Disponível em: <http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYN0-5273-278863,00.html>

Acesso em 12 mar. 2012, 21h47.

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Ele diz que existiu uma disposição para manipular algumas informações caso fosse

necessário com o objetivo de conduzir processos políticos.

Amaral (1999) vê este processo como algo natural dos meios de

comunicação de massa. Ele acredita que este é o novo papel destes meios, que

produzem discursos unilaterais politizados e apresentam apenas uma versão do

fato.

Com base em análises de coberturas eleitorais, Aldé, Mendes e

Figueiredo (2007) afirmam que a mídia tem uma tendência a dar maior visibilidade

aos candidatos que estão à frente das pesquisas.

Nas eleições presidenciais de 1994, a legislação eleitoral proibiu algumas

práticas e incluiu limites no uso da mídia por parte dos partidos e candidatos.

Mesmo assim, houve, de acordo com Rubim e Azevedo (1998), um grande impacto

dos meios de comunicação no processo eleitoral deste ano.

Um pensamento errôneo, segundo Miguel (1999), é caracterizado quando

analistas políticos dizem que os meios de comunicação pouco fazem diferença nas

escolhas e mobilizações políticas. Azevedo (2006) lembra que a principal emissora

de televisão do país, a Rede Globo, não realizou nenhum debate com os candidatos

à presidência de 1998, o que, segundo ele, culminou em um favorecimento aos

candidatos que apareciam à frente das pesquisas desde o começo da campanha,

principalmente o atual presidente, Fernando Henrique Cardoso, que concorreu à

reeleição e venceu. Quanto à cobertura dos impressos, ele acredita que houve um

equilíbrio de comentários e reportagens, sem sinais claros de parcialidade.

Quatro anos depois, rádio e TV tiveram um grande investimento em

cobertura das eleições. Azevedo (2006) aponta que esta seja talvez a primeira

experiência mais intensa de cobertura eleitoral recheada de mídias e oportunidades.

A inovação ficou por conta dos primeiros passos da internet como uma

mídia de respeito na política. Usada de maneira quase nula em 1998, a internet foi

utilizada por candidatos e pelos meios de comunicação em 2002, como afirmam

Aldé e Borges (2004).

2.4 A chegada da Internet

A princípio, na segunda metade dos anos 90, havia muita expectativa na

internet como um novo meio de comunicação de massa capaz de influir diretamente

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na democracia e na participação política (Gomes, 2005). Para Buchstein (1997), o

significado da internet para a democracia ainda era muito disperso.

Com o tempo a web2 foi se moldando dentro da política, e num momento

atual já se pode enxergar uma função de comunicação direta ao eleitorado, com um

conteúdo de menor intervenção alheia e maior opções para análise de opiniões,

como acreditam Carlson e Djupsund (2001).

Palácios e Machado (2007) explicam como a internet deve fugir do

mesmo discurso jornalístico dos outros meios de comunicação. “Essa

maneira diferente de comunicação é baseada em três premissas: a informação

instantânea, multiplicidade de línguas, a diversidade e a profundidade no

fornecimento de informações” (p. 26-27).

A discussão sobre o conteúdo se estende à quantidade e qualidade do

mesmo. Gimmler (2001) acredita que nunca tivemos acesso a tanto “insumo” para

formar opinião própria sobre determinado assunto. Prova disso é a proporção de

blogs3 criados nos anos 2000, sendo um meio de expressão de opinião, debates e

informações que podem ou não terem credibilidade – daí a importância do senso

jornalístico para desmistificar o que é relevante e verdadeiro na internet e o que não

é – como analisam Cervi e Vieira (2009). Eles destacam as páginas informais de

opinião de jornalistas, que ganham repercussão com a difusão das informações

políticas e ‘conquistaram’ especialistas e comentaristas, muitos deles que já

trabalham em outros veículos de comunicação e apenas migraram à internet.

Há, no entanto, que se atentar para o fato da comodidade de se consumir

um conteúdo político na rede mundial de computadores, alerta Gomes (2005). Ele

afirma que estas informações são de fácil acesso e passam a ser mais convenientes

e mais ‘baratas’.

Penteado, Santos e Araújo (2007) relacionam, inclusive, esta liberdade

da internet com a vontade do internauta em buscar um determinado autor fora das

páginas online dos principais veículos de comunicação. Talvez o principal motivo

para a massificação destes blogs esteja próximo da explicação de Vieira (2007), que

credita isso ao fato de existir uma maior inocorrência de interesses para

publicações, diferente de um meio de comunicação de maior porte.

2 Termo estrangeiro utilizado para caracterizar a rede social de computadores.

3 Página da web disponível gratuitamente para criação de qualquer pessoa, que permite

atualização rápida de conteúdo, número variável de autores e publicações, organizados, em geral, em ordem cronológica inversa.

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2.5 Multimídia nas eleições

A utilização de uma convergência de mídias para um mesmo propósito,

na política, teve a primeira experiência de maior expressão, de acordo com Franco

(2009), nas corridas eleitorais dos Estados Unidos da América, em 2008. As redes

sociais e ferramentas gratuitas como blogs fizeram com que o candidato Barack

Obama, que se elegera tempos depois, recebesse U$ 66 milhões em doações

voluntárias por meio da internet, segundo Vieira e Cervi (2010).

No Brasil, a modificação na lei eleitoral n.º 54984, de 2009, abriu novas

possibilidades de trabalhar com as eleições na internet e mídias sociais, como

analisam Ribeiro e Vivar (2011). Logo nas eleições presidenciais de 2010, os

autores mostram as mudanças que o eleitorado brasileiro pode acompanhar como a

realização do primeiro debate eleitoral online, realizado pelos portais UOL e

Folha.com, em agosto do mesmo ano.

Outra novidade apontada por Ribeiro e Vivar se deu na apuração dos

votos. Segundo eles “pouco mais de duas horas após o encerramento das urnas

eletrônicas no dia 3 de outubro, os cidadãos já tinham acesso ao resultado parcial

da apuração dos votos do primeiro turno das eleições” (p. 3).

2.6 Redes sociais

A interação/interatividade é vista por Gomes (2005) como o principal

ponto de afirmação das novas mídias na participação política. No entanto, segundo

ele, a falta de debates políticos mais aprofundados na internet é um fato causado

por outros requisitos democráticos que não se encontram em grande parte da

sociedade.

A presença de discussões políticas está mais atrelada a quem já mantém

um interesse pelo assunto fora da internet e em momentos exteriores à proximidade

das eleições ou de outros eventos políticos de grande escala, observa Silva (2006).

4 Disponível em <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=440269>

Acesso em: 12 mai. 2012, 17h13.

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Uma das principais ferramentas que casou campanhas e coberturas

políticas foi o microblog5 Twitter, de acordo com Cervi e Massuchin (2011). Em

2008, Obama utilizou da rede social para se aproximar do eleitorado americano,

divulgar agenda e foi considerado o candidato à presidência dos EUA que queria

ouvir o povo, como contam Gomes, Fernandes, Reis e Silva (2009).

No Brasil, o Twitter foi efetivo durante a campanha das eleições

presidenciais de 2010. De olho no sucesso do presidente americano, os principais

concorrentes ao posto de Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, Plínio Arruda,

Marina Silva e José Serra, apostaram fundo na estratégia de web, segundo análise

de Oliveira, Arruda e Araújo (2010). Os autores concluíram que Serra teve e tem

maior participação na rede social que os demais candidatos, mesmo que, no

entanto, isso não tenha sido efetivo o suficiente para alterar drasticamente em seu

resultado, derrotado por Rousseff.

No entanto, destaque também para as participações de Marina Silva e

Plínio Arruda, que conseguiram maior espaço na mídia tradicional por meio desta

ferramenta, como aponta Aggio (2011). É um caminho que se abre para partidos

menores e candidatos de menor expressão.

Chegamos, então, a um denominador comum: apesar das redes sociais

apresentarem uma alternativa de aproximação entre eleitor e candidato, isso

efetivamente não acontece, afirmam Novais e Araújo (2011). Segundo eles, a

conversa de Serra com seus ‘seguidores’ do Twitter não acresce para o discurso de

revolução democrática nas redes sociais, por ser um ‘papo despretensioso’.

2.7 No jornalismo

Vieira e Cervi (2010) observam que as redações de jornalismo passaram

a ficar atentas às redes sociais como produtoras de conteúdo para pautas

jornalísticas. Declarações de autoridades, por vezes, eram publicadas em perfis

sociais dos mesmos antes de coletivas ou entrevistas, o que, segundo Machado

(2003), descentraliza a cobertura jornalística e possibilita a qualquer internauta se

tornar uma fonte, caso consiga um furo que a imprensa não obteve.

5 Rede social online que permite aos usuários enviar e receber mensagens e atualizações em

textos curtos.

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As novas mídias e as redes sociais permitiram, de acordo com Becker e

Teixeira (2009), uma nova experiência de produção jornalística. Nela, o consumidor

da informação não é um sujeito passivo e o veículo não se torna um formato de

distribuição unilateral de notícia. Ainda segundo os autores, essa inovação aponta

para um pensamento reformado sobre a relação entre produtores e consumidores,

aproximando o jornalista da sociedade numa mesma linguagem.

Exemplo disso em veículos tradicionais é a rede social Times People

lançada em 2008 pelo The New York Times. A proposta é criar um circulo de

leitores, consumidores e produtores de informação para saber o que está sendo

visto, o que tem interessado e possibilitar compartilhamento e recomendação de

notícias.

Outro grande jornal que se rendeu às redes sociais é o The Guardian,

que inaugurou em 2011 um aplicativo para Facebook que permite aos leitores

discutir um assunto, sugerir notícia e compartilhar informações. A ferramenta já foi

baixada por mais de 11 milhões de internautas.

2.8 Jornalismo colaborativo na era da convergência

Junto a essas tendências atuais do jornalismo, pode-se incluir a ideia de

colaboração na captação de informações. Isso quer dizer que os veículos de

comunicação contam não só com correspondentes, mas também colaboradores. A

vantagem, como argumentam Becker e Teixeira (2009), é que “as redes

colaborativas oferecem possibilidades de produção de novos conteúdos noticiosos

audiovisuais marcados pela diversidade” (p. 47). Ou seja, há um formato moldado

para que veículos de comunicação trabalhem com colaborações em prol de maior

variedade de conteúdo e instantaneidade.

Porém, os veículos tradicionais de comunicação ainda não se

acostumaram com isso. Rocha e Brabillia (2009) apontam que o maior desafio para

este movimento colaborativo é a identificação da potencialidade do conteúdo. Isso

mostra que, apesar de vermos esta tendência, ela está sendo adaptada dentro do

jornalismo. E é nesse momento que a convergência de mídias pode ser o caminho

pretendido.

Com a popularização das redes sociais, posterior aos blogs, houve uma

massificação de conteúdo por meio de atuação colaborativa. Nisso inclui-se a

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proporção cada vez maior de celulares com funções de captação de foto, áudio e

vídeo, entro outros portáteis que também exercem essas funções. Na definição de

Oliveira e Holanda (2010), a internet é um meio mais plural para poder receber esse

fluxo de informação e se organizar diante dela, já que os veículos tradicionais têm

uma obediência mais fixa para captação e veiculação de conteúdo jornalístico.

2.9 Pós-Hard News

No jornalismo, a internet e as redes sociais protagonizam um papel de

descentralização da informação, com um ambiente mais colaborativo e participativo,

explica Bentes (2010). Ela acredita que esta definição caracteriza a era pós-mídia

de massa. A discussão do conceito pós-Hard News estudado neste trabalho tem

como base uma derivação do termo de Bentes (2010). A definição, segundo ela, é

composta pelas práticas de compartilhamento e interação nas notícias veiculadas

por meios de comunicação de massa tradicionais, somadas à convergência de

mídias a partir de múltiplos suportes, que estão sendo experimentados ainda por

profissionais da área.

Tem-se por Hard News as principais notícias do dia e as de última hora,

de acordo com conceito de Zamith (2005). Este termo utiliza de uma hierarquia de

importância chamada no jornalismo de ‘Pirâmide Invertida’6, usada nos principais

veículos jornalísticos do mundo e considerada “uma das leis fundamentais do

jornalismo”, segundo Letria e Goulão (1982).

Este termo acaba afetando mais em alguns editoriais, como o factual e a

vida pública, e menos em outros, como cultura. Em contexto de Ponte (2005), neste

conceito o conteúdo noticioso tem como foco a atualidade. Porém, o argumento de

Oliveira e Holanda (2010) mostra a necessidade do movimento posterior ao Hard

News, já que os meios de comunicação tradicionais têm uma grade fixada para

veiculação destas informações. O receptor fica refém desta organização estrutural.

Alves (2005) defende o uso desta técnica tradicional na web usado

também nos outros veículos anteriores e que não têm o dinamismo da internet.

Afirma ele que é importante também na rede mundial de computadores “dizer logo

6 Termo jornalístico que determina a prioridade das informações na redação de uma notícia, de

acordo com a importância factual.

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do que se trata, apesar de deixar ao leitor a possibilidade de navegar pela narrativa

da forma que queira, em lugar de sugerir apenas um caminho sequencial” (p. 2).

O uso da linguagem Hard News na web não é um fator isolado para este

veículo, como explica Pinho (2003): “O rádio, o cinema e a televisão, cada um no

seu tempo, surgiram com conteúdos que reproduziam as mídias que o precederam”

( p. 181).

Nesta ideia de uma repetição natural de formatos anteriores, Alves (2005)

acredita que a linguagem jornalística para web está sendo moldada

constantemente. E é neste ponto que podemos chegar ao pós-Hard News, como

observa Bentes (2010). Segundo ela, a internet disponibiliza ambientes de trabalho

fora do horário determinado e/ou destinado para o Hard News. Estes ambientes

trazem um potencial livre para a informação que rompe os antigos formatos de

hierarquização a partir da conectividade em rede e permite ir aquém e além dos

noticiários em veículos como televisão, rádio, impresso, etc.

A difusão deste pensamento inclui a ideia de que as pessoas estejam

trabalhando a todo momento. Isso levando em consideração que as cidades se

tornaram territórios informacionais, onde o uso da tecnologia móvel pode se torna o

veículo de propagação de um acontecimento no momento do fato, como aponta

Lemos (2007).

O pós-Hard News pode não só trabalhar contra ou a favor do Hard News,

ele pode se manter independente, sem a necessidade de haver uma relação direta

entre eles. E com a liberdade organizacional que a internet e o suporte mobile

possibilitam, o momento é favorável a esta tendência.

3 PROBLEMA

Como por meio de um produto jornalístico multimídia, na lógica do pós-

Hard News, fazer a cobertura da votação e apuração do primeiro turno das eleições

municipais de Curitiba de 2012?

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4 OBJETIVO GERAL

Experimentar conceitos de convergência de mídias na internet para a

transmissão de informações sobre a votação e apuração do primeiro

turno das eleições municipais de Curitiba de 2012.

5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Pesquisar o avanço das novas mídias e da internet nas coberturas

eleitorais;

Analisar a relação da internet e das mídias sociais como um momento

noticioso que pode ser anterior, posterior ou independente ao Hard

News, a partir da cobertura multimídia do dia de votação e apuração

do primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012.

