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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Dr. MIGUEL RIET CORREA Jr. SETOR DE EDUCAÇÃO PERMANENTE HU FURG PROF. Dr. EDAIANE BARROS PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM: CURATIVOS; ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO, PREPARO DO PACIENTE, BANHO DE LEITO, LAVAGEM DAS MÃOS, ADMISSÃO/ALTA DO PACIENTE (aula 6) CURATIVOS 1- Conceito: São cuidados dispensados a uma área do corpo que sofreu solução de continuidade. 2- Finalidades: - Prevenir a contaminação; - Promover a cicatrização; - Proteger a ferida; - Absorver secreção e facilitar a drenagem; - Aliviar a dor. 3- Tipos de Curativos Aberto - É aquele no qual utiliza-se apenas o antisséptico, mantendo a ferida exposta. Ex: Curativo de intracath, ferida cirúrgica limpa. Oclusivo - Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluído com gaze ou atadura. Seco - Fechado com gaze ou compressa seca (não se usa nada na gaze) Úmido - Fechado com gaze ou compressa, umedecida com pomada ou soluções prescritas. Compressivo - É aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar hemorragias, eviscerações, etc. Drenagens - Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno (Penrose, Kehr), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia. 4 - Material: Bandeja contendo: - Pacote de curativo (pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly, 1 Kocher), 1 tesoura. Com 3 pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly. - Pacote de gazes; - Esparadrapo, micropore; - Frasco com antisséptico (o mais utilizado atualmente é o álcool a 70%); - Éter; - Soro fisiológico; - Cuba rim (para receber o lixo); - Saco plástico para lixo (que vai envolver a cuba rim); - Forro de papel, pano ou impermeável para proteger roupa de cama; - Pomadas, algodão, seringas, ataduras, cubas (quando indicado) - 1 ou 2 pares de luvas Deve-se usar máscara no procedimento. 5 - Classificação das feridas: a) Ferida asséptica: não contaminada. Ex: Feridas operatórias b) Ferida séptica: contaminada. Ex: Feridas laceradas Denominamos de: Ferimento aberto - Solução de continuidade/injúria. Ex: Incisão cirúrgica, laceração penetrante ou escoriação. Ferimento fechado - Não dá solução de continuidade. Ex: Contusão ou equimose.

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CURSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL - Texto Guia Aula 6

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Dr. MIGUEL RIET CORREA Jr.

SETOR DE EDUCAÇÃO PERMANENTE HU FURG PROF. Dr. EDAIANE BARROS

PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM: CURATIVOS; ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO, PREPARO DO

PACIENTE, BANHO DE LEITO, LAVAGEM DAS MÃOS, ADMISSÃO/ALTA DO PACIENTE (aula 6)

CURATIVOS 1- Conceito: São cuidados dispensados a uma área do corpo que sofreu solução de continuidade. 2- Finalidades: - Prevenir a contaminação; - Promover a cicatrização; - Proteger a ferida; - Absorver secreção e facilitar a drenagem; - Aliviar a dor. 3- Tipos de Curativos Aberto - É aquele no qual utiliza-se apenas o antisséptico, mantendo a ferida exposta. Ex: Curativo de intracath, ferida cirúrgica limpa. Oclusivo - Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluído com gaze ou atadura. Seco - Fechado com gaze ou compressa seca (não se usa nada na gaze) Úmido - Fechado com gaze ou compressa, umedecida com pomada ou soluções prescritas. Compressivo - É aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar hemorragias, eviscerações, etc. Drenagens - Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno (Penrose, Kehr), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia. 4 - Material: Bandeja contendo: - Pacote de curativo (pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly, 1 Kocher), 1 tesoura. Com 3 pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly. - Pacote de gazes; - Esparadrapo, micropore; - Frasco com antisséptico (o mais utilizado atualmente é o álcool a 70%); - Éter; - Soro fisiológico; - Cuba rim (para receber o lixo); - Saco plástico para lixo (que vai envolver a cuba rim); - Forro de papel, pano ou impermeável para proteger roupa de cama; - Pomadas, algodão, seringas, ataduras, cubas (quando indicado) - 1 ou 2 pares de luvas Deve-se usar máscara no procedimento. 5 - Classificação das feridas: a) Ferida asséptica: não contaminada. Ex: Feridas operatórias b) Ferida séptica: contaminada. Ex: Feridas laceradas Denominamos de: Ferimento aberto - Solução de continuidade/injúria. Ex: Incisão cirúrgica, laceração penetrante ou escoriação. Ferimento fechado - Não dá solução de continuidade. Ex: Contusão ou equimose.

