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A A P P L L I I C C A A Ç Ç Ã Ã O O D D E E C C O O N N C C E E I I T T O O S S R R E E O O L L Ó Ó G G I I C C O O S S N N A A T T E E C C N N O O L L O O G G I I A A D D O O S S C C O O N N C C R R E E T T O O S S D D E E A A L L T T O O D D E E S S E E M M P P E E N N H H O O ALESSANDRA LORENZETTI DE CASTRO Tese apresentada à Área de Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais, da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Ciência e Engenharia dos Materiais. Orientador: Prof. Dr. Jefferson Liborio São Carlos 2007 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INTERUNIDADES (IFSC – IQSC – EESC) CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS

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  • AAPPLLIICCAAOO DDEE CCOONNCCEEIITTOOSS RREEOOLLGGIICCOOSS NNAA

    TTEECCNNOOLLOOGGIIAA DDOOSS CCOONNCCRREETTOOSS DDEE AALLTTOO DDEESSEEMMPPEENNHHOO

    ALESSANDRA LORENZETTI DE CASTRO Tese apresentada rea de

    Interunidades em Cincia e

    Engenharia de Materiais, da

    Universidade de So Paulo, como

    parte dos requisitos para a obteno

    do ttulo de Doutor em Cincia e

    Engenharia dos Materiais.

    Orientador: Prof. Dr. Jefferson Liborio

    So Carlos

    2007

    UNIVERSIDADE DE SO PAULO INTERUNIDADES (IFSC IQSC EESC)

    CINCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS

  • Ficha catalogrfica preparada pela Seo de Referncia do Servio de Biblioteca e Informao IFSC/USP

    Castro, Alessandra Lorenzetti de C355a Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho/ Alessandra Lorenzetti de Castro. So Carlos, 2007 Tese (Doutorado) Escola de Engenharia de So Carlos / Instituto de Fsica de So Carlos/ Instituto de Qumica de So Carlos- Universidadede So Paulo, 2007. 302 f. rea: Cincia e Engenharia de Materiais. Orientador: Prof. Dr. Jefferson Benedicto Libardi Liborio. 1. Concreto de alto desempenho. 2. Reologia. 3. Trabalhabilidade. I. Ttulo.

  • Aos meus pais, Sandra e Orley, e

    minha irm, Renata, sempre

    presentes nas minhas conquistas.

  • AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

    Primeiramente, agradeo a Deus por ter me iluminado durante toda essa

    caminhada, dando-me fora para enfrentar as dificuldades, humildade para

    reconhecer e corrigir os erros e sabedoria para agradecer as conquistas.

    minha amada famlia, Sandra, Orley e Renata, em extenso aos meus

    avs, Srgio, Ruth, Orley e Marilourdes, pelo amor, apoio e incentivo dados durante

    toda a minha vida, permitindo o traado de um caminho digno e correto do qual

    muito me orgulho.

    Um obrigado especial D, pelos momentos de carinho vividos desde o meu

    nascimento. A todos os meus familiares que torcem por mim e vibram com cada

    conquista.

    Ao Danilo, pelo carinho, confiana, apoio, incentivo e companheirismo

    compartilhados desde sempre.

    Aos meus amigos, Buby e Tatiana, pela convivncia saudvel e amizade.

    Ao meu orientador Prof. Dr. Jefferson Benedicto Libardi Liborio, por ter

    acreditado e confiado em mim, dando-me a oportunidade de ingressar nesse

    maravilhoso mundo da pesquisa de tecnologia dos materiais.

    Fernanda Giannotti, Sandra, Valdirene, Jos Amrico, Thiago, Rodrigo,

    Fernanda Costenaro, Vanessa, Samir e Marcelo, amigos do Laboratrio de

    Materiais Avanados Base de Cimento, pela troca de conhecimento e auxlios

    experimentais. Com certeza vivemos momentos importantes que guardaremos para

    sempre em nossas memrias.

    Ao Laboratrio de Cermicas Especiais e Refratrios/Grupo de Engenharia

    de Microestruturas de Materiais da Universidade Federal de So Carlos, em

    especial ao Prof. Dr. Victor Carlos Pandolfelli, pelo auxlio na escolha e anlise dos

    mtodos experimentais na rea de reologia dos concretos. Agradeo tambm aos

    pesquisadores Fernando e Ivone que fazem parte desse grupo de pesquisa e que

    muito me auxiliaram no desenvolvimento dos ensaios de reometria.

    secretaria da Interunidades, aos funcionrios do Laboratrio de Engenharia

    de Estruturas, ao Sr. Wilson e ao Jorge pelo auxlio prestado durante a realizao

    dessa pesquisa.

    FAPESP Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo, pelo

    apoio financeiro dado ao desenvolvimento da presente pesquisa.

  • PUBLICAES

    CASTRO, A.L.; LIBORIO, J.B.L. Comportamento reolgico do concreto de alto

    desempenho. In: SIMPSIO EM CINCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS, 5., 2002, So Carlos/SP. Resumos estendidos... p. 27-28.

    CASTRO, A.L. et al. Desenvolvimento tecnolgico dos concretos nos ltimos 50 anos. In: CONCRETO COLLOQUIA 2003, 2003, So Carlos/SP. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L.; LIBORIO, J.B.L. Anlise da trabalhabilidade da pasta de cimento fresco atravs do ensaio de miniabatimento. In: SIMPSIO EM CINCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS, 6., 2003, So Carlos/SP. Resumos estendidos... p. 07-08.

    CASTRO, A.L; LIBORIO, J.B.L. A importncia da avaliao reolgica de pastas com e sem slica ativa para produo de concretos estruturais com cimento Portland para obras martimas. In: SEMINRIO E WORKSHOP EM ENGENHARIA OCENICA, 2004, Rio Grande/RS. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L; SILVA, F.G.; LIBORIO, J.B.L. Potencialidade de uso de concretos especiais em obras martimas. In: SEMINRIO E WORKSHOP EM ENGENHARIA OCENICA, 2004, Rio Grande/RS. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L; LIBORIO, J.B.L. Reologia de pastas e argamassas no estado fresco Um avano na produo de concreto de alto desempenho. In: JORNADAS SUL-AMERICANAS DE ENGENHARIA ESTRUTURAL, 31., 2004, Mendoza/Argentina. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L; LIBORIO, J.B.L. A influncia da slica ativa sobre a determinao do teor timo de aditivo superplastificante em pastas de cimento no estado fresco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 46., 2004, Florianpolis/SC. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L.; LIBORIO, J.B.L. A influncia do procedimento de mistura sobre a trabalhabilidade de pastas de cimento. In: SIMPSIO EM CINCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS, 7., 2004, So Carlos/SP. Resumos estendidos... p. 03-04.

    CASTRO, A.L. et al. Concretos de alto desempenho constitudos com slica extrada da casca de arroz. In: SIABE 2005 SIMPSIO IBERO-AMERICANO O BETO NAS ESTRUTURAS, 2005, Coimbra/Portugal. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L. et al. Estudo do comportamento de concretos de alto desempenho. In: SIABE 2005 SIMPSIO IBERO-AMERICANO O BETO NAS ESTRUTURAS, 2005, Coimbra/Portugal. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L; LIBORIO, J.B.L. Avaliao da trabalhabilidade de concretos de alto desempenho em termos da tenso de escoamento. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 47., 2005, Olinda/PE. Anais... CD-ROM.

  • CASTRO, A.L. et al. Structural concretes with silica fume for the production of durable structures. In: INTERNATIONAL ACI/CANMET CONFERENCE ON QUALITY OF CONCRETE STRUCTURES AND RECENT ADVANCES IN CONCRETE MATERIALS AND TESTING, 4., 2005, Olinda/PE. Proceedings CD-ROM.

    CASTRO, A.L. et al. Demystifying the production process of high performance and high strength concretes Design considerations. In: INTERNATIONAL ACI/CANMET CONFERENCE ON QUALITY OF CONCRETE STRUCTURES AND RECENT ADVANCES IN CONCRETE MATERIALS AND TESTING, 4., 2005, Olinda/PE. Proceedings CD-ROM.

    CASTRO, A.L.; LIBORIO, J.B.L. A influncia do procedimento de mistura sobre a trabalhabilidade de concretos de alto desempenho. In: CONPAT 2005 - VIII CONGRESO LATINOAMERICANO DE PATOLOGA DE LA CONSTRUCCIN/X CONGRESO DE CONTROL DE CALIDAD EN LA CONSTRUCCIN, 2005, Assuno/Paraguai. Anais CD-ROM.

    CASTRO, A.L.; LIBORIO, J.B.L. Consideraes sobre o processo de produo de concreto de alto desempenho para estruturas pr-moldadas. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA-PROJETO-PRODUO EM CONCRETO PR-MOLDADO, 1., 2005, So Carlos. Anais CD-ROM.

    CASTRO, A.L.; LIBORIO, J.B.L. Caracterizao reolgica inicial de concretos de alto desempenho. In: SIMPSIO EM CINCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS, 8., 2005, So Carlos/SP. Resumos... p.10.

    CASTRO, A.L; LIBORIO, J.B.L. A influncia dos agregados sobre o comportamento do concreto de alto desempenho no estado fresco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 48., 2006, Rio de Janeiro/RJ. Anais... CD-ROM.

    CASTRO, A.L; LIBORIO, J.B.L. A influncia das adies qumicas e minerais sobre a trabalhabilidade de concretos de alto desempenho. In: SIMPSIO EM CINCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS, 9., 2006, So Carlos/SP. Resumos estendidos... p. 03-04.

