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Texto Lirico -2015 I- In trodu çã o: Todo o poema é construído sobre uma metáfora espacial: o espaço físico, material da casa (externo e interno é comparado ao espaço corporal da mul!er (exterior e inte ri or " Tra ta -se da inte riori#aç$o de um es pa ço ex te ri or (o da ca sa e da exteriori#aç$o de um espaço interior (o da mul!er" % &'nero í ric o nasceu de uma mo dalidade po ét ica )u e era, no pe ríodo medie*al, cantada e executada ao som de instrumentos musicais como a lira, daí a ori+em da express$o lírico, a )ual pro*ém dolatim l.ricu" / partir do momento em )ue o contedo do poema e a msica se desli+aram, o ritmo foi  preser*ado atra*és da metrificaç$o dos *ersos, ou sea, do estabelecimento de uma medida para eles, contabili#ada pela )uantidade de sílabas poéticas" ocábulos, aliteraç3es - repetiç3es das mesmas letras, sílabas ou sons numa frase 4 e rimas s$o recursos, desde ent$o, utili#ados pelos autores de poesia como um meio de conser*ar a musicalidade da poesia" les se esmeram em culti*ar sons de alta )ualidade, estr ut ur ados na forma de ri tmos e me lodias )u e se al te rnam sucessi*amen te"  6este +'nero um elemento fundamental, sem o )ual n$o se poderiam expressar as emo ç3e s ma is sub et i*a s, as condi ç3e s da alma, os pen sam ent os, os sentiment os  profundos7 trata-se do eu-lírico, uma entidade fictícia perfeitamente distin+uí*el do autor concreto" le nada mais é )ue uma peça-c!a*e do discurso poético" 8as, com ce rt e#a, es tá aí pr esen te tamb ém a *i s$ o de mu nd o do poet a, da í sua in tens a subeti*idade" mbora a lírica sea basicamente composta por poemas, n$o necessariamente esta forma literária como um todo se en)uadra neste +'nero, pois o )ue determina a inclus$o nesta cate+oria s$o suas características" 9e elas n$o esti*erem presentes em uma determinada  poesia, ela en t$o n$o será considerada com o inte+rante desta m odalidade" Puniv-4002 5

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Texto Lirico -2015

I- Introdução:

Todo o poema é construído sobre uma metáfora espacial: o espaço físico,material da casa (externo e interno é comparado ao espaço corporal da mul!er (exterior 

e interior" Trata-se da interiori#aç$o de um espaço exterior (o da casa e daexteriori#aç$o de um espaço interior (o da mul!er"% &'nero írico nasceu de uma modalidade poética )ue era, no período

medie*al, cantada e executada ao som de instrumentos musicais como a lira, daí aori+em da express$o lírico, a )ual pro*ém dolatim l.ricu"/ partir do momento em )ue o contedo do poema e a msica se desli+aram, o ritmo foi

 preser*ado atra*és da metrificaç$o dos *ersos, ou sea, do estabelecimento de umamedida para eles, contabili#ada pela )uantidade de sílabas poéticas"ocábulos, aliteraç3es - repetiç3es das mesmas letras, sílabas ou sons numa frase 4 erimas s$o recursos, desde ent$o, utili#ados pelos autores de poesia como um meio de

conser*ar a musicalidade da poesia" les se esmeram em culti*ar sons de alta )ualidade,estruturados na forma de ritmos e melodias )ue se alternam sucessi*amente"

 6este +'nero !á um elemento fundamental, sem o )ual n$o se poderiam expressar asemoç3es mais subeti*as, as condiç3es da alma, os pensamentos, os sentimentos

 profundos7 trata-se do eu-lírico, uma entidade fictícia perfeitamente distin+uí*el doautor concreto" le nada mais é )ue uma peça-c!a*e do discurso poético" 8as, comcerte#a, está aí presente também a *is$o de mundo do poeta, daí sua intensasubeti*idade"

mbora a lírica sea basicamente composta por poemas, n$o necessariamente esta formaliterária como um todo se en)uadra neste +'nero, pois o )ue determina a inclus$o nestacate+oria s$o suas características" 9e elas n$o esti*erem presentes em uma determinada

 poesia, ela ent$o n$o será considerada como inte+rante desta modalidade"

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1. Fundamentação Teórica1.1- Formas e exempos de iricidade1.1.1- ! "ue # $rica

% étimo da pala*ra lírica está relacionado com lyra, instrumento musical de

corda, )ue os +re+os usa*am para acompan!ar os *ersos poéticos" / partir do século a";", o termo lírica  passou a substituir a anti+a pala*ra mélica (de melos, <canto=,<melodia= para indicar poemas pe)uenos por meio dos )uais os poetas exprimiam seussentimentos"

/rist>teles distin+ue a poesia mélica ou lírica, )ue era a pala*ra <cantada=, da poesia épica ou narrati*a, )ue era a pala*ra recitada=, e da poesia dramática, )ue era a pala*ra <representada=" % +'nero lírico, portanto, em suas ori+ens, está profundamenteli+ado ? msica e ao canto" 8esmo mais tarde, )uando a poesia lírica deixa de ser composta para ser cantada e passa a ser escrita para ser lida, ainda conser*a traços desonoridade atra*és dos elementos f@nicos do poema: metros, acentos, rimas, aliteraç3es,onomatopéias" 9inais e*identes dessa interaç$o podem ser encontrados nas deno-minaç3es das formas poemáticas (soneto, canç$o, balada, etc" e em al+umas espéciesde arte )ue, ainda !oe, culti*am a simbiose msica-pala*ra: a >pera, o musical, acanç$o popular"

