Texto de Apoio CPP - Fase Da Instrução

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    1/47Direo-geral da Administrao da Justia

    PROCESSO PENAL FASE DA INSTRUO

    DGAJ/Formao - 2014

    MANUAL de APOIO

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    2/47

    2

    Nota Introdutria

    O texto de apoio INSTRUO, d continuidade ao trabalho iniciado com a fase deInqurito, fornecendo um manual de cariz essencialmente prtico aos oficiais de justia, quelidam com o processo penal.

    Procurmos ser simples e claros na abordagem das matrias, incidindo sobre questesque se levantam no dia-a-dia dos nossos tribunais.

    So do Cdigo de Processo Penal (CPP) todos os preceitos legais adiante referidossem meno de origem.

    Objetivos

    O presente manual pretende ser um mero instrumento de trabalho, de modo nenhum sesubstituindo aos diplomas legais aplicveis, nem dispensando a sua consulta e, naturalmente,sem prejuzo de orientao diversa dos senhores magistrados1.

    O seu principal objetivo fornecer informao de forma a facilitar a implementao deprticas processuais reputadas mais convenientes e contribuir para uma maior uniformizaona tramitao processual.

    1 N.1 do artigo 157. do C.P.C.: As secretarias judiciais asseguram o expediente, autuao e regulartramitao dos processos pendentes, nos termos estabelecidos na respetiva lei de organizao judiciria,em conformidade com a lei de processo e na dependncia funcional do magistrado competente .

    N.3 do artigo 6. do Estatuto dos Funcionrios de Justia, aprovado pelo DL n. 343/99, de 26/08, na redaodada pelo DLn. 96/2002, de 12/04: Os oficiais de justia, no exerccio das funes atravs das quaisasseguram o expediente, autuao e regular tramitao dos processos, dependem funcionalmente domagistrado competente.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    3/47

    3

    I - DISPOSIES GERAIS

    O que a instruo e o que nela se pratica:

    A instruo constituda por atividades de averiguao e investigao criminalcomplementar da levada a efeito no inqurito, de natureza facultativa , visando acomprovao judicial da deciso de acusao ou da deciso de arquivamento do processo(artigo 286.).

    Tem lugar no processo comum , quando requerida, dado o seu carcter facultativo,estando excluda dos processos especiais -sumrio, abreviado e sumarssimo .

    Tambm nos casos de suspenso provisria do processo artigo 281. - e de arquivamentocom dispensa de pena artigo 280. - nem o arguido nem o assistente podem requerer ainstruo, uma vez que os despachos homologatrios cabem ao juiz de instruo criminal (JIC)e s impugnveis atravs de recurso.

    Adireo da instruo compete a um juiz de instruo , assistido pelos rgos de polciacriminal. As regras de competncia relativas ao tribunal so correspondentemente aplicveis

    ao juiz de instruo, e, quando a competncia para a instruo pertencer ao SupremoTribunal de Justia ou Relao, o instrutor designado, por sorteio, de entre os juzes daseco e fica impedido de intervir nos subsequentes atos do processo (artigo 288.).

    A instruo formada peloconjunto dos atos de instruo que o juiz entenda deverlevar a cabo e, obrigatoriamente, por um debate instrutrio, oral e contraditrio , no qualpodem participar oMinistrio Pblico (M P), o arguido, o defensor , o assistente e o seu

    advogado, mas no as partes civis (artigo 289.).

    FASE DA INSTRUO

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    4/47

    4

    De acordo com o n.2 do artigo 292., obrigatrio o interrogatrio do arguido a seupedido. A no realizao do interrogatrio, desde que requerido pelo arguido, integra anulidade da insuficincia de instruo, a que alude a alnead) do n.2 do artigo 120.

    Para reforar a posio dos sujeitos processuais, o M P, o arguido, o defensor, oassistente e o seu advogado podem assistir aos atos de instruo por qualquer delesrequeridos e suscitar pedidos de esclarecimento ou requerer que sejam formuladas asperguntas que entenderem relevantes para a descoberta da verdade (n.2 do artigo 289.).

    Vigora a regra da publicidade , a mesma que vale para a fase de julgamento.

    Competncias do juiz de instruo(artigo 17.)

    Compete ao juiz de instruo, ao abrigo do disposto no artigo 17.,proceder instruo ,decidir quanto pronncia e exercer todas as funes jurisdicionais at remessa doprocesso para julgamento nos termos prescritos no Cdigo de Processo Penal.

    INSTRUOcompetncia doJIC

    Proceder Instruo

    decidir quanto pronncia

    Exercer todas asfunes jurisdicionaisat remessa do

    processo para julgamento

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    5/47

    5

    Com efeito, atribuda ao Juiz de instruo uma trplice competncia para:

    - proceder instruo (artigo 286. a 310.)

    - decidir quanto pronncia (artigo 307. e 308. )- exercer todas as funes jurisdicionais at remessa do processo para julgamento.

    Da competncia territorial, funcional, material e por conexo :( artigo 10. e seguintes CPP)

    Trata-se de uma medida do poder jurisdicional atribudo a cada tribunal.

    As regras da competncia destinam-se a determinar o tribunal onde o processo devecorrer os seus trmites e o agente do facto ilcito julgado.

    Torna-se necessrio distinguir os diversos tipos de competncia.

    Territorialmente : competente para conhecer do crime o tribunal em cuja rea se tiververificado a consumaocfr. n.1 do artigo 19. Funcionalmente: esta competncia respeita a uma fase do processo: o juiz de instruotem competncia para proceder instruo, decidir quanto pronncia e exercer todasas funes jurisdicionais at remessa do processo para julgamento; o tribunal dojulgamento em 1. instncia tem competncia para a fase do julgamento; o tribunal darelao tem competncia para a fase do recurso; o Supremo Tribunal de Justia tem em

    regra competncia para conhecer em recurso de decises das relaes;

    Material: a competncia material respeita natureza dos processos (especiais oucomuns) - tipo de crime, medida da pena ou qualidade dos arguidos.

    Conexo: diz-se que h conexo quando dois (ou mais) processos contm matria inter-relacionada que obriga apreciao conjunta e ao mesmo tempo dos dois (ou de todoseles). Sobre conexo e seus limites ver artigos 24 a 29 do C.P.P.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    6/47

    6

    A este respeito veja-se ainda a Lei Orgnica do Sistema Judicirio - Lei n. 62/2013, de26/08, subsidiria do CPP artigo 10.

    Dos conflitos de competncia:( artigo 34. e seguintes CPP)

    Os conflitos de competncia podem sernegativos ou positivos.

    Negativos quando dois ou mais tribunais em conflito se declararem incompetentes paraconhecerem de determinado crime.

    Positivos quando dois ou mais tribunais se declararem competentes para conheceremdesse mesmo crime.

    O conflito cessa logo que um dos tribunais se declare, conforme os casos, competente ouincompetente para conhecer desse crime.

    Se suscitado na fase de inqurito este decidido pelo superior hierrquico queimediatamente superintende os magistrados em conflito (n.3 do artigo 266. do CPP).Cfr. Circular n. 4/2012 PGR:

    http://www.pgr.pt/Circulares/textos/2012/circular_04-2012.pdf

    NOTA:

    Quando se praticam os atos:Os conflitos de competncia tm naturezaurgente e correm em frias judiciais cfr. al. d) n.2 do artigo 103.

    http://www.pgr.pt/Circulares/textos/2012/circular_04-2012.pdfhttp://www.pgr.pt/Circulares/textos/2012/circular_04-2012.pdfhttp://www.pgr.pt/Circulares/textos/2012/circular_04-2012.pdf
  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    7/47

    7

    TRAMITAO PROCESSUAL DO CONFLITO DE COMPETNCIA-FASE DE INSTRU

    Por quem e quando pode ser requerida a instruo:

    Pelo arguido, no prazo de vinte dias a contar da notificao do despacho de

    acusao I. do M P nos crimes de natureza pblica ou semipblica,II. do assistente nos crimes de natureza particular.

    Pelo assistente , se o procedimento no depender de acusao particular, no prazode vinte dias , a contar da notificao do despacho dearquivamento ,

    I. do M P, nos casos do artigo 277. ou,II. quando o assistente a requeira, relativamente a factos novos que importem

    alterao substancial da acusao pblica.

    Magistrado comarca invoca incompetnciaterritorial e ordena a remessa comarca

    Comarca suscita o conflito de competncianegativo , ordenando a extrao dos atos e todosos elementos necessrios sua resoluo.