    CASTRO, A.L; LIBORIO, J.B.L. Initial rheological description of high performance concretes. Materials Research, v. 9, n. 4, Oct.-Dec. 2006.

  • SSUUMMRRIIOO

    Lista de figuras vLista de tabelas xvLista de smbolos e abreviaturas xixResumo xxiAbstract xxiii1 Introduo 1 1.1 Importncia e justificativa do estudo 4 1.2 Objetivos 6 1.3 Organizao do trabalho 72 Concreto de alto desempenho 9 2.1 Definio 9 2.2 Histrico 10 2.3 Aplicaes 11 2.4 Materiais constituintes 13 2.4.1 Cimento 14 2.4.2 Agregados 18 2.4.3 gua de amassamento 21 2.4.4 Aditivo superplastificante 22 2.4.5 Slica ativa 263 Aspectos conceituais relacionados a reologia 31 3.1 Definio de reologia 31 3.2 Tenso, deformao e viscosidade 34 3.2.1 Conceito de tenso 35 3.2.2 Conceito de deformao 36 3.2.3 Conceito de viscosidade 38 3.3 Classificao dos modelos reolgicos 40 3.3.1 Fluidos Newtonianos 41 3.3.2 Fluidos no-Newtonianos 414 Trabalhabilidade do concreto fresco 47 4.1 Definio de trabalhabilidade 47 4.2 Avaliao da trabalhabilidade 50 4.3 Fatores que influenciam a trabalhabilidade 54 4.3.1 Tempo de manipulao das misturas 55 4.3.2 Propriedades dos componentes da mistura 55 4.3.3 Propores da mistura 62 4.3.4 Teor de ar incorporado e temperatura 66 4.3.5 Processos prticos 67 4.4 Perda de abatimento 715 Reologia do concreto fresco 79 5.1 Classificao reolgica do concreto fresco 82 5.1.1 Parmetros reolgicos 86

  • ii

    5.1.2 Tixotropia 92 5.2 Fatores que influenciam o comportamento reolgico do concreto fresco 96 5.2.1 Reologia da pasta de cimento 98 5.2.1.1 Microestrutura da pasta de cimento 102 5.2.1.2 Interao cimento-aditivo 105 5.2.1.3 Estudo do escoamento de pastas de cimento atravs dos

    ensaios de miniabatimento e cone de Marsh compatibilidade entre os materiais

    110

    5.2.1.4 Ponto de saturao do aditivo 117 5.2.2 Distribuio e empacotamento de partculas 119 5.2.2.1 Segregao e exsudao 121 5.2.3 Estado de disperso das partculas 123 5.2.4 Vibrao 127 5.3 Medio das propriedades reolgicas do concreto fresco 130 5.3.1 Ensaios que medem apenas um parmetro reolgico 132 5.3.1.1 Ensaio de abatimento do tronco de cone 132 5.3.1.2 Consistmetro de Ve-Be 135 5.3.1.3 Caixa L 137 5.3.2 Ensaios que medem os dois parmetros reolgicos 139 5.3.2.1 Ensaio de abatimento de tronco de cone modificado 140 5.3.2.2 Remetro 143 6 Procedimento experimental 151 6.1 Dosagem do concreto 152 6.1.1 Escolha dos traos estudados 152 6.1.2 Composio dos traos de concreto 152 6.1.3 Trao definitivo e ajustado 155 6.1.4 Procedimento de mistura do concreto de alto desempenho 155 6.2 Avaliao da trabalhabilidade pelos mtodos de ensaio tradicionais 156 6.3 Avaliao da capacidade de escoamento 157 6.4 Caracterizao reolgica dos concretos de alto desempenho 157 6.5 Avaliao da trabalhabilidade pelos mtodos de ensaio que determinam os

    dois parmetros reolgicos 157

    7 Resultados e discusses 159 7.1 Dosagem dos concretos de alto desempenho 160 7.1.1 Estudo da matriz pasta de cimento 160 7.1.2 Estudo da fase agregado 167 7.1.3 Trao definitivo e ajustado 169 7.2 Avaliao da trabalhabilidade pelos mtodos de ensaio tradicionais 170 7.2.1 Ensaio de abatimento de tronco de cone 171 7.2.2 Consistmetro de Ve-Be 178 7.3 Avaliao da capacidade de escoamento do CAD fresco 185 7.4 Avaliao da trabalhabilidade pelos mtodos de ensaio que determinam os

    dois parmetros reolgicos 188

    7.4.1 Ensaio de abatimento de tronco de cone modificado 188 7.4.2 Remetro 198

  • iii

    7.4.2.1 Identificao da natureza reolgica dos concretos de alto desempenho

    199

    7.4.2.2 Avaliao da trabalhabilidade dos concretos de alto desempenho atravs da evoluo dos parmetros reolgicos

    205

    7.4.2.3 Comportamento ao cisalhamento dos concretos de alto desempenho ao longo do tempo

    217

    7.4.2.4 Influncia da temperatura e do pH sobre o comportamento de concretos de alto desempenho

    222

    7.5 Comparao dos resultados 226 7.5.1 Correlao entre o abatimento e os parmetros reolgicos 226 7.5.2 Correlao entre o abatimento, o tempo e os parmetros reolgicos 232 7.5.3 Influncia do misturador 238 7.5.4 Comparao do comportamento dos concretos produzidos com os

    diferentes procedimentos de mistura 242

    8 Concluses 253 8.1 Sugestes para pesquisas futuras 257Anexos 259 Anexo A Caracterizao dos materiais 259 Anexo B Caracterizao dos concretos estudados 270 Anexo C Estudo da pasta de cimento 274 Anexo D Caracterizao reolgica do concreto fresco 276Referncias bibliogrficas 291

  • iv

  • v

    LLIISSTTAA DDEE FFIIGGUURRAASS

    Figura 2.1 - Edifcio Water Tower Place. 13Figura 2.2 - Edifcio Petronas Towers. 13Figura 2.3 - Edifcio Taipei 101. 13Figura 2.4 - Edifcio e-Tower. 13Figura 2.5 - Plataforma Gullfaks. 13Figura 2.6 - Confederation Bridge. 13Figura 2.7 - Desenvolvimento da microestrutura durante a hidratao do cimento

    Portland. 16

    Figura 2.8 - Diagrama ilustrativo de como a microestrutura, as condies prvias de exposio e condicionantes do processo de fabricao do agregado determinam as suas caractersticas e como estas afetam o trao e as propriedades do concreto fresco e endurecido.

    19

    Figura 2.9 - Difratograma de raios-X da slica de Fe-Si (a) na forma como produzida e (b) depois de aquecida a 1100C.

    29

    Figura 3.1 - Componentes do tensor tenso para um sistema de coordenadas cartesianas.

    36

    Figura 3.2 - Conceito de deformao: (A) rotao sem deformao; (B) deformao por cisalhamento; e (C) deformao por elongao.

    36

    Figura 3.3 - Deformao de um fluido. 38Figura 3.4 - Lei de Newton para viscosidade de um fluido. 39Figura 3.5 - Comportamento reolgico de fluidos independentes do tempo. 43Figura 4.1 - Fatores que influenciam as propriedades de um concreto. 56Figura 4.2 - Microscopia da seo polida de um ndulo de clnquer onde: Alita =

    C3S; Belita = C2S. 59

    Figura 5.1 - Equao de Bingham para um fluido. Curva de escoamento tpica para um fluido binghamiano.

    84

    Figura 5.2 - Reologia do concreto: (A) mesma tenso de escoamento e diferentes viscosidades; (B) mesma viscosidade e diferentes tenses de escoamento.

    88

    Figura 5.3 - Adaptao de uma representao grfica da hidratao do cimento pelo mtodo da calorimetria.

    106

    Figura 5.4 - Interaes entre cimento Portland, sulfato de clcio e SP. 108Figura 5.5 - Foto (A) e esquema com as dimenses (B) do minitronco de cone. 112Figura 5.6 - Exemplo de execuo do ensaio de miniabatimento. 113Figura 5.7 - Foto do equipamento completo (A) e esquema detalhado do funil (B)

    do ensaio do cone de Marsh empregado na presente pesquisa (dimenses em [mm]).

    116

    Figura 5.8 - Determinao do ponto de saturao do aditivo superplastificante pelo mtodo apresentado por Atcin (2000).

    118

    Figura 5.9 - Determinao do ponto de saturao do aditivo superplastificante pelo mtodo AFREM desenvolvido por de Larrard et al. (1997b).

    119

    Figura 5.10 - Ilustrao dos mecanismos de estabilizao de suspenses: (a) estabilizao eletrosttica, (b) estabilizao estrica e (c) estabilizao eletroestrica.

    125

    Figura 5.11 - Ensaio de abatimento de tronco de cone. 134

  • vi

    Figura 5.12 - Tipos de abatimento. 135 Figura 5.13 - (A) Esquema do consistmetro de Ve-Be (DNER-ME 094, 1994) e (B)

    foto do equipamento utilizado na presente pesquisa. 136

    Figura 5.14 - Caixa L. 138 Figura 5.15 - Detalhe das grades a serem utilizadas no ensaio da Caixa L. 138 Figura 5.16 - Haste para a realizao do ensaio de abatimento modificado. Disco

    deslizante no detalhe. 141

    Figura 5.17 - Esquema do ensaio de abatimento de tronco de cone modificado. 141 Figura 5.18 - bacos para estimativa da tenso de escoamento e da viscosidade

    plstica do concreto a partir dos resultados do ensaio de abatimento modificado (para concretos com densidade de 2400 kg/m3).

