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    ARTIGO

    Avaliao Neuropsicolgica de Pessoas com Epilepsia.Viso Crtica dos Testes Empregados na Populao BrasileiraMaria Helena Silva Noffs*

    Maria Cristina Magila**Ana Regina dos Santos***Carolina M. Marques****

    RESUM O

    Embora a neuropsicologia esteja sendo utilizada h dcadas na avaliao de pessoas com epilepsia em nosso pas,apenas em 2001 foram publicadas as diretrizes preconizadas pela Liga Brasileira de Epilepsia. Este artigo tem comoobjetivo uma anlise simples e didtica da forma como deve-se processar a avaliao neuropsicolgica em epilepsia efornecer um parecer crtico sobre a adaptao dos testes a serem utilizados na populao brasileira.

    Unit ermos: Avaliao neuropsicolgica, epilepsia, adaptao cultural.

    Rev. Neurocincias 10(2): 83-93, 2002

    Introduo

    A neuropsicologia um campo da cincia queestuda as relaes entre as funes psquicas ecomportamentais e o encfalo, visando estabelecercorrelaes de base funcional e topogrfica1,2. Osestudos de neuropsicologia so importantes noacompanhamento de pessoas com epilepsia, uma vezque permitem estudar as relaes entre as descargasparoxsticas e/ou leses cerebrais localizadas e asfunes cognitivas, complementando e dando suportepara a delimitao das disfunes cerebrais localizadasassociadas s epilepsias.

    A interpretao dos achados neuropsicolgicos importante na determinao da lateralidade da disfunocerebral e tambm fornece informaes de natureza

    topogrfica, uma vez que algumas disfunes cognitivasesto intimamente relacionadas a redes neurais3.

    As informaes hoje disponveis sugerem queaqueles pacientes que apresentam alteraes estruturaiscomo esclerose mesial temporal e crises refratrias aotratamento tendem a apresentar mais complicaes

    cognitivas, psquicas e sociais, ou seja, quanto maiora freqncia das crises, maior a probabilidade decomprometimento do funcionamento intelectual4,5.

    Uma rea de atuao em que a avaliao neuro-

    psicolgica se faz necessria na investigao pr-cirrgica dos pacientes candidatos cirurgia para ocontrole das crises, podendo estabelecer os possveisriscos e seqelas, principalmente no que se refere linguagem e memria, bem como permitir umacomparao com base quantitativa e qualitativa entreos perodos pr e ps-operatrio.

    O objetivo essencial de uma bateria neuropsicolgicabsica em pacientes com epilepsia o de possibilitar aavaliao do desempenho cognitivo global, assim comoa determinao das disfunes especficas de ateno,memria, linguagem e funes executivas que so

    os processos bsicos para a construo e desenvolvi-mento das habilidades intelectuais. De modo geral, ostestes para a avaliao de pacientes com epilepsia parcialdevem levar em considerao a especializao funcionalhemisfrica. Embora os dois hemisfrios cerebraisfuncionem de maneira conjunta e complementar, existem

    * Psicloga, Grupo de Psicologia da UNIPETE, UNIFESP Escola Paulista de Medicina.

    ** Mestre em Neurocincias, Grupo de Psicologia da UNIPETE, UNIFESP Escola Paulista de Medicina.

    *** Mestre em Neurocincias, Grupo de Psicologia da UNIPETE, UNIFESP Escola Paulista de Medicina.

    *** * Ps-Graduanda em Neurologia da Escola Paulista de Medicina.

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    diferenas marcantes no que se refere ao processamentodos vrios tipos de estmulos sensoriais. Em pessoasdestras, o hemisfrio direito geralmente predominantepara o processamento de informaes no-verbais,enquanto o esquerdo geralmente dominante para oprocessamento de estmulos que tenham uma conotaolingstica, que envolvam um encadeamento seqencial

    e analtico dos estmulos. Os testes neuropsicolgicosdevem, portanto, avaliar as diferentes funes verbaise no-verbais e as diferenas no processamentohemisfrico de tais estmulos6.

