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GRANDE TERREMOTO DO LESTE DO JAPÃO 1. OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo esclarecer os principais fatos ocorridos como, causas e consequências, na catástrofe que ocorreu no dia 11 de março de 2011 no Japão. 2. TERREMOTOS Terremotos, também chamados de abalos sísmicos, são tremores passageiros que ocorrem na superfície terrestre. Esse fenômeno natural pode ser desencadeado por fatores como atividade vulcânica, falhas geológicas e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas. Conforme a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada rochosa fragmentada, ou seja, ela é formada por vários blocos, denominadas placas litosféricas ou placas tectônicas. Esses gigantescos blocos estão em constante movimento, podendo se afastar (zona de divergência) ou se aproximar (originando uma zona de convergência). 2

TERREMOTO E TSUNAMI NO JAPÃO Trab

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GRANDE TERREMOTO DO LESTE DO JAPÃO

1. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo esclarecer os principais fatos ocorridos como,

causas e consequências, na catástrofe que ocorreu no dia 11 de março de 2011 no Japão.

2. TERREMOTOS

Terremotos, também chamados de abalos sísmicos, são tremores passageiros que

ocorrem na superfície terrestre. Esse fenômeno natural pode ser desencadeado por fatores

como atividade vulcânica, falhas geológicas e, principalmente, pelo encontro de diferentes

placas tectônicas.

Conforme a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada rochosa

fragmentada, ou seja, ela é formada por vários blocos, denominadas placas litosféricas ou

placas tectônicas. Esses gigantescos blocos estão em constante movimento, podendo se

afastar (zona de divergência) ou se aproximar (originando uma zona de convergência).

Nas zonas de convergência pode ocorrer o encontro (colisão) entre diferentes

placas tectônicas ou a subducção (uma placa mais densa “mergulha” sob uma menos

densa). Esses fatos produzem acúmulo de pressão e descarga de energia, que se propaga

em forma de ondas sísmicas, caracterizando o terremoto.

O local onde há o encontro entre as placas tectônicas é chamado de hipocentro (no

interior da Terra) e o epicentro é o ponto da superfície acima do hipocentro. As

consequências podem ser sentidas a quilômetros de distância, dependendo da proximidade

da superfície que ocorreu a colisão (hipocentro) e da magnitude do terremoto.

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Figura 1 - Demonstração do hipocentro (foco) e do epicentro de um terremoto - Fonte: brasilescola.com

A magnitude é a quantidade de energia liberada no foco do terremoto, sendo

medida a partir de uma escala denominada Escala Richter. A intensidade é a consequência

causada pela ação do sismo, a destruição provocada por esse fenômeno. A escala mais

utilizada para se classificar a intensidade é a de Mercalli.

Entre os efeitos de um terremoto de grande magnitude em áreas povoadas estão à

destruição da infraestrutura (ruas, estradas, pontes, casas, etc.), além de mortes. Os sismos

nos oceanos provocam a formação de ondas gigantes (tsunamis). Essas ondas podem

atingir as áreas continentais, gerando grande destruição.

Milhares de terremotos ocorrem diariamente no mundo. No entanto, a maioria

apresenta baixa intensidade e tem hipocentro muito profundo, sendo assim, os terremotos

são pouco percebidos na superfície terrestre. O Japão, localizado em uma zona muito

sísmica, é atingido por centenas de terremotos por dia.

Os lugares mais atingidos por terremotos são os territórios localizados em zonas de

convergência de placas, em especial os países situados nos limites das placas tectônicas.

Entre as nações que estão nessa situação podemos destacar o Japão, Indonésia, Índia,

Filipinas, Papua Nova Guiné, Turquia, Estados Unidos da América, Haiti, Chile, entre

outras.

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3. TSUNAMI

Tsunami corresponde às ondas provocadas por deslocamento da crosta oceânica

que empurra a massa de água para cima, além do deslocamento de terras e gelo ou

impacto de um meteorito no mar.

Em geral, um Tsunami é formado a partir de anomalias que provocam

deslocamentos de uma enorme massa de água como terremotos, deslocamentos de massa

continental, erupções vulcânicas ou meteorito, esse fenômeno pode surgir sempre que

ocorrer acidentes geológicos de forma repentina na superfície marinha, que faz deslizar de

forma vertical a massa de água.

Grande parte dos Tsunamis ocorre no Oceano Pacífico, no entanto, nada impede

que aconteça em qualquer lugar e hora.