% cons>rcio com a msica nos auda a entender a característica mais peculiar do+'nero lírico: a emocionalidade A marcante a ponto de os termos lírico e emocional serem usados )uase como sin@nimos" Lírico, na forma adeti*a, é *isto por Bmil 9tai+er (5C como um estado de alma, uma disposiç$o sentimental, )ue o eu poemático exprime

 por meio de pala*ras fluidas, diáfanas, aparentemente sem nexo l>+ico" / poesia lírica é

uma explos$o de sentimentos, sensaç3es, emoç3es" 9e+undo Doman EaFobson (1G1,tendo como fator fundamental da comunicaç$o o emissor, o +'nero lírico ati*aintensamente a funç$o emoti*a da lin+ua+em !umana"

Hara expressar os contedos *a+os de sua subeti*idade, o poeta lírico lança m$ode *ários recursos estilísticos pr>prios da lin+ua+em poética, especialmente a metáfora,)ue l!e permitem estabelecer parentescos entre obetos )ue pertencem a campos semIn-ticos diferentes" %perando na lin!a da similaridade, por meio do processo psí)uico daassociaç$o, a lírica encontra relaç3es surpreendentes entre o sentimento do presente, asrecordaç3es do passado e o pressentimento do futuro, entre os fen@menos da nature#a

c>smica e os atributos do ser !umano" /ssim, por exemplo, o poeta espan!ol &>n+oracompara o cabelo loiro da mul!er amada aos raios do sol, os lábios *ermel!os ao cra*omatinal"

*identemente, os arroubos líricos s> existem em fu+a#es momentos, n$o podendo sustentar uma lon+a composiç$o literária" Jaí decorre )ue a lírica se manifestaatra*és de poemas curtos" 8uito embora momentos líricos possam ser encontrados em+'neros literários de textos maiores, na epopéia (como o epis>dio de n's de ;astro emOs lusíadas, de ;am3es ou no romance (a abertura de Iracema, de Eosé de /lencar, alírica, como +'nero literário ? parte, opera atra*és de formas poemáticas redu#idas: acanti+a, o soneto, o rond>, etc" Hodemos dedu#ir, ent$o, )ue se toda lírica é sempre

 poesia, n$o importa se em *erso ou em prosa, nem sempre a poesia em *erso é lírica" B

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 bom lembrar )ue  poesia, se+undo seu étimo +re+o, indica todo fa#er artístico, )ual)uer criaç$o literária" / lírica, portanto, é uma forma peculiar de poesia com as característi-cas )ue apontamos acima e )ue tem como meio de express$o as formas poemáticas )ue*eremos adiante"

1.2- % evoução do &'nero $rico/ poesia lírica é intrínseca ? nature#a !umana" %s anti+os +re+os manifesta*amem *ersos líricos *árias ati*idades: o sentimento reli+ioso (hino), a disputa esporti*a(epinício), a exaltaç$o de um !omem ilustre (encômio), a celebraç$o das npcias(epitalâmio), a dor pela morte de um ente )uerido (treno), o +raceo obsceno (jambo), os

 preceitos morais e os sentimentos da pátria e do amor (elegia gnômica, guerreira eerótica) nfeli#mente, da mara*il!osa produç$o lírica da &récia anti+a s> restaramfra+mentos" %s considerados mais importantes, pelo fato de )ue suas formas métricas econtedos ideol>+icos ti*eram imitadores ao lon+o da !ist>ria da lírica do %cidente,

 pertencem a tr's +randes poetas: 9afo (K25-5L0 a";", a +rande poetisa do amor7 Híndaro

(51L-GCL a";", )ue em suas famosas Odes exalta os ideais do po*o +re+o7 e /nacreonte(5KG-GML a";", o cantor das ale+rias da mesa (!"ólia) e da cama (#róti"a)

/ lírica de lín+ua latina se+uiu, de uma forma +eral, os modelos criados pelos+re+os, embora o contedo poemático espel!e a diferente sensibilidade do po*oromano" / literatura latina apresenta )uatro poetas líricos de primeira +rande#a: ;atulo,Norácio, ir+ílio e %*ídio" ;atulo (LM-5G a";", considerado um dos maiores poetaslíricos de todos os tempos, deixou-nos uma coletInea de 11K poemas, intitulada &"$alerii %atulli Liber, de onde se destacam as &ugae ('rincadeiras),  poesias le*es, deassunto amoroso, )ue retratam a traet>ria de sua paix$o infeli# pela sedutora e *ol*el

ésbia" Norácio (K5-L a";", o poeta mais <clássico=, foi o modelo em )ue se inspiraramtodos os poetas europeus até a re*oluç$o estética do romantismo" /lém de poeta

 propriamente lírico (autor de )uatro li*ros de odes), ele foi o maior escritor de stiras(dois li*ros, +'nero poético in*entado pelos romanos, e de epístolas, cartas em *ersodiri+idas a ami+os, de assunto estético-filos>fico" ir+ílio (M0-1O a";", mais con!ecido

 pelo poema épico #neida, foi autor de belíssimas líricas pastoris: %rmina 'ucólica (ou clogas), de# cantos )ue exaltam a *ida dos pastores7 as *eórgicas, em )uatro li*ros, poema didático )ue ensina o culti*o da terra, a plantaç$o das ár*ores, a criaç$o do +adoe a produç$o do mel" %*ídio (GC a";" A 1L d";" é o poeta ele+íaco mais prolífero da