    A ateno a capacidade de selecionar e orientarpara o ambiente os estmulos que parecem impor-tantes e que correspondem aos nossos interesses,intenes ou tarefas imediatas, com inibioconcomitante dos estmulos irrelevantes, sem a quala quantidade de informaes no selecionadas seriato grande e desorganizada que nenhuma atividade

    se tornaria possvel

    7,8

    .As funes executivas abrangem vrios aspectosdo raciocnio, envolvendo capacidade de planeja-mento, soluo de problemas, iniciativa e inibio deatitudes, flexibilidade mental. Estas funes estorelacionadas com os lobos frontais, que so as-sociados com a conscincia, pensamento abstrato,comportamento e modulao do humor9.

    Das vrias funes relacionadas aos lobos temporais,a linguagem e a memria merecem ateno especial.Na avaliao da linguagem o aspecto mais importantea ser considerado a preferncia hemisfrica para o

    processamento dos estmulos verbais. Sabemos que95% dos indivduos destros e 70% dos canhotos tm ohemisfrio esquerdo dominante para linguagem. Noentanto, em pacientes com leso e/ou rea epileptognicano hemisfrio esquerdo observamos um aumentosignificativo da participao do hemisfrio direito noque se refere ao processamento da linguagem. Nospacientes candidatos a lobectomia temporal, a avaliaoneuropsicolgica investiga o risco de disfunes delinguagem (disfasias), que podem ocorrer dependendoda extenso da cirurgia para tratamento da epilepsia.

    A avaliao de memria importante empacientes com epilepsia parcial, particularmentenaqueles com atividade paroxstica em lobotemporal, uma vez que este assume papel essencialna consolidao, reteno temporria e evocao daslembranas. importante ressaltar que as estruturaslmbicas como a amgdala e o hipocampo, alm depores mais anteriores do lobo frontal, podem serenvolvidas primria ou secundariamente pelasdescargas epilpticas localizadas, repercutindo emdisfunes mnmicas transitrias ou recorrentes,

    mesmo em casos nos quais a rea epileptognicaest fora do lobo temporal.

    Assim, os testes neuropsicolgicos utilizados paraa avaliao de memria em pacientes com epilepsiafocal devem ser sensveis s vrias disfunestemporais, do hipocampo, da amgdala e dasestruturas lmbicas, que esto tambm intimamenteenvolvidas no processo de reteno das informaes.

    A avaliao deve possibilitar melhor delimitaoda reserva de memria de cada um dos hemisfrioscerebrais, isto , da capacidade do hemisfrio cerebralcontralateral leso e/ou disfuno em suprir asfunes do outro hemisfrio, para garantir-se, noscasos de lobectomia temporal ou hipocampectomiaunilateral, a manuteno das atividades cotidianas.

    A avaliao neuropsicolgica tem como objetivos:

    Conhecer a base do funcionamento cognitivo.

    Definir o nvel intelectual (QI).

    Avaliar linguagem, ateno, memria, percepoe funes executivas.

    O protocolo de avaliao neuropsicolgica utilizadopelos diversos centros de cirurgia de epilepsia varivel,devido ao grande nmero de testes existentes queinvestigam a mesma funo. No entanto, existe umaestrutura bsica, que tem como objetivo abarcar asprincipais funes cognitivas. Dentre os vrios testesque encontrados na literatura foram selecionados aquelesque so tradicionalmente utilizados pelos centros decirurgia de epilepsia e que se mostram mais adequados

    nossa populao, embora a maioria destes testes notenha sido normatizada para a populao brasileira10.

    A avaliao neuropsicolgica deve ser compostade duas etapas. A primeira delas a da entrevista, naqual so colhidos dados da histria mdica, familiar,psicossocial, educacional e profissional do paciente.Esses dados so de extrema importncia para oestabelecimento do desempenho basal que ser levadoem conta na ocasio da interpretao dos resultadosobtidos na avaliao. A segunda etapa a da aplicaopropriamente dita. O tempo da mesma nunca inferior

    a 4 horas e pode durar at 8 horas, dependendo dostestes selecionados e do ritmo de cada paciente11.