    143

    Figura 5.19 - Remetro BML, baseado no conceito de cilindros coaxiais. 144 Figura 5.20 - Remetro BTRHEOM, baseado no conceito placa/placa. 144 Figura 5.21 - Diagrama esquemtico do remetro planetrio usado na presente

    pesquisa. 145

    Figura 5.22 - Fotografia dos remetros usados na presente pesquisa. 147 Figura 6.1 - Esquema da metodologia utilizada na presente pesquisa. 151 Figura 6.2 - Diferentes procedimentos de mistura avaliados, onde AM=agregado

    mido, AG=agregado grado, CP=cimento, SA=slica ativa, A=gua e SP=superplastificante.

    156

    Figura 7.1 - Curva do tempo de escoamento versus tempo para pastas de cimento produzidas com CPV ARI Plus em funo da seqncia de mistura adotada.

    161

    Figura 7.2 - Curva do tempo de escoamento versus tempo para pastas de cimento produzidas com CPV ARI RS em funo da seqncia de mistura adotada.

    162

    Figura 7.3 - Curvas logaritmo do tempo de escoamento versus teor de SP e pontos de saturao do SP para pastas de aglomerantes incorporadas com SP.

    164

    Figura 7.4 - Curva rea de espalhamento versus tempo para pastas de cimento com e sem a adio de slica ativa.

    166

    Figura 7.5 - Grfico da combinao entre os agregados versus ndice de vazios para as composies estudadas.

    168

    Figura 7.6 - Curvas abatimento de tronco de cone versus tempo para os microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    171

    Figura 7.7 - Curvas abatimento de tronco de cone versus tempo para os microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    172

    Figura 7.8 - Ensaio de abatimento de tronco de cone para microconcretos de alto desempenho: avaliao da perda da trabalhabilidade ao longo do tempo: (A) aos 10 minutos; (B) aos 60 minutos; e (C) aos 120 minutos.

    172

    Figura 7.9 - Curvas abatimento de tronco de cone versus tempo para os concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    175

    Figura 7.10 - Curvas abatimento de tronco de cone versus tempo para os concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    175

    Figura 7.11 - Curvas tempo Ve-Be versus tempo para os microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    179

    Figura 7.12 - Curvas tempo Ve-Be versus tempo para os microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    179

  • vii

    Figura 7.13 - Etapas do ensaio para determinao do tempo Ve-Be: (A) tronco de cone de concreto com disco transparente posicionado para o incio do ensaio; e (B) concreto ocupando o formato cilndrico da cuba do equipamento, o que caracteriza o fim do ensaio.

    182

    Figura 7.14 - Curvas tempo Ve-Be versus tempo para os concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    183

    Figura 7.15 - Curvas tempo Ve-Be versus tempo para os concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    183

    Figura 7.16 - Ensaio de caixa L para as misturas ensaiadas. 187Figura 7.17 - Ensaio da caixa L com a aplicao de uma fora vibratria para o

    completo adensamento do concreto. As letras indicam a seqncia da evoluo do adensamento.

    188

    Figura 7.18 - Curva da tenso de escoamento versus tempo para microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    191

    Figura 7.19 - Curva da tenso de escoamento versus tempo para microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    191

    Figura 7.20 - Ensaio de abatimento de tronco de cone modificado - caracterizao reolgica das misturas de alto desempenho: (A) aos 10 minutos; (B) aos 60 minutos; e (C) aos 120 minutos.

    193

    Figura 7.21 - Curva da tenso de escoamento versus tempo para concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    195

    Figura 7.22 - Curva da tenso de escoamento versus tempo para concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    195

    Figura 7.23 - Curvas ascendentes de cisalhamento dos MCAD produzidos com CPV ARI Plus e com composio variada.

    201

    Figura 7.24 - Curvas ascendentes de cisalhamento dos MCAD produzidos com CPV ARI RS e com composio variada.

    201

    Figura 7.25 - Curvas ascendentes de cisalhamento dos MCAD produzidos com CPV ARI Plus e de acordo com os procedimentos propostos.

    201

    Figura 7.26 - Curvas ascendentes de cisalhamento dos MCAD produzidos com CPV ARI RS e de acordo com os procedimentos propostos.

    202

    Figura 7.27 - Curvas de cisalhamento dos MCAD, com variaes na composio, produzidos com CPV ARI Plus. Obs.: as setas indicam o sentido de aplicao da velocidade de cisalhamento.

    203

    Figura 7.28 - Curvas de cisalhamento dos MCAD produzidos com CPV ARI Plus e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa. Obs.: as setas indicam o sentido de aplicao da velocidade de cisalhamento.

    203

    Figura 7.29 - Curvas de cisalhamento dos MCAD, com variaes na composio, produzidos com CPV ARI RS. Obs.: as setas indicam o sentido de aplicao da velocidade de cisalhamento.

    204

    Figura 7.30 - Curvas de cisalhamento dos MCAD produzidos com CPV ARI RS e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa. Obs.: as setas indicam o sentido de aplicao da velocidade de cisalhamento.

    204

    Figura 7.31 - Curva do torque de escoamento versus tempo para os MCAD produzidos com composies variadas.

    206

    Figura 7.32 - Curva da viscosidade de torque versus tempo para os MCAD produzidos com composies variadas.

    207

    Figura 7.33 - Curva do torque de escoamento versus tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI Plus e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa.

    212

  • viii

    Figura 7.34 - Curva do torque de escoamento versus tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI RS e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa.

    213

    Figura 7.35 - Curva da viscosidade de torque versus tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI Plus e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa.

    213

    Figura 7.36 - Curva da viscosidade de torque versus tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI RS e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa.

    213

    Figura 7.37 - Curvas do torque em funo do tempo para as misturas produzidas com CPV ARI Plus e com composies variadas.

    218

    Figura 7.38 - Curvas do torque em funo do tempo para as misturas produzidas com CPV ARI RS e com composies variadas.

    218

    Figura 7.39 - Fotos do ensaio de cisalhamento contnuo ao longo do tempo: (A) no incio do ensaio; (B) aps 30 minutos; (C) aps 60 minutos; (D) aps 90 minutos e (E) indicando o fim do ensaio (material sem coeso aderido na parede da cuba de ensaio p misturadora girando no vazio).

    219

    Figura 7.40 - Curvas do torque em funo do tempo para as misturas produzidas com CPV ARI Plus e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa.

    221

    Figura 7.41 - Curvas do torque em funo do tempo para as misturas produzidas com CPV ARI RS e de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa.

    221

    Figura 7.42 - Evoluo da temperatura ao longo do tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI Plus.

    223

    Figura 7.43 - Evoluo da temperatura ao longo do tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI RS.

    223

    Figura 7.44 - Evoluo do pH ao longo do tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI Plus.

    225

    Figura 7.45 - Evoluo do pH ao longo do tempo para os MCAD produzidos com CPV ARI RS.

    226

    Figura 7.46 - Correlao entre g versus h para as misturas produzidas com CPV ARI Plus (R2 = 0,042).

    227

    Figura 7.47 - Correlao entre g versus h para as misturas produzidas com CPV ARI RS (R2 = 0,050).

    227

    Figura 7.48 - Comparao entre a tenso de escoamento (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) e o torque de escoamento (determinado a partir do remetro) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    228

    Figura 7.49 - Comparao entre a tenso de escoamento (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) e o torque de escoamento (determinado a partir do remetro) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    229

    Figura 7.50 - Comparao entre a viscosidade plstica (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) e a viscosidade de torque (determinada a partir do remetro) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    229

    Figura 7.51 - Comparao entre a viscosidade plstica (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) e a viscosidade de torque (determinada a partir do remetro) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    229

  • ix

    Figura 7.52 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e a tenso de escoamento (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    231

    Figura 7.53 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e o torque de escoamento (determinado a partir do ajuste da curva de cisalhamento ao modelo binghamiano) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    231

    Figura 7.54 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e a tenso de escoamento (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    231

    Figura 7.55 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e o torque de escoamento (determinado a partir do ajuste da curva de cisalhamento ao modelo binghamiano) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    231

    Figura 7.56 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e a viscosidade plstica (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    231

    Figura 7.57 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e a viscosidade de torque (determinada a partir do ajuste da curva de cisalhamento ao modelo binghamiano) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    231

    Figura 7.58 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e a viscosidade plstica (determinada pelo ensaio de abatimento de tronco de cone modificado) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    231

    Figura 7.59 - Correlao entre o abatimento de tronco de cone tradicional e a viscosidade de torque (determinada a partir do ajuste da curva de cisalhamento ao modelo binghamiano) para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    231

    Figura 7.60 - Evoluo da tenso de escoamento (o) e do abatimento (Ab) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    233

    Figura 7.61 - Evoluo do torque de escoamento (g) e do abatimento (Ab) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    233

    Figura 7.62 - Evoluo da tenso de escoamento (o) e do abatimento (Ab) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    234

    Figura 7.63 - Evoluo do torque de escoamento (g) e do abatimento (Ab) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    234

    Figura 7.64 - Evoluo da viscosidade plstica () e da viscosidade de torque (h) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    235

    Figura 7.65 - Evoluo da viscosidade plstica () e da viscosidade de torque (h) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    235

    Figura 7.66 - Evoluo da fluidez (dimetro de concreto abatido D) e do torque de escoamento (g) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI Plus.

    236

    Figura 7.67 - Evoluo da fluidez (dimetro de concreto abatido D) e do torque de escoamento (g) com o tempo para os MCAD3 produzidos com CPV ARI RS.

    237

    Figura 7.68 - Fotos do ensaio de fluidez ao longo do tempo: (A) antes do cisalhamento (no incio do ensaio), (B) aps o primeiro, (C) o segundo e (D) o terceiro ciclos de cisalhamento.