literatura latina: +mores, +rs +matoria, emedia amoris, -ristia, #pistolae e. /onto 6a /lta dade 8édia (do século ao P, a poesia lírica em lín+ua latina ficourestrita )uase exclusi*amente ao culto da reli+i$o crist$: !inos, salmos, partes da litur+iada missa" 6a Qaixa dade 8édia (do século P ao P, com a afirmaç$o das lín+uasromInicas, a lírica apresenta dois fil3es: um, aut>ctone, +enuinamente nacional e

 popular, relacionado com a *ida no campo7 na lín+ua +ale+o-portu+uesa temos oexemplo das cantigas de amigo %utro fil$o é de ori+em culta, palaciana, sur+ido no sulda Rrança, na Hro*ença: é a famosa lírica tro*adoresca, uma poesia de escola,rebuscada, )ue exalta a fi+ura da mul!er ideali#ada" / poesia tro*adoresca fe# muitosucesso, tendo sido imitada por poetas +ale+os, portu+ueses, castel!anos, italianos" 9>

foi destronada pela escola do dolce stil nuo0o, sur+ida na Toscana, no século P"Hoetas como &uido &uini#elli, &uido ;a*alcanti, Jante /li+!ieri e Rrancesco Hetrarca

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sentiram a necessidade de )uebrar o formalismo da escola pro*ençal, fa#endo com )ue a pala*ra poética fosse a real express$o do sentimento" % maior lírico da ltima fase dadade 8édia foi Hetrarca (1C0G-1CMG, o primeiro +rande poeta introspecti*o de lín+uaneolatina" fe# escola: o petrar)uismo foi a moda poética )ue predominou na uropaaté o ad*ento do romantismo"

/ renascença, o barroco e o arcadismo, )ue formam o período clássico da culturamoderna, retomam os fil3es líricos da Qaixa dade 8édia (tro*adorismo, estilono*ismo,

 petrar)uismo, bucolismo, acrescentando-l!es a imitaç$o de formas e contedos da poesia +reco-romana" ntre os poetas líricos de maior desta)ue, citamos: oren#o dei8edici (1GGO-1GO2, Sn+elo Holi#iano (1G5G-1GOG, Eacopo 9anna##aro (1G5C-15C0,Tor)uato Tasso (155G-15O5, &arcilaso de la e+a (150C-15CK, uís a# de ;am3es(152G-15L0, Jom uís de &>n+ora . /r+ote (15K1-1K2M, Rrancisco de ue*edo .ille+as (15L0-1KG5, &iambattista 8arino (15LO-1K25, Eo!n Jonne (15MC-1KC1,8etastásio (1KOL-1ML2, Qoca+e (1MK5-1L05"

% romantismo pro*ocou uma re*oluç$o cultural )ue atin+iu também o +'nerolírico" m nome da liberdade de sentir e de se expressar, os poetas romInticos deixaramde lado os cInones estéticos do classicismo para dar lar+a *a#$o ao sentimento, cada)ual poeti#ando se+undo os impulsos de seu subeti*ismo" %s estudiosos distin+uem alírica )uietista dos la"e1s poets, )ue se alimenta*am de son!os e ilus3es (6o*alis,Uoun+, Veats, WordsXort!, Hoe, 8usset, i+n., amartine, Nu+o, dos poetasre*olucionários, )ue tentaram sacudir o modelo bur+u's da *ida (&oet!e, QlaFe, Q.ron,Qaudelaire" % maior poeta lírico do romantismo foi, a nosso *er, o italiano &iacomoeopardi, )ue com intensidade e mel!or +osto estético soube expressar o *a#io

existencial pro*ocado pelo sentimento da noia, do tédio, do des+osto face ? efemeridadede )ual)uer tipo de pra#er, personificando a insatisfaç$o pr>pria da época romIntica"% simbolismo re*i+orou o +'nero lírico, ap>s a fase do realismo *a#io do ponto

de *ista propriamente poético" /profundando a ética romIntica, os poetas simbolistas*oltaram ao espiritualismo, tentando descobrir uma alma uni*ersal, al+o misterioso )ueestabelecesse uma correspond'ncia entre os elementos do mundo !umano, animal e*e+etal" Hara tanto ser*iram-se da metáfora sinestética, )ue cria associaç3es entresensaç3es de campos semInticos diferentes" %s mel!ores poetas simbolistas foram osfranceses 8allarmé, erlaine, Dimbaud e alér., este ltimo considerado o primeirote>rico da poesia modernista"

% modernismo e a contemporaneidade apresentam *ários fil3es líricos, difíceisde serem claramente delineados, pois oscilam entre a lucide# intelectual e o impulsoanár)uico" /o lado da poesia fi+urati*ista inspirada no cubismo, dos poemassurrealistas, da escritura automática, temos formas e contedos poemáticos tradicionais,se+uindo as pe+adas das estéticas clássica e romIntica" ntre os mais expressi*osrepresentantes da poesia do nosso século destaca-se /pollinaire (1LM0-1O 1L, com seus%alligrammes, )ue dá o primeiro exemplo de lírica *isual: as pala*ras ad)uirem sentido

 por sua forma +ráfica e pelo espaço )ue ocupam na pá+ina" T" 9" liot (1LL2-1OK5 é o poeta do fra+mentarismo e da polifonia: sua obra mais famosa, -he 2aste Land (+ terra

de0astada), é um mosaico cultural" %s %antos, de #ra Hound (1LL5-1OM2,influenciaram muitos poetas contemporIneos pela musicalidade (melopéia, pelo fi+ura-