    O exame neuropsicolgico de pessoas com epilepsia

    As epilepsias tm diversas manifestaes clnicas,subclnicas e comportamentais, de natureza primriae/ou secundria. A avaliao neuropsicolgica, dentrode um procedimento clnico de diagnstico, prog-nstico e conduta, contribui para a compreenso mul-tidisciplinar do caso em estudo.

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    Com o protocolo neuropsicolgico investiga-se asfunes atencionais, motoras, perceptivas, prxicas, delinguagem, mnmicas, de aprendizagem, executivas e denvel intelectual. Este protocolo deve manter os preceitosbsicos estabelecidos na literatura mundial especializada1e os critrios mnimos estipulados pela Comisso deNeuropsicologia da Liga Brasileira de Epilepsia12. Deste

    protocolo bsico foram selecionados os testes especficospara cada tipo de epilepsia de acordo com o diagnsticomdico. A manuteno sistemtica de um protocolo bsicofavorece, entre outras coisas, procedimentos de pesquisa,e o acrscimo de testes adicionais flexibiliza o estudo docaso em particular.

    A seguir so descritos os testes selecionados paraa avaliao neuropsicolgica de pacientes candidatosa lobectomia temporal na Unidade de Pesquisa eTratamento das Epilepsias (UNIPETE) da EscolaPaulista de Medicina. Estes mesmos instrumentos soutilizados na reavaliao aps a cirurgia. Por fim,sugere-se o protocolo especfico para pacientes comepilepsia frontal.

    Orientaes para aplicao do exameneuropsicolgico

    No momento do agendamento do exame o pacienterecebe as seguintes orientaes:

    a) Vir acompanhado de uma pessoa que tenhapresenciado os episdios de crise e que saibainformar a histria clnica e do desenvolvimentoneuropsicomotor;

    b) Se estudante, trazer o material escolar para aavaliao;

    c) Portar lentes corretivas ou aparelho auditivo nodia da avaliao, caso necessite deles;

    d) Dormir pelo menos oito horas e vir bem alimentado;

    e) Se costuma ser mais sonolento pela manh, deve

    indicar preferncia para realizar o exame noperodo da tarde;

    f) Estar ciente de que o exame dura, no mnimo,quatro horas em nico dia ou pode se alongar pormais tempo em um dia adicional.

    A aplicao dos testes deve ser realizada noperodo intercrtico, preferencialmente sem quetenham ocorrido crises em um intervalo de 24 horas.

    Do ex ame neuropsicolgico: funes a sere m av aliadas eos testes

    Lateral idade

    Verifica a dominncia manual.

    Teste: questionrio de lateralidade (Figura 1).

    Pede-se ao sujeito para definir qual mo utiliza pararealizar 12 atividades, indicando uma entre trs respostas:sem preferncia, usualmente e sempre. O mesmo testepode tambm ser realizado sob imitao ou com objetos,quando o sujeito apresentar dvida na resposta.

    Tempo de aplicao: de 5 a 10 minutos.

    Indicar a mo de Sempre Usualmente Sem Sempre Usualmentepreferncia para: esquerda esquerda preferncia direita direita1. escrever uma carta legvel2. jogar bola em um cesto3. segurar raquete em jogo4. segurar em cima no

    cabo da vassoura5. segurar a ponta superior

    da p de lixo6. riscar o fsforo7. segurar a tesoura ao cortar

    8. enfiar linha na agulha9. distribuir cartas de baralho10. martelar prego11. escovar os dentes12. desatarrachar uma tampa

    Algum de seus pais canhoto? Se sim, qual? .................................................................Quantos irmos de cada sexo voc tem? Homens ......................... Mulheres ................Quantos de cada sexo so canhotos? Homens ............................... Mulheres ................Que olho voc usa para olhar buraco de fechadura? .......................................................Voc j sofreu algum traumatismo craniano? ..................................................................

    Figura 1 Questionrio de lateralidade.