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Ferimento acidental - Ferimento devido a um infortúnio. Ferimento intencional - Causado por incisão cirúrgica (fins terapêuticos). 6 – Inflamação - É uma reação anormal do corpo a qualquer tipo de ferimento. A resposta inflamatória ocorre em 3 fases: vascular, exsudativa e reparadora. Fase Vascular - Caracteriza-se por hiperemia local, devido a vaso dilatação. Nesta fase chega ao local plasma, anticorpos, células sanguíneas. Ocorre processo fagocítico onde os leucócitos englobam as substâncias estranhas e células danificadas. Fase Exsudativa - Ocorre formação de exsudato que são líquidos compostos por células sanguíneas, células de tecido danificado e corpos estranhos. Pode ser seroso, purulento (infecção), hemorrágico (eritrócitos). O acúmulo de exsudato nos espaços intersticiais causa edema e dor localizada. Fase reparadora - Cicatrização do ferimento. Ocorre remoção das células teciduais lesadas pela regeneração de novas células e formação de tecido cicatricial. 7 - Tipos de cicatrização: Por primeira intenção: É a volta do tecido normal sem presença de infecção e as bordas do ferimento estão bem próximas. Pode ser usada sutura, materiais adesivos. Por segunda intenção - Ocorre quando não acontece aproximação das superfícies com presença de infecção prolongada. O processo de cicatrização necessita de grande quantidade de tecido de granulação para fechar o ferimento. Por terceira intenção - Ocorre quando é necessário fechamento secundário de uma ferida. Às vezes a ferida é aberta e suturada mais tarde ou é aberta por deiscência. 8 - Fatores que Afetam a Cicatrização Normal: A idade, a nutrição, condições de vascularização, edema, inflamação local, hormônios, infecção e a extensão da lesão podem afetar a cicatrização normal. Na cicatrização é comum encontrarmos hemorragias e infecção. Para auxiliar um paciente portador de uma ferida, o enfermeiro deve estar a par da causa, do tipo de ferida e quando esta ocorreu, assim como conhecer a natureza básica dos problemas de saúde e do plano geral de assistência médica do paciente. 9 - Procedimentos: 1 - Lavar as mãos. 2 - Preparar o Material. 3 - Explicar o procedimento ao paciente. 4 - Solicitar ou auxiliar o paciente a posicionar-se adequadamente. 5 - Expor a área a ser tratada. 6-Colocar a cuba rim ou similar próximo ao local do curativo 7 - Abrir o pacote de curativo, de modo que o primeiro par fique próximo ao paciente. 1o Par: Kocher e Dente de rato 2o Par: Anatômica, Kelly e Tesoura (caso esteja presente no pacote) 8 - Dobrar a gaze com a pinça Kocher com auxilio da pinça dente de rato e embebe-la com éter (ou benzina). 9 - Segurar o esparadrapo do curativo anterior com a pinça dente de rato. Descolar o esparadrapo com o auxílio da pinça Kocher montada com gaze embebida em éter. (Isso facilita na retirada do esparadrapo diminuindo a dor do paciente) 10 - Remover o curativo e despreza-lo na cuba-rim, ou similar, evitando que as pinças toquem o mesmo. 11 - Remover as marcas de esparadrapo ao redor da ferida com a pinça Kocher. 12 - Iniciar a limpeza da área menos contaminada com o 2o par de pinças, utilizando soro fisiológico. Trocar as gazes sempre que necessário. 13 - Fazer aplicação do antisséptico com auxílio da pinça Kelly. 14 - Proteger a ferida com gaze utilizando as pinças anatômica e Kelly. 15 - Fixar as gazes com esparadrapo. 16 - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

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17 - Lavar as mãos. 18 - Anotar na prescrição do paciente: hora, local, condições da ferida, soluções utilizadas. Fatores a serem considerados: 1. Curativos cirúrgicos limpos e secos não necessitam ser trocados nas primeiras 48/72 horas de pós-operatório. 2. Curativos úmidos (por secreção ou banho) devem ser trocados tantas vezes quanto necessário. 3. Após epitelização da ferida pode-se deixa-la descoberta se não houver chance de contaminação pelas áreas vizinhas (colostomias, vômitos, secreções orais e traqueais, etc.) 4. Acessos venosos e arteriais, drenos torácicos, devem ser mantidos com curativo. 5. Pacientes com dois ou mais curativos (limpos ou contaminados) realizar 1º os limpos e depois os contaminados, com material de curativo estéril distintos. 6. Durante o curativo, inspecionar sempre sinais flogísticos que podem indicar início de processo infeccioso (hiperemia, edema, dor, secreção), na ferida cirúrgica, local de punção, áreas de drenos, etc. 7. A data da troca do curativo, o turno e o nome de quem o realizou devem ser anotados no curativo. 8. Lavagem das mãos antes e após a realização de cada curativo, mesmo que sejam em um mesmo paciente. 9. Utilizar sempre material estéril. 10. Não falar próximo a ferida e ao material esterilizado. 11. Tocar a incisão exclusivamente com pinças ou luvas estéreis. 12. As mesmas pinças de um pacote de curativo poderão ser utilizadas para outro curativo, no mesmo paciente, se forem seguidos os princípios do menos contaminado (ou limpo) para o mais contaminado, no mesmo momento. 13. A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em vários graus. Por isso, não se deve limpá-las com solução fria nem deixá-las expostas por períodos prolongados. 14. Curativo encharcado ou vazando favorece a proliferação de bactérias, devendo ser trocado imediatamente. 15. Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível. 16. Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las. 17. Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro apoiado, tendo o cuidado de não apertar em demasia. 18. O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO

É o processo de preparo e introdução de medicamentos no organismo humano, visando obter efeitos terapêuticos. Segue normas e rotinas que uniformizam o trabalho em todas as unidades de internação, facilitando sua organização e controle.