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ti*ismo (fanopéia e pelo intelectualismo (lo+opéia" Yn+aretti (1LLL-1OM0 é o pai da poesia !ermética: in*entor do <poema- relImpa+o=, utili#a poucas pala*ras, das )uaistenta captar a essencialidade" / lírica contemporInea da lín+ua castel!ana apresentauma +aleria de poetas de primeira lin!a: &arcía orca, /ntonio 8ac!ado, Dam>nEiméne#, Eor+e &uillén, &erardo Jie+o, Jámaso /lonso, icente /leixandre, Dafael/lberti" 6o Qrasil, ap>s a reno*aç$o cultural pro*ocada pela 9emana de /rte 8oderna(1O22, a poesia lírica apresenta poetas de primeira +rande#a: %sXald de /ndrade,8ário de /ndrade, 8anuel Qandeira, ;arlos Jrummond de /ndrade, 8urilo 8endes,Eor+e de ima, inicius de 8oraes, ;ecília 8eireles, Eo$o ;abral de 8elo 6eto,Rerreira &ullar, 8ário Raustino" 8as o maior poeta de lín+ua portu+uesa é, sem d*idaal+uma, Rernando Hessoa (1LLL-1OC5, )ue se tornou imortal pela criaç$o dos!eter@nimos, personalidades poéticas distintas de si pr>prio, cada )ual expressando umafaceta estética e ideol>+ica de sua poliédrica personalidade: /lberto ;aeiro, o poeta danature#a7 Dicardo Deis, o poeta da !erança clássico-pa+$7 Zl*aro de ;ampos, o poeta da

era da má)uina7 Rernando Hessoa ort@nimo, o poeta do saudosismo portu+u's"% +'nero lírico, entendido como express$o do sentimento do eu, apresenta, ao

lon+o dos séculos, *árias modalidades formais e diferentes atitudes ideol>+icas"

1.2.1- (xempos de Textos L$ricos• )oneto: formado por 1G *ersos (G estrofes, donde 2 s$o )uartetos (estrofe

formada por G *ersos e 2 s$o tercetos (estrofe formada por tr's *ersos, o termo sonetto, do italiano, si+nifica pe)ueno som"

• *aicai: ori+inários no Eap$o, os !aicais s$o poemas bre*es, compostos de

tr's *ersos (1M sílabas e +eralmente apresentam temática referente ? nature#a"• !de: poema de exaltaç$o sobre al+o, +eralmente de persona+ens" Jo +re+o,

o termo [ode[ si+nifica <canto="• *ino: semel!ante a ode, o !ino é um poema de exaltaç$o e +lorificaç$o, no

entanto, a temática en*ol*e di*indades e a pátria"• )+tira: poesia )ue ridiculari#a di*ersos temas sea no Imbito, social,

 político, econ@mico, etc"• (e&ia: s$o poemas tristes )ue tem como temática a morte, o amor n$o

correspondido, dentre outros" Jo +re+o, a pala*ra [ele+ia[ si+nifica <canto

triste="• ,co&a: poesia pastoril )ue retrata a *ida buc>lica (do campo, sendo

composta, muitas *e#es, por diálo+os"• Id$io: 9emel!ante a éclo+a, o idílio é uma poesia pastoril, no entanto,

destituído de diálo+os"

1.2.1.1- *inoJo +re+o hymnos, )ue si+nifica <canto=, o !ino é uma das primeiras

manifestaç3es poéticas do !omem, cuo sentimento de reli+iosidade o le*a a exaltar suas di*indades" 9e+undo W" Va.ser (CC, 7 p" 225, a ess'ncia do !ino é a ap>strofelírica: o poeta, emocionado perante os poderes superiores e misteriosos da di*indade, a

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ela ele*a o seu canto de lou*or, de a+radecimento ou de splica" 6a &récia anti+a, cadadeus importante tin!a o seu !ino: o  pean, )ue exalta*a /polo7 o ditirambo, )ue+lorifica*a os feitos de Jioniso (Qaco" 6a reli+i$o crist$, a funç$o do !ino é exercida

 pelo cIntico, pelo salmo e pela lauda" ários li*ros da Qíblia s$o composiç3es líricas dealto *alor poético, além de reli+ioso" embramos o %ântico dos cânticos, de 9alom$o, eos !almos, do rei Ja*i" /s laudas da dade 8édia eram paráfrases de textos do 6o*oTestamento"  8as o !ino, +eralmente poema para canto coral, além do uso litr+ico, passoutambém a ser utili#ado com uma finalidade cí*ica7 exalta*a a pátria, os !er>is de +uerra,os campe3es de disputas esporti*as" Jaí termos !oe os !inos nacionais, estaduais,municipais e de a+remiaç3es" % !ino propriamente literário também tem uma lon+atradiç$o" embramos a coletInea 3inos 4 noite, do pré-romIntico alem$o 6o*alis" %

 poema com tal desi+naç$o n$o tem uma estrutura rí+ida de estrofes e de *ersos" % )uecaracteri#a o !ino é sua li+aç$o com a msica, pois trata-se de poesia composta mais

 para ser cantada do )ue para ser lida, e seu aspecto coral: )uem canta é uma multid$o de+ente"

