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Os efeitos do tempo de intervalo num protocolo de treino intervalado Manuel João Dias Leite de Barros Marques Porto, 2008

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Os efeitos do tempo de intervalo num protocolo de treino intervalado

Manuel João Dias Leite de Barros Marques

Porto, 2008

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Efeitos do tempo de intervalo num protocolo de treino intervalado

Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos SantosManuel João Dias Leite de Barros Marques

Porto, 2008

Monografia re alizada no âmbito da discipl ina de Seminário do 5º an o da licenciatura em De spo rto e Educação Física, na área de Desporto de Alto Rendimen to - Atleti smo da Faculd ade d e Despo rto da Universidad e do Porto

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Marques, M. João (2008). Os efeitos do tempo de intervalo num protocolo de treino intervalado. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS CHAVE: Treino intervalado, Lactato sanguíneo, Frequência

cardíaca.

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____________________________________________________________________________ Manuel João Dias Leite de Barros Marques

Ano Lectivo 2007/2008 V

Agradecimentos

Um trabalho desta natureza é o culminar de vários anos de formação

académica, envolvendo sempre muitas pessoas a quem importa agradecer.

Começo os agradecimentos pelo meu orientador, o Professor Doutor

José Augusto por todo o apoio dado ao longo de todo este trabalho, bem como

pelas conversas muitas vezes fora do âmbito do estudo, que permitiram uma

maior compreensão de outras realizadades desportivas.

Seguidamente gostaria também de agradecer ao Professor Doutor Paulo

Colaço pela disponibilidade demonstrada e pelo ensino e ajuda na recolha de

amostras.

Ao senhor Marinho pelas trocas de ideias e experiências enquanto ex-

atleta de meio fundo e fundo que ajudaram a compreender melhor as

dificuldades e limitações dos sujeitos da amostra.

Um agradecimento também aos senhores Arasélio Mendes, Joaquim

Pereira, Jorge Garcia e José Sousa por toda a disponibilidade e empenho

demonstrados ao longo dos vários dias de testes.

Aos meus pais e irmãs por todo o apoio incondicional dado ao longo de

todo o percurso académico e pessoal.

Às minhas sobrinhas e sobrinho pelos momentos de alegria que

proporcionaram ao longo da sua ainda curta existência.

Por fim, à Daniela que em todos os momentos da vida académica esteve

ao meu lado nas minhas decisões, apoiando de forma incondicional e crítica,

obrigando-me a reflectir acreca das minhas opções.

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Ano Lectivo 2007/2008 VI

Índice Geral

Índice Geral VIÍndice de Gráficos VIIIÍndice de Quadros XResumo XIIAbstract XIVRésumé XVI

1. Introdução 12. Revisão bibliográfica 5

2.1 Definição do Treino Intervalado 7

2.1.1 Adaptações Centrais ao Treino Intervalado 9

2.1.2 Adaptações Periféricas ao Treino Intervalado 9

2.2 Componentes do método de Treino Intervalado 10

2.2.1 Preíodo de estímulo 10

2.2.2 Intensidade 10

2.2.3 Intervalo 11

2.2.4 Série 12

2.2.5 Distância do Estímulo 13

2.3 Comparação entre Treino Intervalado e o Treino Contínuo 14

2.4 Níveis de Lactatémia durante o Treino Intervalado 15

2.4.1Conceito de Limiar Anaeróbio 16

2.5 Frequência Cardíaca 182.5.1 Factores influenciadores da frequência cardíaca durante o

exercício 19

2.5.2 Variações das circadiamas da frequência cardíaca 2.5.3 Factores fisiológicos 19

2.5.3.1 Função Cardiovascular 19

2.5.3.2 Hidratação 20

2.5.4 Factores Ambientais 20

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Ano Lectivo 2007/2008 VII

2.5.4.1 Calor 20

2.5.4.2 Frio 20

2.5.4.3 Altitude 21

3. Objectivos e Hipóteses 23

3.1 Objectivo geral 25

3.2 Objectivo específico 25

3.3 Hipóteses 25

4. Material e métodos 27

4.1 Caracterização da amostra 29

4.2 Procedimento 30

4.3 Procedimentos estatísticos 30

5. Resultados 33

5.1 Resultados das medições do Lactato sanguíneo 35

5.2 Resultados das medições da Frequência cardíaca 43

6. Discussão 496.1 Discussão dos resultados das concentrações de Lactato

sanguíneo 51

6.2 Discussão dos resultados da Frequência cardíaca 54

7. Conclusão 57

8. Bibliografia 61

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Ano Lectivo 2007/2008 VIII

Indice de gráficos Gráfico 1. Resultados médios de lactato sanguíneo apresentado pelos sujeitos 35

Gráfico 2. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 1 36

Gráfico 3. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 2 38

Gráfico 4. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 3 39

Gráfico 5. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 4 41

Gráfico 6. Resultados da frequência cardíaca apresentados pelos sujeitos (n=4) 43

Gráfico 7. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 1 44

Gráfico 8. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 2 45

Gráfico 9. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 3 46

Gráfico 10. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 4 47

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Ano Lectivo 2007/2008 X

Índice de quadros Quadro 1. Distâncias a percorrer pelo atleta mediante o objectivo do treino (adapatado de E.E.F.E. s/d) 13

Quadro 2. Correlação entre o nível de lactatémia, a frequência cardíaca e o sistema energético. Adaptado de Janssen (2001) 16

Quadro 3. Apresentação de diferentes conceitos de limiar anaeróbio utilizando o lactato sanguíneo como parâmetro avaliado segundo vários autores (Colaço, 2007 pág: 30)

17

Quadro 4. Características fisiológicas dos atletas (n=4). Valores apresentados através da média e desvio padrão 29

Quadro 5. Resultados médios de lactato sanguíneo apresentados pelos sujeitos (n=4). 35

Quadro 6. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 1 37

Quadro 7. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 2 38

Quadro 8. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 3 40

Quadro 9. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 4 41

Quadro 10. Resultados da frequência cardíaca apresentados pelos sujeitos (n=4). 43

Quadro 11. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 1. 44

Quadro 12. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 2 45

Quadro 13. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 3. 46

Quadro 14. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 4. 47

.

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Ano Lectivo 2007/2008 XII

Resumo

O rendimento desportivo e o sucesso do processo de treino estão

dependentes de uma avaliação constante dos atletas.

O objectivo deste trabalho foi o de relacionar a concentração de lactato

sanguíneo e a frequência cardíaca com um protocolo de treino intervalado em

corredores de meio – fundo e fundo.

A amostra foi constituída por 4 atletas veteranos que efectuaram 10

repetições de 200m com intensidade idêntica, ao longo de 4 dias diferentes de

testes. O tempo de intervalo foi diminuindo progressivamente de 90 segundos

no primeiro dia, para 75 segundos no segundo dia, 60 segundos no terceiro e

45 segundos no último dia. Os níveis de lactato sanguíneo e da frequência

cardíaca foram medidos de 2 em 2 repetições. A recolha de sangue foi

realizada no lóbulo da orelha e, a frequência cardíaca medida no pescoço.

Como principais resultados verificamos: (i) um progressivo aumento das

concentrações de lactato sanguíneo que ocorre com a diminuição do tempo de

intervalo; (ii) a frequência cardíaca em atletas com treino aeróbio muito elevado

não apresenta grandes variações ao longo das várias repetições no mesmo

dia; (iii) podem existir casos de indivíduos que com a diminuição do intervalo

apresentam melhorias dos resultados.

As principais conclusões a reter com este trabalho foram: (i) a

concentração de lactato sanguíneo é influenciada pelo tempo de intervalo num

protocolo de treino intervalado; (ii) a frequência cardíaca é influenciada pelo

tempo de intervalo num protocolo de treino intervalado e (iii) a capacidade

oxidativa das fibras tipo II e a adaptabilidade ao treino podem diminuir a

influência do tempo de intervalo num protocolo de treino intervalado.

PALAVRAS-CHAVE: Treino intervalado, Lactato sanguíneo, Frequência

cardíaca.

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Ano Lectivo 2007/2008 XIV

Abstract The sporting performance and the training success depend of an athletes’

ongoing assessment.

The purpose of this essay was to connect the blood lactate and the cardiac

frequency within an interval – training protocol near long and half- distance

runners.

The sample included 4 veteran athletes who performed 10 times 200 meters

with similar intensity, during 4 different testing days. Interval timing was

progressively decreasing from 90 seconds in the first day, to 75 seconds in the

second day, to 60 seconds in the third and to 45 seconds in the last day. The

blood lactate levels and the cardiac frequency were assessed from 2 to 2

series. The blood harvest was accomplished on the ear and, the cardiac

frequency measured on the neck. We came through the main results, as

follows: (i) with the decreasing of the interval, a progressive augmentation of the

blood lactate concentrations was found; (ii) the cardiac frequency near athletes

with high levels of aerobic training doesn’t present great variations during the

several series in the same day; (iii) might exist several cases of individuals that

with the interval decreasing display results improvement.

The main conclusions draft from this study were: (i) the blood lactate

concentration suffers the influence of the interval within a interval – training

protocol; (ii) the cardiac frequency is biased by the time of the interval within a

interval- training protocol and (iii) the oxidising ability of fibres type II and the

training adjustment may decrease the influence of the interval within a interval –

training protocol.

KEY – WORDS: Interval – Training, Blood Lactate, Cardiac Frequency

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Ano Lectivo 2007/2008 XVI

Resumé Le rendement sportif et le succès du procès de l’entrainement sont subordonnés à

une appréciation constante des athlètes.

Le but de ce travail a été de rapporter la concentration du lactate sanguin et la

fréquence cardiaque avec un protocole d’intervalle – training chez les coureurs de

fond et de demi – fond.

L’échantillon a été composé par 4 athlètes vétérans qui ont exécuté 10 répétitions

de 200 mètres avec une intensité pareille, tout au long de 4 jours différents

d’épreuves. Le temps d’intervalle a été décroisé progressivement de 90 seconds

dans le premier jour, pour 75 seconds dans le deuxième jour, 60 seconds dans le

troisième et 45 seconds dans le dernier jour. Les niveaux du lactate sanguin et de la

fréquence cardiaque ont été mesurés de 2 en 2 répétitions. La remise de sang a été

effectuée dans le lobule de l’oreille et, la fréquence cardiaque a été estimée dans le

cou.