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    Nvel intelect ual

    Estima-se a inteligncia geral atravs do desem-penho em dois subtestes da escala Wechsler (formaabreviada13) que investigam funes verbais e no-verbais complexas.

    Testes: vocabulrio (WAIS-R) (Figura 2)14.

    Objetiva verificar o estoque semntico do sujeitoe habilidades mentais gerais. Pede-se que forneadefinies para uma lista de 35 palavras que lhe solidas uma a uma.

    Tempo de aplicao: de 15 a 20 minutos.

    Teste: cubos (Wechsler adult intelligence scale-revised WAIS-R)15.

    Visa averiguar a capacidade de anlise, sntese eplanejamento de coordenadas visuoespaciais e apraxia construtiva. Pede-se ao sujeito que reproduzacom cubos de faces coloridas, desenhos com grausde complexidade crescente que lhe so mostrados(Figura 3). Para cada modelo estipulado um prazolimite para a execuo.

    Tempo de aplicao: aproximadamente 15 minutos.

    1 - CAMA2 - REUNIR3 - TERMINAR4 - NAVIO5 - TRANQILO

    6 - CONSERTAR7 - INVERNO8 - DOMSTICO9 - CRUZEIRO10 - MERENDA11 - ENORME12 - COMPAIXO13 - REMORSO14 - TECIDO15 - REGULARIZAR16 - INCOMPARVEL17 - OBSTRUIR

    18 - GERAR19 - ESCONDER20 - CONSUMIR21 - CORAGEM22 - SANTURIO23 - SENTENA24 - DESIGNAR25 - PONDERAR26 - AUDACIOSO27 - PLAGIAR28 - PRESSGIO29 - TANGVEL

    30 - PERMETRO31 - RELUTANTE32 - NEFASTO33 - TENACIDADE34 - EVASIVO35 - EMBARGAR

    Figura 2 Teste de vocabulrio.

    Figura 3 Teste de cubos, exemplo de modelo.

    Ateno e funes executivas

    So avaliadas diversas modalidades da ateno,da amplitude seletividade, bem como planejamentoe flexibilidade mental.

    Teste: dgitos (Wechsler memory scale-revisedWMS-R)16 (Figura 4).

    Este teste tem por objetivo avaliar a amplitudede memria verbal imediata e controle mental.

    um subteste dividido em duas etapas. Na primeira(ordem direta), pede-se ao sujeito que repita sriescrescentes de nmeros na mesma ordem que lheso fornecidas; na segunda (ordem inversa), pede-se que o sujeito repita as sries na ordem inversa daque so apresentadas.

    Tempo de aplicao: de 5 a 10 minutos.

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    Teste:tapping (WMS-R).

    Tem por objetivo avaliar a amplitude de memriano-verbal imediata e controle mental. um subtestedividido em duas etapas. Na primeira (ordem direta),o examinador toca em seqncias crescentes dequadrados impressos em uma folha e pede-se aosujeito que repita os toques na mesma ordem que lheso fornecidas; na segunda (ordem inversa), pede-se que o sujeito repita os toques na ordem inversa daque so apresentados.

    Tempo de aplicao: de 5 a 10 minutos.

    Teste: trilhas A e B (trail making test TMT)13.

    Avalia a capacidade de engajamento e flexibilidademental, o rastreamento visual, a destreza motora ea memria operacional. Na parte A (Figura 5A), atarefa do sujeito ligar com o lpis crculosconsecutivamente numerados, distribudos alea-toriamente em uma folha de papel; na parte B (Figura

    5B) existem, alm dos nmeros, tambm letrasimpressas na folha de resposta, e a seqncia a serligada deve intercalar as duas sries, nmeros e letras(1-A-2-B-3-C, etc.). A tarefa deve ser realizada omais rapidamente possvel e sem que o lpis sejaretirado do papel.

    Tempo de aplicao: de 5 a 10 minutos.

    Teste: Stroop (Stroop Test)13.