    237

  • x

    Figura 7.69 - Betoneira de eixo inclinado usada na pesquisa. 239 Figura 7.70 - Argamassadeira planetria usada na pesquisa. 239 Figura 7.71 - Comparao da tenso de escoamento e do torque de escoamento

    medidos a partir dos mtodos de ensaio considerados para cada mistura.

    240

    Figura 7.72 - Comparao da viscosidade plstica e da viscosidade de torque medidas a partir dos mtodos de ensaio considerados para cada mistura.

    241

    Figura A.1 - Curva granulomtrica da areia. 263 Figura A.2 - Curvas granulomtricas das britas 0, 1 e 2. 267 Figura D.1 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido

    com CPV ARI Plus (10 minutos). 278

    Figura D.2 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    278

    Figura D.3 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    278

    Figura D.4 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    278

    Figura D.5 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    278

    Figura D.6 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    278

    Figura D.7 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.8 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.9 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.10 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.11 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.12 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.13 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.14 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    279

    Figura D.15 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    280

    Figura D.16 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI Plus (10 minutos).

    280

    Figura D.17 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    280

    Figura D.18 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    280

    Figura D.19 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    280

    Figura D.20 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    280

  • xi

    Figura D.21 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    280

    Figura D.22 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    280

    Figura D.23 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.24 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.25 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.26 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.27 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.28 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.29 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.30 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    281

    Figura D.31 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    282

    Figura D.32 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI Plus (30 minutos).

    282

    Figura D.33 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    282

    Figura D.34 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    282

    Figura D.35 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    282

    Figura D.36 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    282

    Figura D.37 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    282

    Figura D.38 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    282

    Figura D.39 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

    Figura D.40 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

    Figura D.41 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

    Figura D.42 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

    Figura D.43 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

    Figura D.44 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

    Figura D.45 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

  • xii

    Figura D.46 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    283

    Figura D.47 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    284

    Figura D.48 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI Plus (60 minutos).

    284

    Figura D.49 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    284

    Figura D.50 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    284

    Figura D.51 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    284

    Figura D.52 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    284

    Figura D.53 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    284

    Figura D.54 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    284

    Figura D.55 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.56 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.57 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.58 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.59 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.60 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.61 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.62 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    285

    Figura D.63 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    286

    Figura D.64 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI RS (10 minutos).

    286

    Figura D.65 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    286

    Figura D.66 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    286

    Figura D.67 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    286

    Figura D.68 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    286

    Figura D.69 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    286

    Figura D.70 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    286

  • xiii

    Figura D.71 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.72 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.73 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.74 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.75 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.76 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.77 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.78 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    287

    Figura D.79 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    288

    Figura D.80 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI RS (30 minutos).

    288

    Figura D.81 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    288

    Figura D.82 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD1 produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    288

    Figura D.83 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    288

    Figura D.84 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD2 produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    288

    Figura D.85 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    288

    Figura D.86 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/A produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    288

    Figura D.87 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.88 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/B produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.89 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.90 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/C produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.91 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.92 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/D produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.93 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.94 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/E produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    289

    Figura D.95 - Parte ascendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    290

  • xiv

    Figura D.96 - Parte descendente da curva de cisalhamento do MCAD3/F produzido com CPV ARI RS (60 minutos).

    290

  • xv

    LLIISSTTAA DDEE TTAABBEELLAASS

    Tabela 2.1 - Grau de hidratao necessrio para desconexo de poros, em funo da relao gua/cimento e teor de slica ativa.

    15

    Tabela 4.1 - Esquema da nomenclatura para trabalhabilidade. 49Tabela 4.2 - Influncia do aumento da proporo dos materiais constituintes da

    mistura sobre a trabalhabilidade. 64

    Tabela 5.1 - Equaes que relacionam a tenso e a taxa de cisalhamento para descrever o comportamento ao escoamento de concretos no estado fresco.

    83

    Tabela 5.2 - Evoluo dos parmetros reolgicos durante a utilizao do concreto fresco. Interpretao e correo do problema encontrado.

    97

    Tabela 5.3 - Relao entre as foras entre as partculas, o estado de disperso e a reologia das suspenses.

    105

    Tabela 6.1 - Traos a serem analisados na pesquisa. 152Tabela 6.2 - Procedimentos de mistura avaliados para a produo das pastas de

    cimento. 154

    Tabela 6.3 - Exemplo da determinao da composio ideal entre dois agregados de granulometrias diferentes atravs da massa unitria no estado compactado.

    154

    Tabela 7.1 - Variao do procedimento de mistura e os correspondentes tempos de escoamento para as pastas de cimento produzidas com slica ativa.

    161

    Tabela 7.2 - Tempos de escoamento para pastas de aglomerantes incorporadas com SP determinados atravs do ensaio de cone de Marsh.

    164

    Tabela 7.3 - reas de espalhamento obtidas a partir do ensaio de miniabatimento para pastas de cimento com e sem a adio de slica ativa.

    165

    Tabela 7.4 - Caractersticas das matrizes pasta de cimento e/ou de aglomerantes a serem incorporadas s misturas de concretos de alto desempenho.

    167

    Tabela 7.5 - Composio ideal entre areia e brita 0 (microconcreto). 167Tabela 7.6 - Composio ideal entre britas 1 e 2 (concreto). 167Tabela 7.7 - Traos definitivos e ajustados para as misturas de alto desempenho

    estudadas na pesquisa. 170

    Tabela 7.8 - Resultados do ensaio de abatimento de tronco de cone para os microconcretos de alto desempenho. Abatimentos em [mm].

    171

    Tabela 7.9 - Resultados do ensaio de abatimento de tronco de cone para os concretos de alto desempenho. Abatimentos em [mm].

    175

    Tabela 7.10 - Resultados do ensaio de consistmetro de Ve-Be para os microconcretos de alto desempenho. Tempos em [s].

    178

    Tabela 7.11 - Resultados do ensaio de consistmetro de Ve-Be para os concretos de alto desempenho. Tempos em [s].

    182

    Tabela 7.12 - Resultados obtidos e observaes feitas para a avaliao da capacidade de escoamento de MCAD produzidos com CPV ARI Plus atravs da caixa L.

    185

    Tabela 7.13 - Resultados obtidos e observaes feitas para a avaliao da capacidade de escoamento de MCAD produzidos com CPV ARI RS atravs da caixa L.

    186

  • xvi

    Tabela 7.14 - Resultados obtidos e observaes feitas para a avaliao da capacidade de escoamento de CAD produzidos com CPV ARI Plus atravs da caixa L.

    186

    Tabela 7.15 - Resultados obtidos e observaes feitas para a avaliao da capacidade de escoamento de CAD produzidos com CPV ARI RS atravs da caixa L.

    187

    Tabela 7.16 - Parmetros reolgicos para os MCAD estudados. 190 Tabela 7.17 - Parmetros reolgicos para os CAD estudados. 194 Tabela 7.18 - rea de histerese das curvas de cisalhamento dos MCAD estudados. 204 Tabela 7.19 - Parmetros reolgicos obtidos a partir do ajuste das curvas de

    cisalhamento dos MCAD estudados. 206

    Tabela 7.20 - Parmetros reolgicos obtidos a partir do ajuste das curvas de cisalhamento dos MCAD produzidos de acordo com os procedimentos de mistura propostos na pesquisa.

    212

    Tabela 7.21 - Valores da fluidez medida antes e aps o ciclo de cisalhamento pra os MCAD produzidos com CPV ARI Plus e CPV ARI RS.

    236

    Tabela 7.22 - Valores dos fatores considerados na avaliao do comportamento dos MCAD a partir do ensaio de abatimento de tronco modificado (para um intervalo de 30 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    245

    Tabela 7.23 - Pontuao dos fatores considerados na avaliao dos comportamentos dos MCAD a partir do ensaio de abatimento de tronco de cone modificado (para um intervalo de 30 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    246

    Tabela 7.24 - Valores dos fatores considerados na avaliao do comportamento dos MCAD a partir do remetro (para um intervalo de 30 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    247

    Tabela 7.25 - Pontuao dos fatores considerados na avaliao dos comportamentos dos MCAD a partir do remetro (para um intervalo de 30 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    248

    Tabela 7.26 - Valores dos fatores considerados na avaliao do comportamento dos MCAD a partir do ensaio de abatimento de tronco modificado (para um intervalo de 60 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    249

    Tabela 7.27 - Pontuao dos fatores considerados na avaliao dos comportamentos dos MCAD a partir do ensaio de abatimento de tronco de cone modificado (para um intervalo de 60 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    250

    Tabela 7.28 - Valores dos fatores considerados na avaliao do comportamento dos MCAD a partir do remetro (para um intervalo de 60 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    251

    Tabela 7.29 - Pontuao dos fatores considerados na avaliao dos comportamentos dos MCAD a partir do remetro (para um intervalo de 60 minutos entre a mistura e o lanamento do material).

    252

    Tabela A.1 - Propriedades qumicas e composio potencial dos cimentos utilizados na pesquisa.

    260

    Tabela A.2 - Propriedades fsicas dos cimentos utilizados na pesquisa. 261 Tabela A.3 - Composio granulomtrica do agregado mido. 263 Tabela A.4 - Composio granulomtrica do agregado grado (brita 0). 266 Tabela A.5 - Composio granulomtrica do agregado grado (brita 1). 266 Tabela A.6 - Composio granulomtrica do agregado grado (brita 2). 267

  • xvii

    Tabela A.7 - Massa unitria, massa especfica, absoro, teor de materiais pulverulentos, nmero de angulosidade e ndice de forma (agregados grados).