On a vérifiée des résultats significatifs : (i) il y avait une augmentation progressive

des concentrations du lactate sanguin avec la diminution du temps d’intervalle ; (ii)

la fréquence cardiaque chez athlètes avec exercice aérobie très haute, ne présente

pas des grandes variations au décours des plusieurs répétitions dans le même jour ;

(iii) c’est possible l’existence des cas d’individus, qui avec la diminution du intervalle

montrent des améliorations dans les résultats.

Les conclusions plus significatives de cette étude avaient été : (i) dans un protocole

de intervalle training la concentration du lactate sanguin c’est influencée par le

temps d’intervalle ; (ii) la fréquence cardiaque c’est influencée par le temps

d’intervalle dans un protocole d’intervalle training et (iii) la capacité oxydative des

fibres type II et l’adaptabilité au entrainement peuvent baisser l’influence du temps

d’intervalle dans un protocole d’intervalle- training.

MOTS – CLEF : Intervalle – Training, Lactate Sanguin, Fréquence Cardiaque

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Ano Lectivo 2007/2008 XVII

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Introdução

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Ano Lectivo 2007/2008 3

1. Introdução

Um atleta de elite de meio fundo e fundo tem de ter uma característica

essencial, que é a sua capacidade de realizar esforços com elevada eficiência

mecânica, solicitando taxas energéticas elevadas, sem criar desiquilíbrios que

comprometam a manutenção do esforço (Colaço, 2007).

Para que o treino seja constantemente adaptado à individualidade de

cada atleta, é necessário e imperativo que sejam realizados com alguma

regularidade, testes de avaliação. Só assim, o treinador poderá ter a certeza

dos efeitos que o processo de treino está a ter no seu atleta, podendo reflectir e

reinventar o treino do atleta.

Segundo Colaço (2007) os testes de terreno, não têm um nível de

fiabilidade muito elevado, no entanto, são mais válidos que os laboratoriais,

uma vez que, a sua especificidade é maior. Estes testes permitem

comparações mais fortes com os resultados competitivos. Esta ideologia é

também defendida por Daniels (1998), que defende que os testes laboratoriais

devem ser deixados para momentos pontuais. Os testes laboratoriais são

vistos como um complemento aos testes de terreno.

O aparecimento deste estudo está relacionado com a pouca informação,

a nível dos dados fisiológicos de atletas veteranos portugueses. Assim,

pretendemos que este seja um primeiro passo para o estudo mais aprofundado

e pertinente dos atletas deste escalão.

O objectivo principal deste estudo consiste na aplicação de um protocolo

de treino intervalado com variação do tempo de intervalo entre as várias

repetições, analisando assim, o possível efeito dos diferentes tempos de

recuperação. Para melhorar a análise deste efeito será feita a medição do

Lactato sanguíneo e Frequência cardíaca.

Apartir do objectivo, formulamos as seguintes hipóteses: (i) A

concentração de lactato sanguíneo aumenta com a diminuição do tempo de

recuperação, no treino intervalado; (ii) A frequência cardíaca aumenta com a

diminuição do tempo de recuperação, no treino intervalado.

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Ano Lectivo 2007/2008 4

O trabalho está dividido em 8 capítulos da seguinte forma:

Capítulo 1 (Introdução) – Apresentação do estudo, bem como da sua

pertinência, estruturação, objectivos e hipóteses.

Capítulo 2 (Revisão da Literatura) – Neste capítulo é caracterizado o

Treino Intervalado, bem como os níveis de Lactato sanguíneo durante o

exercício e a Frequência cardíaca.

Capítulo 3 (Objectivos e Hipóteses) – Serão apresentados os objectivos

e hipóteses deste estudo.

Capítulo 4 (Material e métodos) – Neste capítulo são estudadas as

características da amostra, bem como a forma como serão realizados os testes

e, os procedimentos matemáticos e estatísticos.

Capítulo 5 (Resultados) – São apresentados os resultados dos testes

realizados, após a utilização dos procedimentos estatísticos.

Capítulo 6 (Discussão) – Ao longo deste capítulo é feita a análise dos

resultados tendo em conta a literatura existente.

Capítulo 7 (Conclusão) – Serão apresentadas as principais conclusões

deste trabalho.

Capítulo 8 (Bibliografia) – Serão apresentadas as referências

bibliográficas que permitiram fundamentar todo o trabalho.

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Revisão da Literatura

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Ano Lectivo 2007/2008 7

2. Revisão da Literatura 2.1 Definição de treino Intervalado O treino intervalado é um marco científico no processo evolutivo do

treino desportivo (Tubino,1989).

Segundo o mesmo autor, esta forma de treino foi responsável por um

vasto número de recordes mundiais batidos ao longo dos tempos em provas de

meio fundo e fundo. Após vários recordes batidos com a implementação deste

tipo de treino, a confirmação do sucesso deste chegou com um atleta checo,

Emil Zatopeck, através dos resultados obtidos por este. As distâncias

preferidas por Zatopeck para os seus treinos eram 200 e 400m.

O criador do treino intervalado foi Gerschller em 1952 que, com a

colaboração do fisiologista alemão Herbert Reindell, formulou a concepção do

treino intervalado (Tubino,1989). No entanto Billat (2002) afirmou que os

primeiros científicos a descrever os princípios do treino intervalado foram

Reindell e Roskamm, em 1959.

Em 1952, Gerschller e Reindell, definiram o conceito de treino

intervalado como “ sistema de preparação e de emprego ideal nas corridas de

meio fundo e fundo, realizado por intermédio de um conjunto alternado de

estímulos, fortes e fracos, auxiliado por adequado clima psicológico, controle

fisiológico efectivo e trabalho prévio, e complementar de desenvolvimento, da

potência muscular, tudo visando alcançar altas performances” (Tubino, 1989).

Em 1976, Hegedus, definiu o mesmo treino intervalo como “sistema de

trabalho determinado por uma sucessão de esforços submáximos com

intervalos incompletos de recuperação” (Tubino, 1989). Esta forma de treino

permite os exercícios sejam executados com uma intensidade mais alta e por

um tempo superior ao treino contínuo (Olsen et al., 1988; Rozenek et al, 2007).

Em 1993, Fox et al. cit por Billat (2002), apresentaram uma definição de

treino intervalado como “várias series de exercícios alternados com períodos

de de recuperação, cuja intensidade é ligeira ou moderada”.

Castelo et al (2000) caracterizaram o treino intervalo como “exercícios

onde o organismo é submetido a períodos curtos, regulares e repetidos de

trabalho com períodos de repouso adequados. É utilizado quer nas

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Ano Lectivo 2007/2008 8

modalidades acíclicas, como é o caso dos jogos desportivos colectivos, quer

nas cíclicas para desenvolver a resistência específica, fundamentalmente

durante os períodos preparatórios específicos e competitivos dos

planeamentos anuais de treino”

Rozenek et al. (2007), afirmaram que o benefício adquirido num treino

intervalado está dependente de uma boa coordenação entre a intensidade, a

duração de trabalho e a recuperação. Laursen & Jenkins (2002) referem que

através da manipulação dos factores anteriores pode-se alterar o metabolismo

procurado nas células msculares, bem como a entrega do oxigénio ao músculo.

Num trabalho de Christensen et al. (cit por Billat, 2002), concluiu que a

coordenação supracitada implicará a utilização do metabolismo aeróbio e

anaeróbio. O propósito do treino intervalado é stressar o sitema fisiológico do

atleta constantemente (Daniels & Scardin,1984), induzindo a resistência dos

músculos activos à fadiga, quando expostos ao ritmo máximo do steady state

(Hawley et al. 1997).

Este tipo de treino é importantíssimo porque desenvolve a resistência,

que é vista como uma capacidade estabelecida entre a velocidade e a

resistência. A intensidade de treino é sempre submáxima e sempre realizado

em pista, com intervalos a varias entre os 60s e 90s (Moniz Pereira cit por

Paiva, 1995). Os intervalos são separados por períodos de exercitação em

baixa intensidade ou inactividade, no entanto não permitindo a total

recuperação (Laursen & Jenkins, 2002).

Após estar na Etiopia algum tempo e após várias conversas com

treinadores e atletas, Denison (2007), refere que naquele país, o treino

intervalado é visto como uma dinâmica de corrida e recuperações. O objectivo

mais importante é que o atleta aprenda como mudar de velocidade.

O treino intervalado é um dos meios usados para treinar pessoas

adultas, uma vez que promove a capacidade aeróbia (Billat, 2001).

O treino por método de intervalo pode ser divido em dois tipos.

O intervalo com pausas incompletas (treino intervalado)

caracteriza-se por períodos de repouso que não permitem que os atletas

recuperem completamente do esforço dispendido e também dos parâmetros

cardio-circulatórios e ventilatórios.

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Ano Lectivo 2007/2008 9

O intervalo com pausas completas (treino de repetições)

caracteriza-se por períodos de repouso que permitem aos atletas recuperar

completamente do esforço dispendido e também dos parâmetros cardio –

circulatórios e ventilatórios. Este segundo tipo de intervalos é normalmente

utilizado quando a intensidade de treino é muito elevada.

2.1.1 Adaptações Centrais ao treino intervalado

As adaptações centrais para o treino de resistência são a facilitação da

chegada de oxigénio as músculos (Laursen & Jenkins, 2002). Rowell (1993 cit

por Laursen & Jenkins, 2002) refere que o aumento da chegada de oxigénio

aos músculos é consequência de uma aumento dos batimentos cardíacos

durante o treino intervalado de alta intensidade. No entanto, o mesmo autor,

refere que não existem estudos referentes às possíveis alterações dos

batimentos cardíacos e volume plasmáticos na resposta ao treino intervalado

de alta intensidade, em atletas bem treinados.

2.1.2 Adaptações Periféricas ao treino intervalado

Segundo Holloszy (1982), o treino intervalado de alta intensidade induz

adaptações periféricas que realçam no músculo a capacidade de remover e

tolerar o lactato, bem como facilitar a ressíntese das reservas energéticas.

