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Texto narrativo

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O texto narrativo

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Page 2: Texto narrativo

É importante saber que a narrativa é um género

literário que se pode definir como o relato de acontecimentos

reais ou fictícios. Relatar é o mesmo que contar ou narrar.

Há vários géneros de textos narrativos: a lenda; o conto; o

romance; a novela; a epopeia…

As categorias da narrativa

Ação – conjunto de acontecimentos que constituem uma

narrativa e que são relatados. Neste conjunto, devem

distinguir-se os factos que são mais e menos importantes

para a história, isto é, verificar a relevância dos

acontecimentos:

Ação central – constituída pelo(s) acontecimento(s)

principal (ais);

Ação secundária – constituída pelos acontecimentos menos

importantes e que geralmente contribuem para uma melhor

compreensão da ação central.

Page 3: Texto narrativo

No desenrolar da ação é possível delimitar

momentos determinantes:

- introdução – corresponde à situação inicial de uma

narrativa, onde se faz a apresentação quer da história

quer das personagens;

- desenvolvimento – composto por todo o desenrolar

da história, as peripécias, até se atingir o ponto

culminante, que conduz a um desenlace;

- conclusão – corresponde à situação final da

história.

Como é evidente, as várias ações que surgem numa

narrativa não estão desligadas umas das outras,

relacionando-se entre si. Há três maneiras diferentes

de estabelecer a relação entre as várias ações:

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- Encadeamento – as ações surgem ordenadas temporalmente;

- Encaixe – introduz-se uma ação dentro de outra. Os narradores são, geralmente, diferentes;

- Alternância – as ações desenrolam-se separada e alternadamente, apresentando-se ora uma ora outra, podendo fundir-se num determinado momento da narrativa. As telenovelas, que a TV diariamente nos apresenta, são, geralmente, organizadas desta forma.

Tendo em conta a conclusão do texto, a narrativa pode apresentar uma:

Acção aberta – não apresenta um desenlace definitivo para a história; é como se a história ficasse em suspenso, podendo o leitor formular hipóteses para o seu desfecho.

Acção fechada – a ação é resolvida até ao pormenor e é conhecido o desenlace da história.

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Personagem – é o agente da ação. Numa narrativa,

não existem pessoas, mas sim personagens; uma

personagem é sempre fictícia, mesmo que seja baseada

numa pessoa real.

Podem distinguir-se as personagens entre si de

acordo com o relevo que desempenham na narrativa:

- principais ou protagonistas – são as personagens

mais importantes, as que mais se destacam e à volta

das quais decorre a ação;

- secundárias – são personagens menos importantes

que as principais e, normalmente, relacionam-se com

estas, sem que o seu papel seja decisivo;

- figurantes – não têm muita importância para a

ação, apenas são nomeadas e têm uma função

complementar.

Page 6: Texto narrativo

Quanto a concepção, as personagens podem ser:

- modeladas, redondas ou “carateres” – são personagens dinâmicas, cheias de vida interior e de grande densidade psicológica, surpreendendo o leitor pelas suas atitudes e comportamentos diversificados;

- planas – são personagens sem vida interior, isto é, desprovidas de densidade psicológica, não evoluindo psicologicamente ao longo da ação. Como não alteram o seu comportamento, estas personagens dizem-se também estáticas;

- tipo – representam muitas vezes um grupo social ou profissional.

Na ação, podem, ainda, surgir personagens individuais, se representam um ser singular ou configuram um herói, e personagens coletivas, se representam um grupo.

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Normalmente, ao longo da narrativa, as personagens são caracterizadas. Caracterizar é apresentar traços particulares, individuais, próprios das personagens, elaborando o seu retrato:

. físico – a personagem é caracterizada em relação ao seu aspecto exterior;

. psicológico - a personagem é caracterizada pelos seus comportamentos, atitudes, pensamentos, evidenciando-se a sua personalidade.

As personagens podem ser caracterizadas através de dois processos:

direto – a caracterização é feita através do discurso do narrador, das outras personagens (heterocaracterização) e das palavras da própria personagem (autocaracterização);

indireto – é o leitor do texto que, a partir das atitudes, comportamentos, gestos e pensamentos da personagem, deduz as características, formando uma opinião acerca da personagem.

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O espaço – é o lugar físico onde decorre a ação e o

ambiente social e cultural onde se inserem as

personagens.