Experimentar técnicas interativas para informar o público sobre as

eleições;

Criar um espaço alternativo para debate sobre a votação e apuração

do primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012.

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6 JUSTIFICATIVA

De acordo com Castells (2009), a convergência de mídias é uma

evolução para as redações dos veículos de comunicação tradicionais, que entraram

na comunicação digital. Os vários formatos de novas mídias que provém da internet,

como as redes sociais, os blogs, o RSS7, os microblogs, o mobile, e a distribuição

de vídeos, fotos, imagens, áudios e texto por meio de aparelhos portáteis na rede,

transformaram os jornais em uma forma de auto-comunicação de massas, segundo

o autor.

Com tantas opções de mídias (áudio, vídeo, texto, imagem estática, foto)

o jornalismo caminha para um formato multimídia, o qual também são incluídas as

redes sociais, nas próximas eleições, segundo conclusão de Ribeiro e Vivar (2011).

Jenkins (2008) afirma acreditar que “as novas tecnologias midiáticas

possibilitaram que o mesmo conteúdo passasse por diferentes canais e assumisse

formas muito diversas no ponto de recepção” (p. 22). Neste ponto, a transmissão

toma um ponto importante, já pode ser feita por meio de suporte mobile apoiado à

internet móvel, diretamente do local de um fato registrado.

No entanto, é necessário certo cuidado com a informação, como atenta

Moretzsohn (2002), para que a qualidade da notícia não seja afetada. Isso pode

causar uma pressão para adaptação do jornalista a todas as mídias disponíveis e o

dead line8 pode causar o enfraquecimento da apuração, argumenta o autor.

Esta instantaneidade e a aproximação que a mudança da lei permitiu

entre os meios de comunicação tradicionais e as novas mídias são vistas com

naturalidade por Dizard Jr (2000): “Os puristas podem argumentar que a nova mídia

é substancialmente diferente da velha. (…) A verdade, no entanto, é que a linha

divisória entre as duas está sendo diluída todos os dias” (p. 23).

Bentes (2010) disse acreditar que “as pessoas, grupos, coletivos,

entidades, associações querem um canal de acesso imediato aos meios de

comunicação e distribuição” (p. 3), apontando a importância da informação em

tempo real, que baseia o pós-Hard News. De acordo com relato de Ribeiro e Vivar

(2011), isto foi proporcionado para quem tinha acesso à internet, por meio da página

7 Recurso que permite ao internauta receber divulgação imediata de atualizações feitas em um

site ou blog. 8 Termo estrangeiro que caracteriza um prazo impreterível.

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online do Tribunal Superior Eleitoral9 ou com a instalação do software10 ‘Divulga

2010’ – disponibilizado para download11 gratuito no mesmo site.

As eleições municipais de 2012 foram a primeira edição da votação para

eleger prefeitos e vereadores com a nova legislação em vigor. Após concluírem que

a intervenção da internet foi insuficiente para influenciar no resultado das eleições

municipais de 2008, Coutinho e Safatle (2009) afirmam, baseados no uso de grande

proporção das novas mídias na eleição presidencial que elegeu Barack Obama em

2008, nos Estados Unidos da América, que a correta forma de veicular neste meio

será um desafio para os grupos políticos e midiáticos.

Nesta linha de pensamento provocativo ao jornalismo nas eleições de

2012, Cruz (2011) que as novas mídias permitem que o jornalismo possa fugir do

óbvio e apresentar informações que o leitor geralmente não teria acesso.

Outro fator relevante para o uso da cobertura multimídia nas eleições de

2012 é o atual momento que os meios de comunicação vivem. De acordo com

Arnault (2011), a ocasião é para experimentações deste grande número de

plataformas midiáticas nunca antes visto no mundo.

O dia de votação e apuração de uma eleição recebe normas

diferenciadas quanto à segurança e propaganda eleitoral, o que rende uma

cobertura especial para registro destes fatos. Outro fator que chamou atenção foi a

agilidade do processo de votação por meio da biometria, utilizada pela primeira vez

em Curitiba, bem como o defeito de alguns aparelhos com essa tecnologia e a

demora por conta disso.

Porém, a cobertura foi realizada apenas durante a votação e apuração do

primeiro turno das eleições municipais de Curitiba em 2012. Isso por conta da

previsão de uma maior movimentação nas ruas e seções eleitorais, já que o número

de candidatos para votação foi maior que os únicos dois eleitos ao segundo turno.

Além disso, a votação para vereador elevou as possibilidades de pauta para

acompanhamento.

9 Site oficial do Tribunal Superior Eleitoral <http://www.tse.jus.br>.

10 Programa de computador executável.

11 Transferência de dados de um computador remoto para um computador local.

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7 A TEORIA DA CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS

Estudioso sobre a convergência de mídias, Jenkins (2009) define este

termo como “o fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia” (p.

377). Isto quer dizer que a difusão de um produto convergido pode ter como suporte

a imagem, o som, o vídeo e o texto, todos encaminhados a um mesmo objetivo e/ou

destino. Ainda de acordo com ele, este conceito é uma evolução para os parâmetros

midiáticos, já que as novas e antigas mídias passam a interagir de maneira cada

vez mais complexas.

A cultura da convergência analisada e contextualizada por Jenkins (2009)

traz exatamente esta idéia de colisão entre as gerações midiáticas como base para

outros fenômenos que originam dela, como o fortalecimento da mídia alternativa

para rebater o poder de grandes veículos de comunicação e a pró-atividade do

receptor diante da produção de conteúdo. Nesta linha de pensamento, o autor

afirma: “Convergência é uma palavra que consegue definir transformações

tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais” (p. 29).

Antes mesmo de qualquer aproximação das tecnologias a facilitar o

produto multimídia – que utiliza destes vários suportes de difusão de informações -,

Pool (1983) flertava com um conceito o qual dizia que “a convergência não significa

perfeita estabilidade ou unidade”. Para ele, há sim um trabalho voltado a este

intento, mas existe um embate entre as mídias que necessitam de uma análise

maior para corresponder ao objetivo sem se repetirem dentro de um mesmo tema.

Jenkins (2009) tem a seu favor o atual momento de inúmeras mídias e

plataforma trabalháveis dentro de um mesmo conceito, como aparelhos portáteis,

redes sociais e imagem sendo capturada em vários momentos. Porém, para ele,

apenas o fato de uma mesma plataforma unir vários conteúdos de diferentes mídias,

não faz disso um produto convergido.

A definição de convergência é debatida entre inúmeros autores. Dois

deles, Corrêa e Corrêa (2007), aproximam o termo à internet e sua facilidade de

integrar plataformas distintas, diferente de meios de comunicação como TV, rádio e

impresso. Eles ainda entendem que para que seja considerado convergência, o

conteúdo deve incluir “variáveis de ordem tecnológica, estratégica, comunicacional e

narrativa” (p. 3).

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De certo modo, a convergência pressupõe uma ‘revolução’ no que tange

o cruzamento de informações, como explica Jenkins (2009):

“A convergência representa uma mudança de paradigma – um deslocamento de conteúdo de mídia específico em direção a um conteúdo que flui por vários canais, em direção a uma elevada interdependência de sistemas de comunicação, em direção a múltiplos modos de acesso a conteúdo de mídia” (p. 325).

Na questão valorativa deste modelo de distribuição multimídia, Leon

(2009) prefere a cautela e acredita que não há como definir se a convergência é boa

ou ruim, apenas que é uma ferramenta muito utilizada atualmente nos veículos de

comunicação. O foco mesmo, de acordo com Jenkins (2009), não é determinar se a

convergência apenas agrega ou apenas atrapalha os projetos de comunicação

atuais, mas sim entender as mudanças que ela traz e como ela nos influencia no

relacionamento com as mídias.

A convergência faz parte de um processo de consolidação do meio atual

de comunicação das novas mídias, em conjunto com a adaptação dos meios

antigos, como aponta Jenkins (2009), quando justifica que as mídias anteriores

foram forçadas a conviver com os meios emergentes, isso da maneira em que elas

foram criadas. “Estamos entrando numa era em que haverá mídias em todos os

lugares” (p. 43), completa o autor.

Entretanto, há, segundo Gosciola (2011), um cuidado ao se conceituar e

aplicar a convergência, uma vez que “a comunicação midiática tem um movimento

de transformação contínuo e ininterrupto”. Jenkins (2009) vê, na convergência, que

esta mudança contínua é uma “transformação tanto na forma de produzir quanto na

forma de consumir os meios de comunicação” (p. 42), uma vez que há, a partir de

então, diferentes pontos de acesso (mídias) à franquia de informações determinada.

Ou seja, não há uma determinação de onde o público irá conhecer o produto e de

onde vai tirar suas respostas. A variedade de mídias é tão relevante que passa a

referenciar e constituir a nova cultura da convergência, de acordo com o autor.

Ele ainda profere uma teoria que coloca o consumidor como o ponto

central e decisivo para o bom fluxo de circulação de conteúdos convergidos. Isto

porque a participação ativa deste receptor é que vai moldar o envolto do produto

multimídia.

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7.1 O consumo da convergência e o consumidor ativo

Cappo (2004) atentou para a recepção do conteúdo na convergência de

mídias: “o desafio do futuro na arena das comunicações será a batalha pela atenção

do consumidor” (p. 207), afirmou. Como um caminho a chegar neste objetivo,

Jenkins (2009) acredita que a convergência tem maiores chances de conquistar o

receptor, uma vez que ele tem múltiplas plataformas de mídia paras ser cortejado.

Ele destaca que “a convergência altera a lógica pela qual a indústria

midiática opera e pela qual os consumidores processam a notícia e o

entretenimento” (p. 43). Nesta lógica, Gosciola (2011) explica que isso ocorre por

conta da vontade do consumidor em explorar todos os meios que estejam ao seu

alcance, por mais que eleja uma ‘plataforma-mãe’ para absorver tal conteúdo a

princípio.

No entanto há o risco de que essas inúmeras ofertas midiáticas façam

com que o receptor se perca, como aponta Jenkins (2009). Há de se tomar cuidado,

segundo ele, para que um espectador volte à ‘plataforma-mãe’, mesmo após

conhecer e desfrutar das ramificações convergidas.

Jenkins (2009) vai ainda mais longe, quando afirma que “a convergência

representa uma mudança no modo como encaramos nossas relações com as

mídias” (p. 51).

Talvez esta mudança apontada pelo autor esteja, principalmente, no fato

de que a convergência não só possibilitou uma nova leitura múltipla do conteúdo,

mas também uma participação ativa no que é produzido. Jenkins (2009) explica este

novo momento:

“Se os antigos consumidores eram tidos como passivos, os novos consumidores são ativos. Se os antigos consumidores eram previsíveis e ficavam onde mandavam que ficassem, os novos consumidores são migratórios, demonstrando uma declinante lealdade a redes ou a meios de comunicação. (...) Se o trabalho de consumidores de mídia já foi silencioso

e invisível, os novos consumidores são agora barulhentos e públicos”. (p.

47)

Este comportamento do consumidor o transforma também em um

produtor de conteúdo que opina sobre um assunto, condena ou recomenda, cria e

compartilha criando um contexto de engajamento espontâneo, como afirma Arnaut

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(2011). É uma nova capacidade que o público criou de causar impacto dentro de

corporações fechadas que comandam as mídias. Jenkins (2009) considera que este

consumidor passou a enxergar através de novos olhos, que se propõe e se

interessa a intervir em um discurso midiático.

De fato esta é uma conseqüência da convergência, explica Jenkins

(2009). Ele diz que os consumidores foram inseridos em uma transformação

cultural, a qual agora eles são incentivados – por vezes forçados, para entender um

contexto – a buscar informações e realizar conexões em inúmeros formatos de

mídias. Essa prática tem até uma expressão determinada pelo autor como ‘cultura

participativa’. Ela vai de encontro com a passividade dos espectadores antigos nos

meios de comunicação.

No entanto, há também nesta teoria o desnivelamento de forças na

produção de conteúdo. Por mais que consumidores individuais, ou em comunidade,

sejam de ampla importância para os veículos, a influência de corporações pode ter

maior peso para a inserção de conteúdo no meio de comunicação. E isso, segundo

Jenkins (2009) pode causar um estímulo de o que o consumidor estaria falando no

dia seguinte, o colocando novamente em uma posição passiva sobre o que

pretende absorver, mas também numa posição ativa no compartilhamento destas

informações.

Existem ainda consumidores habilidosos que driblam o sistema imposto

de maneira premeditada por grandes corporações e rebatem com conteúdo

‘amador’, posicionando a web como um pondo de exibição para um material que sai

do espaço privado para o espaço público de maneira rápida. Isto é o que o autor

chama de conteúdo “de baixo para cima”. Ele aponta que, num mundo assim, mídia

alternativa e comercial podem orientar-se por interesses paralelos, mesmo agindo

de maneira autônoma. O complemento disso é que o consumidor está cada vez

mais independente, quando faz questão de recomendar apenas conteúdos de seu

interesse, que antes podiam não encontrar caso não fosse do interesse das

indústrias a distribuição ao grande público.

Assim como explica Arnaut (2011), o mercado se adapta às

necessidades dos usuários e do consumidor. O autor ainda aponta que há uma

definição de como atender esse novo público e como se utilizar da convergência

para adequar estas práticas. Afinal, como afirma Jenkins (2009), “a convergência

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ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações

sociais com outros” (p.30).

7.2 Inteligência coletiva na tecnologia de compartilhamento

Há cerca de 10 anos, as novas tecnologias têm permitido uma noção de

comunidade virtual, em que membros compartilham de conhecimentos dentro de

uma rede ‘amigável’ de informações. Esta estrutura coletiva é sugerida por Lévy

(1998), a qual credita à internet.

Fóruns de debate, difusão de um conteúdo de interesse de algum

internauta ou simplesmente um grupo organizado são movimentos que podem ser

observados em sites e redes sociais. Lévy (1998) explica esta prática como uma

vontade de compartilhar a informação muito além de um mundo físico próprio de

cada internauta.

Jenkins (2009) exemplifica esta teoria de Lévy (1998) com o conceito de

spoiler. O termo é utilizado principalmente no que tange produtos de entretenimento

e significa contar algo que já foi produzido, mas que ainda não foi transmitido ao

público em geral. A internet se torna um fator preponderante desta prática, dentro da

linha de pensamento de Jenkins (2009), por conta da diferença de fusos horários e

a instantaneidade de se publicar uma informação na rede, acessada do outro lado

do mundo em um momento mais ‘cedo’ que o de origem. Estas informações são

distribuídas dentro de uma comunidade que reserva interesses comuns entre os

participantes, deixando todos a par do que aconteceu/vai acontecer, mesmo antes

de realmente ser divulgado o desfecho de um produto já realizado.

Ora, Jenkins (2009) chega então à conclusão de que a internet

aproximou pessoas que poderiam falar de um mesmo assunto e compartilhar

informações. A rede mundial de computadores foi o elo que intermediou esta

interação. “Enquanto pessoas de diferentes lugares não conversavam entre si, cada

uma delas tinha uma experiência em primeira mão” (p. 60), diz.