Um outro mecanismo importante para o melhoramento da performance,

é a capacidade do músculo esquelético em remover o ião H+. Weston et al. (

1997 cit por Laursen & Jenkins, 2002) referiram que existe um aumento

significativo da capacidade de remoção do H+ após apenas três semanas de

treino intervalado de alta intensidade. Descobriram ainda que existe uma

relação significativa entre a performance nos 40km e a capacidade de remoção

do H+ em seis ciclistas (r=0.82; p<0.05).

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Ano Lectivo 2007/2008 10

2.2 Componentes do método de treino intervalado

O treino intervalado tem diferentes factores que caracterizam como o

período de esforço, a intensidade, a pausa e o número de séries (Castelo et al.,

2000). E.E.F.E. (s/d) acrescenta ainda a distância.

2.2.1 Períodos de estímulo Os períodos de esforço são caracterizados pela sua duração e pela

intensidade em que são efectuados. Nas modalidades acíclicas, por norma,

trabalha-se por percursos ou distâncias a percorrer. Foi apresentada a seguinte

classificação, adaptada de Zintl:

Estímulos de curta duração I (15’’ – 45’’);

Estímulos de curta duração II (45’’ – 2’);

Estímulos de média duração (2’ – 8’);

Estímulos de longa duração (8’ – 15’).

O uso correcto das intensidades num treino de resistência constitui uma

condicionante fundamental para que a planificação do treino seja mais

objectiva e quantificável. As intensidades usadas no estímulo estão

dependentes da fase da época em que a planificação está e de acordo com os

volumes utilizados (Castelo et al., 2000).

Quando os intervalos à vVO2máx têm uma duração pequena, o número

total de intervalos que o atleta vai realizar, vão estar dependentes do rácio

trabalho – recuperação, bem como da intensidade durante a recuperação

(Rozenek et al., 2007).

2.2.2 Intensidade Segundo Castelo et al. (2000), a intensidade é um elemento essencial

na abordagem ao treino de resistência. Existem várias formas de definir a

intensidade com que o exercício é efectuado como a percentagem relativa do

VO2máx ou a Fcmáx, o nível de lactatémia ou simplesmente controlando a

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Ano Lectivo 2007/2008 11

velocidade de deslocamento. A intensidade de um treino está relacionada com

o máximo de contracções voluntárias, sendo esta a capacidade de executar

um exercício (Fleck & Kraemer, 1987).

De acordo com Jeukendrup & Van Diemen (1993 cit por Achten &

Jeukendrup, 2003), a intensidade de um exercício é normalmente definida

como a energia dispendida durante por minuto para realizar uma determinada

tarefa (kJ/min).

Castelo et al. (2000) definiram quatro níveis básicos possíveis de utilizar

no treino intervalado dependendo do objectivo de cada sessão de treino e fase

do planeamento anual de treino. Para cada uma das capacidades referidas

seguidamente corresponde uma determinada intensidade de treino, definida

pelo treinador.

Limiar anaeróbio (entre 65% e 90% da velocidade máxima);

Potência aeróbia (a partir de 75% da velocidade máxima);

Tolerância Láctica (85% e 99% da velocidade máxima);

Potência Láctica (> 95% da velocidade máxima).

Para que o trabalho seja de qualidade, Daniels (1998), afirma que os

atletas têm de manter o ritmo durante todo o trabalho, não aumentando quando

o intervalo diminui. Ainda segundo o mesmo autor, é difícil para muitos

corredores compreender esta ideia.

2.2.3 Intervalo Os intervalos utilizados ao longo do treino intervalado dependerão

sempre da duração de cada repetição e também da intensidade trabalhada.

Uma permissa importante no treino intervalado é que a intensidade tem de ser

definida, de forma a que o atleta a consiga manter durante todo o exercício.

Na base do treino intervalado está a permissa que o intervalo não deve

permitir a recuperação completa dos parâmetros cardio – circulatórios e

ventilatórios (princípio da carga lucrativa). Desta forma, a frequência cardíaca

era um indicador importante no tempo de descanso, assim o quando a

frequência cardíca atingia entre os 120 e os 130 batimentos/minutos,

considerava-se adequada (Castelo et al., 2000).

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Ano Lectivo 2007/2008 12

Segundo Daniels (1998) os intervalos curtos, ao não permitiram as

recuperações completas, permitem que o nível de VO2máx seja atingido mais

rapidamente.

De acordo com Rhodes & Twist (1990 cit por Gaiga & Docherty, 1995),

níveis elevados de capacidade aeróbia, facilitam a recuperação dos atletas e

ainda a manutenção da intensidade de exercício. No entanto, esta ideia não

está muito bem documentada na literatura (Gaiga & Docherty, 1995). Soares

(2005) apresenta uma possível justificação para a importância da capacidade

aeróbia no treino intervalado. Segundo este autor a reposição de Fosfocreatina

está dependente do fluxo de oxigénio, o que equivale a dizer que quanto maior

for a quantidade de oxigénio no sangue maior será a referida reposição.

Quando os atletas têm fraca aptidão aeróbia, o seu metabolismo glicolítico é

mais utilizado, o que provoca uma dupla consequência negativa. Por um lado a

potência muscular é menor e, existe a acumulação de lactato.

O intervalo a ser utilizado pelos atletas depende da experiência do

atleta, iniciando nos 90s podendo diminuir progressivamente até aos 40s. O

tempo de recuperação não deve ser alterado ao longo da época mas no início

da mesma. A adaptação ao encurtamento do tempo de intervalo deve ser

progressiva e sem pressas , uma vez que desta dependerá também o sucesso

do processo de treino (Abrantes, 2006).

Durante o treino intervalado existem dois tipos de pausas possíveis:

Intervalo activo. Este intervalo caracteriza-se por uma corrida

menos intensa (Ferreira & Rolim, 2006) para aumentar a remoção do

lactato e porque permite atingir o nível de VO2máx mais rapidamente

(Daniels, 1998).

Intervalo passivo.

2.2.4 Série A série é um conjunto de estímulos e de repouso consecutivos com

objectivos específicos ao nível da adaptação funcional (Castelo et al., 2000).

Segundo os mesmos autores, a divisão do volume total em várias séries

têm relacionados determinados objectivos, sendo eles:

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Ano Lectivo 2007/2008 13

melhorar a qualidade do treino, podendo o atleta treinar sempre em

intensidades elevadas;

aumentar o volume do treino mantendo as mesmas intensidades;

permitir que os estímulos do treino sejam mais variados.

2.2.5 Distância do estímulo A distância dos estímulos é realizada de acordo com o objectivo que é

preconizado para o treino. No entanto, no treino intervalado, o mais imporante

não são as distâncias percorridas, mas o número de repetições.

Quadro 1. Distâncias a percorrer pelo atleta mediante o objectivo do treino. (Adaptado de

E.E.F.E., s/d). Objectivo do treino Distância a percorrer

Adaptação Fisiológia 200metros (máximo 400metros)

Desenvolvimento da Potência Muscular 100metros (mínimo 40metros)

Ritmo Menos de 200metros

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2.3 Comparação entre Treino Intervalado e Treino Contínuo

Segundo Laursen & Jenkins (2002) existem vários estudos que referem

que o treino intervalado pode aumentar a oxidação das gorduras mais que a

corrida contínua.

Essen et al. (s/d cit por Laursen & Jenkins, 2002) num estudo realizado

compararam 1 hora de exercício contínuo a 50% do VO2máx com o treino

intervalado (15 segundos de trabalho com 15 segundos de repouso) à mesma

carga (157W).

Em indivíduos pouco treinados, foram usados mais lípidos

comparativamente com a glicólise quando o exercício foi intermitente em

oposição com o treino contínuo.

Noutro estudo realizado com indivíduos não treinados, no treino

intervalado de alta intensidade (5X4 minutos a 100% do VO2máx com 2

minutos de repouso; n=13) foi descoberto uma intensificação da capacidade

oxidativa das fibras tipo II (p<0.05), quando comparados com o treino contínuo

de atletas treinados (n=13) em exercícios com a mesma intensidade (79% do

VO2máx ) e duração.

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2.4 Níveis de Lactatémia durante o Treino Intervalado

O elevado número de pesquisas realizadas por vários investigadores,

sugere que o lactato sanguíneo é melhor indicador da performance no treino de

resistência que o VO2máx (Weltman, 1995). A produção e remoção do lactato,

vão ser determinados pela intensidade e duração do intervalo, sendo por isso o

nível de lactatémia importante quando se quer aumentar o consumo de

oxigénio minimizando a acumulação de lactato (Olsen et al., 1988).

Sendo um exercício de resistência realizado a altas intensidades de

VO2máx possível manter durante muito tempo, não é supreendente que um

factor periferial do músculo como o lactato sanguíneo seja um melhor preditor

de performance. Apesar da forte correlação entre o lactato sanguíneo e o

lactato produzido no músculo esquelético, é um erro interpertar que o primeiro

é unicamente reflexo do segundo (Weltman,1995). Stainsby & Brooks (s/d cit

por Weltman, 1995) referiram que apesar de o músculo esquelético ser o maior

produtor de ácido láctico, tanto em repouso como durante o exercício, também

os intestinos, o fígado e a pele são capazes de libertar lactato.

Janssen (2001), sugeriu que durante o exercício existe um proporção

directa entre a concentração de ácido láctico sanguíneo e o número de fibras

motoras recrutadas e à sua intensidade.

Quando um atleta bem treinado corre a uma velocidade reduzida, os

níveis de lactato no sangue mantêm-se baixos, sendo a energia utilizada por

estes aeróbia. A produção de lactato, neste caso, é tão baixa que o corpo

consegue neutralizar, ficando as concentrações entre as 2 e 4 milimoles/litro de

sangue. O exercício torna-se anaeróbio quando a concentração de lactato/litro

de sangue atinge as 4 milimoles (Santos, 2002), no entanto em alguns casos

pode haver uma pequena varição desta referência entre as 3 e 6 milimoles/litro.

(Janssen, 2001). A acumulação de lactato no sangue provoca uma diminuição

do pH, limitando o fucionamento muscular (Gaiga & Docherty, 1995).

Malina & Bouchard (2004), explicam a diminuição do pH com a

concentração do ião de hidrogénio (H+) no músculo e nos fluídos corporais.

Com a incapacidade de remoção do H+ o pH desce de 7.0 para valores de 6.3

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Ano Lectivo 2007/2008 16

após o exercício, este factor vai com que a capacidade de gerar e sustentar a

tensão muscular diminua.

