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Texto Técnico Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia de Construção Civil TT/PCC/05 Tecnologia de Produção de Revestimentos de Piso Mércia M. S. Bottura de Barros Eleana Patta Flain Fernando Henrique Sabbatini São Paulo - 1993

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Texto TécnicoEscola Politécnica da USPDepartamento de Engenharia de Construção Civil

TT/PCC/05

Tecnologia de Produçãode Revestimentos de

PisoMércia M. S. Bottura de Barros

Eleana Patta FlainFernando Henrique Sabbatini

São Paulo - 1993

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Barros, Mércia Maria Semensato BotturaTecnologia de produção de revestimentos de piso I

M.H.S.B. de Barros, E.P. Flain, F.H. Sabbatini. -­são Paulo: EPUSP, 1993.

79p. -- (Texto Técnico. Escola Politécnica da USP.Departamento de Engenharia de Construção Civil, TTIPCC/05)

1.Revestimentos de piso 2.Construção civil I.Flain,Eleana Patta II.Sabbatini, Fernando Henrique III.Uni­versidade de são Paulo. Escola Politécnica. Departa­mento de Engenharia de Construção Civil IV.TituloV.Série

CDU 692.5369

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 3

I. INTRODUÇÃO 3

2. CARACTERIZAÇÃO DO SUBSISTEMA PISO 42.1 FUNÇÕES DO PISO 42.2 CAMADAS CONSTITUINTES DO PISO 4

2.2.1 Camada Impermeável 42.2.2 Camada Isolante Térmica 52.2.3 Camada de Contrapiso 52.2.4 Camada de Revestimento 6

2.3 PROPRIEDADES DO SUBSISTEMA PISO 62.3.1 Resistência Mecânica 62.3.2 Capacidade de Absorver Deformações 72.3.3 Estanqueidade 72.3.4 Resistência ao Ataque por Agentes Químicos 82.3.5 Facilidade de Limpeza e Salubridade 82.3.6 Segurança de Utilização 82.3.7. Conforto de Utilização 102.3.8 Segurança Contra o Fogo 112.3.9 Durabilidade 11

2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS PISOS 122.4.1 Classificação Quanto às Condições de Exposição 122.4.2 Classificação Quanto à Técnica de Execução 122.4.3 Classificação Quanto aos Materiais empregados 13

3. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DO REVESTIMENTO CERÃMICO 143.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO REVESTIMENTO CERÃMICü 15

3.1.1 Substrato 153.1.2 Camada de Fixação 153.1.3 Camada de Acabamento 16

3.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS REVESTIMENTOS CERÃMICOS 203.2.1 Cuidados que Antecedem o Processo de Produção 203.2.2 Condições para Iuicio de Trabalho 223.2.3 Execução da Camada de Fixação 223.2.4 Execução da camada de Acabamento 23

3.3 PATOLOGIA DOS REVESTIMENTOS cERÃMIcos 283.3.1 Perda de Aderência (descolamento) 283.3.2 Trincas, Gretamento e Fissuras 293.3.3 Deterioração do Rejuntamento 293.3.4 Eflorescência 29

4. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DOS REVESTIMENTOS DE PEDRAS 304.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS DE PEDRAS 31

4.1.1 Substrato 314.1.2 Camada de Aderência 314.1.3 Camada de Acabamento 32

4.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS REVESTIMENTOS DE PEDRAS 374.2.1 Cuidados que Antecedem o Processo de Produção 374.2.2 Condições para Iuicio de Trabalho 384.2.3 Execução da camada de Aderêncía 384.2.4 Execução da Camada de Acabamento 39

4.3 PATOLOGIAS NOS REVESTIMENTOS DE PEDRAS 414.3.1 Descolamento 414.3.2 Fissuras 414.3.3 Manchas 414.4.4 Desgaste 41

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5. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DO REVESTIMENTO VINÍLICü 415.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS VINÍLICOS 425.1.1 Substrato 425.\.2 Camada de Regularização do SubstJato 425.\.3 Camada de Fixação 425.1.4 Camada de Acabamento 43

5.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS REVESTIMENTOS VINÍLICOS 445.2.1 Cuidados que Antecedem o PJOcesso de Produção 445.2.2 Condições para Início de TJabalho 465.2.3 Execução da Camada de Regularização 465.2.4 Medição e MaJcação da Superficie e dos Eixos 475.2.5 Execução da Camada de Fixação 485.2.6 Execução da Camada de Acabamento 49

5.3 PATOLOGIA DOS REVESTIMENTOS VINÍLICOS 545.3.1 Manchas 545.3.2Indentação 555.3.3 Descolamento do Revestimento 55

6. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DO REVESTIMENTO TÊXTIL 566.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS TÊXTEIS 56

6.1.1 Substrato 566.1.2 Camada de Regularização do Substrato 566.\.3 Camada de Fixação 566.1.4 Camada de Acabamento 57

6.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS REVESTIMENTOS TÊXTEIS 576.2.1 Cuidados que Antecedem o Processo de Produção 576.2.2 Condições para Início de Trabalho 606.2.3 Execução da Camada de Regularização 606.2.4 Execução da Camada de Fixação 616.2.5 Execução da Camada de Acabamento 61

6.3 PATOLOGIAS DOS REVESTIMENTOS TÊXTEIS 646.3.1 Descolamento 646.3.2 Emendas Abertas 646.3.3 Diferenças de Tonalidade no Revestimento 646.3.4 Imperfeições na Superficie 646.3.5 Manchas 65

7. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PROJETO, PLANEJAMENTO E CONTROLEDE EXECUÇÃO DO SUBSISTEMA PISO 667.1 PROJETO DO SUBSISTEMA PISO 66

7.1.1 Parâmetros para PJOjeto da Camada de Revestimento do Piso 667.1.2 Desenvolvimento do PJOjeto 677.\.3 Redefinições do Projeto 69

7.2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO DO SUBSISTEMA PISO 697.2.1 Quantificação Global dos Trabalhos de Revestimento 707.2.2 Cronograma da Produção do Revestimento de Piso 707.2.3 Definição de Insumos 707.2.4 Envolvimento das Instalações do Canteiro 71

7.3 CONTROLE DA PRODUÇÃO DO SUBSISTEMA PISO 717.3.1 Controle das Condições Iniciais de Trabalbo 717.3.2 Controle da Execução do Revestimento de Piso 717.3.3 Controle de Qualidade de Aceitação 727.3.4 ApJOpriação 72

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 72

9. BffiLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA 75

ANEXO A 74

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APRESENTAÇÃO

Este Texto Técnico - TIOS "Tecnologia de Produção deRevestimentos de Piso" teve ori~em no RelatórioTécnico R6-07/90, com o mesmo titulo, desenvolvidono âmbito do convênio de pesquisa EPUSP/CPqDCC­ENCOL, projeto EPIEN-6 - DesenvolvimentoTecnológico de Métodos Construtivos de Revestimentosde Piso e de Paredes de Vedação em Alvenaria. No anode publicação deste Texto Técnico, o antigo relatóriopassou por urna revisão, tendo sido incorporados osresultados de pesquisas mais recentes realizadas noCPqDCC-EPUSP.

1. INTRODUÇÃO

As pesquisas que vêm sendo desenvolvidas pela equipede Tecnologia de Processos Construtivos no CPqDCC­EPUSP, no âmbito da produção do edifícioconvencional, mostram claramente que, sob o ponto devista construtivo, existem diversas atividades quenecessitam de um sensível impulso tecnológico pararesultar num produto de adequado desempenho. Dentreestas, destacam-se as que envolvem a execução dasalvenarias e revestimentos, cuja produção encontra-se,ainda hoje, num estágio atrasado, necessitando daimplementação de uma tecnologia de produção que sejaefetivamente dominada pelos técnicos envolvidos comestas atividades nos canteiros de obras.

Para se chegar ao dominio da teç,qologia de produçãode urna certa atividade ou serviço\ I}, porém, é necessá­rio que se realize um árduo e extenso trabalho depesquisa, baseado, sobretudo, em estudos bibliográficos,em experimentos laboratoriais e em observações decampo. E, além disso, I'ara completar o processo dedesenvolvimento tecnologico, coloca-se como pontofundamental que os resultados obtidos, deste trabalhode pesquisa, sejam efetivamente implantados noscanteiros de obras, de maneira a atingir toda a estruturaprodutiva, buscando substituir os procedimentoseJIIIliricos, em ~eraI adotados, por procedimentosraCIonais, passíveIS de controle e que sejam de domlniodo técnico responsável pela atividade em questão.

Diversos trabalhos de pesquisa acerca das alvenarias erevestimentos vem sendo desenvolvidos pela equipe doCPqDCC da EPUSP. Parte deles, já foi objeto deimplantação em obras, tendo alcançado resultadossiltnificativos para a racionalização da produção deedificios. Dentre os trabalhos realizados, cabe ressaltara proposta de urna tecnologia de produção de contra­pisos, sistematizada por Barros [19911, cujaIDlplantação das propostas em diversos canteiros deobras, contribuiu sobremaneira para a evolução dosubsistema piso.

Buscando dar continuidade ao desenvolvimentotecnológico desta parte do edifício, o objetivo destetrabalho é apresentar a sistematização da produção dosrevestimentos de piso atualmente empregados nas áreasinternas dos edificios habitacionais e comerciais que,somada ã tecnologia proposta para a produção docontrapiso, fecha o ciclo produtivo do subsistema pisocomo um todo.

Os revestimentos a serem abordados neste documento

(1) A tecnologia de produção de uma certa atividade ouserviço pode ser entendida como o conjunto sistematizado deconhecimentos cientfficos e empfricos, pertinentes à criação,produção e uso do produto resultante da atividade ou doserviço.

3

dizem respeito aos executados a partir de componentescerâmicos, de pedra, vinilicos e têxteis. Oscomponentes em madeira não são objeto deste trabalho~r terem sido desenvolvidos no âmbito do Projeto de~uisa EPIEN-3 e EPIEN·8, sendo alvo debiblIografia especifica.

A sistematização da tecnologia de produção do piso temcomo objetivo reunir os subsidios necessários para queos técnicos responsáveis pela sua defmição e produção,dominem todo o processo produtivo, que, por sua vez,deve estar fundamentado em um projeto construtivo edeve ter suas atividades de campo realizadas a (lartir deum planejamento, inserido na programação global doedificio, e acompanhadas por um especifico controle deexecução.

O planejamento das atividades de produção do pisopermite que seja elaborado um projeto construtivodentro da realidade de cada obra, pois, a partir dele, éposslvel conhecer o encadeamento das atividades e,conseqüentemente, o nivel de solicitação a que osubsistema piso estaráeds:aeito ao longo de todo oprocesso produtivo do . cio, podendo-se especificarmateriais e técnicas adequadas a cada caso.

O projeto, por sua vez, é o instrumento que direciona aprodução do subsistema segundo necessidades pre­viamente defimdas, estabelecendo os rnaten31S e astécnicas a serem empregados em cada etapa doprocesso. Além disso, permite exercer mecanismos decontrole de qualidade, urna vez que especifica comple­tamente, os procedimentos a serem adotados.

Os procedimentos de controle, exercidos ao longo detodo o processo, permitem detectar possíveis falhas ouproblemas de produção tais como: irregularidades edesnivelamento da base ou do contrapiso; emprego demateriais ou técnicas inadequados para as diversas ca­madas; disposição inadequada dos componentes; etc.,possibilitando que sejam tomadas as providênciasnecessárias, em cada caso, podendo-se evitar possíveisproblemas patológicos no futuro.

Assim, para atingir o objetivo inicialmente proposto,este trabalho buscarã abordar o subsistema 'pisoconsiderando suas funções e propriedades; os prinClpiospara elaboração do projeto, plan~ento e controle dequalidade das atividades de produção; as técnicas deexecução mais adequadas para a produção de cada tipode piso e ainda, os problemas patológicos passíveis deocorrerem durante a vida útil dos mesmos.

Para isto, o presente documento é apresentado em oitocapítnlos, sendo este o primeiro, colocado a titulo deintrodução.

O capítnlo 2 procura caracterizar o subsistema pisoabordando suas principais funções e propriedades, apre­sentando em seguida as suas camadas constituintes,caracterizando-as. Propõe ainda uma classificação dosubsistema a partir dos materiais empregados na suacamada de acabamento (revestimento).

Os capitulos 3 a 6 tratam da produção dos p'isos:cerâmiCOS, de pedras, têxteis e vimlicos,respectivamente. Nestes capítulos, cada camada consti­tuinte do conjunto é devidamente caracterizada,apresentando-se, na seqüência, as técnicas de execuçãomais adequadas ao tipo em estudo e, finalmente, sãoabordados os problemas patológicos característicos decada um, buscando detectar as suas causas principais,para que os problemas que tenham sido verificadospossam ser evItados em futuros empreendimentos.

Busca-se, nestes capítulos, fornecer o conhecimento

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necessário para que o engenheiro ou o técnicoresponsável pela {lrodução do piso tenha parâmetrossuficientes para onentar a elaboração do projeto, e dasespecificações quanto aos procedimentos de execução aserem adotados conseguindo planejar adequadamentecada uma das atividades de campo, de modo que aprodução se dê da maneira mais racional possivel.

No capítulo 7, apresentam-se os conceitos básicos paraa elaboração ~y~tto dos diversos tipos de piso, bemcomo para a . ção do planejamento e controle daprodução dos mesmos.

O capitulo 8 apresenta as considerações.e conclusõesacerca do trabalho realizado mostrando os possíveiscaminhos a serem ainda trilhados para que brevementepossa-se dominar a tecnologia de produção deste subsis­tema.

Finalmente, o capitulo 9 apresenta a bibliografia básicautilizada para a realização do presente trabalho.

2. CARACTERIZAÇÃO DO SUBSISTEMA PISO

Neste capitulo, buscar-se-á caracterizar o subsistemapiso, de modo que sejam conhecidas as suas principaisfunções c propriedades, bem como as suas camadasconstituintes. Além disso, para facilitar o estudo dosdiversos tipos de pisos empregados nos edifíciosabordados neste trabalho, será proposta umaclassificação compativel com os objetivos que sebuscam alcançar.

2.1 FUNÇÕES DO PISO

Pode-se dizer que O piso, como parte constituinte davedação horizonlal dos edifícios, tem como função prin­cipaJ ser suporte dos usuários, ou seja, deve permitirque o trânsito sobre a sua superficie ocorra da maneiramais segura e confortável possível. Além desta, aindaque de maneira secundária, podem lhe ser atribuídasoutras funções como por exemplo:

- a proteção da estrutura (laje) contra a ação de agentes. agressivos, evitando sua degradação precoce e,

conseqüentemente, aumentando a sua durilbilidade ediminuindo os custos de manutenção dos edifícios;

- auxiliar no comportamento global da vedaçãohorizonlal, contribuindo para o isolamento termo­acústico, a estanqueidade à água e aos gases e asegurança contra o fogo e,

- valorizar esteticamente o edifício, pois o piso, emespecial sua camada de revestimento, exerceinfluência significativa na determinação dascaracteristicas estéticas e de quaJidade daquele,proporcionando o padrão de acabamento desejado.

Observe-se, porém, que não é função do piso dissimularas imperfeições grosseiras das lajes. E, se esta situaçãoocorre com certa frequência, fica evidente a ineficiênciatecnológica que existe ao serem produzidas as etapas deexecução da estrutura, carecendo, também estas, de umestudo tecnológico mais profundo.

O piso, produzido a partir de diversas camadas, paracumprir adequadamente suas funções, o faz como umtodo. Assim, o conjunto deve apresentar uma série decaracteristicas e propriedades compatíveis com as con­dições de exposição e de utilização a que estará sujeitoao longo de sua vida útil, bem como com a natureza ecaracteristicas da base sobre a quaJ será executado.

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Estas propriedades lhes são conferidas pelascaractensticas próprias das suas camadas e pelainteração das mesmas. Assim, antes de se abordar asprincipais propriedades a serem desempenhadas pelosubsistema piso, serão caracterizadas as camadas cons­tituintes, destacando as suas funções no subsistema,pois cada uma apresenta particularidades que devem serconhecidas a fim de que sejam empregados materiais etécnicas de execução adequados às diferentes situaçõesde utilização do piso.

2,2 CAMADAS CONSTITUINTES DO PISO

Tendo em vista os diferentes níveis de solicitação a queo piso será submetido ao longo de sua vida útil, elepoderá apresentar distintas constituições, ou seja, ascamadas que o compõe poderão ser diferenciadas tantopelo material como pela técníca construtiva nelasempregados.

Estes fatores (material e técníca de execução) sãodeterminantes nas propriedades das camadas eportanto, nas do piso, que serão abordadas à frente.Deste modo, os materiaIs devem ser cuidadosamenteconhecidos e as técnícas adequadamente definídas, afim de que a sua combinação possa resultar numproduto final de garantida qualidade.

A figura 2.2.1 apresenta o esquema de um sistema devedação horizonlal, usuaJmente executado entre dOISpavimentos consecutivos de um edifício, em queaparecem as possíveis camadas constituintes do piso,caracterizadas na seqüência.

Pela figura 2.2.1, observa-se que o sistema de vedaçãohorizonlal pode ser entendido como um conjunto cons­titnído por três componentes básicos: o forro dopavimento inferior, a laje estrutural que separa os doispavimentos e o piso do pavimento superior. O forro,muitas vezes, pode ser constitnído apenas pelorevestimento da laje, ou nem mesmo existir, em funçãodas caracteristicas de execução do componenteestrutural e do padrão de acabamento desejado. A laje,componente estrutural do sistema, pode ser executadacom os mais diversos materiais e técnícas construtivas,desde que atenda às solicitações {lrevistas em projeto. Opiso, objeto deste trabalho, pode ser constitnído pordiversas camadas, destacadas a seguir:

2.2.1 Camada Impenneável

Pode ou não estar presente no sistema de piso. Aparece,em !lera\, nas áreas molháveis do edifício, tais como ba­nheiros, cozinhas e sacadas. Quando presente, podeassumir duas posições distintas, isto é, pode serexecutada sobre a laje, ou sobre o contrapiso, sendo quea posição mais adequada é função das características doambiente e do sistema de impermeabilizaçãoeml'regado. De maneira lleral, a primeira posição é arruus utilizada, pois posiCIonando-se o contrapiso sobrea camada impermeável, o mesmo funciona como ca­mada de proteção.

A função da camada impermeável é evitar que aspossíveis águas acidentais ou de lavagem penetrem pelosistema piso vindo a atingir o forro do pavimentoinferior, deteriorando-o. No Brasil, tem sido verificadoo seu uso mais expressivo nas áreas de sacadas deedifícios, e nos boxes de banheiros, em que a presençade água é mais intensa, uma vez que se tratam de áreasinundáveis. Nos locais onde a água aparece em menor

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CAMADA DECAMADA

•CAMADA ISOLANTE TERMICA CllMADA DE

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FORRO DO PAVIMENTO INFERIOR

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FIGURA 2.2.1 - llustração das camadas de um sistema de vedação horizontal entre dois pavimentos consecutivos[Fonte: Saarimaa, Sneck & Waananem, 1972).

intensidade, não é comum o seu emprego. Nestes ca­sos, os projetistas limitam·se à especificação derevestimentos razoavelmente estanques tais como oscermicos, as pedras e os vinílicos, prescindindo do usoda impermeabilização.

A camada impermeável, quando necessária., pode serconstituida pelos mais distintos sistemas deimpermeabilização, sendo que as especificidades decada ambiente exigirão um tipo apropriado, tornando­se imprescindivel o estudo e a av3lia9!0 de cada caso,que envolvem conhecimentos especificos acerca dosmateriais e das técnicas de execução a serem emprega­dos.

2.2.2 Camada Isolante Térmica

É uma camada largamente empregada em paisesestrangeiros, notadamente naqueles cuja temperaturaambiente é baixa na maior parte do ano, sendo que,nestes casos, auxilia na conservação do c310r interno,que, de modo geraI, é gerado por sistemas de c31efação.No Brasil, devido, principalmente, às suas carac­terlsticas de clima tropic31, a camada isolante térmica épraticamente inexiste tendo o seu uso restrito aambientes especificos, como por exemplo, às áreas decárnaras frias, sendo empregadas, neste caso, paraminimizar a interferência da temperatura externa., demodo que a baixa temperatura interna da cárnara sejamantida.

Observe-se, porém, que apesar de quase sempreesquecida nos projetos, a presença da camada isolante éfundament31 nos casos de coberturas im­permeabilizadas, pois, estas, num pais tropic31, estãosujeitas, à elevadas temperaturas, devido, princi­palmente, à incidência dos raios solares, que geramsensiveis variações dimensionais (dilatação) no sistemade vedação horizont31, que podem provocar um elevadograu de fissuração tanto na vedação horizont31, comono encontro desta com as vedações verticais. Estasfissuras podem comprometer, seriamente, aestanqueidade do conjunto e conseqüentemente o seu

desempenho como um todo, pois, a infiltração de águapelo ambiente pode levar à deterioração rápida dossubsistemas envolvidos, e também, a um ab3l0 psico­lógico do usuàrio, à medida em que as condições des31ubridade, internas ao edificio, podem sercompr~metidas.

Para os casos de coberturas de edificios, a camadaisolante pode ser constituida., por diversos materiais,destacando-se entre eles, os materiais leves queapresentam baixo coeficiente de transmissão ténnica,tais como o ~liestireno expandido, a vennicu1ita., aargila expandida., o concreto espumoso, entre outros.

Nos demais pavimentos do edificio, a contribuição dosubsistema piso no desempenho ténnico da vedaçãohorizont31, acaba se dando em função dascaractcrlsticas próprias das camadas de contrapiso erevestimento, abordadas a seguir e não pelaincorporação de uma camada isolante ténnica espe­cifica.

2.2.3 Camada de Contrapiso

Consiste de uma ou mais camadas de argamassa ou deenchimento aplicadas sobre a laje, camada deimpermeabilização ou camada isolante ténnica. Devepossuir caracterlsticas especificas de acordo com aspropriedades desejáveis para o subsistema piso, ou seja,a camada de contrapiso deve ser executada de modo aatender os condicionantes impostos pelos tipos de re­vestimentos a serem aplicados; pelas caracterlsticas dasua base suporte (laje) e pelas solicitações a que estarásujeito durante a construção e o uso da edificação. Ascaracterlsticas e propriedades dos contrapisos não serãoaqui abordadas por terem sido objeto de estudo apre­sentado por Barros [1991].

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2.2.4 Camada de Revestimento

Constitui, de maneira geral, a camada final dosubsistema piso, sendo entendida aqui como umacamada que pode ser composta por duas ou três oultas,ou seja: pela camada de regularização do substrato! t),que pode ou não ser necessária, em função dascaracterísticas superficiais do mesmo; pela camada deligação (argamassas ou adesivos) e pela camada deacabamento propriamente dita, que no caso específicodeste trabalho compreende os componentes cerâmicosde pedras, vinílicos e têxteis. '

A camada de revestimento exerce grande importânciano desempenho do conjunto, uma vez qne está expostadurante todo o periodo de utilização do mesmo éportanto, a única parte do subsistema em contato diretocom o usuário, sofrendo solicitações das mais diversasnaturezas. Neste seotido, suas funções coincidem comas do próprio subsistema piso, ou seja, deve ser suportedo usuáno l'roporcionando a segurança do mesmodurante a utilização, bem como proteger e valorizaresteticamente o subsistema como um todo.

Para desempenhar adequadamente estas funções, orevestimento deve apresentar, de modo geral asseguintes propriedades ou requisitos de desempe'nho:resistir ao desgaste pelo uso, notadamente àssolicitações por choque, abrasão e puncionamento'resistir às deformações do conjunto, não apresentandofissuras que comprometam o seu desempenho, nem tãopouco se destacando do substrato; ser eslanque, quandoaplicada em àreas molháveis desprovidas da camada deimpermeabilização; resistir ao ataque de agentesqwmicos (detergentes, águas sauilárias, etc.);apresentar aspecto agradável; proporcionar o amorteci­mento do som produzido pelo tráfego em sua superficie;dar segurança à utilização (comodidade ao andar, serantiderrapante ou antideslizante, ser incombustivel,etc.); apresentar durabilidade compatível com as con­dições de uso, entre outros.

Estes requisitos de desempenho são garantidos namedida em que sejam conhecidas as característicasespecíficas de cada revestimento e as solicitações a queO piso estará sujeito, compatibilizando-as. Decorre dai,que as propriedades do revestimento determinam, na!Raioria das vezes, as características próprias do con­Junto.

Observe-se, pois, que no Brasil o sistema de piso maisempregado é constituído basicamente pelas camadas:contrapiso e revestimento, aparecendo, eventna1mentea camada de impermeabilização. Assim, tendo em visul.que a camada de contrapiso foi amplamente abordadaem trabalhos anteriores e considerando-se as parti­cularidades que envolvem os sistemas deimpermeabilização, eles não serão objeto do presentetrabalho, sendo aqui abordadas somente as proprieda­des e característlcas de produção da camada derevestimento, que será tratada nos 'capitulos referentes àcada tipo em particular.

As propriedades exigidas para o subsistema como umtodo estão abordadas a seguir, salienlando-se, que nestetrabalho serão consideradas somente aquelas relativas

(1) Neste trabalho, o substrato é entendido como a camadasuporte dos componentes de revestimento, sendo geralmenteconstituído pela camada de contrapiso. Pode, eventualmente,ser a própria laje, quando esta apresentar regularidadesuperficial adequada ao recebimento do revestimento,dispensando a camada de contrapíso.

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aos pisos internos dos edificios cujo uso seja habitacio­nal ou comercial, destinados ao trânsito de pessoas. Atecnolo~a de produção dos pisos para àreas externas eou destinados ao tráfego de veículos e equipamentosdeverá ser objeto de pesquisas futuras. '

2.3 PROPRIEDADES DO SUBSISTEMA PISO

As principais propriedades que o subsistema pisodeverá apresentar para cumprir suas funções são:

- resistência mecânica;

- resistência às deformações;

- eSlanqueidade;

- resistência ao ataque por agentes quimicos;

- facilidade de limpeza e salubridade;

- conforto tátil, visual, acústico e hidrotérmico;

- segurança de utilização;

- segurança contra o fogo e

- durabilidade compatível com as necessidades deutilização.

Estas propriedades poderão ser solicitadas em maior oumenor intensidade em função das condições deexposição e utilização do piso. Assim, ao se conhecer aspnncipais solicitações e as caracteristicas dos materiaisusuaJmente empregados no subsistema piso, é 'possivelefetuar a escolha daquele que poderá proporcIOnar aspropnedades necessárias ao conjunto. As principaispropriedades estão abordadas a seguir.

2.3.1 Resistência Mecânica

A resistência mecânica refere-se à propriedade dospisos possuirem um estado de consolidação internacapaz de suportar ações mecânicas das mais diversasnaturezas que, em geral, traduzem-se 'por tensõessimultâneas de tração, compressão e cisalhamentooriginadas por solicitações causadas por esforços d~abrasão superficial, cargas de impacto e cargas estáticasconcentradas (puncionamento); que tendem a esmagarou a cisalhar o piso, exigindo, assim, a resistênciamecânica do conjunto.

A resistência mecânica do piso é equacionada pela suaresistência ao desgaste superficial, e pela sua ca­pacidade de resistir a ontros esforços sem desagregação,sem perda de aderência e sem deformações plásticasvisiveis. E~ .propriedades dependem, principalmente,das caractenstIcas de suas camadas que por sua vez sãofunção dos materiais e das técrucas de execuçãoempregados.

A resistência ao desgaste superficial, por exemplo, édada, exclusivamente, pelas características da camadade revestimento. Cada tipo de revestimento apresentauma específica resistência ao desgaste por abrasão,determinada Jl.<'las suas características de produção.Assim, conSiderando-se a resistência ao desgastesuperficial, pode-se dizer que um revestimento sejaadequado a um determinado ambiente, quando a suaresistência à abrasão for compatível com as solicitaçõesprevistas para o ambiente em questão.

Para que se possa compatibi1izar as características deresistência à abrasão do revestimento e as solicitações

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presentes mun determinado ambiente, é necessário queeXIsta urna vinculação entre os níveis de resistência ede solicitação.

De modo geral esta vinculação é feita através daproposição de níveis de resistência à abrasão dosmateriais e níveis de solicitação dos diversos ambientesou seja, classificam-se os materiais e os ambienteSsegundo critérios de desgaste e de utilização,respectIvamente.

Em muitos paises estrangeiros, tal classificação existe eé usuaImente empregada pelos projetistas para adefinição dos materiais de revestimento de piso. Nestespaíses, as próprias indústrias submetem os seuscomponentes de revestimento a específicos ensaios deabrasão, classificando-os por categorias de resístência,em função dos resultados obtidos. Estas categoriascorrespondem aos níveís de trãnsito suportàveis pelosrevestunentos. Além disso, os ambientes sãoclassificados segundo as possíveis solicitações a queestão sujeitos ao longo de sua vida útil. Assim,conhecendo-se as condições de solicitação dosambientes, e as caracteristicas dos revestimentos, noque se refere à sua resistência à abrasão, é possívelproceder a escolha do revestimento de piso mais ade­quado a cada sítuação.

Uma cl3!isificação, ac:ita. ~ternacionalmente, propõequatro mvelS de reslstenCI3 a abrasão para os revesti­mentos de piSO, em função da intensidade de tràfegopor eles toleràveis:

- nível I: revestimentos para emprego em ambientes deutiliZ<lção individual com circulação moderada;

- nível 2: revestimentos para emprego em ambientes deutilização individual com circulação normal;

- nível 3: revestimentos para emprego em ambientes deutilização coletiva com circulação normal;

_nivel 4: revestimentos para emprego em ambientes deutilização coletiva com circulação intensa;

Em paralelo a isto, propõe urna classificação para osdiversos ambientes de edifícios residencíaís e comer­ciais, segundo o grau de solicitação a que estão sujeitos.A classificação proposta para os diversos ambientes éapresentada na tabela 2.3.1.

Para escolher o revestimento de piso mais adequado aum detenninado ambiente, basta que ambos estejamclassificados no mesmo nível. Por exemplo, tomando-seos dados da tabela 2.3.1 e a classificação proposta paraos materiais, um revestimento a ser empregado numasala de estar de um apartamento num edificio demúltiplos pavimentos deve pertencer ao nível 2.

Entretanto, no Brasil, esta classificação não estàpadronizada, dificultando o seu emprego, pois, éreduzido o número de indústrias de revesttmentos queatribuem aos seus componentes, as classes de qualidadequanto à abrasão, dificultando assim, a compatibilidadede uso.

Tabela 2.3.1 - Classificação dos ambientes de edificios residenciais e comerciais segundo a solicitação porabrasão superficial (Fonte: Suplemento Pini de Revestimentos - Agostol84)•

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Inseridos no reduzido universo de materiaisclassificados, encontram-se os componentes cerâmicosque .têm contribuído sensivelmente para o avanço ruiqlJ!lÜ~de de produção dos materiais de revestimento.PrincIpalmente em decorrência das exportações destes!""tenais, a indústria cerâmica adaptou-se às condiçõesImpostas pelo mercado internacional. Assim, tem sidoadotada, P,aTa estes componentes, uma classificaçãommto proXlma da proposta anteriormente, fun­damentada nas propostas da Porcelain Enamel Institute(pEI), dos Estados Unidos, que classifica oscomponen!es cerâmicos em cinco classes, em função desua reslstencla li abrasão, fazendo-se referência aosambientes em que é recomendado o emprego de cadauma das classes.

A classificação adotada será apresentada no capitulo 3,ao serem aborda,das as caraeteristicas especificas doscomponentes cerarrncos.

Acapacidade de resistir aos demais esforços mecânicos,tais como os de p~cionamento, choque eesmagamento, resulta da mteração das camadas decontrapiso e de revestimento. Quando se trata de~estlmentos ~e. reduzida espe~ra, como é o caso dostextels e Vlmhcos, o pnnclpal responsavel pelaresistência a estes tipos de esforços é o substrato, umavez que as caracteristicas mecânicas destes reves­timentos não os capacitam a absorvê-los. Assim, aoreceberem os esforços, estes revestimentos deformam­se, transmítindo-os imediatamente para o substrato, quenestes casos, de modo geral, trata-se do contrapiso, quepor sua vez, deve apresentar propriedades compativeiscom o nível destas solicitações, de modo a não serdanificado. Observe-se, porém, que a deformaçãosofrida pela camada de revestimento não deveráprovocar danos em sua superficie, pois istocomprometena ~ ~eu desempenho. No caso derev~omentos cerarmcos e de pedras existe uma inte­raçao maJor entre o substrato e o revestimento para aabsorção destes esforços resultando nmo particularcomportamento do conjunto em função do tipoespecífico de material e da técnica de execuçãoempregados.

A resistência de aderência, por sua vez, é umacaracteristica q,ue depende da ligação entre as diversascamadas constltuintes do subsistema. A aderência docontrapiso com a base foi abordada ,lffi,r Barros (1991],em que foram propostas as caractenSbcas de execuçãodesta mterface para que se pudesse garantir adequadascondições de aderênCIa, quando necessãrio.

A resistência de aderência do substrato com a camadade revestimento depende das caracteristicas superficiaisde ambos bem como das características da camada deligaçã!,. Assim, para que se garanta a perfeita aderênciarevestimento-substrato, quando necessãrio éimprescindivel o emprego de materiais compatí~eis ede garanUda qualidade. Os materiais usualmenteempregados na~ de fixação para cada tipo derevesttmento e as tecmcas de execução mais adeq,uadas~ cada caso, serão discutidos nos capitulos especificos,a frente.

A avaliação quantitativa da resistência mecânica dosubsistema piso, não esta completamente sistematizada.A~ente, a avaliação que, de modo geral, tem sidorealizada trata apenas da resistência li abrasão de cor­pos. de prova da camada de revestimento, realizada, namaJona das vezes !,"Ias próprias indústrias de com­ponente para revestimentos, no controle de qualidadedo seu material, principalmente as indústrias de com­ponentes cerâmicos. Além disso, algwn avanço foiobudo com a Implantação da tecnologia de produção docontraplso proposta por Barros [1991], em que se

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pro~ a realização de alguns ensaios esjlCCificos para averificação da qualidade do contraplso executado,uuhzando-se para Isto, os e~saios de impacto (ensaio deImpacto de bola) e eOS3los de tração (ensaios deaderência superficial e aderência li base).

A resistência do conjunto, porém, não tem sido objetode estudos, necessitando do desenvolvimento de umametodolo~ especifica para a avaliação eestabelecimento de valores mínimos de resistência aserem exigidos dos diversos tipos de pisos em funçãodas condições de exposição em que se enco~tram.

2.3.2 Capacidade de Absorver Deformações

o subsistema piso deve ser capaz de absorver asdeformações intrinsecas (retrações e expansões térmicase bigroscópiea,s) e deformações, da base (laje), depequena amplitude, sem apresentar fissuração quecomprometa o seu desempenho, sem desagregar-se esem perder a sua aderência ou descolar-se do substrato.

A capacidade de absorver deformações é moapropriedade equacionada pela resistência li tração e aocisalhamento e pelo módulo de elasticidade do conjuntodas ~das constltwntes do pISO. Esta propriedadepemute que o pISO se deforme sem que ocorra suaruptura ou se deforme através de mícrofissuras im­perceptíveis (que não chegam a comprometer o seudesempenho), que podem aparecer tanto na camada dccontrapiso como na de revestimento, quando osesforços atuantes ultrapassam o limite de resistência atração dos materiais empregados nestas camadas.

A capacidade !Ie absorver deforma~s é variável paracada opo de pISO. Os revestimentos texteis e as mantasvínílicas, por exemplo, comportam-se muíto bem frentea este Upo de solicitação, poiS apresentam baixo módulode elasticidade, acomodando-se às solieitações maiscomuns. Entretanto, o contrapiso deve apresentarcomportamento análogo para que não venha a seromper, podendo prejudicar as caracteristicas doconjunto.

As condições de produção do contrapiso, que lheconferem a capacidade de absorver as deformaçõeslDIpostas ao conjunto, estão abordadas por Barros(1991]. No caso dos revestimentos cerâmicos e depedras, a capacidade de deformação do conjunto de­penderá tanto da camada de contrapiso como da rigidezapresentada pela camada de revestimento, pois setratam de componentes de alto módulo de elasticidadee assim, o comportamento da camada dependerá princi:paimente das SI!"S caracteristicas de execução, ou seja,da ngtdez das Juntas entre componente, da existênciaou não de juntas de movimentação e das característicasda camada de fixação do revestimento ao contrapiso.Deve-se buscar, pois, o emprego de urna tecnolOgIa deexecução 'I,ue proporcione á camada de revestimento,uma capaCIdade de absorver deformações compativelcom as solicitações previstas. A tecnologia de produçãoda camada de revestimento estará apresentada noscapítulos correspondentes à cada um.

2.3.3 Estanqueidade

De modo geral, exige-se que um piso seja estanquequando aplicado em áreas molháveis, principalmentenos casos em que não se empregam camadasimpermeáveis. Atualmente, na maiona das obras, o usodesta caJnada é pouco frequente, atribuindo-se aorevestimento a responsabilidade de evitar a infiltraçãode água através do conjunto. Recomenda-se, nestes

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casos, a utilização de revestimentos que sejamconsiderados como razoavelmente estanques, tais comoos cerâmicos, de pedras e os vinílicos. Os têxteis,apesar de certos tipos apresentarem boa resistência àumidade, não evitam lJ.ue ela se infiltre pelas demais ca­madas, podendo atingu o forro do pavimento inferior,causando sérios problemas patológicos.

Evidentemente, a obtenção da estanqueidade destesrevestimentos, somente será possivel a partir de suaadequada execução, pois as propriedades docomponente em si, não garantem a estanqueidade dacamada de revestimento, uma vez que, na maioria dasvezes, tratam-se de componentes modulares, estandopresentes as juntas entre os mesmos. Assim, a camadacomo um todo (componentes e juntas) deveráapresentar caracteristicas de estanqueidade.

A estanqueidade dos componentes de revestimento égarantida pelo seu processo de fabricação ou deformação (no caso das pedras), enquanto a das juntas éobtida com o emprego de materiais e técnicas deexecução adequados às condições de solicitação. Estesfatores serão abordados, à frente, nos capitulos relativosà cada revestimento em estudo.

Observe-se que não é função do contrapiso atender àestanqueidade do subsistema, pois trata-se de moa ca­mada constitnida por uma argamassa de elevado indicede porosidade, não sendo possível impedir a percolaçãoda água pelo sistema. Entretanto, wn contrapiso bemexecutado pode contribuír na estanqueidade doconjunto.

2.3.4 Resistência ao Ataque por Agentes Quimicos

Resistir aos ataques de agentes químicos tais comosabões, detergentes, ácidos, entre outros é uma caracte­ristica que deve ser apresentada pela camada derevestimento pois será ela que estará em contato diretocom os mesmos, seja por queda acidental, nos locais emque o manuseio de tais produtos seja frequente, sejapelo emprego destes produtos na limpeza e hi­gienização do piso, o que ocorre com maior frequêncianos edifícios aqui abordados.

Nos ambientes em que a probabilidade de manuseio detais produtos, é maior, deve-se procurar utilizar re­vestimentos que apresentem adequada resistência aestes produtos, evitando que os mesmos venham adeteriorar esta camada ou que atinjam o componenteestrutural (a laje), uma vez que podem reagir com a ar­madura presente no mesmo, provocando um processode deterioração de toda a vedação horizontal.

2.3.5 Facilidade de Limpeza e Saluhridade

A facilidade de limpeza e salubridade do piso estárelacionada à higiemzação do ambiente e diz respeitodiretamente à camada de revestimento. Alguns tieos derevestimento permitem uma limpeza mais fáctl queoutros, como é o caso dos revestimentos vinilicos,quando comparados aos têxteis, por exemplo. Osprimeiros, por terem a superfície extremamente lisa,não retém poeira, detritos, etc., apresentando extremafacilidade de limpeza e conservação. Os têxteis, por suavez, permitem a deposição de pó e sujeira entre as suasfibras, sendo de mais dificil remoção, exigindo, paraalguns tipos de fibras o emprego de equipamentos es­pecíficos, como por exemplo, o aspirador de pó. Nestetipo de revestimento as condições de salubridade localpodem ser mais criticas, caso não sejam tomados cuida­dos constantes com a higienização do mesmo.

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A escolha do revestimento para um determinadoambiente deve considerar as facilidade de limpeza ehigienização e manutenção que se espera do piso, bemcomo as atividades a serem ali desenvolVIdas. Porexemplo, não se pode permitir que em uma sala ci­rúrgica seja colocado um revestimento têxtil pois, ascondições de higienização e salubridade locais ficariamextremamente prejudicadas. Tal revestimento, porém, éaceitável nas áreas sociais de wn apartamento nwnedifício habitacional, por exemplo, em que as condiçõesde utilização são completamente distintas das do pri­meiro caso.

2.3.6 Segurança de Utilização

As propriedades relativas à segurança de utilização dopiso referem-se, principalmente, às suas característicassuperfíciais destacando-se a planeza, o nivelamento e aregularidade da superfície e o comportamento dorevestimento no que se refere ao escorregamento, queestá relacionado com o seu coeficiente de atrito su­perfícial, sendo estas características abordadas a seguir.

2.3.6.1 Nivelamento e planeza da superfície

São características que afetam o aspecto funcional dopiso. Um piso plano siguífica um piso cuja superfícienão apresenta desigualdades, nem lITegularídades. Umpiso em nivel é aquele que encontra-se nwn plano ho­rizontal, isto é, não apresenta declividades.

O nivelamento apresenta exigências distintas conformeo piso seja de uma área seca ou uma molháveI. Noscasos (je áreas secas exige-se moa su~rfície plana ehorizontal o snficiente para que o posIcionamento dosmóveis se dê sem que estes fiquem pensos("cambaleando"). No caso de uma área molhável, emque há a presença de ralos, exige-se que a superfícieseja plana e que apresente uma determinadadeclividade em direção ao ralo, para que se evite oem~ento da água, portanto, nestes casos, nãopoderá ser perfeitamente horizontal.

O nivelamento do piso, necessário à cada tipo deambiente, pode ser dado tanto pela camada decontrapiso como pela de revestimento. No caso de re­vestimentos aplicados com camada de fixação depequena espessura, como as colas e as ar~sasadesivas, esta propriedade é garantida exclusIVamentepelo contrapiso, pois, a espessura da camada de fixaçãonão permite a correção do nivelamento proporcionadopelo mesmo. Nos casos dos revestimentos aplicadoscom arganIassa convencional, como alguns tipos de pe­dras, eventnalmente, o nivelamento superfícial poderáser dado no momento da aplicação do revestimento.

A planeza do piso pode ser função tanto d9revestimento aplicado quanto do substrato. Einfluenciada pelas caractensticas deste último, notada­mente quando empregados revestimentos de pequenaespessura, tais como os vinilicos e os têxteis que podemter sua superfície marcada pelas irregulandades dosubstrato que quando se trata do contrapiso tem aregularidade superfícial influenciada pelo tipo dea{l!egado presente na sua composição (forma edIâmetro dos grãos), pelo acabamento superfícialrecebido quando da sua execução e pelas condições deexposição a que ficou submetido desde o seu término.No caso de revestimentos mais espessos tais como oscerâmicos e as pedras, a planeza é determinada pelotipo de superfície do revestimento, não sendo tão rele­vante as características do contrapiso. Neste caso,porém, interfere, ainda, as características da camada de

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fixação, que em sendo do tipo, fina, não consellUeabsorver as deficiências de planeza do contraplso,podendo prejudicar as caracteristicas de aderência nainterface.

Observa-se, pois que a planeza e o nivelamentoexigidos em cada ambiente, na maioria das vezes,deverão ser garantidos pelo próprio substrato, em geral,o contrapiso. Assim, esta camada deverá ser executadaa partir das determinações do projeto constrntivo,devendo-se verificar a planeza e a horizontalidade es­pecificadas para cada ambiente, conforme osprocedimentos de controle. de, qualidade propostos porBarros [1991], obedecendo-se as toleráncias ali indi­cadas.