Os Tsunamis são ondas gigantescas, existem estimativas de ondas com mais de 30

metros de altura e velocidade incrível de mil quilômetros por hora, a formação de grandes

ondas ocorrem também a partir de terremotos continentais, um exemplo disso foi o

Grande abalo sísmico do Chile, que resultou em mortes no Havaí, que, apesar da

distância, foi atingido por ondas que migraram pelo Pacífico.

Esse fenômeno natural é um perigo real e em muitos casos é difícil de prever,

quando acontece certamente produz uma grande destruição, além de inúmeras mortes,

diante disso é de fundamental importância a dispersão em todos os oceanos de

equipamentos e sondas para identificar possíveis abalos e assim evacuar áreas para que

pelo menos vidas humanas sejam poupadas, uma vez que prejuízos financeiros são

inevitáveis nesse caso.

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Figura 2 - Ondas do Tsunami invadindo a cidade - Fonte: r7.com

4. TERREMOTO E TSUNAMI NO JAPÃO

Situado no continente asiático, o Japão ocupa uma área de 377.801 quilômetros

quadrados e abriga uma população de aproximadamente 126,9 milhões de pessoas. Seu

território está localizado em uma das áreas mais sísmicas do planeta (no limite da placa

tectônica Euroasiática), numa zona de convergência de placas tectônicas, denominada

“Círculo do Fogo do Oceano Pacífico”.

Essa instabilidade tectônica é consequência de uma zona de convergência que

envolve as placas do Pacífico, Euroasiática Oriental, Norte-Americana e das Filipinas. O

encontro desses blocos que compõem a camada sólida externa da Terra é responsável por

constantes terremotos, tsunamis, além de intensa atividade vulcânica na região.

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Figura 3 - Círculo de Fogo do Pacífico - Fonte: BBC Brasil

Portanto, os terremotos e tsunamis são fenômenos relativamente comuns no Japão,

dois em cada dez terremotos no mundo com magnitude superior a 6 graus na escala

Richter atingem o país.

No entanto, no dia 11 de março de 2011, o país foi atingido por um terremoto de

magnitude de 8,9 graus na escala Richter, segundo informações do Serviço Geológico dos

Estados Unidos (USGS), sendo considerado o mais forte registrado no Japão nos últimos

150 anos desde que começaram as medições científicas e o sétimo mais intenso já

registrado na história do mundo.

O abalo sísmico ocorreu a 24 quilômetros de profundidade, com epicentro no

oceano Pacífico, a 130 quilômetros da costa. Em seguida, outros abalos de magnitude

superior a 5 graus foram registrados. O terremoto desencadeou um tsunami com ondas de

até 10 metros de altura que atingiram a província de Miyagui no nordeste do Japão,

sobretudo a cidade de Sendai, na ilha de Honshu.

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Figura 4 - Terremoto e réplicas do dia 11 de março no Japão - Fonte: r7.com

As ondas invadiram a cidade e causou danos substanciais no Japão, incluindo a

destruição de rodovias e linhas ferroviárias, assim como incêndios em várias regiões, e o

rompimento de uma barragem. Aproximadamente 4,4 milhões de habitantes no nordeste

do Japão ficaram sem energia elétrica, e 1,4 milhão sem água. Houve vazamento de

material radioativo de uma usina nuclear. Autoridades japonesas divulgaram que mais

de 15.000 pessoas morreram e milhares ficaram desaparecidos. Esses danos só não foram

piores porque o país possui construções de boa qualidade e realiza treinamentos

(simulações) com a população de como agir durante terremotos.

Apesar da grande distância, EUA, Havaí foram atingidos por ondas causadas por

esse terremoto, porém, não houve destruição.

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Figura 5 - Países em alerta e atingidos por ondas do Tsunami - Fonte: r7.com

4.1 PREPARAÇÃO DO JAPÃO CONTRA TERREMOTOS

Se o terremoto que atingiu o Japão tivesse ocorrido em qualquer outro lugar do

mundo o número de mortos seria muito maior. A informação é do chefe do Observatório

Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), Lucas Vieira Barros. O professor

explicou que o Japão, por estar localizado na junção de três placas tectônicas, é

extremamente suscetível a abalos e tsunamis. E por isso, ao longo dos anos, desenvolveu

um sistema construtivo que leva em conta os abalos máximos para cada região.