Linossier et al (1993 cit por Laursen & Jenkins, 2002) sugeriu que o

metabolismo aeróbio é importante durante as fases de recuperação para a

remoção do ácido láctico. Quadro 2. Correlação entre o nível de lactatémia, a frequência cardíaca e o sistema

energético. Adaptado de Janssen (2001).

Sistema energético Nível de Lactato (milimoles/litro de

sangue) Frequência Cardíaca (batimentos/minutos)

Aeróbio de recuperação 1 – 1.5 < 140

Aeróbio – pequena duração 1.5 – 2.5 140 – 160

Aeróbio – grande duração 2.5 – 4 160 – 180

Anaeróbio em intervalo > 4 > 180

Segundo Colaço (2007), o lactato sanguíneo relacionado com a

intensidade e duração do esforço, tem assumido grande importância no

controlo de treino. Este controlo é feito através de um conceito de limiar

anaeróbio, que é considerado um instrumento indispensável no controlo e

avaliação do treino de meio fundo e fundo.

2.4.1 Conceito de limiar anaeróbio O termo limiar anaeróbio surgiu devido à associação entre a acumulação

de lactato sanguíneo e a hipóxia tecidual que aparecia a partir de uma

determinada intensidade de exercício, originando um maior recurso à glicólise

(Conner et al., 1984 cit por Colaço, 2007). Este conceito é uma considerada

uma das formas de avaliar os requesitos fisiológicos do treino de resistência de

baixa intensidade, existindo, no entanto, discussões científicas acerca da sua

justificação e terminologia (Soares, 2005).

Ainda segundo Soares (2005), existem duas intensidades básicas de

treino. A primeira, baixa intensidade, caracteriza-se por ser completamente

oxidativa, onde não surgem indicadores da componente láctica. A segunda, em

que a intensidade é mais alta, aumenta-se a preponderância do metabolismo

glicolítico, tendo este factor como consequência a crescente acumulação de

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Ano Lectivo 2007/2008 17

lactato. Entre as duas intensidades referidas anteriormente, aparece o limiar

anaeróbio.

O limiar anaeróbio é considerado como a intensidade a partir da qual a

concentração de lactato no sangue aumenta progressivamente, ou seja, o

momento em que o metabolismo passa de puramente oxidativo para

parcialmente anaeróbio. Esta fase caracteriza-se pela presença de um steady-

state do lactato sanguíneo (Santos, 2002; Soares, 2005).

Segundo Rodrigues dos Santos (2002), o limiar anaeróbio é o indicador

submáximo mais adequado para medir a condição de um atleta implicado em

esforços de longa duração. Soares (2005) acrescenta que o limiar anaeróbio é

sensível a vários factores, entre os quais a forma física do atleta.

O treino de resistência, promove nos atletas adaptações de forma a que

estes, atinjam o limiar anaeróbio com intensidades cada vez mais altas, através

de uma maior eficácia na remoção do lactato produzido. Quadro 3. Apresentação de diferentes conceitos de limiar anaeróbio utilizando o lactato

sanguíneo como parâmetro avaliado segundo vários autores (Colaço, 2007 pág: 30). Autor Critério de determinação Designação

Mader et al. (1976) Valor fixo de 4 mmol/l determinado

por interpolação linear. Limiar aeróbio-anaeróbio

Kindermann et al. (1978) Carga a 2 e 4 mmol/l. Limiar aeróbio, limiar anaeróbio

Farrel et al. (1979) Aumento das concentrações acima

dos valores de repouso. OPLA

Keul et al. (1979) Velocidade na tan= 1.26 (51º34’) Limiar anaeróbio individual

Sjödin et al. (1979) Interpolação linear. Início da acumulação do lactato

sanguíneo (OBLA)

Pessenhofer et al. (1981) Ponto de ruptura do quociente

diferencial lactato/tempo.

Transição aeróbia-anaeróbia

individual

Stegmann e Kindermann (1981) Tangente à curva de performance do

lactato. Limiar anaeróbio individual

Simon et al. (1981) Idêntico ao método de keul, mas com

tan=1. Limiar anaeróbio individual

Bunc et al. (1982) Bissectriz ao ponto de intercepção

de 2 tangentes à curva do lacato. Limiar anaeróbio individual

Tegtbur et al. (1993)

Ajustamento da curva de lactato

obtida com 2 esforços intensos de

alta intensidade, seguidos de várias

cargas de trabalho de intensidade

progressiva.

Velocidade do lactato mínimo

Billat et al. (1994b)

Comparação da relação entre as

concentrações lácticas e a

intensidade do exercício em 2

momentos de avaliação.

Estado máximo de equilíbrio de

lactato

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Ano Lectivo 2007/2008 18

2.5 Frequência Cardíaca No treino, a frequência cardíaca é muito utilizada como referência para a

intensidade do exercício, sendo fácil de monitorizar, relativamente barato e

possível de utilizar em diversas situações (Achten & Jeukendrup, 2003).

De acordo com Janssen (2001) existe uma proporção directa entre a

intensidade de treino e a frequência cardíaca, logo esta é um bom indicador da

intensidade de treino. No entanto, segundo Billat (2002), existem factores que

influenciam a frequência cardíaca de um atleta como a temperatura. A melhor

forma de medir a frequência cardíaca é através do pulso, o pescoço, artéria

temporal e lado esquerdo da caixa torácica (Janssen, 2001). Segundo Billat

(2002), no início do exercício há um aumento rápido da frequência cardíaca e

do volume de sistólico e do débito cardíaco. Nos atletas de resistência

treinados é normal que apresentem bradicardia (Achten & Jeukendrup, 2003),

número de batimentos/minuto abaixo dos 60.

Durante um treino intervalado, a diminuição da frequência cardíaca está

dependente da condição física do atleta, no entanto está sempre dependente

da duração, número de repetições e intensidades (Billat, 2002). Em exercício

com intensidade inferior a 50% do VO2máx, a variação da frequência cardíaca

tende a ser baixa, no entanto quando a mesma sobe para intensidades acima

da referida esta variabilidade tende a aumentar (Achten & Jeukendrup, 2003).

Um método de contagem da frequência cardíaca, denomina-se “método

da contagem dos 15 segundos”, em que o atleta conta o número de batimentos

cardíacos durante 15 segundos. Após essa contagem multiplica o número de

batimentos por 4 e obtem-se o valor total (Janssen, 2001).

Para definir a máxima frequência cardíaca de um determinado indivíduo,

pode-se ter por base a idade do mesmo, utilizando a fórmula (Janssen, 2001;

Astrand & Rhyming,1954 cit por Billat,2002;).

Fcmáx = 220 - idade

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Ano Lectivo 2007/2008 19

2.5.1 Factores influenciadores da frequência cardíaca durante o exercício Existem vários factores que influenciam a frequência cardíaca, entre os

quais fisiológicos, ambientais (Achten & Jeukendrup, 2003). Seguidamente

serão descritos os factores e de que forma influenciam a fequência cardíaca.

2.5.2 Variações da circadiamas da frequência cardíaca Foram feitos vários estudos em que foi descrita a variação da frequência

cardíaca, quando um indivíduo era sujeito a um mesmo estímulo.

Num estudo realizado por Taylor (1944 cit por Achten & Jeukendrup,

2003), foi estudado um grupo de 31 indivíduos que foram medidos enquanto

andavam e corriam, em duas ocasiões diferentes. Os resultados desse estudo

mostraram que existia uma variedade intra-individual média de 4.1% durante o

exercício submaximal, enquanto um exercício maximal a variação era de 1.6%.

Segundo Achten & Jeukendrup (2003), mesmo em condições

controladas há diferenças de 2 – 4 batimentos/minuto, num teste realizado em

dias diferentes.

2.5.3 Factores fisiológicos Vários são os factores fisiológicos que influenciam a frequência

cardíaca, entre os quais a função cardiovascular e a hidratação (Achten &

Jeukendrup, 2003).

2.5.3.1 Função cardiovascular Quando se controla o treino para uma determinada frequência cardíaca

durante o exercício, a função cardíaca deve ser considerada. Foram já

identificados aumentos de 15% em exercício com duração entre 5 – 60

minutos. A função cardiovascular é afectada por inúmeros factores como a

desidratação e stress causado pelo calor (Achten & Jeukendrup, 2003).

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Ano Lectivo 2007/2008 20

2.5.3.2 Hidratação Quando um atleta está a realizar um exercício em desidratação, a

frequência cardíaca poderá aumentar até 7.5%. O aumento da frequência

cardíaca está directamente relacionada com o nível de desidratação do corpo

(Achten & Jeukendrup, 2003)

2.5.4 Factores Ambientais Não são apenas os factores fisiológicos que influenciam a relação entre

a frequência cardíaca e os parâmetros de treino. Os efeitos da temperatura e

altitude serão os factores abordados (Achten & Jeukendrup, 2003).

2.5.4.1 Calor

Um dos factores descritos como influenciador na frequência cardíaca é o

calor. A composição corporal ao longo do exercício com calor modificam devido

à evaporação e radiação (Achten & Jeukendrup, 2003). Num estudo realizado

por Gonzalez – Alonso et al. (1999 cit por Achten & Jeukendrup, 2003) com

sete atletas no cicloergometro verificaram que num exercício de 30 minutos a

diferentes temperaturas, a frequência cardíaca aumentava em relação directa

com a temperatura.

Este facto tem importância porque segundo os mesmos autores para a

mesma intensidade de exercício, quando em realizado com temperaturas mais

elevadas, a frequência cardíaca é mais elevada. Este motivo justifica mais uma

vez o porquê da frequência cardíaca não ser bom indicador de intensidade dos

exercícios.

2.5.2 Frio

Quando o ser humano está exposto a temperaturas baixas há um

decréscimo do fluxo sanguíneo dérmico, o que provoca um aumento do

trabalho metabólico.

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Ano Lectivo 2007/2008 21

MacArdle et al (1976 cit por Achten & Jeukendrup, 2003) investigou as

alterações cardiovasculares induzidas por uma ambiente com temperatura

mais baixa. Os indivíduos realizaram exercícios em seis intensidades diferentes

na superfície a 26ºC, na água a 18ºC e 25ºC. Não foram observadas diferenças

na frequência cardíaca, em exercícios com a mesma carga de trabalho.