A exigência de que as caracteristicas de planeza enivelamento de cada ambiente e as tolerânciaspermitidas para cada tipo de revestimento estejamespecificadas no projeto constrntivo do piso, deve-se ànecessidade de se ter parâmetros para a realização docontrole de qualidade de execução do mesmo.

Observe-se, porém que, em função da época em queseja executado o contrapiso e o revestimento de piso, aplanicidade fiual poderá ser alterada, principalmenteem função da acomodação da estrutura. Em decorrênciadisto, recomenda-se que, no planejamento da execuçãodo piso, seja levado em consideração este aspecto,dando preferência à execução do revestimento o maistarde possível, para que pequenas alterações no con­trapiso possam ser corrigidas. Além disso. é possívelque a planeza de um determinado tipo de revestimeutode piso possa ser modificada pelo uso, devido à suaresistência mecânica superficial e de possíveisalterações nas condições de utilização. Estes aspectosdevem ser considerados ao se elaborar o projeto,especificando-se materiais o mais compatível possívelcom as condições de utilização.

2.3.6.2 Regularidade superficial

A regularidade superficial também interfere nosaspectos funcionais do piso, pois afeta diretamente asua aparência; a facilidade de tráfego; o conforto esegurança do usuário e as questões de higiene.

Está relacíonada, principalmente, com os desníveís,saliências e irregularidades discretas que possamocorrer de um ambiente a outro ou mesmo em ummesmo ambiente. Estes desniveis e ou saliências sãocomuns por exemplo, quando da separação entreambientes secos e molhàveis, em ralos mal posi­cionados, que ficam salientes em relação aorevestimento e em certos típos de escada em que oespelho é recuado em relação ao piso. Tais detalhesconstrutivos devem ser devidamente especificados emprojeto, devendo ser bem solucionados, de modo quenão venham a se constitnir em pontos de transtornos aousuário.

Observe-se que um ralo saliente à superficie dorevestimento é fonte de sérios problemas, tanto emrelação a possíveis acidentes que podem decorrer detropeços sobre o mesmo, como em função dadificuldade de limpeza do ambiente em que seencontra, perdendo assim a sua função. Este é umponto importante a ser verificado durante a execuçãodas instalações e do próprio revestimento.

A separação entre áreas secas e molháveis é outro pontoque tem causado sérios problemas. Amalmente, temSido comum executar ambas as áreas em um mesmoplano, separando-as por meio de um filete de pedra(mármore ou granito), para que a área seca não seja

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invadida pelas águas de lavagem. Este detalheconstrutivo, além de provocar a dificuldade de trânsito,pode causar sérios acidentes uma vez que, as pessoaspodem tropeçar nos filetes. Esta prática deve ser evi­tada, buscando-se elaborar detalhes construtivos quenão comprometam a segurança do usuário. Os ambien­tes secos e molháveis devem estar em planos distintos,sendo separados por um pequeno degrau devidamentedemarcado, para que também este não venha a causaracidentes. .

2.3.6.3 Comportamento quanto ao escorregamento

o comjlOrtamento do piso quanto ao escorregamentoestá inttmamente relacionado ao coeficiente de atrito dorevestimento, que por sua vez, é determinado pelas suascarateristicas superficiais, notadamente pela suatextura.

A maioria dos revestimentos de piso disponiveis nomercado apresentam coeficiente de atrito adequado àscondições normais de utilização, quando a suasuperficie encontra-se completamente seca. Porém,estes mesmos revestimentos podem ter o seu de­sempenho ao escorregarnento, alterado, 9uando napresença de água, colocando em risco o usuario. Este éo caso, por exemplo, dos revestimentos cerâmicosesmaltados, principalmente os brilhantes, e das pedraspolidas que, tendo a sua superficie molhada, tomam-seextremamente escorregadios, podendo causar sériosacidentes.

Estes tipos de revestimento devem ser evitados emáreas cuja presença de água possa se dar de maneiraintensa e constante, tais como boxes de banheiro,sacadas, entrada de edificios, escadas e rampas. Paratais locais, deve-se procurar empregar revestimentosque mesmo estando com sua superficie molhada nãoperca o atrito superficial, que, de modo geral, éconferido por uma superficie rugosa ou que apresenteuma microtextura. No caso de rampas, especificamente,de modo geral, exige-se o emprego de um revestimentoespecial, com caracterisücas antiderrapantes eantideslizantes, que lhe é conferida por algumarugosidade ou ranhura dada no seu processo deprodução.

2.3.7. Conforto de Utilização

o conforto de utilização está relacionado ao confortotátil, visual, acústico, hidrotérmico e antroPOdinâmico,sendo relacionado diretamente aos sentidos humanos.

O conforto tátil refere-se à sensação que se tem ao tocarum determinado tipo de revestimento, identificando seo mesmo é áspero ou liso, frio ou quente, úmido, secoou molhado. A diferenciação entre um piso áspero eliso pode ser feito em função de sua textura superficial,separando-os visualmente; entretanto a diferenciação deum piso frio e de um quente, é extremamente complexade se realizar, pois a sensação da temperatura do pisodepende das condições de troca térmica entre o usuárioe o revestimento que são influenciadas por uma série defatores tais como: o clima; o sistema de refrigeração ouaquecimento; as correntes de ar; se a pessoa está ca­minhando, se está parada em pé ou sentada, se está ounão calçada e a capacidade de isolamento dos calçados,a temperatura do ar, a temperatura do piso e ainda adifusividade térmica que é função da condutibilidadetérmica do material do revestimento, de seu calorespecifico e de sua densidade.

Na busca de conhecer as caracteristicas dos diversos

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tipos de revestimento no que se refere à "sensação decalor" que transmite ao usuário, foi desenvolvido umensaio que simula o pé de uma pessoa sem calçado,caminhando ou em repouso sobre O revestimento emestudo. Neste ensaio, um corpo com uma temperaturamais elevada que o revestimento é colocado em contatocom o mesmo, sendo medido o calor transmitido docorpo ao revestimento, em um minuto (pessoa cami­nhando) e em dez minutos (pessoa sentada). Em funçãodo calor transmitido os revestimentos puderam serclassificados em "quentel

" levemente "frios",moderadamente "friosu e "friosu

Em função dos resultados obtidos com este ensaio, umpiso cujo revestimento seja um cimentado, de metal, de~a natural ou de cerâmica, pode ser considerado'frio". Um revestimento em madeira pode ser clas­sificado como levemente ou moderadamente "frio", emfunção do tipo de madeira. Os revestimentos vinilicosnão apresentam esta caracteristica muito bem definidasendo que, de modo geral, as placas apresentam-se comum aspecto mais frio que as mantas, que podem serconsideradas moderadamente "frias". Os revestimentostêxteis, por sua vez, são classificados como "quentes",sendo que alguns deles podem ser considerados comoos mais quentes de todos os tipos de revestimento.

A sensação de "quente" ou "frio", porém. pode seralterada pelas características higroscópicas do revesti­mento. pois quanto mais úmido o mesmo se apresentar,a sensação de "frio" serà aumentada.

O conforto acústico do piso està relacionadoprincipalmente ao seu comportamento frente aos ruidosde impacto, ou seja à sua capacidade de amortecer osom de objetos que caem sobre o mesmo e também doato de caminhar, evitando que estes sons reverberempelo ambiente ou mesmo atravessem a vedação hori­zontaI, atingindo o pavimento inferior.

O subsistema piso, nos edíficios usuais, de modo geral,não tem incorporado em sua estrutura uma camadaprópria para proporcionar o isolamento acústico.Assim, o conforto acústico é obtido a partir das carac­terísticas inerentes ao subsistema, ou seja é função dosmateriais e da técJÚca construtiva empregados.

Considerando-se os revestimentos aplicados sobrecontrapiso, que são os mais usuais nos edíficios em es­tudo, aqueles que apresentam baixo módulo deeIasticidade, ou seja aqueles que apresentam maiorcapacidade de deformar-se, absorvem com maiorfacilidade os ruidos devido ao impacto, como porexemplo é o caso dos revestimentos têxteis, as mantasvinílicas e alguns tipos de madeira; enquanto os maisrígidos, como as pedras e a cerâmica, absorvem menos.

No caso específico da madeira, a técnica de execuçãodo piso tem uma grande iIúenerência quanto ao seucomportamento acústico. Nos casos dos tacos e parquês,ou mesmo tábuas corridas aplicados sobre contrapiso, oconforto acústico proporcionado pode ser consideradoadequado pois estes revestimentos absorvem bem o somde objetos que caem ou de pessoas que caminham.Entretanto, quando se trata de assoalho de tábuascorridas aplicadas sobre barrotes, o comportamentopode ser muito diferenciado, caso os vãos entre osbarrotes sejam ou não preenchidos, pois neste últimocaso há uma maior propagação do som. Assim, quandoeste requisito de desempenho for importante, deve-sebuscar empregar os materiais e as técnicas de execuçãoque resultem num produto que atenda àscondicionantes de utilização.

O conforto visual está ligado à satisfação do usuáriocom aquilo que vê no piso, portanto está intimamente

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relacionado ao seu revestimento, ou seja, à qualidade dasuperfície no que se refere à harmoma das cores e di­mensões, à textura, à regularidade, etc. Enfim, aospadrões estéticos. que podem variar de u,ma região àoutra ou mesmo de wna época à outra. E. pois, umacaracterística subjetiva, de díficil avaliação. O que podeser feito, em JÚvel de projeto, é buscar harmonizar oconjunto de revestimentos, empregando-se padrõesatuais e, em JÚvel do processo produtivo, buscar ga­rantir a qualidade especificada para o revestimento, demodo a agradar visualmente o usuário.

O conforto antropodinâmico està relacionado aoconforto no deslocamento de um local a outro. É umacaracterística importante no caso de rampas e escadas,pois implica nas limitações de inclinações daquelas enas dimensões dos degraus destas. E uma""caracteristicaa ser considerada durante o projeto, dimensionando-secada espaço, adequadamente em função da utilizaçãodo edifício.

2.3.8 Segurança Contra o Fogo

Esta propriedade está diretamente relacionada àcamada de revestimento. pois està em contato diretocom o usuàrio e com O meio ambiente. Além disso, demodo geral, nos edilIcios aqui tratados, as demaiscamadas constituintes do piso apresentam umcomportamento ao fogo adequado às exigências deutilização.

A segurança contra o fogo é uma propriedade que estáligada ao risco da camada de revestimento dar iJÚcio aum incêndio ou mesmo de propagá-lo ou ainda, degerar gases tóxicos caso o incêndio tenha iJÚcio emoutra parte do edíficio.

Parn alguns revestimentos esta propriedade é relevante,como é o caso da madeira ou daqueles à base de resinasorgânicas, como por exemplo, os vinilicos e os têxteis.O primeiro caso apresenta um elevado risco tanto dedar início quanto de propagar o fogo em um edíficio. Osesundo exemplo, apesar de apresentar revestimentosCUja caracteristica é serem auto-extínguíveis quando napresença de fogo, podem alimentá-fo e liberar gasestóxicos em intensidade tal que venha a comprometer ascondições de sobrevivência das pessoas no local doincêndio. Assim, quando do emprego destesrevestimentos, uma série de cuidados devem serobservados, principalmente no que se refere às questõesde ventilação local, equipamentos de proteção, etc.Outros revestimentos, tais como os cerâmicos e aspedras, apresentam uma bom desempenho quanto àsegurança ao fogo, não sendo esta uma caracteristicarelevante.

1.3.9 Durabilidade

A durabilidade do subsistema piso pode ser entendidacomo a capacidade de manter .0 desempenho de suasfunções ao longo do tempo. E uma propriedade dedíficil equacionamento uma vez que depende da corretadefiJÚção das condições de utilização, da adequação doprojeto ao uso e da adoção de corretos procedimentos deexecução, para que as diversas camadas sejamcompatíveis entre sI.

No projeto devem ser defíJÚdos os materiais a serememJ.lregados em cada camada, de modo a compatibilizaro pISO resultante com as condições de exposIção a queestará sujeito ao longo de sua vida útil e além disso,devem estar defiJÚdos também, os procedimentos deexecução a serem adotados para que seja obtido o

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produto desejado. Na fase de execução, taisprocedimentos deverão ser devidamente adotados,devendo-se verificar cada etapa produtiva através deuma metodologia de controle de qualidade. Na fase deutilização deverá haver compatibilidade entre oscondicionantes que originaram o piso e as condições deexposição a que o mesmo estará submetido a fim de quenão venha a ser oondenado por um uso inadequado.Além disso, nesta fase, deve ser implementado umprograma de manutenção periódica a fim de que,possíveis problemas possam ser rapidamente detectadosnão vindo a comprometer o desempenho do conjunto.

Os principais fatores que podem comprometer adurabilidade do piso estão colocados a seguir:

- movimentações de origem térmica, higroscópica ouimpostas por ações externas que podem causarfissuração e destacamento do revestimento oudesagregação do oonjunto;

- utilização de camada de fixação incompativel com osubstrato ou revestimento, podendo causar o desta­camento ou manchamento deste último;

- cultura e proliferação de DÚcroorganismos que podemprovocar manchas ou mesmo destruirprogressivamente os revestimentos;

- queda de objetos pontiagudos que podem marcar oumesmo desagregar determinados tipos dcrevestimentos;

- limpeza com produtos inadequados; e

- manchas devido à ação do fogo, que podem ooorrer,principalmente, no caso dos revestimentos têxteis evinilicos.

O desempenho da vedação horizontal, incluindo aqui asua estética, dependem da durabilidade do piso, notada­mente da sua camada de revestimento. Assun, coloca-secomo imprescindivel a necessidade de elaboração deum projeto construtivo e de um efetivo controle dequalidade de todo o processo produtivo do piso,buscando-se, oom estes procedimentos. garantir que omesmo apresente todas as propriedades abordadasanteriormente, e conseqüentemente uma durabilidadeoompaúvel com a vida útil esperada.

2.4 CLASSIFICAÇAo DOS PISOS

São inúmeros os tipos de pisos passiveis de utilízaçãoDOS edificios em estudo. tornando-se dificil a propo­sição de uma c1assificaçllo snficientememe abrangentepara envolver o seu universo. Assim, tendo em vista osobjetivos deste ttabaIho, será proposta umaclassificação baseada apenas nos revestimentos de piso,que somada à proposta para os contrapisos [Barros,1991], resultará num conjunto significativo.

Mesmo considerando-se apenas os revestimentos depiso, a proposição de uma classificação é dificultada,pois, são muitos os tipos disponíveis no mercado.Assim, buscar-se-á agrupar os revestimentos segundoos objetivos a serem atendidos pelo trabalho,abordando-os quanto às suas condições de exposição erequisitos funcionais, quanto à sua técnica de execuçãoe quanto aos materims que os constituem, buscandomostrar, assim, as possibilidades de utilização.

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2.4.1 Classificação Quanto às Condições deExposição

Esta classificação refere-se às condições ambientais aque estão submetidos os revestimentos, podendo-se, apartir delas, propor as subclassificações apresentadas aseguir:

2.4.1.1 Segundo a presença de água

Considerando-se a possibilidade de presença de água noambiente, pode-se ter a seguinte classificação: reves­timentos para áreas molháveis e para áreas secas, sendoque cada um destes tipos deve apresentar diferentesrequisitos de desempenho. Os recomendados para asáreas molháveis são aqueles cujas propriedadespossibilitam-lhes um desempenho adequado caso sejamsubmetidos à presença de água, isto é, devemapresentar razoavel estanqueidade, não se deteriorarfacilmente, possuir coeficiente de atrito compativel comas condições de utilização, possibilitar a fácil remoçãoda água, etc. Os revestimentos destinados às áreassecas, podem não apresentar as característicasanteriores, pois as condições de utilízação a que estãosubmetidos não exigem tais requisitos.

2.4.1.2 Segundo a agressividade do ambiente

Nestes casos existem revestimentos especificos paraedifícios habitacionais, comerciais ou industriais; paraaqueles sujeitos à ação de produtos quiDÚcos; para arcasinternas ou ,externas; para áreas sujeitas ao es­corregamento, tais corno, escadas e rampas,constltuindo os pisos antideslizante e antiderrapantes,ele.

2.4.1.3 Segundo o tipo de tráfego

Neste caso existem os revestimentos destinados aotráfego leve, ao tráfego de média intensidade e ao trá­fego intenso, que são classificados, considerando-se asua resistência mecânica, principalmente, a resistênciaà abrasão e à flexão.

2.4.2 Classificação Quanto à Técnica de Execução

Esta classificação é importante pois está diretamenterelacionada às condições do substrato necessário e aotipo de revestimento e de mão-d~ra envolvidos noprocesso produtivo, determinando assim, o desempenhodo produto final.

Considerando-se a técníca de execução, os re­vestimentos podem ser classificados em: de fixaçãoespessa, comumente chamados "espessos", de fixaçãodelgada ou fina, chamados simplesmente "delgados" ou"finos", e de fixação especIal. As priDClpais ca­racterísticas destes tipos de revestimento estãoabordadas a seguir.

2.4.2.1 Revestimentos de fixação espessa

Diz-se que um revestimento é executado por fixaçãoespessa, quando o nivelamento superficial e obtido du­rante a aplicação dos mesmos, independendo das

Page 15: Texto Técnico - pcc.usp.br · de piso e ainda, os problemas patológicos passíveis de ocorrerem durante a vidaútildos mesmos. Para isto, o presente documento é apresentado em

condições da base. Geralmente, são aplicadosempregando-se argamassa convencional, que exerce, aomesmo tempo, a função de camada de regularização dabase e de fixação da camada de revestimento, podendoconstituir, ainda, o próprio revestimento, como é O casodos cimentados, marmorites e granilites. A execução dorevestimento de piso, com este tipo de fixação, quandoa argamassa não constitui o próprio revestimento, vemsendo, gradativamente, abandonada, pois além de seruma técnica de execução de baixa produtividade, podecausar sérios problemas patológicos quando utilizadapor operários não qualificados. Atualmente, apenasalguns tipos de revestimentos de pedra vem sendoexecutados por este processo de fixação. Para estescasos, as adequadas técnicas de execução a seremempregadas serão tratadas no capitnlo 4.

2.4.2.2 Revestimentos de f"aação delgada

Os revestimentos executados por fixação delgada oufina são aqueles cujo nivelamento da superficie dependeessencialmente do nivelamento do substrato (contrapisoou laje), que deve apresentar características superficiaiscompativcis para recebê-los. Nestes revestimentos, asespessuras da camada de fixação, que em geral éconstituida por adesivos minerais (argamassa adesiva)ou orgânicos (colas), apresentam reduzida espessura.não possibilitando a correção da horizontaJidade. Estetipo de revestimento, atualmente, é largamente em­pregado nos edificios em estudo pois apresenta umaelevada produtividade, uma vez que separa asatividades de nivelamento e regularização do substratodaquelas de fixação do revestimento propriamenteditas. Além disso, em função das caracteristicas dosmateriais que emprega, prescinde de uma mão-de-{)braqualificada, bastando que os operários sejam treinadospara as atividades de produção. A execução do reves­timento por fixação delgada tem sido utilizada,praticamente, para todos os materiais de revestimento,podendo-se citar os cerãmícos, os têxteis, os lamínadosmelamlnicos, os vinilicos e mesmo alguns tipos de pe­dras.

2.4.2.3 Revestimentos de fixação especial

Estes revestimentos, na realidade, não apresentam umacamada de fixação. TraIam-se dos que podem serfixados por meio de dispositivos especiais, como é ocaso do assoalho de madeira (tábua corrida) que éassentado sobre barrotes, através de pregos, parafusos,grampos, cavilhas, entre outros; dos elevados, ge­ralmente empregados em salas destinadas à instalaçãode centrais de computadores, que são encaixados em"mserts" metálicos chumbados diretamente na laje e,ainda, de certos revestimentos têxteis que sãosimplesmente lançados sobre o substrato, sendo presosapenas nas bordas, com o auxílio de ripas colocadas aolongo de todo o perimetro do ambiente.

2.4.3 Classificação Quanto aos Materiais empre-gados

A classificação dos revestimentos por tipo de materialque o constitui é importante pois está intimamente re­lacionada à técnica de execução a ser aplicada e aodesempenho final do revestimento, tanto frente àssolicitações mecànicas quanto às questões estéticas.

Os principais materiais empregados na produção dosrevestimentos podem ser classificados em: argamassas,

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madeira, pedra. cerâmica, resinas orgânicas e fibrasnaturais. Êstes revestimentos, por sua vez, podem sersubdivididos pois, dentro de cada um destes grupos,existem diversos materiais de revestimento que sediferenciam pelas suas caracteristicas de produção eutilização. Esta subdivisão será a~resentada a seguir,considerando-se aP!c'nas os revestimentos usualmenteempregados em edificios habitacionais e comerciais.

2.4.3.1 Revestimentos em argamassas

Os revestimentos em argamassas podem sersubdivididos em função do tipo de aglomeraoteempregado na sua composição, que para os edificios emestudo, o mais utilizado é o cimento, 'l.ue origina osdenominados revestimentos cimentados, tipo marmoritee tipo granilite, em função das caracteristicas do mate­rial inene utilizado na mistura.

A produção destes revestimentos se dá pelo lançamentoda argamassa, ainda fresca, sobre O substrato, empre­gando-se em seguida, uma adequada técnica denivelamento e acabamento da superficie, originando orevestimento após sua cura. Por serem moldados nolocal, são geralmente denominados revestimentosmonoliticos, podendo ou não ser necessário a execuçãode juntas construtivas ou de movimentação, quedeverão estar definidas em projeto, a partir das di­mensões dos ambientes a serem revestidos. Nas áreasinternas dos edificios em estudo, o revestimento comargamassas é largamente empregado nas escadas e"halls" de elevadores, e apesar de não fazer parte do es­co~ deste trabalho, merece ser devidamente estudadopoiS, a sua tecnologia de produção ainda não é dedominio do meio técnico. Assim, as pesquisas futurasdeverão contemplar este tipo de revestimento, que emnão sendo adequadamente produzido pode implicar emelevados custos e incorrer em sérios problemaspatológicos como fissuras e destacamento da base,comprometendo o desempenho de todo o subsistema.

2.4.3.2 Revestimentos em madeira

Uma primeira subclassificação para os revestimentos demadeira pode ser feita a partir da consideração de suaespessura, resultando assim em revestimentos finos,médios e espessos. Outra classificação possível é a par­tir dos tipos de revestimentos de madeira, ou sejapodem ser do tipo tábuas corridas, tacos, parquês eainda os denominados laminados ou carpetes demadeira. Reunindo-se as duas classificações tem-se queos pisos finos de madeira são representados peloslaminados de madeira cuja espessura varia de 3 a 5mm, enquanto os médios são representados pelosparquês cuja espessura varia de 10 a 20 mm. Os re­vestimentos espessos incluem os tacos e as tábuascorridas cuja espessura chega a atingir 30 mrn. Porém,como anterionnente salientado, o revestimento emmadeira não integrará o conjunto de revestimentosdeste trabalho por ter sido objeto especifico de outrosprojetos de pesquisas.

2.4.3.3 Revestimentos de pedra

Seu uso mais intenso se dá nas áreas externas aoedificio, tanto nos revestimentos verticais, como parapisos. Nas áreas internas tem uso mais restrito, sendoempregadas, principalmente, nas áreas molháveis taiscomo cozinhas, banheiros, e sacadas, apresentando usomenos expressivo nas áreas secas.

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As pedras podem ser classificadas tanto pelo seumaterial constituinte, quanto pela maneira como seapresenta o componente.

Os tipos de ~as mais empregados como revestimentode piso nas·arcas internas dos edificios são: o granito; omármore e a ardósia, que podem resultar em distintosrevestimentos, conforme o preparo que tenham recebidoem suas faces.

Os componentes originados destas pedras podemapresentar a superficie de utilização com aspecto polidoe liso; bruto (não polido), ou seja, com seu aspectonatural ou ainda receber outros tratamento~ de modoque sejam antiderrapantes e antideslizantes. E comum oemprego da pedra bruta sem trabalho algum, isto é,suas fuces nem mesmo são esquadrejadas, sendo obtidasapenas pela fratura da rocha de origelIl; emcomponentes de tamanho reduzido. Nestes casos,apenas as saliências mais abruptas da superficie deutilização é que são aplainadas. Os diferentes tipos detratamento recebidos pelas pedras usuais serãoabordados no capitulo 4.

2.4.3,4 Revestimentos cerâmicos

São produzidos a partir de componentes ceramlCOS,comumente denominados de ladrilhos ou simplesmenterevestimento cerâmico de piso. Seu uso nas áreasinternas do edificio é muito intenso, notadamente nasáreas molháveis, ganhando espaço significativotambém nas áreas secas, principalmente, em função dasua resistência mecànica, da facilidade de limpeza,manutenção e higienização dos ambientes, além deproporcionar um agradável efeito estético, urna vez que,está disponível, no mercado, em diversos padrões, corese formatos.

Os componentes ceràmicos podem ser subclassificadosainda, em função da matéria prima empregada na suaprodução, pois essa diferenciação resulta em algumascaracterísticas distintas entre os componentes, taiscomo resistência mecànica, porosidade, dureza super­ficial, resistência ao ataque por agentes químicos, entreoutras.

AssilIl; em função da matéria-prima empregada oscomponentes podem ser classificados em: componentesde porcelana; de ceràmica vermelha e de grés-<:eràmico.

Os componentes de porcelana originam as pastilhasdisponíveis em dimensões que variam de I" X I" (25,4mm X 25,4 mm) até 1112" X 1U2" (38,1 mm X 38,1mm), podendo apresentar a superficie fosca ouesmaltada, sendo disponíveis ainda, componentesantiderrapantes, que são pastilbas cuja superficieapresenta ranhuras que aumentam o coeficiente deatrito do revestimento.

Os componentes de cerárnica vermelha e grés ceràmicosão os que apresentam maior variedade de opções, queé conferida pela variação das suas características deprodução. Suas dimensões variam de 10XIO cm até6OX60 cm; podem ser extrudados ou prensados;apresentar a superficie fosca ou esmaltada; e ainda,serem ou não decorados.

2.4.3.5 Revestimentos à base de resinas orgânicas

Os componentes derivados de resinas orgânicas podemser do tipo laminares ou em mantas, sendo que estaspodem apresentar uma textura lisa ou em fibras.

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As resinas mais empregadas na produção destescomponentes são o cloreto de poliVlnila (P.Y.C), oacetato de Jl?livinila (p.V.A), o polipropileno, apoliamida (nailon) e o poliéster.

O p.v.e e o P.V.A são resinas empregadas na produçãodos componentes denominados vinílicos que podem seal'resentar na forma de placas lanunares cujasdimensões usuais são 30X30 CIIl; com espessuravariando de 1,6 a 3,0 mm conforme a utilização ou emforma de mantas apresentadas em rolos de largura 2,00m e comprimento de 20,0 ou 25,0 lIl; com espessura va­riando de 1,2 ou 1,8 mm conforme o padrão.

As resinas do tipo polipropileno, poliéster e poliamida(náilon) são empregadas para a produção de fibrastêxteis a serem utilizadas na confecção de carpetes,muito usuais nos edificios em estudo.

2.4.3.6 Revestimentos à base de fibras naturais

As fibras naturais usualmente empregadas são a lã e ajuta, originando os revestimentos do tipo têxteis defibras naturais.

Estes revestimentos têm uma utilização restrita pois alã, por ser de dificil obtenção, apresenta um elevadocusto, enquanto a juta, apesar do custo acessível, écaracterizada pela baixa durabilidade. Mesmo as fibrasde lã sofrem o problema de reduzida durabilidade,quando a superficie estiver sujeita a umidade, uma vezque este material é propicio à proliferação de fungosque acabam deteriorando o revestimento. AssilIl; osrevestimentos de fibras naturais vêm perdendo,gradativamente, o seu espaço para as fibras têxteissintéticas, abordadas anteriormente, ~ue por sua vezsão cada vez mais empregadas nos edificios habitacio­nais e comerciais, tanto em função de suas propriedadesisolantes termo-acústicas, facilidade de aplicação emanutenção, como também pelo competitivo preço demercado, frente a outros revestimentos com caracterís­ticas semelhantes, como é o caso dos vinílicos, porexemplo.

A partir da classificação proposta salienta-se que serãoabordados os revestimentos de piso destinados a áreasinternas de edificios habitacionais e comerciais,dividindo-se os revestimentos por materiais: ceràmicos,pedras, vinílicos e têxteis, sendo que as principais ca­racterísticas dos materiais e de execução dosrevestimentos, em questão, serão abordados noscapitulos seguintes.

3. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DO RE­VESTIMENTO CERÂMICO

Ao se projetar o piso dos ambientes de um edificio, écomum que a escolha do seu revestimento ocorraconsiderando-se apenas o seu custo e ou a suaaparência, desprezando-se outros aspectos, às vezes demaior importància, tais como sua resistência mecânica,características de aplicação e manutenção; aspectos dehigiene e fucilidade de limpeza e sua versatilidade edurabilidade, que deveriam ser objeto de maior atençãoe interesse, por parte dos projetistas e usuários.

Este fato decorre, de modo geral, do desconhecimentodos inúmeros tipos de componentes existentes nomercado, de suas caracteríslIcas e das técnicas deexecução mais adequadas a cada um deles.

Este documento busca suprir esta deficiência,apresentando neste e nos capítulos subseqüentes as

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principais propriedades e aspectos de produção dosrevestimentos usualmente empregados nos edificioshabitacionais e comerciais, sendo que neste capitulo,serão abordadas questões especificas sobre orevestimento cerâmico.

O revestimento cerâmico para piso é empregado emdiversos paises do mundo, há muitos séculos. NoBrasil, foi efetivamente introduzido na década de 40,acompanhando a evolução tecnológica do processo deconstrução dos edificios, J,lOis foi neste J.X'nodo que osedificios de múltiplos pavImentos conqwstaram espaçosignificativo e, junto com eles os revestimento de baixopeso próprio, destacando-se entre eles o cerâmico, nota­damente nas áreas molháveis do edificio, principal­mente pelas suas características de estanqueidade,elevada resistência mecânica, facilidade de limpeza ehigieuização e durabilidade, respondendoadequadamente às necessidades dos usuários.

A partir de então, até os dias amais, os revestimentoscerâmicos para piso sofreram sensiveis modificaçõesnas suas características. Os poucos produtos dopassado, transformaram-se em uma enonne gama deopções de diferentes procedências e qualidade.

Buscando-se sistematizar. a tecnologia de produçãodeste revestimento, procurar-se-à reunir, neste capitulo,as principais características dos componentes cerâmicosatualmente disponíveis, identificando as diferençassigníficativas no processo de produção dosrevestimentos com eles produzidos.

Os componentes cerâmicos a serem tratados nestedocumento estarão limitados àqueles usualmenteempregados no revestimento de áreas internas deedificios de múltiplos pavimentos, aplicados através datécnica racionalizada de execução, empregando-se ar­gamassas adesivas sobre contrapiso previamente execu­tado.

3.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOREVESTIMENTO CERÂMICO

O revestimento cerâmico, executado pela técnícaracioualizada é aplicado diretamente sobre o substratoque, na maioria das vezes é constituído pelo contrapiso,não sendo necessário, na maioria das vezes, o empregode camada de regularização adicional, a menos que osubstrato tenha sido seriamente daníficado ao longo daexecução da obra. Assim, este revestimento pode serentendido, neste trabalho, como wn conjunto de duascamadas, sendo a primeira de fixação, responsável pelaligação dos componentes cerâmicos ao substrato e a deacabamento, constituída pelos componentes,propriamente ditos, sendo as principais características epropriedades de cada camada abordadas a seguir.

3.1.1 Substrato

Neste caso, o substrato será o contrapiso que deveráapresentar características especificas e ser executadosegundo as recomendações de Barros [1991), tendo suaqualidade verificada através dos procedimentosrecomendados por este mesmo autor.

Eventualmente, a própria laje, que constituí a estruturasuporte do subsistema piso, poderá receber o reves­timento, desde que seja executada dentro de umametodologia de controle de qualidade que proporcioneas características superficiais (planeza e regularidade)necessárias ao recebimento do revestimento pelo mé­todo racionalizado.

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3.1.2 Camada de Fixação

A camada de fixação comumente empregada para aexecução dos revestimentos cerâmicos para piso, noprocesso racionalizado é a argamassa adesiva, sendoque, eventualmente, podem ser utilizadas adesivos àbase de resinas organícas (colas), que, no entanto,exigem, na sua maioria, a adição de cimento em suacomposição para que suas propriedades se tomemadequadas às condições de solicitação, sobretudoquando o revestimento é aplicado em árCl\S molháveis.

Além disso, as condições de produção do substrato,atualmente verificadas nos canteiros de obra, nãopermitem que as colas sejam adequadamente utilizadas,pois as Irregularidades superficiais presentes nocontrapiso exigem um elevado consumo deste material,inviabilizando o seu custo. Assim, seu uso fica restritoàs necessidades de reposição dos componentes,principalmente porque não requerem o emprego demão-de-obra especializada, podendo os serviços seremexecutados por pessoas com wn nível mínimo detreinamento.

A argamassa adesiva ganhou espaço significativo comomaterial destinado à camada de fixação doscomponentes cerâmicos principalmente por: apresentarsemelhanças com as argamassas convencionais que, porsua vez, são de domínio da mão-de-obra disponivel nomercado; permitir pequenos reparos na regularidadesuperficial do substrato; proporcionar melhor resistên­cia de aderência que as argamassas convencionais; nãoprovocar retração diferencial na camada de acabamentoe ainda, não se deteriorar com a presença de wuidade.Além disto, o custo global dos serviços, considerando­se o aumento de {lrodutividade da mão-de-obra, é,normalmente, infenor ao custo dos serviços pelométodo convencional.

A partir destas considerações, será tratado, nestecapItulo, somente as características da argamassaadesiva, observando-se que estas foram amplamentediscutidas por Sabbatiní et a. [1990). Porém, apenaspara facilitar a consulta, as informações contidas noreferido trabalho serão aqui reproduzidas.

A argamassa adesiva, por vezes chamada "cimentocolante", é um produto industrializado composto pormoa argamassa pré-dosada fornecida em embalagensapropriadas, que se apresenta em forma de pó, noestado seco. Pode ser entendida como um adesivomineral constitnído de cimento Portland comum, grãosfinos de silica (areia) e aditivos, cuja composição podevariar de um fabricante para outro. Entretanto,laboratórios especializados recomendam para a suaconstitníção uma composição de 40% de cimentoPortland, 57% de areia quartzosa e 3% de resinas,compreendendo as vinílicas (acetato de polivinila) e ascelulósicas (éteres de celulose).

A maioria das argamassas di:1,!1Oníveis no mercadonacional, porém, apresentam 99 Yo dos constituintes deorigem mineral (cimento e areia) e apenas 1% deaditivo orgânico, representado, de modo geral, pelaresina celulósica, ficando claro que existe moa tendên­cia de suprimir a resina vinílica. Este fato, decorrenteprincipalmente de considerações apenas de cunho eco­nôtuíco, modifica sensivelmente as características daargamassa adesiva. Daí a necessidade de se adquirir oproduto de empresas que, efetivamente, produzam ummaterial de garantida qualidade.

As resinas orgânicas têin um papel fundamental nodesempenho da argamassa. Suas principais funções na

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composição são a retenção de água, a melhoria datrabalhabilidade da argamassa, e o aumento daextensão de aderência, devido á maior capacidade demolhamento da superficie do substrato. Estascaracterísticas são decorrentes da dispersão coloidal quese forma ao se misturar o pó com a água e irãodiferenciar este tipo de material da argamassaconvencional.

A dispersão formada se interpõe entre as particulassólidas, lubrificando-as, aumentando a plasticidade daargamassa. Além disso, o polímero depositado sobre asparticnlas de cimento impede que a hidratação seprocesse de maneira rápida e assim, o tempo de pega éestendido, podendo atingir 6 horas ou mais, em funçãodo teor de resinas(I)Com isto aumenta-se também otempo de vida útil da mistura, o que permite umamaior flexibi lidade de trabalho para os operários.

A extensão de aderência pode ser definida como arelação entre a área efetiva de aderência e a máximaárea teórica de aderência; por exemplo, uma extensãode aderência de 0,2 significa que apenas 20% docomponente está efetivamente aderido ao substrato. Aextensão de aderência é aumentada quando existe ummaior contato da camada de fixação com o substrato ecom o tardoz do componente, ou seja quando há ummaior poder de molhamento. A resina vinilica, quandopresente na argamassa adesiva, atua na tensãosuperficial das moléculas de água quebrando as grandescadeias de tal forma que, resultem em moléculascapazes de acessar os poros de pequenas dimensões,atuando também nos componentes de baixa porosidade,aumentando, portanto, o poder de molhamentosuperficial.

As argamassas adesivas que não apresentam esta resinaem soa composição tem menor extensão de aderência,podendo prejudicar o desempenho final dorevestimento.

A partir destas características é possivel o es­palhamento da argamassa em espessuras reduzidas,sem que seja necessário molhar a base ou mesmo oscomponentes cerâmicos, pois a argamassa não perdeágua em excesso para os mesmos e, além disso, aretenção de água, nas cadeias de polimeros, permite acompleta hidratação do cimento, possibilitando quedesenvolva toda a soa resistência, e em conseqüência,apresente um maior poder de aderência.

Para o seu preparo, basta a adição de água nasproporções indicadas na embalagem (geralmente 1parte de água para 4 de pó). E, para que a argamassapossa desenvolver as caraetensticas anteriormentemencionadas, deve-se esperar um tempo após a misturado material seco com a água, de modo a permitir que oscoml.xlUentes ativos reajam, isto é, que se formem ascadelas de polímeros. Este tempo é deaproximadamente 30 mim, sendo superior aos 15 ou 20mim geralmente recomendados pelos fabricantes.

Além de apresentar um tempo de vida da mistura queproporcione produtividade aos operários, outrascaracterísticas são esperadas de urna argamassaadesiva, sendo as prinCipaiS: o tempo de abertura e otempo de ajustabihdade, compativeis com as condiçõesde trabalho; a tendência de não aderir exageradamentepermitindo o ajuste dos componentes; O poder de

(1) O tempo de vida útil da mistura ou também denominadotempo de processamento ou tempo útil, diz respeito aoperiodo de tempo em qua, após a argamassa adesiva seca tersido misturada com a água, a mesma possa ser utilizada paraa execução do revestimento. É o instante imediatamenteantes do inicio de pega da argamassa.

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retenção de água e a extensão de aderência adequadosaos componentes e ao substrato e ainda, resultar numaadequada superficie de contato entre os seus sulcos e oscomponentes de acabamento.

O tempo de abertura é também denominado tempo deassentamento, e pode ser entendido como o tempodisponível para o trabalho de aplicação dos com­ponentes cerâmicos, a partir $lo espalhamento daargamassa sobre o substrato. E O período entre oInstante em que a argamassa adesiva é espalhada e oinstante em que a mesma não mais apresentacapacidade de aderência suficiente em relação aomaterial de revestimento. Este último instante é identi­ficado pelo aparecimento de urna pelícnla es­branquiçada sobre os cordões de argamassa. Ao. seassentar um componente sobre esta pelícnla, ele apenasamassará os cordões, não havendo, porém, urna relaçãoentre ambos. Em pouco tempo este componente poderáse desprender.

O tempo de abertura da argamassa adesiva não deveráser nem demasiadamente rápido, nem excessivamentelento, pois quaisquer extremos diminuí o rendimento deaplicação e dificnlta a execução do revestimento. Deveapresentar, então, um tempo que permita umacolocação correta e otimizada.

O tempo de ajustabilidade, por soa vez. é entendidocomo o período de tempo no qual, após o assentamentodos componentes cerâmicos com argamassa adesiva, osmesmos possam ainda, ter soa posição corrigida semredução da capacidade de aderência.

Tendo em vista estas características, uma boaargamassa adesiva deve apresentar pelo menos:

· tempo de abertura de 20 mim;

· tempo de ajuste manual de 10 mim; e

· tempo de vida de mistura de 3 h.

Quanto ao seu espalhamento deverá se dar em camadafina (de 2 a 5 mm) e o mais uniforme possivel poisassim, consegue-se o máximo da força de aderênciaentre a superficie e o componente cerâmico e tambémmaior contato entre os dois elementos.

3.1.3 Camada de Acabamento

O revestimento cerâmico é constituído por componentesmodulares de dimensões que podem variar desde25X25 mm até 600X600 mm, devidamente rejuntadosentre si. Desta forma pode-se dizer que a camada final,em revestimentos cerâmicos, é constituída por doiselementos: os componentes cerâmicos propriamenteditos e os componentes que se formam na Junção destesque podem ser de duas naturezas, isto é, as juntas entrecomponentes e as juntas construtivas ou de movimen­tação que dividem os painéis de revestimento, sendoque as principais características de ambos serão abor­dadas na seqüência.

As matérias-primas empregadas, as condições defabricação dos componentes e o próprio processo deprodução do revestimento, lhe confere as característicasfundamentais ao seu desempenho, sendo que asprincipais são colocadas a seguir:

- elevada resistência ao desgaste por abrasãosuperficial;

- elevada resistência à ação de agentes quimicos, taiscomo àlcalis (solução de soda cáustica até 10%,

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áWIa sanitária eálcool, benzol,

amônia), detef(;lentes domésticos,solventes organicos (acetona,clorofórmio, etc.);

- elevada resistência a impactos;

- resistente a objetos pontiagudos (indentação);

- estanqueidade á água;

- não são inflamáveis~

- imputresciveis e resistentes à luz solar;

- cores inalteráveis pelo uso;

- superficie lisa e pouco porosa, que facilita ahigienização;

- fácil manutenção e

- elevada durabilidade.

Observa-se porém, que tratam-se de revestimentos friose duros, não absorvendo, portanto, rnidos e apresen­tando baixo isolamento termo-acústico.

No entanto, quando adequadamente projetados eexecutados, não apresentam desvantagem quanto à suautilização, podendo ser empregados em ambientes comos mais diferentes tipos de utilIzação.

As principais caracteristicas destes revestimentos sãocomparadas qualitativamente às dos demais, na tabelaapresentada no anexo "A", ao final deste documento.

Os componentes cerâmicos atnalmente empregados nosrevestimentos de piso de edificios de múltiplospavimentos são pratIcamente os mesmos utilizados nasvedações verticais, exceção feita ao azulejo que nãoapresenta resistência mecânica suficiente para suportaras solicitações do subsistema piso. Assim, ascaracterísticas dos componentes cerâmicos !,ara pisosão mnito próximas às dos componentes destinados aorevestimento de paredes, abordados no documento R6­06/90, [Sabbatiní et ai., 1990]. E, em função disto,quando necessário, será reproduzido o seu texto, apenaspor facilidade de consulta.

As características de cada um dos componentes queconstitui a camada de acabamento do revestimentocerâmico, serão tratadas em separado, abordando-se,inicialmente, os componentes cerâmicos e, naseqüência, as juntas.

3.1.3.1 Características dos componentes cerâmicos

Como anteriormente destacado, existe urna imensavariedade de componentes cerâmicos no mercado, quese diferenciam entre si a partir de suas formas,dimensões, cores, características e funções. Estas parti­cularidades lbes são atribnidas, principalmente, peloseu processo de fabrícação, que envolve atividadesdesde a escolha das matérias primas até o ar­mazenamento dos componentes prontos.

A matéria-prima básica desses componentes pode-sedizer que seja de mesma natureza, ou seja, uma massaconstituida por argilo-minerais, e outros minerais,vidrados, óxidos metálicos, etc. sendo que, ao variar ascaracterísticas e proporções de cada um destes materiaise sendo alternados determinados procedimentos defabricação, origina-se componentes cerâmicos distintos,que, naturalmente, poderão apresentar diferentespropriedades.

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A maioria destas propriedades estão determinadas,pois, a indústria de componentes cerâmicos pararevestimentos cresceu e se organizou nos últimos anos,principalmente em decorrência das exportações doproduto, adequando-se às condições do mercadointernacional.