    267

    Tabela A.8 - Composio qumica e perda ao fogo da SFS empregada na pesquisa.

    269

    Tabela B.1 - Massa especfica e consumo de materiais para microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    270

    Tabela B.2 - Massa especfica e consumo de materiais para microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    271

    Tabela B.3 - Tempos de incio e fim de pega das pastas de cimento que compem os microconcretos de alto desempenho (em [min]).

    271

    Tabela B.4 - Resistncia compresso, resistncia trao e mdulo de elasticidade dos microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    271

    Tabela B.5 - Resistncia compresso, resistncia trao e mdulo de elasticidade dos microconcretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    272

    Tabela B.6 - Massa especfica e consumo de materiais para concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    273

    Tabela B.7 - Massa especfica e consumo de materiais para concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    273

    Tabela B.8 - Tempos de incio e fim de pega das pastas de cimento que compem os concretos de alto desempenho (em [min]).

    273

    Tabela B.9 - Resistncia compresso, resistncia trao e mdulo de elasticidade dos concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI Plus.

    274

    Tabela B.10 - Resistncia compresso, resistncia trao e mdulo de elasticidade dos concretos de alto desempenho produzidos com CPV ARI RS.

    274

    Tabela C.1 - Tempos de escoamento determinados a partir do ensaio de cone de Marsh para as pastas de cimento incorporadas com slica ativa.

    275

    Tabela C.2 - Dimetros das pastas de cimento abatidas, com e sem a adio de slica ativa, determinados atravs do ensaio de miniabatimento.

    276

    Tabela D.1 - Valores dos abatimentos de tronco de cone e dos tempos de abatimento parcial determinados atravs do ensaio de abatimento de tronco modificado para os MCAD.

    276

    Tabela D.2 - Valores dos abatimentos de tronco de cone e dos tempos de abatimento parcial determinados atravs do ensaio de abatimento de tronco modificado para os CAD.

    277

    Tabela D.3 - Resumo dos coeficientes de ajuste dos modelos reolgicos considerados.

    290

  • xviii

  • xix

    LLIISSTTAA DDEE SSMMBBOOLLOOSS EE AABBRREEVVIIAATTUURRAASS - Tenso de cisalhamento o Tenso de escoamento - Viscosidade plstica - Taxa de cisalhamento - Teor ideal de argamassa a/agl Relao gua/aglomerante

    a/c Relao gua/cimento

    Aft Etringita

    AFm Monossulfoaluminato de clcio hidratado

    ASTM American Society for Testing and Materials

    B.E.T. Brunauer-Emmett-Teller

    BS British Standards

    Ca(OH)2 Hidrxido de clcio

    C2S Silicato diclcico

    C3A Aluminato triclcico

    C3S Silicato triclcico

    C4AF Ferroaluminato tetraclcico

    CAA Concreto auto-adensvel

    CAD Concreto de alto desempenho

    CAR Concreto de alta resistncia

    CPV ARI Plus Cimento Portland de alta resistncia inicial

    CPV ARI RS Cimento Portland de alta resistncia inicial e resistente a sulfatos

    C-S-H Silicato de clcio hidratado

    Dmx Dimenso mxima caracterstica do agregado

    DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

    g Torque de escoamento

    h Viscosidade de torque

    MCAD Microconcreto de alto desempenho

    NBR Norma Brasileira Registrada

    NM Norma Mercosul

    PS Ponto de saturao do aditivo superplastificante

    RPM Rotaes por minuto

    RPS Rotaes por segundo

    SFS Slica ativa de ferro-silcio ou silcio metlico

    SP Aditivo superplastificante

  • xx

  • xxi

    RREESSUUMMOO CASTRO, A. L. Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho. Tese (Doutorado) em Cincia e Engenharia de Materiais, Universidade de So Paulo. So Carlos/SP, 2007. Do ponto de vista reolgico, o concreto fresco flui como um lquido. Sendo assim, o seu

    comportamento no estado fresco deve ser estudado a partir dos conceitos da reologia,

    cincia voltada para o estudo das deformaes e escoamento de um fluido sob a influncia

    de tenses. As estruturas bem planejadas, dependendo do processo adotado para sua

    confeco, so executadas em tempo muito pequeno aps a mistura dos materiais que iro

    constituir os concretos. Assim, a trabalhabilidade do concreto um parmetro importante a

    ser estudado, tanto por facilitar o lanamento do material quanto pelas decises

    relacionadas com a forma desse lanamento. Tradicionalmente, a trabalhabilidade do

    concreto est associada sua consistncia, expressa em termos de abatimento obtido no

    ensaio de tronco de cone, que, apesar de ser um mtodo de ensaio bastante utilizado, no

    a quantifica totalmente. Isto porque o concreto se comporta como um fluido binghamiano,

    sendo, ento, caracterizado por dois parmetros reolgicos: a tenso de escoamento e a

    viscosidade plstica. Assim, o presente trabalho determina alguns parmetros de medida, a

    partir de conceitos reolgicos, para a verificao do comportamento de alguns tipos de

    concreto de alto desempenho no estado fresco, com adio de slica ativa. Para isso, foram

    usados tanto os mtodos de ensaios tradicionais ensaio de abatimento de tronco de cone

    e consistmetro de Ve-Be quanto equipamentos mais modernos remetro. Uma

    modificao do ensaio de abatimento tradicional tambm foi usada como uma tentativa de

    simplificar a determinao dos parmetros reolgicos que caracterizam o comportamento

    dos concretos frescos. A capacidade dos concretos escoarem sob influncia do seu peso

    prprio foi avaliada atravs do ensaio da caixa L. A identificao da natureza reolgica dos

    concretos foi feita com o auxlio de um remetro. A trabalhabilidade dos concretos foi

    avaliada a partir dos mtodos de ensaio que medem os dois parmetros reolgicos e sua

    perda ao longo do tempo foi associada evoluo dos parmetros medidos. Apesar de

    terem sido classificadas como misturas fluidas, nenhum concreto apresentou escoamento

    suficiente que o caracterizasse como um material auto-adensvel, porm apresentou bom

    escoamento sob a energia de um vibrador. A natureza reolgica dos concretos foi

    identificada como sendo realmente semelhante a um fluido binghamiano. A trabalhabilidade,

    bem como sua perda ao longo do tempo, foram associadas evoluo dos parmetros

    reolgicos: observou-se um aumento da tenso de escoamento (ou torque de escoamento),

    enquanto a viscosidade plstica (ou viscosidade de torque) permaneceu praticamente

    constante durante os 60 minutos em que o comportamento foi acompanhado. Conclui-se

    que para a trabalhabilidade dos CAD, h inmeros outros fatores importantes a serem

    considerados no prosseguimento da pesquisa, os quais devero levar em conta parmetros

    associados produo, ao transporte e ao lanamento do material.

  • xxii

  • xxiii

    AABBSSTTRRAACCTT CASTRO, A. L. The application of rheological concepts on the high performance concretes technology. Ph.D. Thesis Cincia e Engenharia de Materiais, Universidade de So Paulo. So Carlos/SP, 2007.

    From the rheological point of view, the fresh concrete flows as a liquid. In such case, its fresh

    behavior should be studied from the concepts of rheology, the science which concerns the

    study of deformation and flow of a fluid under stress influence. The well designed structures,

    depending on the process considered in their production, are performed in a very short time

    after the mixture of the materials that will constitute the concretes. Thus, the concrete

    workability is an important parameter to be studied, even for facilitating the material

    placement and for the decisions related with the method of this process. Traditionally, the

    concrete workability is associated to its consistency, expressed in terms of the slump value

    measured by the slump test that, in spite of being a quite used test, does not quantify it

    totally. It happens because the concrete behaves as a Bingham fluid, being described by two

    rheological parameters: the yield stress and the plastic viscosity. Thus, the present research

    determines some measure parameters from rheological concepts to verify the behavior of

    some types of fresh high performance concrete (with silica fume addition). For this, both

    traditional test methods slump test and Vebe consistometer and more recent equipments

    rheometer were used. A modification of the traditional slump test was also used as an

    attempt to simplify the determination of the rheological parameters that describe the fresh

    concretes behaviors. The capacity of the concretes flow under the influence of their own

    weight was evaluated by the L-box test. The identification of the concretes rheological

    behavior was made with a rheometer. The concretes workability was evaluated from test

    methods that measure the two rheological parameters and its loss over time was associated

    to the evolution of the measured parameters. In spite of being classified as fluid mixtures,

    none of the concretes presented enough flow to describe it as a self-compacting material;

    however they presented a good flow under vibration energy. The concrete rheological

    behavior was identified as being similar to a Bingham fluid. The workability, as its loss over

    time, was associated to the evolution of the rheological parameters: an increase of the yield

    stress (or flow resistance) was observed, while the plastic viscosity (or torque viscosity)

    stayed practically constant during the 60 minutes in which the behavior was followed. It is

    concluded that for the high performance concretes workability, there are other several

    important factors to be considered in the research pursuit, which should consider the

    parameters associated to the materials production, transport and placement.

  • Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    CCAAPPTTUULLOO 11 IINNTTRROODDUUOO

    A utilizao do concreto de alto desempenho (CAD) iniciou-se no exterior nos

    anos 70. No Brasil, a slica ativa s foi introduzida em 1984, sendo a primeira

    utilizao registrada em 1985 (EESC-USP). Desde ento, seu uso vem se

    multiplicando. Esse aumento na aplicao de concretos especiais em obras da

    construo civil se d pela procura de concretos durveis que prolongam a vida til

    das estruturas e, conseqentemente, reduzem os custos com manuteno.