Para administrar medicamentos de maneira segura, é importante que a equipe de Enfermagem utilize a regra dos cinco certos: medicamento, dose, paciente, via e hora certa. Além disso, durante a fase de preparo, o profissional de Enfermagem deve estar atento para evitar erros, assegurando ao máximo que o paciente receba corretamente a medicação. Se justifica porque o medicamento deve ser administrado por quem o preparou.

# Cuidados na Administração

Lavar as mãos antes e após o preparo e administração de medicamentos; Preparar o medicamento em ambiente com boa iluminação; Evitar distração, diminuindo o risco de erro; Realizar o preparo somente quando tiver certeza do medicamento prescrito, dose e via de

administração; Verificar o período de validade, alterações no seu aspecto e informações do fabricante para preparar o

medicamento, não administrar sem os cuidados prévios; Observar no preparo de medicamentos a dose correta, técnica asséptica e diluição; Verificar a integridade dos invólucros que protegem a seringa e a agulha; Colocar a agulha na seringa com cuidado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a parte interna do

corpo da seringa e sua ponta;

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Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool a 70% e no caso de frasco-ampola levantar a tampa metálica e limpar a parte de borracha;

Aspirar a solução da ampola para a seringa (no caso de frasco-ampola introduzir o diluente e homogeneizar o pó com o líquido sem sacudir;

Nunca deixar a bandeja com medicações junto a pacientes lúcidos. Certificar-se do nome do paciente. Não deixar o medicamento na mesa de cabeceira do paciente. Não permitir que terceiros administrem a medicação. Em pacientes conscientes e medicamento via oral, permanecer junto ao paciente até que ele degluta o

medicamento. PRINCIPAIS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS O método de administração de medicamentos depende: da rapidez com que se deseja a ação; da natureza e quantidade a ser administrada e das condições do paciente. Podem-se dividir as vias em: Parenteral e Enteral. Via Parenteral: Injeções (Intramuscular, Intravenosa e Subcutânea).

• Vantagens: ação mais rápida e segura, não provocando irritação gástrica nem vômito. • Desvantagem: a técnica é invasiva e dolorosa, existe a probabilidade de lesão tecidual local

Intramuscular (IM): deposita a medicação profundamente em tecidos musculares. Ex: deltoide, glúteo, etc.

A absorção é mais rápida por ser muito vascularizado.

Intravenosa (IV): deve ser administrado lentamente em uma das veias superficiais e com monitorização das reações do paciente.

– O fármaco alcança diretamente a corrente sanguínea e os efeitos são produzidos imediatamente.

– Uma vez injetado um fármaco, não há maneira de retirá-lo. – Constitui a via mais perigosa.

Subcutânea (SC): A absorção é mais lenta. Medicamento depositado no subcutâneo que é menos vascularizado.

Via Enteral: medicamentos de uso Retal e Oral.

Oral: método mais seguro, mais conveniente, não é invasiva, e é quase sempre indolor. Podem ser administradas por via oral: - formulações sólidas: pós, comprimidos, cápsulas, drágeas - formulações líquidas: xaropes, emulsões, misturas. Desvantagens: impossibilidade de absorção de alguns agentes, os vômitos, cooperação por parte do paciente. Sublingual: medicamentos colocados debaixo da língua para serem absorvidos pelos pequenos vasos sanguíneos ali situados.

• A absorção é relativamente rápida, podendo a ação ser produzida em poucos minutos. • Principal vantagem: omitir passagem pelo fígado. • A maioria dos medicamentos não pode ser administrada por essa via porque a absorção é em geral

incompleta e errática. Retal: essa via é utilizada quando o paciente apresenta vômitos ou se encontra inconsciente.

• Absorção mais lenta, irregular e, com frequência, imprevisível. • Principal vantagem: omitir passagem pelo fígado.

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• Absorção retal costuma ser irregular e incompleta e muitos fármacos provocam irritação da mucosa retal.