O controle de qualidade de produção é efetivo emmnitas indústrias nacionais, ocorrendo de maneira maisprecária, em outras; entretanto, por menos organizadoque seja, existe urna metodologia de controle daprodução destes componentes durante o seu processo defabricação.

As principais características verificadas· durante oprocesso de fabricação do J;lroduto são as dimensões dolado e a espessura; esquadria e planeza superficial; graude absorção de água; resistência ao gretamento, àflexão, aos ácidos, aos álcalis, às variações térmicas, àgelividade e à abrasão e ainda, a dureza superficial. Ostestes para estes ensaios estão, de modo geral, definidospor normas nacionais ou estrangeiras e, na sua maioria,são realizados a partir de amostragem periódica em quesão verificadas se os resultados estão dentro dastolerâncias estabelecidas pelas normas.

As normas nacionais atnalmente empregadas pelasindústrias de componentes cerâmicos para o controle de~nalidade dos mesmos estão apresentadas no anexo,A", no final deste capitulo.

A avaliação destas características através deprocedimentos normalizados é importante para arealização de uma compra técnica, devendo fazer partede uma metodologia especifica para a definição deprocedimentos para compra de materiais, pois, de modogeral, os catálogos técnicos do produto trazem estasespecificações, sendo que no entanto, os técnicosresponsáveis pela compra não as tem utilizado,provavelmente por não saberem quais as principaiscaracterísticas que devem observar, qnais os parãmetrosde referência, etc. Este documento busca mostrar ascaracterísticas mais importantes a serem consideradas,para que se tenha um revestimento adeqnadamenteproduzido, porém, uma metodologia de compra demateriais deve ser ainda elaborada, no escopo de umprojeto futuro.

No caso especifico dos revestimentos cerâmicosdestinados aos pisos, urna das características maisrelevantes é a sua resistência à abrasão superficial poisexistem significativas diferenças entre os diversoscomponentes disponíveis no mercado. Em função disto,existe a necessidade de se conhecer como se comportacada um deles em relação a esta característica, para quese possa especificar, adequadamente, os materiais aserem utilizados.

No Brasil, é comum a realização do ensaio deresistência à abrasão, fundamentado, nas propostas daPorcelain Enamel Institute (pEl), dos Estados Unidos ehoje recomendado pela norma NBR 9455, citada nofinal deste capitulo, através do qnal, os componentescerãmicos são classificados em quatro categorias, emfunção dos resultados obtidos no ensaio, fazendo-sereferência, aos ambientes em que se recomenda oemprego de cada um deles. As categorias propostas e asua utilização são colocadas a segnir:

- PEl-l: Nesta categoria inserem-se os componentesdestinados à todas as aplicações em paredes internas;

- PEI-2: Aqni estão iIieluídos os componentesdestinados às áreas de trânsito leve a pouco-intenso,como interiores residenciais, com exceção decozinhas, escadas, "halls" e locais próximos às

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entradas externas;

- PEI-3: Refere-se aos componentes destinados a locaisde trânsito intenso, ou seja, para quaisquer aplicaçõesresidenciais e para áreas comerciais de trânsito leve,tais como escritórios, butiques e salas de espera;

- PEI-4: Esta categoria envolve os componentesdestinados a locais de trânsito l?esado, ou seja, paratodas as aplicações residenciaIs e a maioria dasaplicações comerciais, como áreas públicas deteatros, hotéis, restaurantes, supennercados, lojas,escolas e corredores.

Alguns fabricantes, em função das caracteristicasespecíficas de seu produto apresenlatn mais urnacategoria além destas quatro propostas pela norma querefere-se aos componentes cerâmicos destinados alocais de trânsito extra-pesado, ou seja, para todas asaplicações residenciais e comerciais similares à classe4, onde seja necessário maior resistência e maiordurabilidade, como por exemplo aeroportos, metrôs,"shopp,ing centers", passarelas, lanchonetes, entradas e"haIls ' de edifícios, piscinas e terraços.

Outra caracteristica importante a ser observada é adureza superficial, que de modo geral é referida àescala de Mohs, sendo que os componentes cerâmicosdestinados à aplicação em pisos devem apresentarresistência superficial de no minimo 6, na escala deMohs, sendo que para usos em ambientes de usorestrito, como por exemplo banheiros de suítes, épossível o emprego de componentes com durezasuperficial de 5, referido à mesma escala. Essa gran­deza é importante pois está relacionada às possiveismarcas decorrentes de esforços de puncionamento eriscamento no revestimento. Assim, quanto maior adureza superficial do componente, maior a suaresistência ao risc3lllento e ao choque, sendo que estascaracterísticas vêm contribuír para a maior durabili­dade do revestimento.

Buscando-se conhecer um pouco mais sobre oscomponentes disponíveis no mercado serão abordados,a seguír, aqueles usualmente empregados, procurando­se enfocar os seus respectivos processos de fabrícação ecaracterísticas especificas.

Estes revestimentos podem ser agrupados em função desuas características de produção ou em função do seumaterial constituinte.

Considerando-se o processo de produção, ~m sercomponentes prensados, produzidos a partir de urnamassa semi-seca, semelhantemente aos azulejos ouproduzidos a partir de uma massa úmida que passa poruma boquilha semelhantemente ao processo deprodução das lajotas e componentes cerâmicos paraalvenaria, ou seja, por extrnsão. De modo geral sãocomponentes prodUZIdos pelo processo de monoqueima,mesmo quando esmaltados, podendo, porém, nesteúltimo caso, serem produzidos pela biqueima. Cabeobservar que os componentes produzidos pela biqueimaapresentam, em geral, menor dureza superficial emecânica que aqueles originados pela monoqueima.

Considerando-se o material de que são produzidos épossível encontrar no mercado basicamente dois tiposde componentes: os à base de grés cerâmico e os decerâmica vennelha, sendo que ambos podem serproduzidos com ou sem esmalte sobre sua superficie.

Os componentes de grés, produzidos a temperaturasque vari3lll em tomo de 1250 °c a 1300 °c,ar.resenlatn em sua constituição materiais argilosos dee evada fusibilidade, como por exemplo, os silicatos dealumínío, a mica e o feldspato, que se fundem antes da

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cristalização da massa proporcionando uma matrizvítrea de baixa porosidade. Observe-se que umcomponente é considerado vítreo quando apresentaporosidade, por ímersão em água, de 0.5% a 4%,estando ou não presente a Catnada de esmalte.

Os componentes de cerâmica vennelha, por sua vez,apresenlatn vítrificação parcial da superficíe poís osmateriais que os constituem como os óxidos de ferro eos metais alcalinos-terrosos, ao se fundirem atemperaturas que vari3lll de 1250 °c a 1300 oC, nãotêm capacidade de fonnarem um vídrado total, resul­tando numa estrutura semivítria, de maior porosídadeque a vítrea. Estes componentes apresenlatn porosídadede 4% a 7%. (corpo semivítrio) que pode serconsiderada ainda, como adequada para garantir acaracterística de estanqueidade do componente. Estescomponentes, quando não esmaltados podem seapresentar nas cores vennelho, laranja, amarelo oupreto, em função dos teores de óxidos de ferro presentesna composição da massa que origina o componente.Quando eSmaltados, porém, podem apresentar-se comos mais diferentes tipos de padrões.

Existem, porém, determinadas matérias primas queorigínatn componentes cerâmicos, latnbémconsiderados de cerâmica vennelha, que nãoapresenlatn capacidade de vítrificação, mesmo queparcial, durante o processo de produção resultandoassim, num corpo não vítreo e portanto, numcomponente de elevada porosidade, geralmente de 7% a15%, independente da presença da camada de esmalte.Estes componentes, de modo geral, devem ser evitadosnos revestimentos de píso, principalmente nas áreasinundáveis tais como boxes de banheiro e sacadas.

Todos estes revestimentos estão disponíveis no mercadocom o nome de "revestimento ceramico", em diversasdimensões, sendo comuns para emprego comorevestimento de piso aqueles cujas dimensões variatndesde 1OXIOcm até 30X30 cm.

Observa-se que a disponíbilidade de produtos cerãmicosno mercado é muito grande. Assim, ao se proceder aescolha deve-se buscar obter, junto· ao fabricante, todasas ínformações técuicas possíveis, tais como porosi­dade, resístência à flexão, tolerâncias dimensionais ad­mitidas pelo controle de lJualidade da indústria, tipo dequeima, dureza SUperfiCial e classe de resistência àabrasão, a fim de que seja possível, ainda queprecari3lllente, efetuar uma compra técníca e nãoapenas decidir por um ou outro componente em funçãode sua beleza ou mesmo de seu custo.

3.1.3.2 Características das juntas

Tendo em vísta o carâter modular do revestimento comcomponentes cerâmicos, seja qual for o seu processo deprodução, sempre existirão juntas entre as peças e alémdestas, em função das características da estrutura doedifício e das dimensões do 3lUbíente a ser revestido,pode ser necessário, ainda, a realização de juntas cons­trutivas ou de movímentação projetadas para aliviar astensões provocadas pela movímentação da laje e on dopróprio revestimento, para que se permita o adequadodesempenho da camada de acab3lUento.

3.1.3.2.1 Juntas entre componentes

As juntas entre os componentes ou latnbém chatnadasjuntas de assentamento são originadas no processo defixação das peças cerâmicas que exigem, para oadequado desempenho do conjunto, um afaslatnento

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entre os mesmos. Em função da estética exigida para orevestimento de piso, as juntas devem ser, preferen­cialmente, regulares. isto é, apresentarem sempre asmesmas dimensões.

A disposição ou aparelho adotados para oscomponenles cerâmicos determinam o tipo de junta,sendo possível diversos arranjos tais como em diagonal,à prumo, em amarração, ou ainda uma combínaçãoentre eles, em função das caracteristicas especificas doscomponentes.

Das disposições possiveis, conforme mostra a figura3.1.1, atualmente as juntas alinhadas são as maisutilizadas, nos casos de componentes de mesmadimensão, principalmente porque resultam em elevadaprodutivídade da mão-de-<lbra e menor desperdicios demateriais, entretanto, os demais tipos tiveram largo

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emprego no passado, podendo, em função de estilosarquitetônicos retornar a qualquer momento. As juntasem diagonal foram abandonadas principalmente pelomaior custo de produção quando comparado com asdemais, pois implica em reduzida produtividade damão-de-<lbra alem de um maior consumo decomponentes cerânticos em função do elevado númerode cortes necessários. A disposição em amarração, porsua vez, possibilita a correção de imperfeições doscomponentes mais facilmente que a junta alinhada,envolvendo, porém, maior número de cortes e con­seqüentemente dintinuindo a produtividade. E ainda,quando os componentes apresentam distintas di­mensões, porém moduladas, a combinação entre osmesmos. formando diferentes arranjos vem ganhandosignificátivo espaço entre os projetistas derevestimentos.

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.FFIGURA 3.1.1 - Exemplos de disposições de juntas entre componentes cerâmicos para execução de

revestimentos de PISO: (a) em diagonal; (b) alinhada; (c) em amarração; (d,e,f) outras.

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Os espaços deixados entre os componentes cerâmicos,ou seja, as juntas, têm várias funções, dentre as quats sedestacam:

- dar ao conjunto um relativo poder de acomodação àsmovimentações oriundas das deformações estruturaIS(principalmente da laje), das variações térmicas.ehigroscópicas sofridas pelo substrato ou pela própnacamada de fixação;

- proporcionar alinhamento perfeito entre oscomponentes;

- permitir que eventuais diferenças dimensionais entreos componentes não comprometam o prumo dasjuntas;

- re5jlOnder às próprias exigências de fabricação,onundas da limitação dimensional na produção doscomponentes e

- proporcionar acabamento estético que realce a belezado componente individnalmente.

Observa-se pois, que as juntas são imprescindíveis paraque se processe ~ bom. assentamento doscomponentes. Não devera ser aceito em nenhum casorevestimentos de piso sem juntas, pois é frequente o seuarqueamento devido às juntas rigidas ou secas. ASSIm,durante a fixação dos componentes deve-se manterentre os mesmos juntas com largura suficiente para quehaja perfeita iufiltração da pasta de rejuntamento,permitindo a acomodação da cam.ada de revestImento,evitando-se, deste modo, posslVels problemas dedescolamento dos componentes.

3.1.3.2.2 Juntas construtivas

As juntas construtivas, também chamadas juntas deexpansão de trabalho ou de movimentação, sãodetermiruÍdas pela criação de uma linhas ortogonais,cuja profundidade pode ir desde a camada deacabamento até o encontro com o substrato ou até abase, em função do grau de solicitação a que está su­jeito o conjunto do revestimento.

Estas juntas têm como finalidade criar painéis dedímeDSÕes tais que as tensões surgidas pela deformaçãointrinseca (devido a ações internas ao conjunto), nãosuplantem a capacidade resistente dos mesmos, ou seja,as juntas devem ser capazes de absorver as defonnaçõesdo painel permitindo dissipar as tensões surgidas, semque apareçatn fissuras que lhe comprometam a suaintegridade. Além dísso, funcionam ainda como ummecanismo de controle, isto é, ao serem colocadas emposições passíveis de aparecimento de fissuras, devido àdeformação diferenciada de materiais ou componentes(no encontro do piso com a vedação vertical, porexemplo), possibilitam empregar materiais e detalhesconstrutivos adequados para absorver as deformaçõesdiferenciais surgidas, evitando as fissuras e aconseqüente patologia do revestimento.

Estas juntas, no momento do efeito da expansão oucontração do revestimento, devem apresentarcaracteristicas de deformabilidade compativeis comestes efeitos. a fim de absorverem os movimentosintroduzidos; pois, é de fundamental importância queos revestimentos cerâmicos possam se movimentarlivremente a fim de evitar um possível empenamentoou descolamento dos mesmos, com relação ao substrato.

O principio de funcionamento desta junta é criar, norevestimento uma região mais fraca, de modo apennitir a nrlgração das tensões ocorridas no painel,

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mantendo a sua integridade. Assim, deverá tercapacidade de dissipar ou absorver as tensões sem com­prometer o desempenho do revestimento, isto é, não po­derá apresentar fissuras que comprometam a sua estan­queidade, desprender das bordas, ou mesmo soltar-sedo substrato. Para isto, nestas juntas, devem ser empre­gados materiais de baixo módulo de elasticidade demodo a terem capacidade de absorver as deformaçõesdas juntas, sem fissurarem.

No caso específico do revestimento cerâmico para pisosde áreas internas aos edíficios correntes, normalmente,a execução deste tipo de juntas restringe-se ao encontrodo piso com a parede pois, nos revestimentos internos,as tensões surgidas são facilmente díssipadas nas juntasentre componente~,uma vez que, o '!Ível de solicitaçõesé pequeno pois alem de se tratar de arcas protegidas, asdimensões dos ambientes, nonnalmente são redUZIdas.

3.1.3.2,3 Juntas estruturais

As juntas estruturais, geralmente de dilatação daestrutura, são aquelas determinadas pelodimensionamento da estrutura do edifício. Quandoestas juntas estão inseridas na vedação, devematravessar o revestimento,. devendo ser adequada'!,'entetratadas para que não haja .problema de Iufiltraçao deágua, ar ou gases. A específicação deste tipo de juntatem origem na elaboração do projeto estrutural, nãosendo objeto deste trabalho.

3.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS RE­VESTIMENTOS CERÃMICOS

Nesta item, buscar-se-á definir 9s procedí'!,'entosnecessários à execução do revestimento ceranuco,procurando fornecer parâmetros para que o mesmopossa ser devidamente projetado e tenha as suasatividades de execução adequadamente controladas.

Observe-se que independente do t,ipo de componentecerâmico empregado como revestimento de pISO, osprocedimentos de execução são os mesmos, com­preendendo a verificação e preparo do substrato; aaplicação da camada de fixação; o assentamento doscomponentes cerâmicos e a execução do rejuntamento edas juntas construtivas, quando necessárias.

A sistematização de5t!S aí!vidades vem se .t~man,!ocada día mais necessária poIS, o uso de matenaIS cera­micos como revestimento de piso é intenso e vemcrescendo acentuadamente devido, principalmente, aoconjunto de suas caracteristicas que resultam emelevada facilidade de higienização e durabilidade e .re­duzida necessidade de manutenção ao longo da VIdaútil do edíficio.

Entretanto para que o revestimento proporcione odesempenJio esperado, é necessário que se tome umasérie de ClÚdados ao longo do processo de produção,que envolve desde a compra dos componentes eargamassa adesiva até a limpeza. e manutenção dorevestimento executado. Alguns CUIdados báSICOS, queantecedem o início da produção propriamente díta eaqueles inerentes à cada etapa de execução serão abor­dados a seguir.

3.2.1 Cuidados que Antecedem o Processo deProdução

O método de execução, aqní proposto, busca reunír os

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parâmetros fundamentais para que as atividades sejamrealizadas de modo programado e racionalizado,evitando-se desperdicios e possíveis fontes deproblemas patológicos. Para isto, procura-se identificaros principaIS cuidados a serem observados, antes de sedai iIúcio à execução do revestiInento propriamentedito, sendo que estes estão relacionados à compra eestocagem dos materiais e aos equipamentosnecessários às diversas atividades.

3.2.1.1 Compra dos materiais

Pelo que foi abordado no item 3.1, deste capitulo, épossível verificar que estão disponiveis no mercado inú­meros componentes cerâmicos para revestiInento depiso, que geralmente apresentam diferentes caracteristi­caso Além disso, verifica-se também que a camada defixação, executada com argamassa adesiva, pode tercomportamento distinto em função dos seus materiaisconstituintes.

Assim, deve-se buscar efetuar a compra destesmateriais a partir de critérios técnicos, de modo que aescolha dos materiais e componentes não seja subjetiva.Estes critérios técnicos devem estar fundamentados nascaracteristicas específicas dos materiais, cujas princi­pais foram abordadas anteriormente no item 3.1.3.1.

Assim, ao se especificar um lote de determinado padrãode qualidade, com as caracteristicas previamente defi­nidas, rulo se deve receber material de qualidadeinferior. E necessário, pois, que se tenha um critério decompra e aceitação destes materiais.

Este Critério pode ser chamado de controle de qualidadede compra e recebimento de componentes ceramicos, eexige uma metodologia específica para serimplementado. Tal metodologia está ainda emdesenvolvimento devendo contemplar os mais distintoscomponentes. Enquanto isto ocorre, recomenda-se quea compra seja feita de empresas idôneas, que tenhammostrado respeito e valorização do seu produto,buscando-se todas as informações técnicas possíveis,como tipo de controle exercido pela empresa,tolerâncias consideradas para a cl3ssificação docomponente, tipo de queima, indice de porosidade,resistência na flexão, etc. Com estes dados paradistintos componentes, é possivel pelo menos uma ava­1iação qualitativa entre os mesmos, podendo auxiliarnas possíveis decisões. E, nos casos de dúvida acerca deuma específica propriedade é possível que a mesma sejaverificada através dos procedímentos normalizados,cujas referências encontram-se no final deste callítulo.Além destes cuidados é recomendado que a eqwpe deprodução, ao observar qualquer tipo de anormalidadeno componente recebido (empenamentos, quebras, etc.),comunique o fato à eqnipe de compras para que estapossa tomar as providências cabíveis, que neste casopode ser desde a devolução do lote, até mesmo ocancelamento de contrato com a empresa fornecedora.

A compra técnica deve ser estendida também para aargamassa adesiva, em que se deve, inicialmente,conhecer os materiais disponiveis antes de se optar pelacompra de um lote. Para isto, é possível recolheraleatoriamente, amostras de diversas marcas e fazeralguns testes de tempo de abertura, de ajustabilidade ede vida útil da argamassa, cujas caracteristícas foramabordadas no item 3.1. Com estes dados em mãos, e ocusto de cada uma, é possível decidir, qual a argamassaque apresenta maior eficiência, isto é, a queproporciona melhor qualidade por um menor custo. E,enquanto os procedimentos específicos para o controlede qualidade não são implantados, ficam valendo as

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mesmas recomendações dadas para os componentescerâmicos, isto é, durante a utilização, os próprios ope­rários devem fazer uma avaliação qualitativa dando umretomo à equipe de compras quanto ao desempenho domaterial.

3.2.1.2 Estocagem

Os cuidados a serem observados estão funda­mentalmente relacíonados às possíveis perdas edeterioração que podem decorrer de um mauarmazenamento dos materiais.

No que se refere aos componentes, suas característicasde resistência e durabilidade permitiriam que fossemestocados até mesmo a "céu aberto". Porém, sob estascondições, estariam sujeitos a um elevado grau dewnidade e ao acumulo de pó sobre sua superficie quepoderiam prejudicar suas características de aderênciaao substrato. Além disso, deixando-se este tipo dematerial exposto corre-se o risco de serem geradasperdas excessivas, principalmente decorrentes domanuseio indevido (destruição das caixas e con~üentetransporte a granel). Assim, uma vez recebido omaterial na obra, ele deve ser protegido de intempériese, de preferência, ser estocado em local de dificil acessoà maioria do pessoal, sendo. liberado somente nomomento de utilização.

A~ caixas de componentes, que em geral contém 1 a 2m de revestimento, ao serem estocadas, podem serempilhadas somente até uma altura máxima de 2,0 m, afim de que sejam evitados possíveis quedas que venhama danificar os componentes.

A argamassa adesiva, por sua vez, merece cuidadosainda maiores, pois contém ciInento em suacomposição, devendo, assim, ser protegida de intem­péries e umidade, isto é, ser estocada em local fresco eseco, distante de paredes e tetos do depósito; respeitar otempo de armazenamento recomendado pelo fabricante;não formar pilhas com mais de 15 sacos para que seevite o empedramento do material e utilizarinicialmente o material que esteja depositado há maistempo.

Deve-se. observar ainda que em hipó~~~&;'ma deve­se aplicar os revesl1mentos u o-se wnaargamassa com prazo de validade vencido ou que tenhasofrido hidratação parcial devido a problemas dearmazenamento.

3.2.1.3 Equipamentos e ferramentas

Para que as atividades de execução ocorram da maneiramais adequada possível, recomenda-se o emprego deequipamentos e ferramentas próprios à cada atividade,devendo os mesmos estarem em perfeitas condições demanuseio e operação. A segwr, apresenta-se umalistagem dos principais equipamentos empregados nasatividades de execução dos revestiInentos cerâmicos:

a) para preparo e aplicação da argamassa

- colher de pedreiro 9";

- caixote para preparo da argamassa de dimensões:profundidade 0,18 m, largura - 0,55 m ecomprimento - 0,60 m; com altura de 0,70 m;

- balde para transporte da água de amassamento;

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- desempenadeira dentada de aço, com o cabo fechadode ambos os lados, com dimensões dos dentes de 6,0mm X 6,0 mm, afastados um do outro de 6,0 mm;

b) para preparo e aplicação dos revestimentoscerânllcos

- riscador com broca de vídia de 114" devídamenteafiada;

- cortador mecânico da marca "Fermat", referência 2G40;

- furador da marca "Fermat", para cortes circulares;

-lima triangular de 30 a 40 cm;

- torquês peqnena (a menor peça existente no mercado);

- torquês média;

- colher de pedreiro peqnena sem o ferro na ponta docabo;

- espátula de 1";

- placa de compensado de 0,35 m X 0,80 m;

- "makita" com disco diamantado;

- furadeira e serra copo diamantada;

- rodo pequeno para aplicação do rejunte;

- desempenadeira de aço lisa e dentada e

- espátula nO 10 (para limpeza).

3.2.2 Condições para Inieio de Trabalho

As ativídades de execnção do revestimento cerâmicopara piso devem ter início com a verificaçJl.o das con­dições locais, isto é, devem ser verificadas aortogonalidade entre as vedações verticais, a planeza eas condições superficiais do contrapiso, bem como setodas as demais ativídades que antecedem a execuçãodo revestimento de piso estão terrnínadas, tais comoarremates de portas, Janelas, tetos, instalações em gerale os revestimentos de parede. Na realidade,. estasativídades devem estar inseridas na metodologta decontrole de recebimento dos servíços de execução davedação vertical e do contrapiso, entretanto, enqnantotal metodoloçia não for, efetivamente, implantada emobra, estas allvídades deverão ser realizadas precedendoos serviços de execução dos revestimentos a fim de quenão seja comprometida a sua qualidade.

3.2.2.1 Ortogonalidade tias vedações verticais

A ortogonalidade das vedações verticais é ~rtantepois se tratam de revestImentos modulares, assIm, umpeqneno desvío de alinhamento das paredes pode levarà existência das denominadas "facas", ou triangulari­zação dos componentes, deixando à vista, o problemade execução.

A ortogonalidade entre as paredes pode ser verificadacom o auxilio de um esquadro metálico, sendo que aidentificação de problemas de alinhamento da parededeve levar a orna avaliação sobre as possiveisconseqüências da presença das "facas" nos ambientespodendo-se adotar orna postura de se recomendar a cor­reção das mesmas ou de se aceitar a colocação doscomponentes apesar das irregularidades observadas,

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uma vez que a solicitação da correção das vedações, emfunção de suas características específicas, pode resuJtarem um custo adicional elevado. Esta avaliação, natu­ralmente, irá depender das caracteristicas de qualidadeespecíficadas para o empreendimento em questão.

Nos casos em que pequenas irregularidades noalinhamento das paredes forem aceitas, deve-se buscardisfarçá-las o maximo possivel, fazendo com que osarremates sejam realizados nos lugares menos visíveis,tais como atrás das portas ou dos aparelhos hidráulicos(pias, vasos sanitários, etc).

3.2.2.2 Veríficação das condições do substrato

A verificação das condições do substrato dizemrespeíto, à planeza, textura e limpeza superficial docontrapiso que deverá ter sido executado segundo asrecomendações de Barros [19911, sendo que a suaplaneza e regularidade s~ci~ é ~damental para aexecução do revestunento ceranuco, poIS trata-se de unIrevestimento fino, e assim, não possibilita realizaracertos na camada de fixação. A verificação dascondições de terminalidade do contrapiso deverá serrealizada segundo as recomendações de Barros [1991J,anteriormente citado, sendo que a sua texturasuperficial deverá ser do tipo medianamente áspera.sendo obtida com o acabamento desempenado commadeira após o sarrafeamen\o. Tal textura pe.rmite umgrau de aderênCIa compatível com a mal?na dassituações de exposição do revesllmento e 3Inda ummenor consumo de argamassa adesiva do que a su­perficie simplesmente sarrafeada, auxiliando ainda nascondiçõcs de planeza.

3.2.3 Execução da Camada de Fixação

Os procedimentos aqui abordados dizem respeito aopreparo e aplicação da arg~ adesiva, paraposterior fixação dos componentes ceranucos, devendo­se observar que a aplicação desta camada deveráocorrer o mais tarde possível, sendo que o prazo mí­nímo a ser respeitado é de 7 dias a partir da execuçãodo substrato pois, neste período, ocorrema maior partedas tensões de retração do mesmo, 1IWlI1WZaI1do, assun,o seu efeito sobre a camada de revestimento.

O preparo da argamassa deverá se dar em um caixoteprOpno, cujas dimensões, dadas no item 3.2.1.3, alémde considerar o~ aspectos ergon~DUcos, .proporct0n:mdomaior produtiVIdade ao operário, co1lSldera também ovolume de material que os sacos de argamassa contêm eainda, a possibilidade de se entrar com o mesmo nasáreas de banheiro cujas dimensões usuais da porta sãode 60 em.

Para o preparo da argamassa, o caixote deverá estarisento de qualquer resíduo que possa alterar as suas ca­racterísticas, como argamassas velhas, água, etc. Aquantidade a ser preparada não deverá ultrapassar anecessária para um período de ~balho de 2 a ~ ~oras,sendo portanto função da produllVldade do operano. Dequalquer maneira, não se recomenda o preparo dequantidade superior à contida em um saco.

O volume de água a ser DÚsturado para o preparo éfunção da composição da argatnassa adesiva, podendovariar de um produto para outro.. A água deve seradicionada em quantidade sufiCiente para que aargatnassa seja trabalhável, isto é, p~ que possa seradequadamente espalhada pela SUperfiClC. Para as arga­massas usualmente disponíveis no mercado, sobcondições normais de temperatura, a proporção

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recomendada é de cerca de 4 partes de argamassa paraI deágna.

Após a adição da ágna é necessário que o material sejadevidamente misturado até que se obtenha uma pastaconsistente, de boa trabalhabilidade e sem queapresente grumos. A mistura pode ser feita com oauxílio da colher de pedreiro.

A consistência ideal da mistura poderá ser observadaaplicando-se um pouco de argamassa sobre o substrato,utilizando-se a desempenadeira dentada. Os cordõesresultantes deverão estar bem aderidos e não devemabater-se. Deve-se observar que não é permitido oacréscimo de mais ágna após a mistura inicial.

O tempo recomendado pelos laboratórios de pesquisa,para o repouso da argamassa apás o preparo, é de 30mmutos. Entretanto, nas propnas embalagens domaterial, as recomendações para este tempo variam de10 a 15 mim. Recomenda-se pois, que seja feito umaavaliação visual das caracteristicas de trabalhabilidadeda argamassa a fim de que seja encontrado o tempoideal. Quanto maior o tempo de repouso melhores ascaracteristicas de trabalhabilidade e de desempenho daargamassa endurecida, entretanto, não se deveultrapassar o prazo de 30 minutos pois o tempo deutilização ficaria muito reduzido, podendo diminuir aprodutividade dos operários e resultar em desperdiciode argamassa.

AJlÓs o preparo, a argamassa deverá ser espalhadaCUIdadosamente sobre a superfície utilizando-se adesempenadeira de aço dentada, anterionnenterecomendada. A indicação de uso de umadesempenadeira com o cabo fechado em ambos os ladosé para que se possa proporcionar maior segurança eenergia na aplicação da argamassa.

A aplicação da argamassa deve ser iniciada com o ladoliso da desempenadeira imprimindo-se uma pressão su­fiCIentemente forte para que a argamassa adira aosubstrato, buscando-se,. com esse procedimento,unifonmzar a superfíCIe. Em seguida, passa-se adesempenadeira com o lado dentado, que resultará naformação dos cordões, cuja altura resultante deve ser daordem de 3 mm, podendo variar entre 2 e 5 mm com amaior ou menor inclinação da desempenadeira, emfunção das caracteristicas de unifonnidade do substratoe do tardoz do componente cerâmico.

De modo geral, quando há a necessidade de umaespessura de argamassa superior a 5 mm, é porque osubstrato está mal acabado ou porque os componentescerâmicos empregados estão com um empenoexcessivo. Neste caso, dever-se-á considerar ospossiveis efeitos da retração da argamassa sobre orevestimento e ainda, o acréscimo de custo norevestimento em função de uma espessura superior àrecomendada. Torna-se, portanto, um procedimentonão racionalizado, caracteristica intrinseca do processoconvencional, que se busca eliminar quando daaplicação da argamassa adesiva.

A aplicação dos componentes sobre a argamassa deveráocorrer antes da formação de urna pelicula esbranqui­9a~ sobre os ~rdões. O aparecimento de tal peliculamdica que tenmnou o tempo de abertura, não sendomais possivel a aderência dos componentes com osubstrato. A pressão feita sobre o componeute, ao serassentado, apenas amassará os cordões, vindo maistarde a ocorrer o descolamento dos mesmos. Caso apelícula venha a se formar, a argamassa deverá ser re­tirada e a superfície cuidadosamente limpa, refazendo­se, na seqüência, o espalhamento de nova camada doadesivo.

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A área màxirna a ser coberta pela argamassa estendidasobre a superfície de urna só vez, vai del?ender dotempo de abertura da argamassa adesiva utilizada, quedeve ser testado imediatamente antes do inicio dostrabalhos e depende ainda das condições ambientais emque está se executando o revestimento e da habilidadedo operário. Em condições normais de tempo etemperatura e para os materiais disponiveis e ainda,considerando-se um operário de média produtividade,não se recomen~ espalhar a argamassa sobre áreasuperior a 1,0 m . Esta área deve ser ainda menor noscasos em que a superfície a ser revestida apresenta-secom muitos recortes, como é o caso de banheiros quecontêm diversos aparelhos hidráulicos e ralos.

3.2.4 Execução da Camada de Acabamento

Apesar da grande diversidade de componentescerãmicos existentes no mercado, as técuicasempregadas para a sua execução utilizando-seargamassa adesiva são praticamente as mesmas.

Após a verificação das condições do substrato, comorecomendado no item 3.2.2.2, tem inicio o preparo e aaplicação da argamassa adesiva, confonne osprocedimentos anterionnente colocados, sendo, a partirdai, aplicados os componentes cerâmicos e executadasas juntas.

3.2.4.1 Aplicação do revestimento cerâmico

A execução do revestimento deve ser iniciada com acompatibilização entre as dimensões reais doscomponentes a serem aplicados (incluindo-se as juntas)e as dimensões do ambiente a ser revestido. Para isto,partindo-se das especificações das juntas dadas emprojeto, os componentes devem ser previamenteespalhados sobre a superfície a ser revestida, em duasfiadas ortogonais, como ilustra a figura 3.2.1a,buscando-se acertar as dimensões das juntas, de modoque se tenha o mínimo de recorte possivel. Esteprocedimento deve ser iniciado pela porta de entrada,pois ai, devem ficar os componentes inteiros, deixando­se que os recortes, quando necessários, sejam execu­tados no fundo do ambiente.

Ob~rve:se,llue nos casos em que o projeto ~specificar apagmaçaol.l) dos componentes, o seu poSICIonamentodeverá seguir rigorosamente a distribuição doscomponentes do revestimento vertical, caso tenha sidoexecutado, on o projeto de paginação. Observe-se aindaque para haver perfeita coincidência das juntas verticaiscom as de pISO, faz-se necessário 'l.ue ambos oscomponentes sejam da mesma procedênCia e tenham assuas dimensões compativeis.

Com os componentes modulados em função do projetoe do ambiente, deve-se distribuir a argamassa adesivaapenas para as duas fiadas mestras que devem serperpendiculares entre si, sendo que urna fiada deveestar próximo à porta de entrada e a outra, na paredeoposta, confonne ilustra a figura 3.2.lb.

Após o espalhamento da argamassa, tem início afixação dos componentes cerâmicos, a partir dasextremidades de cada fiada, a fim de que se tenhacomponentes de referência, pelos quais, deve ser

(2) Entende-se por paginação a concordância a ser dadaentre os componentes de revestimento vertical e os de piso,de forma que haja um perfeito alinhamento entre as suasjuntas, em todas as direções do ambiente.

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passada uma linha que servirá de guia para a fixaçãodos demais os componentes cerâmicos.

Com as linhas posicionadas, deve-se verificar oesquadro entre as duas fiadas perpendiculares e onivelamento dos componentes fixados, dandocontinuidade á fixação dos demais componentes,espalhando-se a argamassa adesiva conforme OSprocedimentos anteriormente colocados, até que todo oambiente esteja revestido, guiando-se sempre pelaslinhas que vão sendo transferidas após a execução decada fiada.

o correto alinhamento dos componentes exige que o fioesteja faceando todas as juntas, sendo que o possiveldesvio de algum componente em relação a este fio, nãodeverâ ullIapassar 2,0 mm.

Fazendo-se esta verificação o mais amiúde possível,pode-se proceder rapidamente as correções doscomponentes que tenham extrapolado os limitestolerâveis, evitando-se o acúmulo de erros nas demaisfiadas.

Estes procedimentos estão ilustrados na figura 3.2.lc e3.2.ld

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FIGURA 3.2.1 - Procedimentos de execução do revestimento ceram.co para piso [Fonte: SENAI): (a)distribuição da cerâmica a seco buscando-se o mínimo de recortes; (b) espalhamento daa'lamassa adesiva para as fiadas de referência; (c) fixação dos componentes de referência eesticamento da linha; (d) complementação da fixação dos componentes com transferência dalinha de referência.

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FIGURA 3.2.2 - Detalhe da junta no encontro entrc as superfícies horizontal e vertical, revestidas comcomponentes cerâmícos.

Nos casos em que as paredes sejam revestidas comcomponentes cerâmicos, recomenda·se que estes sesobreponham ao revestímento de píso a fim de pos­sibilitar melhor acabamento da junta, garantindo-Ihe aestanqueidade, bem como proporcionando a execuçãode um detalhe construtivo que pemúta a existência deuma junta de movimentação no encontro das duassuperficies. O detalhe de execução deste encontro estáilustrado na figura 3.2.2.

Recomenda-se que o rejuntamento do encontro entre asduas superficies seja executado com uma argamassa debaixo módulo de elasticidade (argamassa fraca), ou omesmo material empregado no rejuntamento doscomponentes verticais.

O assentamento das fiadas deve observar os corretosprocedimentos para os cortes das peças, quandonecessários, como por exemplo nos encontros comaparelhos sanitários e ralos e com possíveis detalhesconstrutivos tais como as soleiras, recomendados noitem 3.2.4.2.

Para que se obtenha uma adequada fixação dosco~nentes cerâmicos, empregando-se a argamassaadesIva, deve-se imprimír sobre os mesmos,. umapressão adequada que pemúta que o excesso daargamassa flua para fora do componente, objetivandoconseguir o máximo de contato entre o tardoz e osubstrato. Esta pressão pode ser dada por leves batidassobre os componentes empregando-se o cabo da colherde pedreiro desde que se retire dela o acabamentometálico, uma vez que este pode danificar a superficiedo componente.

3.2.4.2 Previsão e execução dos cortes das peçascerâmicas

Os cortes das peças cerâmicas deverão ser devidamenteplanejados e executados antes que se processe aaplicação da argamassa adesiva, de modo que nãoapresentem rachaduras, nem emendas, resultando emarremates perfeitos. Para que isto seja possível, reco­menda-se que os mesmos sejam feitos comeq,uipamentos e ferramentas cujas superficies de cortesejam providas de vidia ou diamante, pois o empregodestas facilita o trabalho, aumentando a produtividade;pemúte a obtenção de cortes uniformes e diminui osdesperdicios de componentes cerâmicos.

Os principais equipamentos I?ara corte doscomponentes foram relacionados no Item 3.2.1.4, sendoempregados diferencialmente em função do tipo decomponente cerâmico e de corte a ser executado.

Para o caso de revestímentos cerâmicos de menorresistência mecânica os cortes retos P.?derão ser feitosempregando-se o riscador (broca de Vldia 114" afiada noesmeril), sendo empregado a torquês quando necessitarde cortes circulares. Quando o componente for de maiorresistência, como é o caso da maioria dos revestimentospara piso, deve-se empregar, no caso de cortes retos, ocortador mecânico de marca "Fermat" modelo 2G 40 oua 'makita" com disco diamantado, sendo que paracortes circulares com diâmetro de 25 a 80 mm, pode-seutilizar o furador manual de marca "Fermat" auxiliadopela torquês. Porém, por se tratarem, de modo geral, dereveslímentos de elevada dureza superficial, quandopossível, recomenda-se a substituição do furador poruma furadeira elétrica, provida de serra copo dia­mantada com gula interna, que possibilita a execução

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FIGURA 3.2.3 - Equipamentos e ferramentas empregados no corte dos componentes cerâmicos destinados arevestimentos de piso: (a) riscador com ponta de vidia; (b) cortador manual "Fermat". modelo2G/40; (c) serra tipo "makita"; (d) furadeira elétrica com serra copo.

de cortes circulares com perfeição. A figura 3.2.3apresenta os principais equipamentos e ferramentasempregados.

3.2.4.3 Execução das juntas

Como visto anteriormente, as juntas que compõem acamada de acabamento, no revestimento cerâmico depiso, podem ser de várias naturezas: entrecomponentes; em continuidade às juntas estruturais econstrutivas (no encontro do revestimento com paredes,pilares, saliências ou com outros tipos de revestimento).

Considerando-se as funções de cada tipo de junta, elasapresentam particularidades para a sua execução.Tendo em vista, porém, o objeto deste documento, serãoabordadas, a seguir, apenas as juntas entrecomponentes e as construl1vas ou de movimeutação,salientando-se que a execução das juntas estruturais,quando atravessarem a camada de revestimento, deveseguir as recomendações contidas no projeto estrutural.

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3.2.4.3.1 Execução das juntas entre componentescerâmicos

Os principais requisitos de desempenho exigidos deuma junta entre componentes são: o seu alinhamentoem ambas as direções e unifonnidade de espessura, afim de atender às necessidades estéticas da camada deacabamento; a sua estanqueidade, a fim de evitarinfiltrações a capacidade de absorver deformações parapossibilitar ao revestimento a dissipação de parte dastensões nele surgidas.

Para que as juntas possam atender aos requisitoscolocados, faz-se necessário que sejam respeitadasjuntas miuimas entre os componentes, sendo estassugeridas ua tabela 3.2.1.

A fim de que as juntas apresentem as espessurasrecomendadas no' projeto e sejam uniformes,recomenda-se o emprego de urna galga durante afixação dos componentes, que pode ser a própria linhaou espaçadores padrouizados. Além disso, recomenda-

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se, ainda, a contínua verificação do alinhamento dasjuntas em ambas as direções.

A estanqueidade e a capacidade de dissipar tensões, porsua vez, somente serão garantidas a partir da utilizaçãode maten31S adequados e de uma correta técnica deexecução do rejuntamento.

TABELA 3.2.1 - Dimensões mínimas entre os com­ponentes cerâmicos

dimensões dos dimensões dasI oomponentes (mm) I juntas (mm) I1----------------------+-------------------1I 100 X 100 1 2, O 11 100 X 200 1 2,0 II 200 X 200 1 3,0 1I 200 X 300 I 3,0 1I 300 X 300 1 3,0 11 400 X 400 1 5,0 1

Recomenda-se que o rejuntamento dos componentesseja realizado respeitando-se um prazo em torno de 24horas, após a fixação dos mesmos. Esta orientação vemno sentido de proporcionar maior acomodação do reves­timento, minimizando o efeito das tensões que surgemno conjunto, bem como de evitar que, ao ficar mnitotempo exposto, sUIJam problemas com o possívelacúmulo de sujeira.

Para que o rejuntamento possa ser iníciado éí!Dprescíndivel que as juntas estejam devidamentelimpas, sendo que a hmpeza pode ser realizada com1lJ!I3. vassoura ou escova de piaçava para que sejameliminados todos os resíduos que possam prejudicar aaderência do material de rejunte aos componentes e aosubstrato, como por exemplo, poeira e resíduosexcessIVos de argamassa adesíva. Além dos cuidadoscom a limpeza, em condições de tempo excessívamenteseco e.~m elevadas. temperaturas é possível que sejanecessano o umedecnuento das Juntas previamente àsua execução, principalmente quando forem em­pregadas argamassas e pastas convencionais(produzidas ua própria obra) cUJo poder de retenção deágua é reduzido. Sob condições ambientais normais ou9,uando. .do emprego de argamassas e P*mdustnallzadas, o umedecImento da junta não se faznecessário.

Os materiais empregados no rejuntamento devema~nder a algumas características básicas a fim de que oreJ'!D~e d;ese1?penhe a sua função, sendo as príncipais:resrslenCla a compressão; elasticidade' fonnulaçãobacterícida e fungicida e embelezamento e realce doscomponentes. Estes materiais podem ser produzidos nap~ópría obra, como as pastas e argamassas à base deetrnento comum ou eventualmente branco ou sãoproduzidos indus~aImente constituindo-se de pastas eargamassas prOVIdas de aditivos especiais que me­lhoram o desempenho do rejunte.

Os materiais de rejunte produzidos na própria obra. demodo geral, são à base de cimento comum. Nos casosde juntas de espessura reduzida, isto é, até 2,0 mm, é~omum o emprego de pasta de cimento. Quando asJuntas são maIS espessas, isto é, acima de 2,0 mm até5,0 mm, é comum o emprego de argl!1llassas que podemser prodUZIdas uuhzando-se uma nustura de cimento eareia fina na proporção de I: I. Quando a espessura dasJuntas for supenor a 5,0 mm, recomenda-se o empregode uma argamassa de cImento e areIa fina na proporção

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de I :2, sendo as proporções dadas em volume de ma­teriais úmidos.