1.2.1.2- !deJo +re+o oid5 )ue, como a pala*ra hino, também si+nifica <canto=, a ode era um

 poema caracteri#ado pela *o# do cantor )ue se ser*ia de um instrumento de corda (liraou !arpa para o acompan!amento musical" %ri+inariamente era um canto indi*idual)ue expressa*a sentimentos pessoais, especialmente o amor" / ode li+eira, ou  s6ica,constituída de tr's *ersos lon+os !omométricos, se+uidos de um )uarto mais curto, foiculti*ada pelos mel!ores poetas líricos da &récia anti+a, como /lceu, 9afo e

/nacreonte"Haralelamente ? ode mon>dica, sur+iu também a forma coral da ode, de assunto

mais solene, exaltando a reli+i$o, a pátria, os !er>is de +uerra ou de ati*idadesesporti*as" / ode, portanto, passou a exercer uma funç$o )uase i+ual ? do !ino"stesícoro, poeta do século a";", in*entou a forma triádica, )ue se tornou modelar: aestro6e, a antístro6e e o epodo (canto posterior, final ou sintético" )ue, na)uela altura,a ati*idade poética ainda n$o esta*a separada da arte dramática: en)uanto uma parte docoro canta*a a estrofe dançando de um lado da or)uestra, outro semicoro respondia coma antístrofe do lado oposto7 em se+uida, os dois semicoros unta*am-se no meio do

 prosc'nio para cantar o epodo" sse tipo de ode foi c!amado de triun6al ou pindricaNorácio, o poeta mais completo de todos os tempos na literatura latina,encontrou na ode sáfica o meio mais apropriado para expressar o mel!or de sua poesia"

 6os %rmia (%antos), uma coletInea de 10C poemas a+rupados em )uatro li*ros, alémde exaltar a +rande#a de Doma sob o principado de %tá*io ;ésar /u+usto, exprime suaconcepç$o ética +uiada pela filosofia do bom senso" /l+umas de suas express3es

 poéticas tornaram-se pro*érbios: <st modus in rebus= (a usta medida na procura do pra#er, da ri)ue#a e da ambiç$o7 <;arpe diem= (o apro*eitamento do momento pre-sente, pois o futuro é incerto7 <6i )uid nimis= (a necessidade de e*itar )ual)uer excesso7 <6on omnis moriar= (o *alor eterno da produç$o artística"

/p>s o par'ntese da dade 8édia, durante a )ual a cultura +reco-romana foi posta delado, a ode *olta a ser culti*ada pelos mel!ores poetas da ra 8oderna, da renascença

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 para cá" uanto ? forma, podemos apontar tr's tipos de ode:  pindrica, )ue conser*a aestrutura ori+inária de tr's estrofes, sendo as primeiras duas (estrofe e antístrofe i+uais,e a terceira (epodo, diferente7 a horaciana, composta de estrofes i+uais7 e a ode li0re,)ue permite um nmero *ariá*el e irre+ular de estrofes" uanto ao contedo, como á*imos, a ode pode tratar de assuntos ele*ados (!er>ica ou pindárica ou de assuntosle*es (sáfica, amorosa, anacre@ntica, pastoril" /tualmente, a ode libertou-se de todoconstran+imento formal, aceitando inclusi*e o *erso-li*rismo" % )ue le*a a distin+uir aode de outras formas poemáticas é o tom +ra*e"

1.2.1.- (e&ia/ pala*ra elegia foi usada por poetas +re+os (;almos, /r)uíloco, 9im@nides e

latinos (Tibulo, Hropércio, %*ídio para indicar um canto triste, na maioria das *e#es umlamento pela morte de um ente )uerido" uanto ao étimo, o termo é de ori+emdu*idosa" 9e+undo 8assaud 8oisés (G1, p" 1KM, a pala*ra deri*aria do arm'nio elegn,)ue si+nifica <bambu=" / ra#$o dessa ori+em etimol>+ica estaria no fato de )ue,

anti+amente, os cantos fnebres, de dor ou de triste#a, eram acompan!ados pela flautade bambu, instrumento pastoril de sopro, diferentemente das modalidades poéticasacompan!adas por instrumentos de cordas (lira ou !arpa, de tom musical mais ale+re"

/ forma estr>fica preferida era o dístico, composto de um !exImetro e de um pentImetro" uanto ? temática, como *imos, trata-se de um canto +ra*e, de cun!o+n@mico ou didático, pois tem a finalidade de estimular a reflex$o sobre os sentimentosmais profundos do ser !umano: a pátria, a +uerra, a morte, a dor, o amor, a ami#ade"/ partir da renascença, a ele+ia, em diferentes estruturas formais, foi um dos meios maisutili#ados pelos +randes poetas da literatura ocidental: &arcilaso, Tasso, ;am3es,

8ilton, eopardi, Nu+o, &arcía orca, DilFe, ;ecília 8eireles e tantos outros"%an78o

 6o sentido +enérico, a pala*ra portu+uesa can78o, correspondente ? francesachanson e ? italiana can9one, as tr's deri*adas do termo latino cantionem, indica toda

 poesia relacionada com a msica e o canto" m primeiro lu+ar, é preciso distin+uir acanç$o popular da canç$o erudita" /)uela é de ori+em aut>ctone de cada país, esta é

 produto de uma escola literária" m se+undo lu+ar, é preciso considerar )ue a canç$o setorna obeto de arte literária )uando a letra do poema se des*incula da pauta musical e a

 poesia deixa de ser cantada para ser lida"