Outras vias Inalatória (ex: gases anestésicos e medicamentos contra asma) - Ocular - Intranasal - Dérmica - Vaginal

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LAVAGEM DAS MÃOS

A pele das mãos tem dois tipos de flora microbiana: I - Flora transitória; II - Flora residente A flora transitória fica localizada na superfície da pele e é formada por microrganismos que adquirimos

no contato com o ambiente quer seja animado ou inanimado. Qualquer tipo de microrganismo pode ser encontrado transitoriamente nas mãos, apesar de ser mais comum encontrar bacilos Gram negativo (p.ex. Escherichia coli e Pseudomonas) e cocos Gram-positivo (p.ex. Staphylococcus) – os agentes bacterianos mais frequentemente causadores de infecção hospitalar. Tem um curto tempo de sobrevivência, um elevado potencial patogénico e são facilmente transmitidos por contato. A lavagem das mãos com sabão simples remove-os com facilidade.

A flora residente existe normalmente na epiderme onde se multiplica, tendo funções importantes de prevenção da colonização com a flora transitória. Aquela flora é constituída principalmente por bacilos e cocos Gram-positivo e anaeróbios. Raramente causa doença a não ser quando introduzida traumaticamente nos tecidos ultrapassando as barreiras naturais, pelo que tem pouco significado nos procedimentos clínicos de rotina. Estes microrganismos não são facilmente removidos pela ação mecânica da lavagem das mãos sendo necessário recorrer à ação química de um antisséptico associado ou não ao agente de lavagem.

É a remoção da sujidade e da maior parte da flora transitória das mãos reduzindo-a a níveis baixos que não constituam risco de transmissão.

Quando se devem lavar as mãos?

De um modo geral as mãos devem ser lavadas antes e após contato com os doentes ou após contato com materiais contaminados. Há, no entanto situações, em que, devido aos elevados riscos de adquirir ou transmitir microrganismos patogênicos, a lavagem das mãos se torna imprescindível:

⇒ Antes de prestar cuidados a doentes cujas barreiras naturais contra a infecção estejam comprometidas (p. ex. doentes com drenos, catéteres, etc.)

⇒ Antes de prestar cuidados a doentes particularmente debilitados. ⇒ Antes de manipular alimentos, medicamentos ou material esterilizado.

⇒ Após ocorrer contaminação das mãos com fluidos orgânicos. ⇒ Após manipular roupa suja ou materiais contaminados.

⇒ Após utilizar os sanitários. ⇒ Após remover as luvas - as mãos são muitas vezes contaminadas ao retirá-las e são frequentes as perfurações imperceptíveis.

Como se devem lavar as mãos?

⇒ Utilizar sabão líquido com pH idêntico ao da pele, de preferência sem adição de perfumes (o sabão sólido é difícil de manter livre de contaminação em ambiente hospitalar) ;

⇒ Molhar as mãos e aplicar o sabão (ver quadro 1) de modo a obter espuma; ⇒ Friccionar durante 10 a 15 segundos tendo o cuidado de abranger todas as áreas das mãos;

⇒ Passar por água até retirar toda a espuma; ⇒ Secar bem em toalhetes de utilização única. Se a torneira for acionada manualmente deve utilizar-se o toalhete com que se limpou as mãos para a fechar, evitando assim a (re)contaminação destas. Devem lavar-se os dosadores do sabão líquido entre cada mudança de frasco e mantê-los secos se não forem para uso imediato.

Alternativa à lavagem das mãos

Em situações em que as mãos se encontrem visivelmente limpas pode optar-se pela utilização de um soluto alcoólico em vez de água e sabão. Foi comprovado que os solutos alcoólicos com emolientes apropriados são melhor tolerados pela pele do que as lavagens frequentes das mãos. A eficácia na redução da flora transitória é idêntica ou superior.

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Modo de proceder:

Aplicar nas mãos secas 2 a 3 ml de soluto e friccionar todas as áreas das mãos durante 15 segundos. Deixar secar.

Desinfecção das mãos

É a remoção da flora transitória e grande parte da flora residente das mãos.

Quando se desinfetam as mãos?

⇒ Antes da execução de procedimentos invasivos.

⇒ Antes do contato com doentes com imunossupressão grave. ⇒ Depois do contato com doentes colonizados ou infectados por microrganismos multirresistentes.

Como se devem desinfetar as mãos?

Pode proceder-se de dois modos: Como o descrito para a lavagem das mãos utilizando um antisséptico associado ao agente de lavagem como, por exemplo, clorexidina a 4%. Utilizando um soluto alcoólico durante 30 segundos nas mãos limpas ou após lavagem com sabão líquido simples.

Desinfecção cirúrgica das mãos É também uma remoção da flora transitória e redução da residente tendo em conta que nesta situação as áreas abrangidas são as mãos e antebraços até aos cotovelos. A lavagem e desinfecção das unhas é um passo essencial podendo ser feita com uma escova esterilizada mas apenas na primeira desinfecção das mãos antes do programa operatório. O uso frequente de escova leva a excessiva descamação da pele, que além de a danificar, traz para a superfície os microrganismos residentes. Como se faz uma desinfecção cirúrgica das mãos? Tal como na desinfecção das mãos utiliza-se um antisséptico associado ao agente de lavagem, ou sabão líquido seguido de um soluto alcoólico.