A indicação de uso de uma argamassa nas juntas maisespessas, em substituição à pasta de cimento, deve-se aofato de que a elevada espessura implica num maiorpotencial de fissuração caso seja empregado apenas aPasta. Utilizando-se uma argamassa, este potencial édiminuido preservando as juntas de possiveis fissuras eo revestimento de possíveis infiltrações.

Apesl!f de não ser muito comum, é possível que sejaespecificado a execução de um rejuntamento coloridopara o piso. Este material pode ser obtido na própriao~ra desde que se produza UU13 pasta ou argamassa decImento branco, acrescida de algum óxido metálico dotipo "pó xadrez". Neste caso, a proporção máxiU13 ri serempregada é de 20% de óxido, em relação à massa totalde cimento, pois este pigmento, se colocado em teorexcessivo, pode vir a provocar a deterioração da junta.

Observa-se pois, que a produção do Ul3terial de rejuntena própria obra, deve envolver uma série de cuidadoscom os materiais básicos e com a sua dosagem a fim deque seja obtido um produto de qualidade compatívelcom as necessidades de utilização.

Hoje, com o avanço da indústria dos materiais deconstrução, é possível obter o material de rejunte prontopara ser empregado na cor desejada e com ascaracterísticas compatíveis à diversas SiU13çõeS de uso,como por exemplo um Ul3terial especifico para juntasfinas, outro para juntas mais espessas.

É pois, .mais racional o emprego dos produtosmdustnalizados uma vez que estes, além de apresentaruma dosagem melhor controlada, traz em sua compo­sição materiais que pennitem um desempenho dorejunte potencialmente otimizado em função de suacomposição especifica como por exemplo, as resínasque são introduzidas para maior retenção de água,diminuindo o potencial de fissuração, e ainda Ul3teriaisfungicidas e bactericidas que pennitem uma maiordurabilidade das juntas. Além disso, são de muito maisfácil produção em obra, poís para o seu emprego, bastaque sejam misturados com água.

Quando da utilização de produtos pré-dosados, porém,cabe lembrar que deverão ser adquiridos de empresasidôneas, pois, é necessário que suas caractensticassejam comprovadas, como por exemplo, os rejuntescoloridos devem apresentar cores finnes e consistentes,não mancharem e não desbotarem.

Após a limpeza das juntas e com o material dereJuntamento pronto, tem inicio a execuçãopropriamente dita, que consiste no espa!JIamento dap~ ali argamas83; de rejuntamento que deverá ser~stribnida de man~l.ra que penetre uniformemente nasJuntas, com o auxilio de um rodo pequeno, em mo­vimentos alteITl3dos (semelhante ao limpador de pára­bnsas), de modo a preencher todas as juntas nãopennitindo que haja excesso ou falta de material. '

Com as juntas preenchidas, as mesmas poderão serfrisadas com madeira ou ferro redondo recurvado oudando outro fonuato confonne especificações' deprojeto. Este procedimento pennite uma maiorcompa0dade da junta diminuindo a sua porosidade e,consequentemente, aumentando a sua estanqueidade.

Logo após a conclusão do rejuntamento, deve-se dar umtem~ para a secagem da.juntas, procedendo-se, emsegmda, a hmpe7.3 dos componentes cerâmicosutilizando-se um pano úmido, estopa ou sisal.

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3.2.4.3.2 Execução das juntas construtivas

A definição das técnicas de execução das juntas demovimentação ou construtivas deve considerar oprincípio de funcionamento das mesmas que é o decriar uma linha de dissipação de tensões seja peloemprego de um material de baixo módulo deelasticidade ou mesmo pelo enfraquecimento destaregião através do corte do substrato de modo que estaregião não seja preenchida, quando possível, ou tra­tando-a com materiais adequados, pennitindo que astensões sejam dissipadas.

Como abordado no item 3.1.3.2.2, anteriormente nocaso de revestimentos de piso com componéntescerâmicos, em áreas internas, as solicitações são depequena intensidade, sendo facilmente absorvidas pelasJunlas entre componentes. Assim, recomenda-se para osedifícios usuais, a execução de uma junta construtivaapenas ao redor do ambiente, conforme ilustra a figura3.2.2, que sendo adequadamente executada é capaz deabsorver as solicitações usuais.

Observe-se, porém, que esta recomendação deve serconsiderada como preliminar, pois, há ainda, um longocaminho a se percorrer na avaliação dos diversosmateriais e técnicas disponíveis para a execução destetipo de juntas, pois inexistem informações precisasacerca do seu comportamento real quando submetidasàs diversas condições de solicitação.

3.3 PATOLOGIA DOS REVESTIMENTOS CER­MICOS

Como para quaisquer outras atividades da obra, aocorrênci~ de problemas ou manifestações patológicasno reveslImento cerâmico, POderà ter origem tanto nafase de projeto e concepção ao revestimento como na deprodução e utilização dos mesmos, sendo que osproblemas decorrentes desta última, em geral, têmorigem no uso inadequado do revestimento, ou seja noUSO não previsto em projeto.

Os problemas originados no projeto podem decorrer daespecificação inadequada dos materiais constituintes dacamada de revestimento, em função do uso esperadopara o ambiente, ou pela omissão de detalhes construti­vos importantes para o desempenho do revestimento,tais como juntas, soleiras e rodapés. Desde que estasquestões sejam inicialmente observadas,provavelmente, os posslveis problemas que poderãoaparec~r não serão frutos desta etapa do processoproduuvo.

Os .problemas decorrentes do processo de produção sãoCII3lS complexos e em geral é o processo de execuçãoque causa os CII3lores proble~. no revestimento, poisele envolve uma séne de vanavels que nem sempre sãocontroladas no canteiro de obras, tais como a qualidadedo material recebido, as caracteristicas da mão-de-obraempregada, as especificações para a execução, aqualidade de execução de serviços anteriores .ao revesti­mento, etc. Observe-se pois, que eslas variàveis estãosempre relacionadas ao controle de qualidade doprocesso que deve se dar em todos os momentos, desdea compra e recebimento do malerial até o recebimentodo serviço executado.

Os problemas mais comumente verificados nosrevestimentos ceràmicos de piso são: perda deaderência (descolamento); trincas, gretamento efissuras; deterioração do rejuntamento e eflorescências,

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sendo que as principais causas e conseqüências de cadaum serão abordadas a seguir.

3.3.1 Perda de Aderência (descolamento)

A perda de aderência pode ser entendida como umprocesso em que ocorrem falhas ou ruptura na interfacedos componentes cerâmicos com a camada de fixaçãoou na interface desta com o substrato, devido às tensõessurgidas ultrapassarem a capacidade de aderência dasligações.

Com relação aos sintomas, pode-se observar.inicialmente, a repercussão de um som oco em algunscomponentes, seguido do descolamento dos mesmos,podendo ocorrer, eventualmente, o descolamentoImediato.

,As causas do descolamento dos componentes podem serdiversas sendo uma das mais importantes a intensidadecom que ocorrem as tensões de compressão no painelde revestimento, devido à acomodação do conjunto daconstrução, à fluência da estmtura de concreto armadoe às variações higroténnicas e de temperatura. Cabeobservar aqui, que o ritmo acelerado de execução doedifício em muito pode contribuir para intensificar astensões sofridas pelo revestimento de piso, agravando oproblema em questão.

Atualmente, o espaço de tempo entre a execução daestrutura e dos revestimentos é muito reduzido. nãopennitindo que aquela tenha sofrido sua completaacomodação. Assim, ao se processar a acomodaçãoestmtural, tensões de compressão são introduzidas nacamada de revestimento, solicitando-as intensamente.

Assim, pode-se citar como possíveis causas dodescolamento: o grau de solicitação do revestimento; ascaracterísticas das juntas de assentamento e demovimentação; a ausencia de especificação dos serviçosde execução; a imperícia ou negligência da mão-de­obra; a utilização do adesivo com prazo de validadevencido; a fixação dos componentes ceràmicos após ovencimento do tempo de abertura da argamassa adesívae a presença de puIverulência ou de materiais deletériosnas superficies de contato (base-regularização­componente ceràmico), fatores que nem sempre sãoobservados quando da execução do revestimento.

Ao se identificar o problema, deve-se buscar conheceras causas que levaram à sua existência, traçando umaestraté2ia de ação para que se realize o levantamento ea verifícação de todas.

Pode-se buscar conhecer, inicialmente, o tipo deruptura ocorrida, verificando-se o estado do verso doscomponentes (tardoz) e o estado do substrato,identificando se a ruptura se deu entre a camada defIxação com o componente, desta com o substrato, oumesmo do próprio substrato.

Além destas infonnações deve-se buscar conhecer ascondições em que os componentes foram executados,isto é, tentar levantar as características dos materiais eda mão-de-obra empregados, o periodo de execução dorevestimento e ainda, as condições de exposição a queos componentes estiveram sujeitos ao longo da sua vidaútil, as características do substrato (resistênciamecânica, umidade, etc.), dentre outros.

A partir das informações obtidas busca-se realizar umdiagnóstico do problema, sendo que qualquer que sejaele, deverà ser registrado através de documentosdevidamente elaborados, obtendo como resultado partedo dominio tecnológico sobre o assunto, além de

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promover uma J(ossível retroalimentação dasinformações obtidas a nível de projeto e de execução deobras, a fim de prevenír ou detectar os principaisagentes responsáveis pelos descolamentos, paraaplicação em futuros empreendimentos.

Vale observar <.Iue o problema do descolamento docomponente ceralTI1CO e rruus acentnado nos casos emque os mesmos são assentados por argamassaconvencional, que apresenta um elevado indice deurnídade em sua constituição, além de apresentarelevada espessura uma vez que é a própria argamassade regulanzação. Nos casos de emprego da argamassaadesiva, quando o material é de garantida qualidade erespeitou-se o seu tempo de abertura durante aexecução, este problema é bastante reduzido poistrabalha-se com um substrato mais seco e umaargamassa de reduzida espessura.

3.3.2 Trincas, Gretamento e Fissuras

Estes fenômenos caracterizam-se por resultarem naperda de integridade da superfície do revestimentocerâmico, podendo até mesmo levar ao seu desco­lamento do substrato.

A trinca, pode ser entendida como a ruptura dorevestimento em função de solicitações de grandeintensidade, geralmente causadas por deformaçãoexcessiva do subsistema vedação horizontal ou daprópria estrutura do edifício, não estando orevestimento preparado para absorvê-las.

O gretamento e o fissuramento, por sua vez, sãoaberturas liniformes que aparecem na superfície docomponente, provenientes da ruptura parcial de suamassa, ou seja, a ruptura que não divide o seu corpo porcompleto. São caracterizadas por apresentarem,aberturas inferiores a um mílimetro e, de modo geral,são decorrentes de deformações de pequena amplitudeoriginada por pequenas variações térmicas ouhigroscópicas no revestimento ou mesmo ausência dedetalhes construtivos tais como as juntas demovimentação.

As manifestações destes problemas podem surgir demaneira generalizada nos painéis revestidos, ou atémesmo, em um único componente cerâmico, emquaisquer direções.

Os problemas de trincas e fissuras têm sido observadoscom maior frequência nos primeiros e últimos pavi­mentos, o que possivelmente, é resultado da falta deespecificação de juntas de movimentação e detalhesconstrutivos adequados para as solicitações sofridas porestes pavimentos. Tais técnicas são mecanismos ÍD­dispensáveis para manter a integridade do re­vestimento, sendo amplamente utilizados em paisestecnologicamente mais avançados. Neste sentido avalia­se que mníto ainda tem para ser estudado, de modo a sebuscar condições de produção especificas para ospavimentos mais críticos.

3.3.3 Deterioração do Rejuntamento

Os rejuntes, em geral, não vem sendo consideradoscomo um serviço técníco de importância para odesempenho do conjunto do revestimento. Na realidade,desconhece-se as suas verdadeiras funções, atribníndo­lhes somente aquelas referentes à estética do conjunto.Não se considera que este componente é o principalresponsável tanto pela estanqueidade da camada deacabamento como pela possibilidade de absorver as

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deformações a que o conjunto estiver sujeito, em fimçãodas solicitações de uso. Tal postura, assumida pelomeio técníco, tem sido em grande parte a responsávelpelos principais probleluas originados pela deterioraçãodeste componente, que pode ocorrer através de doismecanismos: perda de estanqueidade ou enve­lhecimento.

A perda de estanqueidade das juntas, tanto entrecom,POnentes como de movimentação, mnítas vezes,inícla-se logo após sua execução, pois procedimentosinadequados de limpeza, promovem a deterioração departe de seu material constitnínte que, somada aosatalJl!es agressivos do meio ambiente, ou de.solicitaçõesdevrdo a movimentos diferenciais, desencadeiam umestado de vulnerabilidade de sua integridade, podendooriginar fissuras ou mesmo trincas ocorrendo, assim, oprocesso de desenvolvimento de um problemapatológico como o descolamento e a eflorescência, porexemplo, pela possibilidade de infiltração de água.

Quanto ao desgaste do rejuntamento por en­velhecimento, dois tipos de juntas devem ser abordadas:as juntas entre componentes executadas quase quegeneralizadamente em pasta de cimento e as juntas demovimentação em que preferencialmente devem ser uti­lizados materiais com maior poder de absorver defor­mações.

No que se refere as juntas entre componemes, como sãoà base de cimento apresentam uma excelente durabili­dade, desde que bem executadas, caindo seudesempenho somente quando há uma associação deagentes agressivos tais como ataque de fungos e apa­recimento de fissuras e etc.

Quanto às juntas de movimentação, no Brasil a práticade sua execução ainda não existe, sendo empregadasapenas em casos mníto especiais. Assim, sua avaliaçãosó poderá ser realizada no momento em que as mesmasforem projetadas e executadas com selantes especiaiscomo os à base de poliuretano, de polissulfeto, silicone,etc. Em média, sabe-se que estes materiais, nos paísesem que são empregados, têm uma vida útil de cincoanos, devendo ser revisadas após este periodo.

3.3.4 Eflorescência

A efiorescência é um problema patológico que, demaneira geral, afeta a estética dos revestimentos depiso, causando alterações na aparência superfícial doscomponentes onde se deposita.

O fenômeno pode ser entendido como a formação deum depósito cristalino (sal) numa determinadasuperfíCie devido a ação do meio ambiente ou ainda,por ação qnímica. Ela, geralmente, é causada pelomovimento da á~ através de um material poroso(coIDJ?Onente ceramico ou junta), onde são carreadassubstãncias solúveis que serão depositadas sobre sua su­perfície após a evaporação da água, sendo <.Iue no casodos revestimentos cerâmicos esmaltados e comum adeposição de um líquido viscoso sobre o esmalte docomponente, originado da reação dos constituintes doesmalte com os sais solúveis. Este líquido, quando seco,torna-se rígido e de dificil remoção.

Observe-se que de modo geral são necessários, para oaparecimento do fenômeno, ao mesmo tempo, apresença de substâncias solúveis, de água e de um meiode transporte dessa solução J(ara a superfície(porosidade), ou ainda de constituintes especificos nacomposição do esmalte capazes de reagir com os saissolúveis, originando o liqUido viscoso.

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deterruinação do

Até pouco tempo atrás, o fenômeno da efIorescência,em suas duas formas (sal cristalino ou liquido viscoso),foi um problema de relativa gravidade para osrevestimentos cerâmicos de piso, pois comoanteriormente abordado, a água é um componenteessencial do processo de ocorrência. Assim,revestimentos assentados com argamassa plásticaconvencional sempre estavam sujeitos a este problemapois apresentavam um meio propício para o desenvol·vimento do fenômeno, ou seja, sais solúveis presentesnos constituintes da argamassa, água e porosidade.

Hoje este problema, se não. foi totalmente eliminadoestá, em grande parte minimizado, pois o processo deprodução dos componentes cerâmicos tem avançado,resultando em melhor qualidade do esmalte e baixaporosidade. Além disso, o emprego de contrapisospreviamente executados e da argamassa adesiva nacamada de fixação muito tem contribuido para o desa­parecimento do problema, uma vez que a umidadepresente é reduzIda consideravelmente, se comparadocom o processo convencional. Hoje, vem sendoobservados, apenas, pequenos problemas deeflorescência no rejuntamento entre os componentes.

O rejuntamento executado com pastas de cimento ouargamassas plásticas ainda apresentam os elementosessenciais para a ocorrência do fenômeno, sendo queeste é agravado quando do uso de rejuntes coloridos,pois a eflorescência, por ser branca se destaca nomesmo, agravando o problema estético.

A execução de rejuntes com pastas contendo poucaágua ou mesmo com produtos industrializados edevidamente controladas o seu processo de produçãobuscando-se reduzir a sua porosidade, pode eliminarcompletamente o problema, observando-se que asimples lavagem da superficie do revestimento, namaioria dos casos, é capaz de removê-la, podendo p0­rém, voltar a surgir, em função das condições am­bientais serem ou não propícias. Ao longo do tempo,porém, os sais vão sendo eliminados, tendendo aodesaparecimento do fenômeno.

Diante da reflexão realizada neste capítulo éindispensável que as pesquisas sobre as patologias dosrevestimentos cerâmicos para piso sejam direcionadasao desenvolvimento de ensaios para avaliação dedesempenho do conjunto, buscando-se identificar asprincipais fontes de ocorrências patológicas e assoluções jl3r3 que as mesmas não matS ocorram ou pelomenos sejam minjmizadas,

Para o momento, acredita-se que seja necessário umarevisão nas fases de elaboração de projetos e deespecificação dos 'procedimentos execut.lvos, a fim deserem atingidos mveis tecnológicos compativeis com acomplexidade dos empreendimentos que estão sendodesenvolvidos. E, para que se evolua na tecnologia deprodução destes revestimentos faz-se necessário queexista um projeto especifico que integre as exigênCIasarquitetôuicas com as poSSlbiJidades técuicas; umprojeto que venha a compatibilizar os materiais a seremempregados cOIJl as reaIS condições de solicitação dosrevestimentos. E pois na fase de concepção do projetoque se encontra o caminho para a melhoria dequalidade das construções e a conseqüente diminuiçãodos problemas patológicos.

NORMALIZAÇÃO NACIONAL RELATIVA AOSCOMPONENTES CERÂMICOS PARA REVESTI­MENTOS DE PISO, EDITADAS PELA ASSO­CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS(AB.N.T.).

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NBR-6455/80 Ladrilho cerâmico não esmaltado -Especificação

NBR-6480/86 - Piso cerâmico - determinação daabsorção de água - Método de Ensaio

NBR-6481/80 - Ladrilho cerâmico não esmaltadodeterruinação da resistência ao desgaste por meio deabrasão - Método de Ensaio

NBR-6482/86 - Piso cerâmico - determinação dasdimensões - método de Ensaio

NBR-6501/86 - Piso cerâmico - formatos e dimensões ­Padrouização

NBR-6504186 - Piso cerâmico - Terminologia

NBR-9445/86 - Piso cerâmico- Classificação

NBR-9446/86 - Piso ceràmico vidrado - deterruinaçãoda resistência ao ataque químico - Método de Ensaio

NBR-9447/86 - Piso cerâmico - determinação dadiferença de comprimento entre os lados opostos eadjacentes - Método de Ensaio

NBR-9448/86 - Piso cerâmico - deterruinação decurvaturas - Método de Ensaio

NBR-9449/86 - Piso cerâmicoempeoo - Método de Ensaio

NBR-9450/86 - Piso cerâmico vidrado - deterruinaçãoda resistência ao gretamento - Método de Ensaio

NBR-9451/86 - Piso cerâmico - deterruinação da tensãode ruptura á flexão - Método de Ensaio

,NBR-9453/86 - Piso cerâmico vidrado - Especificação

NBR-9454/86 - Piso cerâmico • determinação daresistência ao impacto - Método de Ensaio

NBR-9455/86 - Piso cerâmico vidrado - determinaçãoda resistência ao desgaste por abrasão - Método deEnsaio

NBR-9456/86 - Piso cerâmico - deterruinação daestabilidade de cores - Método de Ensaio

4. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DOSREVESTIMENTOS DE PEDRAS

As~ foram, sem dúvida, os primeiros materiaisutilizados pelo homem nas suas construções e, atual­mente, o seu uso tem sido intensificado, llanhandoespaço significativo como revestimentu verUcal e depiso nos edificios correntes pois, quandoadequadamente empregadas, apresentam propriedadese caracteristicas que respondem à maioria dos requi­sitos de desempenho exigidos pelos usuários.

Entretanto, apesar das pedras serem um material hámuito tempo utilizado em diversas partes do edificio, atecnologia de produção dos revestimentos de pedras nàoé totalmente dominada pelo meio técnico. A inexis­tência de uma tecnologia de produção especifica temcontribuído para a ocorrência de sérios problemas pato­lógicos, além de acarretar elevados custos de produção;pois, praticamente, inexistem normas ou procedimentossistematizados que: orientem a escolha das pedras maisindicadas para os diferentes usos no edificio; definamcomo executar o revestimento propriamente dito eoomo proceder o acompanhamento e a avaliação daexecução. E, considerando-se as características

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intrínsecas das pedras. a normalização nacional éescassa, não realizando uma abordagem sob a ótica daconstrução civil, existindo, neste caso, apenas normassobre agregados para concreto.

Assim, considerando-se a realidade em que se encontraa produção do revestimento de pedras para pisos de edi­ticios e ainda, levando-se em conta o seu elevado custode produção, busca-se, neste capitulo, sistematizar atecnologia produtiva deste revestimento, que deve sedar a partir da organização das suas pnncil'ais ca­racteristicas e propriedades bem como da descnção dastécnicas de execução mais adequadas, abordando-se,ainda, os principais problemas patológicos que podemdecorrer de uma produção realizada de maneira inade­quada.

Cabe observar que existe uma variedade muito grandede pedras destinadas ao uso em revestimentos de piso;entretanto, a maioria delas tem uso intenso em áreasexternas ao edificio, devendo serem abordadas em tra­balhos futuros. Aqui serão tratados apenas oscomponentes de pedras destinados a revestimentos depiso de áreas internas, sendo que, neste caso, os demaior emprego são os diversos tipos de mármores,granitos e ardósias, que serão objeto dos itens a seguir.

4.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOSREVEST~ENTOSDEPEDRAS

o revestimento de pedra será entendido, neste trabalho,como sendo um conjunto de duas camadas, ou seja, acamada responsável pela aderência dos componentes aosubstrato e a de acabamento, constituída peloscomponentes de pedra, sendo as suas principais ca­racteristicas e propriedades abordadas a segnir.

4.1.1 Substrato

Em função do tipo de pedra empregado, o substratopoderá ser constituído pelo contrapiso ou pela próprialaje, variando-se, para cada caso, a camada de fixaçãodos componentes, que poderá ser do tipo argamassaadesiva ou convencional.

..'

A técnica de execução atualmente empregada, executaqualquer tipo de revestimento em pedra diretamentesobre a laje estrutural empregando-se argamassaconvencional. Neste método, a regularização da base ea camada de aderência constituem uma única camadaou seja, a regularização se dá concomitantemente aóassentamento das pedras.

Tal técnica, de maneira análoga ao assentamentoconvencional de revestimentos cerânúcos, implica, demodo geral, em baixa produtividade, além de poderacarretar em diversos problemas patológicos, sendo omais comum o descolamento dos componentes. Daí,recomenda-se que este procedimento seja evitado,empregando-se o mérodo racionalizado de execução.

Neste trabalho, o método racionalizado é entendidocomo aquele que se emprega, sempre que possível, aargamassa adesiva para a camada de fixação, que emgeral é aplicada sobre o contrapiso que deve serexecutado e controlado segundo as recomendações deBarros [1991].

Eventualmente a argamassa adesiva poderá ser aplicadasobre a própria laje, quando as condições superficiaisdesta pennitir, podendo-se verificar as suas condiçõessuperficiais através dos mesmos procedimentosdescritos por Barros [1991].

4.1.2 Camada de Aderência

Há uma diferença entre as camadas de aderência aserem empregadas na fixayão das pedras objeto destetrabalho. No caso dos mannores e granitos, por setratarem de componentes de adequada regularidadesuperficial, recomenda-se a sua fixação ao substratocom o uso de argamassa adesiva. Enquanto, para aardósia, recomenda-se que a camada de aderência sejaexecutada com argamassa convencional plástica,aplicada diretamente sobre a laje.

Apesar do assentamento da ardósia não poder serconsiderado um método racionaIizado é o maisindicado para este tipo de pedra, que, além deapresentar a maior porosidade paralela ao seu plano declivagem., como mostra a figura 4.1.1, apresenta su­porficie irregular, o que exige uma espessura não

• SENTIDO DAPOROSIDADEPREDoMINANTE

"

FIGURA 4.1.1 - Sentido da porosidade predominante e planos de clivagem da ardósia.

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(2) Xistos argilosos são minerais lamelares (silieatos dealumínio hidratados), visíveis a olho nu e dispostos com amesma orientação em função da pressão dirigida sob a quaisão eles fonnados, conferindo á rocha um aspecto folhado.

(1) O afeiçoamento pode ser entendido como a atividade queproporciona às pedras as formas, dimensões ecaraeteristicas superficiais necessárias às condiçees deutilização.

seuoparautilizadas

As principais formações metamórficas utilizadas comorevestimento de piso são o mármore e a ardósia, queapresentam grau de metamorfismo diferenciado.

A ardósia provém de rochas de ruuweza xistosaforrnando-se a partir de xistos argilososlLI, enquanto omármore de rochas calcárias (cálcio) e dolomíticas(magnésio). Todos os tipos de rochas sedimentarestendem a se mostrarem menos resistentes que as rochasígneas, apresentando, em geral, juntas e camadas es­tratificadas, que tomam essas rochas de fácilafeiçoamento.

A camada de acabamento, propriamente dita, seráconstitulda pelos componentes de pedra, mais as juntasentre componentes, sendo que as pedras mais utihzadaspara O revestimento - mármore, granito e ardósia ­poderão apresentar dimensões variáveis conforme oprojeto, recomendando-se que estas não sejam supe­riores a 40 x 60 em, pois isto acarretaria num pesoexcessivo, tornando difícil o manuseio e transporte dasmesmas. A espessura, por sua vez, varia de 10 a 20mm, conforme as dimensões, as caracteristicasespecificas das pedras e as condições de utilização.

Quando as faces são serradas (trabalhadas), as pedrassão chamadas de aparelhadas e quando não, de brutasOll naturais. Os rnarmores, granitos e ardósias podemser usados na forma natural ou aparelhada, podendoreceber um tratamento superficial, que pode ser: poli­mento, lustro, apicoamento ou levigarnento,caracterizados a seguir:

- levigamento: consiste no desbastamento por abrasivosde granulometría grosseira deixando a pedra plana,porém ainda àspera.

- polimento: é obtido por processos abrasivossucessivos, até que todos os poros sejam fechadosretirando a aspereza da pedra, deixando-a per­feitamente lisa, mas sem brilho. Em seguida, oscomponentes poderão ser lustrados ou não.

- lustro: nesse caso, cada tipo de pedra exige umtratamento diferenciado. O granito é lustrado utili-

ramentas de) corteafelçoarnento(l .

As rochas sedimentares formam-se a partir de materialoriginado da decomposição ou desagregação de qual­quer tipo de rocha e através de seu transporte edeposição ou precipitação em diferentes ambientes dacrosta terrestre. Um exemplo de rocha sedimentar é oarenito, sendo que esta rocha não é de uso comum emrevestimentos internos, não sendo aqui abordada.

As rochas metamórficas, são rochas formadas pelatransformação de rochas ígneas ou sedimentares peloefeito de altas pressões e altas temperaturas, devido amodificações nas' condições geolÓgicas no interior dacrosta terrestre. Estas novas condições transformam ummineral em outro, e modificam a textura e a estruturadas rochas pré-existentes. Estas modificações ocorremsempre no estado sólido, sendo que a este processo detransformação dá-se o nome de metamorfismo.

uniforme da camada de aderência, característicaeconomicamente incompativel com o uso da argamassaadesiva ou de outros adesivos à base de resinas, poisimplicaria em um consumo excessivo dos mesmos.

Tal porosidade é inadequada ao assentamento da pedracom ar&:,IDassa adesiva, pois esta por ser um adesivo dereduzi espessura, não consegue penetrar nos bordoslaterais da pedra, promovendo a sua fixação porencunharnento. Por outro lado, a superficie em contatocom a argamassa adesiva apresenta baixa porosidadenão possibilitando a sua adequada penetração e aconseqüente fixação do componente. A argamassaplástica convencional, por sua vez, em função daespessura com que é aplicada, penetra nas juntas daspedras adjacentes, encunhando-as e portantopromovendo a sua fixação.

Observe-se que não serão abordados neste capitulo osconceitos bàsicos acerca da camada de assentamentocom argamassa plástica convencional, bem corno, suaprodução (dosagem e fabricação), pois foram tratadospor Sabbatini et aI. [1989] nos documentos I.A"Metodologia para controle de qualidade eprocedimentos para caracterização dos materiaisconstituintes das argamassas" e I.C/E "Diretrizes paraa producão e controle de dosagem das argamassas deassentamento e revestimento".

As características da argamassa adesiva, por sua vez,estão tratadas no capítulo 3, no ítem 3.1.2, nào sendonecessària a sua repetiçào.

4.1.3 Camada de Acabamento

Embora os depósitos rochosos sejam abundantes emquase todas as regiões geográficas, são relativamentepolllXlS os aceitáveis para fins de construção, e emespecial para revestimentos. Este fato decorre,pnncpalmente, da dificuldade de acesso; da baixaresistencia às intempéries e aos esforços mecânicos; dabaixa dureza superficial e da aparência pouco atraentedas jazidas.

De modo geral, as jazidas que apresentam ca­racterísticas adequadas as condições de utilização pararevestimento encontram-se distantes dos centrosconsumidores, acarretando elevados custos detransporte, que são acrescidos dos custos de laboraçãoou afeiçoamento dos componentes (corte, polimento),lleralmente elevados, devido às dificuldadesmtroduzidas pelas características de resistência daspedras de melhor qualidade. Estes fatores somados aopreço que estes componentes atingem no mercado inter­nacional, fazem com que o custo interno dos mesmosseja elevado, caracteristica que impede a utilização ge­neralizada das pedras corno revestimento.

De acordo com sua origem geológica, as rochas quesão, basicamente, agregados de particulas minerais, sãoclassificadas em' três tipos: ígneas ou magrnáticas,sedimentares e metamórficas.

As rochas ígneas formam-se pela solidificação dematerial em estado de fusão, podendo ocorrer a grandesprofundidades na crosta terrestre, ou à sua superficie,devido à ação vulcânica principalmente.

Os granitos são exemplos de rochas ígneas, sendoformados, em geral, por um elevado teor de quartzo,feldspato (ortoclàsio) e menores quantidades de mica. Oalto teor de quartzo caracteriza o granito corno umapedra de elevada dureza.. resultando numa alta resis­tência ao desgaste. Por outro lado esta caracteristicaleva a um maior desgaste de equipamentos e fer-

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7.ando-se feltrQ com potéia (chumbo e óxido deestanho). O mármore não admite polimento compotéia, pois esta é muito abrasi\'a e causa um grandedes~aste. Para substituí-la é usado sal de azedas(áCIdo oxálico).

- apicoamento: proporciona rugosidade à pedratornando-a antiderrapante, podendo ser feitomanualmente através de picão apropriado a cada tipode pedra ou mecanicamente;

- flameamento ou flamagem: é aplicado somente aogranito. Esse método queima a pedra através de umequipamento chamado flameador ou com o própriobico de um maçarico, para que alguns cristais se des­prendam, dando um efeito áspero.

As operações de levigamento, polimento e lustro sãofeitas em polilrizes. Sendo que do levigamento ao lustroos abrasivos utilizados, se apresentam na forma derebolos, com ~u1omelria que variam de grossa (grã24/30) até IWIIS fina (grã 1.000).

A escolha da pedra, de modo geral, dependeprincipalmente das condições de utilização que devemser compativeis com ás caracteristicas daquelas. Comosão produtos naturais, suas características fisicas,mecânicas e estéticas podem variar segundo a lo­calização e profundidade de ocorrência da pedreira.Agrega-se a estes fatores o econômico, que estarárelaCIOnado às características da jazida, ao modo deexploração, ao beneficiamento e às regras de mercado.

Assim, para que as pedras possam ser utilizadas comorevestimento de piso faz-se necessário que apresentemuma série de propriedades, sendo as mais significativasabordadas a segwr.

4.1.3.1 Caracteristicas e propriedades dos compo­nentes de pedras

No caso dos revestimentos de piso, tanto na fase depreparo do componente como de execução e de uso dorevestimento, a resistência a esforços mecânicos e adureza superficial da pedra são propriedades relevantespara o seu adequado desempenho, pois estas podemfacilitar ou dificultar o trabalho (preparo, labor) docomponente, interferindo no seu custo final, bem comoafetar diretamente o comportamento do componentequando aplicado. Além destas características a cor e atextura da pedra devem ser consideradas para uma ava­liação do aspecto estético sendo que esta últimainterfere ainda quanto à segurança de utilização dorevestimento, pois quando não recebem um tratamentosuperficial que lhes deixe com textura rugosa, tornam­se escorregadias podendo vir a provocar quedas.

Apesar do fator estético (coloração, granulomelria etextura) ser, na maioria das vezes, determinante naescolha da pedra para fins de revestimento, estapropriedade não é suficiente para garantir um bomdesempenho da mesma quando em serviço. Ou seja,além de atender às características estéticas a pedra deveapresentar propriedades físicas e mecârucas com­pativeis com o uso pretendido, pois estas, somadas àscondições de execução do revestimento, irão conferir aomesmo as características necessárias ao seu adC!\uadodesempenho, sendo as mais relevantes: estabilidadedimensional; resistência à ação de agentes químicos, aodesgaste por abrasão superficial, ao impacto, e a objetospontiagudos (indentação); estanqueidade à água; nãolnflamabilidade; imputresciveis e resistentes à luz solar;superficie que facilite a higienização; fácil manutençãoe elevada durabilidade.

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Estas propriedades são comparadas com as dos demaisrevesl1mentos de piso no anexo "A", ao final destedocumento.

Para que o revestimento adequadamente executadoapresente as caracteristicas anteriormente mencionadas,faz-se necessário que as pedras nele utilizadas possuamdeterminadas propriedades físícas e mecânicascompativeis com as condições de uso, sendo asprincipais: resistência mecânica e de aderência; porosi­dade; fratura; homogeneidade; estética e durabilidade,abordadas a seguir:

a) Resistência mecânica: está relacionada a resistênciaque as rochas apresentam aos esforços de com­p~o; tração; abrasão; impacto; puncionamento eflexao.

Nas rochas a resistência mecânica é influenciadapela origem, quantidade e dimensões dos mineraisque às constituem bem como pela sua porosidade.Urna rocha cuja composição sejapredominantemente quartzosa, como o granito porexemplo, apresenta resistência mecânica mais ele­vada que uma predominantemente calcária como é ocaso do mármore.

Quando comparadas duas ou mais rochas de mesmaorigem, quanto menor as dimensões das particulasmaior a resistência mecânica, ou seja, as pedras emigualdade das demais condições, quando de granulo­melria fina são mais resistentes que as degranulometria grossa.

A porosidade, por sua vez, influencia à resistênciamecânica na razão inversa de sua quantidade, ouseja, quanto maior a porosidade total da pedramenor a sua resistência, pois as pedras porosaspodem ser facilmente esmagadas e além disso seusporos poderão ser preenchidos por liquidos ou gasesqne tendem a deteriorá-la.

No revestimento de piso a resistência à abrasão, aoimpacto e ao punciooamento são as propriedadesmais relevantes e estão diretamente relaCIonadas àdureza da pedra.

A dureza é uma indicação da resistência da rocha,que depende, além do tamanho das particulas, dasimperfei~ estruturais, tais como físsuras,inclusõeStj) e mesmo particulas frágeis.

A dureza de um mineral pode ser conhecida, mas adureza de uma rocha é de dificil determinação pois,em gerai, é constituida de diversos minerais quepodem apresentar dureza distinta.

No caso de pedras disponíveis no mercado, é comumdefinir-se a sua dureza proporcionalmente ao seuteor de silica, que por sua vez, interfere natrabalhabilidade da pedra, afetando o seu custo.Urna pedra com elevado teor de silica apresenta ele­vada dureza, sendo pois de dificil trabalhabilidade,incorrendo num elevado custo.

Em compensação, a elevada dureza proporcionamaior resistência mecânica, e portanto, maiordurabilidade.

Praticamente avalia-se a dureza pela maior oumenor facilidade com que a pedra pode ser serrada,podendo-se classificá-las em:

(3) As inclusões referem-se a cristais microscoplcos ousubstâncias vítreas, liquidas ou gasosas que se achamdisseminadas nas pedras.

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- brandas: serradas facilmente pela serra de dentes.Ex.: tufo vulcânico.

- semiduras: dificilinente serradas pela serra dedentes e facilmente pela serra lisa com areia ouesmeril. Ex.: calcários compactos.

- duras: só serradas pela serra lisa. Ex.: mármores.

- durissimas: dificilmente serradas pela serra lisa,facilmente com diamante ou carborundum. Ex.:granito.

b) Aderência: é a aptidão da pedra em se ligar àargamassa e conseqüentemente ao substrato, sendoinfluenciada pela fratura e pela porosidade. Oscomponentes de mármore e de granito possuemcomportamento semelhante quanto à porosidade,pois os tipos de poros na superficie de contato com acamada de aderência é mais propicio à penetraçãoda pasta e em conseqüência possibilitam melhorfixação (quando comparados com a ardósia). Naardósia a porosidade predominante està na direçãoparalela à superficie de contato com aquela camadadificultando a penetração da pasta, podendo vir aapresentar menor resistência de aderência quandocomparada às demais.

c) Porosidade: as pedras usualmente empregadas comorevestimento de piso, comparadas aos componentescerâmicos possuem baixa porosidade que geralmentenão ultrapassa 1,5 %. Esta propriedade, porém, nãogarante que a pedra seja impermeável ou queapresente baixa absorção, pois estes fatoresdependem além da quantidade total de poros, da suadistríbnição e dimensões.

d) Fraturas: referem·se à forma e ao aspecto dasuperficie de fragmentação da pedra e estáintimamente relacionada à textura da pedra. Afratura interfere na facilidade ou dificuldade deextração, corte, !'Olimento e aderência liar,:~::,erantes. Os pnncipais tipos de fraturas são:p (material fácil de ser cortado em blocos defilces planas), conchoidal (fiIces curvas, dificil de sercortada), lisa ou uniforme (não apresenta aspereza,fácil polimento), áspera (boa aderência), escamosa(dificuldade de corte, fácil de lascar), angulosa(superficie de separação mais ou menos resistente,segundo as quais ela tende a dividir-se por ocasiãodo corte, devendo-se buscar cortá-la em outrasdireções).

e) Homogeneidade: a pedra é dita homogênea quandoa{>resenta as mesmas propriedades em amostrasdiversas. Essa propriedade determinada, na prática,pela percussão da pedra com um martelo, auxilia nadeterminação da qualidade da mesma, !'Ois, emgeral, a desuniformidade poderá indicar máqualidade. A pedra sem defeitos dá som claro e adefeituosa, um som surdo. Ao choque do martelo, apedra homogênea se quebra em pedaços, e não emgrãos como a não homogênea. Esta propriedadepermitirá a obtenção de peças com formatos adequa­dos tais como blocos, lajotas, guias, etc,

f) Estética: é a aparência da pedra para fins derevestimento ou acabamento, devendo-se considerara sua cor, textura. desenhos, tamanho dos grãos,homogeneidade, brilho, etc..

A cor da pedra, de modo geral, é determinada pelacor dos seus minerais predominantes. Deve-se,porém, levar em conta a {>ossibilidade da presençade determinados constitumtes mineralógicos que,por sua alteração, venham a modificar a coloraçãooriginal. Esta característica não serve para identifi-

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cação mineralógica, em vista de sua variabilidade.

A durabilidade da cor é essencial para o uso emrevestimentos, sendo que o polimento da pedrainflui favoravelmente na resistência da cor à ação dotempo, bem como acentua-as realçando a beleza doscomponentes,

A cor tem importância fundamental como elementodecorativo nos revestimentos exercendo significativainfluência no seu custo.

A textura está relacionada ao detalhe da distribuiçãodos elementos mineralógicos, dependendo do. graude cristalização; das dimensões e forma de seusconstituintes; das relações e misturas dos cristais eda matéria vitrea presentes. Por exemplo, algunsmármores como o de Carrara, poderão apresentartextura sacar6ide, isto é, que lembra o aspecto doaçúcar; alguns granitos poderão apresentar texturagranitóide, isto é, quando todos os elementoscristalizados são do mesmo tamanho relativo;porfiróide, isto é, quando há cristais maiores do queoutros ou ainda traquitóide, quando os cristais sãodistríbuidos, muitas vezes microscopicamente, numapasta compacta, A ardósia, por sua vez, apresentaem geral textura lepdoblástica. isto é, na forma deescamas.

g) Durabilidade: a durabilidade de uma pedra, do pontode vista da indústria da construção, pode serconsiderada aproximadamente proporcional ao seuteor de sílica, mas existem também outros fatores aconsiderar, como a porosidade, a compacidade e apermeabilidade. A durabilidade somente será obtidaquando as demais propriedades descritasconstruírem um conjunto unissono, ou seja assolicitaQÕCS deverão estar compativeis com aspropriedades da pedra escolhida.

Estas propriedades, d~áveis para que as pedraspossam ser empregadas como revestimentoapresentando adequado desempenho, nem sempresão satisfeitas na sua totalidade, pois são muitovariáveis, mesmo considerando-se rochas de mesmaorigem (por exemplo os vários tipos de mármores),Deve-se pois, para cada tipo de pedra realizar umaavaliação ainda que apenas qualitativa, verificando­se o seu potencial de uso em função de suas espe­ei/icas caracteristicas.

A seguir serão descritas as caracteristicas epropriedades espeei/icas das rochas mais importantes eI03lS utilizadas como revestimento de pisos,

Os mármores, apresentam-se na cor branca quandopossuírem apenas. câ1cio e magnésio na suaconstituição. Quarulo contiverem impurezas tais comoargilas e matéria orgânica, poderão apresentarcoloração variada tais como cinza, preta, rosada,amarelada e esverdeada, além de diversos desenhos emsua superficie, sendo que os tipos comumente utilizadossão os de coloração branca, principalmente emdecorrência do seu reduzido custo.

A sua fácil trahalhabilidade e a diversidade estética sãoos principais fatores para sua larga utilização emrevestimento. Entretanto, como revestimento de pisosespecificamente apresenta algumas limitaQÕCS de usodevido a sua baixa resistência à abrasão e aos produtosquímicos, quando comparado com o granito e atémesmo com alguns componente~cerâmicos.

Apesar dessas deficiências como revestimento de pisospara as áreas internas dos edilicios em estudo, eles sãobem aceitos, apresentando apenas algrunas Ihnitaçõesnas áreas inundáveis, tais como boxes de banheiros e

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sacadas, pois se polidos e lustrados, quando molhadostornam-se escorregadios. Recomendando-se nestescasos um tratamento superticial que lhes proporcionemaior mgosidade.

Há uma grande variedade de mánnores que sediferenciam pela sua cor, textnra, característicasexternas e mineralogia Considerando-se os tiposcomercialmente conhecidos, existem denominaçõesdiversas que variam de uma região para outra ou atémesmo no próprio local de origem.

O granito, por sua vez, é uma excelente~ deconstrução. Sua resistência mecânica e durabihdade sãoas mais elevadas comparando-se os diversoscomponentes utilizados como revestimento de piso.Entretanto a elevada dureza dificulta o trabalho dapedra elevando seu custo. Em função destacaracteristica é vantajoso afeiçoar a pedra próximo aolocal de extração, porque a água ainda presente em seusintersticios e vazios, facilita muito a ação das ferramen­tas.

São muitas as variedades dos granitos que sediferenciam na textura (grossa, média ou fina), nacoloração (avermelhada, rosada, amarelada, cinza) e namineralogia. Em geral, apresentam estrutura poucoporosa conferindo-lhe caracteristicas de componenteunpermeável.