    O concreto considerado um material composto, tendo como componentes

    principais o cimento, os agregados mido e grado e a gua. No caso do CAD,

    aditivos qumicos e adies minerais ou no so incorporados mistura

    tradicional para que a obteno de uma variedade de propriedades e

    caractersticas melhoradas seja possvel.

    Em termos reolgicos, o concreto pode ser entendido como uma

    concentrao de partculas slidas em suspenso (agregados) em um lquido

    viscoso (pasta de cimento). A pasta de cimento, por sua vez, no se configura

    como um lquido homogneo, sendo composta por partculas (gros de cimento) e

    um lquido (gua). De um ponto de vista macroscpico, diz-se que o concreto flui

    como um lquido (FERRARIS, 1996; 1999).

    Assim, sendo o concreto um lquido, para se estudar o seu comportamento

    deformao no estado fresco, parece muito adequado buscar os conceitos da

    reologia, cincia voltada para o estudo da deformao e escoamento de um fluido

    sob a influncia de tenses.

    Desde que Powers e Wiler introduziram seu plasticizmetro em 1941,

    diversas tentativas tm sido feitas para se aplicar uma aproximao mais

    fundamental ao estudo das propriedades do concreto fresco. Porm, a maioria

    dessas tentativas resultou apenas em prottipos de equipamentos. Os mtodos

    mais comumente utilizados so baseados em mtodos de ensaio empricos, como

  • Captulo 1 - Introduo

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    2

    o ensaio de abatimento de tronco de cone introduzido por Abrams em 1918. Um

    grande avano na avaliao da trabalhabilidade do concreto foi obtido em 1973,

    quando Tattersall introduziu o ensaio de dois pontos da trabalhabilidade. Esse

    equipamento, que esteve comercialmente disponvel por mais de uma dcada, est

    bem documentado na literatura (WALLEVIK & GJRV, 1990b). Desde ento, a investigao do comportamento reolgico do concreto fresco tem ocorrido

    continuamente.

    Nos ltimos anos, a reologia do concreto fresco tem sido estudada com

    determinaes que variam entre mtodos de ensaio simples e prticos, como o

    ensaio de abatimento de tronco de cone, at equipamentos mais sofisticados que

    determinam as curvas de cisalhamento do material, como os remetros. Porm,

    ainda no muito comum o uso dessa cincia para se estudar as propriedades de

    escoamento do concreto fresco.

    A dificuldade da aplicao de medidas reolgicas em concreto est

    relacionada com as grandes partculas de agregado grado que compe a mistura,

    que impossibilitam o uso de remetros tradicionais, tais como o viscosmetro capilar

    ou o viscosmetro cilndrico. Porm, equipamentos com dimenses suficientemente

    grandes tm sido construdos, possibilitando a construo das curvas de

    cisalhamento desses materiais.

    Como o concreto fresco um material extremamente heterogneo, com

    descontinuidades mecnicas internas extremas, a considerao de um meio

    contnuo torna-se inaceitvel. Assim, as curvas de cisalhamento tm sido plotadas

    dando o torque como uma funo da velocidade de rotao. Como o torque um

    valor mecnico dependente do material estudado e da geometria do equipamento

    utilizado no estudo, qualquer modelao matemtica elaborada para transformar

    esse parmetro em tenso se torna sem sentido. O mesmo se aplica se a tentativa

    for feita para a obteno da taxa de cisalhamento a partir da velocidade de rotao

    (LEGRAND, 1994).

    Assim, a dificuldade apresentada pelo estudo reolgico pode ser verificada,

    mas qualquer tentativa em mascarar o nvel de complexidade introduzido pela

    considerao da heterogeneidade ao longo do desenvolvimento das determinaes

    globais em concreto destituda de qualquer significado prtico.

    Porm, isso no significa dizer que tal aproximao intil (LEGRAND,

    1994). Em termos prticos, essa aproximao leva aos ensaios de trabalhabilidade

    que constituem a nica maneira de obteno de dados essenciais sobre a

    capacidade do material apresentar o desempenho esperado, de maneira simples e

  • Captulo 1 - Introduo

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    3

    direta. importante no buscar obter caractersticas reolgicas globais e

    intrnsecas por meio desses ensaios e deve-se manter em mente que os resultados

    obtidos dependero do material estudado, da geometria do equipamento utilizado e

    das condies de ensaio adotadas.

    No entanto, a simples considerao de que a trabalhabilidade seja o nico

    parmetro importante deve ser visto com cautela. As dificuldades passam pelas

    consideraes que envolvem desde os prprios materiais j na fabricao de

    concretos grande variabilidade da matria-prima (retirada de regies variadas

    dentro das prprias jazidas), disponibilidade e forma de estocagem desses

    materiais at a correo de suas partes na escala do processo industrial

    envolvido, nos equipamentos de mistura, nas consideraes de transporte,

    redosagem, lanamento e adensamento do material. Dessa forma, entende-se a

    trabalhabilidade final, que seria a caracterstica ltima do concreto a ser lanado em

    moldes, como uma suplantao de problemticas envolvidas at esse estgio.

    Assim, ao projetar um bom mtodo de ensaio para a avaliao da

    trabalhabilidade, deve-se considerar a caracterizao do concreto sob condies

    bem prximas das condies que seriam ideais de lanamento e medir parmetros

    que estejam ligados com a qualidade do material.

    O presente trabalho apresenta um estudo sobre a trabalhabilidade de

    concretos de alto desempenho a partir de conceitos reolgicos. Para isso, foram

    usados tanto os mtodos de ensaio tradicionais ensaio de abatimento de tronco

    de cone e consistmetro de Ve-Be quanto equipamentos mais modernos

    remetro. Uma modificao do ensaio de abatimento tradicional tambm foi usada

    como uma tentativa de simplificar a determinao dos parmetros reolgicos que

    caracterizam o comportamento dos concretos frescos.

    Consideram-se tempos de 30 e 60 minutos como aqueles mximos que

    estariam envolvidos desde a produo at o lanamento de concretos em obras

    efetivamente planejadas, verificando-se os diversos parmetros envolvidos nesse

    planejamento.

    Como a trabalhabilidade de uma mistura de concreto pode ser influenciada

    por diversos fatores, alguns desses fatores foram considerados na pesquisa: os

    materiais constituintes da mistura (tipo de cimento, dimenso mxima caracterstica

    do agregado grado e a incorporao de adies qumica e mineral) e o

    procedimento de mistura empregado na produo das mesmas.

  • Captulo 1 - Introduo

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    4

    A natureza reolgica dos concretos foi identificada como sendo semelhante a

    um fluido binghamiano[1.1]. Com isso, duas constantes reolgicas so necessrias

    para a caracterizao do comportamento do material no estado fresco: tenso de

    escoamento e viscosidade plstica, ou ainda, em unidades de torque, torque de

    escoamento e viscosidade de torque.

    A trabalhabilidade, bem como sua perda ao longo do tempo, foram

    associadas evoluo dos parmetros reolgicos que caracterizam o

    comportamento das misturas no estado fresco: observou-se um aumento da tenso

    de escoamento (ou torque de escoamento), enquanto a viscosidade plstica (ou

    viscosidade de torque) permaneceu praticamente constante durante os 60 minutos

    em que o comportamento foi acompanhado.

    Tambm foram estudadas correlaes entre os vrios parmetros medidos,

    como uma tentativa de associar os diversos mtodos de ensaio usados na

    avaliao da trabalhabilidade dos concretos. Observou-se que a tenso de

    escoamento e o torque de escoamento apresentaram uma boa correlao com o

    abatimento, porm para a viscosidade plstica e para a viscosidade de torque a

    correlao com o abatimento no foi to boa assim (menores coeficientes de

    correlao), mostrando que o abatimento mais sensvel tenso de escoamento

    ou torque de escoamento do que viscosidade plstica ou viscosidade de torque.

    Os parmetros medidos pelos mtodos de ensaio que determinam os dois

    parmetros reolgicos que caracterizam o comportamento do concreto fresco

    ensaio de abatimento de tronco de cone modificado e remetro mostram boas

    correlaes tanto entre a tenso de escoamento e o torque de escoamento quanto

    entre a viscosidade plstica e a viscosidade de torque.

    1.1 Importncia e justificativa do estudo

    O comportamento de misturas de alto desempenho no estado fresco sempre

    crtico para a execuo de uma construo com sucesso e um desempenho

    satisfatrio do material a longo prazo. Porm, as informaes sobre a

    trabalhabilidade dessas misturas tendem a ser dispersas em publicaes sobre o

    material no estado endurecido. Tais fontes geralmente mencionam o mtodo de

    produo para um tipo de concreto em particular, mas os parmetros relacionados

    [1.1] Fluidos binghamianos ou plsticos fluidos que se comportam como um slido at que uma tenso mnima seja excedida; em seguida, a relao entre a tenso de cisalhamento e a taxa de cisalhamento torna-se linear.

  • Captulo 1 - Introduo

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    5

    com a trabalhabilidade do material so escolhidos arbitrariamente e raramente so

    investigados (BARTOS, 1994).

    Por um processo contnuo no qual o custo da mo-de-obra tem aumentado

    com relao ao custo dos materiais, existe uma tendncia em considerar os

    materiais agrupados como uma suspenso concentrada e no como um

    empacotamento granular (De LARRARD et al., 1994). Assim, dada a diversidade

    dos concretos existentes na atualidade, especialmente importante caracterizar

    suas propriedades de trabalhabilidade a fim de se determinar corretamente os

    materiais constituintes da mistura e os mtodos de lanamento do material.