⇒ No primeiro caso devem-se friccionar as mãos e antebraços durante 1,5 minutos e repetir a operação durante 1,5 minutos. Seca-se depois com toalhetes esterilizados. ⇒ No segundo caso devem lavar-se as mãos e antebraços com sabão líquido, secar com toalhete (não necessita ser estéril) e aplicar soluto alcoólico, friccionando em todas as áreas das mãos e antebraços durante pelo menos 3 minutos e deixar secar. Dar especial atenção à aplicação do soluto nas zonas subungueais. Uma eficaz lavagem e desinfecção das mãos implica: ⇒ Unhas curtas e sem verniz.

⇒ Ausência de anéis, pulseiras e relógios de pulso. ⇒ A utilização de uma técnica que abranja toda a superfície das mãos

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PREPARO DO PACIENTE- ADMISSÃO/ALTA

• É a internação do paciente para ocupar um leito hospitalar por 24 horas ou mais. • O internamento é feito sob três circunstâncias:

– Emergência: agravo a saúde que implica em risco iminente de vida ou sofrimento intenso. Exige tratamento médico imediato.

– Urgência: agravo à saúde sem risco potencial de vida. – Eletiva: pré-agendada.

1) Internando o paciente # Se possível, informe-se sobre o paciente que irá internar com antecedência: nome idade, diagnóstico, estado clínico, necessidades especiais de cuidados e equipamentos, médico responsável pela internação. #A enfermaria na qual o paciente será acomodado deve estar limpa e organizada com todos os materiais e equipamentos que este precisará: cama, mesa de cabeceira, poltrona, suportes de soro, parede montada com O2 s/n, escarradeira, papagaio, comadre, escadinha, etc. # Receba o paciente na unidade cumprimentando-o pelo nome. # Apresente-se a ele e a seu familiar e apresente, pelo menos o funcionário que ficará responsável por seus cuidados diretos. De preferência a toda a equipe presente no plantão. # Verifique o laudo de internação e confirme as informações contidas neste com o paciente ou familiar (confirme causa da internação, endereço, telefone, etc). # Na sala de internação (se existe) faça o histórico de enfermagem (hospitalizações prévias, doenças pré-existentes, medicamentos que faz uso e horários, alergias, etc.) e o exame físico completo verificando seus sinais vitais, peso, altura. Registre em formulário próprio. # Acompanhe o paciente ao seu quarto e o apresente a seus companheiros, caso a enfermaria for coletiva. Mostre-lhe o banheiro, a campainha para chamada, onde guardar suas roupas. Solicite que os excessos de roupas e pertences sejam levados para casa. Auxilie o paciente a trocar de roupa, caso seja a sua vontade. Providencie para que se sinta o mais confortável possível. # Comunique-lhe acerca dos exames que irá realizar, normas e rotinas do hospital, horários das refeições. # Encaminhe os exames solicitados, realize a prescrição de enfermagem, apraze e delegue o cumprimento das prescrições de enfermagem, apraze e delegue o cumprimento da prescrição médica e de enfermagem, comunique a dieta à copa, realize a evolução no prontuário do paciente.

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# Conforme rotina do setor coloque LEMBRETES nos locais combinados para que todos tenham informações acerca do paciente: alergias, necessidades especiais, restrição de dieta, coletas de exames, surdez ou deficiência visual do lado al, repouso absoluto, não medir pressão do lado tal, etc. # Conversar com os familiares de forma a orientá-los como poderão ou não participar da internação de seu parente, o que podem ou não fazer, o que querem ou não fazer, horários das visitas e o que podem ou não trazer para o hospital.

2) Transferindo o paciente

# O paciente pode ser transferido no interior do próprio hospital para outro setor ou para outra instituição. Esta transferência precisa ser preparada. # Orientar o paciente e sua família da necessidade da transferência, benefícios que trará para o paciente e a instituição ou setor a ser transferido. # Providenciar o transporte seguro do paciente e familiar (dentro e fora do hospital). # Preparar a documentação pertinente: notas de alta e transferência: evolução acerca das condições do paciente no momento da alta, data e hora; cópias de exames e prescrições. # Avaliar as condições deste paciente e entrar em contato com a equipe do setor ou instituição que será transferido, de forma a assegurar seu recebimento adequado e a continuidade do tratamento deste. # Garantir a proteção legal para o pessoal que executou a transferência e para o seu paciente. Providenciar que o paciente e familiares tomem as providencias que acharem necessárias: pertences, documentos, exames, etc. # Comunicar à copa e o setor de internação acerca da alta. Encaminhar sobras de medicação para a farmácia. Coloque esta informação no senso diário. Providenciar o fechamento do prontuário do paciente e seu encaminhamento para o setor de custos. Providenciar a desinfecção terminal do leito e/ou enfermaria. Detalhes Na nota de transferência deve constar diagnóstico do paciente, resumo do tratamento, uso de medicamentos, resultados de exames, cuidados especiais realizados e o motivo da transferência. Se a transferência for apenas de setor o prontuário pode acompanhar o paciente. O paciente precisa ser acompanhado durante todo o trajeto pro profissional capacitado em transporte adequado e com todos os materiais e equipamentos necessários. 3) Alta # Uma alta efetiva requer um planejamento cuidadoso e uma avaliação precisa das necessidades do paciente durante a hospitalização. Este planejamento começa a ser realizado no momento da internação do paciente. Objetivos do planejamento: # Orientar o paciente e sua família acerca da sua enfermidade e efeitos sobre o seu estilo de vida, fornecer instruções acerca dos cuidados necessários em casa: dietas, uso de materiais e equipamentos, medicamentos necessários, tratamentos, retornos necessários ao ambulatório ou postos próximos a casa.