Este compartilhamento de informações, que seriam de uso particular até

então, se deve muito pela facilidade de agregar o conteúdo em poucos suportes,

como explica Alves (2007):

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“Essa busca incessante do ser humano por criar novos instrumentos capazes de facilitar e organizar a comunicação humana e a instituição de uma lógica de consumo personalizado (...) fazem com que cada vez mais cada um dos meios de comunicação já existentes passem a agregar mais ferramentas capazes de promover o maior grau de interação entre os indivíduos”. (p. 2)

De fato, os receptores atuais seguem a ideia de pró-atividade, como

lembra Jenkins (2009), quando diz que “os consumidores não apenas assistem aos

meios de comunicação; eles também compartilham entre si ao que assistem”.

O autor ainda lembra um conceito da cultura participativa, que aponta

uma ‘solidariedade’ com novatos na comunidade de tal interesse. Lá, estes novos

membros são situados por participantes mais antigos e que estão por dentro do

assunto, integrando-os à inteligência coletiva, citada por Lévy (1998).

A afirmação de Jenkins (2009) então nos remete a este intervalo

analisado até então: “Neste momento, estamos usando esse poder coletivo para fins

recreativos, mas em breve estaremos aplicando essas habilidades a propósitos

mais ‘sérios’” (p. 30).

7.3 Ações sociais e políticas na era da convergência

Nem só de entretenimento vive a convergência de mídias e o consumo

ativo. Muito pelo contrário, esta interferência midiática tem sim feito uma revolução

na forma como as pessoas encaram e enfrentam assuntos de importância ímpar,

como política, ‘injustiças’ e fatos do dia-a-dia, assim como sugere Jenkins (2009):

“Pudemos ver cidadãos começando a aplicar o que aprenderam como

consumidores de cultura popular em formas mais visíveis de ativismo político” (p.

287).

Fato que exemplifica este discurso é o caso ‘Voz da Comunidade’. Lopes

e Alves (2011) analisam que a difusão de informações feita por adolescentes na

rede social Twitter, sobre a ocupação da polícia em favelas do morro do Rio de

Janeiro, foi tão importante quanto à cobertura dos veículos tradicionais. Pelo olhar

de quem fazia parte do cenário o qual a ocupação estava ocorrendo, um jovem

morador utilizou da web e da posição de produtor de conteúdo, chegando, inclusive,

a complementar e retificar apurações feitas por jornalistas profissionais, como

explicam os autores:

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“Os enunciados, produzidos a partir da ferramenta, introduziram no atual cenário sociotécnico novas vozes, que passaram a participar do debate público a partir dos movimentos iniciados nos novos territórios originados no ambiente virtual. (...) As redes sociais ampliaram a sensação de ‘tempo real’ com a instituição de novos espaços de fluxos, levando a uma desmaterialização dos espaços de lugar”. (p. 118)

Esta participação massiva no fluxo de informações por parte do público

que antes era visto apenas como um receptor é, segundo Jenkins (2009), resultado

da promessa da revolução digital em que vivemos.

Outra característica deste momento é o fato de mobilizações e

manifestos serem criados e difundidos nas redes sociais para os usuários das

mesmas. Recuero (2009) lembra que estas conversações nas redes sociais podem

ser de interesse jornalístico e acabar pautando veículos tradicionais de

comunicação. Isto, segundo ele, caso estas discussões afetem o interesse público.

O ativismo político se inseriu neste contexto participativo da cultura da

convergência como uma das mudanças de comunicação na democracia digital.

Jenkins (2009) define que “a democracia digital será descentralizada” (p. 288).

Ao contrário do pensamento inicial no estudo sobre convergência de

mídias, a cultura popular participativa não está presente apenas no entretenimento,

e também apresenta efeitos políticos significativos. Esta reflexão baseia a afirmação

de Jenkins (2009): “A internet atinge os militantes, a televisão, os indecisos” (p.

293), mostrando que as novas mídias têm uma proposta de participação direta e

indireta aos veículos de comunicação tradicionais.

Já se admite uma importância diferenciada da internet, das redes sociais,

dos blogs e das mídias portáteis dentro da política mundial. “As redes sociais, por

exemplo, tornaram-se espaço de debate, pois as discussões que ocorrem nesses

meios alternativos ganham espaço na mídia tradicional, seja como fonte para os

jornalistas ou para ampliar o debate a um número maior de eleitores, de forma

indireta”, afirmam Cervi e Massuchin (2010, p. 3).

Há, inclusive, a hipótese de que estas mídias possam melhorar a

qualidade da democracia contemporânea a partir desta maior pró-atividade de

participação, como analisa Castells (2005). Um fato de relevância mundial que

exemplifica isso e é indispensável ao se falar sobre ações políticas e sociais na era

da convergência, é a ação revolucionária dos ativistas hackers, que seriam como

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“piratas” virtuais, conhecidos como Anonymous. Como afirmam Savazoni, Silveira e

Machado (2012) eles “não constituem um grupo homogêneo ou um núcleo central

de ativistas” (p. 1). Este movimento chama a atenção do mundo desde de 2008 com

protestos sobre assuntos sociais. Uma das manifestações ocorreu nas eleições para

a presidência do Irã, em 2009, como aponta Evangelista (2011). O fato marcou a

difusão da chamada “Movimento Verde Iraniano”, apoiada pelo grupo, nas redes

sociais e sites, que discordava do resultado das votações. O site desse movimento

chegou a receber 22.000 apoiadores e teve ajuda de outros manifestantes na

internet que se revoltaram com a situação. No entanto, apesar de acusações de

fraude nas eleições, o então atual presidente Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito.

No entanto, Jenkins (2009) lembra que existe uma questão para ser

enfrentada dentro deste panorama de ações políticas e sociais: “O desafio é criar

um contexto em que pessoas de diferentes formações realmente conversem entre si

e se ouçam” (p. 317). E isso, segundo ele, depende da qualidade e da diversidade

de informações difundidas por estes meios de comunicação. A partir daí, o receptor

pode formar sua própria opinião e compartilhá-la com outras pessoas, recebendo

críticas, elogios, concordâncias, discordâncias, enfim, um debate.

Mas a simples conversa política nas novas mídias, não faz delas um fator

preponderante para uma possível revolução democrática. Há, contudo, a

necessidade de que as pessoas aprendam entre si, como argumenta Jenkins

(2009). Neste momento é que a convergência integra o papel de aproximação de

informações e consumidores, que, de acordo com o autor, ajude a descobrir um

denominador comum e, após isso, que ele possa se expandir. Isso causaria, e pode

já estar causando, o que Lévy (1998) chama de o ‘intelectual coletivo’, que cria um

objetivo comum entre um mesmo grupo de debatedores em prol de desenvolver

uma ideia de maneira independente.

Dentro deste cenário de convergência midiática e ações políticas, a

preocupação com a defasagem dos meios de comunicação de massa tradicionais

entra em discussão. Porém, não há a necessidade de temer por este paradigma.

Segundo Jenkins (2009), “os novos avanços da mídia horizontal controlada pelo

usuário, que permite ao usuário emendar, reformatar, armazenar, copiar, enviar a

outros e comentar o fluxo de idéias, não excluem a comunicação de massa. Muito

pelo contrário, eles complementam” (p. 326).

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8 JORNALISMO NA INTERNET NA ERA DA CONVERGÊNCIA

Quanto à linguagem do jornalismo na internet, Pinho (2003) cita como

características indispensáveis: o dinamismo, na apuração e atualização de noticias;

A funcionalidade, na facilidade oferecida ao consumidor de encontrar a informação

desejada; A interatividade, presente na nova relação produtor-receptor citada

anteriormente; E a preparação de um texto conciso, claro e objetivo, que seja bem

recebida pelo público em geral.

Ele acredita que todo conteúdo jornalístico para a internet, principalmente

quando se pensa em convergência de mídias, deve ser direcionado a um

consumidor de atenção limitada e que segue um rumo específico ao que procura.

Neste conceito, Jenkins (2009) acredita que a atração é criada por conta da

variedade de mídias reservadas a um mesmo conteúdo e oportunidades de

desmembramento dele. “Cada vez mais as narrativas estão se tornando a arte da

construção de universos, à medida que se criam ambientes atraentes que não

podem ser completamente explorados ou esgotados em uma única mídia” (p. 161).

Outro fator que define um dos formatos de linguagem jornalística na

internet em tempos de convergência de mídias é a não-linearidade do conteúdo.

Pinho (2003) lembra que nos veículos de comunicação de períodos passados todo

conteúdo informativo/noticioso tinha um planejamento estrutural pré-definido para

que o público consumisse daquela maneira. Começo, meio e fim na sequência

determinada pelos editores dos veículos de comunicação. Murrad (1999) credita

esta diferença de linguagem à característica de cada suporte e ao meio de difusão.

Atualmente, a linguagem permite uma ideia multimídia convergida, a qual

o consumidor não necessita e às vezes nem é instigado a acompanhar um mesmo

meio de comunicação para construir um ‘texto’ jornalístico com informações

dialogadas entre si. Isto é o que Pinho (2003) chama de hipertexto. “O hipertexto

pode suscitar incontáveis combinações para o leitor e demandar um trabalho de

exaustiva pesquisa para o seu criador” (p. 186). O hipertexto é flexível, de acordo

com definição de Dias (2000). Ele acredita que o hipertexto ideal é livre, interativo e

não detém uma sequência preestabelecida nem para o próprio conteúdo nem para o

consumidor da informação.

A partir do momento em que a linguagem jornalística da internet no

contexto da convergência de mídias destina ao próprio consumidor a que caminho

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seguir para se informar de maneira completa, Jenkins (2009) cita que “confiamos na

competência dos leitores para formar a própria opinião” (p. 338). Esta opinião é

compartilhada por Canavilhas (2001), quando diz que a notícia nas novas mídias

deve ser encarada como um princípio de discussão e não com um fim dela.

No entanto, a singularidade do conteúdo de cada mídia e a liberdade de

traçar inúmeros trajetos para se chegar à notícia na íntegra não quer dizer que as

informações podem se disseminar de maneira desordenada pelo mundo multimídia.

Dias (2000) atenta para isso como uma exigência ao desenvolvedor deste conteúdo,

já que esta desorientação pode ocorrer por conta da arquitetura do produto que

precisa estar coerente e adequado para as mídias de difusão desejadas.

Jenkins (2009) acredita que a cultura da convergência no jornalismo é

algo que deve ser consolidado no futuro, mas que está sendo experimentado e

moldado hoje.

Durante a realização da cobertura multimídia do presente projeto, o uso

dessas teorias serviu como base para a produção prática e captação de conteúdo.

As técnicas utilizadas incorporaram os estudos aqui apresentados como suporte

teórico para inserção no jornalismo e a experimentação de um método novo de se

trabalhar com as mídias.

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9 METODOLOGIA

Para fundamentar e basear o presente trabalho, duas formas de

pesquisas foram planejadas, uma bibliográfica e outra qualitativa. A primeira foi

realizada durante o primeiro semestre de 2012, com foco na argumentação de

teóricos que já escreveram sobre a política, a convergência de mídias, as redes

sociais, os precursores do pós-Hard News e o jornalismo online. A segunda foi

realizada no mesmo período e tem foco na argumentação de profissionais da área

sobre convergência de mídias no jornalismo, influência das redes sociais e

aparelhos portáteis na difusão da notícia, vivência do possível pós-Hard News e

eleições na era de convergência.

a) Pesquisa bibliográfica

Para delimitação e fundamentação teórica deste trabalho acadêmico,

foram utilizados alguns teóricos importantes para os temas abordados. Quando foi

delimitado democracia, política de representatividade e eleições, autores como

Schumpeter (1984), Bobbio (1986) e Ferreira (1992) foram importantes para a

pesquisa, principalmente por relatar funcionalidades destes mecanismos

sociológicos dentro do município.

Ao delimitar a interferência da mídia nos meios tradicionais e na internet

quanto às coberturas das eleições, Azevedo contribuiu com uma obra de 2006 e

outra de 1998, esta em parceria com Rubim. Na internet, Gomes (2005) e a dupla

de estudiosos Cervi e Vieira (2009 e 2010) foram importantes para esmiuçar o

assunto.

Sobre o conceito de pós-Hard News, Bentes (2010) e Alves (2005) já

tiveram uma visão prévia dessa tendência e discorreram quanto a essa

possibilidade. Na fundamentação, a teoria da convergência de mídias de Jenkins

(2009) foi primordial para este trabalho, bem como a obra de Levy (1998) quando

trata-se do consumidor de notícias. Para abordar a linguagem jornalística na

internet, na era da convergência, Dias (2000), Pinho (2003) e Jenkis (2009) foram

selecionados.

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b) Pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa tem como propósito dar credibilidade ao debate e

ao estudo proposto com profissionais da área e que tenham influência e/ou

envolvimento com o assunto de alguma forma. As entrevistas para esta pesquisa

foram realizadas no ambiente de trabalho dos profissionais, com gravador de voz e,

alguns, também de vídeo. Após isso, a pesquisa foi transcrita neste trabalho (vide

Apêndice).

Foram quatro jornalistas formados entrevistados: José Wille, âncora das

empresas TV Bandeirantes de Curitiba e Rádio CBN Curitiba, que tem experiência

em veículos tradicionais e também se insere nas novas mídias e redes sociais, além

de mediar debates eleitorais; Zé Beto, blogueiro do site de notícias Jornale, que fala

sobre política e publica conteúdo multimídia em seu blog de opinião; Douglas

Santucci, repórter da TV Bandeirantes de Curitiba e da Rádio Band News FM

Curitiba, que faz links ao vivo da rua por meio de celular e internet, no programa

televisivo ‘Brasil Urgente’, sendo a prática jornalística que mais se aproxima do

conceito de pós-Hard News em um veículo de comunicação tradicional de Curitiba;

e Luciana Possale Vassoler, gestora de conteúdo para web da ÓTV, que promove a

convergência de mídias no site e redes sociais da empresa.

A relevância desses profissionais para a pesquisa é que cada um

trabalha com uma mídia diferente, seja no formato, no meio de veiculação ou no

conteúdo transmitido. Além disso, são gerações diferentes de jornalistas que vivem

um mesmo fenômeno em seus respectivos canais de comunicação.

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9.1 Análise pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa com os profissionais do meio jornalístico de

internet, novas mídias e política discorreram sobre quatro assuntos programados:

convergência de mídias no jornalismo, influência das redes sociais e aparelhos

portáteis na difusão da notícia, vivência do possível pós-Hard News e eleições na

era de convergência.

I. Convergência de mídias no jornalismo

Como visto na fundamentação teórica, o jornalismo vive um momento em

que diferentes mídias estão se convergindo em prol da informação mais completa e

compartilhada em diferentes meios de comunicação. A convergência trabalha

diretamente com o conceito de multimídia, que une imagem, som, vídeo e texto

dentro de um contexto, seja ele jornalístico, de entretenimento, ou de qualquer outra

ordem. “Dentro da internet você tem a televisão, você tem o rádio, você tem o texto

de jornal, você tem uma chamada de internet, então você não precisa

necessariamente se obrigar a assistir, ou ver, ou ouvir, enfim, você pode procurar

depois que você não vai estar desatualizado”, afirma a jornalista Luciana Possale

Vassoler, lembrando também do benefício da convergência em abranger diferentes

veículos de informação, que leva o conteúdo a um número maior de pessoas que

em apenas um meio.