    Este expediente (o Incidente) autuado ecorre emseparado, com indicao do M P, do arguido, doassistente e dos advogados respetivos.

    remetidoAoTRIBUNAL DA RELAO ou Ao SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

    aberta Vista ao M P e notificados os sujeitosprocessuais que no tiverem suscitado o conflito,para alegarem em 5 dias, aps o que a Relao ouo STJ, consoante o caso, resolve o conflitoproferindo despacho a ordenar quem a comarcacompetente. Esta deciso imediatamente

    comunicada aos tribunais em conflito, ao M P, aoarguido e ao assistente.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    8/47

    8

    NOTA:O ofendido pode requerer em simultneo a suaconstituio de assistente e a abertura deinstruo .Nesta situao, autoliquida2 taxas de justia :- 1 pela constituio de assistente- 1 pela abertura de instruo

    Que procedimentos devem ter lugar aps apresentao do requerimento :

    Pela abertura de instruo, apenas quando requerida pelo assistente , devida umataxa de justia autoliquidada, no montante de 1 UC., podendo ser corrigida, a final, pelo juizpara um valor entre 1 UC e 10 UC n.2 do artigo 8. do Regulamento das Custas Processuais(RCP).

    Nos termos do n.3 do artigo 8. do RCP, o documento comprovativo do pagamentodeve ser junto

    - com a apresentao do requerimento na secretaria;ou - No prazo de10 dias a contar da formulao no processo 2.

    No caso de falta de apresentao do documento comprovativo, a secretaria notifica ointeressado para proceder sua apresentao, no prazo de 10 dias, com o acrscimo de taxade justia de igual montante n. 4 do artigo 8. do RCP.

    NOTA:

    Esta notificao deve ir acompanhada da guia-DUC respetiva para o pagamento da taxa devida(1 UC) e do acrscimo (1 UC).

    O no pagamento das quantias referidas determina que o requerimento para constituio deassistente ou abertura de instruo seja considerado sem efeito - n. 5 do artigo 8. do R.C.P.

    2 - No caso de ser requerida em ata, em declaraes, etc.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    9/47

    9

    REGIME DE ACESSO AO DIREITO E AOS TRIBUNAIS

    (artigo 39. da Lei n. 34/2004,de 29/07 com as alteraes da Lei n. 47/2007 de 28/08)

    o Portaria n. 10/2008, de 3 de janeiro , que regulamenta a Lei do Acesso aoDireito com as alteraes que lhe foram introduzidas pela

    o Portaria n. 210/2008, de 29 de fevereiro)o Portaria n. 654/2010 eo Portaria n. 319/2011

    De acordo com o n. 4 do artigo 39. da Lei n. 34/2004, de 29 de julho, na redao dadapela Lei n. 47/2007, de 28 de agosto (regime de acesso ao direito e aos tribunais RADT),incumbe secretaria do Tribunal , no mbito do processo penal, proceder apreciao dainsuficincia econmica do arguido, tendo em conta, nomeadamente, as suas declaraes,no carecendo de prova documental.

    No momento em que presta Termo de Identidade e Residncia (TIR) o arguido deveemitir uma declarao de rendimentos, a qual permitir ao oficial de justia proceder

    apreciao provisria da insuficincia econmica daquele, atravs do simulador eletrnico,disponvel no endereo: http://www2.seg-social.pt/left.asp?01.08.04.

    O arguido que, em virtude do resultado da aplicao do simulador, tenha direito a apoiojudicirio, a ttulo provisrio, em qualquer das modalidades previstas no RADT, ser advertidoque dever requerer junto dos servios da segurana social a concesso do respetivobenefcio, sob pena de incorrer nas consequncias previstas no artigo 39. do RADT.

    O arguido dever ser especialmente advertido de que:a) Se, posteriormente concesso provisria, os servios da segurana socialdecidirem no lhe conceder o benefcio de apoio judicirio, ser responsvel pelopagamento de 150 ;

    b) Se se demonstrar que a sua declarao foi manifestamente falsa, ser responsvelpelo pagamento de 750 ;c) Caso no tenha direito a apoio judicirio e a constituio de defensor sejaobrigatria ou considerada necessria ou conveniente, dever proceder constituiode mandatrio; no o fazendo, ser-lhe- nomeado um oficiosamente, ficando

    responsvel pelo pagamento de 450 .

    http://www2.seg-social.pt/left.asp?01.08.04http://www2.seg-social.pt/left.asp?01.08.04http://www2.seg-social.pt/left.asp?01.08.04
  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    10/47

    10

    d) Se o arguido no solicitar a concesso do apoio judicirio, ser responsvel pelopagamento de 450 .

    Os montantes sero liquidados na conta do processo.

    NOTA: ConsultarOf. Circular n.1 de 2.1.1012 eOf. Circular n.28, de 26.04.2012 - DGAJ/DSAJ

    Confirmao pelas secretarias dos pedidos de pagamento

    das compensaes devidas aos profissionais forenses, nombito do regime de acesso ao direito e aos tribunais

    http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre//sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94

    http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre//sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06

    Do despacho de abertura da instruo:(artigo 287.)

    No despacho de abertura de instruo o juiz nomeia defensor ao arguido que no tenhaadvogado constitudo nem defensor nomeado3.

    O despacho de abertura de instruo notificado (n. 5 do artigo 287.):

    Ao M P; Ao Assistente;

    3 Sobre a obrigatoriedade de nomeao de defensor ver artigo 64.

    http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/sections/files/circulares/2012/2-trimestre/oc-28-2012/downloadFile/file/OC%2028-2012.pdf?nocache=1335523354.06http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94http://www.dgaj.mj.pt/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/sections/files/circulares/2012/1-trimestre/oc-1-2012/downloadFile/file/OC%2001-2012.pdf?nocache=1325588529.94
  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    11/47

    11

    Ao Arguido; Aos respetivosdefensores ou advogados .

    II - DOS ATOS DE INSTRUO

    Direo e contedo da instruo:(artigos 288. e 289.)

    A direo da instruo compete a um juiz de instruo, assistido pelos rgos depolcia criminal.

    A instruo formada pelo conjunto dos atos de instruo que o juiz entenda deverlevar a cabo e, obrigatoriamente, por um debate instrutrio, oral e contraditrio, no qualpodem participar o M P, o arguido, o defensor, o assistente e o seu advogado, mas no aspartes civis.

    Que formalidades devem ser observadas na convocatria para os atos deinstruo:

    As notificaes para comparncia em ato de instruo devem ser efetuadas com trs diasde antecedncia e s em casos de urgncia, devidamente fundamentada, em perodo inferiorquele n. 2 do artigo 293.

    Da documentao dos atos de instruo:

    Todas as diligncias de prova realizadas em ato de instruo devemser documentadasatravs de registo udio ou audiovisual, devendo consignar-se no autoo incio e termo decada declarao, os documentos apresentados ou recebidos e dos resultados alcanados, demodo a garantir a genuna expresso da ocorrncia, (artigo 296., alneac) do n.3 do artigo

    99.e n 1 do artigo 101.).

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    12/47

    12

    Se for utilizadoregisto udio ou audiovisual no h lugar a transcrio e o funcionrioentrega no prazo mximo de48 horas, uma cpia a qualquer sujeito processual que arequeira, bem como, em caso de recurso, procede ao envio de cpia ao tribunal superior (n.4 artigo 101.).

    III- DO DEBATE INSTRUTRIO

    Das notificaes da designao de data para o debate instrutrio:

    O debate instrutrio uma diligncia processual obrigatria, nos termos do n.1 do artigo289.

    O auto relativo ao debate instrutrio reveste a forma e designao deATA, fazendo-sesmula de tudo o que respeitar a declaraes orais (artigo 305. e n.2 do artigo 100.).

    Aata assinada pelo juiz e pelo oficial de justia que a lavrar, no sendo necessrio aassinatura dos demais intervenientes nesse ato.

    A designao de data para o debate instrutrio notificada aoM P, ao arguido e aoassistente , pelo menos, cinco dias antes daquela data (n.3 do artigo 297.).

    Havendovrios arguidos so notificados todos eles, mesmo que no tenham requerido aabertura de instruo (n. 3 parte final do artigo 297.), pois o juiz de instruo pode vir aconhecer dos factos que lhe so imputados (n.4 do artigo 307.).