# A alta deve ser comunicada com antecedência para que a família possa se organizar para receber o paciente da melhor forma possível. No dia da alta revisar o plano de alta elaborado, providenciar condução e a documentação necessária, realizar avaliação do estado físico do paciente e realizar a evolução colocando data e hora. # Revise com o paciente e os familiares os procedimentos que deverão ser realizados em casa: demonstre os procedimentos, forneça instruções por escrito e confira seu desempenho solicitando uma demonstração. # Verifique se a alta está assinada pelo médico, assine a alta de enfermagem. Deixe claro para o paciente e familiares que, apesar da alta, a porta do hospital continua aberta no caso de dúvidas ou piora do paciente. # Verifique a enfermaria se o paciente não esta esquecendo de nada. Ajude o paciente a se arrumar e acompanhe-o até a condução providenciada ou até a porta do hospital. Comunique a copa, o setor de internação e o setor de higienização acerca da alta. Feche o prontuário do paciente e encaminhe ao setor de custos.

• A maneira de receber o paciente depende da rotina de cada instituição.

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• Porém: atendimento deverá ser feito com respeito e de forma gentil. • Explicar normas e rotinas: banho, refeições, visitas, etc.

Gentileza, cordialidade e compreensão ajudarão a quebrar várias barreiras de relacionamento entre

equipe/paciente/acompanhante. A alta do paciente dá-se de três formas: 1) com o paciente curado; 2) com o paciente melhorado ou 3) com o paciente morto. # Caso o paciente queira alta contra a vontade médica é necessário preencher a alta pedido e conseguir a assinatura de duas testemunhas. Antes de providenciar a alta tentar obter do paciente o motivo deste pedido: descontentamento com o atendimento recebido? # Tentar negociar com o paciente. Se o paciente mantiver sua vontade, realizar o procedimento da alta prestando-lhe todas as informações e orientá-lo a procurar outro recurso para dar continuidade a seu tratamento. # Caso perceber que o paciente não possui condições financeiras para dar continuidade a seu tratamento em casa encaminhar o caso ao Serviço Social. # Caso a alta cause grande angústia na família devido a dúvidas acerca da sua capacidade em cuidar-se enfatizar durante toda a internação o aspecto educativo do cuidado, chamar o Serviço de Psicologia.

Segurança e Ambiente hospitalar É de responsabilidade de todos os profissionais lotados no hospital zelar pela segurança de seus pacientes/clientes, familiares e visitantes e de seus funcionários. Para isso diversas medidas precisam ser adotadas na instituição com o objetivo de prevenir acidentes. Distúrbios dos receptores sensoriais, alterações no estado de consciência, diminuição da mobilidade corporal podem expor as pessoas a acidentes por alterarem a sua capacidade de interpretarem e reagirem a estímulos ambientais. Crianças estão expostas a quedas, cortes, envenenamentos, fraturas, choques elétricos, asfixia, etc. Assim, vemos que o ambiente pode apresentar-se potencialmente perigoso. No hospital muitos são os riscos de acidentes. A enfermagem precisa estar atenta de forma a propiciar um ambiente mais seguro. Acidentes comuns no hospital: # Quedas da cama, ao andar, ao tomar banho, ao subir ou descer escadas, choques, queimaduras, fraturas, etc. Com os funcionários: cortes, quedas, luxações, pancadas, perfurações por agulhas, lâminas, etc.

MEDIDAS DE SEGURANÇA: # Escadinhas para o paciente descer ou subir no leito; evitar pisos muito lisos ou encerados; pisos secos, guardas nas camas, travas adequadas em macas, cadeiras e leitos;

# Restrição de membros em pacientes agitados ou agressivos (no leito e/ou quarto), ambientes bem iluminados e arejados, corrimãos seguros em escadas, banheiros, protetores de tomadas, uso de tapetes e assoalhos emborrachados, uso de calçados amarrados, uso de bengalas, andadores ou muletas s/n, uso de tapetes emborrachados no box.