A sismologia calcula os terremotos, infere as acelerações possíveis e máximas em

cada lugar e passa as informações para a engenharia sísmica. E a engenharia sísmica vai

construir prédios que irão suportar as acelerações máximas esperadas. Tanto que na hora

dos abalos há somente prédios balançando muito, e nenhum caindo.

Além da construção de prédios, o Japão conta ainda com grandes barreiras, que

evitam a devastação pelas ondas gigantes, que se sucedem aos tremores. Porque sabe-se

que ali é uma região propensa a terremotos que geram tsunamis. Então eles têm barreiras

naturais que minimizaram os efeitos das ondas que arrebentaram pela costa do Japão.

Outro aspecto importante que evitou estragos maiores é a educação do povo

japonês para lidar com esse tipo de desastre natural. O aspecto é o cultural. O povo é

educado e não entra em pânico. Durante toda a tensão o povo não entra em pânico, e

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nessas horas o pânico contribui para o desastre. Quem estava mais em pânico eram os

estrangeiros que lá estavam.

Figura 6 - Prédios continuaram de pé após o forte cismo - Fonte: g1.com

5. BRASILEIROS AFETADOS

O presidente da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, Koichi Nakasawa,

informou que pelo menos 1.200 brasileiros moradores da Província de Miyagui, no Japão,

foram afetados pelo terremoto e tsunami. Segundo Nakasawa, a maioria dos brasileiros

que vivem na região trabalha com a pesca de peixes, ostras e algas. Mas de acordo com a

embaixada brasileira o terremoto não deixou brasileiros mortos ou feridos.

Na época da catástrofe, a embaixada disponibilizou um e-mail e um telefone pelos

quais pessoas que tenham amigos e familiares no Japão pudessem pedir informações. A

embaixada pediu ainda que o contato fosse feito preferencialmente pelo e-mail, pois as

linhas telefônicas ficaram congestionadas.

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Figura 7 - Presidente da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, Koichi Nakasawa, relata que existem 1.200 brasileiros na Província de Miyagui - Fonte: r7.com.

5.1 PETROBRAS MANTÉM OPERAÇÃO EM REFINARIA NO JAPÃO

A Petrobras informou que manteve normalmente as operações de sua refinaria de

petróleo na cidade de Okinawa, no sul do Japão. As instalações da petrolífera brasileira

não foram afetadas pelo terremoto. A Petrobras informou que somente seu escritório em

Tóquio foi afetado, e teve que esvaziá-lo. Não houve registro de incidentes nem danos

materiais no escritório ou na refinaria.

6. ACIDENTE NUCLEAR DE FUKUSHIMA

Outro dos efeitos do sismo foi a explosão ocorrida no dia 12 de março na Central

Nuclear de Fukushima. O tsunami atingiu-a e provocou uma avaria no sistema de

refrigeração. O corte de eletricidade impediu a recuperação desse sistema, permitindo que

os bastões do combustível continuassem a aquecer, aumentando a pressão e originando a

explosão.

A central nuclear é composta por seis reatores de água fervente em separado

mantidos pela Tokyo Electric Power Company (TEPCO). Os reatores 4, 5 e 6 haviam sido

fechados para manutenção antes do terremoto. Os reatores restantes foram fechados

automaticamente após o terremoto e geradores de emergência foram iniciados para manter

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as bombas de água necessárias para resfriá-los. A central foi protegida por

um dique projetado para resistir a um maremoto de 5,7 metros de altura, mas cerca de 15

minutos após o terremoto foi atingido por uma onda de 14 metros, que chegou facilmente

ao topo do paredão. A planta inteira, incluindo o gerador de baixa altitude, foi inundada.

Como consequência, os geradores de emergência foram desativados e os reatores

começaram a superaquecer devido à deterioração natural do combustível nuclear contido

neles. Os danos causados pela inundação e pelo terremoto impediram a chegada da

assistência que deveria ser trazida de outros lugares.