    Sero notificadas igualmente da data designada para o debate, compelo menos trs diasde antecedncia , as testemunhas, peritos e consultores tcnicos , cuja presena no debateo juiz considerar indispensvel (n.4 do artigo 297.).

    correspondentemente aplicvel o disposto nos n.s 1 e 2 do artigo 116., (faltainjustificada de comparecimento), artigo 254. (possvel deteno) e artigo 293. (emisso demandado de comparncia).

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    13/47

    13

    Finalidades do debate instrutrio:

    O debate instrutrio visa permitir uma discusso perante o juiz, porforma oral econtraditria , sobre se, do decurso do inqurito e da instruo, resultam indcios de facto eelementos de direito suficientes para justificar a submisso do arguido a julgamento artigo298.

    Eventualmente, poder no debate instrutrio produzir-se prova suplementar (cfr. artigo297.). A deciso instrutria redunda, em princpio, numdespacho de pronncia ou nopronncia do arguido (artigo 307. e segs.).

    Adiamento do debate:

    O arguido tem o direito de estar pessoalmente no debate instrutrio e de nele intervir(n.1 do artigo 289. e n.2 do artigo 301.). Por isso, a notificao da data da diligncia -lhe

    feita a ele e ao defensor.O debate s pode ser adiado uma vez por absoluta impossibilidade de ter lugar,

    nomeadamente, por grave e legtimo impedimento do arguido estar presente.

    Em caso de adiamento, o juiz designa imediatamente nova data que no pode excederem dez dias a anteriormente fixada. comunicada aos presentes, procedendo-se notificao dos ausentes cuja presena seja necessria.

    Renunciando o arguido ao direito de estar presente, o debate no adiado com ofundamento da sua falta, sendo representado pelo defensor constitudo ou nomeado (n.3 doartigo 300.).

    Se o arguido faltar na segunda data marcada, representado pelo defensor constitudoou nomeado, no sendo o debate adiado (n.4 do artigo 300.).

    O assistente tambm tem o direito de estar presente no debate (n.1 do artigo 289.). Porisso, a notificao da data da diligncia feita ao assistente e ao seu advogado.

    Tambm o assistente pode renunciar ao direito de estar presente, sendo representado nadiligncia pelo seu advogado.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    14/47

    14

    O que deve conter a ata do debate instrutrio:

    Do debate instrutrio lavrada ata(n.s 1 e 2 do artigo 305.), a qual assinada pelojuiz e pelo funcionrio que a elaborou, no sendo necessrio a assinatura dos demaisintervenientes nesse ato.

    Deve ser observado o disposto non.3 do artigo 99. , devendo da ata constar :

    a) A identificao das pessoas que intervieram;b) As causas, se conhecidas, da ausncia das pessoas cuja interveno estava

    prevista; c) Descrio especificada das operaes praticadas, da interveno de cada um

    dos participantes processuais, das declaraes prestadas, do modo como oforam e das circunstncias em que o foram, incluindo, quando houver lugar aregisto udio ou audiovisual, consignao do incio e termo de cadadeclarao, dos documentos apresentados ou recebidos e dos resultadosalcanados, de modo a garantir a genuna expresso da ocorrncia;

    d) Qualquer ocorrncia relevante para apreciao da prova e da regularidade doato.

    IV- DO ENCERRAMENTO DA INSTRUO

    Deciso instrutria e sua notificao:

    Encerrado o debate instrutrio o juiz proferedespacho de pronncia ou de no

    pronncia , o qual imediatamente ditado para a ata, considerando-se notificado aospresentes - n.1 do artigo 307.

    Os no presentes devero ser notificados nos termos do n.3 do artigo 277., conformeesquema de fls. 16 e 17 deste manual.

    Em casos excecionais, devido complexidade, a leitura da deciso instrutria, pode, seradiada por um prazo mximo de 10 dias, comunicando-se de imediato aos presentes a dataem que o despacho ser lido (n.3 do artigo 307.).

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    15/47

    15

    O processo tambm pode terminar com asuspenso provisria do processo (artigo281.) , com a concordncia do M P - n.2 do artigo 307.

    I. Findo o prazo da suspenso e tendo sido cumpridas as regras de conduta einjunes, o juiz de instruo proferir uma deciso de no pronncia.

    II. Findo o prazo da suspenso, se no tiverem sido cumpridas as regras de conduta,o juiz proferir uma deciso de pronncia.

    O mesmo pode ainda terminar por um despacho dearquivamento em caso de dispensade pena (n.2 do artigo 280.), com a concordncia do M P e do arguido.

    NOTA: Adeciso instrutria notificada:

    Ao arguido e seu defensor;Ao assistente e seu advogado;Ao lesado que tiver manifestado o propsito dededuzir pedido de indemnizao civil (n.10 doartigo 113. e n. 5 do artigo 307. e,Ao denunciante com a faculdade de seconstituir assistente.

    A deciso instrutria sernotificada s pessoas no presentes na leitura , e que devamser notificadas, nos termos do n. 3 do artigo 277., ex vi do n. 5 do artigo 307.

    Elabora-se o seguinteEsquema de Notificaes

    DECISO INSTRUTRIA A QUEM NOTIFICAR COMO NOTIFICAR

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    16/47

    16

    ARGUIDO

    Contacto pessoalVia postal Registada com PRVia postal Simples com PD se o arguido prestou T.I.R.Requisio ao Diretor do E.P. quando detido artigo 114.

    e seuDEFENSOR

    Telecpia n.11 do artigo 113.Via postal registadaContacto pessoal

    ASSISTENTE

    Contacto pessoalVia postal Registada com PRVia postal Simples com PD se tiver indicado residncia e tiversido advertido nos termos dos n.s 5 e 6 do artigo 145.

    e seuadvogado constitudo ou

    defensor nomeado

    TelecpiaContacto pessoalVia postal registada

    DENUNCIANTE c/ afaculdade de se

    CONSTITUIR ASSISTENTE

    Contacto pessoalVia postal Registada com PR

    Via postal Simples com PDe seu

    advogado constitudoou defensor nomeado

    TelecpiaContacto pessoalVia postal registada

    AQUEM TENHA manifestado o propsito de

    deduzir PEDIDO DEINDEMNIZAO CIVIL

    Contacto pessoalVia postal Registada com PRVia postal Simples com PD

    e seuMANDATRIO

    TelecpiaContacto pessoalVia postal registada

    N. 6 do DL n. 218/99,de 15/06

    Via postal registada com PR

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    17/47

    17

    Lei n. 112/2009, de16/09

    Violncia domstica - Art. 37.

    C.I.G. e DGAI4

    A comunicao das decises finais (Acusao, Arquivamento eSuspenso Provisria do Processo) feita em julho e janeiro, atravs

    do preenchimento e remessa do Mapa I e II para os seguintesendereos eletrnicos:D.G.A.I. - [email protected] C.I.G. - [email protected]

    Na fase de Instruo, sendo uma fase facultativa, no foiconsiderada para efeitos de estatstica, pelo que no se devemfazer estas comunicaes.

    Dos prazos de durao mxima da instruo:(artigo 306.)

    O juiz encerra a instruo nos prazos mximos de dois meses5, se houver arguidos presosou sob obrigao de permanncia na habitao, oude quatro meses , se os no houver.

    O prazo dedois meses elevado para trs meses, quando a instruo tiver por objetoum dos crimes referidos nas diferentes alneas do n. 2 do artigo 215., contando-se oprazo a partir da data de recebimento do requerimento para abertura da instruo.

    Das nulidades da deciso instrutria:(artigo 309.)

    Na parte em que pronunciar o arguido por factos que constituam alterao substancial6 dos descritos na acusao do M P ou do assistente ou no requerimento para abertura dainstruo, a deciso instrutria nula.

    A nulidade deve ser arguida noprazo de oito dias contados da data da notificao dessamesma deciso.

    4 Comisso para a Cidadania e Igualdade de Gnero e Direo-Geral da Administrao Interna.-Ver Ofcio Circular n. 32 de 14/05/2012 da DGAJ/DSAJ.-Ver Circular n.7/2012 com Nota de atualizao , da PGR einformao 581 da Habilndia/CitiusIntranet Mapa I (M.P.) e

    Mapa II (Decises -Tribunal).

    5 Os prazos referidos so meramente ordenadores. O seu excesso pode ocasionar um pedido de aceleraoprocessual artigos 108. a 110.6

    Alterao substancial dos factos aquela que tiver por efeito a imputao ao arguido de um crime diverso ou aagravao dos limites mximos das sanes aplicveis.

    mailto:[email protected]:[email protected]
  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    18/47

    18

    Do recurso da deciso instrutria:(artigo 310.)