# Observar o comportamento do paciente e suas queixas, como dor e/ou fraqueza muscular no deambular, tonturas, etc..

HIGIENE CORPORAL

BANHO DE LEITO: o banho tem como funções limpar a pele, estimular a circulação, proporcionar exercício brando e promover o conforto. Permite a avaliação do estado da pele, mobilidade das articulações e a força dos músculos. O ideal é que diariamente o paciente tome banho de aspersão (chuveiro) mas na sua impossibilidade deve receber banho de leito quando pacientes acamados ou incontinentes.

Sequência: céfalo-caudal

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Princípios para orientação no banho de leito –

O calor é retirado por meio do transporte de ar no ambiente.

As pessoas diferem em relação a sua sensibilidade ao calor.

Algumas vezes a pele apresenta irritação com a composição química de certos sabões.

Fazer massagens e deslizamentos nos membros superior e inferior para favorecer o retorno venoso.

A movimentação das articulações em toda sua extensão ajuda a evitar a perda de tônus muscular e promove a circulação.

Material: bacia, sabonete ou sabão, toalha, luvas de banho, luvas se paciente portador de lesões abertas ou incontinentes, fraldas descartáveis protetor plástico p/ lençol, roupas limpas p/ o paciente. Feche a porta do quarto e as janelas evitando correntes de ar. Coloque biombos p/ preservar a privacidade do paciente em caso de enfermarias coletivas. Se possível e necessário, corte as unhas do paciente antes do procedimento. Encha a bacia até dois terços de sua capacidade com água quente (aproximadamente 45º) e coloque-a ao lado do paciente. Cubra a cama com lençol plástico se disponível. Coloque o paciente em decúbito dorsal. Remova as roupas do paciente e o mantenha coberto com o lençol. Coloque a toalha abaixo do queixo do paciente p/ lavar primeiro a sua face. Comece pela parte interna dos olhos seguindo p/ fora, sem utilizar sabão. Uma parte do pano p/ cada olho p/ evitar o espalhamento de infecções oculares. Os olhos podem ser lavados gaze. Em seguida lave o resto da face, orelhas e pescoço. Seque completamente a área. Troque a luva de banho caso fique suja. Descubra o tórax e ensaboe a luva de banho lavando o peito e as axilas. Enxágue e seque logo a seguir. Cubra o peito e coloque uma das mãos do paciente dentro da bacia lavando-as Lave seus braços da mão p/ os ombros de forma a estimular a circulação venosa. Enxágue, seque e repita a operação do outro lado. Exponha o abdômen e as virilhas e lave, seque e enxágue. Cubra com a toalha. Descubra uma perna e lave-a no sentido do pé p/ o quadril cuidando p/ não massagear a perna devido ao risco de deslocar possíveis trombos. Ensaboe o pé, lave e enxágue cuidadosamente. Repita o procedimento com a outra perna e pé

Vire o paciente de lado. Coloque a toalha sob seu corpo. Mantenha-o coberto com o lençol. Lave enxágue e seque suas costas e nádegas. Troque de luva de banho. Coloque uma comadre sob o períneo e lave-o no sentido da frente para trás p/ evitar contaminações. Enxágue e seque bem a área. Coloque as fraldas ou absorventes se necessário.

Vista o paciente com roupas confortáveis, remova as roupas de cama úmidas, troque os lençóis. Escove e penteie os cabelos do paciente. Posicione corretamente o paciente. Descarte o material utilizado no local adequado sem tocar no uniforme. Tenha durante todo o procedimento uma jarra com água quente limpa p/ facilitar a troca da água. Mude a água sempre que necessário. Não utilize quantidade excessiva de sabão pois dificulta sua remoção e facilita o ressecamento da pele. Aproveite o banho p/ massagear as zonas de maiores proeminências ósseas.

BANHO DE CHUVEIRO: caso o paciente apresente algum perigo de queda utilize uma cadeira própria p/ banho. Ajuste a temperatura da água e auxilie o paciente no banho. Caso o banho ocorra sem o auxílio de cadeira coloque um tapete de borracha no chão e um tapete atoalhado no chão em local próximo ao Box. Acompanhe o paciente ao banheiro. Ajude-o a se despir. Forneça luva de banho, sabonete, xampu. Auxilie no banho se o paciente precisar. Ajude-o a se enxaguar e se secar. Ajude-o a se vestir. Acompanhe-o ao quarto. Providencie a secagem do banheiro.

Se o paciente possuir condições deixe-o tomar banho de chuveiro sozinho. Peça para que deixe a porta destrancada e coloque um aviso de ocupado na porta. Fale com o paciente a cada 5’ para certificar-se de sua segurança. Caso o paciente possua uma tala gessada ou curativo em uma das extremidades envolva-a em saco plástico preso por fita adesiva e oriente o paciente a deixar esta extremidade p/ fora da água.