. Espaço físico e geográfico – refere-se ao lugar ou

lugares onde decorre a ação. Pode definir-se como um

espaço aberto/fechado, interior/exterior,

público/privado…

. Espaço social e cultural – refere-se ao meio, à

situação económica, cultural ou social das

personagens. Podem ser definidos grupos sociais,

conjuntos de valores e crenças desses grupos, posição

que ocupam na sociedade, referência às tradições e

costumes culturais de um povo…

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O tempo – os acontecimentos narrados têm de ser

contextualizados num determinado espaço e num

determinado momento temporal. O tempo não só

estabelece a duração da ação, como marca a sucessão

cronológica dos vários acontecimentos (tempo da

história) e os contextualiza historicamente (tempo

histórico).

É importante distinguir ordem temporal de

ordem textual, pois se os acontecimentos se registam

numa determinada ordem cronológica (ordem

temporal), isso não implica que tenham de ser

relatados por essa ordem de sucessão (ordem textual

ou tempo do discurso). A isto chama-se anacronia,

isto é, há um desencontro entre a ordem temporal e a

ordem pela qual os acontecimentos são narrados, ou

seja, entre o tempo da história e o tempo do discurso.

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Podemos representá-los do seguinte modo:

Tempo da história – 1 2 3 4 5 6 7 8 …

Tempo do discurso - 6 4 8 5 3 2 7 1 …

Para esse desencontro contribuem as analepses (recuos no tempo, evocação e relato de factos passados) e as prolepses (avanços no tempo, antecipação de acontecimentos futuros).

Numa narrativa, pode ainda ocorrer o tempo psicológico, que corresponde à percepção que as personagens têm da passagem do tempo.

Para identificar quer o espaço quer o tempo em que decorre a ação, deves fazer um levantamento das palavras e/ou expressões textuais que vão surgindo como indicadores. Também a descrição do vestuário das personagens, dos hábitos e dos comportamentos pode revelar marcas espácio-temporais.

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O narrador – é aquele que conta a história e não deve

ser confundido com o autor. O autor é quem cria,

inventa e escreve, por isso é exterior à narrativa. O

narrador é uma criação do autor, é ficção, é quem

narra, logo está dentro da própria narrativa. O

narrador tem um estatuto diferente em cada narrativa

consoante a sua presença, a sua ciência e a sua

posição.

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PRESENÇA Participante ou presente –

narração feita na primeira pessoa

Autodiegético – personagem

principal que narra a sua própria

história

Homodiegético – personagem

secundária que relata os

acontecimentos.

Não participante ou ausente –

narração feita na terceira pessoa

Heterodiegético – o narrador não

participa na história.

CIÊNCIA Omnisciente Possui um entendimento total da

história, conhecendo o íntimo das

personagens, dando a conhecer ao

leitor os seus pensamentos, a sua

vida, os seus sentimentos…

Observador Apenas conta o que lhe é permitido

contemplar quer das personagens

quer dos espaços onde elas se

inserem.

POSIÇÃO Objetivo Relata os acontecimentos de uma

forma imparcial e distanciada.

Subjetivo Ao narrar a história, dá a sua

opinião sobre os factos, julgando,

aconselhando, elogiando,

censurando, etc...

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MODOS DE REPRESENTAÇÃO DO DISCURSO

Numa narrativa, o discurso pode representar-se , organizar-se, expressar-se de diversos modos.

Narração – utiliza-se quando se pretende relatar os factos fazendo avançar, evoluir a ação. Normalmente, destacam-se os verbos de movimento no presente e no retérito perfeito.

Descrição – utiliza-se quando se pretende descrever, apresentar algo ou alguém de forma mais pormenorizada. Faz-se uma pausa na narração para dar lugar à descrição, que pode ser um breve apontamento, através de uma palavra, expressão ou texto mais longo. As palavras que mais se destacam são os adjetivos, que ajudam a caracterizar. Os verbos surgem, geralmente, no pretérito imperfeito. Na descrição, verifica-se uma multiplicidade de recursos estilísticos, sobretudo a comparação, a metáfora, a enumeração, a adjetivação, o valor aspectual dos verbos…

Monólogo – acontece quando uma personagem é locutor e receptor de si próprio. O discurso é desordenado, condicionado pelo pensamento do emissor, refletindo a sua subjetividade. Está escrito na primeira pessoa do singular.

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Bibliografia: Língua Portuguesa , 9º ano, Porto

Editora (coleção essenciais)