    A deciso instrutria que pronunciar o arguido pelos factos constantes da acusao do MP irrecorrvel e determina a remessa imediata7 dos autos ao tribunal competente para ojulgamento, sendo no entanto possvel recorrer do despacho que indeferir a arguio danulidade cominada no artigo 309.

    Sendo recorrveis, entre outros :

    I. O despacho deno pronncia ;II. O despacho depronncia parcial (no caso de ser pronunciado somente quanto a

    alguns crimes e j no quanto a outros);

    Da contagem e decurso dos prazos judiciais em processo penal:(artigos 103. a 106.)

    Os prazos para a prtica de atos de processo penalcontam-se segundo a regra dacontinuidade, nos termos do disposto no n.1 do artigo 138. do Cdigo de Processo Civil paraonde nos remete o n.1 do artigo 104. do CPP.

    Assim, so contados deforma contnua , suspendendo-se, durante as frias judiciais.

    Quando o prazo terminar em dia que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se oseu termo para o 1. dia til seguinte.

    7 - Entendemos que se dever aguardar o prazo da arguio de nulidades 8 dias - previsto no n.2 do artigo 309.

    Do tem o dos atos e da acelerao do rocesso

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    19/47

    19

    Na contagem dos prazos deve ter-se ainda em conta o disposto no artigo 279. do C. Civil,no se incluindo o dia em que ocorrer o evento (dia da notificao) a partir do qual o prazo

    comea a correr, contando-se o ltimo.Em processo penal, mesmo no que respeita parte do pedido civil, no feita qualquer

    referncia a prazos dilatrios, pelo que inexistem.

    Prtica dos atos processuais :

    Os atos processuais praticam-se nos dias teis, s horas de expediente dos servios dejustia e fora do perodo de frias judiciais (artigo 103.).

    Correm e praticam-se durante as frias judiciais os seguintes atos processuais:

    atos processuais de arguidos detidos ou presos, ou indispensveis garantia daliberdade das pessoas;atos de inqurito e de instruo, bem como os debates instrutrios e audinciasrelativamente aos quais seja reconhecida, por despacho de quem a elas presidir,

    vantagem em que o seu incio, prosseguimento ou concluso ocorra sem aquelaslimitaes;atos de mero expediente, bem como as decises das autoridades judicirias,sempre que necessrio.processos sumrios e;processos abreviados, at sentena em 1. instncia ;atos processuais relativos aos conflitos de competncia;requerimentos de recusa e pedidos de escusa

    NOTA: Contagem dos prazos de atos processuaisCorrem em frias os prazos relativos a processosnos quais devam praticar-se os atos referidos nasalneas a ) a e) do n. 2 do artigo 103. do CPP ex-vi do n.2 do artigo 104. do CPP.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    20/47

    20

    Prazo para a prtica de atos pelos sujeitos processuais 8 : (artigo 105.)

    O sujeito processual (arguido, assistente e partes civis) tem o prazo dedez dias parapraticar os atos, salvo disposio legal ou despacho em contrrio (artigo 105.).

    Os atos podem ainda ser praticadosfora do prazo desde que seja invocado justoimpedimento, de acordo com o estipulado no artigo 107., cujo propsito o deregulamentar a possibilidade da prtica de atos, fora do prazo.

    Renuncia ao decurso de um prazo(artigo 107.)

    O n.1 do artigo 107., trata da possibilidade da pessoa em benefcio da qual forestabelecido um prazo,renunciar ao seu decurso bastando para tal, enderear requerimento

    autoridade judiciria que dirigir a fase processual, o qual despachado em 24 horas.

    8 No decurso de um processo so vrias as pessoas que nele intervm. So as testemunhas que so inquiridas, o MP que na fase de inqurito, profere despachos que se tornam decises, os arguidos que so interrogados, osperitos que emitem as suas opinies, os juzes que decidem sobre certas situaes no inqurito e na instruo esentenciam na fase do julgamento, os intrpretes que traduzem, as polcias que investigam, enfim uma enormequantidade de intervenientes que se movem no processo de acordo com certas regras e para a realizao dedeterminados atos.

    Todos esses intervenientes so participantes processuais na medida em que participam ou colaboram narealizao dos atos processuais. No entanto existem dois tipos de participantes processuais: Os chamadosparticipantes comuns e os participantes especiais.

    Distinguindo-os uns dos outros, diremos que os participantes especiais so aqueles que imprimem ao processouma certa orientao, enquanto os outros nada fazem.

    Assim poderemos dizer que osparticipantes especiais so os chamados sujeitos processuais ou seja, so osparticipantes a quem a lei confere poderes que lhes permitem influir no andamento do processo.

    Como sujeitos processuais o Cdigo de Processo Penal considera: Os Tribunais (artigos 8. a 47.); O M P(artigos 48. a 56.) O arguido e seu defensor (artigos 57. a 67.); O assistente (artigos 68. a 70.) e as partescivis (artigos 71. a 84.).

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    21/47

    21

    Da prorrogao dos prazos

    (n. 6 do artigo 107.)

    Em casos de excecional complexidade, devido ao nmero de arguidos ou de ofendidos ouao carter altamente organizado do crime (n. 3, parte final, do artigo 215.), o juiz, arequerimento do assistente, do arguido, das partes civis e do M P, podeprorrogar os prazos para a prtica dos atos que a seguir se indicam, at ao limite mximo de 30 dias:

    a contestao do pedido de indemnizao civil (78.);o requerimento de abertura da instruo (287.);a contestao da acusao ou pronncia e apresentao do rol de testemunhas(315.) e,a interposio de recurso e apresentao da motivao (n.s 1 e 3 do art.411.),

    NOTA:

    O deferimento do requerimento deprorrogao do prazo para requerer aabertura de instruo aproveita a todos osarguidos e assistentes, nos termos do n.7 doartigo 287., e n.13 do artigo 113.

    O deferimento do requerimento deprorrogao do prazo para contestar a

    acusao aproveita a todos os arguidos, nostermos do n.1 do artigo 315. e n.13 doartigo 113.

    Casos em que uma pessoa (sujeito processual ou interveniente acidental) pode praticarum ato processual fora do prazo estabelecido :

    (artigos 107.-A do CPP, n.s 5 a 7 do artigo 139. do C. P. Civil)

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    22/47

    22

    Independentemente do justo impedimento, pode o ato ser praticado no prazo, nostermos e com as mesmas consequncias que em processo civil, com as necessrias adaptaes

    (n. 5 do artigo 107.).H, por isso, que ter em conta o disposto nosn.s 5 a 7 do artigo 139., do Cdigo de

    Processo Civil.

    Assim, caso seja invocado justo impedimento, devem os autos ser presentes AutoridadeJudiciria respetiva, para deciso.

    Caso no seja invocado justo impedimento, fica a validade do ato dependente dopagamento imediato de uma multa.

    NOTA: O artigo 107.-A, manda aplicar praticaextempornea de atos processuais penais odisposto nos n.s 5 a 7 do artigo 139. do C. P. Civil,estabelecendo que:

    a) Se o ato for praticado no1. dia , a multa equivalente a 0,5 UC9;

    b) Se o ato for praticado no2. dia , a multa equivalente a 1 UC;

    c) Se o ato for praticado no3. dia , a multa equivalente a 2 UC.

    Praticado o ato em qualquer dos trs dias teis seguintes sem ter sido pagaimediatamente a multa devida, logo que a falta seja verificada, a secretaria,independentemente de despacho, notifica o interessado para pagar a multa, acrescida deuma penalizao de 25 % do valor da multa, desde que se trate de ato praticado pormandatrio (n. 6 do artigo 139 C. P. Civil).

    Se o ato for praticado diretamente pela parte , em ao que no importe aconstituio de mandatrio, o pagamento da multa s devido aps notificao efetuadapela secretaria, na qual se prev um prazo de 10 dias para o referido pagamento (n. 7 doartigo 139. C. P. Civil).

    9 Uma UC = 102,00

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    23/47

    23

    E que podemos resumir na seguinte:

    TABELA de CLCULO

    Artigo 107-A do C.P.P. e n.s 5 a 7 do artigo 139. do C. P. Civil

    Dos prazos para a prtica dos atos por oficiais de justia:(artigo 106.)