E finalmente, a ardósia., que é urna rocha facilmentesubdividida em láminas finas. Apresenta-se geralmentena cor cinzenta escura, podendo ter tonalidadesesverdeadas, avermelhadas, amareladas, violáceas,azuladas e quase negras. Possuem planos de fraqueza(clivagem ardosiana) pelas quais são facilmentedesplacáveis. Tem baixa dureza e a resistência mecá­nica é influenciada também, pela direção da aplicaçãodos esforços em relação a sua estrutura. Em relação aománnore e ao granito, a ardósia é mais suscetível aodesgaste, porém por serem facilmente trabalháveis e debaixo custo, são bastante utilizadas em revestimentos depisos na forma de lajotas naturais ou polidas ou cacosirregulares com superficie não uniforme (natural).

Com relação ao ataque por produtos químicos a ardósiaé praticamente inerte. Essa pedra apresenta elevadaresistência à flexão quando comparada com a maioriadas pedras naturais, além de poder ser consideradaimpermeável.

4.1.3.2 Características e Propriedades das Juntas

As juntas normalmente executadas nos revestimento depisos de pedras são originadas pelo seu carátermodular, pois seja qual for o processo de produçãoempregado no revestimento, sempre existirilo juntasentre as peças e além destas, em função das caracte­rísticas da estrutura do edificio e das dimensões doambiente a ser revestido, pode ser necessário, ainda, arealização de juntas estruturais e construtívas ou demovimentação, sendo estas últimas projetadas paraaliviar as tensões provocadas pela movimentação dalaje ou do próprio revestimento, para que se permita oadequado desempenho da camada de acabamento.

4.1,3.2.1 Juntas entre componentes

As juntas entre os componentes ou também chamadasjuntas de assentamento são originadas no processo defixação dos componentes de pedra, sendo que énecessário que os componentes estejam afastados entresi, de uma distância minima exigida pelas

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características intrínsecas do material, para o adequadodesempenho do conjunto. Em função da estética exigidapara o revestimento de piso, as juntas devem ser,preferencialmente, regulares, isto é, apresentarem sem­pre as mesmas dimensões.

A disposição ou aparelho adotados para oscomponentes de pedras determinam o tipo de junta.,sendo possível diversos arranjos tais como em diagoual,alinhadas, em amarração, uma combinação entre elesou ainda ontras. As possibilidades de a)?arelho dasjuntas entre componentes são análogos aosapresentados para o revestimento cerámico tratado nocapítulo 3 no item 3.1.3.2, sendo que diferentesdisposições poderão ocorrer em firnção dascaracterísticas específicas dos componentesapresentados em projeto, tais como as apresentadas nafigura 4. 1.2 que tratam de arranjos tipicos para ardósiaquando esta não se apresenta na forma de componentesregulares.

Das disposições apresentadas, atualmente as juntasalinhadas são as mais utilizadas, nos casos decomponentes de mesmas dimensões, principalmenteporque resultam em elevada produtividade da mão-de­obra e menores desperdJcios de materiais. Entretanto,os demais tipos apresentam significativo emprego, emfunção de estilos arquitetônicos hoje utilizados, sendoque as juntas em diagonal não são correntementeutiIizadas principalmente pelo maior custo de produçãoquando comparado com as demais, pois implica emreduzida produtividade da mão-de-obra, além de ummaior consumo de material em função do elevado nú­mero de cortes necessários. Quando os componentesapresentam distintas dimensões, porém moduladas, acombinação entre os mesmos, formando diferentesarranjos tem largo uso no assentamento de mánnores egranitos.

Os espaços deixados entre os componentes de pedras,ou seja., as juntas, têm várias funções, dentre as quais sedestacam:

- dar ao conjunto um relativo poder de acomodação àsmovimentações oriundas das deformações estruturais(principalmente da laje), das variações térmicas ehigroscópicas sofridas pelo substrato ou pela própriacamada de fixação;

- proporcionar alinhamento perfeito entre oscomponentes; e

- proporcionar acabamento estético que realce a belezado componente individualmente, principalmentequando do uso de diversas tonalidades ou cores depedras.

Mesmo assim, tem-se observado que é possível executarrevestimento de pedra em cômodos internos das edifi­cações correntes, sem juntas entre componentes, isto é,juntas rígidas ou secas sem que prov~uem o apareci­mento de significatívos problemas patologicos.

4.1.3.2.2 Juntas construtivas

O princípio de funcionamento desta junta., cornoabordado no capítulo 3, item 3.1.3.2.2, é criar, norevestimento, uma região mais fraca, de modo apermitir a migração das tensões ocorridas no painel,mantendo a sua integridade. Assim, deverá ter capa­cidade de dissipar ou absorver as tensões semcomprometer o desempenho do revestimento, isto é,não poderá apresentar fissuras que comprometam a suaestanqueidade, desprender das bordas, ou mesmosoltar-se do substrato. Para isto, nestas juntas, devem

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A B

FIGURA 4.1.2 - Exemplos de disposições de juntas entre componentes de ardósia para execução derevestimentos de piso•

.,.· .

COMPONENTE CERÃMICO

DE VEDAÇÃO VERTiCAL.'

·.''l<. ARGAMASSA ADESIVA

O:.~

C •- '•.I!:C AItSAIIIASSA Di:Z ;(_REJUNTAIIIENTO...> ·'0-' ~ ROIllII'É !li ADIAC

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., .

FIGURA 4.1.3 - Representação da junta construtiva o encontro com a vedação vertical.

ser empregados materiais de baixo módulo dedefonnação de modo a terem capacidade de absorver astensões das juntas sem fissurarem.

No caso especifico do revestimento de pedras para pisosde áreas internas nos edificios correntes, normalmente,a execução deste tipo de juntas é omitida ou restringe­se ao encontro do piso com a parede. Um possiveldetalhe para esta junta é representado na figura 4.1.3,pois, nos revestimentos internos, as tensões surgidassão facilmente dissipadas nas juntas entre componentes,

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uma vez que, o nível de solicitações é pequeno pois. sãoáreas protegidas e as dimensões dos ambientes, normal­mente são reduzidas.

Quando os componentes de pedra são aplicados comjuntas à seco, a junta construtiva ao redor de todo o am­biente assume importante papel no desempenho dorevestimento, pois ela será a responsável por absorverou dissipar as possiveis tensões originadas no conjunto.

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4.1.3.2.3 Juntas estruturais

As juntas estruturais, como abordado no capitulo 3,item 3.1.3.2.3, geralmente de dilatação da estrutura,são aquelas detenninadas pelo dimensionamento daestrutura do edificio. Quando estas juntas estãoinseridas na vedação, devem atravessar o revestimento,devendo ser adequadamente tratadas para que não hajaproblema de infiltração de água, ar ou gases. Aespecificação deste tipo de junta tem origem naelaboração do projeto estrutural, não sendo objeto destetrabalho.

4.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS REVESTI­MENTOS DE PEDRAS

Neste item buscar-se-á definir os principaisprocedimentos necessários á execução do revestimentode pedras, procurando fornecer parâmetros para que osmesmos possam ser devidamente projetados e asatividades de execução controladas, resultando um pro­duto de qualidade com economia de material e ntão-de­obra.

4.2.1 Cuidados que Antecedem o Processo deProdução

Para que não haja desperdício de materiais e ntão-de­obra e o resultado da produção dos revestimentos de pe­dras resulte em um produto de garantida qualidade, sãonecessários alguns cuidados que antecedem a produção,estando relacionados à compra e estocagem do materiale às ferramentas e equipamentos a serem empregadosna realização das atiVIdades.

A verificação destes parâmetros deverá estar inseridanuma ampla metodologia de controle de qualidade decompra e recebimento de componentes pararevestimento, fundamentada nas especificações deprojeto.

Hoje, tal metodologia não está sistematizada para osdiversos materiais dispouiveis no mercado, devendo serdesenvolvida em trabalhos futuros. Assim, recomenda­se que na obra seja feito um controle visual qualitativo,buscando-se identificar inicialmente irregularidadesvisíveis, tais como, variações significativas na touali­dade, falhas superficiais (trincas, fissuras, etc),variações dimensionais e de esquadro, etc. que poderáser realizado através de uma amostragem do loterecebido.

4.2.1.1 Compra dos materiais

As pedras deverão ser adquiridas de fornecedoresespecializados. A compra em pequena ou em ~de

quantidades geralmente pode ser feita atraves dasmarmorarias, onde a pedra, na sua forma brota(ardósia) ou serrada, é trabalhada resultando nocomponente de revestimento, ou em casas especia­lizadas em materiais de construção que comercializamo componente embalados em caixas em tamanhospadromzados, sendo as dimensões usuais 40 x 40 cm,30 x 30 cm, 20 x 40 cm, 60 x 30 cm e 15 x 30 cm.

Em função da área a ser revestida, do tipo de pedra e dodimensionamento das mesmas, parâmetros definidos edeterminados no projeto conputivo, é que se faz opedido da quantidade em m . Os componentes são

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fornecidos com as dimensões determinadas, isto é, aspedras são cortadas no tamanho que serão assentadas.Os cortes principais são feitos na marmoraria, comequipamentos especiais, sendo que na obra são feitosapenas alguns cortes para arremates, tais como juntoaos ralos, aparelhos hidro-sanitários ou ajustes dimen­sionais em função das condições reais de execução decada ambiente.

O controle da qualidade dos componentes deverá serfeito em obra no ato do recebimento, verificando-seprincipalmente o esquadro, o acabamento superficial, aespessura e as demais dimensões dos mesmos. Essecontrole é de grande importância, pois um bom assenta­mento, por exemplo, V31 depender do formato da pedra;do alinhamento das juntas; do nivelamento entre um eoutro componente e da espessura, que poderá provocardesníveis entre os componentes, quando apresentarem­se diferenciadas.

A compra da argamassa adesiva e dos materiaisconstituíntes da argatnassa convencioual tambémdeverá ser feita tecnicamente, podendo-se adotar, para aprimeira, as recomendações dadas no capitulo 3, noItem 3.2.1.1 e para a segunda, as contidas nodocumento LA, anteriormente citado.

4.2.1.2 Estocagem

Recomenda-se que as pedras, estocadas na obra, fiquemsobre estrados de madeira, na posição vertical, apoiadasentre si, para que não tombem ou empilhadas, sendoqne neste caso deve-se observar que sejam empilhadoscomponentes de mesmo tamanho e totalmente planos,pois quando possuírem pequeno empenamento poderáocorrer a quebra dos mesmos. Deve-se ainda: protegê­las do contato com o solo, pois poderá haver a fixaçãode residuos, prejudicando a sua aderência e cobri-Iascom lona plástica protegendo-as do contato commateriais que poderão provocar alterações no seuaspecto, tais como tintas, óleos, ferros oxidados entreoutros.

No caso de componentes em balados em caixas deve-seseguir os mesmos procedimentos propostos para oscomponentes cerâmicos.

Recomenda-se os cnidados anteriormente descritos,para se evitar o surgimento de 'problemas patológicos;como manchamento da superfiCle da pedra por contatocom outros materiais que poderão fixar-se nas mesmassendo impossivel a sua remoção.

Mesmo tratando-se de um material consideravelmenteduro deve-se ter o cnidado quanto a queda de objetosque possam provocar fissuras ou lascamento e atémesmo quebra-Ias, pois isto erejudicaria a sua estéticanão mais podendo serem utilizadas no assentamento.Neste caso, as pedras danificadas devem ser substi­tnidas e eventualmente aproveitadas para arremates.

Além dos cnidados anteriores, recomenda-se que asmesmas sejam devidamente numeradas ou marcadasquando tiverem posições pré-deterrninadas,especificadas de acordo com o projeto construtivo, detal forma que não haja troca de posição doscomponentes no momento do assentamento, pois asmesmas vêm precisamente cortadas, da marmoraria,segundo as especificaçães do projeto.

O transporte intemo, à obra, deverá ser feito comcnidado. Quando os componentes forem de grandesdimensões, deverão ser transportados por várias pessoasou preferencialmente por equipamentos adequados. Otransporte horizontal, em geral, pode ser feito pelos

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operários quando o peso for compativel ou por car­rinhos de mão, sendo que neste caso, deve-se observar ocorreto posicionamento (componente ,na vertical) paraqne não ocorra a quebra dos componentes por J?Csoexcessivos on qnedas. No transporte vertical,geralmente realizado por elevadores de obra, deverãoser observados os mesmos cuidados.

4.2.1.3 Equipamentos e ferramentas

Para que as atividades de execução ocorram da maneiramais adequada possível, recomenda-se o emprego deequipamentos e ferramentas próprios à cada ati~idade,

devendo os mesmos estarem em perfeítas condições demanuseio e operação, A seguir, apresenta-se umalistagem dos principais equipamentos e ferramentasempregados para a execução dos revestimentos depedras:

- desempenadeíra de aço lisa e dentada, com o cabofechado de ambos os lados, com dimensões dos dentesde 6,0 cm x 6,0 cm, afastados um do outro de 6,0 cm;

- metro metálico articulado;

- régua metálica;

- esquadro metálico;

- linha de pedreiro;

- martelo;

- colher de pedreiro 9";

- vassoura de piaçava;

- mangueira de uivei;

- aparelho de uivei;

- lápis de pedreiro;

- caixote para o preparo da argamassa adesiva, comdimensões de: profundidade - 0,18 m, largura - 0,55m e comprimento - 0,6 m; sobre pés de 0,70 m dealtura;

- cortadeira manual ("makíta"), para pequenos cortesnas pedras;

- esmerilhadora, para o lixamento dos componentes naregião onde forem feitos cortes;

- riscador de vidía para marcar o local onde deverá serfeito corte das pedras,

4.2.2 Condições para Início de Trabalho

As atividades de execução do revestimento de pedraspara piso devem ter inicio com a verificação das con­dições locais, isto é, devem ser verificadas aortogonalidade entre as vedações verticais, a planeza eas condições superficiais do substrato, bem como setodas as demais atividades que antecedem a execuçãodo revestimento de piso estão terminadas, tais comoarremates de portas, janelas, tetos, instalações em gerale os revestimentos de parede, Na realidade, estasatividades devem estar inseridas na metodologia decontrole de recebimento dos serviços de execução davedação vertical e do contrapiso, entretanto, enquantotal metodologia não for, efetivamente, implantada emobra, estas atividades deverão ser realizadas precedendoos serviços de execução dos revestimentos a fim de que

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não seja comprometida a sua qualidade.

4.2.2.1 Ortogonalidade das vedações verticais

A ortogonalidade das vedações verticais é importantepois se tratam de revestimentos modulares. UmJ?CQueno desvio de alinhamento das paredes pode levara existência das denominadas "facas", outriangularização dos componentes, deixando à vista, oproblema de execução,

A ortogonalidade entre as paredes pode ser vêrificadacom o auxílio de um esquadro metálico, sendo que aidentificação de problemas de alinhamento da parededeve levar a uma avaliação sobre as possiveisconseqüências da presença das "facas" nos ambientes,podendo-se adotar urna postura de se aceitar'" colo­cação dos componentes apesar da sua exístência ousolicitar a correção das vedações.

Nos casos em que as facas forem aceitáveis deve-sebuscar camuflá-las nos locais menos visíveis, tais comoatrás das portas ou de aparelhos hidro-sanitáriosobservando-se ainda que as mesmas são maisevidenciadas quando do uso de pedras com coloraçãoclara, e poderão ser disfarçadas quando do uso depedras mais escuras, pois as juntas entre componentesnão ficam tão evidentes,

4.2.2.2 Verificação das condições do substrato

o substrato quando se tratar de contrapiso deverá tersido executado segundo as recomendações de Barros[1991], recebendo acabamento superficial desempenadocom desempenadeira de madeira,

A planeza e regularidade superficial do contrapiso éfundamental, quando do uso de argamassa adesiva, poisesta é de pequena espessura, não admitindo correçõesde planeza e irre~aridades. A verificação destes pa­rámetros devera ser realizada segundo asrecomendações de Barros [1991], devendo-se adotar astoleráncias ali indicadas.

Para a aplicação da arllamassa adesiva, o contrapisodeverá estar isento de po, gorduras ou qualquer reslduoque possa prejudicar a aderência dos componentes.

Após a realização de todas as verificações, urna vezconstatadas adequadas condições de inicio de trabalho,a execução deverá proceder-se normalmente conformeas recomendações descritas adiante.

Quando o substrato for a própria laje, as condiçõessuperficiais necessárias variam conforme o mesmo ve­nha a receber argamassa adesiva ou argamassaconvencioual. No primeiro caso as condições devem sersemelhantes às do contrapiso, sendo que no segundocaso a laje poderá apresentar pequenas irregularidadessuperficiais e textura rugosa, como por exemplo,quando do uso de urna camada de vermiculitaempregada como isolante térmico,

4.2.3 Execução da Camada de Aderência

Após a verificação das condições do substrato eortogonalidade das paredes como recomendado no item4,2.2, tem início a aplicação aa argamassa, queconstituirá a camada de assentamento ou de fixação.Para isto a argamassa deverá ser devidamente pre­parada, e em seguida espalhada sobre o substrato, sendo

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a partir dai. aplicados os componentes de pedra eexecutadas as juntas.

Para o mánnore e o granito a camada de aderência éconstituída pela argamassa adesiva enquanto para aardósia pela argamassa convenCIonal. Osprocedimentos para aplicação de um e outro tipo sãodiferenciados sendo abordados a seguIr.

4.2.3.1 Argamassa adesiva

Como anteriormente salientado. somente após averificação das condições do substrato e da ortogonali­dade das vedações é que poderá ter inicio a execução dacamada de fixação, com o preparo e espalhamento daargamassa adesiva. ~endo estes. procedimentos análogosaos descritos no capitulo 3. no Item 3.2.3.

4.2.3.2 Argamassa convencional

Esta camada faz parte da execução do revestünentocom ardósia. sendo a sua execução descnta a seguir.

Recomenda-se a utilização de argamassa com traço1:l:5 (cim:cal:areia), em volume. e água o suficientepara que a mesma se tome plástica. observando-se aquantidade de água depende da umidade da areia.

Para o espalhamento da argamassa.o substrato deveráestar devidamente preparado. ou seja, as laliscas, quedarão o nivelamento do piso. deverão ser executadas emtodo o contorno do compartimento e em pontos deencontro de paredes (cantos). segnindo as re­comendações de Barros [1991 J. As mesmas poderão serexecutadas com madeira ou cerâmicapreferencialmente. Observando-se neste caso que aargamassa utilizada pode ser do tipo semi-seca como aempregada para a execução do contraeiso ou do tipopláStica com a mesma dosagem utIlizada para aargamassa de assentamento. Sendo que o controle deexecução deverá seguir as recomendações de Barros(1991).

Após terem sido realizadas todas as verificaçõcs eobtido o nível desejado. deve-se estender um fio de nái­lon de uma extremidade a outra de duas taliscas, paramarear a altura exata que deverá !icar o piso acabado,dando üticio à execução do revesl1Illento propnamentedito.

O substrato deverá estar isento de qualquer resíduo quepossa prejudicar a aderência da argamassa de assenta­mento, recomenda-se que se varra com uma v:usourade piaçava, limpando adequadamente a superficle, apóso que deverá ser aspergido água o suficiente paraumedecer a superficie do substrato para não.absorverexcessivamente a água da argamassa. Em seguIda deve­se espalhar a argamassa em uma camada co~ ~ssuraaproximadamente 3 em. Quando da eXIstênCIa dedesniveis entre ambientes recomenda-se que os mesmossejam previamente realizados, empregando-se umacamada de enchimento. analogamente à camada decontrapiso a fim de que a camada de aderência não sejaaplicada em espessura excessiva.

4.2.4 Execução da Camada de Acabamento

A camada de acabamento, tratada neste documento,será constitulda dos componentes de pedra e das juntasentre os mesmos e construtivas. sendo os procedimentospara a sua realização descritos a seguir.

39

A disposição das pedras (mánnorC!!. granitos ouardósia) no assentamento devera seguIr asdeterminações de projeto. devendo-se íniciar a execuçãodo revestimento a partir da extremidade oposta àentrada do compartimento evitando-se desta formaobstruir a passagem para os materiais no momenlo daexecução. Este procedimento não é recomendado,porém. nas distribuições radiais, conforme figura 4.2.1.Neste caso. recomenda-se que o inicío do assentamentoseja feito a partir das laterais (paredes) docompartimento indo em direção ao centro do mesmo.poís assÜll é possível absorver pequenas megulandadesde execução das juntas entre componentes~ com o ajustedo componente central.

FIGURA 4.2.1 - Aparelho dos componentes em for­ma radial.

Para o inicio da execução do revestimento de pedradeve-se galgar. com o auxílio da linha de náilon. a pn­roeira fiada, começando o assentamento peloscomponentes de módulo inteiro para melbor dcfiDlr oaJinbarnento'dos componentes deixando-se as fiadas demódulo parcial para serem executadas ao final

Quando compartimentos ligados entre si aprese~mmesmo revestimento, deve-se IDICIar a colocaçao daspedras, pelo aJinbarnento de uma junta comum entreambos. Quando o revestimento for diferenciado cadaambiente é tratado individualmente conforme descntoanteriormente.

Após galgar a fiada deve-se fazer o assentamento deduas pedras Inteiras sendo uma em cada e.'<lrelllldadeda liriha, definindo-se assÜll as referências. Prossegwrcom alinhamento da segunda fiada, sendo que estadeverá ser eerpendieuJar a primeira, transf~ alinha de náilon a cada fiada de componentes até acompleta execução.

No caso da ardósia os {lrocedimento para oassentamento das pedras é idêntico ao assentamento dastaliscas ou seja é feito individualmente para cadacompo~ente desde o espalhamento da argamassa até oassentament~ com a verificação do nivelamento final,sendo que quando a superficie não for plana (polida oI!lustrada) o nivelamento das pedras assentadas deveraser verificado sempre pela maior área, das ondulações,que possuem maior altura.

Os procedimentos para o assentamento dos componenteem áreas molháveiS. como cozinhas. áreas de serviço ebanheiros é execuiado como em áreas secas, comapenas uma r~ssalva. no caso do. revestimen~o e!llardósia: devera ser verificada a Impermcablhzaçaojunto ao encontro dos ralos ~ demais aparelhos. hidro­sanitário. a fim de que posslvels problemas eXistenteslevem à ocorrência de vazamentos e conseqüentemente

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FIGURA 4.2.2 - Disposição recomendada para os componentes de pedra em boxes de banheiro.

na necessidade de remoção do revestimento.

Além disso. para quaisquer tipos de revestimento. éimponante a verificação da declividade junto aos ralos.sendo que esta deverá ser detenoinada em projeto. Nosboxes recomenda-se que os componemcs sejamconados na fonoa de um triângulo. como representadona figura 4.2.2. pois isto facilitará o assentamento.Quando do uso de argamassa convencional a própriaargamassa poderá determinar o caimemo e quando douso de argamassa adesiva deverá ser executado no con­Ira{>iso. pois será impossivel dar a declividade neces­sária devido à pequena espessura dessa camada.

Após o assentamento das pedras o transito poderá serliberado somente após 72 horas. quando do uso de arga­massa convencional e 24 horas quando com argamassaadesiva. Nos casos em que outras atividades deacabamento tenham que ser executadas nos ambientesque já receberam revestimento de pedra, o mesmodeverá ser protegido de possíveis danos. podendo-seempregar, para isto, panos de juta impregnados comuma pasta de gesso.

4.2.4.1 Previsão e execução dos cortes dos compo­nentes de pedra

Os cones dos componentes de pedras deverão serdevidamente planejados e projetados, a partir daí, serãorealizados nas mannorarias. Quando não for possivelprever as medidas exatas dos componentes, ou quandoda necessidade de execução de cones cujas dimensões eposicionamento possam variar no momento daexecução, como por exemplo os destinados aos ralos, os

.mesmos deverão ser executados na própria obra. Para aexecução destes tipos de cortes deve-se marcar a suaposição com auxílio de um riscador, com ponta devidia.

Os cortes deverão ser feitos com equipamentosadequados (serra manual tipo "Makita") e após o cone.o mesmo deverá ser lixado com O auxílio daesmerilhadora.

4.2.4.2 Execução das juntas entre componentes

Para o bom desempenho e a estética do revestimemo éímportante que sejam executadas as juntas com

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espessuras unifonoes confonoe projeto.

As juntas entre componentes deverão ter dimensõesmirumas de 1.5 mm. independente da dimensão dapedra utilizada. Após o assentamento dos componentesas juntas deverão ser devidamente limpas com auxiliode uma vassoura de piaçava. para a remoção de todosos resíduos do seu interior. pois qualquer residuopoderá prejudicar a aderência do material de rejun­tamento ao componente. O rejuntamento deverá serfeito no mínímo 24 horas após o assentamento no casode argamassa adesiva e 72 horas plástica O material derejuntarnento poderá ser feito com cimento, e umaÔou:.~dade de ágna suficiente até fonnar uma nata.

O do rejuntamento de pedras muito claras ou domármore branco aconselha-se substituir o eímentocomum pelo branco. Quando se' desejar rejuntescoloridos recomenda-se o uso do cimento branco com aadição do pó xadrez numa quantidade máxima de 20%.

Deve-se fazer o ~ento da argamassa derejuntamento com auxilio de um rodo pequeno, pois oUSO de espátulas muitas vezes usadas podem vir a riscara pedra. Após o espalhamento da argamassa deve-sefrisar com o auxílio de uma peça de madeira e logoapós deve-se limpar com palha de aço, removendo osresiduos de argamassa para que não adiram à superficieda pedra, dificUltando a limpeza posteriores.

Eventualmente {lOderá ser utilizada, em substituição àargamassa de reJUntamento, um perfil de cobre com es­pessura um pouco menor que a espessura da junta,suficiente para ser introduzida no interior desta apenassob pressão. Para a introdução dessa faixa no interiorda junta deve-se seguir os procedimentos de limpeza damesma forma anteriormente descrita. Esse material épouco usado devido seu alto custo comparado com aargamassa de cimento comum.

4.2.4.3 Execução dos arremates

No caso dos revestimentos de pedras os arremates sãoconsiderados os rodapés e as soleiras. Os arremates demodo geral. são executados com a própria pedra derevestimento, sendo que eventualmente emprega-se amadeira. Os arremates são importantes para a proteçãoe estética do revestimento. valorizand<H>.

Para o assentamento dos rodapés deve-se pri-

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meirameme fazer a limpeza da superficie (parede).onde os rodapés serão colocados. Quando do uso de ro­dapés de pedra. faz-se a fixação dos mesmos arravés douso da argamassa adesiva. seguindo os procedimentosde preparo e espalhamento já mencionado. Quando douso de rodapés de madeira os mesmos poderão serfixados com adesivos próprios para madeira ou compregos de aço ou buchas, sendo importante levar emconta a utilização desses materiais pois. outros poderãoprovocar reações em contato com as argamassa deforma que. mais tarde, poderão vir a provocar odestacamento dos mesmos. '.

As soleiras são executadas, de modo geral, apóscompletado todo o revesumento. Quando do mcsmomaterial de assentamento poder:\ ser aderida com aprópria argamassa de aderência e quando em madeiradeverá ser fixada com parafusos. cavilhas ou adesivospróprios. Tomando-se o cuidado da limpeza dosubstrato antes do espalhamento da camada de fixaçãoe seguindo os cuidados referentes ao tempo de secagem,~ura da camada, entre outros, conforme o produtoutilizndo.

4.3 Patologia nos Revestimentos de Pedras

As patologias observadas nos revestimentos de pisos depedras. dccorrem pnnclpalmeme do desconhecimentodas caractcristicas e propriedades das pedras e dosmateriais que serão utilizados. o que pode levar aespecificação de materiais incompativeis com ascondições de utilização e ao emprego de técnicas deexecução não adequadas. Além disto a ausência de umprojeto construtivo e do controle de qualidade dase!3pas ~e produção também podem contribuirslgnificauvamente para um produto final de qualidadeindesejada.

As principais ocorrências patológicas neste re­vestimento são o descolamento. fissuras, as manehas eo desgaste. abordados a seguir.

4.3.1 DeKOlameoto

o descolamento dos revestimentos de piso de pedras.poderá ocorrer devido principalmente às eCevadaStensões de compressão que podem surgir no piso emfunção da deformação excessiva ou não prevista da laje,q~do estes trabalharem solidários. A deformação dalaje gera, no conjunto, tensões que devem ser dissipadaspor suas diversas camadas. Em função da rigidez dopiso tais tensões podem não se dissipar concentrando-senas interfaces entre camadas provocando tensões decisalbamento que poderão ou não levar aodescolamento do componente. em função dos niveis que~ngir e da resistência de aderência apresentada pelaIOterface.

Para. que se evite este fenõmeno, deve-se ao projetar.considerar:

- à possh:eI deformação da laje em função dascaractensUcas estruturaIs adotadas;

• o emprego de materiais nas camadas de contrapiso ede aderência com adequada capacidade de absorverdeformações (baixo móduJo de elasticidade);

- as juntas entre componentes compatíveis com asdimensões dos mesmos e do ambiente;

• adoção de juntas de movimentação em todo operirnetro do revestimento, entre outros.

41

4.3.2 Fissuras

A ocorrência de fissuras é prejudicial à estétíca dorevestimento e, além disso, poderá vir a provocarproblemas patológicos mais graves que uma simplesfissura esteticamente desagradável. tais como. apenetração de sujeira e de wnidade que poderá reagircom a camada de aderência provocando manchas oumesmo resultar no descolamento do revestimento.

As .fissuras nos componentes de pedra ocorrem, narnatona das vezes, quando não se mantém acontinuidade das juntas estruturais, revestindo-as comas pedras. Nestes pontos existe uma elevadaconcentração de tensões de tração, que de modo geral,suplantam a resistência à tração dos componentes.

4.3.3 Manchas

As manchas poderão ter várias naturezas. como devidóa má estocagem; reações dos' componentesmineralógicos das pedras com os componentes das ar­gamassas utilizadas; a falta de cuidados na fase deexecução e utilização como por exemplo o contato doscomponentes com tintas. graxas. óleos. etc.; pedrasutilizadas em áreas inadequadas ao tipo. como porexemplo a utilização de mármores brancos em áreassusceptiveis do emprego de materiais que possam preju­dicar a eslática da pedra como em áreas de serviço ecozinha. E importante a proteção de móveis que po­derão oxidar-se, em contato com a wnidade. vindo aprovocar manchas no revestimento, impossibilitandosua retirada.

4.4.4 Desgaste

A adequada resistência mecânica dos componentes depedra, e uma das principais caraeteristicas de sua utili­zação em ambientes de elevada solicitação. Entretantodeve-se observar que nem todas as pedras apresentam omesmo nivel de resistência, sendo algumas maisadequadas que outras para certos usos.

Assim, ao se proceder a escolha de uma pedra ara umadeterminada utilização deve-se considerar as suas ca­racteristicas reais de resistência mecânica, sobretudo àabrasão, no caso especffico de revestimento de piso,para que o conjunto não venha a sofrer um processo dedesgaste acentuado em função das solicitações de uso.

Este fenõmeno, muitas vezes. pode ser evidenciado nasescadas revestidas em mármore, quando sujeitas agrande circulação.

5. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DOREVESTIMENTO VlNÍLICO

Os revestimentos vinílicos, apresentados em forma deplacas e de mantas, no Brasil, têm tido O seu empregorestrito a alguns tipos de edificios em particuiar,notadamente os de uso público tais como escolas, postosde saúde e hospitais. O uso intenso nestes locais deve­se, principalmente. às excelentes caracteristicas de hi·gienização proporcionadas por este revestimento. poispennite fácil limpeza e manutenção, além de ser um re­vestimento estanque à água e resi~r razoavelmente aoataque de agentes quimicos. Nos edificios comerciais ehabItacionais, porém. tem seu uso limitado, apesar dasvantagens mencionadas anteriormente.

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Este fato decorre. provavelmente. de questõcs culturaisque envolvem tanto os projetistas como os usuários.pois, trata-se de uma opção recente no mercado. secomparado com os revestimentos tradicionais. alémdisso. por se tratar de um revestimento sintético queprocura imitar os componentes cerâmicos ou demadeira. são preteridos em função dos autênticos; eainda. seu custo também deve ser um fator fundamentalpois, quando considerado apenas o material. apresentaum custo três vezes superior ao do revestimento têxtil,por exemplo, largamente empregado nos edificios emquestão. Outra razão que pode ser colocada é a falta deconhecimento. dentro' do meio técnico. acerca' daspropriedades intrinsecas deste revestimento.

As questõcs culturais e o desconhecimento do materialpodem ser superadas' como tempo.' Através dadivulgação das potencialidades do material' e de um"marketing" bem elaborado é posslvel alterar astendências do usuário. vencendo-se a barreira cultural.Entretanto. o seu custo continua a ser um entravesignificativo. principalmente porque. no Brasil, nãoexiste uma postura técnica para se efetuar a compra dosmateriais. reatizando-a. na maioria das vezes, con·siderando-se apenas o custo do material. Porém, espera­se também. que a cuno ou médio prazos. seja possivel àindústria nacional. implementando os seus processosprodutivos. reduzir o custo de produção e. conse·qüentememe o custo final deste material. podendochegar a ser um produto competitivo no mercado. Asquestões de conhecimento técmco. por sua vez. somenteserão de dominio dos profissionais envohidos na área.à medida em que o produto for pesquisado e tecnica·mente conhecido.

Na tentativa de buscar o dontinio tecnológico desterevestimento. que num futuro muito próximo pode seruma alternativa ,iável. é que se elabora um capitulorelativo a este revestimento, buscando-se apresentar aspotencialidade de emprego do material e as suascaracterísticas de execução. Para isto. será abordandoinicialmente. as propriedades dos revestimentosvinilieos e em seguida o seu processo de execução. Aotinal do capitulo, serão feitas algumas consideraçõessobre os possiveis problemas p'atológicos que podemdecorrer da inadequada utilização do material,procurando·se assim. evitar que tais problemas venhama surgir em projetos futuros.

5.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOREVESTIMENTO VlNÍLICO

O revestimento vinilico. será entendido, neste trabalho.como um conjunto de três camadas: a de regularização,que é aplicada diretamente sobre o contrapiso(substrato); a de fixação, responsável pela ligação doscomponentes vinilicos ao substrato e a de acabamento,constituida pelos componentes vinilicos, propriamenteditos. abordando-se, a seguir, suas principaiscaracterísticas.

5.1.1 Substrato

Neste caso. o substrato deverá ser o colltrapiso 'l,ue, porsua vez. deverá apresentar características especificas eser executado e controlado segundo as recomendaçõesde Barros [1991].

Eventualmente. a própria laje, que constitui a estruturasupone do subsistema piso, poderá receber o reves­timento. desde que seja execntada dentro de umametodologia de controle de qualidade que proporcione

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as características superficiais (planeza e regularidade)necessárias a este tipo de revcsumento.

5.1.2 Camada de Regularização do Substrato

A técnica recomendada para a execução do re·vestimenta vinilico exige a aplicação de uma camadade regularização do substrato, sobretudo quando estepermanece muito tempo exposto ao tránsito de pessoase 011 equipamentos, ou mesmo quando apresenta texturaáspera ou rugosa em função da. granulometria. doagregado empregado na sua produção. A função destacamada é pois, corrigir pequenas imperfeiÇões e aporosidade natural da base, diminuindo, assim, oconsumo do adesivo utilizado na camada de< fixação;bem como proporcionar maior regularidade. superficialdo substrato.

A camada utilizada para a regularização do substrato écomposta por uma massa à base de P.V.A. e cimento,de consistência pastosa (semelhame a uma massacorrida), que após a aplicação resulta numa textura lisa.ideal para a aplicação do adesivo de fixação dos compo­nentes vinílicos.

5.1.3 Camada de Fixação

A camada de fixação tem por função unir oscomponentes vinílicos ao substrato. para isto. énecessário o emprego de um adesivo específico, que sediferencia quando se trata da fixação de componentesem placas e acessóríos e quando se trata de mantas.

O adesivo comumente empregado na fixação das placase dos acessórios, tais como rodapés e faixas de arre­mate, é à base de betume, cargas ntinerais e solventesespeciais, adequadamente dosados, apresemando corpreta e consistencia viscosa. Entretanto, nos casos emque a aplicação se dê em áreas sujeitas à ação constanteda água, como boxes de banheiros, por eXC\llplo,recomenda·se o empregjl.)de adesivos de contatolIJ, àbase de policloroprenõl~, mais conhecido pela suamarca comercial Neoprene, cuja resistência à utuidadeé mais elevada que os à base de betume, permitindomelhor desempenho do revestimento. O adesivo decontato apresenta cor "caramelo", também comconsistência viscosa, sendo que na sua constituição,além da borracha sintética são enconlrados solventesorgânicos e cargas minerais adequadamente dosadas.No caso dos adesivos à base de neoprene o solvente emmaior quantidade é o toluol.

Ambos os adesivos são comumente encontrados nomercado em latas de 20,0 Kg e em galõcs de 3,6 Kg.

A fixação das mantas, por sua vez, se dá com um

(1) Pod....... caractsrizar adesivo de contato como aquele quenecessita da presença do material de fixação nas duassuperfícies a serem unidas. A união das partes se dáessencialmente por adesão química, isto 6, por forças derlQ3Ção eletrostáticas, que decorrem da presença de certoselementos em ambas as superficies. Caso o material defixação seja aplicado somorrte em uma das superfícies, aunião sará menos eficiente.

(2) O policloropreno (neoprane) é uma borracha sintética,produzida a partir do acetileno e do ácido clorídrico, sendolargamente empregado na produção dos adesivos de contato,pois seus materiais constituint8s lhe garante uma boaresist:ância ao cafor e aos óJeo&. resuftando na produção deadesivos de excelente qualidade.

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adesivo à base de resina aerílica e cargas minerais.devidamente dosadas. Este adesivo apresenta-se comcolornção bege e consistência pastosa. não apresentandoproblemas quanto à flamabiltdade. estando disponivelno mercado em embalagens de 4.0 Kg.

A principal earncterística exigida para os adesivosutilizados na fixação de componentes vinílicos. emcondições normais de temperatura. é o seu fácilespalhamento. Além disso, exige-se ainda tempo deCUI3 lotai de no máximo, 10 dias e que se permita autilização.do ambiente imediatamente após a aplicação.

5.1.4 Camada de Acabamento

o revestimento vinilieo é eonstituido por componentesem fonna de placas ou mantas. Ambos apresentamcomo matéria-prima básica para a sua produção, umaresina polimérica denominada cloreto de polivinila(P.V(C.), que constitui uma substância lennoplásticadum J). que, em conjunto com alguns agentes modifi­cadores, tais como fibras ou cargas minerais. dãoorigem a componentes que podem ser mais facilmenteflexibilizados e amolecidos.

As matérías-primas empregadas e o processo defabricação pelo qual passam os componentes. conferem­lhes as características de estanqueidade à água;perfeição geométrica e dimensional. que possibilitam oassentamento dos componentes com junta seca. isto é.sem a necessidade de espaçamento entre clcs. o que porsua vez. permite cxcelente facilidade de limpeza.higienização do ambiente e manutenção da aparência,mesmo em locais molháveis. Além disso. oU\Ia ca­racterística detenninante no seu emprego é a facilidadede substituição de parte ou de todo o conjunto de re­vestimento. sendo este fator fundamental quando daalteração do uso do ambiente ou mesmo de fatoresestéticos.

Além destas, outras propriedades tais como: razoávelestabilidade dimensional (variação linear nasdimensões de no máximo 0,25%); resistência à ação decertos a!;lentes quirnícos, tais como álcalis (solnção desoda caustica até 10% e amônia), detergentesdomésticos e água sanitária: resistência ao desgaste porabrasão superficial devido ao tráfego normal de pes­soas; antiderra~tes: razoável resistência ao impacto;estanqueidade a água; razoável capacidade de absorçãoacústica e satisfatória resistência à ação solar, no que serefere à manutenção das cores, fazem com que este re­vestimento, desde que corretamente projetado,apresente desempenho adeqttado às condiçiles normaisde utilização de edifícios residenciais e comerciais,demonstrando satisfatória durabilidade.

Porém, como todo tipo de revestimento, também emfunção de sua matéria prima e do seu processo de fabri­cação, apresentam algumas desvantagens de utilização,cujas mais relevantes são:

- facilidade de serem riscados, marcados e cortadossuperficialmente e

- são facilmente manebados por brasas (carvão, cigarro,etc) e por produtos derivados de petróleo.

Na tabela do anexo "A". ao final do documento, faz-se

(3) Uma substânoia termopláslioa é aquela que tem acapacidade de amolecer quando aquecida e endurecerquando resfriada. Um termopláslico duro é aquele que ao serresfriado apresenta elevado módulo de deformaçao. nãosendo facilmenie f1exibirlzado.

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urna avaliação comparativa das principais carncteristi­cas desejáveis aos distintos tipos de revestimentosabordados neste trnbalho.

Os componentes vinilicos podem se apresentar emforma de placas semiflexiveis ou mantas flexiveis. A di­ferenciação entre ambos ocorre no processo defabricação, desde a matéria prima empregada até nassuas dimensões finais. distinguindo as possibilidade deutilização. Suas principais caraetensticas e pro­priedades estão abordadas na seqüência:

5.1.4.1 PlacaJl sernínexiveis

São obtidas de uma liga termoplástib. homogênea,coostituida pela resina de P. V.C., éli.igas rníneraisinertes, que lhes garantem a earncteristica semiflexível,e pigmentos. Estes constituintes e o processo defabricação atribuem às placas propriedades. como:flexibilidade e leveza, pennitindo aplicação fácil e rá­pida; impenneabilidade e resistência mecânicacompativel com as necessidades de utilização que, emsendo adequadamente aplicadas. permitem obter umrevestimento de elevada durabilidade. Comwnente. sãoencontrndas no mercado com dimensões de 30.0X30.0cm, sendo tecnicamente possível. obter componentescujas dimensões cheguem a 6O.0X60.0 em. Apresentamespessura variada. em função do emprello a que sedestinam. No caso de uso em edifícios habitacionais. osfabricantes recomendam empregar placas com espes­sura de 1.6 mm: enquanto nos cdificios comerciais érecomendado a espessura de 2.0 mm: no caso de áreasde tráfego intenso, tais como corredores de edifícioscomerciais. por exemplo. é indicado o uso de placascom 3~0 mm de espessum. São obtidas através de umprocesso de fabricação que se divide em quatro etapas:mistura e homogenelzação, laminação, corte eembalagem, envolvendo operações a quente e utilizaçãode ealandras (cilindros especiais). As quatro etapas,comumente verificadas nas indústrias produtoras, sãodescritas a seguir:

1ª~: os constituintes são dosados. e rnísturados aquente, formando urna massa. Nos nustutadores essamassa é transformada em pasta e no moinho é prensadae misturada até ficar homogênea;

2!!~: a pasta, resultanle da Ia etapa, é laminadaÕbtendo-se a espessura desejada, através de calandrasaquecidas por maçaricos à gás, que a transforma emmanta continua, com a espesswa especificada;

111~: ncsla etapa a nlanta passa por um processo deresfrilimento, ocorrendo, então, O choque térmico, cujafunção é estabilizar, dimensionalmente, o material.Após o resfriamento, passa por um trntamentosuperficial na face superior, pela aplicação de cera rece­bendo, em seguida, o polimento que proporciona oacabamento final;

!ª~: já resfriada e recebido o tratamentosuperficial, a manta é cortada em placas com asdimensões especificadas. Após cortadas, sãoimediatamente embaladas em caixas de papelão.

Observe-se que todo o processo de produção émecanizado. mclusive a em~:8:m. A mecanizaçãopermite uma maior uniformi de produção poistndepende da habilidade do operário, entretanto. alémdisso, todo o processo é controlado, tanto visualmente,como atrnvés de ensaios especificos realizados com oscomponentes nas diversas etapas produtivas. como porexemplo ensaios de resistência ao desgaste SUperfiCial.de fiXação da coloração. entre outros. Estes ensaios sãodefinidos por normas especificas, apresentadas no final

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deste capitulo.