/s ori+ens da canç$o erudita est$o intimamente li+adas ao florescer da líricatro*adoresca, mo*imento estético )ue sur+iu no sul da Rrança, na Hro*ença, em meadosdo século P, e se difundiu pela uropa, tendo subsistido até o início do renascimento"

 6as cortes medie*ais, nos castelos e nos  palácios, os tro*adores, acompan!ados dealade ou *iola, exalta*am a bele#a da mul!er amada e professa*am-l!e sua de*oç$o,se+uindo um rí+ido c>di+o de cortesia" Tais produç3es lírico-amorosas, c!amadas dechanson ou cansó pro0en7al, passaram a ser escritas na langue d1oc, o idioma do sul daRrança na época medie*al, sendo tradu#idas e recriadas pelos poetas da penínsulabérica e taliana" Jante e Hetrarca, nos moldes da poesia tro*adoresca, aperfeiçoaram aforma poemática da can9one, )ue foi lar+amente imitada pelos poetas da renascença

européia" m lín+ua *ernácula, uís a# de ;am3es, o maior poeta lírico do períodorenascentista, escre*eu belíssimas canç3es, se+uindo o modelo artístico elaborado por 

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Rrancesco Hetrarca" n$o s> ele: Rernando Hessoa, Hablo 6eruda, ;ecília 8eireles etantos outros poetas maiores encontraram na forma poemática da canç$o um meio efica#

 para expressarem seus sentimentos"uanto ? forma can@nica da canç$o, ela é constituída de um nmero *ariá*el de

estrofes ou estIncias, cada )ual com um nmero de *ersos oscilante entre sete e *inte" %)ue caracteri#a a canç$o é o fec!o do poema )ue termina com uma estIncia menor, em)ue se encontra o resumo do contedo poemático, ou a dedicat>ria ? mul!er amada"uanto ? temática, o moti*o predominante é o amor idealmente sentido, mas !á tambémcanç3es com assuntos diferentes: sentimento patri>tico, preceitos morais, sátira social,!umorismo"

1.2.1.4- anti&aJa mesma ori+em etimol>+ica de can78o e cantar, o termo cantiga desi+na as

 primeiras manifestaç3es poéticas em +alaico-portu+u's, ainda do tempo em )ue a poesian$o era separada da msica, do canto e da dança" / melopéia está presente n$o apenas

na musicalidade das tr's estrofes (cobras), constituídas de )uatro ou sete *ersos(pala0ras), mas especialmente na forma paralelística e no estribil!o, sinais da anti+afunç$o dramática da canti+a" 9$o c!amadas paralelísticas as canti+as )ue t'm a mesmaestrutura f@nica, lexical, sintática e semIntica" 6as tr's estrofes, o mesmo sentimento serepete ao lon+o do poema, pelo uso das mesmas pala*ras ou seus sin@nimos,distribuídas numa mesma estrutura sintática e apresentando, pela rima, o mesmoc!amamento f@nico" Hor sua monotonia, al+umas canti+as se aproximam da cantilena,um canto sua*e caracteri#ado pela repetiç$o de pala*ras" % estribil!o ou refr$o é dado

 pela repetiç$o do mesmo *erso no fim de cada estrofe" &eralmente, o sueito da

enunciaç$o do refr$o é diferente do cantador das estrofes: isso cria uma <tenç$o= )ueatesta a forma dial>+ica e o conse)\ente aspecto dramático da canti+a" ntre os *áriostipos de canti+a, os tr's mais culti*ados na dade 8édia portu+uesa foram a canti+a deami+o, a canti+a de amor e a canti+a de escárnio"

1.2.1./- )onetoJa pala*ra italiana sonetto, diminuti*o de suono (<som=, <msica , <canç$o=, o

soneto é outra forma poemática de ori+em popular e medie*al, )ue n$o está li+ada ?lírica +reco-romana" / primeira forma de soneto está relacionada com a escola siciliana,)ue te*e seu momento de +l>ria em meados do século P" / partir de cantos de

camponeses durante os bailados, foram compostos poemas de )uatro estrofes, dois)uartetos e dois tercetos, com rimas )ue li+a*am diferentemente os *ersos das )uadras eos *ersos dos tercetos" / se+uir, a escola toscana do dolce stilo nuo0o utili#ou abundan-temente essa forma poemática, especialmente Rrancesco Hetrarca (1C0G-1CMG,considerado o pai do soneto, pela )ualidade e )uantidade de seus imitadores"

% soneto re+ular ou petrar)uiano é composto de duas )uadras e dois tercetos,+eralmente de *ersos decassílabos e com o es)uema rímico abba]abba]cde]cde" /s duas)uadras, portanto, formam um campo f@nico !omo+'neo pelo c!amamento entre si dos*ersos externos e dos *ersos internos" Eá a sonoridade dos tercetos pro*ém de umadiferente combinaç$o de rimas" / essa diferença f@nica corresponde também umadiferença semIntica: nas duas )uadras coloca-se o tema e nos tercetos dá-se a

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conclus$o, )ue +eralmente culmina no ltimo *erso com a famosa <c!a*e de ouro=";omo se *', a forma poemática do soneto tem al+o em comum com o silo+ismo,

modo cerrado de raciocínio muito culti*ado pelos fil>sofos da Qaixa dade 8édia: auma premissa ou tese sucede uma oposiç$o de pensamento ou antítese, terminando coma síntese, a proposta de resoluç$o do problema"