    Aos funcionrios de justia interessa ter em especial ateno o disposto no artigo106., sendo os termos do processo lavrados, e os mandados passados no prazo deDOIS DIAS.

    Caso se trate de processos urgentes (quando houver arguidos detidos ou presos e o prazoali fixado afetar o tempo de privao da liberdade)a lei fala em imediatamente e compreferncia sobre qualquer outro servio (cfr. n.2 do artigo 106.).

    .

    1 Dia 2 Dia 3 Dia

    Falta de pagamento -N.s 6 e 7 do artigo145. do CPC

    UC 102

    0,5 UC 1 UC 2 UC

    25% do valor da multa

    INQURITO

    51 102 204

    1 Dia - 63,75 2 Dia - 127,50 3 Dia 255,00

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    24/47

    24

    Arguido e seu defensor

    Assistente e seu mandatrio

    Partes civis e seus mandatrios

    Juno ao InquritoConcluso ao magistrado

    Autuao do Apenso de Incidentede

    Acelerao Processual.

    Cumprimento do despacho e organizao

    do processo, no prazo de 3 dias.

    Remessa PGR

    O incidente de acelerao processual tem natureza urgente.

    (n.2 do artigo 109.)

    Caso a PGR d um determinadoprazo (Por ex. 90 dias) para encerramento do Inqurito , aseco de processos deveabrir concluso ao Sr. Magistrado titular do Inqurito (cerca de 30dias antes do trmino do prazo), para, na eventualidade do Sr. Magistrado necessitar de um

    PEDIDO DE ACELERAO PROCESSUAL- TRAMITAO Artigos 108. e 109.

    A requerimento do:

    -Que ordena odesentranhamento do requerimentoe a autuao por apenso; -Juno das peas processuais relevantes para ainstruo do pedido de acelerao processual erelatrio justificado;-Concluso ao superior hierrquico para emitirParecer .

    .Despachado pelo PGR noprazo de 5 dias (n.3 doartigo 109.).Notificao do despacho ao requerente pelasecretaria da PGR;.Remessa do Inqurito aos Servios do M P;

    .Atualizao na aplicao informtica Citius.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    25/47

    25

    prazo mais alargado, ser requerido e organizado o processo, atempadamente, noultrapassando o prazo concedido pelo PGR.

    http://www.pgr.pt/Circulares/textos/2006/2006_02.pdf

    NOTA: Se suscitado na fase de inqurito, o pedido deacelerao manifestamente infundado sancionadocom o pagamento de uma soma entre 6 UC e 20 UC

    a fixar pelo juiz de instruo criminal. (cfr. artigo110.).

    (artigos 111. a 116.)

    Das comunicaes entre os servios de justia e entre as autoridadesjudicirias e os rgos de polcia criminal:

    Por mandado: quando o ato seja praticado dentro dos limites da competnciaterritorial da entidade que proferiu a ordem;

    Por carta precatria: quando o ato seja praticado fora daqueles limites; Por carta rogatria: havendo que concretizar o ato no estrangeiro; Por ofcio, aviso, carta, telegrama, telex, telecpia, comunicao telefnica,

    correio eletrnico ou qualquer outro meio de comunicao: quando estiver em causa um pedido de notificao ou qualquer outro tipo de

    transmisso de mensagem.

    A comunicao telefnica sempre seguida de confirmao por qualquer meio escrito.

    Da comunicao dos atos e da convocao ara eles

    http://www.pgr.pt/Circulares/textos/2006/2006_02.pdfhttp://www.pgr.pt/Circulares/textos/2006/2006_02.pdfhttp://www.pgr.pt/Circulares/textos/2006/2006_02.pdf
  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    26/47

    26

    Convocao para ato processual:

    A convocao de uma pessoa para comparecer a ato processual pode ser feita porqualquer meio destinado a dar-lhe conhecimento do facto, inclusivamente por via telefnica,lavrando-se cota no auto quanto ao meio utilizado (cfr. artigo 112.).

    Quando for utilizada a via telefnica , a entidade deve identificar-se e d conta docargo que desempenha, bem como dos elementos que permitam ao chamado inteirar-se doato para que convocado e efetuar, caso queira, a contraprova de que se trata detelefonema oficial e verdadeiro (n.2 do artigo 112.).

    Revestem a forma de notificao (n.3 do artigo 112.):

    A convocao para interrogatrio ou para declaraes; A convocao de toda e qualquer pessoa para participar em debate instrutrio ou

    em audincia; A convocao de pessoa que haja j sido chamada, sem efeito cominatrio, e

    tenha faltado; A convocao para aplicao de uma medida de coao ou de garantia patrimonial.

    Tais atos revestem a forma de notificao visto que em qualquer dos casos, suprareferidos, deve ser indicada, pessoa a que se destina, a finalidade da convocao ou dacomunicao.

    REGRAS GERAIS SOBRE NOTIFICAES(artigo 113.):

    Como se efetuam as notificaes:

    Por contacto pessoal com o notificando e no lugar em que este for encontrado;Por via postal registada , por meio de carta ou aviso registados;Por via postal simples, por meio de carta ou aviso nos casos expressamenteprevistos, a que adiante nos referiremos ;Por editais e anncios, nos casos em que a lei expressamente o admitir.

    Como proceder em cada uma delas:

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    27/47

    27

    1. Contacto pessoal:Chamamos a este contacto uma notificao pessoal que efetuada pelo funcionrio dejustia ou agente policial (no pelo servio postal), logo, cara a cara com onotificando.

    2. Via postal registada:

    H de a notificao ser feita atravs de servios postais por carta registada expedidacom PROVA DE RECEO (PR). Esta notificaopresume-se efetuada no 3. dia tilposterior ao do envio (cfr. n. 2 do artigo 113.).

    Quando o meio utilizado for esta via postal registada(carta ou aviso) de acordo com on. 6 do artigo 113., o rosto do sobrescrito ou do aviso deve indicar, com preciso, anatureza da correspondncia, a identificao do tribunal ou do servio remetente e as normasde procedimento a que se refere o n. 7 daquela disposio legal.

    Das normas e procedimentos referidos nas alneasa) e c), do n. 7 do artigo 113.,resulta a necessidade do sobrescrito se fazer acompanhar de um destacvel, que se denominapor PROVA DE RECEO , para no caso da alneaa), ser lavrada nota do incidente e no casoda alnea c), ser fornecida a identificao da pessoa a quem a carta ou o aviso foramentregues.

    3. Via postal simples:

    Procedimentos do funcionrio judicial:

    Lavra cota no processo10, indicando:

    a data da expedio da carta; e

    o domiclio para a qual foi enviada.

    Procedimentos do distribuidor do servio postal:

    Deposita a carta na caixa do correio do notificando;

    10 Que pode ser substituda pela juno do duplicado da notificao ao processo.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    28/47

    28

    Lavra uma declarao indicando a data e confirmando o local exato desse depsito,e de seguida, envia essa declarao de imediato, ao servio ou ao tribunal remetente.

    Se for impossvel proceder ao depsito da carta na caixa do correio, o distribuidordo servio postal lavra nota do incidente, ape-lhe a data e envia-a de imediato ao servio ouao tribunal remetente.

    Prova de depsito:

    Das normas e procedimentos que envolvem a notificao por via postal simples,resulta a necessidade do sobrescrito se fazer acompanhar de um destacvel, que se denominapor PROVA DE DEPSITO (PD), a fim do distribuidor do servio postal exarar declarao,indicando a data e confirmando o local exato desse depsito.

    Valorao da notificao por via postal simples:

    A notificao por via postal simples considera-se efetuada no 5. dia posterior11 data

    indicada na declarao lavrada pelo distribuidor do servio postal, cominao essa que deverconstar do ato de notificao.

    Salientam-se algumas notificaes possveis porvia postal simples:

    Ao arguido: aps a prestao de termo de identidade e residncia as notificaesposteriores ser-lhe-o feitas desta forma - alneac) do n.3 do artigo 196.;

    Aodenunciante com a faculdade de se constituir assistente , ao assistente e partescivis aps estes indicarem a sua residncia, seguida de advertncia de que a mudanada morada indicada deve ser comunicada, por requerimento, entregue ou remetidopor via postal registada secretaria onde os autos se encontrarem a correr termosnesse momento (n.6 do artigo 145.). Advertncia que deve ser feita logo queprestem declaraes no inqurito, salvo se j tiverem sido advertidos pelo OPC.