Evidências apontaram uma fusão parcial do núcleo nos reatores 1, 2 e 3, explosões

destruíram o revestimento superior de hidrogênio dos edifícios de alojamento dos reatores

1, 3 e 4, uma explosão danificou o confinamento dentro do reator 2, e múltiplos incêndios

eclodiram no reator 4. Além disso, as barras de combustível armazenado em piscinas de

combustível irradiado das unidades 1-4 começaram a superaquecer os níveis de água nas

piscinas abandonadas. Receios de vazamentos de radiação levaram a uma evacuação de 20

km de raio ao redor da planta. Os trabalhadores da fábrica sofreram exposição à radiação e

foram temporariamente evacuados em vários momentos. Em 11 de abril, as autoridades

japonesas designadas a magnitude do perigo em reatores 1, 2 e 3 no nível 7 no ponto 7

da Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES). A energia foi restaurada para

partes da central nuclear em 20 de março, mas máquinas danificadas por inundações,

incêndios e explosões permaneceram inoperantes.

Figura 8 - Explosão do Reator 2 da usina de Fukushima - Fonte: veja.abril.com.br

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6.1 REAÇÕES AO ACIDENTE

Medições realizadas pelo Ministério da Ciência e Educação do Japão nas áreas do

norte do Japão entre 30 e 50 km da área apresentaram níveis altos decésio radioativo,

suficiente para causar preocupação. Alimentos produzidos na área foram proibidos de

serem vendidos. As medições mundiais de iodo-131 e de césio-137 indicaram que os

lançamentos radioativos de Fukushima são da mesma ordem de grandeza que os

lançamentos de isótopos do desastre de Chernobil em 1986. O governo

de Tóquio recomendou que a água da torneira não devesse ser usada temporariamente

para preparar alimentos para crianças. Contaminação por plutônio foi detectada no solo

em dois locais da central nuclear.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou em 27 de março

que os trabalhadores da central foram internados por precaução, em 25 de março, por

terem sido expostos a níveis de radiação entre 2 e 6 Sv em seus tornozelos quando em pé

na água na unidade 3. A reação internacional ao acidente também estava preocupada. O

governo japonês e a TEPCO foram criticados por má comunicação com o público e

esforços de limpeza improvisados. Especialistas disseram que uma força de trabalho de

centenas ou mesmo milhares levariam anos ou décadas para limpar a área. Em 20 de

março, o chefe de gabinete do secretário Yukio Edano anunciou que a estação seria

desativada logo que a crise acabasse.

O governo do Japão apelou para o uso de helicópteros para tentar resfriar os

reatores da central nuclear de Fukushima 1, a missão dos aparelhos era jogar água sobre

os reatores, que tiveram seus sistemas de resfriamento virtualmente destruídos pelo tremor

e pelas explosões.

A radioatividade recebida em uma hora por uma pessoa na usina nuclear de

Fukushima 1, no Japão, correspondeu ao limite anual admissível, informou a agência de

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notícias japonesa Kyodo. As autoridades japonesas aconselharam os moradores dos

arredores a ficar dentro de casa, com portas e janelas fechadas e sistemas de ar-

condicionado desligados. Os serviços de emergência também pediram que a população

usasse máscaras ou toalhas para cobrir o rosto, em uma aparente tentativa de diminuir os

riscos de contaminação nuclear.

O governo do Japão recomendou a um total de 113 famílias da zona de Date, perto

da usina de Fukushima Daiichi, que deixassem o local. Nas proximidades de suas casas, a

radiação superava o limite anual de 20 milisievert (msv). As famílias que seguiram o

conselho tiveram ajuda do governo para transporte e acomodação, principalmente

mulheres grávidas e crianças.

Pouco depois do acidente nuclear, o governo japonês ordenou a retirada de cerca

de 80 mil pessoas em um raio de 20 km em torno da usina.

O Governo japonês aprovou o plano da Tokyo Electric Power Company (Tepco)

para pagar uma primeira compensação de 1 milhão de ienes - cerca de R$ 19 mil - às

famílias retiradas em consequência da crise nuclear de Fukushima. Os lares de apenas um

membro receberão ajuda de 750 mil ienes (R$ 14 mil).

Banri Kaieda, ministro da Economia, assegurou que seriam indenizadas as pessoas

que viviam a uma distância de até 30 km da usina nuclear, o que engloba um total de 48

mil famílias. Cerca de 80 mil pessoas que moravam a menos de 20 km da usina foram

retiradas de suas casas, enquanto o Governo aprovou um novo plano para retirar mais 115

mil em outras localidades próximas à central.

O Governo pediu que a Tepco formasse um grupo de trabalho para estudar um

programa de indenizações, cujos fundos poderão ser deduzidos dos lucros da empresa

elétrica durante mais de uma década.