    Omitindo-se a evoluo do comportamento das pastas de cimento, relacionado

    com a atividade qumica inicial do cimento na presena de gua, esses materiais

    so caracterizados por um comportamento binghamiano e, mais particularmente,

    pseudoplstico ou dilatante dependendo da concentrao de cimento na mistura. A

    tenso de escoamento explicada pela floculao entre as partculas, sobre a qual

    possvel agir tanto pela incorporao de aditivos superplastificantes quanto pela

    aplicao de uma fora vibratria. As pastas de cimento tambm exibem alguma

    tixotropia e sua estrutura geralmente modificada pelo fenmeno da exsudao

    (De LARRARD et al., 1994). O comportamento das pastas de cimento exibe um

    grau de complexidade que normal em reologia e, dessa maneira, no resistente

    descrio cientfica.

    O mesmo no verdade para o concreto, pelo menos por duas razes: a

    instabilidade intrnseca do material durante o escoamento e os efeitos de

    aglomerao relacionados com a dimenso limitada da parte de concreto (efeito

    parede) (De LARRARD et al., 1994). A fim de descrever o comportamento reolgico

    do concreto fresco, necessrio ter certeza se o teor de ar incorporado no muda

    significativamente medida que o concreto escoa e se a amostra permanece

    suficientemente homognea.

    De qualquer maneira, a caracterizao reolgica do concreto tem muitas

    aplicaes que podem interessar na estimativa das seguintes caractersticas:

    energia de mistura; capacidade de bombeamento do concreto e a taxa de

    escoamento esperada com relao s instalaes e s presses de trabalho;

    velocidade de escoamento do material sob o efeito da gravidade; velocidade de

    escoamento sob o efeito combinado da gravidade e da vibrao; intervalo de tempo

    durante o qual o concreto pode ser lanado; inclinao mxima da superfcie livre

    no concreto fresco alm da qual problemas de estabilidade podem aparecer;

  • Captulo 1 - Introduo

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    6

    qualidade da superfcie do concreto aps a remoo da frma, ligada ao

    aparecimento de bolhas de ar no material fresco etc.

    Dessa forma, o presente trabalho assume uma grande importncia na anlise

    do comportamento de concretos de alto desempenho no estado fresco, pois

    apresentar os conhecimentos adquiridos de maneira a viabilizar a mistura, o

    transporte e o lanamento, em funo da sazonalidade regional. A metodologia a

    ser estabelecida poder ser facilmente adaptada para as outras regies.

    1.2 Objetivos

    O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar os principais

    conceitos relacionados reologia no que diz respeito sua definio, medio

    dos parmetros reolgicos e aplicao s misturas de alto desempenho,

    comparando-os com situaes reais.

    De maneira mais especfica, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a

    trabalhabilidade de concretos de alto desempenho a partir de conceitos reolgicos.

    Com isso, a influncia de alguns fatores pode ser observada com uma maior

    preciso.

    Para isso, pretende-se determinar o melhor comportamento para as misturas

    de alto desempenho, ou seja, a mistura que apresenta a menor perda da sua

    trabalhabilidade ao longo do tempo. A trabalhabilidade ser associada aos

    parmetros medidos em cada mtodo de ensaio, enquanto sua perda ao longo do

    tempo ser associada com a evoluo dos parmetros medidos (aumento ou

    reduo).

    Sero consideradas as influncias do tipo de cimento, dimenso mxima

    caracterstica do agregado, incorporao de adies qumicas e minerais, alm do

    procedimento de mistura empregado na produo dos concretos.

    Com a utilizao de um remetro, pretende-se identificar a natureza reolgica

    das misturas de alto desempenho e, com isso, verificar se o concreto realmente se

    comportava como um fluido binghamiano como amplamente estabelecido na

    literatura ou se algum outro comportamento poderia encontrado para as misturas

    de concreto produzidas, por exemplo, com os materiais disponveis na regio de

    So Carlos/SP.

    Como diversos mtodos de ensaio sero utilizados para a avaliao do

    comportamento de concretos no estado fresco, pretende-se estudar correlaes

    entre os parmetros medidos como uma tentativa de facilitar o estudo reolgico

  • Captulo 1 - Introduo

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    7

    dessas misturas, uma vez que a utilizao do remetro no comum na prtica das

    construes.

    1.3 Organizao do trabalho

    O trabalho apresentado nessa tese est estruturado em 8 captulos. Neste

    primeiro captulo, uma breve introduo sobre o assunto estudado apresentada,

    bem como a importncia e justificativa da presente pesquisa e os objetivos a serem

    alcanados.

    O segundo captulo aborda uma reviso dos principais aspectos relacionados

    com o concreto de alto desempenho: definio, histrico e aplicaes desse

    material e os materiais que o compe.

    O terceiro captulo apresenta os principais conceitos relacionados com a

    reologia: sua definio e conceitos de tenso, deformao e viscosidade. Neste

    captulo tambm so apresentados os tipos de fluidos existentes e as

    caractersticas de cada um deles.

    Como o comportamento do concreto no estado fresco est relacionado com

    sua trabalhabilidade, a definio, os mtodos de avaliao e os fatores que

    influenciam essa propriedade do material so apresentados no captulo quatro.

    O captulo cinco apresenta a reviso bibliogrfica sobre a reologia do

    concreto fresco. Os pontos abordados incluem a classificao reolgica do material

    com detalhamento dos parmetros que caracterizam esse comportamento os

    fatores que influenciam sua reologia e os mtodos de ensaio empregados na

    avaliao do comportamento do material.

    O procedimento experimental adotado na pesquisa apresentado no captulo

    seis.

    No captulo sete, so apresentados os resultados obtidos e as discusses do

    estudo experimental realizado. As concluses do estudo, bem como as sugestes

    para futuras pesquisas so apresentadas no captulo oito.

    Na seqncia, anexo a este trabalho, so apresentados os dados

    complementares para a elaborao da pesquisa. Esses dados incluem a

    caracterizao dos materiais constituintes das misturas, as caractersticas das

    misturas estudadas (consumo de materiais, caractersticas mecnicas e tempos de

    incio e fim de pega da pasta que as constituem) e os resultados de ensaios com o

    remetro que auxiliaram no desenvolvimento do estudo experimental.

  • Captulo 1 - Introduo

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    8

    Por ltimo, as referncias bibliogrficas consultadas para a elaborao do

    trabalho so apresentadas.

  • Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    CCAAPPTTUULLOO 22 CCOONNCCRREETTOO DDEE AALLTTOO DDEESSEEMMPPEENNHHOO

    2.1 Definio

    Segundo Atcin (2000), um concreto de alto desempenho (CAD)

    essencialmente um concreto que apresenta uma relao gua/aglomerante baixa.

    O valor de 0,40 sugerido como limite entre um concreto convencional e um de alto

    desempenho. Apesar de ser um valor arbitrrio, adota-o como limite ao considerar

    muito difcil, se no impossvel, trabalhar e lanar um concreto com relao

    gua/aglomerante menor ou igual a 0,40 produzido com o cimento Portland comum

    encontrado no mercado e sem o uso de aditivos superplastificantes. Alm disso,

    esse valor se aproxima do valor terico que garante a completa hidratao do

    cimento proposto por Powers (1968).

    Ao aceitar esta definio, uma pequena variao da relao

    gua/aglomerante torna-se possvel. Porm, medida que essa relao se afasta

    significantemente de 0,40, os concretos convencionais e os de alto desempenho

    no apresentam apenas uma diferena quanto resistncia mecnica, mas

    tambm em relao microestrutura.

    A expresso "relao gua/aglomerante comeou a ser usada na Europa e

    corresponde expresso francesa rapport eau/liant, traduzida como a relao

    gua/materiais cimentcios. Nesta definio, o termo aglomerante representa

    qualquer material finamente modo com finura menor ou igual a do cimento

    usado na mistura de concreto.

    A relao gua/aglomerante no dispensa o clculo da relao gua/cimento

    (a/c); ela apenas a substitui, uma vez que o CAD produzido com um cimento

    moderno que pode conter pequenas quantidades de adies minerais. Alm disso,

    o uso de materiais cimentcios suplementares tornou-se uma prtica comum, de

    maneira que os cimentos modernos incorporam cinzas volantes, escrias de alto-

  • Captulo 2 Concreto de alto desempenho

    Aplicao de conceitos reolgicos na tecnologia dos concretos de alto desempenho

    10

    forno, pozolanas, slica ativa, fler calcrio etc., dando ao conjunto o nome de

    "cimento composto".

    A relao gua/cimento muito importante durante a pega e o endurecimento

    inicial do concreto, pois a maioria dos materiais cimentcios suplementares

    incorporados mistura so bem menos reativos que o cimento. Essa importncia

    est relacionada com a resistncia inicial e a permeabilidade do concreto em

    endurecimento, que so quase que inteiramente funo das ligaes criadas pela

    hidratao inicial do cimento contido no aglomerante. Assim, do ponto de vista

    tecnolgico, as duas relaes devem ser calculadas.

    O conceito de CAD bastante variado. Diversas definies vm sendo

    apresentadas desde que esse material foi proposto e variam de acordo com cada

    pas ou centro de pesquisa. No grupo de pesquisa junto ao qual a presente

    pesquisa foi desenvolvida, a definio empregada dada por Liborio (2002):

    material cientificamente produzido, que atende as expectativas do cliente do ponto

    de vista estrutural, da esttica, de durabilidade frente ao meio ambiente atual e

    futuro, para fins pr-determinados. Deve ser econmico (custo/benefcio) e propiciar

    vantagens frente a outras alternativas tecnolgicas. Essa ltima observao feita

    a fim de se evitar a panacia.