Durante os exercícios com a temperatura baixa, a frequência cardíaca foi

idêntica em condições termoneutrais.

2.5.3 Altitude

O gasto de oxigénio ao nível do mar é praticamente idêntico ao gasto

em altitude (Klausen et al. 1970 cit por Achten & Jeukendrup, 2003). Para

compensar a menor quantidade de oxigénio presente em altitude, é necessária

uma maior quantidade de oxigénio no músculo (Achten & Jeukendrup, 2003).

Em vários estudos (Vogel et al, 1967; Stenberg et al, 1966 cit por Achten

& Jeukendrup, 2003) foi possível concluir que não existe uma diferença

considerável entre a frequência cardíaca a altitude e ao nível do mar. Estes

testes foram realizados após 3 ou 4 dias em altitude.

Quando a manutenção em altitude aumenta para cerca de 12 dias, a

frequência cardíaca aumenta cerca de 18%, 24 batimentos/minuto (Klausen et

al. 1970 cit por Achten & Jeukendrup, 2003).

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Objectivos e Hipóteses

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Ano Lectivo 2007/2008 25

3. Objectivos e Hipóteses 3.1 Objectivo geral

O objectivo principal deste estudo consistiu na tentativa de averiguar os

efeitos do tempo de repouso nas alterações da frequência cardíaca e

lactatémia induzidas por um protocolo de treino intervalado.

3.2 Objectivo específico

- Verificar a variação dos níveis de lactato sanguíneo e frequência

cardíaca em função do tempo de repouso.

3.3 Hipóteses

(i) A concentração de lactato sanguíneo aumenta com a diminuição do

tempo de recuperação, no treino intervalado.

(ii) A frequência cardíaca aumenta com a diminuição do tempo de

recuperação, no treino intervalado.

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Material e métodos

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Ano Lectivo 2007/2008 29

4. Material e métodos

4.1 Caracterização da amostra

A amostra do estudo foi constituida por 4 corredores saudáveis que

participam habitualmente em provas de meio fundo e fundo. O treino consiste

prioritariamente em treino de corrida contínua, sendo o treino intervalado pouco

abordado actualmente por estes. A caraterização destes corredores está

descrita no quadro 4.

Quadro 4. Características fisiológicas dos sujeios (n=4). Valores apresentados através da

média e desvio padrão.

Características Valores

Idade (anos) 57.3 + 8.7

Altura (cm) 170. 25 + 5.9

Peso (Kg) 76.25 + 6.4

Frequência cardíaca máxima (bat/min) 162.75 + 8.7

Pico de Lactato Sanguíneo 11.25 + 3.0

Tempo de treino (anos) 15 + 10.8

Os atletas seleccionados para amostra deste estudo pertenciam ao

escalão de veteranos, com pelo menos 5 anos de prática, evitando assim,

variações relacionados com idade cronológica e treino.

Durante o decorrer do estudo, os atletas participaram em provas de meio

fundo e fundo, nomeadamente provas de 10.000 metros e meia maratona.

Todos os participantes neste estudo foram informados da totalidade dos

procedimentos, bem como da sua finalidade e consequências. Todos eles

deram o seu consentimento por escrito. O estudo foi conduzido de acordo com

a declaração de Helsínquia e foi aprovado pelo Comité de Ética do Conselho

Científico da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Portugal.

Foi pedido que não modificassem as suas rotinas de treino e

alimentares. Nenhum dos participantes referiu anomalias fisiológicas ao longo

do estudo.

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Ano Lectivo 2007/2008 30

4.2 Procedimento Inicialmente, foram registados os dados antropométricos dos sujeitos

como a altura e o peso, bem como registada a frequência cardíaca máxima de

cada um, de acordo com a fórmula de Astrand & Rhyming (1954 cit por

Billat,2002) e Janssen ( 2001).

Antes de cada teste, todos os sujeitos realizaram corrida contínua com a

duração de vinte minutos, fazendo ainda dez minutos de alongamentos e

alguns exercícios de técnica de corrida.

Os sujeitos realizaram quatro sessões de treino intervalado, com dez

repetições em cada sessão. A distância do intervalo foi de 200 metros, com

intensidade idêntica ao longo de todas as sessões.

Na primeira sessão o tempo de recuperação entre repetições foi de

90 segundos;

Na segunda sessão o tempo de recuperação entre repetições foi de

75 segundos;

Na terceira sessão o tempo de recuperação entre repetições foi de

60 segundos;

Na quarta sessão o tempo de recuperação entre repetições foi de 45

segundos.

De duas em duas repetições foi medida a concentração de lactato

sanguíneo (recolha de sangue feita no ouvido) e frequência cardíaca dos

sujeitos.

No final de cada sessão, os sujeitos realizaram corrida contínua cerca

de 20 minutos seguida de alongamentos durante 5 minutos.

4.3 Procedimentos estatísticos

Os dados obtidos após a realização dos procedimentos referidos

anteriormente foram tratados estatísticamente através da média e desvio

padrão, com recurso ao Microsoft Office Excell 2003.

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Ano Lectivo 2007/2008 31

As representações gráficas ilustrativas dos tratamentos estatísticos dos

dados apresentados no trabalho foram realizadas através do recurso ao

Microsoft Office Word 2003.

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Resultados

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Ano Lectivo 2007/2008 35

5. Resultados

5.1 Resultados das medições de Lactato sanguíneo Gráfico 1. Resultados médios de lactato sanguíneo apresentados pelos sujeitos(n=4). Valores

expressos em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

0

2

4

6

8

10

Lact

ato

sang

uíne

o(m

mol

/L)

1º 2º 3º 4º

Dia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

Quadro 5. Resultados médios de lactato sanguíneo apresentados pelos sujeitos (n=4). Valores

expressos em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 90’’ 2.3 4 4.9 5.3 5.7 75’’ 3.4 4.2 5.6 6.5 7.3 60’’ 4.4 7.5 9.2 7.3 8.7 45’’ 3.2 8 5.8 8.1 7.5

Os resultados apresentados pelos sujeitos ao longo dos quatro dias de

testes, demonstram uma tendência para as concentrações de lactato

sanguíneo de forma inversa ao tempo de recuperação.

No primeiro dia de testes, os sujeitos apresentaram durante as duas

primeiras medições valores abaixo do limar aneróbio, o que revela trabalho

totalmente aeróbio. Nas restantes medições as concentrações de lactato

sanguíneo aumentaram tendo o pico sido atingido, na última medição 5.7

milimoles/litro de sangue.

No segundo dia de testes, as concentrações de lactato sanguíneo,

comparativamente às do primeiro dia foram superiores. No entanto, as duas

primeiras medições tiveram resultados abaixo e próximas do limar anaeróbio,

3.4 e 4.2 milimoles/litro de sangue respectivamente. Na terceira medição houve

um aumento acentuado, com o valor de concentração de lactato sanguíneo a

ser de 5.6 milimoles/litro de sangue. Na quarta medição, o valor médio de

concentração de lactato sanguíneo foi de 6.5 milimoles/litro de sangue. Na

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Ano Lectivo 2007/2008 36

última medição foi atingido o pico de lactato sanguíneo com 7.3 milimoles/litro

de sangue.

No terceiro dia de testes, os valores de concentração de lactato

sanguíneo foram todos acima do limiar anaeróbio. Na primeira medição, o valor

foi de 4.4 milimoles/litro de sangue. Nesta medição, os valores de dois sujeitos

foram inválidos. Na segunda medição, o valor da concentração de lactato

sanguíneo aumentou para 7.4 milimoles/litro de sangue. O aumento manteve-

se na terceira medição com o valor de 9.2 milimoles/litro de sangue. Na quarta

medição houve uma quebra nos valores de lactatémia sanguínea para 7.3

milimoles/litro de sangue. Na última medição a concentração de lactato

sanguíneo aumentou para 8.3 milimoles/litro de sangue.

No quarto dia de testes, os resultados contrariaram a lógica dos

resultados dos dias anteriores, com a presença de algumas variações. Na

primeira medição o valor foi de 3.1 milimoles/litro de sangue. Na segunda

medição, o valor de lactato sanguíneo teve um aumento significativo para 8.0

milimoles/litro de sangue. Na terceira medição, o valor desceu novamente para

5.4 milimoles/litro de sangue. Nesta medição dois sujeitos demoraram mais

tempo na repetição que os seus tempos de referência. Na quarta medição, os

valores aumentaram para 7.7 milimoles/itro de sangue. Na última medição a

concentração de lactato sanguíneo foi de 7.1 milimoles/litro de sangue.

No final da terceira medição um dos sujeitos desistiu do teste. Gráfico 2. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 1. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

0123456789

10

Lact

ato

sang

uíne

o(m

mol

/L)

1º 2º 3º 4ºDia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

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Ano Lectivo 2007/2008 37

Quadro 6. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 1. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 90’’ 2.0 2.3 2.8 3.1 3.4 75’’ 2.4 2.1 2.1 2.4 3.2 60’’ ----- 5.0 5.3 6.9 8.2 45’’ 4.3 6.2 5.6 7.3 6.8

O sujeito 1, apresentou ao longo dos quatro dias de testes um aumento

dos concentrações de lactato sanguíneo.

Nos primeiros dias de testes, as concentrações de lactato sanguíneo,

foram idênticas nas mesmas medições nos diferentes dias. Todos valores

deste sujeito foram abaixo do limiar aneróbio, com os picos de lactatémia

sanguínea a ser obtidos nas últimas medições, 3.4 e 3.2 milimoles/litro de

sangue respectivamente. Este sujeito nos dois primeiros dias, realizou um

trabalho totalmente aeróbio.

No terceiro dia de testes, o sujeito teve a primeira medição inválida. Na

segunda medição, o valor de lactato sanguíneo, foi acima do limiar anaeróbio

com o valor de 5.0 milimoles/litro de sangue. Na terceira medição houve um

ligeiro aumento de concentração, comparativamente à anterior. Nesta medição

o valor foi de 5.3 milimoles/litro de sangue. Na terceira medição houve um

aumento significatico nas concentrações de lactato sanguíneo, tendo o sujeito

apresentado o valor de 6.9 milimoles/litro de sangue. Na última medição, este

sujeito atingiu o pico absoluto de todos os dias de testes com um valor de 8.2

milimoles/litro de sangue.