    Avalia a seletividade atencional e flexibilidadecognitiva que permitem que se inibam respostasimpulsivas ou firmemente estabelecidas em prol dainstruo oferecida. O sujeito deve dizer o maisrapidamente possvel as cores de uma srie de

    retngulos impressos em uma folha (carto I) (Figura6A), depois deve dizer as cores em que palavrasneutras so impressas em uma segunda folha (cartoII) (Figura 6B), e, finalmente, dizer as cores das tintasem que nomes conflitantes de cores so escritoscomo, por exemplo, a palavra marrom impressaem tinta verde (carto III) (Figura 6C).

    Tempo de aplicao: aproximadamente 5 minutos.

    ORDEM SRIE I SRIE II ORDEM SRIE I SRIE IIDIRETA INVERSA

    1 6-2-9 3-7-5 1 5-1 3-82 5-4-1-7 8-3-9-6 2 4-9-3 5-2-63 3-6-9-2-5 6-9-4-7-1 3 3-8-1-4 1-7-9-54 9-1-8-4-2-7 6-3-5-4-8-2 4 6-2-9-7-2 4-8-5-2-75 1-2-8-5-3-4-6 2-8-1-4-9-7-5 5 7-1-5-2-8-6 8-3-1-9-6-4

    6 3-8-2-9-5-1-7-4 5-9-1-8-2-6-4-7 6 4-7-3-9-1-2-8 8-1-2-9-3-6-5Figura 4 Teste de dgitos.

    Figura 5A Teste de trilhas, parte A.

    Figura 5B Teste de trilhas, parte B.

    Figura 6A Teste de Stroop, carto I.

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    Praxia construtiva

    Engloba a organizao visuoespacial, a capacidadeprxica e visuomotora, o planejamento e asestratgias de resoluo de problemas em atividades

    de cpia de desenhos e construes com cubos.Teste: figura complexa de Rey (Rey-Osterrieth

    complex figure test CFT) (Figura 7)13,17.

    Avalia a praxia visuomotora, varredura visual,atividade motora fina, organizao e planejamento.A testagem se compe de trs etapas: a primeira decpia, a segunda de memria imediata e a terceira dememria aps 30 minutos; esses dois ltimos escoresso utilizados na avaliao da memria.

    Tempo de aplicao: de 5 a 10 minutos.

    Teste: desenho do relgio (drawings to command clock)8.

    Apura-se a capacidade de representao grficada figura familiar de um relgio. Observa-se acapacidade de transposio visuomotora, neglignciavisual, habilidade construtiva e planejamento. Pede-se ao sujeito que desenhe o visor de um relgio comos nmeros, e depois que sejam colocados osponteiros marcando vinte minutos para as trs horas.

    Tempo de aplicao: de 1 a 2 minutos.

    Teste: cubos (ver acima).

    Linguagem

    Implica na avaliao do discurso em sua fluncia,riqueza de vocabulrio e prosdia, bem como naanlise da compreenso verbal geral.

    Teste: fluncia verbal (FAS Test)13.

    Avalia a capacidade de evocar palavras (sobcondies delimitadas) e estratgias de resoluo.Pede-se ao sujeito que fale o maior nmero possvelde palavras que iniciem com as letras F, A e S, duranteum minuto para cada letra, exceto nomes prprios,conjugao de verbos e palavras derivadas. A formainfantil, aplicada em adultos mais comprometidos e/ou pouco dotados intelectualmente, tambm foiincluda nesta bateria. Solicita-se que o sujeito diga omaior nmero possvel de nomes de animais e decomidas durante um minuto.

    Tempo de aplicao: pr-determinado pelo

    instrumento.Teste: nomeao de Boston (Boston naming test

    BNT)13,18.

    Pretende apurar a habilidade de nomear figurasapresentadas uma a uma (Figura 8), espontaneamenteou com auxlio de pistas visuais e/ou fonmicas.Registra-se a ocorrncia de parafasias e paragnosiasvisuais entre outros tipos de erro.

    Tempo de aplicao: de 10 a 20 minutos.

    Teste: leitura e escrita.

    Avalia-se a fluncia e a compreenso na leitura detexto literrio, e a escrita sob cpia e sob ditado. Aavaliao qualitativa tendo em vista o nvel dedesempenho esperado para um sujeito alfabetizado.