Mas o repórter Douglas Santucci observa que nem sempre a

convergência foi vista com bons olhos pelo jornalismo. “Três anos atrás a gente

tinha muito medo dessa convergência. A gente pensava que a internet ia juntar o

que o impresso, o rádio, a televisão fazem e ia acabar os outros veículos”. Apesar

de ter sido uma previsão não muito bem sucedida, o jornalista José Wille ainda crê

que a internet está em franco crescimento e constante agregação de funções.

“Quem vai ter a primazia da notícia no factual e no tempo real serão as mídias

eletrônicas, como rádio, televisão, internet, redes sociais, etc... No futuro, tudo

passará pela internet”.

Alguns veículos de comunicação já têm testado e praticado a

convergência de mídias como uma forma mais densa de integrar conteúdo que

aborde diferentes lados do fato, mas que não seja deficiente em relação ao

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conteúdo apresentado na outra mídia. Conteúdos que façam uma troca de

experiência e que, por meio de ambos, o fato, a notícia e a informação, possam ser

entendidos na íntegra. “Você tem que cada vez mais convergir mídias mesmo, você

tem que estar adaptado”, acredita Douglas Santucci. Esta afirmação acompanha a

teoria de Luciana Possale Vassoler, que diz que “a tecnologia e a evolução da

internet e de todas as mídias estão dentro dela, da convergência”. Em outras

palavras, é quase que uma obrigação o jornalista estar inserido neste panorama, se

não efetivamente, ao menos conhecer o formato. “Ou você acompanha a evolução

ou você vai ficar fora, porque vai vir outro e ele vai tomar o seu lugar”, conclui.

Esse debate deixa claro que a convergência está sendo vista e

experimentada por profissionais da área. Já se procura por jornalistas que possam

apresentar funções necessárias para este conceito ou que estejam se adaptando.

II. Influência das redes sociais e dos portáteis na difusão da notícia

Responsáveis diretos pela expansão da convergência de mídias, a

tecnologia dos aparelhos portáteis e o poder de difusão das redes sociais trabalham

em conjunto no momento atual do jornalismo. Douglas Santucci aponta uma das

mudanças que esta parceria resultou: “antes você tinha que ir pra rua, captar a

notícia, voltar para a redação, para colocar ela no veículo. Hoje se o cara tiver uma

foto, é tão fácil mandar uma foto por celular. Já tira foto, manda informação na hora

e sai na internet”. A agilidade, a praticidade, a facilidade... Todos estes termos são

conceitos que remetem às características que estes suportes influenciaram no

trabalho jornalístico do dia-a-dia, com as notícias factuais. “Isso tudo no final é

benéfico, porque tem muita coisa que a gente não sabe que ta acontecendo. As

pessoas podem abrir um blog, abrir um site, entrar em contato com outras”, afirma o

blogueiro e jornalista Zé Beto.

Quanto à tecnologia para isso, José Wille vê com bons olhos o que vem

por aí, já que a previsão é para uma internet cada vez mais rápida e potente. “Agora

com o 3G/4G, já está sendo viável que o jornalista tire o celular do bolso e passe as

imagens ao mesmo tempo em que faz uma narração do local onde está

acontecendo algo de importante”.

De maneira independente, a tecnologia portátil é de suma importância

para os novos caminhos do jornalismo, segundo Luciana Possale Vassoler, mas

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que seja um conteúdo preparado para ela. “A tecnologia mobile é essencial, e mais

do que a existência dela, é você saber fazer com que a informação seja de maneira

própria para esse novo veículo, para essa nova plataforma”, lembra. Talvez este

seja o principal erro cometido pelos veículos jornalísticos ao se aventurar no suporte

portátil com um conteúdo apenas repassado de outra mídia. “Não tem como colocar

um texto de um jornal dentro de um celular, a pessoa não vai ler, isso é óbvio, então

você tem que se adaptar também às plataformas novas”, conclui.

Quanto às redes sociais, José Wille acredita que existam os dois lados. O

lado bom é que “as informações se propagam com muito mais velocidade que o

antigo boato”, e a ruim é que, “às vezes, tem coisas que estão incorretas, são

distorcidas, porque qualquer um pode passar a informação pra frente”. O alerta é

compartilhado por Zé Beto, mas ele acha que o momento ainda é de adaptação e

conhecimento do território. “Acho que as coisas vão se selecionando. É com o

tempo”, diz.

III. Vivência do possível pós-Hard News

O debate sobre o conceito de pós-Hard News, que seria uma

definição para a ânsia pela imediatização da notícia e a apresentação de

informações em tempo real, é analisado por José Wille como algo que valoriza

o conceito inicial de Hard News, sem descontextualizá-lo no propósito

jornalístico atual. “Você continuará esperando o jornal da noite e o jornal

impresso do dia seguinte pra ter um detalhamento, mas você já sabe das

coisas com antecipação”.

Douglas Santucci vê o momento como uma aceleração do Hard

News original, pois a vontade do receptor “não é esperar no outro dia”, e sim “o

que aconteceu na hora. O que está acontecendo neste momento”.

No entanto, apesar de ser um termo jornalístico, o Hard News pode

estar ‘passando de mãos’, como observa Luciana Possale Vassoler: “Você

saber, o Hard News, a notícia já está lá, o jornalista nem sempre é o primeiro,

na verdade eu acho que já nem é mais o primeiro a saber das coisas”.

José Wille se mostra cético quando o assunto é a apuração bem

feita do fato com a notícia em tempo real do pós-Hard News. “A informação

está chegando numa velocidade que você não teve tempo para a apuração”.

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Do outro lado, Luciana Passole Vassoler acredita que é possível sim ter

informação em tempo real e bem apurada, “você só precisa ter equipe, ter

gente qualificada para isso”. Douglas Santucci tem uma visão parecida, apesar

de admitir que “isso tem seus percalços”, principalmente pela rapidez com que

notícia é submetida para chegar ao leitor o quanto antes.

Já numa visão mais imparcial do assunto, Zé Beto prefere transferir

a responsabilidade de decidir se existe a informação em tempo real bem

apurada. “Aí entra a questão da qualidade. Quem decide isso é o leitor”, afirma.

Leitor esse que tem se transformado em produtor de conteúdo para

os veículos de informação, com a difusão das novas mídias. Zé Beto define

esse cenário como “um canal das pessoas”. Luciana Possale Vassoler diz

ainda que a voz do consumidor de notícia está em todo lugar, dentro da

internet, e poder ser ecoada por meio de compartilhamento nas redes sociais e

causar um movimento de pessoas que tenham a mesma opinião. Além disso,

no jornalismo, “hoje o próprio consumidor acaba pautando muitas vezes”,

complementa. Zé Beto ainda lembra: “Qualquer pessoa pode colocar a notícia

na internet”, o que nos remete novamente a ideia de jornalismo colaborativo

como uma ferramenta apoiadora do pós-Hard News.

Essa tendência é vista com cuidado pelos profissionais, mas há uma

concordância de que existe um movimento, um indício e/ou que está sendo

criado aí um método de se fazer jornalismo.

IV. Eleições na era de convergência

A dúvida que surge a partir das discussões e da proposta deste

trabalho é se é possível, ou não, realizar uma cobertura multimídia,

convergindo mídias e em tempo real do dia da votação e apuração do primeiro

turno das eleições municipais de Curitiba, em 2012. Zé Beto acredita que sim e

que pode, inclusive, quebrar paradigmas impostos pela televisão. “A televisão é

meio engessada nos telejornais. Na internet não, você pode ter uma televisão

no seu blog”, afirma. Ele ainda diz que “o leitor precisa saber mais”, do que não

está nas mídias tradicionais.

José Wille lembra que “nós temos hoje os meios de jogar toda essa

informação para o público, o que não temos é a capacidade de interpretação

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por parte do público”, ou seja, há a necessidade de se atentar para a forma de

comunicação com o receptor durante a cobertura multimídia das eleições,

principalmente por meio das redes sociais. Apesar disso, ele admite que este

produto “pode contribuir porque você tem mais gente informando”.

Como ideias para uma cobertura multimídia do dia de votação e

apuração das eleições, Zé Beto afirma que o produto “pode furar todo mundo

com os dados do ibope, pode flagrar gente fazendo boca de urna, sendo presa,

pode acompanhar o candidato, ou os principais candidatos, várias equipes...”.

Essas pautas foram aplicadas pelo projeto durante os trabalhos de cobertura.

V. Conclusão

Profissionais de jornalismo já admitem que há uma tendência

evolutiva dos principais meios de comunicação tradicionais para atender à uma

demanda cada vez maior que provém da internet e suas possibilidades de

difusão. O uso de tecnologia mobile, de jornalismo colaborativo e de redes

sociais, em uma convergência de mídias, é uma realidade no mercado

jornalístico e é utilizado para transmitir informações que nem sempre

chegavam ao conhecimento do receptor.

A função do portátil neste movimento se ramifica em duas vertentes,

como apontaram os entrevistados. A primeira é a agilidade com que os

aparelhos podem captar e, com a convergência da internet móvel, veicular um

conteúdo sem a necessidade de descarregar em algum local antes. Outra é o

trabalho de adaptação das informações da plataforma-mãe no meio portátil,

que requer ajustes para adequar ao público destes aparelhos. Porém, o

jornalismo e os jornalistas estão se moldando envolta disso, então não existe

ainda uma fórmula exata ou estratégia para trabalhar neste nicho, de acordo

com os profissionais. Tudo ainda está na base da experimentação, mesmo nos

maiores canais de informação.

Sobre a tendência jornalística estudada neste projeto, o pós-Hard

News, a pesquisa mostra que isso já não é algo totalmente estranho aos

jornalistas. Cada um em sua mídia, seu veículo, já enxerga uma movimentação

diferenciada para a difusão de notícias em outras plataformas que não a

principal de um meio de comunicação. Porém, não se discute uma substituição

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do Hard News, há uma visão de adaptação, que pode ser anterior, posterior ou

independente. Isso depende do foco informativo e da estrutura colaborativa de

cada veículo noticioso.

Todas as características desse novo horizonte para o jornalismo

basearam a cobertura multimídia do primeiro turno das eleições municipais de

Curitiba em 2012. O debate entre os profissionais trouxe uma reafirmação da

proposta realizada, já que houve um respaldo sobre esta experimentação de

técnicas de convergência, jornalismo colaborativo, mobile, internet móvel e

redes sociais neste projeto.

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10 DELINEAMENTO DO PRODUTO

10 .1 O que é

Para aplicar a pesquisa aqui inserida, o produto proposto foi o Sentinela

News, que se trata de um canal de coberturas jornalísticas multimídia e que realizou

o primeiro trabalho durante o dia em que ocorreram os processos de votação e

apuração do primeiro turno das eleições municipais de Curitiba de 2012, no dia 7 de

outubro. Este produto foi baseado na lógica da convergência de mídias em paralelo

ao pós-Hard News, já especificado na teoria bibliográfica.

Esta cobertura foi realizada em tempo real na internet, por meio de um

site e de redes sociais, com início logo na primeira hora liberada para votação (8h) e

foi finalizada somente após o resultado das apurações.

O conteúdo foi registrado em diversas seções eleitorais da cidade por

meio de suporte mobile durante todo o período de votações. Foram transmitidos dois

programas de vídeo em streaming online que acompanharam os fatos do dia

registrados pela equipe e os números da apuração, inclusive com link ao vivo direto

do Tribunal Regional Eleitoral de Curitiba por telefone com um repórter, chamados

de “Sentinela News Primeira Edição” e “Sentinela News Segunda Edição”.

O Sentinela News contou com a publicação de conteúdo relacionado no

site a partir de uma semana antes do marcado para a cobertura. Após a data, o

projeto continuou sendo atualizado até o fim do segundo turno das eleições, já que o

evento acabou sendo estendido por conta do resultado das apurações.

Agora, o canal se prepara para a definição da próxima cobertura

jornalística multimídia.

10 .2 Nome do projeto

O nome foi pensado para dar um indício do conceito buscado no projeto,

chegando ao resultado de Sentinela News.

Sentinela significa a concepção de um vigia que está de prontidão para

avistar algum fato. Ou seja, a personificação do termo foi aplicada aos repórteres e

colaboradores dos cidadão, que estiveram como sentinela nas ruas para captar

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informação. Já a palavra estrangeira “News” remete ao jornalismo em sua essência,

relacionada às notícias mais recentes e importantes do dia.

10 .3 Plataformas utilizadas

Para difundir o projeto antes, durante e depois do primeiro turno das

eleições municipais de Curitiba, foi criado um site (http://www.sentinelanews.com.br)

que concentrou todo o conteúdo na internet e serviu como a plataforma-mãe. O

domínio “.com.br” foi realizado no dia 6/9/2012, por meio do site

http://www.Registro.br. A hospedagem foi fixada no sistema Blogger, do Google, por

conta do menor custo comparado ao sistema Wordpress, que cobra inclusive para

redirecionar o domínio à origem da hospedagem.

Além disso, o Sentinela News esteve presente em outros meios

convergidos para a cobertura. Foi criada uma página na rede social Facebook

(https://www.facebook.com/sentinelanews) para transmissão de informações

multimídia, um perfil no microblog Twitter (https://twitter.com/sentinelanews) para

veiculação de informações em tempo real de maneira ágil, uma conta no Flickr

(http://www.flickr.com/sentinelanews) para hospedagem de todas as fotos

registradas e uma conta no Youtube (http://www.youtube.com/sentinelanews) para

upload de vídeos.

Também foi utilizado o site Twitcam para transmissão de dois programas

de vídeo em streaming online pela internet (http://twitcam.livestream.com/cc7jc e

http://twitcam.livestream.com/cc9sa).

A escolha das redes sociais se baseia no número de visitas de usuários

brasileiros, de acordo com o estudo mais recente12 sobre o assunto divulgado no dia

22 de agosto de 2012 pela empresa Experian, por meio da sua ferramenta de

inteligência especializada em tráfego na internet, a Experian Hitwise.

De acordo com o levantamento, o Facebook é o líder de visitas na internet

na categoria de redes sociais, com 54,99% de visitação. O concorrente direto e com

princípios básicos de uso similares, o Orkut, tem apenas 12,42% deste público. O

Youtube, ferramenta que hospeda vídeos, é a segunda rede social mais frequentada

12

Disponível em: <http://www.valor.com.br/empresas/2799258/facebook-mantem-lideranca-entre-redes-

sociais-no-brasil-diz-estudo> Acesso em: 20 jun. 2012, 10h32.

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por brasileiros, com 17,92%. Quanto aos microblogs, o Twitter está à frente, sendo a

quinta maior rede social no Brasil, com 2,41% de tráfego.

Outras ferramentas utilizadas foram o Flickr, que é o único site que

hospeda imagem e também é uma rede social, já que o usuário pode adicionar

amigos e usar como blog, por exemplo, e a Twitcam, que possibilita o streaming

online de vídeo diretamente ligado ao Twitter, facilitando a convergência.

