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Cocorosie: irmãs unidas pela música e pela excentricidade Por Phillipe Xavier Foto: Kate Lacey Mostrando que talento está no sangue, Coco e Rosie fazem sucesso com um som experimental. Frutos de uma família nada convencional, as irmãs Bianca Leilani Casady (Coco) e Sierra Rose Casady (Rosie) tiveram uma criação que provavelmente serviu como fonte de inspiração para o trabalho que no futuro iriam desenvolver na música. Filhas de uma artista plástica e de um estudioso da cultura xamã, enfrentaram a separação dos pais ainda pequenas, não conviveram com televisão e tiveram que se acostumar às mudanças frequentes de cidade, já que a mãe achava primordial o contato com culturas diferentes. Esse estilo de educação, além de instigar um modo distinto de encarar a vida, as fez percorrer vários lugares dos Estados Unidos no decorrer da infância e da adolescência. O tempo passou e elas se distanciaram para trilhar outros rumos. Ninguém poderia imaginar que depois de anos sem se falar, um encontro ocorrido em 2003 num apartamento em Paris, onde Sierra estava vivendo para se dedicar a carreira de cantora de ópera, daria origem a uma dupla que provocaria olhares de fascínio e curiosidade. Após sair de Nova Iorque para desbravar o mundo, Bianca permaneceu dois meses junto da irmã trabalhando no que seria o primeiro álbum delas. O banheiro, por ter uma acústica favorável, foi eleito o cômodo onde as gravações iriam ocorrer; os apelidos Coco e Rosie, ganhados por ambas quando crianças, foram unidos para formar o nome do duo. “La Maison de Mon Rêve”, um CD que era para ser compartilhado somente

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Page 1: Texto Cenário Cultural - Cocorosie

Cocorosie: irmãs unidas pela música e pela excentricidade

Por Phillipe Xavier

Foto: Kate Lacey

Mostrando que talento está no sangue, Coco e Rosie fazem sucesso com um som experimental.

Frutos de uma família nada convencional, as irmãs Bianca Leilani Casady

(Coco) e Sierra Rose Casady (Rosie) tiveram uma criação que provavelmente serviu

como fonte de inspiração para o trabalho que no futuro iriam desenvolver na música.

Filhas de uma artista plástica e de um estudioso da cultura xamã, enfrentaram a

separação dos pais ainda pequenas, não conviveram com televisão e tiveram que se

acostumar às mudanças frequentes de cidade, já que a mãe achava primordial o contato

com culturas diferentes. Esse estilo de educação, além de instigar um modo distinto de

encarar a vida, as fez percorrer vários lugares dos Estados Unidos no decorrer da

infância e da adolescência.

O tempo passou e elas se distanciaram para trilhar outros rumos. Ninguém

poderia imaginar que depois de anos sem se falar, um encontro ocorrido em 2003 num

apartamento em Paris, onde Sierra estava vivendo para se dedicar a carreira de cantora

de ópera, daria origem a uma dupla que provocaria olhares de fascínio e curiosidade.

Após sair de Nova Iorque para desbravar o mundo, Bianca permaneceu dois meses junto

da irmã trabalhando no que seria o primeiro álbum delas. O banheiro, por ter uma

acústica favorável, foi eleito o cômodo onde as gravações iriam ocorrer; os apelidos

Coco e Rosie, ganhados por ambas quando crianças, foram unidos para formar o nome

do duo. “La Maison de Mon Rêve”, um CD que era para ser compartilhado somente

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entre amigos, impressionou tanto que chamou atenção de uma gravadora e teve seu

lançamento para o grande público através de um selo independente.

Com canções que têm como características principais experimentalismo,

comprovado pela utilização de ruídos provenientes de brinquedos, por exemplo, e

combinações de lirismo com quase desafinações, Cocorosie conquistou não só uma

legião de fãs, mas admiradores famosos como Antony Hegarty, do Antony and the

Johnsons, e Devendra Banhart. Os dois inclusive fizeram participações no segundo

álbum delas, “Noa’s Ark”, lançado em 2005. A partir daí, sucederam-se apresentações

em diversos países, incluindo Brasil, músicas usadas tanto em comerciais quanto em

filmes, e outros discos contendo a sonoridade peculiar da dupla.

Confira o vídeo do single “Lemonade”, de 2010:

[www.youtube.com/watch?v=tu3EcAHdHlE]

Discos lançados: “La Maison de Mon Rêve” (2004); “Noa’s Ark” (2005); “The

Adventures of Ghosthorse and Stillborn” (2007); “Grey Oceans” (2010).

Gênero: freak folk, experimental, indie pop.

Humor: melancólico.

Para ouvir enquanto: está relaxando ou batendo papo com amigos.

Internet: www.myspace.com/cocorosie

Playlist: “Lemonade”; “Terrible Angels”; “Beautiful Boyz”; “Brazilian Sun”.

Phillipe Xavier, estudante de jornalismo apaixonado por música, cinema e televisão que utiliza a

curiosidade como combustível para explorar e tentar estar sempre por dentro das novidades.