    Tempo de aplicao: aproximadamente 8 minutos.

    Memria

    Compreende o estudo da memria episdica de curtoe de longo prazo, tanto para material verbal (textos epalavras) como visual (figuras), discriminandodificuldades de aquisio, reteno e de evocao.

    Figura 6B Teste de Stroop, carto II.

    Figura 6C Teste de Stroop, carto III.

    Figura 7 Figura complexa de Rey.

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    Teste: memria lgica I e II (WMS-R)16,19.Verifica-se a habilidade de reter o contedo de duas

    histrias que so apresentadas oralmente (Figura 9).Cada histria lida separadamente, de forma pausada,seguida da evocao imediata (forma I memria decurto prazo) pelo sujeito, que deve reproduzir o textoo mais fielmente possvel. Solicita-se nova evocaodas mesmas histrias aps 30 minutos (forma II memria de longo prazo).

    Tempo de aplicao: aproximadamente 5 minutos.

    Teste: figura complexa de Rey (ver acima).

    Aprendizagem

    Verifica-se a capacidade de aprendizagem ereteno de uma srie de palavras e de desenhos, a

    amplitude da memria, suscetibilidade a interfern-cias, estratgias de resoluo de problemas e memriade reconhecimento.

    Testes: lista de palavras de Rey (Rey auditoryverbal learning test RAVLT)13 (Figura 11).

    L-se uma lista de 15 palavras (lista A), pausa-damente, por cinco vezes. O sujeito deve repetir aspalavras, na ordem em que quiser, aps cadaapresentao. Em seguida, apresenta-se outra lista (listaB), que deve tambm ser repetida imediatamente pelosujeito, tendo como objetivo servir de interferncia no

    processo de aprendizado da lista A. A lista A deve entoser novamente evocada aps esta interferncia e aps30 minutos. No sendo evocadas espontaneamente as15 palavras neste ltimo momento, usa-se oprocedimento de reconhecimento por mltipla escolha.

    Tempo de aplicao: de 10 a 15 minutos.

    Figura 8 Teste de nomeao de Boston, exemplo de estmulo.

    ANA / SOARES / DO SUL / DO PARAN/ EMPREGADA /COMO FAXINEIRA / NUM PRDIO / DE ESCRITRIOS /RELATOU / NA DELEGACIA / DE POLCIA / QUE TINHASIDO ASSALTADA / NA RUA DO ESTADO / NA NOITEANTERIOR / E ROUBADA / EM 150 REAIS. / ELA DISSEQUE TINHA QUATRO / FILHINHOS, / O ALUGUEL /NO TINHA SIDO PAGO / E ELES NO COMIAM / HDOIS DIAS. / OS POLICIAIS, / TOCADOS PELA HISTRIADA MULHER, / FIZERAM UMA COLETA / PARA ELA.

    Figura 9 Memria lgica, primeira histria.

    Teste: reproduo visual I e II (WMS-R).

    Verifica-se a capacidade de reteno de materialvisual sob a forma de quatro desenhos geomtricosimpressos em cartes individuais (Figura 10).Apresenta-se um carto de cada vez por 10 segundos,para que o sujeito o reproduza em seguida (forma I memria de curto prazo) e depois de 30 minutos(forma II memria de longo prazo).

    Tempo de aplicao: aproximadamente 10 minutos.

    Figura 10 Teste de reproduo visual, exemplo de estmulo.

    LISTA A LISTA B

    Tambor MesaCortina PolciaSino PssaroCaf Sapato

    Escola FogoPai MontanhaLua culosJardim ToalhaChapu NuvemFazendeiro BarcoNariz CarneiroPeru RevlverCor LpisCasa IgrejaRio Peixe

    Figura 11 Listas de palavras de Rey.

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    Teste: aprendizagem de figuras de Rey (Reyvisual design learning test RVDLT)13.