Para contato direto, foi criado e divulgado o e-mail

[email protected]. A plataforma para criação é gratuita e foi a mais

popular a ter disponível o nome do projeto na íntegra para o prefixo.

10 .4 Logo e layouts

A logotipo foi formata com auxílio da designer Shuellen Woytovicz. A

inspiração se deu em logos de canais de jornalismo tradicionais no mundo todo. Isso

baseou a escolha pela fonte sem serifa, o termo News posicionado na parte de

baixo, à esquerda e em itálico. A figura que compõe a marca é o desenho de um

olho, que sugere o ato de vigiar feito pelo sentinela.

A cor principal escolhida foi o azul “Steel Blue” com a fonte em degradê

com tons de cinza. Acredito que esta coloração mais contida preserva a seriedade

que o projeto tem como pretensão passar ao receptor.

A capa do trabalho, utilizada para fins como background de algumas

páginas de redes sociais e ampliação do conceito do projeto em apresentações, foi

criado em foto montagem com o conceito de sentinela urbano que tem o suporte

mobile de prontidão para registrar um fato em meio à sociedade em suas atividades

rotineiras.

O site teve o layout definido na escolha por um template gratuito

personalizado, baixado da página http://www.premiumbloggertemplates.com. O

escolhido foi o modelo “Rodster”, criado por Lasantha Bandara. As modificações

realizadas no template foram: a inserção da cor de fundo oficial do projeto; a

inclusão da logo posicionada no topo do site, a criação de páginas para especificar

informações sobre o projeto e a fixação de plugins para acesso às redes sociais.

No Facebook, no Twitter e no Youtube, a página do Sentinela News teve

como avatar a logo oficial e capa (Facebook)/background(Twitter e Youtube) com a

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apresentação do conceito urbano mobile. O Flickr e a Twitcam utilizaram o avatar

apenas, pois não possibilitam a personalização do layout.

10 .5 Equipe e divisão de funções

O Sentinela News trabalhou com o conceito de jornalismo colaborativo e

contou com colaboradores para registrar os fatos no dia de votação e apuração do

primeiro turno das eleições municipais de Curitiba em 2012.

Uma parceria com as Faculdades Integradas do Brasil - Unibrasil foi

firmada para divulgação do projeto e convite para participação de estudantes de

jornalismo. A coordenação do curso apresentou brevemente o conceito e ideia

prática da cobertura aos alunos e compartilhou com os interessados o e-mail da

liderança direta do presente trabalho.

O primeiro contato foi feito por e-mail com sete estudantes convocados

para uma reunião inicial de apresentação, no dia 26 de setembro. Neste momento, a

intenção foi situá-los sobre a pretensão do trabalho.

Para incentivo à participação, o professor Hugo Abati de fotojornalismo

anunciou a premiação de meio ponto extra na matéria para alunos do segundo

período de jornalismo que fizessem registros fotográficos e publicassem no

Sentinela News. No dia 1º de outubro houve a apresentação detalhada do projeto à

turma.

Com isso, na segunda reunião, realizada no dia 3 de outubro, apareceram

novos interessados em conhecer e integrar o projeto. A equipe final foi formada por

14 estudantes de jornalismo na cobertura multimídia do primeiro turno das eleições

municipais de Curitiba em 2012. Outros dois alunos contribuíram com fotografia para

o Flickr.

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Figura 1 - Na segunda reunião, novos membros entraram para a equipe

No total de 16 participantes, dez são do segundo período de jornalismo,

uma do quarto período, quatro do oitavo período, incluindo o idealizador deste

projeto, e um estudante do segundo período de direito da Unibrasil que tem cursado

até o quinto período de jornalismo.

Dois membros da equipe foram incumbidos de cuidar da central de

informações, que organizou o conteúdo e auxiliou no trabalho estratégico de rua.

Além disso, foi a central que preparou e transmitiu as duas edições Sentinela News

em vídeo por streaming online. Outros 11 “sentinelas” foram à rua para realizar

reportagem de campo e registrar em formato multimídia (foto, vídeo, áudio e texto)

os fatos e enviar aos canais do projeto. Dois colaboraram com fotografias de uma

seção eleitoral isolada para a obtenção da nota extra na matéria de fotojornalismo. E

um foi o enviado especial ao Tribunal Regional Eleitoral de Curitiba (TRE-PR) para

entradas em link ao vivo por telefone no programa online.

A equipe foi formada por: Lucio Woytovicz Junior (editor chefe da

cobertura do Sentinela News); Camila Marcos e Luis Fernando Zandoná Salom

(apoio fotográfico/segundo período jornalismo); David Musso (Link TRE/segundo

período direito/quinto período jornalismo); Brunna Emyly, Camila Nichetti, Camile

Kogus, Julmara Mendes, Kênia Carvalho, Natália Brückner, Rebeca Palhano, Thiago

Crovador (cobertura multimídia/segundo período jornalismo); Liriane Kampf

(cobertura multimídia/quarto período jornalismo); Allan Scheid, Denis Barbosa e

Louize Fischer (cobertura multimídia/oitavo período jornalismo).

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10 .6 Logística/Itinerário

Foram formadas nove equipes para dividir os trabalhos programáticos

para o dia de votação e apuração do primeiro turno das eleições municipais de

Curitiba. As equipes ficaram definidas da seguinte forma:

- Lucio Junior (editor chefe, repórter de campo e âncora da segunda

edição do programa de vídeo em streaming online);

- Denis Barbosa e Louize Fischer (coordenação da central de informações

e transmissão dos programas de vídeo em streaming online);

- David Musso (enviado especial ao TRE-PR para entradas em link ao

vivo na segunda edição do programa de vídeo em streaming online);

- Camile Kogus e Julmara Mendes (reportagem de campo);

- Liriane Kampf (reportagem de campo);

- Allan Scheid e Camila Nichetti (reportagem de campo);

- Kênia Carvalho e Rebeca Palhano (reportagem de campo);

- Bruna Emyly e Thiago Crovador (reportagem de campo);

- Natália Brückner (reportagem de campo);

- Camila Marcos e Luis Fernando Zandoná Salom (apoio fotografia).

Durante a última reunião, foi definido que a central de informações esteve

situada na Rua Willian Booth, 1432 – Boqueirão, com internet fixa de 15 megabites

de velocidade, considerada muito rápida e suficiente para realizar os trabalhos.

Louize Fischer e Denis Willian se mantiveram lá das 9 horas, já que foi

disponibilizada a hora anterior para os membros votarem em suas cidades, até a

divulgação do resultado da apuração das urnas eleitorais, por volta das 20 horas.

Além disso, se concluiu o itinerário para divisão da equipe nos locais.

Foram três critérios avaliados para enviar a reportagem de campo, nas seguintes

prioridades, respectivamente: locais de votação dos candidatos à prefeitura de

Curitiba no primeiro turno das eleições municipais e de autoridades, maiores seções

eleitorais da cidade – segundo o TRE, colégios de grande relevância e

proximidades.

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Figura 2 - Última reunião da equipe Sentinela News

Os horários e deslocamentos foram programados para registrar a votação

de todos os candidatos à prefeitura de Curitiba. Esta intenção foi concluída com

sucesso e todos tiveram foto e áudio publicados nas reses sociais do projeto. Como

nem todo local de votação dos candidatos eram colégios influentes ou populosos, foi

pensado em outras seções eleitorais para que a equipe acompanhasse no decorrer

do dia.

A logística foi aplicada para que sempre houvesse conteúdo novo para

ser publicado. E de fato, das 8 horas até as 17 horas, todo o período foi atualizado

com novos registros multimídia.

Foi cumprido o seguinte itinerário para cada divisão:

- Lucio Woytovicz Junior: Colégio Sion (onde o ex-candidato Luciano

Ducci – PSB – votou às 10 horas) na Rua Presidente Taunay, 260 – Batel / Colégio

Estadual Amancio Moro (onde o maior apoiador de Ducci, o governador do Paraná,

Beto Richa, votou em seguida) na Rua Presidente Washington Luis, 620 - Jardim

Social / Colégio Estadual Loureiro Fernandes (onde o candidato a vice-prefeito de

Ducci, Rubens Bueno, votou posteriormente) na Marechal Mallet, 466 - Juvevê. Em

seguida, como editor chefe, teve que voltar à central para fiscalizar, preparar e

ancorar o Sentinela News Segunda Edição, junto com Louize Fischer;

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Figura 3 - Itinerário do Lucio Junior

- Liriane Kampf: UniCuritiba (onde o ex-candidato Gustavo Fruet – PDT –

votou às 10 horas) na Rua Chile, 1678 - Rebouças / Colégio Sagrado Coração de

Jesus (onde a candidata a vice-prefeita de Fruet, Mirian Gonçalves, votou em

seguida) na Avenida Iguaçu, 1550 - Água Verde / Sociedade Água Verde (onde os

maiores apoiadores de Fruet, a Ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, e o

Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, votaram posteriormente) na Avenida

Iguaçu, 2712 - Água Verde;

Figura 4 - Itinerário de Liriane Kampf

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- Julmara Mendes e Camile Kogus: Escola Municipal Vinhedos (onde o

ex-candidato Ratinho Junior – PSC – votou às 8h30) na Rua Zem Bertapelle, 55 -

Santa Felicidade / Julio Mesquita C E Prof E Fund Medio (onde a ex-candidata

Alzimara – PPL – votou às 10h30) na Rua Maria Teodora de Paula Costa, 49 -

Jardim das Américas / Centro Politécnico UFPR (seção eleitoral de referência e

próximo ao local de votação anterior) na Avenida Coronel Francisco Heráclito dos

Santos, 210 - Jardim das Américas;

Figura 5 - Itinerário de Julmara Mendes e Camile Kogus

- Camila Nichetti e Allan Scheid: Colégio Estadual Júlia Wanderley (onde

o ex-candidato Rafael Greca – PMDB – e o senador do Paraná Roberto Requião

votaram a partir das 10h) na Avenida Vicente Machado, 1643 - Batel / Colégio

Estadual Cecília Meireles (segunda seção eleitoral mais populosa de Curitiba em

número de eleitores, segundo o TRE) na Rua Pedro Eloy de Souza, 1700 – Tarumã /

Centro de Educação Infantil Ano 300 (proximidade do Cecília Meireles) na Rua

Jornalista Alceu Chichorra, 180 - Bairro Alto;

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Figura 6 - Itinerário de Camila Nichetti e Allan Scheid

- Kênia Carvalho e Rebeca Rafaela Palhano: Centro Estadual de

Educação Profissional de Curitiba (onde o ex-candidato Bruno Meirinho – PSOL –

votou às 9h30) na Rua Frederico Maurer, 3015 - Hauer / Colégio Estadual São

Pedro Apóstolo (sexto maior local de votação em número de eleitores de Curitiba e

proximidade com residência das repórteres) na Rua Primeiro de Maio, 1160 - Xaxim

/ Colégio Estadual Jayme Canet (próximo ao local anterior) na Rua Ana Aparecida

Lopos Canet, SNº - Xaxim;

Figura 7 - Itinerário de Kênia Carvalho e Rebeca Palhano

- Thiago Crovador e Brunna Emyly: Colégio Estadual Cecília Meireles

(onde o ex-candidato Avanílson – PSTU – votou às 10 horas. É também a segunda

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seção eleitoral mais populosa de Curitiba em número de eleitores) na Rua Pedro

Eloy de Souza, 1700 - Tarumã / Colégio Estadual Senhorinha de Moraes Sarmento

(maior seção eleitoral de Curitiba em número de eleitores) na Rua Catulo da Paixão

Cearense, 1000 - Centenário / Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag (quinto maior

local de votação em número de eleitores. Tamém tem proximidade com o

Senhorinha de Moraes Sarmento) na Rua Pedro Bocchino, 140 - Vilas Oficinas.

Figura 8 - Itinerário de Thiago Crovador e Brunna Emyly

- Natália Bruckner: Colégio Estadual do Paraná (maior colégio estadual de

Curitiba e próximo à residência da repórter) na Avenida João Gualberto - Centro /

Reitoria UFPR (Reitoria da Universidade Federal do Paraná e próximo ao Colégio

Estadual do Paraná) na Rua Amintas de Barros - Centro.

Figura 9 - Itinerário de Natália Brückner

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10 .7 Pautas

A reportagem de rua esteve atenta para pautas como: tumultos, grandes

filas para votação, defeito em urnas eletrônicas, crimes eleitorais, chegada de

candidatos à Prefeitura de Curitiba para votação, lixo na rua causado por

propaganda eleitoral, tempo médio de votação e funcionamento da biometria.

O voto para eleitores que estão em dia com todos os documentos

necessários e indispensáveis é obrigatório, como aponta a Constituição Federal

(1988). Em Curitiba, seções eleitorais recebem grande número de eleitores em

alguns horários e/ou seções eleitorais.

Quanto à segurança pública, se destaca o vigor da ‘lei seca’, que proíbe a

ingestão de álcool na data de votação e apuração.

Além disso, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, pedido e/ou

compras de votos para candidatos neste dia é considerado crime de ‘boca de urna’,

reconhecido pelo Código Penal brasileiro (Buosi, 2010, p. 274).

Curitiba foi a primeira cidade do Brasil com mais de um milhão de

eleitores cadastrados biometricamente e que puderam ser identificados por este

sistema nas eleições municipais de Curitiba em 2012.

Para o site, as publicações foram feitas de acordo com o que foi apurado

pela equipe com base nas pautas acima citadas. Nos períodos anteriores e

posteriores às eleições, as postagens acompanhavam o que de mais importante

ocorreu sobre o assunto. A linguagem se utilizou das regras básicas de jornal

impresso e fotojornalismo.

10 .8 Equipamentos e adereços para cobertura externa

Todo o trabalho da reportagem de campo foi realizada com aparelhos de

celulares equipados com aplicativos para as redes sociais utilizadas no projeto,

câmera para foto e vídeo, gravador de voz e chips com internet móvel habilitada.

Foram utilizados planos de internet para celular das operadoras TIM (quatorze

chips), empresa que inovou quando lançou internet móvel ilimitada em 2010 por

apenas R$ 0,50 ao dia, e Claro (um chip), com um plano de 5 gigabytes, utilizado

pelo editor chefe que produziu mais vídeos e necessitou de maior velocidade.

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Os equipamentos foram distribuídos, testados e cadastrados nas redes

sociais do Sentinela News nas reuniões da equipe, para garantir o funcionamento do

compartilhamento de mídias. Todos os aparelhos foram identificados por adesivos

com a logo do projeto.

Um telefone celular e um fixo residencial foram disponibilizados para que

os repórteres de campo pudessem tirar dúvidas, informar problemas e demais

necessidades.

Para uniformização dos repórteres de campo da cobertura, foi distribuída

uma camiseta personalizada para cada membro da equipe com logotipo na frente e

mangas, identificação como imprensa em texto e contatos ambos na parte de trás.

Além disso, um kit lanche também foi entregue a todos que participaram da

cobertura multimídia com uma garrafa de água mineral 500ml, uma caixa de suco de

soja 200ml, uma embalagem de biscoito salgado, uma embalagem de bolinho doce

e uma barra de cereal.