    11

    Contam-se segundo a regra da continuidade, nos termos do disposto no n.1 do artigo 138. do Cdigo deProcesso Civil para onde nos remete o n.1 do artigo 104. do CPP, no importando se o 5 dia til ou no.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    29/47

    29

    Do despacho de arquivamento do inqurito, da acusao e da deciso instrutria aodenunciante com a faculdade de se constituir assistente e a quem tenhamanifestado o propsito de deduzir pedido civil alnea c) do n.4 do artigo 277.;

    Via Postal Simples Sem Prova de Depsito

    -Do despacho de arquivamento sempre que o inqurito no correr contra pessoa determinada(vg. desconhecidos) - alnead) do n.4 do artigo 277., considerando-se a notificaoefetuada no 5. dia til posterior data de expedio.

    Face ao que dispe o n 10 do artigo 113., as notificaes do arguido, assistente e partescivis podem ser feitas na pessoa do seu advogado. Ressalvam-se as respeitantes :

    Acusao; Deciso instrutria; Designao de dia para julgamento; Sentena; Aplicao de medida de coao e de garantia patrimonial; Deduo do pedido de indemnizao civil

    as quais devem ser feitas na pessoa do sujeito processual (arguido, assistente, parte civil) e

    tambm na pessoa do seu advogado ou defensor nomeado, caso em que o prazo para a prticado ato processual subsequente, ser contado a partir da notificao efetuada em ltimolugar.

    As notificaes dosadvogados ou defensores , quando outra forma no resultar da lei,so feitas por contacto pessoal, via postal registada, via postal simples ou por telecpia n11 do artigo 113..

    Anotificao edital feita (nos casos em que a lei expressamente o admitir alnead ) do n.1 do artigo 113.), mediante a afixao de um edital na porta do tribunal, outro naporta da ltima residncia do arguido e outro nos lugares para o efeito destinados na junta defreguesia, n 12 do artigo 113..

    Existindo vrios arguidos e vrios assistentespermite-se a utilizao do prazo quecomeou a correr em ltimo lugar para a prtica de determinados atos processuaisexpressamente previstos (cfr. n.13 do artigo 113.), nomeadamente:

    Requerimento de abertura de instruo artigo 287. Apresentao da contestao e rol de testemunhas artigo 315.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    30/47

    30

    Casos especiais de notificao de pessoa que se encontre presa e defuncionrios pblicos:

    A notificao de pessoa que se encontre presa requisitada ao diretor do estabelecimentoprisional respetivo (n.1 do artigo 114.).

    O funcionrio pblico pode tambm ser notificado por via derequisio ao respetivoservio (n.2 do artigo 114.).

    Ser aconselhvel o uso da requisio, sempre que se trate de agentes daP.S.P., G.N.R.,P.J., MILITARESe outros em que se preveja a sua atividade profissional por turnos ou escalasde servio.

    Como ultrapassar algumas dificuldades na execuo das notificaes por contacto pessoal :

    Havendo dificuldades por parte do funcionrio de justia em cumprir um mandado ouefetuar uma notificao, pode recorrer colaborao da autoridade policial mais prxima dolocal, que dever ser requisitada para o efeito artigo 115.

    Consequncias da falta injustificada de pessoa que se encontreregularmente notificada:

    As faltas injustificadas de comparncia de pessoas que tenham sido notificadas, implicapara os faltosos o pagamento de uma soma entre2 a 10 UCs. (unidades de conta) n.1 doartigo 116.

    O juiz pode ordenar, oficiosamente ou a requerimento, a deteno de quem tiver faltadoinjustificadamente, pelo tempo indispensvel realizao da diligncia . Tratando-se dearguido, pode ainda ser-lhe aplicada a medida de priso preventiva, se esta for legalmenteadmissvel n.2 do artigo 116.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    31/47

    31

    A tramitao de todo este processado poder ser efetuada em separado n.4 do artigo116.

    Faltando a diligncia pessoa regularmente notificada dever ser lavrado auto de no

    comparncia que ir documentar a falta e permitir, caso estejam reunidos do demais

    condicionalismos, a aplicao da sano prevista no artigo 116.

    Dos prazos para justificao de faltas a atos processuais penais:

    Estabelece o artigo 117. um regime bastante exigente quanto justificao das faltas,as quais soprimordialmente justificadas de forma antecipada.

    No n. 2 do artigo 117., so estabelecidos os impedimentos previsveis e imprevisveis.

    Se for previsvel: deve a falta ser comunicada comcinco dias de antecedncia,com a indicao do respetivo motivo, do local onde o faltoso pode ser encontradoe a durao previsvel do impedimento e dos elementos de prova;

    se for imprevisvel: nodia e hora designados para a prtica do ato, caso em que oselementos de prova podem ser apresentado at ao 3 dia til seguinte.

    No podem ser indicadas mais de 3 testemunhas.

    Falta injustificada de comparecimento

    COMOPROCEDER

    FALTA INJUSTIFICADA de comparecimento -Tramitao

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    32/47

    32

    - Notificao do despacho, ao faltoso12, e aguardar o trnsito em julgado13 j que

    passvel de recurso nos termos da al.d ) do n.1 do artigo 401.- Aps o trnsito, proceder notificao nos termos do artigo 28. do RCP, com o envio

    da guia/DUC, para no prazo de 10 dias efetuar o pagamento da multa com a advertncia deque transitar para a conta final acrescido de 50%, caso a mesma, no seja paga.

    - No tendo sido paga a multa, a quantia transita para a conta de custas, com oacrscimo de 50%, nos termos do n.3 do artigo 28.do RCP, independentemente de beneficiarde iseno de custas ou de apoio judicirio.

    PRAZOS DE DURAO MXIMA DA PRISO PREVENTIVA ou da ORIGAO DE PERMANNNA HABITAO

    Sem que tenhasido deduzida

    acusao

    (al. a) do n. 1 doartigo 213.

    Crimes menos graves 4 meses

    Crimes graves - (n.2 do artigo 215.) 6 meses

    Por excecional complexidade- nomeadamente, nmero de arguidos ou deofendidos- (n.3 do artigo 215.) 1 ano

    Havendoinstruo at

    decisoinstrutria

    (al. b) do n. 1)

    Crimes menos graves 8 meses

    Crimes graves(n.2 do artigo 215.)

    10 meses

    Por excecional complexidade- nomeadamente, nmero de arguidos ou deofendidos-(n.3 do artigo 215.)

    1 ano e 4meses

    12 - Pode ser sujeito processual, testemunha, perito, tradutor, interveniente acidental etc.13

    - Prazo de 15 dias (n 6 do artigo 27. do RCP), em caso de recurso deduzido autonomamente, acrescidos de 3dias teis nos termos do n.5 do artigo 107., 107-A do CPP e n.s 5 a 7 do artigo 139. do C. P. Civil.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    33/47

    33

    Sem que tenhahavido

    condenao em1. instncia

    (al. c) do n. 1)

    Crimes menos graves 1 ano e 2meses

    Crimes graves(n.2 do artigo 215.)

    1 ano e 6meses

    Por excecional complexidade- nomeadamente, nmero de arguidos ou deofendidos-(n.3 do artigo 215.)

    2 anos e 6meses

    Sem que tenhahavido

    condenao comtrnsito

    (al. d) do n. 1)

    Crimes menos graves 1 ano e 6meses

    Crimes graves(n.2 do artigo 215.)

    2 anos

    Por excecional complexidade- nomeadamente, nmero de arguidos ou deofendidos-(n.3 do artigo 215.)

    3 anos e 4meses

    PRAZOS DE DURAO MXIMA DA INSTRUO

    Artigo306/1,2

    2meses

    CRIMES doArtigo 215/2

    3 meses

    PRESOSou

    sob obrigao depermanncia na

    habitao

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    34/47

    34

    O prazo conta-se a partir da data de recebimento do requerimento para abertura de

    instruo.

    APREENSES:

    So apreendidos os objetos que tiverem servido ou estiverem destinados a servir a prtica

    de um crime, os que constiturem o seu produto, lucro, preo ou recompensa, e bem assimtodos os objetos que tiverem sido deixados pelo agente no local do crime ou quaisquer outrossuscetveis de servir a prova.

    As apreenses efetuadas por rgo de polcia criminal so sujeitos a validao pelaautoridade judiciria, no prazo mximo de72 horas n. 5 do artigo 178.

    Os objetos apreendidos devem ser registados na Gesto do Objetos do programa Citius .