    Apresenta-se lentamente uma srie de 15 cartescontendo desenhos geomtricos (Figura 12), cincovezes consecutivas. O sujeito deve reproduzir os dese-nhos, na ordem em que quiser, aps cada apresen-tao. Faz-se a interferncia com a aplicao de outraprova envolvendo estmulos visuais. Logo aps ainterferncia, os desenhos originais devem ser evoca-dos, e novamente aps 30 minutos. Sendo necessrio,usa-se o procedimento de reconhecimento das figuraspor mltipla escolha.

    Tempo de aplicao: aproximadamente 15 minutos.

    Protocolo para avaliao de pacientes comepi lepsia f rontal

    Lateralidade: questionrio de lateralidade.

    Nvel intelectual: WAIS-R ou WAIS-III.

    Ateno e funes executivas: tapping, trilhas A eB, teste de Stroop, teste de cancelamento de letras

    de Mesulan, Wisconsin card sorting test. Praxia construtiva: figura complexa de Rey,

    desenho do relgio, cubo de Necker.

    Funo visual: teste perceptivo de Luria, teste deorganizao visual de Hooper.

    Funes motoras: funes motoras de Luria eOzeretski, desenhos alternados.

    Linguagem: fluncia verbal, teste de nomeao deBoston, leitura e escrita.

    Memria: memria lgica I e II, reproduo visualI e II, figura complexa de Rey.

    Aprendizagem: l i s ta de pa lavras de Rey,aprendizagem de figuras de Rey.

    Todos os testes so corrigidos segundo as tabelasoriginais, fornecidas nos manuais de aplicao. Visandopossibilitar a comparao direta entre os diversosresultados obtidos, todos os escores so convertidosem percentis13 e organizados em um quadro resumoda avaliao neuropsicolgica (Figura 13).

    Crticas

    Estudos neuropsicolgicos em nosso meio soprejudicados pela falta de informaes normativasadequadas sobre o desempenho da nossa populaoem instrumentos utilizados na avaliao cognitiva. Demodo geral, observa-se escassez de testes psico-lgicos e neuropsicolgicos adaptados ou validadospara o uso em sujeitos de lngua portuguesa do Brasil.Entretanto, instrumentos especficos para as faixasetrias infantil20, 21 e geritrica21-23 parecem estarsendo melhor estudados. O ensino das tcnicas deexame psicolgico em faculdades brasileiras tambm

    carece de crtica e aprimoramento, conforme relatamAlves et al.11 e Andriola24. Como resultado das falhase limitaes na formao do profissional da rea, noraro observa-se o uso inadequado ou incorreto dosinstrumentos de avaliao.

    Segundo Alves et al.11, 69% dos 152 testespsicolgicos atualmente comercializados no Brasil nopossuem fundamentao terica publicada em artigocientfico e, dos 1.348 artigos brasileiros publicadosat 2.000 sobre testes psicolgicos, apenas, umaminoria se dedica a estudar suas caractersticas

    Figura 12 Teste de figuras de Rey, exemplo de estmulo.

    Sugesto de prot ocolos

    Protocolo para avaliao de pacientes comepi lepsia temporal

    Lateralidade: questionrio de lateralidade.

    Nvel intelectual: vocabulrio e cubos (WAIS-Rou WAIS-III).

    Ateno e funes executivas: dgitos, tapping,trilhas A e B, teste de Stroop.

    Praxia construtiva: figura complexa de Rey,desenho do relgio, cubos.

    Linguagem: fluncia verbal, teste de nomeao deBoston, leitura e escrita.

    Memria: memria lgica I e II, reproduo visualI e II, figura complexa de Rey.

    Aprendizagem: lista de palavras de Rey, apren-dizagem de figuras de Rey.

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    Figura 13 Quadro-resumo dos resultados da avaliao neuropsicolgica.

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    psicomtricas, tais como padronizao, preciso evalidade. De acordo com Kroef e Pasquali (citadospor Andriola, 199624), os instrumentos de pesquisautilizados pelos psiclogos brasileiros ressentem-se de:

    1. Revises sistemticas objetivando a atualizao docontedo, principalmente no caso de testesverbais.

    2. Determinao dos parmetros mtricos relativosaos itens (dificuldade, discriminao, probabilidadede acerto ao acaso) e aos testes (validade deconstruto e preciso).