Figura 10 - Camisetas personalizadas

A quem interessasse, foi disponibilizada, ainda, a quantidade de

passagens de ônibus necessária para o deslocamento, com o custo de R$ 1,00 no

domingo, contando com o número de transportes utilizados e da integração entre

eles.

10 .9 Central de Informações

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A central de informações esteve de plantão das 8 horas até o fim das

apurações e a divulgação do resultado, já o editor chefe acumulou a função até a

chegada dos responsáveis. Neste período, a equipe recebeu conteúdo, editou as

publicações feitas pelos repórteres de campo, auxiliou-os, permaneceram

acompanhando informações de outros veículos de comunicação sobre as eleições e

também atualizaram as redes sociais e o site.

A estrutura criada para os trabalhos teve a seguinte aparelhagem: dois

computadores e dois notebooks, todos com acesso à internet, mesa, três cadeiras,

uma mesa de som de 12 canais, três microfones, uma webcam instalada em um

monopé improvisado, rádio e televisão para ronda em outros canais de informação.

Foi na central, localizada na rua Willian Booth, 1432, bairro Boqueirão,

em Curitiba/PR, que realizamos as duas edições do Sentinela News como programa

de vídeo em streaming online.

Figura 11 - Central de informações

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10 .10 Sentinela News Primeira Edição

Para compilar todos os acontecimentos das votações na manhã e tarde,

foi transmitido por streaming online o vídeojornal Sentinela News Primeira Edição. O

programa foi ao ar na internet às 15 horas por meio do site Twitcam, que hospedou o

streaming, e divulgado em todas as redes sociais do projeto.

O cenário foi composto por um background branco, uma tela com o

logotipo oficial da cobertura no fundo posicionado à esquerda da âncora, a exibição

de parte de um notebook e um microfone.

A ancoragem do vídeojornal ficou a cargo de Louize Fischer, que já

estava trabalhando na central e, por tanto, sabia de todos os fatos apurados pela

equipe nas ruas. Denis Willian coordenou as funções técnicas, bem como a escolha

da trilha sonora para abertura e encerramento.

Em pouco mais de sete minutos, notícias apuradas e elaboradas pela

própria equipe do Sentinela News foram apresentadas. Durante o programa, Lucio

Junior entrou com link direto da rua para informar sobre a votação do atual prefeito,

fez um balanço das votações na rua e deu um gancho para o segundo momento de

notícias. No fim, a âncora lembrou o espectador-internauta sobre a transmissão da

segunda edição e atentou para os contatos da cobertura nas redes sociais e

endereço do site.

10 .11 Sentinela News Segunda Edição

Assim que as votações foram enceradas e a apuração das urnas teve

início, entrou no ar por streaming online no site Twitcam o vídeojornal Sentinela

News Segunda Edição. Desta vez, o objetivo foi acompanhar até o fim os números

dos votos para a prefeitura de Curitiba e para os 38 vereadores que seriam eleitos.

Como a demanda era maior, foi decidido que a ancoragem ficaria a cargo

de dois membros da equipe: Louize Fischer, que comandou a primeira edição, e

Lucio Junior, editor chefe da cobertura. O cenário pouco mudou, com a retirada do

notebook que aparecia na tela, a inserção de mais um microfone e o posicionamento

da tela com a logo do projeto ao meio dos dois âncoras.

Para o acompanhamento da apuração, os âncoras tiveram em sua frente

monitores de computador com internet, abertos no site de divulgação de resultados

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do Tribunal Superior Eleitoral (http://divulga.tse.jus.br). A todo o momento a página

era atualizada para o conhecimento de novos números.

O membro David Musso foi enviado ao Tribunal Regional Eleitoral de

Curitiba (TRE-PR) devidamente credenciado (credenciamento este realizado no dia

28 de setembro por e-mail à assessoria de comunicação) e entrou diversas vezes

por telefone, com plano de telefonia móvel ilimitado (R$ 0,25 a ligação), ao vivo no

streaming online. Ele entrevistou os dois candidatos eleitos ao segundo turno

(Ratinho Junior – PSC e Gustavo Fruet - PDT) e o vereador mais votado da cidade

nestas eleições (Cristiano Santos – PV), alem de outros depoimentos e informações

diretamente do local, dividindo espaço com profissionais de outros veículos de

comunicação de todo o Brasil.

O vídeojornal teve duração de 2 horas e 35 minutos, repassando números

parciais, renoticiando fatos do dia de votações e discorrendo sobre os assuntos da

cobertura. O resultado das eleições e os candidatos eleitos e classificados para o

segundo turno foram divulgados no mesmo momento, e até antes, que outros canais

que cobriam para outros veículos.

Ao fim de 100% de urnas apuradas, houve agradecimentos a todos que

apoiaram e contribuíram para o projeto e considerações finais de David Musso,

direto do TRE.

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Figura 12 - Edições de vídeojornal em streaming online

10 .12 Parcerias

O projeto Sentinela News firmou uma parceria de compartilhamento de

conteúdo com o Blog da Joice Hasselman, âncora do jornal matutino estadual

Paraná no Ar da RICTV Record, comentarista de política do RIC Notícias, diretora de

jornalismo da Rede Estadual de Rádios da AERP, ex-diretora de jornalismo da Rádio

Bandnews FM Curitiba, ex-âncora do jornal matutino da emissora e colunista política

do noticiário vespertino, teve passagens por O Globo e CBN Ponta Grossa.

A parceria incluiu troca de informações e conteúdo multimídia entre as

equipes. Da parte do Sentinela News, utilizamos fotos do fotógrafo Juliano Pedroso,

matérias publicada no blog e a jornalista enviou um vídeocast com uma opinião

sobre o resultado do primeiro turno, publicado no site oficial do projeto.

Além disso, como já citado, o Sentinela News teve a parceria das

Faculdades Integradas do Brasil – Unibrasil para convidar estudantes de jornalismo

a se tornarem membros da equipe, o que de fato ocorreu.

10 .13 Repercussão

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O Sentinela News como um todo, teve uma repercussão satisfatória e

acima das expectativas da coordenação do projeto. Só no principal canal de

informação, o site, foram 866 visualizações em cerca de um mês desde a primeira

publicação, de acordo com a central de estatísticas do Blogger (vide anexos).

As redes sociais também apresentaram números bem maiores que o

esperado. A página no Facebook, com 100 pessoas que “curtiram”, foi a ferramenta

que teve o resultado mais impressionante. Foram mais de 7 mil pessoas alcançadas,

segundo estatística do próprio site.

Figura 13 - Estatística da página do Sentinela News no Facebook

O perfil no Twitter contabilizou 156 seguidores e o canal do Youtube teve

283 exibições de vídeos. O Flickr não disponibiliza estatísticas para contas gratuitas.

Nos vídeojornais, os números variaram durante as exibições em streaming online e

não foi possível registrá-los.

Entre as várias pessoas que acompanharam a cobertura em todas as

redes, alcançamos profissionais de veículos de comunicação importantes de

Curitiba, como GRPCOM, RIC e Grupo Bandeirantes, além de estudantes e mestres

do curso de jornalismo, bem como demais jornalistas de outras áreas do mercado de

trabalho.

Além disso, o projeto se tornou também interativo, uma vez que

recebemos informações, conteúdo multimídia, elogios, sugestões, críticas, enfim,

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participações de todo jeito por meio dos canais oficiais do Sentinela News que são

aberto ao público.

10 .14 Segundo turno e prosseguimento do projeto

Apesar de a cobertura multimídia do Sentinela News ser focada no

primeiro turno das eleições municipais de Curitiba, o site e principais redes sociais

do projeto – Facebook e Twitter – tiveram atualizações diárias sobre as pesquisas

eleitorais e apoio de ex-candidatos, com matérias no site e divulgação das mesmas.

Ao fim da apuração do segundo turno e divulgação do resultado, que

elegeu Gustavo Fruet (PDT) como o novo prefeito de Curitiba, o Sentinela News

encerrou oficialmente os trabalhos focados nas eleições municipais da capital

paranaense. Todo o conteúdo apurado e compartilhado nas redes continua

disponível online.

10 .15 Custos

O projeto teve gastos avaliados de acordo com os seguintes custos:

DESCRIÇÃO QTDE MEDIDA VALOR UNIT VALOR

TOTAL

Celulares de modelo

Smarthphone 15 Unid. R$ 999,00 R$ 14.985,00

Chip para celular 15 Unid. R$ 10,00 R$ 150,00

Plano de celular ilimitado 15 Recarga

Mínima R$ 7,00 R$ 105,00

Plano de internet móvel

3G (compra de modem

obrigatória)

1 Unid. R$ 295,92 R$ 295,92

Adesivos com a logo 2 Folha R$ 2,00 R$ 4,00

Kit Lanche (uma garrafa

de água mineral 500ml,

uma caixa de suco 200ml,

14 Unid. R$ 10,00 R$ 140,00

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uma embalagem de

biscoito salgado, uma

embalagem de bolinho e

uma barra de cereal)

Passagem de ônibus

(domingo) 28 Unid. R$ 1,00 R$ 28,00

Camiseta personalizada 15 Unid. R$ 33,00 R$ 495,00

Notebook 2 Unid. R$ 2.699,00 R$ 5.398,00

Computador 2 Unid. R$ 1.649,00 R$ 3.289,00

Canopla para microfone 3 Unid. R$ 40,00 R$ 120,00

Microfone profissional 3 Unid. R$ 119,00 R$ 357,00

Monopé 1 Unid. R$ 74,90 R$ 74,90

Webcam 1 Unid. R$ 299,00 R$ 299,00

Cadeira executiva 3 Unid. R$ 179,00 R$ 537,00

Mesa de som 7 canais 1 Unid. R$ 299,00 R$ 299,00

Mesa angular 1 Unid. R$ 251,00 R$ 251,00

Registro site (.com.br) 1 Unid. R$ 30,00 R$ 30,00

Salário Coordenador

Geral/ Editor Cefe 1 Mensal R$ 2.323,68 R$ 2.323,68

TOTAL R$ 29.181,50

Para reverter esse custo todo, o projeto possibilita o fechamento de

parcerias, com propaganda em camiseta, redes sociais – com posts publicitários

devidamente identificados e banner no site como contra partida. Além disso pode

vender publicidade para anúncio nestes mesmos formatos.

Como é um produto independente, tem a liberdade para ser itinerante,

firmando parceria com outros veículos de comunicação para utilização de mão de

obra, disponibilização de recursos e equipamentos.

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11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O gênero jornalístico pós-Hard News, aqui apresentado, não é algo

totalmente novo na categoria. Muitos autores e profissionais já estudam este

fenômeno que traz a informação anteriormente ao Hard News padrão. Porém há

diversos formatos relacionados a este movimento que acabam sendo muito

parecidos, como o pós-mídia de massa e o pós-massa.

Neste projeto observamos mais afundo como esse termo pode ser

trabalhado, utilizando como aplicação uma cobertura multimídia do primeiro turno

das eleições municipais de Curitiba. A escolha foi definida por uma conjunção de

oportunidade e data.

O pós-Hard News só foi possível graças à utilização de novas tecnologias

e canais de informação, provindas da internet. Além disso, a expansão dos

aparelhos portáteis também é um fator preponderante para a experiência do gênero.

A lógica da convergência de mídias para um mesmo foco, como Jenkins

(2009) cita em sua teoria, baseia o conceito do termo. Ela foi a experimentação

principal do projeto, já que a intenção era mesmo unir diferentes formatos e canais

para informar. O resultado foi uma cobertura que disponibilizou fotos, vídeos, textos

e áudios para o mais diversificado público que acompanhou o primeiro turno das

eleições municipais de Curitiba em 2012. Pelas estatísticas apresentadas na

delimitação, podemos concluir que a recepção teve uma aceitabilidade considerável

nesse aspecto.

Sobre o público consumidor do Sentinela News, muitos seguiram as

teorias do jornalismo colaborativo e da inteligência coletiva, já que houve um

processo de interação e debate sobre o evento, por meio das redes sociais

Facebook e Twitter. Espaço comunicativo esse que não existia em eleições

anteriores, por conta da evolução das tecnologias e das novas ferramentas da

internet.

O depoimento e debate dos profissionais na pesquisa qualitativa tem

importância especial, já que juntou jornalistas de diferentes veículos de

comunicação, cargos e gerações. Todos confirmara uma tendência ao conceito

apresentado neste trabalho.

A conclusão é que por meio de uma cobertura multimídia online do

primeiro turno das eleições municipais de Curitiba, descobrimos que o pós-Hard

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News é uma tendência que funciona em um produto jornalístico, é inovador e pode

ser anterior – dando informações que só vão ser apresentadas no Hard News mais

tarde, posterior – como por exemplo acompanhar o decorrer de fatos a partir de um

evento noticiado no Hard News, ou independente – publicando apurações e notícias

que acabam não sendo interessantes ao Hard News, seja por prioridades ou falta de

espaço disponível.

Acredito, então, que o projeto cria um gênero em construção, que

encontra mais uma ramificação para o jornalismo pensando no futuro, com cada vez

novas tecnologias, novos canais para informação e evolução de veículos

tradicionais.

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APÊNDICE A – Logotipo projeto

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APÊNDICE B - Arte convocação de estudantes de jornalismo

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APÊNDICE C - Arte chamada eleições

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APÊNDICE D - Decupagem Pesquisa Qualitativa

Decupagem 01

Nome: Douglas Santucci;

Veículo: Televisão (TV Bandeirantes de Curitiba)

Função: “Repórter 3G” do programa Brasil Urgente;

Formação: Jornalista;

Relevância: Primeiro repórter a entrar ao vivo com tecnologia 3G durante

um programa de televisão, em Curitiba.

1. Como você trabalha com multimídia, jornalismo online e

convergência?

No meu trabalho eu faço entradas ao vivo em um programa de televisão,

com imagens de um celular, enviados por meio de internet. Esta prática eu acredito

que não havia sido feita ainda como forma de mostrar notícias no momento em que

elas acontecem. E é legal porque a gente usa de uma mídia atual para

complementar uma mídia tradicional, que é a televisão.

2. Como você acredita que a tecnologia multimídia contribui para o

jornalismo?

Nós vivemos numa fase que com certeza foi a que mais teve mudança

com a tecnologia. Foi uma mudança sensacional. Hoje a gente está num nível de

tecnologia que a gente consegue entrar de qualquer lugar. Acho que essa tecnologia

está dando um grau de exigência cada vez maior. Porque a qualquer momento em

qualquer lugar da cidade você consegue entrar com a novidade, na hora em que ela

acontece. Se você entrar cinco minutos depois, isso já está velho. A tecnologia vai

ajudar cada vez mais. A gente é prova disso.

3. De que forma a convergência de mídia se insere no jornalismo?

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Três anos atrás a gente tinha muito medo dessa convergência. A gente

pensava que a internet ia juntar o que o impresso, o rádio, a televisão fazem e ia

acabar os outros veículos. Hoje a gente tem o mesmo número de computadores e

televisores no Brasil. Então a convergência se aplicou a cada meio. Na televisão a

gente usa convergência de mídias, com participação no Twitter, o Skype, o vídeo da

internet... No rádio a mesma coisa, celular ele faz esse serviço de convergência, ele

tem rádio, televisão... O pessoal ouve rádio no celular e participa, tem interatividade.