A Tepco, empresa que opera a usina atômica de Fukushima, no Japão, poderá ter

que pagar até R$ 41,3 bilhões (US$ 26 bilhões) em indenizações, segundo avaliação do

banco JP Morgan.

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Uma ONG francesa denunciou que foram traços de material radioativo na urina de

dezenas de crianças da cidade de Fukushima (capital da província do mesmo nome), sinal

de que podem ter sido expostas à radiação interna. Segundo as análises, a quantidade mais

elevada de césio-134 teria sido identificada na urina de uma menina de 8 anos, que

apresentou um nível de 1,13 becquereles por litro.

Níveis de radioatividade de Fukushima, foram detectados em alguns países de

Europa, China e EUA, mas, não estavam acima do permitido, não pondo em risco a saúde

da população.

6.2 RISCOS DA CONTAMINAÇÃO NUCLEAR

Figura 9 - Japoneses medindo nível da radiação - Fonte: r7.com

A radiação em altas doses tem efeitos graves sobre o corpo humano, tanto no curto

quanto no médio prazo. A contaminação causada por uma bomba atômica, por exemplo,

pode levar à destruição total das células e, consequentemente, à morte rápida.

A exposição a elevados níveis de radiação também pode levar ao impedimento da

divisão celular, a danos permanentes às células e a modificações na estrutura genética das

células reprodutoras (espermatozoides e óvulos).

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Na prática, isso significa que pessoas expostas à radiação podem desenvolver

diversos tipos de câncer, como a leucemia - caracterizada pela reprodução descontrolada

dos glóbulos brancos no sangue. 

Vítimas da radiação também podem ter filhos com sérios problemas congênitos.

Ausência ou deformação de membros e retardamento mental estão entre os mais comuns.

7. DANOS A ECONOMIA JAPONESA

“O dano econômico é desconhecido e impossível de medir.” São essas palavras

que um economista americano usou para definir os efeitos do terremoto. Carl Weinberg

diz que os estragos causados para a economia japonesa, a terceira maior do mundo, são

impossíveis de calcular porque não dá para contar de uma forma monetária essa

catástrofe.

O Japão, que tem as exportações como seu principal pilar econômico, e teve de

ficar com portos e aeroportos fechados, sem contato com os vizinhos. Estradas e ferrovias

foram destruídas ou literalmente lavadas do mapa.

Com portos e aeroportos fechados ou operando abaixo da capacidade, os grandes

exportadores entre eles Sony, Toyota, Honda, Mitsubishi, Hitachi, ficam sem ter como

despachar a produção. E isso pode agravar a fraca recuperação econômica japonesa.

A gigante de eletrônicos Sony fechou seis fábricas. A Toyota interrompeu a

produção em uma fábrica de autopeças e em duas montadoras da província de Miyagi

(cerca de 300 quilômetros de Tóquio), enquanto a Nissan Motor, segunda maior fabricante

de veículos do Japão, parou as operações em quatro fábricas.

Uma onda de 10 metros de altura atingiu o porto de Sendai, na província de

Miyagi, um dos maiores do país. As áreas em torno de Miyagi possuem importantes zonas

manufatureiras e industriais, com muitas fábricas de produtos químicos e eletrônicos.

A província, sozinha, responde por 1,7% do PIB do Japão. É como se de cada 1000

ienes, 17 fossem gerados por essa região.

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O governo do Japão teve de criar um pacote de estímulo fiscal para se reconstruir depois dessa catástrofe.

O que ocorre é que o país já vinha sofrendo desde 2008 com a recessão. Hoje, de

cada 100 ienes do PIB do país, 10 representam dívidas públicas. O número é muito alto

em circunstâncias normais, e agora o Japão teve que se endividar ainda mais para se

reconstruir.

O governo anunciou que deverá utilizar cerca de R$ 460,6 bilhões (200 bilhões de

euros) de recursos de emergência do orçamento do atual ano fiscal que terminou em 31 de

março, afirmaram autoridades do Ministério das Finanças. Segundo as fontes, o

orçamento proposto para o próximo ano fiscal tem R$ 7,1 bilhões (350 bilhões de ienes)

em recursos para gastos com desastres naturais e R$ 16,4 bilhões (810 bilhões de ienes)

em recursos para gastos com medidas econômicas de emergência. O governo japonês vai

precisar investir de R$ 300 bilhões nos próximos dez anos em projetos para reerguer as

regiões afetadas, enquanto os indicadores econômicos mostram um horizonte de recessão,

também por conta da crise internacional.

8. ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DO TERREMOTO

Mais de 15.000 pessoas morreram e milhares ficaram desaparecidos;

Numerosos incêndios em construções instalações industriais;

Milhões de residências ficaram sem energia elétrica;

Veículos e casas foram arrastados pela água, pontes foram destruídas, plantações

ficaram alagadas;

O Japão teve de dar início a um racionamento de energia;

Vazamento de material radioativo da usina nuclear;

Remanejamento de pessoas para locais mais seguros;

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Racionamento de alimentos, combustíveis e água;

Abalo na economia japonesa;

9. REAÇÕES INTERNACIONAIS

O Japão recebeu mensagens de condolências e ofertas de ajuda de diversos líderes

internacionais. De acordo com as Nações Unidas, equipes de busca e resgate de 45 países

foram oferecidas ao Japão. O país requisitou especificamente equipes da Austrália, Nova

Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos, solicitou também (através de sua

agência espacial JAXA) a ativação do International Charter on Space and Major

Disasters, permitindo que imagens via satélite das regiões afetadas fossem compartilhadas

de forma imediata com organizações de ajuda e resgate. A Alemanha enviou especialistas

do Technisches Hilfswerk, enquanto o Reino Unido enviou 70 técnicos, incluindo dois

cães farejadores especialmente treinados para localizar sobreviventes soterrados. Ma

Ying-Jeou, presidente de Taiwan, requisitou ao governo a doação de 100 milhões

de novos dólares taiwaneses ao Japão, enquanto uma equipe de resgate taiwanesa

preparava-se para juntar-se aos esforços humanitários.

O Governo brasileiro enviou nota de solidariedade ao Japão, prestando sinceras

condolências a todo povo japonês. O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco

Silva, enviou uma mensagem de condolências ao Imperador Akihito e ao povo japonês,

em nome do povo português, pelas vítimas dos trágicos efeitos do sismo e do tsunami que

atingiram o Japão.

10. JAPÃO 6 MESES APÓS O TERREMOTO

O país ainda está se reconstruindo, muitos lugares já foram limpos e escombros já

foram retirados. Muitas pessoas ainda se encontram em alojamentos, muitos perderam

suas casas no tsunami, outras tiveram que evacuar a casa porque moravam perto da área

de maior radiação, a usina continua desativada e as pessoas continuam afastadas da região

de Fukushima.17

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Figura 10 - Higashi-Matsushima nos dias 11 de março (topo), 3 de junho (meio) e 1º de setembro (Foto: Reuters) - Fonte: r7.com

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Figura 11 - Área costeira de Iwanuma nos dias 11 de março (topo), 3 de junho (meio) e 7 de setembro. (Foto: Reuters) - Fonte: r7.com

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Figura 12 - Porto de Ishinomaki nos dias 12 de março (topo), 6 de junho (meio) e 5 de setembro. (Foto: Reuters) - Fonte: r7.com

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Figura 13 - Antes e depois em Kesennuma, Miyagi. A primeira foto tirada no dia do terremoto e a segunda 6 meses depois, no dia 10 de setembro de 2011 - Fonte: japaoemfoco.com

Figura 14 - Antes e depois de uma área da cidade de Iwaki em Fukushima, em chamas em 11 de março de 2011 (antes), após 6 meses do desastre (segunda foto tirada em 07 de setembro de 2011) - Fonte:

japaoemfoco.com

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Figura 15 - Antes e depois de uma área devastada de Kesennuma em 17 de março de 2011 e a outra em 12 de agosto de 2011 - Fonte: japaoemfoco.com

Figura 16 - O mesmo cenário, a primeira foto tirada em Rikuzentakata, norte do Japão no 13 de março de 2011 (antes), e a segunda em 09 de setembro de 2011, cerca de seis meses após o desastre - Fonte:

japaoemfoco.com

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Figura 17 - Pessoas participam do memorial para as vítimas do terremoto de 11 de março e tsunami na cidade de Minamisanriku, província de Miyagi no dia 11 setembro de 2011 - Fonte: japaoemfoco.com

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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

www.g1.com

www.r7.com

www.bbc.co.uk/portuguese/

http://brasilescola.com/japao/o-terremoto-no-japao.htm

http://curiofisica.com.br

http://veja.abril.com.br

http://www.japaoemfoco.com

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