Tal estrutura rí+ida do soneto, )ue obri+a o poeta a condensar em poucos *ersosa express$o de um sentimento, explica tal*e# a prefer'ncia )ue t'm por essa forma

 poemática os poetas lcidos, a)ueles )ue entendem )ue a poesia é a arte das pala*rasconscientemente or+ani#adas para produ#ir sentidos surpreendentes" Jante /li+!ieri,Rrancesco Hetrarca, uís a# de ;am3es, uís de &>n+ora . /r+ote, /ntero de uental,8anuel Qandeira, inicius de 8oraes e tantos outros encontram no soneto o meio deexprimirem, de uma forma rápida e sucinta, a profundidade de suas idéias e de seussentimentos sobre o !omem e a *ida"

1.2.1.- aadam suas ori+ens, durante a Qaixa dade 8édia, a balada era uma forma

 poemática composta para ser musicada e cantada com acompan!amento coreo+ráficonas festas de *indima e de outras col!eitas do campo" stritamente li+ada ? dança e ?representaç$o, a balada era executada por um +rupo de bailarinos, uns entoando estrofese o conunto cantando o refr$o" Trata*a-se de uma forma primiti*a de poesia, de ori+emaut>ctone, e cada re+i$o apresenta*a sua forma peculiar" /ssim, em Hortu+al, temos abailada, um tipo de canti+a de ami+o7 em lín+ua pro*ençal, a balada: em alem$o, aballad: no franc's do norte, a ballade: em italiano, ou strambotto ou can9one da ballo:em espan!ol, rimance ou romance

/ balada primiti*a e folcl>rica, no fim do período medie*al, começou a ser culti*ada por poetas, tornando-se, assim, uma produç$o propriamente literária" % )uedistin+ue essa forma poemática é a conflu'ncia dos tr's +'neros literários: o lírico, por ser express$o de sentimentos7 o narrati*o, por)ue a balada é uma canç$o-!ist>ria, con-tém em seu boo uma pe)uena fábula7 o dramático, por)ue a substIncia factual n$o écontada nem por um narrador onisciente nem pelo eu poemático, mas é re*elada pelodiálo+o entre as persona+ens"

m desuso durante a época clássica da cultura moderna, a balada foi retomada pelos poetas romInticos, á*idos de ressuscitar as formas literárias medie*ais, populares

e folcl>ricas, pr>prias de cada país" Ru+indo de todo es)uematismo estr>fico rímico emétrico, poetas maiores como &oet!e, 9c!iller, Nu+o e &arret, entre outros,extra*asaram seu potencial lírico nessa modalidade" Ym bom exemplo de baladaromIntica é o famoso poema -he a0en, de d+ar /llan Hoe: construç$o de de#oitoestrofes i+uais, de cinco *ersos lon+os e de um mais curto, )ue funciona como estribil!o

 pela repetiç$o da pala*ra ne0ermore no fim de cada estrofe" % caráter de balada é dadon$o tanto pelo ní*el f@nico )uanto por ser um poema narrati*o com aspecto dramático:o eu poemático, atra*és do diálo+o )ue estabelece com o ;or*o, re*ela um epis>dio desua *ida marcada pela saudade da falecida enora"

1.2.1.- ondó e ronde

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% rond> e o rondel s$o formas poemáticas )ue, como a balada, est$o relacionadas com adança" / diferença consiste no aspecto circular: do termo latino rotundum (<redondo=deri*aram as pala*ras francesas ronde e rondeau, nomes de bailados popularesmedie*ais" / circularidade coreo+ráfica transfere-se para o poema composto de estrofese de *ersos )ue se c!amam mutuamente, repetindo-se" % rondel, em sua formacan@nica, comp3e-se de tr's estrofes, duas de )uatro *ersos e uma de seis, sendo )ue osdois *ersos iniciais da primeira estrofe s$o id'nticos aos dois finais da se+unda e daterceira estrofes" % rond> simples comp3e-se de uma oita*a e de uma )uintil!a, ambasse+uidas de um estribil!o7 o rond> dobrado é composto de cinco )uadras, sendo )ue o

 primeiro *erso da primeira )uadra é i+ual ao ltimo da se+unda )uadra, o se+undo *ersoda primeira )uadra corresponde ao ltimo da terceira )uadra, e assim sucessi*amente"

1.2.1.3- iancete e redondi5a$ilancete deri*a de 0ila, lu+areo !abitado por camponeses (*il3es" B uma forma

 poemática da península bérica, de ori+em popular" % *ilancete é composto de uma

estrofe-matri#, c!amada 0ilancico, mote ou cabe7a, se+uida de *árias estrofesdenominadas 0oltas ou  glosas m lín+ua espan!ola, o *ilancete é c!amado de0ilancico, n$o existindo diferenças rele*antes entre as duas formas" m ambas, a estrofeinicial apresenta o tema do poema, )ue passa a ser +losado nas estrofes sucessi*as"9emel!ante ao *ilancete é a redondil!a, composiç$o poética em )ue cada *erso tem setesílabas (redondil!a maior ou cinco sílabas (redondil!a menor" Tais formas popularesda lírica medie*al encontraram cultores na renascença (;am3es, no simbolismo(u+'nio de ;astro e na modernidade (&oulart de /ndrade"

1.2.1.6- 7adri&a

/ forma poética do madri+al ori+inou-se na renascença italiana" &eralmente compostode dois tercetos e dois dísticos, pode também apresentar uma estrutura li*re" / temática)ue mais aparece é o idílio pastoril ou o +alanteio amoroso7 por isso, o madri+al foi

 bastante culti*ado na época do arcadismo"