Você pode participar pelo telefone, pela internet, por uma mensagem de texto. Então

tudo juntou. Agora o rádio já tem que ter um blog, o blog já tem que ser completo.

Porque o pessoal não quer saber só do áudio. Você tem que cada vez mais

convergir mídias mesmo, você tem que estar adaptado. Acho que a convergência de

mídias hoje é o nosso novo ibope. Você joga no ar e pediu uma participação e chove

participação. Essa facilidade da interatividade é facilitada pela convergência de

mídias.

4. Qual a importância dos aparelhos portáteis na difusão da notícia

nos veículos de comunicação atualmente?

Principalmente agilidade. Essa é a importância principal. Antes você tinha

que ir pra rua, captar a notícia, voltar para a redação, para colocar ela no veículo.

Hoje se o cara tiver uma foto, é tão fácil mandar uma foto por celular. Já tira foto,

manda informação na hora e sai na internet. Então acho que essa questão da

agilidade desses equipamentos estarem na rua para trazerem cada vez mais

informação. No meu celular posso ter informação e mandar informação.

5. Você acredita que a imediatização da notícia por meio dessas

plataformas está modificando o conceito de Hard News?

Eu acho que acelerou o conceito de Hard News. Antigamente o Hard

News era um assunto importante no jornal da noite, no jornal de amanhã, hoje eu

acho que o Hard News é o que aconteceu na hora. O que está acontecendo neste

momento. Não é esperar no outro dia. Acho que este é o novo conceito do Hard

News.

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6. De que forma você acredita que o jornalismo se molda às novas

mídias?

Antes para entrar ao vivo de qualquer lugar, você tinha que deslocar

antena, posicionar local. Hoje você entra com um aparelho celular. Pelo Twitter

então, você posta uma foto em segundos. Antes você podia levar 24 horas para

chegar a uma notícia, hoje se atrasar cinco minutos já ficou velho. Outra coisa é que

antigamente você entrava num site para pegar informação, você via economia

mesmo sem querer. Agora não você vai lá e segue apenas o policial da Tribuna,

apenas a economia do Uol... Então é o que eles tentaram fazer com os Feeds

antigamente, só que o Twitter concentrou tudo. É claro que o Facebook depois veio,

agora acho que ta piorando pelo tanto de besteira que o pessoal coloca, mas o

Facebook também é uma fonte de informação assim... Você assina o que você quer

saber. Quero saber de economia, assino todas as pessoas que falam de economia,

por exemplo.

7. Até que ponto a interatividade e a participação do consumidor da

notícia são importantes para a produção jornalística?

Hoje todo mundo é fonte, todo mundo é jornalista. É claro, vai ter um

jornalista que vai apurar a informação, mas todo mundo registra fatos hoje, tira foto e

manda pra um lugar a informação. Então acredito que esta seja a importância, a

possibilidade de agregar conteúdos que vieram do próprio público.

8. É possível ter notícias em tempo real e bem apuradas?

É claro que isso tem seus percalços, que uma delas é a informação na

rua, que por ser tudo tão rápido você dá uma informação que não foi apurada

totalmente e você já soltou na internet, a repercussão é na hora. Mas acho que

quem sai na frente, quem twitta as coisas antes tem mais seguidores. Se você for

twittar daqui uma hora o que aconteceu, ninguém quer saber. O prazo agora e um

minuto. Isso é bom porque o Twitter, principalmente, dá uma agilidade muito grande.

E acho que aumenta o número de pessoas que querem informação.

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Decupagem 02

Nome: Luciana Possale Vassoler;

Veículo: Televisão (ÓTV)

Função: Gestora de Web;

Formação: Jornalista;

Relevância: Trabalha com novas mídias, redes sociais e internet para

notícias e entretenimento produzidos pela empresa.

1. Como você trabalha com multimídia, jornalismo online e

convergência?

Vou lembrar um exemplo de quando caiu o avião no Bacacheri ano

passado. O pessoal estava lá, filmou, só que era uma equipe de cinegrafistas, não

tinha jornalista junto e aí eles ficaram perdidos, eles só filmaram. Na hora ligaram

aqui para TV e eles começaram a monitorar pelo Twitter e viram que tinha gente

falando “o ‘cara’ era meu amigo”, e já me ligaram, a gente já entrou em contato via

Twitter com a pessoa e a gente foi monitorando todo mundo que estava ali. Dez

minutos depois entrou um ‘Notícias da Hora’, falando disso, com a imagem do

cinegrafista e com a informação aqui, a informação de quem não estava lá. O

cinegrafista passou o que ele viu, mas o ‘cara’ que era amigo, que falou o que ele

falou antes, como é que foi, o ‘cara’ que entrevistou, que falou com o ‘cara’, digamos

o instrutor, não sei quem era na época que estava lá organizando esse show, enfim,

foi tudo por aqui, não foi ninguém que estava lá na hora, e foi tudo via rede social.

Porque eles descobriram ali que o pessoal estava falando “olha, caiu um avião”, ai

começou a monitorar esses comentários e viram. Então fizemos todo um trabalho

multimídia, convergindo-as para a televisão e com atualização em tempo real da

notícia na internet.

2. Como você acredita que a tecnologia multimídia contribui para o

jornalismo?

Para o jornalismo... Eu acredito hoje que é a principal ferramenta, porque

é nela que a gente tem a maioria das fontes. A gente encontra fonte fácil.

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Antigamente a gente tinha que ficar pedindo indicação pra alguém, hoje você no

Google procurar fulano, alguém que tenha, sei lá, andado de ônibus e se molhado

inteiro essa noite, sempre um amigo, alguém, conhece. Então é um lugar de fonte, é

um lugar de convergência, é um lugar onde todas as mídias se encontram. Dentro

da internet você tem a televisão, você tem o rádio, você tem o texto de jornal, você

tem uma chamada de internet, então você não precisa necessariamente se obrigar a

assistir, ou ver, ou ouvir, enfim, você pode procurar depois que você não vai estar

desatualizado.

3. De que forma a convergência de mídia se insere no jornalismo?

Na verdade eu acredito que essa inserção é natural, a tecnologia e a

evolução da internet e de todas as mídias que estão dentro dela, da convergência,

fazem isso acontecer. É de maneira natural. Se você fugir disso, amanhã você

morre, entendeu? Ou você acompanha a evolução ou você vai ficar fora, porque vai

vir outro e ele vai tomar o seu lugar.

4. Qual a importância dos aparelhos portáteis na difusão da notícia

nos veículos de comunicação atualmente?

Ah, é absurdo. Por exemplo, essa semana saiu o número de telefones

celulares e não sei quantos tem por pessoa, se são quatro ou cinco, enfim, por

número de habitante no país e agora a sessão dos smartphones, todo mundo tem

smartphone, pode não ter um iPhone, mas tem um smartphone. A internet cada

vez... O acesso a internet cada vez mais facilitado. Hoje é cinquenta centavos por

dia, a propaganda, ilimitado, enfim, as pessoas acabam se conectando. Elas estão

no ponto de ônibus e estão dizendo que elas estão ali, ou elas estão se atualizando,

ou lendo notícia, vendo algo que o amigo falou que é legal, e assim vai. O mobile é

essencial hoje, as pessoas estão cada dia mais conectadas, elas dormem com o

celular, o despertador agora é o celular. É difícil você encontrar um jovem, por

exemplo, que passe o final de semana sem computador, sem internet, pelo menos.

Ou ele acessa no tablet, ou no celular. Se levar esse jovem da cidade, por exemplo,

para o interior, que não tenha sinal 3G, fica louco, porque não adianta só pegar o

telefone. O telefone hoje ‘pra ligar’, como dizem virou quase que “ah, o telefone

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também liga”, no final das contas. A tecnologia mobile é essencial, e mais do que a

existência dela, é você saber fazer com que a informação seja de maneira própria

para esse novo veículo, para essa nova plataforma. Porque você não tem como

colocar um texto de um jornal dentro de um celular, a pessoa não vai ler, isso é

óbvio, então você tem que se adaptar também às plataformas novas.

5. Você acredita que a imediatização da notícia por meio dessas

plataformas está modificando o conceito de hard news?

Antigamente o jornalismo era muito... Você ouvia e assistia e confiava

muito no jornalista, no que passava na TV. Hoje, por exemplo, o ônibus que entrou

dentro da loja, o jornalista foi lá, mas tinha um monte de gente na rua que filmou

também e que mandou imagem, ou então que twittou imagem, que tirou foto. Então

a fonte não virou mais só o jornalismo, o jornalista em si. Claro, o jornalista é

importante, é, porque eu não consigo estar em todos os lugares do mundo, não

tenho amigos em todos os lugares do mundo. Mas ele ainda é o respaldo da notícia,

só que você acaba sabendo por outros meios. Só que ao jornalista, por exemplo

quando acontece um acidente, as pessoas tiram foto, mas é o jornalista que vai

atrás da polícia, vai conversar, vai saber, entender como aquilo aconteceu. Então se

você quiser uma informação melhor, uma informação mais qualificada, com

conteúdo melhor, você vai ver o que o jornalista escreveu, seja na internet, seja na

TV, seja no rádio, enfim. Mas você saber, o hard news, a notícia já está lá, o

jornalista nem sempre é o primeiro, na verdade eu acho que já nem é mais o

primeiro a saber das coisas.

6. De que forma você acredita que o jornalismo se molda às novas

mídias?

Eu acho que exatamente por causa desse imediatismo. Hoje a gente vê,

por exemplo, muitos veículos de comunicação que utilizam Twitter, por exemplo a

‘Band News FM’, apresenta à cidade toda os congestionamentos, os problemas do

trânsito, através do que ela recebe por Twitter, por Facebook, por mensagem dos

ouvintes. Muitos programas de TV mostram os vídeos de telespectadores, de

pessoas que mandaram e com a informação que a pessoa passou, então o jornalista

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ás vezes não precisa mais ir até o local, ele simplesmente pega, se foi importante e

ele não esteve lá, ele passa aquela imagem que o telespectador ou que um ouvinte,

enfim, um leitor, passou pra ele. Isso facilita a comunicação e é importante pro

jornalismo integrar, porque as pessoas se sentem parte também, elas não se sentem

mais tão distantes do jornalismo com essa nova tecnologia e novas mídias.

7. Até que ponto a interatividade e a participação do consumidor da

notícia são importantes para a produção jornalística?

Não dá mais pra ignorar. Eu acredito muito nisso, eu ouvi isso numa

palestra em São Paulo e isso me marcou. Hoje muitos, eles falaram em oitenta por

cento das empresas, não só de comunicação, no geral utilizam as mídias sociais,

utilizam a internet de maneira geral, por convenção e não com convicção. Utilizam

simplesmente porque todo mundo usa, porque é moda, enfim, pegam uma pessoa

qualquer, um estagiário, uma pessoa desqualificada, não que estagiário seja

exatamente desqualificado, mas uma pessoa que não seja da área e colocam pra

trabalhar com isso. Enquanto isso tem algumas na frente que estão trabalhando com

convicção, que encaram isso como um negócio, que vêem possibilidades de ganhar

dinheiro, possibilidades de saírem na frente em relação não só a qualquer outro

veículo, mas em relação ao futuro mesmo. Quem dá um passo a frente agora, que é

o momento da grande ascensão, eu acredito, do grande boom, vai se dar muito

melhor lá na frente, já vai saber, vai evitar os problemas, vai saber agora os

problemas que as pessoas vão ter lá na frente. O consumidor acaba opinando já

diretamente e se você não tomar com isso, por exemplo, às vezes você fala de

algum lugar, de alguém, de algum político e o ‘cara’ fala assim “ah, esse ‘cara’ tá

mentindo, como que você acredita nisso?”. Hoje o consumidor da notícia tem muito

mais voz, e a voz dele não é mais só para aquele grupo de amigos, de cinco a oito

pessoas, que ele atingia antes, a voz dele está aberta agora na internet e se algum

amigo dele gosta e compartilha ou curte ou ‘dá um RT’, isso começa a se

transformar e se transformar e vira um absurdo. Antigamente quando uma empresa

tinha algum problema ela não tinha medo, por exemplo, porque era muito difícil isso

ter uma proporção grande. Hoje o próprio consumidor acaba pautando muitas vezes.

Então quanto mais o jornalista estiver esperto e atento a esse consumidor dele, mais

ele tem a ganhar.

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8. É possível ter notícias em tempo real e bem apuradas?

É possível, há possibilidade sim, você só precisa ter equipe, ter gente

qualificada para isso.

Decupagem 03

Nome: José Wille;

Veículo: Televisão (TV Bandeirantes de Curitiba) e Rádio (CBN);

Função: Âncora do telejornal ‘Band Cidade’, apresentador do programa

‘Paraná Busines’ na TV Band Curitiba, diretor de jornalismo e âncora na rádio CBN

de Curitiba e coordenador da Rádio UFPR na internet;

Formação: Jornalista;

Relevância: Está envolvido com meios de comunicação tradicionais que

recebem conteúdo das novas mídias, tem conhecimento em redes sociais e é o

mediador de debates eleitorais na empresa.

1. Como você trabalha com multimídia, jornalismo online e

convergência?

Todas as mídias contribuem já de fora. No jornal agregamos imagens,

vídeos da internet, declarações nas redes sociais de autoridades, um vídeo enviado

por um telespectador por celular... Enfim, tudo isso pode virar pauta e reportagem

para o jornal. No rádio a mesma coisa, a diferença é que não tem a possibilidade da

imagem.

2. Como você acredita que a tecnologia multimídia contribui para o

jornalismo?

Acho que contribui abrindo mais espaço, porque nós saímos de uma

situação de poucos veículos. Você tinha alguns poucos jornais. Toda a população

dependia destes veículos e isso concentrava muita informação em alguns pequenos

grupos que praticamente monopolizavam a informação. O que aconteceu de novo é

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que agora qualquer pessoa, qualquer jornalista, qualquer blogueiro, passou a ser um

comunicador. Isso tem um lado bom que é uma democratização da sociedade, ou

seja, liberdade das pessoas protestarem, reclamarem, fazerem valer sua opinião.

3. De que forma a convergência de mídia se insere no jornalismo?

O que está acontecendo num conjunto é o seguinte: você tem alguns

veículos que vão mudar. Quem vai mudar mais é o jornal. Porque não tendo mais o

impacto factual, sendo que todo mundo já sabe o que vai estar no jornal do dia

seguinte, ele traz agora o análise da notícia. Está virando uma coisa parecida mais

com revista, que é o aprofundamento é a opinião, o clareamento, o infográfico...

Quem vai ter a primazia da notícia no factual e no tempo real serão as mídias

eletrônicas, como rádio, televisão, internet, redes sociais, etc... No futuro, tudo

passará pela internet. Talvez haverá um momento que não será mais necessária a

transmissão como a gente conhece hoje, através do sinal de rádio no ar, porque

você vai ter uma rede tão sofisticada e eficiente de internet que a internet poderá ser

o canal para emissão de rádio, como já pode ser hoje no rádio e de televisão como

está sendo hoje, mas poderá ser até o meio principal de propagação de tudo através

da internet, e não mais das ondas.