CUIDANDO DOS CABELOS: pentear e escovar os cabelos auxilia na remoção de células mortas e resíduos, além de estimular a circulação sanguínea do couro cabeludo. A lavagem da cabeça remove sujeiras e óleos antigos ajudando a impedir irritações de pele. O cabelo deve ser penteado e escovado diariamente e lavado no

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mínimo uma vez por semana no hospital. A lavagem está contra-indicada no caso de craniotomia, fraturas de crânio, necessidade de monitoramento de pressão intracraniana e outras.

Cuidados: pentes e escovas limpos devem ser lavados com água e sabão após o uso ou serem de uso individual do paciente. Coloque uma toalha em volta do pescoço do paciente. Sente o paciente no leito. Pentear os cabelos de cima para baixo com movimentos vigorosos. Pentear um pouco de cabelo de cada vez observando nos intervalos a presença de sujidade, lesões. Presença de parasitas, etc. Arrume o cabelo conforme a preferência do paciente: soltos, em tranças, rabos de cavalo, etc. Forneça um espelho p/ paciente se olhar. Remova a toalha evitando sacudi-la p/ não espalhar as sujidades.

LAVANDO A CABEÇA DE UM PACIENTE ACAMADO:

Coloque um balde no chão ou sobre um banquinho próximo a cabeceira da cama. Encha duas jarras com água quente limpa e coloque-as próximas da cabeceira. Abaixe a cabeceira da cama e remova o travesseiro. Dobre um cobertor fazendo um cilindro na forma de um círculo e forre-o com um cone feito com um lençol plástico. Coloque-o sob os ombros do paciente e a outra extremidade dentro do balde. A cabeça do paciente deve ficar dentro do círculo. Calce luvas. Coloque tampões nos ouvidos do paciente. Molhe os cabelos do paciente, coloque xampu, esfregue, enxágue. Envolva os cabelos com uma toalha e seque-os. Penteie, escove e arrume os cabelos. Posicione o paciente confortavelmente e remova os materiais utilizados.

BARBEANDO O PACIENTE: o barbear deve ser diário, pois reduz o crescimento de bactérias sobre a face, remove pelos que coçam e irritam a pele, melhoram a aparência e o conforto do paciente. Pode ser contra-indicado em pacientes com lesões de pele, problemas de coagulação sanguínea, irritações na pele.

Cuidados: uso de lâminas limpas, afiadas, retas, sem ferrugem, só utilizar a mesma lâmina duas vezes no mesmo paciente pois ela é de uso individual. O paciente deve fazer a barba no banheiro ou, se no leito, deve ser sentado no leito. Em caso de paciente inconsciente com a cabeça bem elevada. Coloque uma toalha em torno dos ombros do paciente e de seu pescoço. Molhe a luva de banho com água quente na bacia, torça e passa sobre o rosto do paciente. Passe o creme de barbear ou o sabão formando espuma. Estique a pele com uma mão e barbeie com a outra, segurando a lâmina com firmeza. Siga de cima p/ baixo e de fora p/ dentro com movimentos curtos no sentido do crescimento do pelo. Lave a lâmina com frequência e troque a água sempre que necessário. Limpe o rosto com a luva de banho torcida e aplique uma loção após barba caso o paciente a possua. Remova o material utilizado deixando o paciente em posição confortável.

HIGIENE ORAL: realizada pela manhã, antes de dormir e após as refeições. Envolve a escovação dos dentes, dentaduras e o enxágue da boca com antisséptico bucal. Auxilia na remoção de resíduos dos dentes, limpa e massageia as gengivas, reduz o odor bucal, ajuda a prevenir infecções bucais, refresca a boca e melhora a ingesta de alimentos pelo paciente.

Cuidados: lave as mãos, calce luvas e explique o procedimento ao paciente. Estimule-o a executar sua higiene. Caso ele não possa, coloque uma toalha sob seu pescoço e dê a ele um canudo. Num copo coloque água com antisséptico bucal e forneça ao paciente para que ele faça um bochecho e cuspa em uma bacia. Escove seus dentes com escova e creme dental, enxágue com a água e com antisséptico bucal. Seque a boca do paciente com pano ou guardanapo de papel. No caso de dentaduras, escove-as usando escova e creme dental e após higiene oral com antisséptico bucal recoloque-a no lugar. Se paciente inconsciente, coloque-o em decúbito lateral. Coloque uma toalha sob o queixo do paciente. Lubrifique os lábios com vaselina líquida p/ evitar ressecamentos e rachaduras. Limpe os dentes, gengivas, língua e palato do paciente com gaze envolta em um abaixador de língua úmido no antisséptico bucal. Faça movimentos da gengiva em direção a ponta dos dentes. Massageie com cuidado as gengivas, as superfícies bucais, o palato e a língua p/ limpar as mucosas e estimular a circulação. Seque a boca do paciente. Retire as luvas e limpe o material utilizado.

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Referências

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Bom estudo queridos colegas!!! Prof Edaiane