1.2.1.8- (pi&ramaJo +re+o epí (;sobre; e  gramma (<escrito=, epigrama literalmente si+nifica

<inscriç$o=: um pe)ueno texto inciso numa lápide, numa moeda, num monumento";omo forma literária, o epi+rama é uma bre*e composiç$o poética composta de uma oumais estrofes, podendo-se distin+uir o nó (o tema e o desenlace (a soluç$o" %

epi+rama apresenta um estilo tele+ráfico e um contedo ir@nico expresso por pala*rasen+en!osas, colocadas num contexto surpreendente"

 6a literatura +reco-romana, o epi+rama foi culti*ado por *ários escritores, ao lado deoutras formas poemáticas" 8as )uem dedicou toda a sua produç$o literáriaexclusi*amente ? forma epi+ramática foi o poeta latino 8arcial, da época imperial deDoma" m seus do#e li*ros de epi+ramas, ele tratou dos temas mais *ariados: lou*ou os

 poderosos, criticou os costumes da época, expressou seus sentimentos mais íntimos,descre*eu o amor lasci*o, a ami#ade, *ícios e *irtudes !umanas" Yma frase suacondensa a totalidade de sua temática: <Nominem pa+ina nostra sapit= (<8in!a poesiacon!ece o !omem="

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1.2.1.10-*aicai;omposiç$o poética de ori+em aponesa, o !aicai é semel!ante ao epi+rama" Tem emcomum com o epi+rama a forma bre*e e sentenciosa" / diferença está na posturaideol>+ica: buscando uma correspond'ncia entre o som e o sentido das pala*ras atra*és

das fi+uras ret>ricas da paronomásia e da onomatopéia, e entre obetos de nature#adiferente atra*és da sinestesia, o !aicai apresenta o espetáculo da *ida de uma formasurpreendente mediante associaç3es al>+icas"

1.- !utras 9ormas tradicionais

/lém das formas poemáticas analisadas anteriormente, a tradiç$o cultural nosle+ou outras modalidades poéticas )ue recebem o nome ou de uma construç$o estr>fica

 peculiar ou do contedo temático" 'ucólica (também c!amada de écloga, idílio ou  pastoral)<  poema )ue exalta a

*ida do campo e o amor entre pastores"*aligrama< composiç$o poética cuo sentido é captado pelo formato +ráfico e

 pela disposiç$o das pala*ras nas pá+inas" #pístola< texto literário em forma de carta )ue tem um destinatário explícito ou

implícito" Lira (ou sil0a)< composiç$o poética de extens$o *ariá*el, +eralmente de assunto

amoroso, cuo cenário é a nature#a"Oita0a (também c!amada de octeto ou otta0a rima)<  poema composto por 

estrofes de oito *ersos" /anegírico< composiç$o poética )ue elo+ia a *ida de uma pessoa ilustre"

 /arbola< texto poético )ue se ser*e de símbolos e ale+orias"=uadra (ou tro0a, >uarteto, >uarta rima)< composiç$o de estrofes de )uatro

*ersos" apsódia< poema composto de uma miscelInea de temas e moti*os"!tira< +'nero poético )ue aponta *ícios e defeitos !umanos"!e.tina< poema medie*al composto de seis estrofes, cada )ual com seis *ersos"-erceto (ou trístico, ter9ina, ter9a rima)<  poema composto de estrofes de tr's

*ersos"

2- oncusão:

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  imos, até a+ora, modalidades poemáticas consa+radas pela tradiç$o literária"8as a lírica pode prescindir de modelos can@nicos, pois a inspiraç$o do poeta n$o de*eestar necessariamente atracada a es)uemas estr>ficos, métricos, rímicos ou rítmicos,nem a temas )ue se tornaram topos" ;om a re*oluç$o estética promo*ida peloromantismo, o +'nero lírico ad)uiriu sua liberdade de express$o" Je lá para cá, os+randes poetas fi#eram lar+o uso do *erso-li*rismo, libertando-se de )ual)uer constran+imento formal" Tomemos o exemplo de Rernando Hessoa: se, sob o ort@nimo eo !eter@nimo de Dicardo Deis, fe# poemas líricos se+uindo es)uemas con*encionais,com o nome de Zl*aro de ;ampos e de /lberto ;aeiro escre*eu poemas n$o menoslíricos, embora n$o usasse nen!uma norma no comprimento dos *ersos e na di*is$oestr>fica e n$o se preocupasse com rimas e acentos"

nfim, pelos camin!os mais di*ersos, tradicionais ou ino*adores, o +'nero líricocontinua seu percurso, re*elando esteticamente as idéias e os sentimentos da)ueles )ue

s$o as antenas mais sensí*eis da consci'ncia coleti*a: os poetas"

- e9er'ncias iio&ra9ia:

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io&ra9ias e memórias

•  /oesia das ?8os @echadas, %H99, 1OOK disponi*el em: YD:

!ttp:]]alfarrabio"di"umin!o"pt]*ercial]e*ercial

-mail: e*ercial^+mail"com

• &enero lírico disponí*el em: !ttp:]]XXX"trabal!osfeitos"com]perfil]WannaJie-

1CMO5GC2L]• /D6N%, 9abrina" [&'nero írico [7 'rasil #scola" Jisponí*el em

_!ttp:]]XXX"brasilescola"com]literatura]+enero-lirico"!tm`" /cesso em 1C desetembro de 2015"

• !ttp:]]XXX"brasilescola"com]literatura]+enero-lirico"!tm

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