No último dia de testes, os valores do sujeito estavam todos acima do

limiar aneróbio. Ao longo das medições, a concentração do lactato sanguíneo

foi aumentando gradualmente, atingindo as 7.3 milimoles/litro de sangue. A

excepção desta tendência de aumento foi na última medição, onde se verificou

um pequeno decréscimo da concentração de lactato sanguíneo para as 6.8

milimoles/litro de sangue.

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Ano Lectivo 2007/2008 38

Gráfico 3. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 2. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

0123456789

10111213

Lact

ato

sang

uíne

o(m

mol

/L)

1º 2º 3º 4º

Dia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

Quadro 7. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 2. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 90’’ 2.8 7.3 8.9 10.3 10.7 75’’ 2.8 4.7 6.7 7.3 8.6 60’’ 2.7 4.1 5.3 6.3 7.0 45’’ 1.6 3.8 1.2 2.8 4.1

O sujeito 2, apresenta valores crescentes no mesmo dia de testes, tendo

no entanto, diminuido a concentração de lactato sanguíneo nos vários dias.

No primeiro dia de testes, apresenta os valores de lactatémia sanguínea

mais elevados. Na primeira medição, o valor apresentado por este sujeito foi de

2.8 milimoles/litro de sangue,abaixo do limiar anaeróbio. Nas medições

seguintes o nível de lactatémia sanguínea teve uma tendência crescente, tendo

atingido o pico na última medição com 10.7 milimoles/litro de sangue. É

possível verificar um aumento acentuado da concentração de lactato

sanguíneo entre a primeira e segunda medições.

No segundo dia de testes, a tendência de aumento progressivo dos

níveis de lactatémia sanguínea manteve-se. Na primeira medição o valor de

lacatatémia sanguínea foi idêntica ao obtido no primeiro dia de testes, 2.8

milimoles/litro de sangue. Na segunda medição, o valor apresentado pelo

sujeito encontrava-se ligeiramente acima do limiar anaeróbio, 4.7 milimoles/litro

de sangue. Tal como no primeiro dia, também neste, a tendência de aumento

das concentrações de lactato sanguíneo ao longo das medições manteve-se,

com o pico a ser atingido na última medição com 8.6 milimoles/litro de sangue.

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Ano Lectivo 2007/2008 39

No terceiro dia de testes, o sujeito apresentou na primeira medição um

valor aproximado aqueles que foram obtidos nos dias anteriores de testes, 2.7

milimoles/litro de sangue. Na segunda medição, o sujeito encontrava-se no

limiar anaeróbio com um valor de 4.1 milimoles/litro de sangue. Nas medições

seguintes, o sujeito apresentou valores acima do limiar anaeróbio, tendo

atingido o pico máximo na última medição com 7.0 milimoles/litro de sangue.

No quarto dia de testes, o sujeito apresentou valores sempre abaixo do

limiar anaeróbio, à excepção da última medição, com 4.1 milimoles/litro de

sangue, não sendo no entanto, um valor muito significativo. Na primeira

medição, o valor de lactatémia sanguínea apresentado foi o mais baixo entre

todas as primeiras medições com 1.6 milimoles/litro de sangue. Na segunda

medição, apresentou um valor próximo do limiar aneróbio com 3.8

milimoles/litro de sangue. Na terceira medição houve um decréscimo do valor

de lactatémia sanguínea para 1.2 milimoles/litro de sangue. Na quarta medição

houve um aumento para 2.8 milimoles/litro de sangue.

De referir que o sujeito realizou todas as repetições de acordo com o seu

tempo de referência, à excepção da última repetição do quarto dia de tetes, em

que realizou um tempo inferior em 7 segundos.

Gráfico 4. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 3. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

012345678910

111213141516

Lact

ato

sang

uíne

o(m

mol

/L)

1º 2º 3º 4ºDia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

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Ano Lectivo 2007/2008 40

Quadro 8. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 3. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 90’’ 2.2 3.4 4.1 4.2 4.7 75’’ 5.1 5.1 7.8 9.6 10.8 60’’ ------- 10.2 15.4 14.2 11.7 45’’ 5.3 11.6 13.6 13.0 10.6

O sujeito 3, ao longo do dias de testes apresentou valores cada vez mais

elevados de lactatémia sanguínea.

Na primeira medição, apresentou valores abaixo do limiar anaeróbio

durante as primeiras quatro repetições. A partir da sexta repetição apresentou

valores superiores ao limiar anaeróbio, tendo o pico de lactatémia o valor de

4.7 milimoles/litro de sangue na última medição.

No segundo dia de testes os valores apresentados por este sujeito,

estavam todos acima do limiar anaeróbio. Nas duas primeiras medições, os

valores de lactatémia sanguínea foram idênticos, 5.1 milimoles/litro de sangue.

No terceiro dia de testes, a primeira medição foi considerada inválida. Na

segunda medição os valores de lactatémia sanguínea estava acima do limiar

anaeróbio, 10.2 milimoles/litro de sangue, aproximado do valor do pico de

lactatémia do dia anterior. Na terceira medição o valor de lactatémia atingiu o

pico de 15.4 milimoles/litro de sangue. Na quarta medição houve um

decréscimo da concentração de lactato sanguíneo, tendo, no entanto, este

sujeito realizado as repetições com um tempo superior que nas restantes. Esse

aumento foi de 7 segundos. Na última medição manteve-se a tendência da

anterior, com o sujeito a apresentar um valor de 11.7 milimoles/litro de sangue.

No quarto dia de testes, o sujeito apresentou valores acima do limiar

anaeróbio, sendo os valores crescentes ao longo das medições, atingindo o

pico de lactatémia na terceira medição, 13.6 milimoles/litro de sangue. Na

quarta medição houve um decréscimo do valor da lactatémia sanguínea para

13.0 milimoles/litro de sangue. Nesta repetição, o sujeito realizou um tempo 6

segundos mais elevado que o tempo de referência. Na última medição

manteve-se a tendência da anterior, tendo o sujeito apresentado um valor de

10.6 milimoles/litro de sangue.

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Ano Lectivo 2007/2008 41

Gráfico 5. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 4. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

0123456789

10111213

Lact

ato

sang

uíne

o(m

mol

/L)

1º 2º 3º 4º

Dia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

Quadro 9. Resultados das concentrações de lactato sanguíneo do sujeito 4. Valores expressos

em milimoles/litro de sangue (mmol/L).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 90’’ 2.0 2.9 3.7 3.7 3.8 75’’ 3.4 4.8 5.7 6.6 6.4 60’’ 6.1 10.1 10.7 1.8 7.7 45’’ 1.4 10.4 1.1 Desistiu

O sujeito 4, ao longo dos quatro dias de testes, apresentou valores de

lactatémia sanguínea cada vez mais elevados.

No primeiro dia de testes, apresentou valores progresivamente mais

elevados, sendo todos inferiores ao limiar anaeróbio. O pico de lactatémia

sanguínea foi atingido na úlima medição com 3.8 milimoles/litro de sangue.

No segundo dia de testes, o sujeito apresentou valores superiores aos

do dia anterior. Na primeira medição o valor de lactatémia sanguínea foi de 3.4

milimoles/litro de sangue, abaixo do limiar anaeróbio. A partir da segunda

medição os valores apresentaram uma trajectória ascendente, com a excepção

da última medição em que o valor desceu ligeiramente (0.2 milimoles/litro de

sangue), relativamente à anterior. O pico de lactatémia foi atingido na quarta

medição com 6.6 milimoles/litro de sangue.

No terceiro dia de testes, o sujeito apresentou valores acima do limar

aneróbio. Na primeira medição,o valor de lactatémia sanguínea foi de 6.1

milimoles/litro de sangue. Na segunda e terceira medições o valor de

lactatémia foi aproximadamente idêntico com valores de 10.1 e 10.7

milimoles/litro de sangue, respectivamente. Na quarta medição, o sujeito

apresentou um decréscimo acentuado do valor de lactatémia sanguínea, com

um valor de 1.8 milimoles/litro de sangue. Nesta repetição, o sujeito demorou

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Ano Lectivo 2007/2008 42

mais 10 segundos que o seu tempo de referência. Na última medição, o valor

de lactatémia sanguínea aumentou para um valor acima do limiar anaeróbio,

7.7 milimoles/litro de sangue. O sujeito demorou mais 5 segundos que o seu

tempo de referência.

No quarto dia de testes, o sujeito apresentou valores iniciais de

lactatémia sanguínea de 1.8 milimoles/litro de sangue, no entanto, demorou

mais 8 segundos que o seu tempo de referência. Na segunda medição o sujeito

apresentou um valor de 10.4 milimoles/litro de sangue, tendo cumprido o seu

tempo de referência. Na terceira medição, o sujeito apresentou o valor de 1.1

milimoles/litro de sangue, tendo demorado mais 7 segundos que o tempo de

referência. Após este medição o sujeito desistiu, não efectuando mais

nenhuma repetição.

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Ano Lectivo 2007/2008 43

5.2 Resultados das medições da Frequência cardíaca

A frequência cardíaca foi registada a partir do segundo dia de testes.

Gráfico 6. Resultados da frequência cardíaca apresentados pelos sujeitos(n=4). Valores

expressos batimentos/minuto (bat/min).

020406080

100120140160

Freq

uênc

ia

card

íaca

(bat

/min

)

2º 3º 4º

Dia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

Quadro 10. Resultados da frequência cardíaca apresentados pelos sujeitos(n=4). Valores

expressos batimentos/minuto (bat/min).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 75’’ 115 130 128 132 134 60’’ 129 129 132 130 141 45’’ 122 131 131 136 141

Os resultados obtidos pelos sujeitos, ao longo dos vários dias de testes,

foram de tendência crescente.

No segundo dia de testes, a frequência cardíaca aumentou

progressivamente ao longo das medições. Na primeira medição, o valor médio

da frequência cardíaca foi de 115 batimentos/minuto. Na segunda medição

aumentou para 130 batimentos/minuto. Na quarta e quinta medição os valores

obtidos foram 131 e 134 batimentos/minuto respectivamente.

No terceiro dia de testes, a homogeneidade dos valores obtidos foi

grande, com a variação a ser de 3 batimentos/minuto. Na primeira e segunda

medição os valores obtidos foram de 129 batimentos/minuto. Na terceira e

quarta medição a frequência cardíaca média encontrava-se nos 132 e 130

batimentos/minuto. A excepção a esta homogeneidade foi a última medição,

em que, a frequência média aumentou para 141 batimentos/minuto.