A operação de eorte da manta que ongma oseomponentes resulta em sobras laterais. que sãototalmente reaproveitadas, retornando ao ciclo de pro­dução. Isto é possível devido ás característicastermoplásticas do material !lue, ao ser aquecido.amolece completamente. podendo ser novamenteincorporado ao processo de produção.

As sobras de material de diferentes cores. de modogeral. são incluídas no processo de fabricação após ahomogeneização·damassa. fazendo com que.o produtofinal apresente·· manchas· de cores distintas.denominados "flashs". que proporcionam um aspectodecorativo na superficie do revestimento.

Assim. algumas. pequenas -variações. no processo deprodução básico, rcsulta em alguns tipos diferenciadosde componentes. que, de maneira geral, sãoclassificados com uma tenuínologia própria para cadaum dos fabricantes. sendo que, a classificação propostaestá relacionada ao aspecto superficial do componente.isto é. se apresenta "flashs" ou se é lisa; bem como coma sua função especifica. sendo então relacionado ásdiversas espessuras. Segundo esta última classificação.os componentes hoje disponiveis no mercado sãoclassificados como uso residencial (espessura 1.6 mm).comercial (espessura 2.0 mm). e para tráfego intenso(espessura 3.0 mm).

5.1.4.2 Mantas nexiveis

A produção básica das mantas viuílicas consiste naassociação de uma massa constituída por cloreto de po­liviuíla (P.V.C.) e uma tela. usualmente. de fibra devidro ou de fios de algodão. Estes materiais. em con­junto, conferem ao produto adequada estabilidadedimensional e flexibilidade devido ao baixo módulo dedefonnação.

O seu processo de produção é completamentediferenciado do das placas. conferindo-Ihe, assim,propriedades distintas com relação àqueles compo­nenles. São fabricadas em camadas. tnseridas numprocesso de produção continuo Controlado pelodesenrolamento da tela que é tracionada por ummecauísmo presente no final do processo de produção.

Existem hoje, no mercado, dois fabricanles dorevestimento viuítico em mantas, a "FADEMAC" e a"VULCAN" apresentando produtos completamentedistintos, cuja diferenciação inicia-se no processo deprodução.

A manta produzida pela FADEMAC é comercialmenteconhecida como "Dccorf1ex" consistindo de quatro ca­madas, sendo a primeira representada pela tela de fibrade vidro (importada) que recebe uma segunda de massaà quente. à base de P.V.C., de consistência fluída, quelhe possibilita adquírir uma espessura constante ao10D$0 da mesma. Após o lançamento da massa OCOnjunto passa por um fomo, sendo então aquecido.provocando a aeração da massa vinilica. Após esteprocesso. a camada sofre um choque ténuíco. sendoresfriada. estabilizando-se dimensionalmente. Com acamada estabilizada, tem início a impressão dospadrões da manta. que são conferidos pelo emprego dedispositivos e tintas especiais. Estes padrões podemapresentar uma superficie marmorizada, ou mesmoimitar tábuas corridas. parquês, entre outros. Com opadrão definido a manta é virada. sendo então aplicadauma camada de fundo que irá proteger a tela de fibra devidro. Esta camada é produzida a frio empregando-seuma massa também a base de P.V.C., acrescida de

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cargas minerais. Sua secagem se dá à temperaturaambiente à medida em que a tela caminha peloprocesso de produção. A partir da estabilização dacamada de fundo a manta é uma vez mais virada.recebendo superiormente uma camada de P.V.C. puro etransparente. que irá conferir maior resistência àabrasão ao componente. Esta é a última etapa doprocesso, pois após esta aplicação a manta é enroladanos comprimentos padrouízados para acomercialização.

As mantas "Decorf1ex" são fornecidas com largura de2,0 m; comprimento que varia de 15,0 a":i5,0 m eespessura variando confonne a sua pàílronagemsuperficial e o fim a que se destinam, poderido ser de1,2 ou 1,8 mm. sendo a primeira espessura usualmenteempregada para usos comerciais.

A manta produzida pela VULCAN é comercialmentedenominada "Vinalite" e consiste da aplicação de umamassa de P.V.C., à quente, sobre uma tela de tecido dealgodão, passando o conjunto por um rápidoresfriamento para que apresente maior estabilidade di­mensionai. recebendo, em seguida, a aplicação dopadrão. que consiste numa camada de tintas próprias de0,015 mm de espessura. sobre a qual é lançada umacamada de P.V.C. puro também de 0,015 mrn deespessura. que proporciona a proteção do conjunto. emfunção de sua elevada resistência à abrasão. A tela ficaaparente não recebendo nenhuma proteção.

As mantas são fornecidas com largura de 0,9 m;comprimento de 30.0 m e espessura de 1,0 mm,independente do uso que se tenha. Recomenda-seporém. que este material seja aplicado somente parausos residenciais e comerciais de pouco trânsito taiscomo escritórios, por exemplo.

5.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS RE­VESTIMENTOS VlNÍLICOS

Nesta fase, buscar-se-à definir os principaisprocedimmtos necessários à execução do revestimentovinilico, procurando fornecer ~etros para que estesrevestimentos possam ser deVIdamente projetados e teras atividades de execução adequadamente controladas.

5.2.1 Cuídados que Antecedem o Processo deProdução

Para que os procedimentos de execução resultem numproduto de garantida qualidade, será necessárioempreender alguns cuidados no que se refere à compra,estoea~em do material e aos ClJ.uiparnentos necessáriosà realização dos serviços, poiS estes irão interferirdiretamente na qualidade e desempenho dorevestimento.

5.2.1.1 Compra dos materiais

Esta atividade deverá se~ realizada buscando-sefornecedores especializados. E um tipo de material que,de modo geral. é encontrado em lojas especializadas emrevestimentos e decorações, que, por sua vez. vendem orevestimento aplicado por mão-de-obra própria. En­tretanto, em se tratando da compra de grandesquantidades. deve-se procurar comprar diretamente dosfabricantes. que podem proporcionar menores preços,além de fornecer a orientação necessária quanto aosadequados procedimentos de execução.

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Para que as atividades de e"ecução ocorram da maneira~ adequada possivel, recomenda-se o empre~o deeqwpamentos e ferramentas própnos à cada ativlllade,devendo os mesmos estarem em perfeitas condições demanuseiO e operação. A segwr, apresenta-se uma~gem dos principais equipamentos empre!?dos nasatividades de c.xecução dos revesttmentos Vlníhcos:

qualidade do material recebido e esta por sua vez nãoconsidere apenas o custo do material mas também' suascaracteristicas tecnológicas para que se processe acompra.

5.2.1.3 Equipamento~ e ferramentas

- ~nadeira de aço lisa e dentada;• na 10 (para limpeza);- faca tipo "Olfa" ou lâmina de corte;- riscador de vidia;- maçarico a gàs (opcional); '.• pedra de esmeril 0IIlil<a na 60; .- cbave de fenda (para abrir as latas de adesivo);- metro de bambu;- Iinba de pedreiro'- pincel; ,- palha de aço (para limpeza) e- martelo de borracba.

As condições de estocagem deverão ser controladas.devendo-se proteger os componentes vinílicos dawmdade e de temperaruras elevadas, pois, na presençadestas.; poderão ocorrer alterações .nas;caracteristicasepropriedades dos mesmos. tais como,;.ernpenamentosexcessivos, por e"emplo, principalmente no caso dasplacas. . ._

As caiJ<as dos componentes em plaCas deverão serempilhadas a no máximo 7 unidades, sendo que otransporte das mesmas. no canteiro de obras, deverá serfCl!Iizado com cuidado. não sendo permitido jogà-las.poIS as pontas dos componentes são suscetíveis dequebra. E, quando quebrados, não poderão serutilizados no assentamento. podendo ser aproveitJIdossomente para a e"ccução de arremates.

As mantas são fornecidas em rolos e quandotransportados. em veículos. deverão estar na posiçãovertical. sendo devidamente amarrados. de modo a nãotombarem. Durante o transporte devem ser protegidospor papei c. plàstico c por discos protetores em suasbordas mfenores. a fim de que não sofram amassa­menta. O transporte manual, deverà ser feito semprepor duas pessoas. com o rolo na posição horizontal.Para a estocagem no local onde serão utilizadas. estesdeverão ficar na posição vertical apoiadas sobre o discoprotetor.

5.2.1.2 Estocagem

No que se refere aos fabricantes da camada deacabamento. atoalmente são poucos os atuantes nomercado. sendo eles a FADEMAC que produz placas emantas vinílicas. comercialmente conhecidas comoPavifle" e . Decorflel<, respectivamente. aVINAMIFLEX que produz somente componentes emplacas conhecidos como Vinarnípiso e a VULCAN quefabnca somente a manta vinílica. comercialmente c0­nhecida como Vtnalite.

Os componentes em mantas são adquiridos por melroliDeal:, sendo qne quando essa manta possuir desenhos(padrões) especific:os. em sua suporficie. a medição daquanlldade necessana'a ser adqwnda deverá considerarque os desenhos devem ter continuidade e coincidêncianas ju,ntas. D~e modo a dcterminação da quantidadedevera ser realizada a parDr de um projeto construtivo.Identificando os pontos de junções em função do padn10especificado. Nos casos de padrões com desenhos écomum a quantidade necessària de material ser supe­rior às dimensões em plantJI dos ambientes.

No caso das placas. de modo geral. os fabricantespadronizam as embalagens, assim. a quantidade depla~ e porta~to a metragem quadrada em cada cai"a.vana em funçao das espessuras das placas que contêm.Este fator deve ser observado para a realização da com­pra e recebimento do material. notadamente quandohouver a necesSidade de compra de dois materiais dis­Untos.

Em função disto. para amuliar na especificação domatenal. apresenta-se na tabela 5.2.1 as caracteristicasusuais das embalagens dos componentes em placaatualmente disponíveis no mercado. '

Os materiais destinados à camada de fixação - adesivosà base de betume. acrilicos e de contato são encontrndosno mercado especializado proveníentes de diversoslàbricantes, sendo que os fornecedores dos reves­timentos vinílicos também possuem, na maioria dasvezes, pr~tos próprios para a fixação dos compo­nentes. Assim, deve-se buscar adqwnr os adesivos defornecedores idôneos, podendo-se verificar ascaracteristicas dos materiais através de ensaios ex­peditos realizados em campo, como por exemploobservando-se a consistência. a trabalbabilidade otem,po de abertura do material (tempo em que é possÍvelaplicar os .componentes e fazer pequenas correções noseu poSICIonamento), entre outros que podem seradaptados a cada realidade de obra.

Na verdade, os procedimentos de compra técnica erecebimento de materiais, em canteiro devem estarinseridos numa metodologia ampla de conlrole dequalidade dos materiais a serem empregados em obra.EnlIWutto, enquanto tal metodologia não é efeti­vaDJe!1le implantada, os responsáveis pela compra,recebimento e aplicação dos materiais de revestimentodevem estar atentos às principais características que osmesmos devem apresentar, buscando-se trabalbar demaneira conjunta,. a filll: de que o setor produtivo possadar um retomo a eqwpe de compras em relação à

Tabela 5.2.1 - Características usuais das embalagens dos componentes vinilicos em placas.

Residenci.alComercia!Tráfego inten.

300><300300><300300><300

3.294.366.60

705637

6.305.043.33

------------------------------------------------------------------------

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5.2.2 Condições para Início de Trabalho

As atividades de execução do revestimento vinílicodevem ter início com a verificação das condições locais.isto é. devem ser verificadas a ortogonalidade entre asvedações verticais. a planeza e as condições superficiaisdo contrapiso. bem como se todas as demais atividadesque antecedem a execução do revestimento de pisoforam realizadas. tais como arremates de portas.janelas. tetos. instalações em geral c os revestimentosde parede. Na realidade.. estas atividades. devem estarinseridas na metodologia de' controle de recebimentodos serviços de execução' da vedação vertical c docontrapiso. entretanto, enquanto tal metodologia nãofor, efeuvamente. implantada em obra. estas atividadesdeverão ser realizadas precedendo' os serviços deexecução dos revestimentos a fim de que não sejacomprometida a sua qualidade.

A ortogonalidade das vedações verticais é importantesobretudo quando se trata do revestimento em placas.pois por se tratarem de revestimentos modulares. umpequeno desvio de alinhamento das paredes pode levarà existência das denominadas "facas". ou lriangulari­zação dos componentes, deixando á \·;sta. o problemade execução. No caso das mantas. a perda dealinhamento das vedações verticais é menos sensivel.pois trata-se de um revestimento contínuo. com umreduzido número de juntas. sendo estas impcrccptiveis.

A ortogonalidade entre as paredcs pode scr vcrificadacom o auxilio dc um esquadro mctálico. A \'erificaçãode problemas de alinhamento da parede deve levar awna avaliação sobre as possiveis conseqüências dapresença das "facas" nos ambiemes podendo-se adotarwna postum de se aceitar a colocação dos componentesapesar da existência das mesmas ou solicitar a correçãodas vedações.

O substrato, quando se tmtar do contrapiso. deverá tersido executado segundo as recomendações de Barros[19911, recebendo acabamento superficial desempenadocom desempenadeira de aço ou alisado com colher depedreiro, não queimado. devendo ser devidamenteregularizado. O acabamento alisado permite umasuperficie mais regniar para receber a camada deregularização, podendo evenmalmeme. suprimi-Ia.

A planeza e regularidade superficial do substrato éfundamental para a execução deste revestimento, poistrata-se de wn revestimento fino, ou seja, nãopossibilita realizar acertos na camada de fixação. Sendoassim, a verificação destes parâmetros deverá serrealizada segundo as recomendações de Barros [1991],devendo-se adotar as tolerâncias ali indicadas.

No caso em que o substrato for a própria laje, suasuperficie deverá ser adequada ao recebunento de umrevestimento fino, portanto, deverá estarcompletamente nivelada e plana, apresentando texturalisa. Assim, os mesmos instrumentos empregados paraa verificação do contrapiso podem ser aplicado para alaje.

Para a aplicação do revestimemo o substrato deveráestar isento de umidade, pó e gorduras. devendo tersido executado no mínimo há 2 semanas no caso depavimentos elevados e no mínímo há ~ semanas parapisos térreos.

Após a realização de todas as verificações. wna vezconstatadas adequadas condições de inicio de trabalho.a execução do revestimento deve ter inicio procedendo­se à regularização do substrato e a marcação dos eixosde disposição dos componentes, prossegníndo-se com o

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espalhamento da camada de fixação e o posicionamentodos componentes. sendo estas etapas descritas a seguir.

5.2.3 Execução da Camada de Regularização

Independente das condições do contrapiso, a técnicaamai de execução do revestimento vinílico recomenda oemprego de wna massa de regularização, que auxilia,também na colmatação dos poros natunus da baseevitando-se o conswno excessivo do adesivo de fixaçãodos componentes vinilicos. E. possivel, poré!l!<que .coma técnica de execução do contrapiso recomendada porBarros [1991 I, seja possivel a elimínação de \áf.carnadauma vez que é possivel obter, no próprio COp,trapiso,uma superficie lisa e com baixa porosidade. Eiitretanto,algumas pesqnísas .nes!c. sentido devem sei':::.empre­endidas a fim de que possa ser melhor avariada aeficiência da camada de reguJarização. Enquanto istonão ocorre, recomenda-se empregar a técnícaatualmente utilizada em obm.

A camada de regularização deverá ser executada com oemprego de uma massa preparnda no próprio canteiro.a partir do proporcionamento de um adeSIVO à base deP.V.A. (Acetato de Polivinila) e água, na proporção, emvolume. de 1:8 (p.V.A.:água). acrescentando-se, a estasolução, cimento Portland peneirado. aos poucos.mexendo sempre. até que se obtenha uma massa deconsistência pastosa fina. semelliante a wna massacorrida.

Para a aplicação da massa deve-se limpar toda asuperficíe a receber a mesma. eliminando-se todos osresiduos de argamassas. óleos. çraxas e materialpulverulento, que possam vir a prejudicar a aderênciadesta camada' ao substrato.

Com o substrato totalmente limpo, deve-se proceder aaplicação da massa, empregando-se desempenadeira deaço lisa. Aplica-se uma ou duas demãos da mistura,dependendo do estado da base, observando-se sempreum intervalo mínimo entre as aplicações (tempo decura) que deve ser de aproximadamente 20 minutos.sendo variável em função das condições de temperaturae umidade do ambiente.

Após a secagem parcial da massa de regu1arização,próximo de 12 horas, deve-seJ'assaT uma lixa nO 60 outijolo de esmeril tipo grana n 30 em toda a área, ondeserá feito o revestimento, a fun de que sejam elimina­das pequenas saliências e rebaIbas que tenhamresultado do processo de aplicação. A lixa deverá serfixada em uma desempenadeira de madeira, parawúforrnizar o lixamento. O pó resultante do lixamentodeverá ser removido com muito cuidado. de prefe­rência, com urna vassoura de pêlo. para que o mesmonão se levante vindo a se depositar nas paredes ou 0b­jetos que não possam ser retirados do local.

Recomenda-se que a espessura lotai da camada de.regularização não exceda a 3,0 rnrn. Cada demão demassa em geral, resulta muna espessura de 1,5 rnm,assim, no caso de haver necessidade de se aplícar maisde duas camadas devido a grandes irregularidades, osubstrato deverá ser refeito. pois a função dessa camadaé apenas regularizar a base e nunca corrigir defeitoscorno desníveis ou ondulações acentuadas. urna vez queseu custo é mníto elevado, onerando o processoprodutivo. Observe-se que defeitos detectados nestaetapa de produção denuncia a total ausência de controlede qualidade de execução do contrapiso, bem corno anão realização da verificação das condições iníciais detrabalho.

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5.2.4 Medição e Marcação da Superfície e dos Eixos

Uma vez executada a camada de regularização deve-sedar inicio à medição e marcação dos eixos na superfíciea ser revestida. antes do assentamento doscomponentes. A démarcação deve ser feila de forma aotimizar duas características. ou seja. evitar o maiornúmero possível de recortes. e proporcionar um reves­timento esteticamente agradável em relação aosprincipais raios visuais (em gerai as aberturas deportas).

O correto posicionamento dos eixos é de extremaimportância pois. uma vcz iniciada a fLxação doscomponentes. torna-se dificil a correção de erroseventuais, sendo que um pequeno erro na locação doseixos principais pode produzir uma diferençaconsiderável no final da área revestida. prejudicando aqualidade estética do revestimento, bem como levandoa desperdicios de material.

Os procedimentos rccomendados para a marcação doseixos dos componentes em placas c em mantas serãoapresentados a seguir:

5.2.4.1 Demarcação dos eixos para a fixação dasplacas

devendo ser constituída por um oficial. e um ajudante.segundo os procedimentos: inicialmente. estende-se alinha. impregnada com giz. cal gesso ou lalco. de umlado a outro. nos pontos determInados. prendendo aspontas. através de um prego. por exemplo: em seguida.devc-se levantar e soltar a linha. levemente. de formaque, ao bater no piso,dcixe um traço branco nasuperfície. materializando o eixo que orientará acolocação das placas.

Antes da colocação definitiva dos componentes. ou seja.da sua fixação, apenas para verificar a posição final quedeverão assumir as placas. esllilii:' deverão serdistribuidas sem a presença do adesivo. a partir docentro do eixo demarcado. O espalhamento das placasdeverá ocorrer. nas duas direções. até o'cncontro com aparede. observando-se o~o da ~úma placa que.preferencialmente. não devera ser mertor que 10,0 em·nem tuaior que 29.0 em, em função das dificuldades deobtenção de cortes adequados às condições de arremate.

caso ocorra uma destas situações. é necessário fazer odeslocamento do eixo de colocação, que pode se reali­zar da seguinte maneira: partindo do centro.previamente determinado. deve-se deslocar o eixo a sercorrigido. 15 cm para qualquer lado: e, a parlll" do

FIGURA 5.2.1 - Demarcação dos eixos para oassentamento em esqnadro (Fonte:VULCANI.

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O assemamenlo das placas vinilicas deve ser iniciado apartir de um eixo pré-detem1inado. Para efetuar a me­dição e marcação da superfície e dos seus eixos. utiliza­se um metro. cordel ou linha e giz, talco ou gesso.sendo que os procedimentos para a demarcação sãodiferenciados conforme o assenlamento doscomponentes se dê em esquadro ou em diagonal.

No caso do assentamento em esquadro. a demarcaçãodeverá se iniciar pela determinação do centro real doambiente, sendo que para .companimentos regulares,isto é sem reentrâncias. no caso de retângulos ouquadrados. traça-se eixos perpendiculares no centro dasparedes adjacentes. conforme ilustra a figura 5.2.1resultando no centro real, identificado, na figura, pelaletra "R".

No caso do assentamento em diagonal, a demarcaçãodos eixos deverá ser feila da mesma forma que no casoanterior, cncontrando-se o centro real docompartimenlo. Neste caso, porem, além do traçado doseixos perpendiculares às paredes. deverão ser traçadosdois outros eixos, perpendiculares entre si, com íncli­nação de 450 em relação aos primeiros, passando pelocentro real do compartimenlo, conforme ilustra a figura5.2.2.

Para a determinação deste eixo, quando a área a serrevestida não possuir forma de um quadrado ou re­tângulo. pode-se considerá-la como se O fosse.desprezando-se as saliências existentes, para facilitar amarcação dos eixos e o inicio do assentamenlo.conforme mostra a figura 5.2.3. As irregularidadesdeverão ser consideradas como recortes a seremexecutados após a execução da área regular, devendoestes serem realizados conforme as recomendações doitem 5.2.6.5.

A realização efetiva das demarcações deve ser deresponsabilidade de uma equipe treinada para isto,

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FIGURA 5.2.2 - DemarcaçãoassentamentoVULCAN).

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FIGURA 5.2.3 - Configuração dos eixos em superfícies irregulares [Fonte: VULCAN].

FIGURA 5.2.4 - Def'mição de novo eixo paraobtenção de adequado arrematejunto às vedações verticais [Fonte:VULCAN].

novo ponto, deve-se proceder nova distribuição dasplacas, devendo a úl~ apresentar um recorte. sufi·ciente para um perfeito arremate. Os novos eixo ecentro. então determinados, serão a referência básicapara o itúcio e colocação das placas. conforme ilustra afigura 5.2.4.

5.2.4.2 Demarcaçào dos eixos para a fixaçào dasmantas

Na demarcação dos eixos para a fixação das mantasdeve-se lomar como referência a parede dc maior lado.traçando urna linha no contrapiso. paralela a ela. Cornoas mantas são fornecidas com largura de 2.0 m. a linhadeve ser traçada a uma distància de 1.95 m da paredede referência. deixando-se 5.0 cm junto à mesma paraajustar possiveis imperfeições que poderão ocorrer noseu alinhamento. Este procedimento deve ser realizado

para toda a largura do ambiente. repetindo-se adernar:cação dos eixos a cada 2.00 m (correspondente alargura da manta) dcvendo-se prever. também. para amanta junto à parede oposta. urna folga de 5.0 cm paraa realização dos arremates.

5.2.5 Execuçã,o da Camada de Fiução

Conforme anteriormente salientado. o adesivo a serempregado na camada de fixação será diferenciadocomorme os componentes sejam placas ou mantas. Emambos os casos, porém, os procedimentos a seremadotados para a execução desta camada sãopraticamente os mesmos e sendo assim, apenas asanerenças significativas serão destacadas.

Independente do tipo de componente a ser fixado, antesdo espalhamento, é necessário que, com o auxílio deuma espátula. o adesivo seja completamente misturadopara a sua completa homogeneização. Além disso, paraque se tenha uma boa aderência, é necessário que.a suoperflcie a receber o adesivo esteja completamente tsentaae poeira ou quaisquer outros tipos de resíduos. Noscasos em que se tenha aplicado a camada de~­zação, a mesma deverá ter sido executada há pelomellOS 24 horas que é o tempo mínimo para a sua seca­gem, estando isenta de residuos e poeira.

Com a superflcie completamente limpa, o es­palhamento deverá ser feito a partir. do eixo demarcação, em direção aos cantos em movtrnentos CIICU­1ares, com o auxilio de uma desempenadeira de açodentada em forma de "V". cujas características devemser: distância de 4,0 mm entre os dentes, 2,0 mm deprofundidade e àngulo do dente de 600 , encontrada nomercado especializado.

Nos casos em que se tiver utilizando adcs!"ode contatoo espalhamento poderá se dar com a propna lata, fu­rando a sua base de modo que o adesivo flua na formade filetes. Este procedimento. para este tipo de ~terial.implíca em maior produtividade de aplicação,entretanto deve ser realizado com cuidado para que nãoconcentre-se em determinada região e falte em outras.O espalhamento deste adesivo nas placas deverá se dar

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com o uso de pincel.

Também os adesivos à base de betume e acrilicomerecem cuidados observando-se que não sejamaplicados mais de wna vez no mesmo ponto ou queocorram falhas. Deve-se distribuir apenas daquantidade necessária para a perfeita aderência dacamada de revestimento ao substrato, pois quando estesadesivos são aplicados em excesso, ocorre oafloramento dos mesmos pelas jWltas entre oscomponentes (placas ou mantas) podendo manchá-lose, se aplicado com reduzida espessura ou com falhas.DlIo permitirá a aderência necessária. A quantidade~ do adesivo a ser aplicada é de 160 gramas porm.

A área de espalhamento do adesivo deverá ser de nomáximo o equivalente a uma hora de trabalho, no casodas placas aplicadas com adesivo à base de betume.quando se tratar do adesivo de contato este tempo éreduzido para cerca de 20 minutos. enquanto para asmantas a superficle de espalhamento do adesivo deveráser compativel com as dimensões de cada manta.

Observe-se que tanto para as placas quanto para asmantas. ao se espalhar o adesivo, o mesmo apagará asmarcas dos eIxos. portanto. rccomenda-sc que as linhasde referência que os originaram permaneçamestendidas a fim de que os eixos possam serremarcados.

Durante a al'licação dos adesivos de fixação das placas.as portas e Janelas deverão estar abertas para permitiruma ventilação continua do ambiente e. no casoespecífico dos adesivos de contato. auxiliai na acele­ração do tempo de "tack" (tempo de início deaderência).

Observe-se que o tempo de início de aderência dosad;esivos de contat!>, que de modo geral é de 15nunutos, pode Vanal em função das condições detemperatura, wnídade e ventilação do ambiente. Emfunção disto, deve-se veríficar. que a te~raturaamble!'te seja supenor a l60 C, poIS caso contrario, nãohavera a evaporação do solvente, não sendo possível afixação dos componentes.

Quando do uso deste adesivo, o assentamento doscomponentes somente deverá ter início, após verificadoas ~ndições de início de aderência, que pode se dar dasegwnte maneIra: passado uns 10 minutos deve-seapertar levemente O adesivo com um dedo: Caso oadesivo adira ao dedo é porque ainda não atingiu otempo de início de assentamento, devendo-se retardar acolocação. No caso de apertando levemente o dedo oadesivo não aderir, deve-se apertar fortemente e,' seneste caso O mesmo aderir ao dedo, deve-se iníciar acolocação.

~rve-se que, se ao apertar o dedo fortemente sobre oadesivo e.~ não aderir, é porque foi ultrapassado opont? de lDIClO do assentamento. Caso isto aconteça, oadesIVO deve ser coml'letamente removido, aplicando-seuma nova camada, remiciando o processo.

Observe-se que, devido aos adesivos orgânicos (usadosna fixação das placas) possuirem solventes altamenteinflamáveis, durante as atividades de espalhamento nãose deve fumar ou provocar chamas ou centelhas no am­biente, a fim de que sejam evitados possíveis acidentes.

Durante a. ~xecução do revestimento, o operador deveráusar sandàhas de borrdcha" em vez de sapatos. para nãodanificar os componentes ja aplicados.

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5.2.6 Execução da Camada de Acabamento

o assentamento das placas difere das mantas, assim. osprocedimentos relauvos a cada tipo de componentesemo abordados separadamente.

5.2.6.1 Assentamento das placas

Antes de dar início ao assentamento é convenienteveríficar a quantidade de placas necessária aorevestimento da área considerada, levando-se em contaque as mesma deverão ser provellÍentes de um únicolote, a fim de que não apresentem problemas na suacoloração. No entanto. mesmo que as placas sejam deum único lote. deve-se tomar o cuidado de. no momentoda colocação, retirar os componentes de diversas caixasao mesmo tempo, para permitir a uníformização oubomogeneização das tonalidades das cores.

Observe-se que esta fase da obra é praticamente aúltima. estando os demais serviços prontos. Nestesentido. todos os cuidados relativos à limpeza do localdeverão ser verífieados. Se, durante a aplieação doscomponentes. excessos ou manchas de adesivo. vierema ocorrer. os mesmos deverão ser imediatamenteeliminados. Além disso. o encarregado pela execuçãodos se"'ÇQs devera ter o CUidado de não encostar asmãos ou ferramentas nas portas ou paredes e não pisarduetamente sobre as pla~. sendo que em caso deneceSSidade deve-se cabn-las antes, com papelão oucartão das próprias caixas.

A distribuição das placas deverá ser feita a partir docentro, previamente demarcado. em direção às paredes.alternando a direção dos flashs ou da seta indicativa noverso das placas. para proporcionar maior estabilidadedimensionai ao revestimento. O assentamento deveráser feito com o auxílio das duas mãos, urna para acertaros cantos jWlto às placas fixadas, e a outra paraassentar o lado oposto, de forma que não deslizemsobre o adesivo, conforme ilustra a fignra 5.2.5.ObseJVe-se ainda que o operário não deverá aplicar opeso do seu corpo sobre as placas recém fixadas, poisISSO as deslocaria tirando-as do esquadro.

Chegando-se jWltO à parede, o assentamento das placasem contato com a mesma deverá se dar a partir do seuligeiro enCllrvamento, pressionando-a para baixo com oauxílio de urna outra placa. Este procedimento,apresentado na fignra 5.2.6, facilita o seu encaixe emelhora a sua aderência.

Concluído o assentamento das placas em toda asuperficie, deve-se verificar os recortes e osacabamentos realizados e recolher os componentes nãoutilizados, deixando-se a área completamente limpa.

O local poderá ser utilizado tão logo os serviços estejamterminados, porém, recomenda-se que a sua lavagemnão se dê antes de 10 dias a fim de que seja evitada ainfiltração de água pelas juntas. que pode reagir com oadesivo. antes da sua completa cura, levando ao des­prendimento do componente.

Nos casos em que for observado algum componentecom os cantos levemente levantados, deve-se veríficarse o fato decorreu da falta de adesivo ou pode ter sidoem função das condições desfavoráveis de temperatura.wnídade ou ventilação no momento da colocação. Casotenha ocorrido esta última situação, os

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FIGURA 5.2.5 - Posicionamento de uma placa de reve~1imentovinílico (Fonte: FADEMACJ.

FIGURA 5.2.6 - Arremate das placas junto àsparedes (Fonte: VULCAN).

componentes podemo voltar à sua posição nonnal após3 ou 4 semanas da colocação.

A seguir, semo colocadas algumas particularidades doassentamento em esquadro ou em diagonal.

a) Assentamento em esquadro

Após a marcação dos eixos conforme anteriormentedescrito. o assentamento em esquadro consiste emdistribuir as placas de forma que as juntas fiquemparalelas em relação à referência adotada.

A colocação das placas deverà se dar de forma que oinício seja no centro real do compartimento em direçãoàs paredes. sendo que um dos vértices da primeira placaa ser colocada coincida com o centro real. seguindo-se acolocação em forma de pirâmide. conforme mostra afigura 5.2.7.

Quando da existência de rodapés, o assentamento dasplacas deverá ser terminado completamente antes da fi·xação dos mesmos. pois estes devem ficar sobrepostos àelas.

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FIGURA 5.2,7 - Seqüência de posicionamento dasI'!acas com disposição em esquadroIFoote: VULCANJ.

b) Asseutamento em diagonal

Neste caso as juntas entre as placas ficarão em diagonalou 450 em relação aos eixos perpendiculares do retân­gulo do ambieote. As placas devemo ser colocadas docentro em direção às paredes como no caso anteriorapenas deven10 estar em diagonal, isto é, todas asplacas mantemo a inclinação de 450 em relação aoseixos, conforme ilustra a figura 5.2.8. Observe, nestafigura, a faixa de contorno no perlmetro da áreaconsiderada, que corresponde à faIxa de acabamentojunto às paredes, executada com componentes paralelosàs mesmas. Tal procedimento auxilia na execução dosarremates. notadamente quando as paredes nãoestiverem completamente alinhadas.

5.2,6.2 Assentamento das mantas

O assentamento das mantas difere em função do seupadrão de acabamento superficial, ou seja., se é do tipoliso ou se é do tipo módulo. como por exemplo as que"imitam" um revestimento de tacos de madeira ou

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FIGURA 5.2.8 - Seqüência de posicionamento das"lacas com disposição em diagonal(Fonte: VULCANI.

tábuas corridas.

A diferenciação se dá nas emendas entre mantas. poisno caso das lisas. as emendas podem se dar emqualquer ponto pois a superfície é continua; entretanto.no caso de mantas com padrões modulares. nasemendas. estes módulos devcr:lo coincidir. a fim de quenão se perca a estética do revestimento. Deste modo.não é possivel que se faça emendas em qualquer po­sição ou mesmo que se empregue certos retalhos paracomplementar pequenas áreas que tcnham faltado. Estefator deve ser considerado quando da elaboração doprojeto do revestimento. bem como quando da quan­tificação dos materiais de revestimento devendo-seconsiderar o comprimento c a largura das mantas aserem assentadas.

A aplicação da manta deve se dar com o auxilio de umaplaca de madeira de dimensões 35 x 20 em. revestidade carpete ou feltro. Esta placa deverá ser pressionada.uniformemente. em todas as direções e extensão damanta. Fixada a primeira manta. passa-se para a se­l!\IIlda. tomando-se o cuidado. de deixar as sobras juntoàs paredes. para serem recortadas no final de todo oassentamento.

5.2.6.3 Assentamento em áreas molbáveis

o assentamento dos componentes em áreas molháveis,como cozinhas, áreas de serviço e banheiros, deveseguir as recomendações dadas anteriormente,observando-se, porém que, nos encontros dorevestimento de piso com aparelhos sanitários e ralos,recomenda-se proceder um adequado arremate, pois.desta forma, evita-se a formação de um possível pontode infiltração de água para baixo do revestimento, bemcomo melhora o aspecto estético das junções. Este ar­remate poderá ser feíto empregando-se uma pasta decimento branco. aplicada com os próprios dedos.retirando os excessos logo após a aplicação, utilizando­se, para isto. um pano !tmpo e seco. Nos casos em queos cortes dos componentes cerãmicos tenham sido feitoscom exatidão e que a camada de fixação tenha sidoadequadamente espalhada até a borda do componente.tais cuidados podem ser dispensados.

5.2.6.4 Execução de juntas

Os componentes vinílicos podem ser aplicados sem anecessidade de juntas entre si. caracterizando juntas se­cas. Este procedimento é passivel em função das

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caracteristicas intrinsecas dos mesmos. pois oscomponentes vinilicos. principalmente as placas.apresentam razoável estabilidade dimensional frente ásações decorrentes da variação de temperatura e de umi­dade e. além disso. apresentam módulo de deformaçãoque permite absorver as deformações de pequenaamp!ttude (sejam intrínsecas ao componente ou sejamda base). sem que haja problemas de fissuras e descola­menta.

No caso das mantas, por se constituírem decomponentes de grandes dimensões, quandocomparados com as placas. apresentam poucas JUntas.conccntrando-se. nestas. todas as tensões decorrentesdas possíveis solicitações. Para absorver-tais tensões. demodo que as bordas entre duas mantas consecutivas nãose levantem é necessário vedar a uniàoentre as mantas.com um mástique para selagem, tal éiiino o silicone.por exemplo. que é encontrado no mercadoespecializado na forma de bisnagas, providas de bicoaplicador. A selagem das juntas deverã ser realizada so­mente após a limpeza geral do piso, adotando-se osseguintes procedimentos:

- proteger as bordas das mantas adjacentes com fitaadesiva. deixando visível somente o intervalo entreelas (juntas);

- íntroduzir o bico aplicador no intervalo entre asmantas. apenando a bisnaga e movendo-a ao longoda emenda;

- aplicado o selante em toda a extensão da manta. amesma deverá ser protegida. não devendo liberar olocal para utilização antes do período mínimo desecagem, que é de 4 horas.

Quanltl. ás juntas construtivas. dado á razoávelcapacidade de absorver deformações apresentada peloscomponentes vinilicos, de modo geral, não se faznecessário a sua execução, pois, os próprioscomponentes são capazes de absorver as deformações aeles impostas. Somente serã necessário a execução dejuntas estruturais em continuidade àquelas previstas naconcepção do edificio, sendo que as mesmas deverãoestar especificadas no projeto estrutural. . .'

5.2.6.5 Execução dos arremates

Os arremates do revestimento \~nílico estãorelacionados à fixação dos acessórios, tais comorodapés e faixas, bem como aos recortes na junção dopiso com as paredes, ralos, aparelhos hidrãulicos ecaixas elétricas.

Os acessórios do tipo rodapé e faixa são responsáveispelo acabamento do revestimento, valorizando-il. Taisacessórios são produzidos a partir das mesma matériasprimas empregadas nos componentes de revestimento efornecidos pelas próprias indústrias de componentes.

A fixação dos rodapés deverá ser realizada somenteapós ter sido concluido o assentamento das placas oumantas. pois, aqueles deverão sobrepor estes últimos.conferíndo-Ihes perfeito acabamento.

A fixação do rodapé deverã ser feita utilizando-se,preferencialmente. adesivo de contato. à base de neo­prene, por permitir maior resistência de aderênciaquando comparado aos demais adesivos. Sua execuçãodeverá seguir os procedimel\tos colocados, a seguir:

• antes do espalhamento do adesivo sobre a superfícieque receberá o rodapé, a mesma deverá ser completa­mente limpa, retirando-se toda e qualquer substância

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que venha a prejudicar a aderência eOlre ambos:

- com a supemcie limpa. deve-se marcar com mo traçona parede. a altura do rodapé. menos 5.0 mm; pas­sando-se em seguida o adesivo com auxilio de umpincel. O adesivo deverá ser J?3Ssado também nasuperfieie de aderência do rodape;

- antes de proceder O contato entre as duas supemcies.deve-se verificar o tempo de "tack", conforme des­crito anteriormente.

- a fixação deverá ser realizada com o au.xilio de momartelo de borracha.

As faixas de arremate, por sua vez. são colocadas nassoleiras das portas, devendo-se verificar. iuicialmente.se a supemcie. a ser fixada. está limpa e seca;procedendo-se sua completa limpeza, quandonecessário. E, assim como os rodapês. as faixas dearremate deverão ser fixadas com adesivo de contato.empregando-se os mesmos procedimentos. A faixadeverá ser cortada no tamanho exato da supemcie a serrevestida. sendo fixada com o auxilio de um martelo deborracha.

Apesar de se constituirem em componentes facilmentecortáveis e trabalháveis. para que os cortes c arremalesdos componentes vinílicos c seus acessórios sejam feitosadequadamente. faz-se necessário. além dos cuidadosquanto a verificação da terminal idade das alvenarias cdos contrapisos. a aquisição das ferrameOlas própriaspara a execução dos mesmos. relacionadas no item5.2.1.3.

Os procedimentos de corte são diferenciados em funçãodos tipos de componentes. Assim. a seguir. são apre­semadas as principais particularidades de cada um.

a) Cortes em placas

As placas são facilmente cortáveis utílizando-se umafaca tipo "Olfa" (estilete). tesoura ou guilhotina, sendoque antes de se proceder ao corte propriamente dito,aquelas deverão ser devidamente demarcadas na suaface polida. seguindo-se os procedimentos colocados aseguir e ilustrados na figura 5.2.9:

PMEDE

IUCA AlJX1LJAR!MA MAR:AÇÃoDE CORTE

- sobre a última placa da fileira já aplicada. deve serperfeitamente sobreposta a placa a ser recortada;

- uma segunda placa (placa au.xiliar) deverá serencostada à parede. sobrepondo parcialmente aanterior;

- com o auxilio de mo lápis de carpinleiro ou de moriscador, a placa do meio devera ser devidamentemarcada. para que se processe o corte, com extremocuidado, pois esta será a placa empregada noarremate~

Para cortes em quinas a operação é a mesl"Q8; porém.deve-se demarcar e riscar a placa nas duas.' direções,conforme ilustra a figura 5,2.10.

A demarcação e corte das placas na forma' Curva sãomais difíceis de se realizarem. dai a necessidade demaiores cuidados. A placa a ser cortada deverá sercolocada junto à peça curva. devendo-se moldá-la comas mãos, conforme ilustra a figura 5.2.11. Dai, com oauxilio de moa lâmina, faca ou tesoura deve-se cortar.com cuidado e aos poucos. o excesso. até obter moacabamento perfeito. Pode-se ainda. demarcar-se sobreo componente. diversos pontos de referência, os quaisdevem ser unidos. formando a linha a ser cortada.

Observe-se que todos os cortes necessários aoacabamento. Junto às paredes ou peças estruturais.devem ser efetuados seguidamente. para que a não sejanecessário retomar as atividades e ferramentas de cortesa cada instante. vindo. com isto. a diminuir aprodutividade do operário e a possibílitar que ocorramerros e desperdicio de material. Observe-se ainda que olado cortado da peça deverá estar sempre virado para aparede ou componente estrutural para que seja possivelobter um arremate esteticamente adequado.

Uma opção para facilitar ainda mais a execução doscortes nas placas. é o seu prévio aquecimento com oauxilio do maçarico à gás, com a chama distanteaproximadamente 10,0 em do verso da placa, fazeodo­se movimentos circulares. Ao ser adotado tal proce­dimento. porêm, deve-se ter cuidado para não aquecerdemasiadamente as ~s. pois caso isto ocorra, asmesmas poderão ser cadas,

PLACAS

COLA1lAS

PLACA A SER CCRTAlYlFERFElllIMENTE SCEflE-POSTA A UMA JACOLOCADA

FIGURA 5.2.9 - Ouslração dos procedimentos a serem adotados para o corte de placas de arremates [Fonte:FADEMAC].

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· .I~CORTE

(RlSCARI

PLACA A SER CORTADA,PERFEITAME NTE SOBRE'

.:JACOLOCADA. ...•

FIGURA 5.2.10 • Ilustração dos procedimentos a serem adotados para o corte de plaea.~ de arremates em cantosexternos [Fonte: VULCAN].

FIGURA 5.2.11 - Procedimentos a serem adotados para o posicionamento e corte de plaeas de arremates empeças circulares [Fonte: FADEMACJ.

VERSO DO

RODAPÉ

FIGURA 5.2.12 - Procedimentos a serem adotados para a execução de dobras em rodapés [Fonte: FADEMACJ.

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~EMENDA

~_---1o::..

FIGURA 5.2.13 - Procedimentos a serem adotados para a execução de dobras e emendas em rodapés [Fonte:FADEMAC).

h) Cortes em mantas

Nesle caso. os arremates c cortes. dC"ertio ser feitossomente no final do assentamento das mesmas. Paraisto. dc\'c-sc vincar as sobras junte tis paredes. com oalLxilio da parte posterior do cSliletc. cortando-as.cuidadosamente para que se tenha um acabamentoperfeito.

c) Cortes em rodapés

Quando da passagem dos rodapés pelos vértices daparedes (internos ou externos), devcrá ser feito umpequeno chanfro, em forma de filete. na face interna doro<Iapé, para dobrá-lo facilmente. pennitindo acolagem, conforme mostra a figura 5.2.12. Para estescasos, pode-se aquecer com o maçarico. melhorando,ainda mais. a fixação. Em sendo necessário a execuçãode emendas. os cortes devcrilo ser perpendiculares nasduas pontas, procurando-se, sempre que possivel, fazê­las nos cantos internos dos ambientes. buscando-secamuflar as emendas, conforme mostra a figura 5.2.13.

5.3 PATOLOGIA DOS REVESTIMENTOS VINÍ­UCOS

Como para quaisquer outras atividades de obra, aocorrência manifeslações patológicas no revestimentovinilico. poderá ter origem Ianto na fase de projeto econcepção do revestimento como na de produção eutilização dos mesmos.