    No artigo 185., alargou-se a abrangncia do preceito a coisas sem valor e a coisas cujautilizao implique perda de valor ou qualidades prevendo-se a hiptese da(s):

    sua venda;afetao a finalidade pblica ou socialmente til;medidas de conservao ou manuteno necessrias oudestruio imediata.

    Artigo306/1

    4meses

    NO PRESOS

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    35/47

    35

    Salvo disposio legal em contrrio, a autoridade judiciria determinar qual a forma aque deve obedecer a venda, de entre as previstas na lei processual civil (artigo 811. e segs.

    C. P. Civil).O produto apurado reverte para o Estado aps a deduo das despesas resultantes da

    guarda, conservao, venda e demais encargos com esta.

    Restituio de objetos apreendidos:

    Prev-se a notificao dos interessados para procederem ao levantamento dos objetos em90 dias, findos os quais passam a suportar os custos do depsito dos mesmos (n.3 doartigo 186.).

    Decorrido 1 ano aps aquela notificao, os objetos consideram-se perdidos a favor doEstado (n.4 doartigo 186.).

    Elabora-se o seguinteesquema:

    Trnsito em julgado da decisoque determina a entrega

    Notificao das pessoas a quemdevam ser restitudos os objetos

    Prazo de levantamento90 dias

    Findo o prazo de 90 dias(passam a suportar custos do

    depsito)

    Apsum ano:(a contar da notificao para

    levantamento)Perda a favor do Estado

    Objetosapreendidos

    Artigo186.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    36/47

    36

    A deciso sobre o destino de objetos apreendidos pode ser tomada em 3 momentos:

    Quando o M P arquiva o Inqurito e no for requerida a abertura de instruo14

    .No despacho de no pronncia, sendo o JIC a decidir sobre a perda.Na sentena final, sendo o juiz a decidir sobre a perda dos objetos a favor do Estado(al. c) do n.3 do artigo 374. e n. 2,in fine do artigo 186.).

    CONSULTAR:

    Circular n.3/2008 -PGR de 21.02-ProdutosEstupefacientes

    Circular n.4/2005 da PGR de 29.06, e Circulares nos 41/2005 e 52/2008 da DGAJ- Veculosapreendidos em Inqurito.

    DL n. 11/2007, de 19/01 Regime jurdico daavaliao, utilizao, alienao e indemnizao debens apreendidos pelos rgos de polcia criminal.

    BENS DECLARADOS PERDIDOS A FAVOR DO ESTADO

    Procedimentos no que respeita aos objetos apreendidos ordem de processoscriminais e que, por deciso judicial transitada em julgado, venham a ser declarados perdidosa favor do Estado.

    Logo que for proferida deciso judicial de perdimento dos objetos apreendidos, dever

    o escrivo de direito ou o tcnico de justia principal, aps o trnsito em julgado da sentena(ou do despacho)que declare perdidos objetos com valor venal a favor do Estado, entregarou expedir certido ao secretrio de justia, com identificao precisa dos objetos, a suaprovenincia processual (processo de droga, jogo ou outros), a data do despacho bem como onmero do registo de depsito dos objetos, solicitando que este acuse a receo, a fim deconstar dos autos como prova.

    14

    - Neste caso competente o JIC para decidir sobre a perda de objetos a favor do Estado (cfr. alneae) do n.1do artigo 268. do CPP).

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    37/47

    37

    Entendemos que, osobjetos sem valor venal podem ser destrudos, por ordem do juiztitular do processo, cuja informao dever ser prestada pelo responsvel da seco deprocessos, sem necessidade de entrega desses mesmos objetos ao secretrio ao qual devemser apenas entregues objetos vendveis.Nas situaes em que haja de proceder entrega fsica dos objetos, bastar otermo nosautos.

    Para se determinar qual o destino a dar aos objetos declarados perdidos para oEstado, e visando a sua eventual venda , ser ento organizado um PROCESSO

    ADMINISTRATIVO, o qual correr os seus trmites na Unidade Central, sendo estedesencadeado sempre que o juiz competente o entender - cfr. Ac. Rel. Porto N. 1999/07, de03.10.2007: A venda de bens declarados perdidos a favor do Estado feita em processoadministrativo que corre pela seco central, promovido pelo Ministrio Pblico e exige ainterveno do juiz.

    O secretrio de justia, ou o funcionrio por ele designado, respeitando aantecedncia considerada necessria, elaborar umalista de objetos a que se reportam ascertides que lhe forem sendo entregues ao longo do tempo, tudo com base no(s) critrio(s)previamente fixados pelo Juiz, a qual poder ser do seguinte modelo:

    Elaborada a lista, ser esta apresentada ao juiz competente que, apreciando, decidirsobre a modalidade e oportunidade da venda, designadamente sobre o valor venal e a forma aque a mesma deve obedecer, de entre as previstas na lei processual civil (cfr. n. 2, do artigo

    185.).

    RELAO DOS OBJETOS PERDIDOS A FAVOR DO ESTADO

    N. PROC:Descrio do objeto:

    Valor venal:Tipo de crimes (droga, jogo ou outros):Data do despacho final:

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    38/47

    38

    Quanto aodestino a dar receita arrecadada na venda , e como vem referido no n.3 do artigo 185., dever ter-se em considerao a deduo das despesas resultantes daguarda, conservao e venda.

    NOTA: Como proceder

    Caso haja notas de pesetas, francos, florinsneerlandeses, etc.

    A soluo enviar o dinheiro para oBanco Centraldo Pas a que respeita a moeda15 solicitando a trocapara Euros e a transferncia para a conta Xdo

    Tribunal.O Banco de Portugal no faz a converso.

    15 - Por carta registada. Caso o montante seja elevado aconselha-se a que seja o valor declarado.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    39/47

    39

    DESTINO DAS RECEITAS E DE OUTRAS QUANTIAS

    1. Bens declarados perdidos a favor do Estado

    50Fundo para a Modernizao daJustia 16

    Criado oFundo no SICJ

    80 dos

    restantes

    50%

    SICAD17

    al.a) n.2 art. 6. do D.L. n.17/2012 ex vi al. a) n.1 art. 39. doD.L. n. 15/93.

    NIB.

    0781 0112 0000 0006 8450 3

    NIF 600 084 884

    20 dos

    restantes

    50%

    Instituto Gesto Financeira eEquipamentos da Justia 18

    (IGFEJ, I. P.).

    Criado o campo de registo no SICJ

    16 Artigo 167. da Lei n. 55-A/2010, de 31/12. 17 Com a publicao do DL n. 17/2012, foi criado oSICAD (Servio de Interveno nos Comportamentos Aditivos eDependncias) e extinto o IDT (Instituto da Droga e Toxicodependncia). 18 - N. 5 do artigo 29. do DL n 215/2012.

    Receitas provenientes de processos da Lei n.15/93, de 22/01

    Lei da Droga

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    40/47

    40

    100% Turismo de Portugal NIF 508 666 236

    NIB -0781 0112 0000 0006 3231 7

    ***

    50% Fundo para a Modernizao daJustia 19

    Criado o campo de registo no SICJ

    50% Instituto Gesto Financeira eEquipamentos da Justia 20

    (IGFEJ, I. P.).

    Criado o campo de registo no SICJ

    19

    - Artigo 167. da Lei n. 55-A/2010, de 31/12. 20 - N. 5 do artigo 29. do DL n 215/2012.

    Receitas provenientes de processos do DL n. 422/89, de 2/12

    Lei do Jogo Ilegal

    Receitas provenientes de processos que no tenham destino especial

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    41/47

    41

    1. Dinheiro entregue ao Estado- Suspenso Provisria do Processo

    - Cauo

    RECURSOS

    Decises recorrveis

    O recurso um meio de impugnao das decises judiciais, tendo em vista uma novaapreciao por outro tribunal.

    permitido recorrer dos acrdos, sentenas e despachos cuja irrecorribilidade noestiver prevista na lei (artigo 399.).

    Na verdade, permite a lei que reaja contra as decises judiciais quem pelas mesmas sesinta prejudicado.

    As quantiasentregues ao Estado a ttulo de injuno a que se refere a al. c) do n. 2do artigo 281. do C. P. Penal, bem como ascaues que revertam para o Estado , nostermos do n. 2 do artigo 208. do C. P. Penal, devem ser remetidas para a: Agncia deGesto da Tesouraria e da Dvida Pblica, I.P. IGCP, E.P.E.