No quarto dia de testes, a mesma tendência crescente dos dias

anteriores manteve-se. Na primeira e segunda medições, os valores

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Ano Lectivo 2007/2008 44

apresentados foram 122 e 131 batimentos/minuto. Na terceira medição, a

frequência cardíaca média baixou para os 128 batimentos/minuto. Na terceira e

quarta medições, os valores aumentaram novamente, para os 136 141

batimentos/minuto. Nestas duas últimas medições, o valor da frequência

cardíaca é representativa de apenas 3 sujeitos, uma vez que, um dos sujeitos

desistiu do teste.

Gráfico 7. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 1. Valores expressos

batimentos/minuto (bat/min).

100

110

120

130

140

150

Freq

uênc

ia c

ardí

aca

(bat

/min

)

2º 3º 4º

Dia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

Quadro 11. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 1. Valores expressos batimentos/min

(bat/min).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 75’’ 124 124 126 124 126 60’’ 124 127 124 140 143 45’’ 125 120 129 137 140

No segundo dia de testes, o sujeito apresentou ao longo de todas uma

homogeneidade nos resultados obtidos. A variação foi de 2 batimentos/minuto

entre 124 e 126 batimentos/minuto.

No terceiro dia de testes, a homogeneidade manteve-se durante as três

primeiras medições. Na quarta medição houve um aumento acentuado do

número de batimentos cardíacos para 140 batimentos/minuto (máximo teórico

deste sujeito). Na última medição, o sujeito atingiu o pico da frequência

cardíaca com 143 batimentos/minuto.

No quarto dia de testes, a homogeneidade verificada nos dias anteriores,

não se concretizou. A frequência cardíaca foi aumentando progressivamente

ao longo das medições, tendo o sujeito atingido o pico na última medição com

140 batimentos/minuto.

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Ano Lectivo 2007/2008 45

Gráfico 8. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 2. Valores expressos

batimentos/minuto (bat/min).

100

110

120

130

140

150

160Fr

equê

ncia

car

díac

a(b

at/m

in)

2º 3º 4ºDia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4º medição5ª medição

Quadro 12. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 2. Valores expressos

batimentos/minuto (bat/min).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 75’’ 102 150 150 156 156 60’’ 156 156 156 156 168 45’’ 148 152 132 140 156

No segundo dia de testes, este sujeito apresentou valores muito

semelhantes ao longo das medições, excepção feita à primeira medição. Na

primeira medição apresentou uma frequência cardíaca de 102

batimentos/minuto. Na segunda medição, a frequência cardíaca aumentou para

150 batimentos/minuto, mantendo o mesmo valor na terceira medição. Nas

duas restantes medições, o sujeito apresentou um valor de frequência cardíaca

de 156 batimentos/minuto.

No terceiro dia de testes, a homogeneidade de resultados foi a nota mais

marcante, com o sujeito a apresentar em todas as medições 156

batimentos/minuto. A excepção a esta regra, foi comprovada na última

medição, em que o sujeito atingiu a sua máxima frequência cardíaca teórica

com 168 batimentos/minuto.

No quarto dia de testes, este sujeito apresentou uma grande

variabilidade na frequência cardíaca ao longo das várias medições. Na primeira

medição apresentou 148 batimentos/minutos. Na segunda medição aumentou

ligeiramente para 152 batimentos/minuto. Na terceira medição houve uma

descontinuidade nesta tendência de aumento da frequência cardíaca com 132

batimentos/minuto. Na quarta e quinta medições, retorna a tendência crescente

da frequência cardíaca com 140 e 156 batimenos/minuto, respectivamente.

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Os efeitos do tempo de intervalo num protocolo de treino intervalado ____________________________________________________________________________

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Ano Lectivo 2007/2008 46

Gráfico 9. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 3. Valores expressos

batimentos/minuto (bat/min).

90

100

110

120

130

140Fr

equê

ncia

car

díac

a(b

at/m

in)

2º 3º 4ºDia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5º medição

Quadro 13. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 3. Valores expressos

batimentos/minuto (bat/min).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 75’’ 120 132 114 132 120 60’’ 126 114 114 120 126 45’’ 96 120 120 132 126

Este sujeito ao longo de todos os dias de testes apresentou grande

variabilidade nos resultados obtidos.

No segundo dia de testes, o sujeito apresentou grande variabilidade na

frequência cardíaca ao longo das várias medições. Na primeira medição

apresentou 120 batimentos/minuto. Na segunda medição aumentou para 132

batimentos/minuto. Na terceira medição a frequência cardíaca baixou para 114

batimentos/minuto. Na quarta medição a frequência cardíaca aumentou

novamente para os 132 batimentos/minuto, baixando na última medição para

120 batimentos/minuto.

No terceiro dia de testes, o sujeito apresentou uma maior

homogeneidade dos valores da frequência cardíaca. Na primeira medição

apresentou o valor de 126 batimentos/minuto. Na segunda e terceira medições

apresentou uma tendência crescente em ambas 114 batimentos/minuto. Nas

duas últimas medições apresentou uma tendência de aumento dos valores de

frequência cardíaca com 120 e 126 batimentos/minuto respectivamente.

No quarto dia de testes, a frequência cardíaca aumentou ao longo das

medições. Na primeira medição apresentou o valor mais baixo de todas as

medições com 96 batimentos/minuto. Na segunda e terceira medições

apresentou o valor de 120 batimentos/minuto. Na quarta medição, o valor da

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Ano Lectivo 2007/2008 47

frequência cardíaca aumentou de forma visível para 132 batimentos/minuto. Na

última medição, o sujeito apresentou uma ligeira descida do valor da frequência

cardíaca para 126 batimentos/minuto.

Gráfico 10. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 4. Valores expressos

batimentos/minuto (bat/min).

100

110

120

130

140

150

Freq

uênc

ia c

ardí

aca

(bat

/min

)

2º 3º 4ºDia de teste

1ª medição2ª medição3ª medição4ª medição5ª medição

Quadro 14. Resultados da frequência cardíaca do sujeito 4. Valores expressos

batimentos/minuto (bat/min).

Intervalo 2ª Serie 4ª Serie 6ª Serie 8ª Serie 10ª Serie 75’’ 114 114 120 114 132 60’’ 108 120 132 102 126 45’’ 120 132 144 Desistiu

Este sujeito de todos os que pertencem à amostra foi aquele que

apresentou maior variabilidade dos resultados. No entanto, tal como tinha

acontecido com todos os outros, também este apresenta uma tendência para

aumentar a frequência cardíaca ao longo das várias medições.

No segundo dia de testes, o sujeito apresentou uma frequência cardíaca

regular ao longo das medições. Na primeira, segunda e quarta medições,

apresentou valor idêntico, 114 batimento/minuto. Na terceira medição, a

frequência cardíaca aumentou ligeiramente para 120 batimentos/minuto. Na

última medição atingiu o pico da frequência cardíaca com 132

batimentos/minuto.

No terceiro dia de testes, a frequência cardíaca deste sujeito teve uma

tendência crescente ao longo de várias medições. Na primeira medição

apresentou um valor de 108 batimentos/minuto. Na segunda e terceira

medições, a frequência cardíaca aumentou para os valores de 120 e 132

batimentos/minuto respectivamente. Na quarta medição, houve uma quebra na

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frequência cardíaca, para o valor de 102 batimentos/minuto. Na última

medição, o valor da frequência cardíaca aumentou novamente para 126

batimentos/minuto.

No quarto dia de testes, houve uma constante tendência crescente no

valor da frequência cardíaca ao longo das medições. Na primeira medição, o

sujeito apresentou uma frequência cardíaca de 120 batimentos/minuto. Na

segunda e terceira medições, apresentou 132 e 144 batimentos/minuto. Na

quarta medição atingiu o pico do valor da frequência cardíaca. Após a quarta

medição, este sujeito desistiu do teste.

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Discussão

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Ano Lectivo 2007/2008 51

6. Discussão

Antes de mais queremos salientar e, com constrangimento crítico deste

estudo - as condições económicas para a sua realização, que condicionaram a

robustez científica do mesmo. As restrições económicas obstaram por um lado,

a extensão do estudo a um maior número amostral (20 atletas seria o ideal) e,

por outro à impossibilidade de fazer as medições no final de cada série de

treino.

Pretendemos perceber como variam os níveis de lactato sanguíneo e

frequência cardíaca ao longo de um protocolo de treino intervalado.

A amostra deste estudo foram quatro atletas (n=4) que têm como meio

de treino privilegiado a corrida contínua. Este facto indicou-nos duas premissas

muito importantes para interpretação dos resultados obtidos:

Primeira, a capacidade aeróbia destes atletas está previsivelmente muito

desenvolvida, o que permite um maior fluxo sanguíneo ao músculo (Soares,

2005), logo a recuperação é facilitada e uma dada intensidade de esforço pode

ser mantida com mais facilidade (Rhodes & Twist, 1990 cit por Gaiga &

Docherty, 1995).

Segunda, a frequência cardíaca em atletas de resistência bem treinados

tende a ser mais baixa e com pequenas variações (Achten & Jeukendres,

2003), quer em repouso quer em exercício.

6.1 Discussão dos resultados da concentração do lactato sanguíneo

Como vimos atrás, a concentração de lactato no sangue após o esforço

depende de vários factores, entre os quais, de salientar o perfil fibrilar e o nível

de treino dos sujeitos.

Foi nossa preocupação fundamental “mexer” no intervalo mantendo a

mesma intensidade de exercício. Nesse sentido, as unidades de esforço em

cada protocolo eram controladas exteriormente, dando indicações para

aumentar ou reduzir a intensidade de esforço. Desta forma, as condições

básicas prescritas do estudo não eram afectadas. É lógico que se verificaram

algumas variações que se expressaram em 2 ou 3 segundos para mais ou

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Ano Lectivo 2007/2008 52

menos do tempo referencial. No entanto, tal situação foi considerada residual,

pois prende-se com a impossibilidade natural de reproduzir um esforço de

forma metronómica.

Para uma melhor e mais aprofundada análise dos resultados obtidos,

pareceu - nos de grande importância perceber o efeito dos intervalos em cada

dia, de forma isolada.