As falhas originadas no projeto podem decorrer daespecificação inadequada dos revestimentos, em funçãodo uso previsto para o ambiente. ou pela omissão dedetalhes construtivos importanles para o seudesempenho. tais como soleIras e rodapés. Desde queestas questões scjam inicialmente observadas. asmanifestações patológicas.. poderão ser sensivelmentereduzidas.

Os problemas decorrentcs do processo de produção sãomais complexos e em geral são de suas atividades quedecorrem as maiores falbas no revestimento. pois eleenvolve uma série de variáveis que nem sempre são

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controladas no canteiro de obras. lais como a qualidadedo material recebido. as caracleristicas da mão de obraempregada. as especificações para a execução. aqualidade dc execução de selviços anteriores ao re­vestimento. elc. Observe-se pois. que estas variáveisestão semprc relacionadas ao controle de qualidade doprocesso que deve se dar em todos os momentos. desdea compra e recebimento do malerial até o recebimentodo serviço elll:culado.

Durante o periodo de uso do revestimento os problemaspodem decorrer das deficiências intrínsecas do materialtais como as manchas devido a queda de brasas decigarro, ou produtos originados de petróleo, porexemplo, ou amda da utilização não prevista para o amobiente.

Os problemas mais comuns que podem decorrer destasfases são, pois. as manchas, a indentação dorevestimento e o seu destacamento, cujas causasprincipais serilo abordadas a seguir.

5,3.1 Manchas

As manchas poderilo ocorrer, na fase de execução,devido principalmente a incompatibilidade entre orevestimento vinilico e a camada de fixação, làlta decuidados por parte dos operários quando da execuçãodo próprio revestimento ou de um outro serviço da fasede acabamento e ainda. uso inadequado do ambienterevestido.

As manchas devido à incompatibilidade entre orevestimento c a camada de fixação deve-seprincipalmente ao uso de adesivos capazes de reagirquimicamente com o revestimento, provocando-lhe adescoloração da superficie. De modo geral, este fatopode ocorrer com os adesivos à base de conlato. emfunção dos solventes que empregam. Eotrelanto. ocuidado na aplicação dos mesmos de modo que nãoatinjam a parte superior do revestimento podemmilÚmizar este problema. . .

A ausência de cuidados com a terminalidade dosserviços também pode ser uma fonte de problemas com

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o manchamento dos revestimentos pois tão logotermine a fixação dos componentes estes devem serlimpos de modo que possíveis residuos de adesivossejam eliminados, não os deixando secar sobre a super­IIcie.

Além disso. se após a colocação do revestimento algumoutro serviço de acabamento tiver que ser executado. osoperários deverão tomar maiores cuidados, tais como:

· proteger o revestimento com plásticos, cartões.estopas, etc;

·p~~ pés de andaimes, com materiais têxteis ou

· proteger o revestimento com cera apropriada;

· não fumar durante a execução dos serviços pois oscigarros acessos poderão cair sobre o reveSumento.manchando-os irreversivelmente: .

· em caso de retoques em pintura. o material empregadod~e':í ser col~do em lugares apropriados. evitandoatlDgIr o revestimento; etc.

Durante o periodo de utilização é comum omanchamento devido a brasas de cigarro ou queda deprodutos a base de petroleo que reagem superficial­mente com o componente. manchando-<l. Tais manchassão irreversiveis em função das caracteristicas doscomponentes.

5.3.2 Indentação

Devido às reduzidas espessuras dos revestimentosyiníli~s; eles ficam sujeitos à indentação da superfície.Isto .e. a sua mareação devido à pressão de objetosponbagudoso taIs como saltos finos de sapatos e cadei­ras que se apresentam sem proteção nos peso

As marcas deixadas na superficie apresentam-se numplano mais baixo que o do revestimento, resuJtandonum aspecto indesejável ao mesmo, não sendo umprocesso reven;ível.

Para que esta situação seja evitada. deve-se procurarproteger os pés de moveis, tais como armáriOs,caderras. etc.,. 9bservando-se que, em condiçõesnorrruus de Ublização, os revestimentos vinilicosapresentam adequada resislência à indentação, nãosendo marcados com facilidade pelo caminhar depessoas.

5.3.3 Descoiamento do Revestimento

o.descolamento em revestimentos vinilicos poderá terongem:

· na movimentação da estrutura de concreto;

· na .defic~ência dos materiai~, ~0l!!0 por exemplo, autilizaçao de adeSIVOS Impropnos as arcas molháveis;

ona falta da aderência, devido a não observação dosadequados procedimentos para a execução dorevestimento vilÚlíco:

· na ação de agentes agressivos. como por exemplo.ação da água de lavagem e detergentes nãoapropriados. isto é, à base de produtos derivados depetróleo:

ona falta de IÚvelamento e acabamento inadequado da

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superficie do substrato: e

. devido a constante presença de umidade.

O emprego de materiais de garantida qualidade e aelreCllção segIlOdo os procedimentos recomendadosneste trabalho. associados à corretas condições deutilização do revestimento, praticamente eliminam oproblema do seu descolamentoo

CONJUNfO DE NORMAS REFERENTES AOSREVESTIMENTOS VINíLICOS EM. PLACAS.EDITADAS PELA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS (A.B.N.T.).

NBR-7374/87 Ladrilho vilÚlico serniflexívelEspecificação;

NBR-7375/87 Ladrilho vilÚlíco serniflexível ­verificação de solidez à ação de luz solar - Método deEnsaio;

NBR-7376/87 - Ladrilho vilÚlico serniflexíveldeterminação da resistência ao impacto;

NBR-7377/87 - Ladrilho vinílico semiflexívelverificação das dimensões lineares - Método de Ensaio:

NBR-7378/87 - Ladrilho vinilico serniflexivel ­verificação da estabílidade dimensioual - Método deEnsaio:

NBR-7379/87 - Ladrilho vilÚlico serniflexívelverificação da perda de material por volatilídadeMétodo de EllS3lo:

NBR-7380/87 - Ladrilho vinilico serniflexível ­verificação da ocorrência de empeno • Método deEnsaio;

NBR-738l/87 - Ladrilho vinilíco serniflexível ­verificação da resistência á deflexllo - Método deEnsaio;

NBR-7382187 - Ladrilho vinilico sernifleXÍVel ­verificação da penetração - método de Mack-Burney ­Método de Ensaio;

NBR-7383187 - Ladrilho vinilico semiflexível ­verificação da dureza - método de Shore D - Método deEnsaio

NBR-7384/87 - Ladrilho vinilico sémifleXÍVel ­verificação da profundidade de cravação - Método deEnsaio

NBR-7385/87 - Ladrilho vinilico semiflexível ­verificação da resistência a agentes químicos - Métodode Ensaio;

NBR-7386/87 - Ladrilho vilÚlico serniflexível ­verificação da espessura: - Método de Ensaio;

NBR-7387/87 - Ladrilho vinílico serniflexívelverificação da folga nos cantos· Método de Ensaio

NBR-7388/87 - Ladrilho vilÚlico - verificação daortogonalidade (esquadro) - Método de Ensaio.

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6. CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DOREVESTIMENTO TÊXTIL

Os revestimentos têxteis sintéticos. apresentados sob afonna de mantas, em contraposição aos revestimentosvinilicos. têm largo emprego em praticamente todos ostipos de edifícios.

Seu uso intenso está relacionado a diversos fatores,dentre os quais cabe destacar o seu baixo custo quandoco'!'llarado a revestimentos:de semelhante desempenho:facilidade de' aplicação:e reposição:' grande 'diversidadede tIpos existentes no mercado. possibilitando atenderàs mais distintas· classes econômicas:. apresentaexcelente desempenho. quanto ao conforto termo-tátilpor se tratar de um revestimento "quente" e. além disso, .por se constituir de fibras sintéticas. é um revestimentoque apresenta adequado desempenho frente á umidadee à abrasão provocada pelo trânsito de pessoas.apresentando VIda útil compativel com as necessidadesdos edíficios de uso habitacional e comercial. marcandoaí, sua presença de maneira intensa.

Apesar do uso expressivo e de serem conhecidasalgumas de suas propriedades. no meio técnico não setem o dominio tecnológico da produção desterevestimento. pois. as suas caracteristicas de fabricação,que resultam em distintos tipos dc mantas. não são dcdomínio da construção civil: não sc conhece totalmentea sua técnica de execução e. ainda. não se dispõe demetodologias para avaliação do scrviço executado.

Procurando sistematizar o conhecimento da tecnologiade produção do revestimento têxtil é que se coloca estecapítulo, em que se buscará abordar suas principaiscarateristicas. propriedades e seu processo de execução.fazendo-se, ao final do caCítulo. algumas consideraçõesacerca dos possíveis prob emas patológicos que podemocorrer no revestimento. procurando indicar as formaspara que sejam evitados em projetos futuros.

6.1 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOSREVESTIMENTOS TÊXTEIS

Assim como o revestimento vinilico. abordado nocapítulo anterior. o revestimento têxtil. será entendidoneste trabalho. como um conjunto de três camadas: a deregularização. que é aplicada diretamente sobre o subs­trato: a de fixação, responsável pela ligação do revesti­mento têxtil ao substrato e a de acabamento, constinúdapelos. componentes ~ê~is (mantas), sendo que suaspnnClpats caracteriStIcas e propriedades estãoabordadas a seguir.

6.1.1 Substrato

Neste caso. o substrato será o contrapíso que deveráapresentar caracteristicas específicas e ser executadosegundo as recomendações de Barros [19911, tendo seucontrole de produção verificado através dos pro­cedimentos recomendados por este mesmo autor.

Eventualmente. a própria laje, que constítui a estruturasuporte do subsistema píso, poderá receber o reves­timento têxtil. desde que seja executada dentro de urnametodologia de controle de qualidade que proporcioneas caracteristicas superficiais (planeza e regularidade)necessánas ao mesmo.

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6.1.2 Camada de Regularização do Substrato

A técnica recomendada para a execução do re­vestimento têxtil. de modo geral, indica a aplicação deuma camada de regularização do substrato, sobretudoquando este, por permanecer muito tempo exposto aotrânsito de pessoas ou de equipamentos apresenta suasuperficie danificada. ou mesmo quando acresentatextura àspera ou rugosa em função da granu omelriado agregado empregado na sua produção. A funçãodesta .camada é pois, corrigir pequenas imperf~~ções e aporoSIdade natural da base,· dllmnwndo, ··,lrSstm.· oconsumo do adesivo utilizado na camada de ~ção. dorevestimento: bem. como. proporcionar:,., . maiorregulandade SUperfiCIal ao substrato.. .,:.

A camada de regularização. deve ser constitUída poruma massa á base de P.v.A. e de cimento. deconsistência pastosa (semelhante a uma massa corrida),que após a aplicação resulta numa lextura lisa. idealpara o recebimento dos componemes têxteis. .

Entretanto. nos casos em que o substrato lenha sido.efetivamente. produzido segundo as recomendações dcBarros [1991 J. e que tenha sido preservado notranscorrer da obra. a camada de regularização poderáser suprimida. pois o contrapiso. quando devidamenteexecutado. resulta numa superficie suficientemente lisa.adequada ao recebimento do revestimento têxtil, sejaatravés do uso de adcsivos. seja para os revestimentosque são apenas fixados por ripas, nas laterais. abordadoadiantc.

6.1.3 Camad~ de Fixação

A camada de fixação tem por função WlÍr oscolJll?Onentes têxteis ao substrato, nos casos em que aaderencia entre ambos é caracteristica importante parao desempenho do revestimento.

Pela classificação proposta no capítulo 2, pôde-seobservar que existem alguns tipos de revestimento têxtilque são SImplesmente lançados sobre o substrato, nãoaderindo ao mesmo. sendo preso apenas pelas suasbordas. Este tipo. em particular. prescinde da camadade fixação. e será tratado adiante.

Nos casos em que a aderência entre a manta e osubstrato é fator importante para o desempenho dorevestimento, emprega-se. na camada de fixação umadesivo de CllIItalO(lJ. cuja resina principal é opolicloroprcnot.lJ. mais conhecido pela sua marcacomercial Neoprene. Este adesivo apresenta cor-caramelo"~ consistência viscosa c, na sua constituição.além da borracha sintética são encontrados solventesorgânicos (o principal é o toluol) e cargas minerais

(1) Pode-se caraclllrizar adesivo de contato como aquele quenecessi1a da presença do material de fixação nas duassuperflcies a serem unidas. A união das partes se dáessencialmente por adesão química, isto é, por forças deligação eletrostáticas, que decorrem da presença de certoselementos em ambas as superflcies. Caso o material defucação seja aplicado somente em uma das superfícies, auniAo será menos eficiente.

(2) O policloropreno (neoprene) é uma borracha sintática,produzida a partir do acetileno e do ácido cloridrico, sendolargamente empregado na produção dos adesivos de contato,pois seus materiais constituintes lhe garante uma boaresistência ao calor e aos óleos, resultando na produção deadeeivos de excelente qualidade.

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adequadamente dosadas. É encontrado no mercado emdiversas embalagens. sendo comumente empregadas aslatas de 20.0 Kg e os galões de 3.6 Kg.

As principais caraeteristicas que o adesivo empregadona fixação das mantas têxteis devem apresentar, emcondições normais de temperatura, são:

- fácil espalhamento:

- tempo de início de aderência(3) ("taek") deaproximadamente 15 minutos;

- tempo de eüra total de no máximo, 10 dias:

- permitir a utilização do ambiente imediatamente apósa aplicação;

6.1.4 Camada de Acabamento

A camada de acabamento, propriamente dita, éconstituída por componentes têxteis sintéticos, que seapresentam em forma de mantas, que têm como ma­téria-prima básica para a sua fabricação resinaspoliméricas. sendo as mais empregadas as acrilicas. opoliéster. o polipropileno e a poliamida (náilon), quepodem ser misturadas entre si. em proporções adequa­das. ou serem utilizadas isoladamente. Estas resinas.corretamente dosadas. passam por um processo deextrusão. rcsultando em fibras ou fios. que serãoempregados oa produção dos revestimentos tê>.1eis.

As propriedades intriosecas das matérias-primas e oprocesso de fabricação pelo qual passam oscomponentes têxteis, conferem-lhes as caracteristicasfundamentais para o adequado desempenho dorevestimento. sendo que as principais são o excelenteisolamento térmico, conforto termo-tátil, elevadacapacidade de absorção acústica e facilidade de troca ereposição do conjunto, que destacam este tipo derevestimento dos dentais. Além destas, outrasPropriedades, tais como: estabilidade dimensional; re­sistencia ao desgaste por abrasão; imputrescibilidade eresistência à ação da luz solar; resistência à ação deagentes químicos; não proliferação de fungos e ouinsetos; serem anti-alérgicos; poderem voltar à suaforma original, depois de. terem sido solicitados porpassos ou objetos ~dos, mesmo que por um longoperíodo e durabilidade, de modo geral, respondemadequadamente às condições de solicitação queusualmente ocorrem nos edif1cios em estudo.

Porém, como todo tipo de revestimento, também o têxtilpossní cenas desvantagens ou limitações de uso,destacando-se:

- a dificuldade de limpeza e higienízação, devido aofato de ser formado por fibras ou fios;

- pode ficar manchado pela queda de liqnídos tais comoóleos e gorduras, esmalte, tintas, chocolate, leite.etc.; e também serem queimados por brasas decigarro. carvão, etc.;

- seu uso não é recomendado para áreas molháveis,pois, apesar de serem laváveis e não apodrecerem.não são estanques e acumulam água, podendocomprometer o desempenho do subsistema e, alémdisso. as dificuldades de limpeza e higienízação li-

(3) O tempo de início de aderência é aquele que deve-seesperar para que o solvente evapore e possa ter início afIXação do componente..

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mitam O seu emprego em tais locais; e

- apesar de na presença de fogo ser um material autoextinguivel. pode alimentar o incêndio, bem comoliberar gases tóxicos. vindo a comprometer aindamais a segurança das pessoas envolvidas.

As principais propriedades deste revestimento sãocomparadas às dos demais, na tabela do anexo"A".

Os revestimentos têxteis são produzidos sempre naforma de mantas. constitnídas por duas camadasdistintas, sendo que urna é a base (parte .inferior), quepode ser formada por urna camada de rlisinas orgánicasou por urna tela à base de polipropileno"que também re­cebe urna camada destas resinas e a outra, a superflcie(parte superior). formada pelas flbras;ou fios. A basetem a função de estruturar o conjunto1:conferindo-Ihemaior resistência e durabilidade, sendo que as duascamadas formam um conjunto que se constituí no re­vestimento propriamente dito. que urna vez aplicadoapresentará, de maneira geral, as propnedadesanteriormente colocadas.

Conforme o processo de fabricação e o tipo de resinautilizada as fibras ou fios formarão diferentes tipos derevestimentos têxteis, com distintas propriedades.aspectos e cores. que são comercialmente conhecidoscomo carpetes. independente da matéria-prima de suafabricação.

Os tipos, resultantes dos diferentes J?rocessos defabricação, são: os carpetes agulbados vertteal ou r,lano,produzidos à partir de fibras e os carpetes tufts"produzidos à partir de fios continuas, sendo que asprincipais caracteristicas de cada um serão abordadas aseguir.

6.1.4.1 Carpetes agulhados

A fabricação dos carpetes agulhados, consiste,inicialmente, na transformação da matéria-prima emfibras, sendo que a composição básica destas é urnamistura das resinas poliméricas do tipo polipropileno.poliéster e poliamida (náilon), em adequadas pro­porções. Estas resinas apresentam-se na formagranular, na cor branco opaco, sendo que opolipropileno pode se apresentar, também, na forma degrânulos coloridos, que são inseridos na mistura, paradar a cor desejada ao produto que será fabricado.

A transformação da matéria-prima granular em fibrasocorre de maneira diferenctada confonne as fibrasresultantes sejam ou não coloridas. No caso de seremcoloridas, os grânulos brancos e pigmentados,previamente dosados, passam por um primeiro processode extntsão, onde são homogeneizados, saindo, destaetapa, ainda na forma granular, porém com a coloraçãof1nal homogênea. Estes grânulos são misturados aoutros de cor branco opaco, passando por um segundoprocesso de extrusão, em que o material é devidamentehomogeneizado, saindo em forma de fibras coloridas.As fibras resultantes desta etapa de extrusão devempassar pelo processo de grimpagem, que consiste nofrisamento ou encrespamento das fibras por ummecanismo de aquecimento. Após a grimpagem, asfibras passam por uma terceira extnlSão. parahomo­geneização das mesmas. sendo levadas daí, até urnaprensa hidráulica, onde serão prensadas e enfardadas.sendo os fardos devidamente pesados e estocados, apartir daí, as fibras estão prontas para entrar noprocesso de produção do revestimento tipo agulhado.

No caso da produção de fibras brancas. a diferenciaçãodo processo de produção se dá apenas na primeira fase

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Tabela 6.1.1 - Espessuras médias dos revestimentostêxteis agulhados.

Para a fabricação dos revestimentos têxteis tipo "tufts",a mesma matéria-prima empregada nos agulhados étransfonnada em fios, que são bobinados em carretéisdispostos em uma estrutura semelhante a uma grandegaiola metálica. Cada fio, passando por mangueirasplásticas. são tracionados até as máquinas de"bouclagem", que irão tecer o carpete. Nestas máquinasestão as telas que constituem a base deste revestimento.sendo produzidas. normalmente. com a utilização depolipropileno ou poliamida (náilon). com quadriculasminúsculas. onde os fios são inseridos através de agu­lhas. O reSultado desta tecelagem é um revestimentocuja superfície é aveludada e macia.

3,5: 4,0; 5,5

3,0: 3,5: 4,0; 4,5

4,0; 5,0: 6,0; 8,0

horizontal ou plano

vertâeal. vel.udo

6.1.4.2 Carpetes "tufts"

TIPO

A manta formada por este processo. pode seguirdistintos caminhos. resultando em diferentes carpetes.em função de diferemes processos de agulhagem a quepode ser submetida. resultando assim no agulhadoplano ou horizontal (forração). agulhados vertIcais dotipo veludo e agulhados verticais do tipo "bouclé". queapresenta um aspecto de maciez na superfície. Estestrês tipos de carpete estão apresentados na figura 6.1.1,a seguir.

Após o término do processo de agu1bagem, osrevestimentos estão prontos para a resinagem, queconsiste na sua impregnação com resinas orgânicas.que são aplicadas a partir da base da manta, penetrandoaté uma certa profundidade de sua espessura sem,entretanto. interferir em sua superfície. A função·destasresinas é proporcionar uma maior estabilidade aoproduto. bem como o aspecto têxtil. Após receberem aimpregnação com as resinas, as mantas vão a um fomode secagem, para assegurar a finneza das fibras e darmaior resistência e durabilidade ao produto final.

As mantas podem apresentar largura de 2.0 m ou 4.0m, sendo esta produzida sob encomenda. Para a suaestocagem, são enroladas. até que atinjam um diâmetromédio de 0,5 m. E, desta fonna. como a espessura évariável de um tipo de manta para outro. o com­primemo comido em um rolo também o é. podeudo va­riar de aproximadamente 2-1.0 m a 80.0 m. Asespessuras médias deste revestimento são apresentadasna tabela 6.1.1, a seguir:

de extrusão. que é suprimida. ou seja. não há anecessidade de homogeneização dos grânulos coloridos.uma vez que os mesmos não existem. resultando. no fi­nal do processo. fardos de libras brancas.

Observe-se. porém. que quando a produção parte doempreço de fibras brancas, há a necessidade de que es­tas sejam tingidas para que possam resultar numproduto com a coloração desejada. Assim. antes de terlUÍcio o processo de fabncação do revestimentopropriamente dito. as fibras passam pelo tingimento.

O tingimemoé feito com pigmentos sintéticos á base deminerais orgânicos e inorgânicos. que podem ser ad­quiridos em grânulos ou em pó. Quando granularpassam por uma extrusão. previamente ao processo demistura. e quando em pó, são dosados e diluidos emágua, ficando prontos para serem utilizados. O processode tingimento é fcito em uma máquina a vapor. quepermite a melhor fixação das cores. Após o tingimentoas fibras passam por um processo de secagem. sendoem seguida prensadas. enfardadas e pesadas como noseu processo de produção, anterionnente descrito.

Quando o tingimento é feito após a produção das libras.os revestimentos têxteis tomam-se mais succptiveis aodesbotamento. do que quando a cor é proporcionadadurantc O momento da extrusão. pois neste caso. sãoadicionadas cargas minerais. 'ais como o carbonato decálcio ou laico industrial. que tem a função de in­corporar C fixar O pigmento presente na resina àmatéria-prima.

Nos casos em que as fibras estocadas. coloridas ou não.apresentem-se sujas, as mesmas de"erão passar. antesdo processo de produção. por um processo de lavagemque, assim como o tingimento. ocorre em uma máquinaa vapor, passando. em seguida. pelo processo desecagem e enfardamento.

A partir das fibras em forma de fardos. tem inicio oprocesso de produção do revestimento agulhado quecomeça com a mistura das libras de uma ou vánascores, confonne a coloração desejada para o produtofinal. A mistura poderá ser feita mannal oumecanicameme, sendo que a mecãnica proporciona umproduto mais homogêneo. Durante este processo, as fi­bras recebem jatos de amaciante e cargas estáticas ouaditivos antiestético, cuja função são. tontá-Ias macias ecom baixo potencial de condução de cargas elétricas,observando-se que os amaciames serão dispensadosquando as fibras destinarem-se à fabricação de revesti­mentos têxteis para locais de tráfego intenso.

Após a mislUra. as fibras chegam à linha de produçãoatravés de tubulações, sendo depositadas em silos. ondeé verificada a sua maciez e, se necessário. deverá ser~rgido amaciante mais uma vez. antes que tenhaimcio o processo de cardagem.

A cardagem é uma espécie de penteamento das fibras erealiza-se através de máquinas especiais que sãoalimentadas pelo silo. controlando-se. através de umabalança, a quantidade de libras que são introduzidas noprocesso de produção. Estas máquinas trabalhamseparando as fibras e dispondo-as paralelamente, quecom a apareneia de véus, são depositadas em camadassobre \Una plataforma denominada "Japper". Ascamadas são sobrepostas unifonnemente. em sentidoscontrários. para proporcionar um maior entrelaçamentodas fibras, fonnando uma manta.

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:'!•.

FIGURA 6.1.1 • Representação esquemática dos tipos de carpete agulhado (Fonte: SOMMER). (a) tipohorizontal; (h) tipo vertical veludo; (c) tipo vertical "houclé" ......

De acordo com a regulagem da máquina, pode-se obtero "tuft" llboueladoll ou o aveludado. sendo que estepassa por um processo de navalhagem, ou seja, os fiossão cortados superficialmente. permitindo O nivela­mento da altura dos "tufts" e a regularização da superfi­cie. No "bouclado". os fios ficam em forma de laços.

Após a ''bouclagem'' as mantas estão prontas para aimpregnação com resinas orgânicas. sendo que para os"tufts" a impregnação é feita somente na base. com afunção de dar maior ancoragem dos fios à tela. evitandoque eles se soltem e ainda. dar estabilidade dimensionale impermeabilidade ao revestimento.

A estabilidade dimensional dos revestimentos tipo"tufts" é menor do que a dos agulhados. devido àpresença da tela como base. que por ser urna malha,apresenta pequenas variações em suas dimensões,mesmo após a impregnação.

As mantas, da mesma forma que os agulhados, podemapresentar largura de 2,0 m ou 4,0 m, sendo esta,também produzida sob encomenda. Para a suaestocagem, são eoroladas. até que atinjam um diãmetromédio de 0,5 m. Observando-se que as espessurasusuais deste revestimento são de 6,0; 8,0; 10,0; 12,0 e15,0 mm, o comprimento contido em um rolo évariável.

6.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS REVES­TIMENTOS TÊXTEIS

Nesta fase, buscar-se-á definir os principaisprocedimentos necessários à ex~o do revestimentotêxtil, procurando fornecer os parametros para que omesmo possa ser devidamente projetado e ter as suasatividades de execução adequadamente controladas.

6.2.1 Cuidados que Antecedem o Processo de Pro­duçjo

Antes de dar início às atividades de assentamento dasmantas, recomenda-se alguns cuidados quanto àcompra e estocagem do material, aos equipamentosnecessários à realização dos serviços, pois estesparâmetros irão interferir diretamente sobre a qualidadee desempenho do revestimento executado.

6.2.1.1 Compra dos materiais

A compra dos revestirnentqs têxteis deverá ser feita defornecedores específicos. E um tipo de material ge-

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ralmente encontrado em lojas especializadas emrevestimentos e decorações; que comumenteresponsabilizam-se pela aplicação do materialutilizando mão-de-{)bra própria. Entretanto. em setratando de grandes quanudades, deve-se procurarcomprar diretamente dos fabricantes. que podemproporcionar menores preços, além de fornecer aorientação necessária quanto aos mais adequadosprocedimentos de execução.

Este revestimento é comprado e fornecido em m2.assim, para a sua quantificação em obra. deve serlevado em consideração, além da área total a serrevestida, as necessidades de emendas, em função desua largura. Portanto, ao se programar a execução detal revestimento. é de extrema imporrâocia a elaboraçãode um projeto construtivo, mostrando os locais dasposslveis junções entre mantas, para que a compra eposte):iormente a colocação sejam realizadas de formaracionalizada e com economia de material e, emconseqüência, de mão-de-{)bra.

6.2.1.2 Estocagem

As condições de estocagem deverão ser controladas,devendo-se proteger os componentes têxteis da ação daumidade, incidência direta de luz solar e poeira pois,apesar de serem produtos sintéticos que Dilo sofremdanos significativos se expostos a estes agentes, oscomponentes podem ter suas caracterfsticas estéticascomprometidas, antes mesmo do seu assentamento.Além disso, os revestimentos requerem alguns cuidadosquanto à posição em que serão armazenados, sendo queesta se diferencia para os dois tipos em estudo. Os rolosdos agulhados deverão ficar na posição verticalapoiados sobre um suporte, tomando-se o cuidado paraque não fiquem inclinados, pois isto poderia prejudicaras caractensticas de planeza da sua base e, em conse­qUência, a adesão ao substrato, devido à formação dedobras e os rolos dos revestimentos tipo "tufts" deverãoficar na posição horizontal, pois não possuem estruturapara suportar seu próprio peso.

Assim, ao se dimensionar a área de estocagem, que demodo geral, está vinculada ao almoxarifado, deve-seprever os espaços necessários, conforme o tipo que seráutilizado.

6.2.1.3 Equipamentos e Ferramentas

Para que as atividades de assentamento ocorram deforma adequada. sem que haja prejuízo ~:h';;!idade doproduto final, recomenda-se a u' ção deequipamentos e ferramentas próprios à cada serviço,

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devendo os mesmos estarem em perfcitas condições demanuseio e o{lC13ção. A. segwr, apresenta-se umalistagem dos pnnclpalS eqUIpamentos empregados paraa execução dos revestimentos têxteis.

- desempenadeira de aço lisa e dentada;

- espátula nQ 10 (para limpeza);

-lixa nQ 60;

- chave de fenda (para abrir as latas de adesivo);

- régua metálica.chanfrada .·.de 50· ou 100 cm (decarpintaria);

- metro de bambu;

- pincel;

- lápis de pedreiro;

- martelo de borracha:

- martelo comum pequeno;

- faca tipo 'alfa" (estilete);

- torquês:

- esticador telcscópico c

- ferro especial.

6.2.2 Condições para Início de Trabalbo

As atividades de execução do revestimento têxtil devemter iJúcio com a verificação das condições locais, isto é,devem ser verificadas a ortogonalidade entre asvedações verticais, a planeza e as condições superficiaisdo contrapiso, bem como se todas as demais atividadesque antecedem a execução do revestimento de pisoestão terminadas, tais como arremates de portas,janelas. tetos, instalações em geral e os revestimentosde parede. Na realidade, estas atividades devem estarinseridas na metodologia de controle de recebimentodos serviços de execução da vedação vertical e docontrapiso. entretanto. enquanto tal metodologia nãofor, efetivamente, implantada em obra, estas atividadesdeverão ser realizadas precedendo os serviços deexecução dos revestimentos a fim de que não sejacomprometida a sua qnalidade.

6.2.2.1 Ortogonalidade das vedaçc'les verticais

No caso dos revestimentos têxteis. a verificação daortogonalidade das vedações verticais pode serconsiderada uma questão secundária, pois por se tratarde um componente do tipo manta. e portanto contínuo.tais irregularidades não são ressaltadas. porem aortogonalidade é uma caracteristica sempre desejáveluma vez que interfere nas caracteristícas estéticas doambiente. principalmente quando da colocação demóveis embutidos.

6.2.2.2 Verificação das condições do substrato

o substrato. quando se tratar do contrapiso, deverá serexecutado segundo as recomendações de Barros [1991],recebendo acabamento superficial desempenado comdesempenadeira de aço ou alisado com colher de pe­dreiro. não queimado. devendo ser devidamente

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regularizado. O acabamento alisado permite umasu(lerficíe mais regular. propícia ao recebimento dapropria camada de fixação ou mesmo diretamente damanta. nos casos de revestimentos pregados pela suaborda. podendo-se desta maneira, dispensar a utilizaçãoda camada de regularização.

A planeza e a regularidade superficial do substrato éfutldamental para a execução deste revestimento. poistrata-se de um revestimento fino, ou seja, nãopossibilita realizar acertos na camada de fixação. Averificação destes parámetros deverá ser realizadasegundo as recomendações. de Barros [1991], .devendo­se adotar as tolerãnciasindicadas pelo autor.·'?,j;:,

Para a aplicação do revestimento o contrapi~:deveráestar isento de umidade, pó e gorduras, devendo tersido executado no mínimo há 2 semanas no çaso depavimentos elevados e no mínimo há 4 semanas parapisos térreos.

Após a realização de todas as verificações, uma vezconstatadas adequadas condições de inicio de trabalho.a execução do revestimento deve ter inicio procedendo­se à regularização do substrato. nos casos em que se fi­zer necessário. prosseguindo-se com O espalhamento dacamada de fixação e o posicionamento doscomponentes. sendo estas etapas abordadas a seguir.

6.2.3 Execução da Camada de Regularização

A execução da camada de regularização, para o casodos revestimentos têxteis, eventualmente, pode scr ne­cessária. Isto ocorre quando o contraplso não foradequadamente produzido, apresentando superficieirregular ou excessivamente rugosa, ou ainda nos casosem que tenha ficado exposto por muito tempo tendosofrido danos superficiais.

A camada de regularização, quando necessária, deveráser executada como emprego de'uma massa preparadana própria obra a partir do proporcio~ento d~ umadesivo à base de P.V.A. (Acetato de Poitvinila) e agua,na proporção, em volume, de 1:8 (p.V.A.:água),acrescentando-se. a esta solução, cimento Portlandpeneirado, aos poucos. mexendo sempre, até que seobtenha uma massa de consistência pastosa fina,semelhante a uma massa corrida.

Antes da aplicação da massa .deye-se limpar toda asuperficíe a receber a mesma, elirninando-se os detntos,restos de argamassa e manchas de óleos ou gorduras, afim de que a aderêncía entre esta camada e base nãoseja prejudicada. .

Com o substrato totalmente límpo, deve-se proceder aaplicação da massa, empregando-se desempenadeira deaço lisa. Aplica-se uma ou duas demãos da 1D1Stura,dependendo do estado da base, observando-se sempreum intervalo mínimo entre as ::&~cações (tempo decura) que deve ser de aproxima ente 20 minutos,sendo variável em função das condições de temperaturae umidade do ambiente.

Após a secagem parcial da massa de regularização(aoroximadamente 12 horas), dev.e-se passar wna lixanO 60 em toda a área, onde será fello o revestmlento. demodo a remover pequenas saliências ou rebarbas quetenham rcsultado do processo de aplicação da m.esma.A lixa deverá ser fixada em uma desempenadeIra demadeira, para uniformizar o lixamento, sendo que o póresultante deste deverá ser completamente removido, depreferência, com uma vassoura de pêlo, para que omesmo não se levante vlOdo a se depoSItar nas paredes.caixilhos ou mesmo em objetos que não possam ser

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retirados do local.

A espessura total da camada dc regularização não deveexceder a 3,0 nun, Cada dcmão de massa, em geral, re­sulta numa espessura de 1,5 10m. assim, no caso dehaver necessidade de se aplicar mais de duas demãosdevido a grandes irregularidades, o substrato deverá serrefeito, pois a função dessa camada é apenas regula­rizar a base e nunca corrigir defeitos corno deslÚvels ouondulações acentuadas, Observe-se que defeitosdetectados nesta etapa da produção denuncia a totalausência de controle de qualidade de execução docontrapiso, bem corno. a não realização da verificaçãodas condições iniciais do trabalho,

6.2.4 Execução da Camada de Fixação

Antes do adesivo ser aplicado. às superficies a seremaderidas, é necessàrio que o mesmo seja devidamentehomogeneizado. podendo-se, para isto, utilizar umaespátula para misturá-lo completamente, ainda no seurecipiente, Além disso. para que se tenha uma boaaderência entre o componente e o substrato. este deveráestar totalmente isento de poeira ou quaisquer outrostipos de resíduos,

Com a superficie completamente limpa, o es­palhamento sobre o substrato poderá ser fcito com oamúlio de uma desempenadeira de aço dentada emforma de "v", cujas caracteristicas devem ser: distânciade 4,0 nun entre os dcntcs, 2,0 mm de profundidade eângulo do dente de 600 , cncontrada no mercadoespecializado,

Para o espalhamento do adesivo as mantas deverão serdistribuidas no sentido paralelo à maior dimensão doambiente. procurando aproveitar ao máximo ocomprimento das mesmas, evitando-se, assim, umexcessivo número de junções entre mantas. Entretanto,deve-se buscar obedecer o sentido de entrada principalde luz, para não evidenciar as emendas,

Uma alternativa muito empregada para a aplicação doadesivo é espalhá-lo com o uso da própria lata, perfu­rando-a na sua base, Neste caso o espalhamento se dásempre em uma direção sobre O substrato e na direçãoperpendieular sobre a base do revestimento, Talprocedimento, apesar de proporcionar uma elevadaprodutividade, requer cuidados especificas pois dependeessencialmente da qualidade e domíuio que a rnão-de­obra tem da técnica de execução,

O espalhamento do adesivo, de uma ou outra forma,ocorre à medida em que a manta vai sendo estendida esendo assim, as demais atividades de execução dorevestimento têxtil serão abordadas no item seguinte,

6.2.5 Execução da Camada de Acabamento

Os carpetes agulhados ou "tufts" deverão ser aplicadossobre o substrato devidamente preparado, comoabordado anteriormente, A técnica de aplicação deambos, pode se dar tanto pela sua colagem direta aosubstrato, como pelo seu simples estenclimento, No en­tanto, a técuica de colagem e usualmente recomendadapara os agulhados enquanto para os "tufts", recomenda­se a de estendimento,

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FIGURA 6.2.1 - Ajuste das mantas j~'nto às vedaçõesverticais e sobreposição de duasmantas adjacentes [Fonte:SOMMERI·

6.2.5.1 Aplicação do revestimento agulhado

A manta. em forma de rolo, deverá ser aberta no localonde será assentada, deLxando-se uma sobra de 5 cmjunto às paredes. buscando-se ajustá-la ao esquadro doambiente, Quando os ambientes superarem a largura dauma manta, será necessário a colocação de outraadjacente. sendo que esta deverá se sobrepor à anteriorem aproximadamente 5 cm. permitindo. desta forma.um perfeito acabamento. Estes cuidados são ilustradospela figura 6.2. L

Durante a colocação deve-se observar que todas asmantas sejam colocadas sempre no mesmo sentido. nãopodendo serem invertidas, pois. caso isto venha aocorrer, o sentido das fibras ficará também invertido,originando uma tonalidade diferente no mesmo am­biente, Para que não se corra o risco de inversão dasmantas, deve-se observar as setas impressas na suabase, que indicam o semído das fibras.

Após estender a manta no ambiente a ser revestido,deixando uma sobra de 5 cm junto às paredes e teracenado o seu esquadro, a manta deverá ser dobrada ouenrolada até a metade do seu comprimento, iniciando­se o espalhamento do adesivo sobre o substrato e noverso da manta, usando-se, neste caso, um pincelou aprópria lata perfurada O espalhamento do adesivodeverá ser feito levando-se em conta que a área dosubstrato a recebê-lo é limitada pela largura da manta,devendo ser espalhado. de modo que fique afastadoaproximadamente 10 cm da borda da mesma parafacilitar a execução das emendas, Este procedimentoestá ilustrado na figura 6.2,2.

Para o assentamento propriamente dito, deve-se esperarque o adesivo atinja o tempo de inicio de aderência, ouseja, o tempo de "tack".

Observe-se que o tempo de ilÚcio de aderência. que demodo geral e de 15 lUlnutos, pode variar em função dascondições de temperatura, umidade e ventilação doambiente. Assim, o assentamento das mantas somentedeverá ter ilÚcio, após verificado as condições doadesivo. que pode se dar da seguinte maneira: passadouns 10 minutos. deve-se al?enar levemente o adesivocom um dedo, Caso o adeSIVO adira ao dedo é porqueainda não atingiu o tempo -de ilÚcio de assentamento,devendo-se retardar a colocação. No caso de. apertandolevemente o dedo, o adesivo não aderir, deve-se apertarfortemente e. se neste caso o mesmo adenr ao

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FIGURA 6.2.2 - Enrolamento da manta e aplicaçãodo adesivo sobre o substrato (Fonte:SOMMERI·

dedo. sem se soltar da base. deve-se prosseguir acolocação.

Observe-se que. em se apertando fortemente o dedosobre o adesivo. este não aderir. é porque foiultrapassado o ponto de inicio do assentamento. Casoisto aconteça, o adesivo de"e ser completamenteremovido. aplicando-se uma nova camada. reiniciandoo processo.

Devido O adesivo possuir solventes altamenteinflamáveis. durante o espalhamento não se deve fumarou provocar chamas ou centelhas no ambiente. E ainda.a fim de não danificar as mantas aplicadas. o operadordeverá usar sandálias de borraeha. em vez de sapatos.durnnte a e"ecuÇl1o dos serviços.

Urna vez verificado o tempo de inicio de aderênciadeve-se soltar a rnanta, vagarosamente. e ir passandouma régua metálica, usando para isso o peso do próprioco'llO, para que seja evitado a formação de bolhas de arno mterior do revestimento. que podem comprometer asua adesão. A figura 6.2.3, ilustra este procedimento.

FIGURA 6.2.3 - Procedimento de aplicação dorevestimento têxtil com o auxílio deuma régua metálica que deve ser"assada sobre a sua superfície[Fonte: SOMMER).

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Para a aplicação da segunda metade da manta osprocedimentos são idênticos. sendo que esta deverá serdobrada sobre a parte anteriormente assentada.

Observe-se que, tão logo esteja terminado o trabalho deassentamento das mantas, dever-se-á verificar todos os~~con~scomasv~~~ruca~retirando~opossível e"cesso de adesivo de modo que o mesmo nãovenha a prejudicar o arremate posterior.

Após esta verificação deve-se proceder o acabamentodos ~ntos .e das emendas, recomendando-se que esteservtço seja executado no dia se~nte-·.ao doassentamento. '. Este tempo' é necessario,~ queocorram as retra~ do revestimento. provogidas pelasecagem do adesivo. reduzindo. assim, a possibilidadede lIue as juntas venham a se abrir. Cas& tal pro­cedimento não.seja possiveL em função da diriâmica daobra, deve-se esperar um tempo minimo de 3 horas.para que se possa iniciar os serviços de arremates.observando-se que, neste caso. a probabilidade de aber­tura das juntas torna~maior.

as arremates junto ás paredes e 113S emendas deverãoser realizados com o emprego de régua metálica elâmina de corte em boas condições de uso. Caso osarremates sejam feito á mão livre. com lâmina de corteinadequada. poderão ocorrer emendas desalinhadas eainda. o recorte das mantas nos cantos poderá seapresentar com os vértices fora de esquadro. Assim.para que se possa obter arremates adequadamenteexecutados. serão reunidas. a seguir, algumasrecomendações:

- para a realização dos cortes nos acabamentos decantos. deve-se utilizar a lâmina (faca tipo "OIfa"),devidamente perpendicular à posição da régua,cortando-'Se cuidadosamente o excesso dorevestimento:

- o arremate nas emendas deve ter inicio pelo corte doe"cesso, que deve ser realizado no centro da partesobreposta. conforme ilustra a figura 6.2.4, cortando­se as duas mantas. Cortados os excessos. eles devemser retirados, levantando-se em seguida as partes nãocoladas afim de aplicar o adesivo tanto no substratocomo na manta, abaixando a manta na seqüênciaPara que se t~ melhores condi~ de aderência,deve-se bater levemente o martelo de borracha, sobreas emendas.

FIGURA 6.2.4 - Procedimento· para realização docorte nas emendas de duas mantasadjacentes [Fonte: SOMMER).

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6.2.5.2 Aplicação do revestimento tipo "toft"

Os carpetes tipo "tufts" POdem ser colados diretamentesobre o substrato. comarme a técrtica de execuçãoanteriormente descrita. Porém. para que se obtenhamaior conforto e isolação termo-acústica recomenda-seo sistema de colocação estendida.

Esta técrtica de execução requer a utilização de umforro de feltro. com espessura de aproximadamente 5mm. que é colocado entre o re\'estimento e o substratoe, alémdisso. deve-se contornar o perímetro da área aser revestida com ripas ou sarrafos de madeira, cujaespessura deve ser a mesma do feltro. para que nãoexista descontinuidade no contorno das paredes. Asnpas de contorno, de modo geral, são fornecidas comos elementos necessários para a sua fixação aosubstrato, porém. caso não apresentem. devem serutilizados pregos de aço ou parafusos com buchas parali: fixação das ripas ao piso. Observe-se. que o uso destestIpoS de disposlllvos de fixação são Importantes pelofato de não oxidarem em contato com a argamassa ábase de cimemo. pois a oxidação dos mesmos podelevar a um desprendimento do revestimemo.