    Para o efeito, deve-se proceder da seguinte forma:

    1. Elaborar uma Liquidao/Conta crime e no campo Pagamentos;

    2. Abrir o campo Estado e colocar o montante no campo Receita do Estado,sendo que em sede de observaes, dever-se- detalhar a informao,designadamente, no que tange natureza da verba;

    3. Seguidamente dar-se- baixa da liquidao a qual ser posteriormenteconfirmada pelo secretrio de justia.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    42/47

    42

    Noo de trnsito em julgado

    O conceito de trnsito em julgado no resulta expressamente de qualquer disposiodo CPP. Ter de se ir buscar, pelo caminho do artigo 4. do CPP, ao artigo 628. do C. P. Civil.

    NOTA: Noo de trnsito em julgado (artigo 628. do C. P.Civil). A deciso considera-se transitada em julgado logoque no seja suscetvel de recurso ordinrio ou de

    reclamao.

    Modo de recorrer

    Os recursos interpem-se:

    - por meio de requerimento dirigido ao tribunal que proferiu a deciso de que

    se discorda, acompanhada da respetiva motivao no prazo de 30 dias (cfr.n.1 do artigo 411.), ou

    - por via oral atravs de simples declarao para a ata e no sendo de imediato

    motivado, no prazo de 30 dias (cfr. n.3 do artigo 411.).

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    43/47

    43

    Legitimidade para recorrer

    Na fase de instruo, tm legitimidade para recorrer:

    - o M P

    - o arguido e o assistente

    - as partes civis

    - qualquer condenado em quantia ou quem tiver a defender um direito afetado.

    Recebido o requerimento de interposio de recurso e junta a motivao ou expirado oprazo para o efeito, o processo concluso ao magistrado (JIC) queprofere despacho e, emcaso de admisso fixa o seu efeito e regime de subida (cfr. n.1 do artigo 414.).

    O recurso pode no ser admitido , nomeadamente, quando o recorrente no

    apresente as concluses aps ter sido convidado a faz-lo em 10 dias n.2 do artigo 414.

    Notificao aos restantes sujeitos processuais

    O requerimento de interposio de recurso ou a motivao so notificados aosrestantes sujeitos processuais afetados pelo recurso,para responder no prazo de 30 dias21

    (cfr. n.1 do artigo 413.).

    A resposta notificada aos sujeitos processuais afetados pelo recurso cfr. n.3 doartigo 413.

    21

    - Terminado este prazo, o ato pode ainda ser praticado nos 3 dias teis seguintes, nos termos do n.5 do artigo107., 107-A do CPP e n.s 5 a 7 do artigo 139. do CPC.

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    44/47

    44

    ESQUEMA DA TRAMITAO DO RECURSO ORDINRIO(Artigos 411., 413. e 414.)

    Recurso interposto por requerimento

    Arti o 411.

    Despacho de admisso

    N. 1 do artigo 414.

    Notificao do requerimento oumotivaoN. 6 do artigo 411.

    Resposta

    Artigo 413.

    Recurso interposto em ata/auto

    Artigo 411.

    Motivao

    Arti o 411.

    Despacho

    n.s 4 a 7 do artigo 414.

    Notificao do despacho e da(s) resposta(s)

    N. 3 do artigo 413.

    OU

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    45/47

    45

    ndice

    NOTAINTRODUTRIA..................................................................................... 2 OBJETIVOS ............................................................................................... 2 O QUE A INSTRUO E O QUE NELA SE PRATICA: ........................................................ 3 COMPETNCIAS DO JUIZ DE INSTRUO ................................................................... 4 DA COMPETNCIA TERRITORIAL, FUNCIONAL, MATERIAL E POR CONEXO: .................................. 5 DOS CONFLITOS DE COMPETNCIA:........................................................................ 6 POR QUEM E QUANDO PODE SER REQUERIDA A INSTRUO: ................................................ 7

    Que procedimentos devem ter lugar aps apresentao do requerimento ............................................ 8REGIME DE ACESSO AO DIREITO E AOS TRIBUNAIS ................................................. 9 DO DESPACHO DE ABERTURA DA INSTRUO: ............................................................. 10 II - DOS ATOS DE INSTRUO ........................................................................ 11 DIREO E CONTEDO DA INSTRUO: ................................................................... 11 Q UE FORMALIDADES DEVEM SER OBSERVADAS NA CONVOCATRIA PARA OS ATOS DE INSTRUO: .......... 11 DA DOCUMENTAO DOS ATOS DE INSTRUO: ........................................................... 11

    III- DO DEBATE INSTRUTRIO ................................................................................................................. 12

    DAS NOTIFICAES DA DESIGNAO DE DATA PARA O DEBATE INSTRUTRIO: .............................. 12 FINALIDADES DO DEBATE INSTRUTRIO: .................................................................. 13 ADIAMENTO DO DEBATE: ................................................................................. 13 O QUE DEVE CONTER A ATA DO DEBATE INSTRUTRIO: ................................................... 14

    IV- DO ENCERRAMENTO DA INSTRUO ................................................................................................ 14

    DECISO INSTRUTRIA E SUA NOTIFICAO: ............................................................. 14 DOS PRAZOS DE DURAO MXIMA DA INSTRUO: ....................................................... 17

    DAS NULIDADES DA DECISO INSTRUTRIA: ............................................................... 17 DO RECURSO DA DECISO INSTRUTRIA: ................................................................. 18 DA CONTAGEM E DECURSO DOS PRAZOS JUDICIAIS EM PROCESSO PENAL: .................................. 18

    Prtica dos atos processuais ................................................................................................................... 19

    PRAZO PARA A PRTICA DE ATOS PELOS SUJEITOS PROCESSUAIS .......................................... 20 RENUNCIA AO DECURSO DE UM PRAZO.................................................................... 20 DA PRORROGAO DOS PRAZOS.......................................................................... 21 DOS PRAZOS PARA A PRTICA DOS ATOS POR OFICIAIS DE JUSTIA: ....................................... 23

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    46/47

    46

    DAS COMUNICAES ENTRE OS SERVIOS DE JUSTIA E ENTRE AS AUTORIDADES JUDICIRIAS E POLCIA CRIMINAL: ...................................................................................... 25

    CONVOCAO PARA ATO PROCESSUAL:................................................................... 26 REGRAS GERAIS SOBRE NOTIFICAES ............................................................. 26 CASOS ESPECIAIS DE NOTIFICAO DE PESSOA QUE SE ENCONTRE PRESA E DE FUNCIONRIOS P: ... 30

    Como ultrapassar algumas dificuldades na execuo das notificaes por contacto pessoal 30CONSEQUNCIAS DA FALTA INJUSTIFICADA DE PESSOA QUE SE ENCONTRE REGULARMENTE NOTI: .... 30

    Dos prazos para justificao de faltas a atos processuais penais ................................................ 31FALTA INJUSTIFICADA DE COMPARECIMENTO ............................................................. 31

    PRAZOS DE DURAO MXIMA DA PRISO PREVENTIVA OU DAORIGAO DE PERMANNCIA NA HABITAO ........................................................................................... 32 PRAZOS DE DURAO MXIMA DA INSTRUO .................................................... 33 APREENSES: ......................................................................................... 34 RESTITUIO DE OBJETOS APREENDIDOS: ................................................................ 35 BENS DECLARADOS PERDIDOS A FAVOR DO ESTADO.............................................. 36 DESTINO DAS RECEITAS E DE OUTRAS QUANTIAS ................................................. 39

    RECURSOS ............................................................................................................................................... 41

    DECISES RECORRVEIS.................................................................................. 41 NOO DE TRNSITO EM JULGADO....................................................................... 42 MODO DE RECORRER..................................................................................... 42 LEGITIMIDADE PARA RECORRER .......................................................................... 43 NOTIFICAO AOS RESTANTES SUJEITOS PROCESSUAIS.................................................... 43 ESQUEMA DA TRAMITAO DO RECURSO ORDINRIO ............................................. 44

  • 7/24/2019 Texto de Apoio CPP - Fase Da Instruo

    47/47

    Coleo :

    Processo Penal

    Autor:

    Direo-Geral da Administrao daJustia/DSAJ/Diviso de Formao

    Titulo:

    Processo Penal Fase da Instruo

    Coordenao tcnico-pedaggica:

    Diviso de formao

    Coleo Pedaggica:

    DGAJ/Diviso de formao

    3 Edio

    Setembro 2014