    3. Elaborao de normas regionalizadas para aapurao dos resultados.

    A simples traduo de instrumentos estrangeiros, feitasem a adequada padronizao ou, no mnimo, aadaptao para a realidade nacional, resulta em distoresna capacidade de medida do instrumento. Cunha25

    resume os problemas causados pelo emprego destes

    testes apenas traduzidos, questionando: teriam osestmulos a mesma significao em contextos diversos?a forma de administrao seria percebida da mesmamaneira como o foi para a amostra de padronizao? asnormas seriam as mesmas diante de diferentes grausde dificuldade e de discriminao dos itens? Parti-cularidades culturais, educacionais e socioeconmicasda populao nacional tm sido sistematicamentenegligenciadas nesta rea. A relevncia do contextocultural no desempenho psicomtrico, j apontada nosestudos pioneiros de Luria26, continua sendo observadatanto em instrumentos de pesquisa em sade mental27

    como em testes de habilidades cognitivas28-31, noobstante o processo de globalizao que vivemos nosdias de hoje.

    Na tentativa de contornar tais obstculos, muitospesquisadores se valem de dados de grupos-controlepara interpretar seus resultados32. Tal procedimento,embora garanta concluses mais acuradas, tem comoinconveniente aumentar o dispndio de tempo,recursos materiais e humanos j to escassos emsituaes de avaliao ambulatorial.

    Notveis excees so as teses de doutorado das

    Dras. Elizabeth do Nascimento (2000) e Vera LciaMarques de Figueiredo (2001)33,34, ambas desen-volvidas na Universidade de Braslia, que procederam adaptao e validao da Escala Wechsler deinteligncia para adultos (WAIS-III) e para crianas(WISC-III), respectivamente. Mais alm, algunslaboratrios ligados a importantes universidadesbrasileiras tm se proposto a contribuir para amudana desse panorama. Infelizmente, porm,conforme ressalta Andriola35 , mesmo os poucosresultados brasileiros sobre as diferenas psicom-

    tricas dos testes de uso corrente no Brasil em relaos formas originais so desconhecidas da maioria dospsiclogos que os utilizam.

    SUMMARY

    Neuropsychological evaluation of people withepilepsy. A critical view of the tests employed inpopulation.

    Even though neuropsychology has been utilizedin the evaluation of people with epilepsy for manydecades in Brazil, guidelines proposed by theCommission of Psychology of the Brazilian Leagueagainst Epilepsy have only recently been published.The aim of this article is the analyses, in a simple anddidactic way, of how to perform neuropsychologicalevaluation in epilepsy as well as to give a criticalanalysis of the necessity of cultural adaptation of these

    tests for the Brazilian population.

    Keywords

    Neuropsychological evaluation, epilepsy, culturaladaptation.

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    Laboratrio de Instrumentos de Avaliao Psicolgica (LIAP),Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), RS;Laboratrio de Pesquisa em Avaliao e Medida (LabPam),Universidade de Braslia (UNB), Distrito Federal; Laboratriode Avaliao e Medidas Psicolgicas (LAMP), PontifciaUniversidade Catlica (PUC), Campinas; LaboratrioInterdepartamental de Tcnicas de Exame Psicolgico(LITEP), Universidade de So Paulo (USP), SP; Centro dePesquisa em Psicodiagnstico (CPP), Universidade de SoPaulo (USP), Ribeiro Preto; Laboratrio de Psicoterapia ePsicodiagnstico (LPP), Universidade de Braslia (UNB),Distrito Federal; Laboratrio de Estudo e Pesquisa em AvaliaoPsicolgica (Lepap), Pontifcia Universidade Catlica (PUC),

    Minas Gerais; Laboratrio de Mensurao (LM), UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre.

    Endereo para correspondncia:Maria Helena S. NoffsSecretaria de NeurologiaRua Pedro de Toledo, 650 Trreo, sala 1CEP 04139-002 So Paulo, [email protected]

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