    Assim, o que necessrio em todos os lugares um concreto la carte, isto

    , uma mistura que alcance uma ampla lista de exigncias usando materiais locais

    a um custo mnimo (De LARRARD & SEDRAN, 2002), relacionando a idia de se

    fazer um CAD com um concreto durvel, com a satisfao do usurio e com o

    seguro de vida da empresa.

    2.2 Histrico

    A utilizao do CAD, mais precisamente do concreto de alta resistncia

    (CAR), se deu no incio dos anos 60, na cidade de Chicago, Estados Unidos,

    quando pequenas quantidades desse concreto foram usadas em estruturas

    importantes que estavam sendo construdas: uma ou duas colunas principais da

    edificao eram executadas com o concreto experimental, isto , com concreto de

    resistncia compresso de 10 MPa a 15 MPa maiores que do concreto at ento

    utilizado. Usando esse estratagema, triplicou-se a resistncia compresso dos

    concretos usados nos edifcios da cidade de Chicago devagar e progressivamente

    durante dez anos, aumentando a resistncia de 15MPa/20MPa para 45MPa/60MPa

    (ATCIN, 2000).

  • Captulo 2 Concreto de alto desempenho

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    11

    Ao atingir 60 MPa, uma barreira tcnica foi encontrada e ela s poderia ser

    ultrapassada com a utilizao de novos materiais. Porm, no incio dos anos 70 era

    impossvel venc-la, uma vez que os aditivos existentes na poca no eram

    capazes de reduzir ainda mais a relao gua/aglomerante.

    Durante os anos 80, as dosagens dos aditivos qumicos utilizados foram

    aumentadas aos poucos, at que se percebeu que eles poderiam ser usados como

    excelentes redutores de gua, sem que nenhum retardamento significativo da pega

    pudesse ocorrer e sem que fosse incorporado ar em quantidades excessivas ao

    concreto.

    Nessa poca, a relao gua/aglomerante de 0,30 era considerada uma

    barreira psicolgica, ou seja, esse valor correspondia relao gua/aglomerante

    mnima adequada hidratao do cimento usado na mistura. Entretanto, com uma

    seleo cuidadosa do cimento e do aditivo permitiu-se, inicialmente, a reduo

    dessa relao para 0,30, depois para 0,27, 0,25, e por fim 0,23, a qual permitiu

    obter um concreto com resistncia compresso de 130 MPa [GODFREY (1987)

    apud ATCIN (2000)][2.1].

    Atualmente, a aceitao e o uso do CAD esto crescendo em todo o mundo,

    porm sua utilizao corresponde a uma porcentagem muito baixa no mercado do

    concreto. Dentre os pases que lanaram importantes programas de pesquisa

    especficos sobre esse material no final da dcada de 80 esto os Estados Unidos,

    Noruega, Canad, Frana, Sua, Austrlia, Japo, Coria, China e Taiwan.

    A fabricao e a utilizao do CAD no so mais um desafio, pois j existem

    muitas informaes disponveis em seminrios, simpsios, cursos de curta durao

    e artigos publicados em diversos jornais e revistas especializados.

    2.3 Aplicaes

    A utilizao de concretos especiais iniciou-se no exterior durante os anos 70,

    quando a resistncia compresso dos concretos usados nos pilares de alguns

    edifcios era maior do que a dos concretos comumente usados na construo

    concreto de alta resistncia. Com a incorporao de novos aditivos

    (superplastificantes SP), descobriu-se que era possvel obter outras

    caractersticas melhoradas e, assim, a expresso concreto de alto desempenho

    passou a ser mais utilizada.

    [2.1] GODFREY, K. A. Jr. Concrete strength record jumps 36%. Civil Engineering, v. 10, n. 57, p. 84-86, Oct. 1987 apud ATCIN, P. C. Concreto de alto desempenho. Traduo Geraldo G. Serra. So Paulo; PINI, 2000. 667p.

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    12

    No Brasil, essa questo comeou a ser tratada em 1985, ocasio em que

    foram produzidos os primeiros elementos estruturais de alto desempenho (pilares,

    vigas e lajes) para a ento CDH Companhia de Desenvolvimento Habitacional,

    atual CDHU Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (LIBORIO,

    1985). Isso foi possvel pela introduo da ento microsslica no pas pelo Eng.

    Epaminondas Melo do Amaral Filho em 1984. Desde ento, o uso do CAD vem se multiplicando em todo o mundo. Esse

    aumento na aplicao em obras de construo civil se d pela procura por

    concretos mais durveis que prolongam a vida til e, conseqentemente, reduzem

    os custos com manuteno das estruturas.

    O CAD transforma o concreto convencional em um material com melhor

    desempenho, o que permite aos projetistas usarem-no eficientemente em

    estruturas cada vez mais esbeltas. Os arquitetos o utilizam em edifcios altos com a

    inteno de projetar lajes menos espessas e colunas esbeltas, alm de ser

    esteticamente mais interessante. O gosto dos empreiteiros pelo seu uso deve-se

    desmoldagem mais rpida dos elementos estruturais.

    Segundo Atcin (2000), o CAD mantm a versatilidade do concreto

    convencional, porm sua resistncia e durabilidade se assemelham a uma rocha

    natural que, nesse caso, pode ser facilmente modelada, reforada com barras de

    ao protendidas ou ps-tensionadas com cabos ou misturada com todos os tipos de

    fibras.

    Nas aplicaes que envolvem o sucesso do CAD citam-se diversas obras

    internacionais, tais como a plataforma submarina Gullfaks (Noruega 1971), o

    edifcio Water Tower Place (Chicago/EUA 1976), a Confederation Bridge entre

    Prince Edward Island e New Brunswick (Canad 1997), o edifcio Petronas

    Towers (Kuala Lampur/Malsia 1998), o edifcio Taipei 101 (Taipei/Taiwan

    2004) etc. No Brasil, na cidade de So Paulo, o edifcio e-Tower, considerado um

    recorde em concreto colorido de alto desempenho (resistncia compresso de

    125 MPa e relao gua/cimento de 0,19 HELENE, 2003), foi concludo em 2005.

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    Figura 2.1

    Edifcio Water Tower Place[2.2].

    Figura 2.2 Edifcio Petronas Towers[2.3].

    Figura 2.3 Edifcio Taipei 101[2.4].

    Figura 2.4 Edifcio e-Tower[2.5].

    Figura 2.5 Plataforma Gullfaks[2.6]. Figura 2.6 Confederation Bridge[2.7].

    Os critrios para a deciso da utilizao de um determinado material

    estrutural esto relacionados com a tipologia estrutural, a funo, a localizao e as

    consideraes econmicas locais, dentre outros, aps serem considerados os prs

    e os contras de cada alternativa possvel. Nos projetos citados anteriormente,

    diferentes fatores foram considerados, incluindo a resistncia compresso, que

    tem interferido no uso do CAD por razes econmicas.

    2.4 Materiais constituintes

    Os componentes de um CAD no so apenas os quatro materiais bsicos

    que compem um concreto convencional cimento, gua, areia e agregado

    grado. Para se alcanar as caractersticas mecnicas, a durabilidade e as

    propriedades reolgicas desejadas, aditivos superplastificantes, slica ativa ou flers

    [2.2] Fonte: http://www.emporis.com/en/il/im/?id=200730. Acesso em 08/10/2006. [2.3] Fonte: http://www.emporis.com/en/il/im/?id=489518. Acesso em 08/10/2006. [2.4] Fonte: http://www.emporis.com/en/il/im/?id=387936. Acesso em 08/10/2006. [2.5] Fonte: http://www.emporis.com/en/il/im/?id=436177. Acesso em 08/10/2006. [2.6] Fonte: http://www.noruega.cl/business/oil/oilproduction.htm. Acesso em 08/10/2006. [2.7] Fonte: http://www.confederationbridge.com/en/media_gallery/photo_gallery.php. Acesso em 08/10/2006.

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    so utilizados para o controle da densidade de empacotamento desses concretos

    (CHOPIN, De LARRARD & CAZACLIU, 2004).

    2.4.1 Cimento

    Segundo a norma brasileira NBR 5732/91, o cimento Portland comum

    definido como o aglomerante hidrulico obtido pela moagem de clnquer ao qual se

    adiciona, durante a operao, a quantidade necessria de uma ou mais formas de

    sulfato de clcio. A norma tambm permite que materiais pozolnicos, escrias de

    alto-forno e/ou materiais carbonticos sejam incorporados em quantidades

    limitadas, dando origem aos cimentos compostos.

    Porm, hoje em dia, existe a possibilidade de se produzir novos cimentos a

    partir de um material fornecido por uma fbrica de cimento. Assim, possvel obter

    um novo cimento com caractersticas especficas para uma determinada utilizao.

    O novo aglomerante hidrulico poder ser constitudo com partes de materiais

    como o clnquer (C3S, C2S, C3A e C4AF), gipsita (controlador de pega), escria de

    alto-forno, cinzas volantes, slica ativa de ferro-silcio ou silcio metlico, cinza e

    slica extradas da casca de arroz, metacaulinitas, terras diatomceas, argilas

    calcinadas, ps de concreto reciclado, cermica moda, vidros, microfibras, fler

    calcrio etc. (LIBORIO et al., 2005). Assim, inicialmente, as caractersticas

    desejadas para o concreto devero ser estabelecidas para, ento, escolher os

    materiais que iro compor o aglomerante hidrulico.

    Atualmente, os concretos produzidos com os cimentos comerciais permitem

    estabele