Na consecução do protocolo nº1, com intervalo de 90 segundos, os

sujeitos apresentaram valores abaixo do valor teórico de limiar anaeróbio (4

milimoles/litro de sangue). Com um treino de base predominantemente aeróbio,

corrida contínua, a capacidade aeróbia está muito desenvolvida. Segundo

Rhodes & Twist (1990 cit por Gaiga e Docherty, 1995) a capacidade aeróbia

facilita a recuperação dos atletas. Soares (2005) complementa afirmando que o

maior fluxo de oxigénio, logo, será também maior a reposição de fosfocreatina.

Assim, os sujeitos têm grande capacidade de remoção do ião H+ que

baixa o pH, provocando a diminuição da capacidade de tensão muscular

(Malina & Bouchard, 2004).

Com o que foi referido anteriormente é possível que os sujeitos deste

estudo tenham uma grande capacidade de remoção do lactato sanguíneo. No

entanto, verifica-se que após a 6ª repetição o valor apresentado é superior às 4

milimoles/litro de sangue. Este valor pode não ser significativo, uma vez que,

segundo Janssen (2001), o limiar anaeróbio pode ser atingido somente às 6

milimoles/litro de sangue. Podemos no caso do primeiro dia de testes, dizer

que o trabalho realizado pelos sujeitos foi quase na sua totalidade aeróbio.

Na consecução do protocolo nº2, o intervalo entre repetições diminuiu

para 75 segundos. Com a justificação utilizada para o primeiro dia, a

diminuição do tempo de intervalo poderá ter resultado nos valores obtidos

pelos sujeitos a partir da 4ª repetição em que o valor de lactato sanguíneo

ultrapassa as 4 milimoles/litro de sangue. No entanto, o valor de lactatemia

mantem-se abaixo das 6 milimoles/litro de sangue. Entre a 6ª repetição e a 8ª

repetição a diferença de lactatemia é acentuada. A diferença dos níveis de

lactato sanguíneo na última medição também foi grande, não ultrapassando as

8 milimoles/litro de sangue. É de salientar, que no final do protocolo a

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Ano Lectivo 2007/2008 53

concentração média de lactato sanguíneo passou para 7.3 milimoles/litro de

sangue, mais 1.6 milimoles/litro de sangue que no protocolo anterior.

Um dos sujeitos, neste dia, apresentou os valores de lactatemia

sanguínea inferiores às 4 milimoles/litro de sangue, ao longo de todo o teste.

Podemos também neste caso conjecturar que este sujeito apresenta uma

capacidade aeróbia mais elevada que os restantes.

No protocolo nº 3, o tempo de intervalo foi reduzido para 60 segundos,

reduzindo assim o tempo de recuperação. A acumulação de lactato sanguíneo

foi maior e a diferença de lactatémia sanguínea foi verificada no momento da

segunda medição, ou seja, após a 4ª repetição. Com este intervalo, foi atingido

o pico de lactatémia de todos os dias com o valor médio de 9.2 milimoles/litro

de sangue. Na medição seguinte verificamos simultaneamente em todos os

sujeitos uma de duas reacções. Dois sujeitos tiveram uma aumento acentuado

dos níveis de lactato sanguíneo e, os outros dois sujeitos não conseguiram

manter a intensidade das repetições.

Este ponto do teste pareceu-nos um momento importante de ser

estudado, uma vez que, apesar das diferentes reacções, este foi um momento

de alterações de resposta para todos os sujeitos. Neste protocolo a

concentração de lactato sanguíneo foi de 8.7 milimoles7litro de sangue, mais

1.4 milimoles/litro de sangue que no protocolo nº2.

No protocolo nº4 apenas a 1ª medição apresentou um valor de

concentração de lactato sanguíneo abaixo das 4 milimoles/litro de sangue.

Neste dia de testes a variabilidade das concentrações de lacatatémia foi

grande. Com um intervalo de apenas 45 segundos, os sujeitos demonstraram

uma grande irregularidade nas concentrações de lactato sanguíneo

apresentados. Mais uma vez, dois sujeitos não conseguiram manter a

intensidade das séries. No final da 6ª série, um destes sujeitos desistiu do

teste. Neste protocolo a concentração final de lactato sanguíneo foi de 7.5,

menos 1.2 milimoles/litro de sangue que no protocolo nº3.

Como conclusão podemos afirmar que com a diminuição do tempo de

intervalo, a concentração de lactato sanguíneo aumenta em função do

protocolo utilizado em medições homólogas. Constatamos também que com a

diminuição do tempo de intervalo, o aumento acentuado das concentrações de

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Ano Lectivo 2007/2008 54

lactato sanguíneo aparecem cada vez mais cedo nas medições. No entanto,

verificaram-se excepções individuais.

O sujeito 3 apresenta uma diminuição da concentração de lactatémia

sanguínea. Podemos neste caso tentar explicar esta situação recorrendo a

duas hipóteses:

A primeira hipótese para esta diminuição poderá estar relacionada

com a adaptabilidade do atleta a este tipo de treino, ao longo dos testes. Este

facto pode ser reforçado com a experiência anterior deste atleta, em relação ao

treino intervalado que indicou no questionário inicial ter realizado há alguns

anos atrás.

A segunda hipótese para este facto pode ter como base o estudo de

Essen et al. ( s/d cit por Laursen & Jenkins, 2002) em que foi descoberto que

com o treino intervalado, as fibras do tipo II sofreram uma intensificação do

metabolismo oxidativo, bem como poderá ter havido um maior e melhor

recrutamento das fibras tipo I. A capacidade de remoção do lactato sanguíneo

aumentou. Assim, o aumento da concentração de lactato sanguíneo foi

contrariado por um aumento da capacidade oxidativa. Apesar do tempo de

recuperação diminuir e a tendência de acumulação de lactato aumentar, este

não se verificou pela eficiente capacidade oxidativa das fibras tipo II.

6.2 Discussão dos resultados da frequência cardíaca

De acordo com a metodologia utilizada anteriormente na análise dos

resultados, decidimos também na frequência cardíaca analisar cada protocolo

de forma detalhada e isoladamente.

De acordo com Janssen (2001) existe uma proporção directa entre a

intensidade de treino e a frequência cardíaca, logo esta é um bom indicador da

intensidade de treino. Segundo Billat (2002), no início do exercício há um

aumento rápido da frequência cardíaca e do volume de sistólico e do débito

cardíaco.

No protocolo nº1 não foram efectuadas as medições de frequência

cardíaca.

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Ano Lectivo 2007/2008 55

No protocolo nº2, os valores de frequência cardíaca apresentados pelos

sujeitos foram bastante estáveis, não havendo grandes variações entre as

medições. Na primeira medição, o valor da frequência cardíaca média foi de

115 batimentos/minuto. Nas restantes medições, a frequência cardíaca

manteve-se estável em torno dos 130 batimentos/minuto. Neste dia de testes

verificou-se a afirmação de Billat, tendo os sujeitos aumentado a frequência

cardíaca acima dos 100 batimentos/minuto, tendo este aumento seguimento

nas medições seguintes. No entanto, Achten & Jeukendrup (2003) defendem

que as consequências do treino na frequência cardíaca apenas se verificam

após 3 a 5 minutos. Da mesma maneira, a frequência cradíaca mantem-se alta,

demorando algum tempo e, de forma gradual a regressar aos valores

observados durante o treino realizado no steady-state. Perante estes dois

argumentos, um pouco contraditórios pensamos que os resultados da nossa

amostra nos encaminham para a perspectiva de Billat.

No protocolo nº3, apesar de a tendência de manutenção de uma

frequência cardíaca estável ao longo de todas as medições, o valor médio da

mesma aumentou. A última medição, foi aquela em que os valores se

apresentaram mais altos. Neste protocolo a frequência cardíaca média final

aumentou 7 batimentos/minuto para 141 batimentos/minuto.

No protocolo nº4, a frequência cardíaca foi gradualmente aumentando

desde a primeira medição até à última medição, tendo atingido o pico com 141

batimentos/minuto, valor idêntico à última medição do dia anterior de testes.

Neste protocolo os valores finais médios de frequência cardíaca mantiveram-se

idênticos aos do protcolo anterior, 141 batimentos/minuto.

Ao longo de todos os dias de testes a manutenção de frequências

cardíacas muito semelhantes leva-nos a crer que os sujeitos, quando no

primeiro dia de testes definiram a sua intensidade, o fizeram de acordo com a

frequência cardíaca. Estes sujeitos nunca tinham feito qualquer tipo de controlo

de treino, por isso, a única forma de conseguirem calcular a possível

intensidade de treino era através da frequência cardíaca.

Desta forma, os sujeitos estavam a treinar de acordo com uma proposta

de Billat (2001) que, implementou um treino tendo como única referência a

frequência cardíaca de 125 + 5 batimentos por minuto o que corresponderá a

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Ano Lectivo 2007/2008 56

60% VO2máx e em que o único instrumento de controlo do treino era um

frequencímetro.

De acordo com os resultados obtidos neste estudo, inferimos que a

frequência cardíaca e a lactatémia sanguínea não se comportam nos sujeitos

de igual forma, pois apresentando a frequência cardíaca com valores

semelhantes, a concentração de lactatémia sanguínea aumenta. Assim, para

uma mesma frequência cardíaca verificaram-se concentrações diferentes de

lactato sanguíneo. Parece que em sujeitos com muitos anos de treino aeróbio

de corrida, a frequência cardíaca é mais estável que a lactatémia no decurso

de um treino por intervalos, mantendo-se a intensidade de esforço.

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Conclusão

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Ano Lectivo 2007/2008 59

7. Conclusão

As principais conclusões que podemos retirar após a análise e discussão

dos resultados sugerem que:

(i) num protocolo de treino intervalado, quanto menor for o intervalo

entre repetições, maior será a acumulação do lactato sanguíneo.

(ii) a frequência cardíaca aumenta com a diminuição do tempo de

intervalo entre repetições.

(iii) a frequência cardíaca, em atletas com um trabalho aeróbio muito

elevado, apresenta uma grande estabilidade nos valores obtidos ao longo dos

testes.

(iv) existem algumas excepções a este aumento de concentração de

lactato sanguíneo com a diminuição do tempo de intervalo.

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Bibliografia

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