4. Qual a importância dos aparelhos portáteis na difusão da notícia

nos veículos de comunicação atualmente?

Pra TV foi o grande achado. O rádio teve um casamento perfeito com o

telefone. Porque por linha telefônica poderia transmitir algo que estava acontecendo

em qualquer circunstância, naquele momento, a custo baixíssimo e você tinha o

som. Aí se dizia que TV não chegaria perto do rádio porque a televisão não tinha

esta possibilidade. Mas agora com o 3G/4G, já está sendo viável que o jornalista tire

o celular do bolso e passe as imagens ao mesmo tempo em que faz uma narração

do local onde está acontecendo algo de importante. Isso vai ganhar nova velocidade

com o 4G, onde você vai ter basicamente uma imagem similar a do link. Isso

significa que se amanhã você quer fazer alguma cobertura, por exemplo, do

movimento das estradas, você tinha que agendar isso no começo da tarde, mandar

um caminhão, esperar, ver se estava certo. Grande parte das vezes falhava porque

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não dava sinal. Hoje com o celular 4G, você vai poder ligar, narrar e mostrar aquela

imagem ao vivo, como se fosse um link. Em outras palavras, o link agora está no

celular e isso vai dar pra televisão uma agilidade que sempre foi a maior dificuldade

da concorrência com o rádio. Isso representa que agora nós podemos entrar com a

informação, com a imagem, que na TV é fundamental, mas imagem em tempo real.

Não só jornalista poderá fazer, mas até uma pessoa que esteja no local e que, tendo

a possibilidade de gravar aquela imagem, poderia, através de uma simples ligação,

colocar aquela imagem no ar, como uma colaboradora a partir do seu 4G.

5. Você acredita que a imediatização da notícia por meio dessas

plataformas está modificando o conceito de hard news?

Na verdade eu acho que isso valoriza até o Hard News, porque estamos

entrando numa velocidade que você abre pela manhã o Twitter, o Facebook, você já

tem muitas notícias que anteriormente você só teria à noite. Você continuará

esperando o jornal da noite e o jornal impresso do dia seguinte pra ter um

detalhamento, mas você já sabe das coisas com antecipação. O que eu acho é que

justamente valoriza o fato da noticia de maior impacto. A proximidade de você ter

mais imagens, mais cobertura, ter transmissão ao vivo... Nós estamos percebendo

que alguns casos, quando há, por exemplo, sequestro, que alguém está sendo

mantido em cativeiro, ou cerco policial, isso tem sido para a televisão, do ponto de

vista de notícia, um alto elemento de notícia imediata e de audiência. Porque, tanto

quanto o radio, a televisão sabe que nada é mais forte que a transmissão

simultânea, quando você tem naquele momento uma transmissão de uma imagem ,

de algo que esta acontecendo naquele momento. É aí que a TV chega perto do

rádio. Eu acho que isso valoriza a notícia no sentido de que você tem mais gente

capturando, mais gente participando e o jornal mais recheado de boas imagens para

favorecer este tipo de informação.

6. De que forma você acredita que o jornalismo se molda às novas

mídias?

Hoje o que não falta é imagem, o que é fundamental, principalmente, para

a TV. Todo mundo pode ser um colaborador do jornalismo, mandando informação,

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filmagem, e as pessoas gostam de participar. Elas têm a sensação de participação

da notícia quando elas gravam, mandam e isso é aproveitado. Então o jornalismo

esta com uma velocidade que nunca existiu, isso se vê quando você vai pra tela e

começa observar quantas daquelas imagens não são mais de profissionais e sim

amadores, de pessoas que estavam no lugar certo na hora certa. A parte boa é que

a partir das redes sociais, as informações se propagam com muito mais velocidade

que o antigo boato. Também tem o lado negativo, ás vezes tem coisas que estão

incorretas, são distorcidas, porque qualquer um pode passar a informação pra frente.

Mas as pessoas também se acostumaram a checar. Quando tem uma noticia que

parece diferente, a pessoa pensa “qual é o veículo que esta emitindo esta

informação?” E dessa forma as pessoas aprenderam a desconfiar e fazer seu

próprio filtro para não serem iludidas com informação falsa.

7. Até que ponto a interatividade e a participação do consumidor da

notícia são importantes para a produção jornalística?

O cidadão virou também uma espécie de comunicador de maior ou menor

grau, dependendo da sua habilidade de usar as redes sociais. Pra imprensa foi

interessante porque passamos a ter uma facilidade para a informação chegar. No

passado se sabe que nos jornais se contratava gente pra fazer o trabalho de redigir

cartas falsas de leitores, pois você não tinha participação. O leitor raramente

escrevia. Agora nós realmente temos participação, porque a pessoa quando ela tem,

não só as redes sociais todas, mas a possibilidade de filmar no celular, de fotografar

no celular, a possibilidade de a partir do celular atualizar o seu blog, o seu site,

mandar alguma coisa pro Youtube... Então o cidadão ganha um poder que é

importante porque com essa nova realidade fica mais fácil o acesso até os meios de

comunicação, a informação chega mais velocidade e com mais fontes participantes.

Significa que o público tem hoje outra velocidade. Por exemplo, há um incidente que

aconteceu quando houve um problema de um crime numa escola, em Curitiba. A

imprensa não sabia disso, mas os alunos já sabiam através do celular, porque

passava adiante pelas redes sociais. Quando as crianças saíram da escola, já

contavam aquilo pros pais e isso talvez fosse notícia só no jornal da noite.

8. É possível ter notícias em tempo real e bem apuradas?

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A apuração depende de cada visão de veículo, dentro do jornalismo

policial, que a gente tem visto, há distorções porque muitas vezes você tem imagem

e não sabe o que está acontecendo. Ele fala em cima de uma hipótese e essa

informação não é precisa. No final você tem o desfecho, mas pode demorar. Então

significa que a informação está chegando numa velocidade que você não teve

tempo para a apuração.

9. Como um produto jornalístico multimídia pode contribuir para a

cobertura de eleições?

Pode contribuir porque você tem mais gente informando. Você tem os

vários lados da questão se posicionando.

10. Que mudanças podemos enxergar na política após a expansão de

redes sociais?

Uma cobrança maior, agora você pode dizer o que pensa, de passar a

opinião àquela pessoa em que votou. Passa a ter uma força de pressão que possa

cobrar dos políticos. O problema é que a população não esta escolarizada para

entender as coisas. As pessoas raciocinam por blocos já prontos, frases feitas, não

tem capacidade analítica, acreditam na teoria de conspiração, qualquer que seja,

acreditam nas teses mais absurdas, não há uma capacidade cognitiva para entender

o que é noticia o que não é. Então o problema maior é a escolaridade. Nós temos

hoje os meios de jogar toda essa informação para o público, o que não temos é a

capacidade de interpretação por parte do público.

Decupagem 04

Nome: Zé Beto;

Veículo: Internet (Site Jornale);

Função: Blogueiro;

Formação: Jornalista;

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Relevância: Tem blog que aborda notícias sobre política com grande

tráfego de internautas e publica vários tipos de mídia.

1. Como você trabalha com multimídia, jornalismo online e

convergência?

O blog é o seguinte, eu acho que ele tem uma forma... Eu coloco tudo,

depende do momento. Então é um blog que tem fotografia... Fotografias, mas não

fotografias publicadas. Fotografia dos profissionais, dos artistas, dos anônimos,

qualquer coisa... Tem poesia, tem trechos de livros, tem frases, tem música... Mas é

tudo depende do momento, quer dizer, do meu momento. E tem as notícias. Então

eu faço tudo essa mistureba, que foi uma coisa que deu certo, não é? Então eu faço

uma mistura ali e deu certo. Começou no Jornal do Estado e em um ano tinha três

mil acessos por dia e hoje não sei quanto tem, porque eu não conto. Mas as

pessoas que estão lá, na ‘cozinha’ falam que tem uma média de uns 25 mil acessos

por dia. Então, sabe, então deu certo. Porque não tem uma coisa específica. Eu

posso por uma música do Lindomar Castilho, ou o do Falcão, meu ídolo. E aí em

seguida eu coloco uma notícia importante de Brasília, ou um bastidor aqui de

política, né?! Do governo do Estado, da Assembleia, dessa coisa toda. Eu coloco, eu

pego as fotos, eu coloco a notícia, eu escrevo, eu telefono, né?! Essa é a equipe do

blog. Eu faço um horário né?! Claro que se tiver alguma coisa que explodiu à noite

eu vou lá e abro. Essa é a vantagem. A vantagem é você corrigir seus erros. Eu erro,

erro de português, quem não erra?

2. Como você acredita que a tecnologia multimídia contribui para o

jornalismo?

Muito pro jornalismo. Muito pelo seguinte... Porque com a velocidade que

a internet imprimiu na coisa da notícia, você fica ligado todo o dia nas notícias.

3. De que forma a convergência de mídia se insere no jornalismo?

O jornalista hoje pode ter o jornal dele. Essa é que é a verdade. Você não

precisa ter uma estrutura pra fazer notícia. Você não precisa mais ter redação, que é

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fantástico. Eu trabalho em casa, sabe? Olha a facilidade! Hoje em dia é direto, eu

coloco, escrevo e tá no ar a notícia.

4. Qual a importância dos aparelhos portáteis na difusão da notícia

nos veículos de comunicação atualmente?

Totais... É sensacional tudo isso. Eu acho que aumenta o número de

informação, isso é fantástico. No fim, a sociedade vai melhorando. Aí vem um

negócio, será que estamos preparados para isso? Tem muita invenção, ataques...

Então precisa ter cuidado nisso. Mas acho que as coisas vão se selecionando. É

com o tempo.

5. Você acredita que a imediatização da notícia por meio dessas

plataformas está modificando o conceito de hard news?

A internet é ótima por isso... Chega o jornal do dia seguinte, meu Deus,

parece um jornal do século passado. As notícias principais eu já li, já fui no bastidor,

já peguei essa coisa toda.

6. Até que ponto a interatividade e a participação do consumidor da

notícia são importantes para a produção jornalística?

Qualquer pessoa, ela pode colocar a noticia na internet. Se o fulano de tal

vê uma agressão, ele pode colocar as notícias na hora na internet, com imagem e

tudo, pra denunciar uma agressão absurda. Ou acidente grave... E isso é fantástico,

sem contar o seguinte... As pessoas que têm acesso à informação que é de ‘dentro

do cofre’ mesmo, elas podem... Então é sensacional isso, porque isso tudo no final é

benéfico, porque tem muita coisa que a gente não sabe que ta acontecendo. As

pessoas podem abrir um blog, abrir um site, entrar em contato com outras... Por que

uma pessoa não pode escrever uma matéria, se ela sabe escrever? Se ela sabe

relatar? Então a pessoa pode abrir, fazer o blog, ou um site, porque é facílimo! É um

canal das pessoas.

7. É possível ter notícias em tempo real e bem apuradas?

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Como tem muita informação, todo mundo tem seu aparelho, todo mundo

quer aparecer de uma forma ou de outra. Ou sendo ela ou gerando uma notícia. Por

isso tem que ter um certo cuidado, ou vira um pandemônio. Aí entra a questão da

qualidade. Quem decide isso é o leitor. A questão é a qualidade da informação,

depende de quem está fazendo. Se você for no imediatismo... Eu já errei! É preciso

ter cuidado, porque está tudo muito rápido. Você pode atropelar um resquício da

verdade.

8. Como um produto jornalístico multimídia pode contribuir para a

cobertura de eleições?

É sensacional. Você pode fazer uma cobertura em tempo real, porque

você pode ter vídeo e imagem. Você pode fazer o que a televisão não faz. A

televisão é meio engessada nos telejornais. Na internet não, você pode ter uma

televisão no seu blog. Então o repórter ta lá, pode furar todo mundo com os dados

do ibope, pode flagrar gente fazendo boca de urna, sendo presa, pode acompanhar

o candidato, ou os principais candidatos, várias equipes... Seria mais ou menos

como o rádio. O rádio poderia fazer isso. Só que na internet se faz com imagem,

com som e pode escrever. Vai passando direto ao vivo e você tem um canal aberto

para ouvir as pessoas ou os candidatos. Os candidatos são treinados para o que vai

aparecer no debate e na campanha, e você falando com eles você pode mostrar

quem ele é. O leitor precisa saber mais.

9. Que mudanças podemos enxergar na política após a expansão de

redes sociais?

Eu acho que a primeira coisa principalmente relativa ao blog, que é o que

eu faço, que, aliás, o blog nasceu numa campanha política de... 2006... Acho que

basicamente, e é uma coisa que eu reclamo, seria da participação do leitor. Então

quando você colocar notícia, acho que os blogs têm que ter muito cuidado porque

são usados para ataques... Primeiro acho que têm que colocar todos os lados

possíveis. Agora há a importância da participação do eleitor que é leitor. E isso até

agora, tenho seis anos de blog, eu fico até um pouco triste porque tem pouca

participação. Não só pouca participação como a maioria dos comentaristas são

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anônimos e tem aquela coisa de os próprios candidatos eles têm um pessoal para

alimentar os comentários. Então tudo fica uma coisa meio complicada, mas acho

que é importantíssimo, mais um canal. E essa participação que deveria ser mais

importante até que a própria notícia, que o blogueiro.

10. Como blogs podem contribuir para a disseminação de notícias

em períodos eleitorais?

As pessoas falam “a isenção...”, essa coisa da isenção, eu falo assim:

isento só morto. A partir do momento que você decide colocar uma notícia, você não

é isento. Você ta colocando uma notícia, pelo seu conhecimento, não só da política,

seu conhecimento de vida. Então não existe isenção. Agora eu acho que tem que

colocar, sim, todos os lados. Se tem uma resposta de alguém que se sentiu

incomodado, coloque. Eu faço isso no meu blog. O grande problema hoje é que, em

Curitiba, a grande parte dos blogs eles têm uma tendência, mas não aquela

tendência do blogueiro “não eu sou da esquerda, direita, qualquer coisa”, mas é

porque ta atrelado de maneira não muito saudável, vamos dizer assim, a certo

candidato. Eu acho que pela experiência, você olha os candidatos pelo que já fez,

pelo contato pessoal. Eu acho que a gente fica muito na imagem, o eleitor fica só na

imagem, o jornalista ele tem o contato, as fontes, ele vai lá nos bastidores e ele cria

uma idéia do panorama e do que significa. Eu acho que a nossa obrigação é mostrar

isso, não colocar “deve ser esse o candidato, deve ser aquele”. Você tem que tentar

mostrar como é que funciona tudo isso.

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APÊNDICE E – E-mail recomendações finais à equipe para cobertura

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APÊNDICE F – Pedido credenciamento TRE-PR

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ANEXOS

Figura 14 - Estatísticas do site

Figura 15 - Estatísticas Facebook

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Figura 16 - Edições do Sentinela News em streaming de vídeo

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Figura 17 - Facebook do Sentinela News

Figura 18 - Flickr do Sentinela News

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Figura 19 - Site oficial do Sentinela News

Figura 20 - Twitter do Sentinela News

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Figura 21 - Youtube do Sentinela News

Figura 22 - Matéria sobre o Sentinela News no site do curso de jornalismo da Unibrasil