O feltro deverã ser somente estendido sobre a área a serrevestida. devendo ficar rcnte ao sarrafo. não sendo ne­cessário colá-lo. O carpete deverá ser esticado sobre ofeltro. cobrindo o sarrafo.

Também para a all.licação do carpete tipo tuft as mantasdeverão ser distnbuídas no sentido paralelo à maiordimensão do ambiente. procurando aproveitar aomáximo o comprimento das mesmas, evitando-se.assim, um excessivo número de junções entre elas.Entretanto, deve-se buscar obedecer o sentido deentrnda principal de luz, para que não sejam eviden­ciadas as emendas.

Antes de pregar o carpete no sarrafo. é preciso executaras emendas entre as mantas, que devem ser feitas com oemprego de uma fita termocolame (fita americana), quetem propriedades adesivas em ambos os lados, possi­bilitando a fixação do feltro e do carpete.

A fita americana deve ser posicionada sobre o feltro, naposição exata da emenda, devendo as duas mantas (aserem emendadas) serem centralizadas sobre ela Umavez centralizadas. as mantas devem ser abertas,conforme ilustra a figura 6.2.53, a fim de que se possapassar o ferro próprio para esta atividade, bem quente,

sobre a fita sendo que imediatamente após a passagemdo ferro. deve-se aplicar os dois lados das mantas sobrea fita conforme ilustra a figura 6.2.5b.

Após a execução das emendas. com a ajuda do csticadortelescópico, a manta deverã ser esticada sobre o sarrafo.sendo imediatamente pregada ou grampeada sobre omesmo, conforme ilustra a figura 6.2.6.

6.2.5.3 Aplicação dos acabamentos

Os acabamentos estão relàciona<!iíi'ad$farremates quese fazem junto às vedações verticais, se~do que, nestescasos, são denorrtinados rodapés e· nos' encontros comdiferentes tipos de .revestimentos.. usualmentedenommados faixa ou soleIra. . . ....•

Estes acabamentos propiciam a criação de efeitosestéticos agradáveis. bem como possibilitam melhorescondições de higiertização e arremate nos encontros dossubsistemas piso e vedação venicaI.

Os rodapés usualmente empregados como acabamentodos revestimentos têxteis podem ser de madeira umafaixa do próprio revestimento têxtil ou ainda um cordãomonofio. A execução dos rodapés deverã ser feita apósterem sido concluídas todas as atividades dcassentamento do revestimento têxtil, uma vez que osrodapés devem se sobrepor ao mesmo para que permitaum arremate perfeito.

A fixação do rodapé varia conforme o tipo empregado.Assim, a seguir, são dadas algumas recomendações dastécnicas de execução mais adequadas a cada um.

Quando forem utilizados rodapés do próprio materialde revestimento, isto é, feito de tiras ou faixas. deve-severificar, primeiramente, a limpeza da parede onde omesmo serã fixado, limpando-a completamente. quandonecessário, a fim de que materiais pulverulentos ououtras substâncias não venham a prejudicar a aderênciaentre substrato e o rodapé. Com a superfície liml'3,deve-se proceder a demarcação da altura do rodape epara isto, deve-se tomar o tamanho efetivo da faixa aser fixada. subtraindo-se 5,0 mm, marcando a medidaresu1tante, na parede, com o auxilio de um lápis depedreiro. A demarcação da linha de referência abaixoda medida total da faixa deve ser feita para que, ao seespalhar o adesivo, evite-se que o mesmo refIua paraalem da faixa, vindo a provocar manchasdesagradáveis. O espalhamento do adesivo tanto nasnperficie da parede como no rodapé, deve ser feito

FIGURA 6.2.5 - Execução da emenda entre duas mantas adjacentes para os revestimentos tipo "tofts" (Fonte:SOMMERI: (a) posicionamento da fita termocolante e du mantas antes da aplieação do ferroqueate; (b) execução da junta entre mantas com a passaJ:em do ferro sobre a fita termocoJante.

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FIGURA 6.2.6 - Fixação do carpete ao sarralo pormeio de pregos, auxiliado peloesticador telescópico [Fonte:SOMMER].

com pincel esperando-se o tempo de início deaderência, fixando o rodapé. em seguida. com o auxiliodo martelo de borracha.

Nos casos em que forem utilizados rodapés de madeiraou cordões. deve-se realizar a fixação. cuidadosamente.utilizando-se pregos de aço, que devem ser espaçadosde 30 a 35 em no caso dos rodapés de madeira e aproxi­madamente 15 cm para os cordõcs.

Os materiais usualmente empregados em conjunto comos revestimentos têxteis, para dar acabamento na inter­face com outro tipo de revCSÚmento é uma faixa demetal, usualmente de lallio. Estas faixas são sobrepostasao revcsúmento têxtil, no limite com o outro tipo,permitindo um bom acabamento e encontro entre3mbos, evitando-se que o revestimento têxtil sedesprenda neste ponto.

Uma das principais causas' de problemas patológicosocorridos nos revesúrnentos têxteis é a qualidade deexecução dos serviços, notadamente pela falta decontrole das etapas de produção e treinamento da mão­de-dlra empregada, que, de modo lleral, acarretam pro­blemas de descolamento do revestnnento, abertura dasemendas. diferenciação nas tonalidades do revesúrnentode um mesmo ambiente, manchas devido à máaplicação do adesivo de contato ou mesmo pela quedade produtos diversos.

Além disso. podem ocorre problemas na fase de uso doambiente. notadamente as manchas devido à queda deprodutos alimentícios, cinzas de cigarros, fósforosacesos. entre outros.

Os principais problemas e suas possiveis causas serãoabordados a seguir, buscando-se com estas informaçõcsevitar ou pelo menos minimizar a sua ocorrência.

- insuficiência de cola: este problema· pode originar-sede um espalhamento irregular pela superfície. pordeficiências na formação da mão-ile-cl>ra ou mesmopor não se respeitar um consumo mínimo para que setenha uma adequada aderência. q~ e deaproximadamente 250 a 300 gramas por m ;

- não respeito ao tempo de início de aderência: muitasvezes, devido à inexperiência do aplicador. deixa-sepassar o tempo linute ou aplica-se o revcsúmentoantes que o solvente tenha se evaporado, ocorrendoassim, problemas de aderência

"'~.......- utilizacão de adesivos não recomendados' ·.ou de

gnalidade duvidosa: o emprego de adesivos nãoapropriados ou mesmo adquindos de fornecedoresnão idôneos oodem levar a uma deficiência nacolagem. -

Observe-se que a origem fundamental destes problemasé a ausênCia de uma metodologia de controle deprodução do revestimento como um todo, pois, se osmateriais forem adquiridos através de uma compratécnica e se as atividades de execucào forem devida­mente controladas, pode-se reduzir sensivelmente osproblemas de descolamento dos carpetes.

6.3.2 Emendas Abertas

É comum a ocorrência deste tipo de problema.notadamente nos revestimentos agulhados, quando oarremate das juntas é realizado imediatamente após aaplicação das mantas. pois não houve tempo para quetodas as reações se processassem. havendo assim, apossibilidade do encolhimento da manta devido áretração do aC\,esivo. O respeito ao tempo recomendadopara que se processem os arremates tende a reduzir oumesmo elinunar este tipo de problema.

Além disso, a abertura das juntas poderá ocorrer, aindapela ausência de adesivo em quantidade suficiente paraque se processe a emenda ou pela má qnalidade da fitaterrooplástica empregada nos revestimentos tipo "tufts",ou ainda pela inversão do sentido das mantas que farácom que mantas adjacentes trabalhem de maneímdifurenciada provocando teDSÕCS nas juntas que podemlevar à sua abertura Também neste caso, um adequadoprograma de controle de qualidade poderá eliminar oproblema. .

6.3.3 Diferenças de Tonalidade no Revestimento

É um problema típico da ausência de controle dequalidade de execução, pois ocorre apenas quando asmantas são aplicadas com sentído invertido ou quandoda utilização indiscriminada de retalhos que sobramdos cones que, para serem aproveitados não se respeitao sentido de colocação.

Este problema é facilmente evitado a partir do controleda produção.

6.3.4 Imperfeições na Superfície

REVESTIMENTOSDOS6.3 PATOLOGIASTÊXTEIS

6.3.I Deseolamento

O descolamento. responsável por considerável parcelade problemas no revestimento têxtil, pode ocorrer portrês diferentes motivos.

Os revestimentos têxteis. são revestimentos de pequenaespessura. assim, nos casos em que o preparo do subs­trato tenha sido negligenciado. poderão ocorrerimperfeições na superfície do revestimento. Este fatoestá intimamente relacionado com o controle dequalidade de execução do substrato e aplicação dorevC5Úmento. sendo que ao serem seguidas as reco-

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Tabela 6.3.1: Produtos de limpeza para tratamento das manchas mais comuos nos revestimentos têxteis [Fonte:SOMMER).

SeqUênciadasoperaçoes=~.~

Manchas ~·'1·

'Q;..;,...

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AQuamorna • •Benzma •Álcool •Removedor •Vinagre branco •Gelo •Glicenna • •Amonlaco dilUldo • •Acetona •(deixar secar)

Soluçàode1colher de sabãoem pó e 1 colher • • • • • •de vinagre brancoem 1 litro deâgua morna (agitaraté que dê espuma)

Enxugar com tecido        Âabsorvente

Repetir a operação Â

mendações de produção, aqui apresentadas, esteproblema tende a não ocorrer.

6.3.5 Manchll5

Os revestimentos têxteis, por se apresentarem commuitas fibras, ficam sujeitos a serem manchados pordiversos produtos tais como café, chocolate, manteIga,a própria cola de assentamento, entre outros, uma vezque eles são extremamente absorventes.

O manchamento por cola decorre do seu ex­travasamento pelas bordas ou juntas do revestimento,principalmente quando tenha sido aplicada em excesso.seja pela não utilização da desempenadeira dentada,seja pela irregularidade acentuada do substrato, que nãofora devidamente preparado ou ainda, pela excessivaabertura dos furos na base da lata do adesivo. Alémdisso, o adesivo pode manchar quando a colagem dassuperfícies tenha sido rcalizada antes do tempo minimode inicio de aderência. pois neste caso, sem aevaporação do solvente, o adesivo não seca, vindo a im-

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pregnar a camada de revestimento, podendo atingir asua superfície. ,

Neste caso, uma vez mais, as caracterfsticas da Inào-de­obra e o controle de qualidade de execução são funda­mentais para que se obtenha um revestimento livredeste tipo de mancha.

As manchas por queda de liquidos ou outros produtosdecorrem, em geral, do perfodo de utilização do revesti­mento, sendo que diversos tipos de manchas podem serremovidos, desde que sejam tomados alguns cnidados.A tabela 6.3.1 apresenta diversos tipos de manchas,sugerindo alguns produtos de limpeza para a suaremoção. Observe-se, porém, que estes produtos sãoindicativos. devendo serem testados com cuidado.verificando se não alteram a cor original do re­vestimento.

Os procedimentos gerais para a remoção das manchasapresentados na tabela 6.3.1 são:

- remoção imediata do excesso, utilizando-se um panolimpo, sem esfregá-lo;

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- limpeza do local com um pano absorvente. branco elimpo. iniciando pelas bordas da mancha. indo emdireção ao centro. retirando ao máximo o produtoderramado e

- empregar com cuidado os produtos anteriormenterecomendados.

CONJUNTO DE NORMAS REFERENTES AOSREVESTIMENTOS TÊXTEIS, EDITADAS PELAASSOCIAÇÃO, BRASILEIRA' DE NORMASTÉCNICAS (A.B.N.T.).

NBR-7686/83 - Revestimentos têxteis .de piso.

NBR-8720185 - Preparação de corpos de prova derevestimentos têxteis de piso.

NBR-88 I0185 - Revestimentos têxteis de pisodeterminação da resistência á abrasão.

NBR-9399186 - Revestimentos têxteis de pisodeterminação da espessura.

NBR-9400/86 - Revestimentos lêx1eis de pisodeterminação da massa total por unidade de área.

NBR-9926/87 - Revestimentos lêx1eis de pisodeterminação da espessura do veludo útil.

NBR-10313/87 - Revestimentos têxteis de pisodeterminação da alteração dimensional.

NBR-103 14/87 - Revestimentos têxteis de pisodeterminação da perda de espessura após aplicação deurna carga estática moderada.

7. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PROJETO.PLANEJAMENTO E CONTROLE DEEXECUÇÃO DO SUBSISTEMA PISO

Neste capitulo, buscar-se-á reunir algumas diretrizesbásicas para a elaboração do projeto e do planejamentoda produção do piso, bem como serão propostos algunsprocedimentos para o controle de qnalidade das ati·vidades de execução.

O projeto é o ponto de partida para um correto e bemsucedido processo de Jilrodução c, conseqüentemente,para o avanço tecnolÓgiCO do setor da construção civilde edifícios. Sem ele. torna-se impraticável a realizaçãodo planejamento e do controle de qualidade deexecução uma vez que, é a partir da sua elaboração quese têm os parâmetros necessários para se exercer ocontrole da produção. buscando obter um produto coma qualidade especificada, com custos compatíveis comas caracteristicas do edifício e no prazo programado,empregando-se adequadamente os recursos disponíveis,isto é, os materiais, os equipamentos, a tecnologiaconstrutiva e a mão-de-obra.

7.1 PROJETO DO SUBSISTEMA PISO

A importância da existência de um projeto construtivo,para um determinado subsistema do edificio foi ex­tensivamente colocada no capitulo 5 do documentotécníco R6~6/90 "Recomendacões para a Producão deRevestimentos Ceràmicos para Paredes de Vedação emAlvenaria" [Sabbatini et ai., 1990], que apesar de tratarespecificamente do projeto construtivo de revestimentos

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ceràrnicos para alvenarias de vedação. pode ter o seuconceito extrapolado para todo o edifício. não sendonecessário. aqui. a sua repetição.

Confirmando as afirmações feitas naquele docwnento,coloca-se a experiência obtida com a implantação dametodologia de produção do contrapiso em diversoscanteiros de obras, demonstrando que a elaboração doprojeto construtívo foi a mola propulsora para odomínio e o avanço tecnológico da sua produção, pois,é o projeto que p'crmite defuúr, claramente, ascaracterísticas desejáveis para o componente ousubsistelIlll;.· determinando-se,. a.partir dai, as'~gências"·que deve cumprlr,"como 'poderá ser concre~o.e qualo seu nível de interferência com as demais,'àtividadesda obra, podendo-se assim, solucionar racionalmente econtrolar cada etapa da produção. "'.

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Continuando a buscar o espaço tecnológico dentro docanteiro de obras, sobrepondo o empirismo que hoje odomina, é que se propõe a elaboração do projetoconstrutivo do subsistema piso como um todo, que deveenvolver a definíção de cada uma de suas camadas,considerando-se a inter-relação das mesmas e destascom os demais subsistemas do edifício. uma vez que opiso é executado, por etapas, passando por diversasfases da obra.

Os procedimentos relativos á elaboração do projeto docontrapiso foram amplamente abordados por Barros[1991]. Sua implantação. em canteiro, obteve grandesucesso no que se refere à raeionalização e otimízaçãodas atividades de produção, sendo hoje. de domínio domeio técnico: assim. neste trabalho. não será necessáriorepetir as proposições ali colocadas. Estas serãotomadas como ponto de partida para a complementaçãodo projeto do subsistema como um todo, abordando-seapenas os procedimentos para a elaboração do projetoda camada de revestimento.

O projeto da camada de revestimento do pisocorresponde à definíção clara das, questões relativas aosmatenais, técnicas e detalhes construtivos a seremCDlJilregados na sua produção, observando-.e !IDe,mwtas vezes, a determinação destas variáveis implica,também, na caracterização da mào-de~ra necessáriapara a realização das atividades produtivas. Estasquestões serão abordadas a seguir, iníciando-se peladeterminação dos parâmetros que direcionam a ela­boração do projeto.

7.1.1 Parâmetros para Projeto da Camada deRevestimento do Piso

São muitos os parâmetros a serem considerados para aelaboração doJ::r'0 do revestimento de piso, princi­palmente em mncia da variedade de matenais derevestimento disponíveis no mercado e das diferentescondições de solicitação a que estará sujeito.Entretanto, considerando-se somente os materiais,objeto deste trabalho, isto é, os revestimentos cern­nucos, em pedra vinílicos e têxteis e ainda, que elesserão aplicados em áreas internas aos edifícios, osprincipais paràmetros envolvidos no processo produtivosão: a natureza e as caracteristicas do substrato: assolicitações de utilização durante sua vida útil e asdimensões das áreas a serem revestidas.

7.1.1.1 Natureza e caracterfstieas do substrato

O substrato da camada de revestimento de piso,corresponde. na maioria das vezes, ao contrapiso, que

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pode apresentar distintas características. determinadas.sobretudo. pelo seu processo de execução, ou seja pelosmateríais e técnicas nele empregados.

A implantação da metodologia de produção propostapor Barros [1991) mostrou que, seguidos osprocedimentos ali recomendados. é possível obter umcontrapiso cujas características de resistência mecânicae capacidade de absorver deformações sejam compati­veis com as necessidades impostas pelos revestimentosem estudo. Além destas características, porém. é impor­tante ressaltar. as que se referem ao seu acabamento eregularidade superficial; que· envolvem principalmenteo nivelamento, a planeza e a textura, cujos reqnisitospodem diferenciar de um revestimento para outro.

As condições de textura superficial do contrapiso estãotratadas por Barros [1991], em função dos diversosrevestimentos e tipos de camada de fixação passiveis deutilização. Assim, uma vez definido o material a serempregado na camada de revestimento e a sua técnicade aplicação é possivel definir o acabamento superficialmais adequado a ser dado na superficie do contrapiso.

A planeza e o nivelamento do substrato. são fatorespreponderantes para a obtenção de um reVestimento degarantida qualidade, pois. por se tratarem. na suamaioria. de revestimentos aplicados por uma càmada defixação delgada. a planeza c o nivelamento docontrapiso sào praticamente os mesmos da camada deacabamento. Neste sentido. as tolerâncias propostas porBarros [199IJ, deverão ser respeitadas para os re­vestimentos aplicados sobre o contrapiso.

Além disso. o consumo de material na camada defixação do revestimento ao substrato também estárelacionado com as caracteristicas superficiais domesmo, assim. quanto piores as condições de textura eregularidade da superficie, maior O consumo desta ca­mada e conseqüentemente maior é o custo dasatividades. Daí, a necessidade de se seguir asproposições anteriormente colocadas que buscam ade­quar as caracteristicas do contraplSO, o máximopossivel com as caracteristicas dos revestimentos depiso.

No caso em que a laje constitua o substrato, como porexemplo para a aplicação da ardósia, a camada de fi­xação ou de aderência é classilicada como~podendo absorver pequenas irregularidades su~ciaisôaquele. Porém, no projeto, deve-se especificar ascondições do substrato de maneira que a camada deaderência não seja aplicada com espessura excessíva,podendo-se evitar, desta maneira, o aparecimento deproblemas patológicos.

7.1.1.2 As solicitações durante a vida útil do reves·timento

A camada de revestimento de piso será solicitadasomente a partir do momento de sua execução, até oIinai de sua vida útil, observando-se que este é um dosúltimos serviços a serem concluídos na obra.

As solicitações sofridas pelo revestimento de pisodurante o periodo de utilização. condicionam ascaracteristicas que esta camada deverá apresentar, taiscorno, resistência mecânica comportamento térmico.cstanqueidade. segwança de utilização e durabílídade. .

Alguns tipos de revestimentos apresentam melhorescaracteristicas que outros. quando observada umadeterminada propriedade, podendo ser, porém.deficiente numa outra. Assim, a escolha do

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revestimento mais adequado a um determinadoambiente deverá considerar, antes de tudo. assolicitações a que o mesmo estará sujeito ao longo desua vida útil, buscando compatibílízá-las com ascaracteristicas de cada tipo de revestimento, abordadasnos capítulos anteriores e a partir daí proceder aescolha.

7.1.1.3 Dimensões das áreas a serem revestidas

As dimensões das áreas a serem revestidas interferemno seu desempenho príncipaImente,emdecorrência dopotencial de deformações que pode' apresentar. Aabsorção de tais deformações, por sua vez, é caracterís­tico do subsistema como um todo, diferenciando-se paracada tipo de revestimento. Assim, ao dar iniCIO àelaboração do projeto deve-se considerar o tipo derevestimento a ser empregado e as dimensões do local aser revestido. a fim de que possam ser propostas juntasconstrutivas ou de mOVImentação nos locais mais ade­quados. evitando-se desta forma, o surgimento deproblemas patológicos decorrentes da ausência dasmesmas, como por exemplo, o aparecimento de fissurasou mesmo descolamento do revestimento em função doacúmulo de tensões em determinadas regiões.

Considerando-se os edificios em estudo. de maneiragerai, os ambientes apresentam dimenSões tais quedispensam. na maioria dos casos, a preocupação com asjuntas construtivas para qualquer tipo de revestimentoutilizado. Porém, em se tratando de revestimentosmodulares tais como os cerâmicos. de pedras e vinilicosem placas. as suas características intnnseea devem serconsideradas para que se possa definir adequadamenteas Fu!:tas entre componentes.

As questões relativas às juntas para cada tipo específicode revestimento, estilo abordadas juntamente com as re­comendações acerca das técnicas de execução.

7.L2 Desenvolvimento do Projeto

o projeto de revestimento de piso deverá ser realizadoem conjunto com o projeto de contrapisos, na realidadeambos se complernentanL Assim, além dasrecomendações definidas por Barros [1991), pouco sepode acrescentar; no entanto, apenas com o intuito desistematizar a etapa de elaboração de projeto reaiirma­se que a mesma deverá se desenvolver em três fases.

;;'~Jcirirneira, deve-se amilisar os' demais projetos do. '0, buscando-se identificar e conhecer as especi­

ficações produzidas para os outros subsistemas,verificando suas interferências com o piso. .

Com os subsidios da primeira etapa, tem inicio asegunda fase que consiste na elaboração do projeto derevestimentos, propriamente dito, em que devem serconsiderados os parâmetros anteriormente abordados ea necessidade de adoção de específicos detalhesconstrutivos tais como juntas, soleiras, rodapés e faixas.

A terceira fase correspondc à redefinição do projeto, naqual as diretrizes, imciaimente propostas, poderão serreavaliadas. admitindo-se possíveis correções.principalmente em decorrência das caracteristicas reaisde desenvolvimento da obra, da alteração daprogramação das atividades e da disponibilídade demateriais e de mão-de-obra.

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antiderrapantes eáreas de acesso a

7.1.2.1 Análise de projetos

Nos empreendimentos em que se estiver elaborando oprojeto de alvenaria, este deverá ser tomado comoreferência para a análise. pois o mesmo reúne. demaneira clara e objetiva. as informações dos diversosprojetos usuais. tais como o de arquitetura. estrutura einstalações. Além desse. deve-se buscar informaçõesacerca do projeto de impermeabilização das áreasmolháveis.

Do projeto de alvenaria deverão ser identificados:'

· as espessuras das vedações verticais:

· as dimensões exatas dos ambientes a serem revestidos;

· as dimensões e disposições dos componentesestruturais;

· a existência de juntas estruturais:

· a localização de pontos de esgoto e energia elétricaquando no piso;

· o tipo e posição de tubulaÇÕC5 a serem embutidas nopiso:

· a existência de ressaltos nas lajes e

· as exigências de desníveis entre ambientes.

Após a identificação de todas estas especificações. faz­se necessário compatibilizá-Ias entre SI. dando início. apartir dai. à elaboração do projeto.

A partir do projeto de impermeabilização deve-severificar as caracteristicas do sistema empregado. taiscomo os materiais utilizados, a~a da camada. asexigências de proteção e de decliVIdade, etc.).

7.1.2.2 Prineípios para elaboração do projeto

A meta do projetista do subsístema piso deve serproporcionar o seu adequado funcionamento, ou seja,deve-se buscar garanbr que o piso desempenheefetívamente as funções que lhe são atribuidas. Paraisto, pode-se lançar mão de urna série de recursos,como por exemplo, o emprego de materiais compatíveiscom as exigências de qualidade; a elaboração dedetalhes construtívos que contribuam para a proteçãodo subsistema: a especificação de técnicas de execuçãocompativeis com cada tipo de revestimento e com o usodo subsistema, entre outros. Enfim, deve-se buscarproporcionar condições de funcionalidade ao conjunto.

No que se refere aos materiais e às técnicas deexecução, deve-se atentar para o e"l'Osto por Barros(1991), bem como nos capitulos antenores. Quanto aosdetalhes construtívos. estes deverão ser adotados demodo a minorar os' possíveis efeitos deletérios de·correntes das condições de solicitação do piso,sobretudo de sua camada de revestimento, pro­porcionando-lhe uma vida útil mais longa.

Observe-se. porém. que em função dos distintos tiposde revestimentos podem existir diferentes detalhesconstrutivos a serem adotados em situações diversas.Assim. na seqüência. são elencadas algumas rccomen­dações para a definição do projeto, de\'endo-se salientarque elas não esgotam o assunto em questão. devendoserem consideradas. apenas. como um ponto de panida.incrementando-às á medida em que novas necessidadesaparecerem.

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S!:mpre que possiveL deve-se buscar criar detalhesconstrutivos que auxiliem no adequado desempenho dopiso, sobretudo no que se refere à sua durabilidade esegurança de utilização. Apenas como contribuição.apresentam-se, a seguir, alguns possíveis detalhes que,se corretamente aplicados, poderão au.'<iliar para que seatinja o desempenho esperado para este subsistema:

- criação de desniveis efetivos e visíveis entre áreasmolháveis e áreas secas;

- não utilização de frisos salientes para a separação deáreas secas e molháveis.. buscando-se ,!:!tlpregar,nestes' casos, soleiras visíveis que dest;Jquem aexistência do degrau; ......

- especificação de maten3lsantideslizantes nas escadas,edifieios e rampas;

- dimensiortamento adequado de degl'lms quando daproposição de desrnvels entre ambiente, destacando­os pelo emprego de diferentes materiais derevestimento ou de frisos metálicos:

- definição prévia do aparelho dos compouentes quandoestes forem do til'O modulares que, de modo geral.pode se dar com Juntas a prumo. desencontradas ouem esquadro:

- definição da distribuição das mantas quando estasapresentarem padrão superficial, como é o caso dasmantas vinílicas. em que para preservar o aspectovisual do revestimento as junções entre mantasdeverão preservar a modulação dos padrões estampa­dos;

- detalhamento da execução de pontos criticos em quepodem ser destacados os encontros entre o piso e avedação verticaL cuidando-se para o perfeitoarremate das juntas, podendo-se empregar nestescasos, rodapés constituídos dos mais diferentesmateriais, compatíveis com os revestimentos em uti­lização; e ainda os arremates junto aos ralos e pos­siveis caixas elétricas presentes no piso. Nestes casos,deve-se buscar empregar nas juntas, materiais quepermitam a estanqueidade das mesmas, em função dotipo de revestimento que se estiver empregando.

A fim de reurnr as necessidades básicas de um projetode pisos, eienca-se a seguir os principais quesitos que,necessariamente, deve conter:

- o rtível acabado de todos os ambientes;

- OS tipos de revestimento de piso a serem utilizados;

- os materiais e as técrncas de fixação empregadas paracada tipo distinto de revestimento;

- a espessura total da camada de revestimento, isto é, acamada de acabamento acrescida da camada de fi­xação e de regularização (quando necessária);

- a indicação das áreas em que exista imper­meabilização e a indicação de sua espessura;

- a indicação de áreas com declividade e os desrnveisentre ambientes:

- completa caracterização do tipo de contrapiso a serutíltzado, que corresponde à definição da ar~sae às características de acabamento superfiCIal paracada ambiente;

- especificação e caraeterização dos detalhesconstrutivos tais como os abordados anteriormente.

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7.1.3 Redefinições do Pro.ieto

A redefinição do projeto deve, n~cessariamente,

desenvolver-se juntamente com a obra. E uma atividadeque tem por objetivo a verificação da concretização doprojeto, possibilitando realizar o registro das alteraçõesque venham a ser feitas que, sob a ótica do controle dequalidade de execução, é uma dinâmica importante porpossibilitar uma melhor compatibilidade entre o projetoe a obra em empreendimentos futuros.

É evidente que se busca manter todas as especificaçõesiniciais, porém, é sabido que em função das caracteris­ticas atuais de construção a necessidade de correções eredefinições durante a obra é uma realidade. até mesmopara as últimas atividades como é o caso da execuçãodo revestimento de piso.

As redefinições passiveis de ocorrerem no projeto decontrapiso foram abordadas por Barros [199 I I; assim.aqni serão feitas somente as considerações acerca daspossiveis modificações na camada de revestimento. quepodem decorrer de duas fontes básicas: alterações nosrevestimentos dos ambientes. seja por determinação dousuário, do projetista ou mesmo por 'l,uestões relativasao próprio material. ou então. devido as caracteristicasde produção do contrapiso.

Como salientado diversas vezcs. neste e em outrosdocumentos. para os revestimentos em estudo, ascondições superficiais do contrapiso são determinantespara a sua qualidade. Assim, qualquer problema nascondições superficiais acabara por interferir di­retamente na condição de produção do contrapiso,podendo levar à alteração do planejamento dasatividades ou das técnicas de execução.

Uma situação em que as caracteristicas do contrapisodeterminem uma alteração no projeto construtivo só éadmissivel quando não existe um programa de controlede qualidade de execução, implantado em obra; porém,na medida em que os projetos foram elaborados, aimplantação deste programa é factível e necessária,caso contràrío, o tempo e~ereendido na elaboração dosmesmos, acaba não se justificando. E, com os trabalhosde implantação da metodologia de produção que foramrealizados até o momento, não se pode permitir que aspossíveis alterações decorram da ma execução docontrap.iso, restando, assim, somente a primeirapossibilidade.

Considerando-se que as especificações do projetoconstrutivo tenham sido devidamente elaboradas antesdo inicio da obra, e que as mesmas tenham sidoaprovadas pelo conjunto de projetistas e usuários, é deesperar que poucas redefinições se façam necessárias.Entretanto, sabe-se que podem ocorrer situações em queo usuário tem pleno direito de solicitar o revestimentoque deseja, podendo, eventnaImente, alterar suacondição inicial. Esta forma de trabalho não é a idealpara o desenvolvimento do projeto, por permitir aexistência de uma variável que pode ser mudada notranscorrer da obra, causando sérios transtornos. Nestescasos, é recomendado que se busque definir. com ante­cedência, todos os tipos de revestimentos a seremempregados. colocando-se, no contrato, dificuJdadesreaIS para possíveis alterações. Uma mudança, ao fiualda obra, pode implicar em elevados custos e atrasos sig­nificativos na programação inicial, pois, em função dasalterações propostas. é [lOssível que se venha amodificar as próprias condições do substrato, a fim deque sejam manudos os niveis previamente definidosentre ambientes.

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Outra causa de alterações no p'rojeto pode ser ainexistência do componente especificado, no mercado.Este fato pode vir a ocorrer em função do longo periodoexistente entre o projeto e a época de compra dosmateriais de revestimento. Entretanto, um adeqnadoplanejamento poderá minimizar este problema

Outras modificações podem decorrer, ainda, dainviabilidade de execução de certos detalhesconstrutivos propostos para o projeto. Este fato, porém,é função principal da experiência do projetista que podeou não ter passado por situações semelhantes.Principalmente nestes casos o registro~ modificaçõessão de grande importância, pois auxilia ~no acúmuJo deexperiência para projetos futuros.

~2PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO DOSUBSISTEMA PISO

o p'lanejamento da produção de qualquer subsistema doedificio. é uma atividade primordial para que a pro­dução se dê de maneira organizada e racional,desenvolvendo-se todos os serviços em harmonia.Entretanto, o planejamento só é passivel de ocorrer. namedida em que o subsistema esteja perfeitamentedefinido por um projeto construtivo, poIS é a partirdeste que se tem as informações necessárias para aprogramação dos serviços pertinentes 'a cada atividadede produção,

Assim, o planejamento da produção do subsistema pisodeve partlf do seu projeto construtivo. sendo essencialque esteja inserido numa programação maior, queenvolva toda a obra.

O I?lanejamento das atividades de execução dosubSIstema piso envolve dois momentos distintos daobra. O primeiro, ainda na .sua fase '~~ta" em queocorre a produção do contraplSO, na marona das vezes,em conjunto com os revestimentos de alvenarias e tetos,execução de instalações, etc.; e uma segunda etapa, quese refere à produção do revestimento de piso, queocorre na fase de término da obra ou tambémdenominada obra "fina".

As atividades de programação das duas etapas estãofundamentadas no projeto de piso, não podendo seviabilizar adequadamente sem o mesmo. As cspec1­ficidades da etapa de programação da produção docontrapiso foram definidas por Barros [1991], cabendoaqui uma abordagem da programaçi!o d!1 se~ ~que, ~'::~ aos seus aspectos 0~!l3JI;lZlIC10DalS, é mUItoseme à programação da pnmerra. ,

Em função das características do empreendimento, ouseja, destino do edificio, padrão de qualidade especi­fiCado, variedade e tipos de revestimentos a seremempre~os, dimensões dos ambie~tes, interferênciacom mstalações ou outros subsistemas, etc., aprogramação poderá ser mais ou menos complexa,sendo que o grau de complexidade será identificado, deimediato, ao se analisar o projeto construtivo do piso.

No entanto, independente da complexidade doplanejamento, existem aspectos básicos a seremIdentificados e definidos a fim de que se organize oplanejamento. Estes aspectos estão relacionados àquantificação global dos trabalhos; ao cronograma derealiza9à:0 das atividades; à d~f!nição ~os recursosnecessanos (mão de obra, rnaten31S e eqUIpamentos) eao envolvimento das instalâções do cantelfo de obras.

Assim como foi realizado para as atividades deexecução do contrapiso, coloca-se, a segnir, como cada

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um dos fatores acima contribuem para o planejamentoda execução do revestimento e conseqüentemente parao desenvolvimento da obra

7.2.1 Quantificação Global dos Trabalhos deRevestimento

A quantificação global dos trabalhos de revestimento,tem por objetivo, conhecer a quantidade e os tipos demateriais necessários ao desenvolvimento da obra edeve ser realizado tomando-se como parâmetro oprojeto constriltivo, em que estão completamentedefinidas as c3racteristicas de cada componente de re­vestimento. Com este levantamento é possivel pro/lf3­mar a compra e estocagem de todos os matenais,considerando-se o cronograma geral da obra.

O conhecimento das quantidades c tipos de re­vestimentos é de extrema imponância para odimensionamento do local de estoque. pois trata-se deum material típico de almoxarifado. que deve ficarprotegido de intempéries. bem como do manuseiomdiscriminado por parte dos operários.

7.2.2 Crono~rama da Produção do Revestimento dePiso

Esse cronograma diz respeito ao período disponivelpara a execução dos revestimentos. A determinaçãodeste prazo é fundamental para que se programe osequipamentos e a mão-de-obra necessários a realizaçãodas atividades.

O prazo de execução dos revestimentos de piso deveestar inserido numa programação global da obra,detenninando se esta allvidade está ou não no camiobocritico do empreendimento, bem como define em queperiodos poderá ser executada

Estas informações, aliadas à quantificação global dostrabalhos, permitirá dimensionar os recursos necessá­rios, ou seja, poder-se-á, definir os equipamentns e amãlrse-oora para cada tipo de revestimento.

7.2.3 Definição de lasumos

Quando da determinação do cronograma, adisponibilidade dos insumos (materiais, mão-de-obra eequipamentos), devem ter sido consideradas de maneiragenérica. Neste ponto, em função do cronogramaestabelecido e, portanto, de um nivel de produçãodeterminado, passa-se a definir precisamente as di­me1lSÕCS do estoque de materiais, as caracteristicas dosequipamentos e ferramentas necessárias e odimensionamento das equipes de trabalho.

7.2.3.1 Definição do estoque de materiais

Os materiais de revestimento estão definidos no projetoconstrutivo. Conhece-se. portanto. o tipo de material aestocar (nonnaJmente de 2 a 4 diferentes tipos derevestimentos).

As caracteristicas da área de estoque dos materiais derevestimento estão relacionadas aos tipos e quantidadesde materiais a serem artnazenados.

Para a maioria dos revestimentos de piso. é usual que acompra seja feita por lotes, cujas proporções são cor-

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respondentes a todo o material a ser empregado.garantindo-se assim. maior homogeneidade doscomponentes. Não é recomendado que a compra de umdeterminado tipo de revestimento seja feita por etapas,a menos que uma possivel alteração na sua tonalidadeou caracteristicas superficiais não comprometam odcsempeobo fmal do revestimento. Considerando-se oexposto anteriormente, é possivel que a área de estoquedos revestimentos tenha que comportar a quantidadetotal do material a ser utilizado na obra.

Entretanto, quando. por alguma razão, os componentesde revestimento não forem comprados. de IlIIIl\iSÓ vez,deve-se verificar, na programação, as épocas d~'éntradados materiais em estoque, programando-as pllm que aobra não seja interrompida pela faltados·mesmQs..

Observe-se que as caracteristicas especificas.·para oarmazenamento de cada tipo de revestimento estãoabordados no seu respectivo capitulo.

7.2.3.2 Definição dos equipamentos

No que se refere aos equipamentos e ferramentas.devem ser verificadas as necessidades de utilização dosmesmos e a sua disponibilidade na obra. Caso sejamnecessários equipamentos e ou ferramentas que nãoestejam disponiveis. deve-se observar a possibilidadc deaquisição ou prever o aluguel dos mesmos. na épocacuja utilização esteja prevista. A definição dosequipamentos e ferramentas será função dos tipos derevestimentos a serem executados. da quantidade globalde serviços e do período previsto para a sua execução.

Englobam-se neste item os equipamentos para otransporte e. execução dos revesllmentos de piso e asferramentas complementares.

O transporte do material de revestimento para osdiversos pavimentos ocorre numa época em queexistem poucos serviços sendo executados, nãohavendo. normalmente, conflitos com outras atividades.Em geral, qualquer tipo de revestimento pode ser trans­portado verticalmente com os usuais elevadores deobra, bastando que haja certos cuidados no manuseiodos revestimentos, de modo que não se verifique perdaspor negligência no transporte. Além da necessidade detransporte vertical, há que se prever o transportehorizontal que usualmente, para os revestimentos emestudo, realiza-se pelos próprios operários ou peloemprego de carrinhos-de-mão, que em sendocuidadosamente conduzidos não apresentam maioresproblemas.

Também as ferramentas de uso corriqueiro na obra sãonecessárias considerar, tais como as dcsemjlCD3deirasde madeira e de aço, sendo que esta última variaconforme o tipo de revestimento a ser utilizado, colherde pedreiro, conadores para componentes cerâmicos,esticadores dos revestimentos têxteis, etc. Estasferramentas foram elencadas especificamente para cadatipo de revestimento, nos seus capitulos respectivos.

7.2.3.3 Dimensionamento das equipes de trabalho

A mão-de-obra envolvida nas atividades de produçãodo revestimento. de modo geral, é especifica para cadatipo a ser executado. Assim, as equipes· devem serprevistas e dimensionadas em função de cada revesti­mento a ser produzido, considerando-se a suaquantidade e época de execução. O dimensionamentodas equipes deverá ser compatibilizado com o prazototal de produção.

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Em função dos tipos e quantidades de revestimento aserem produzidos podem existir muitas frentes detraba!h0' desde que compativeis com o cronograma pré­defimdo. Para todos os revestimentos. é comum aequipe ser constituída por apenas um oficial, auxiliadopor um ajudante.

7.2.4 Envolvimento das Instalações do Canteiro

O envolvimento do revestimento de piso com asinstalações do canteiro é muito pequena. pois ocorrenuma época em que estão sendo realizadas somenteetapas de acabamento do ediflcio, sendo pequenos osestoques de materiais e equipamentos presentes naobra.

A maior inteIferência se dá no almoxarifado que deveráestar capaCitado a armazenar todos os rnatenais de re­vestimento bem como os empregados na camada defixação.. Além disso, é necessário uma coordenação comos eqwpamentos de movimentação dos materiaisabo~dados anteriormente. Observe-se, pois que aaUVIdade de revesumento do piso deverá estar inseridanum projeto de canteiro. previamente elaborado.

Em função das caracteristicas específicas de cada obra.muitos outros fatores P?,dem interferir na elaboração dewn .planejamento vlavel e factivel. devendo-se.conSiderar as necessidades e possibilidades de cadlluma. a fim de que, ao longo da realização de todas asaUVIdades. não sejam necessárias paralisações pordeficiências da programação.

7.3 CONTROLE DA PRODUÇÃO DO SUBSIS­TEMA PISO

Depois de uma série de trabalhos realizados. no campodas alVenart:lS e revestimentos do edificio construidopelo processo convencional, ficou claro que aunplantação de procedimentos de controle de qualidadede produ,ção, na Indústria da Construção Civil, é umatarefiI dificil de ser cumprida, principalmente emfunção das relações de trabalho que hoje vigoram noscanteIroS de obras. No entanto, ficou evidente também,que a atual SituaçãO de produção, em que o empirismopredomma, ur~ em ser extinguida e isto somente serápossivel a partir do momento em que forem prescritosproeedim~s especificos de produção e estes foremSendo verificados, à medida em que, as atividades sedesenvolvem. Os procedimentos relativos ao projeto eexecução dos revestimentos foram abordados em t6­pilXlS anteriores, cabendo agora, uma abordagem decomo podem ser estabelecidos procedimentos pata ocontrofe de produção dos revestimentos, tendo em vistaque os procedimentos pata o controle de produção docontraplSO foram estabelecidos por Barros [1991).

Volta-se a reafirmar que o controle de qualidade, deqwusquer atívtda~ de obra ou do produto final,deve~ ser r~o por um corpo técnicoespecialmente qualificado, devendo os profissionaisenvolvidos estarem conscientes de suas responsabilida­des, wna vez que apenas dados confiáveis poderãoefetivamente realimentar o processo de produção e,portanto. pernuUr que se chegue a um produto demelhor qualidade e menor custo.

A partir disto, serão colocados apenas alguns principiaspara o desenvolvimento de uma metodologia de con­trole de qualidade de e'.'ec1!ção dos revestimentos, queprocurarão segurr o dtreClonamento da metodologiaproposta para o contrapiso, devendo ser adaptado em

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função da realidade de cada obra.

De modo geral. o controle deve ocorrer nas seguintesetapas:

- controle de qualidade das condições iniciais detrabalho

- controle de qualidade de execução

- controle de qualidade de aceitação

- apropriação (para realimentação do processo)

Os dados e resultados de cada etapa de''iontrole deverãoter como parâmetro de comparação as' especificaçõescontidas no projeto construtivo, sem o qual o controlede qualidade não poderá ser efetivado com sucesso.

7.3.1 Controle das Condições Iniciais de T ....lbalho

Esta etapa, que antecede a execução do revestimentofaz parte do recebimento do contrapiso executado:Assim, os procedimentos relativos à mesma estãodefinidos por Banos [1991], não sendo objeto destetrabalho.

7.3.2 Controle da Execução do Revestimento de Piso

Esta etapa do controle tem por objetivo garantir que opadrão de qualidade do revestimento, definido emprojeto, seja efetivamente obtido em obra.

Os procedimentos de controle da execução dorevestimento consistem de:

- levantamento de informações acerca do processo deprodução; ,

- conf!onto dos dados obtidos com as especificações deproJClo e '" ,"e

- adoção de medidas corretivas, qwuÜIo necessário.

Essa metodologia permite identificar rapidamente osponto falhos nas técnicas de execução do revestimentoe conseqüenteme!1te promover sua correção, de modoqw.:, mét~ ~neos de execução não sejam levadosadiante, ImmmJzando os transtornos de obra.

o acol1l1llWhamento da execução do revestimento deveser realizado constantemente pelo mesmo técnicoresponsável pela produ~o do contra,Piso, que, por suavez, deve dommar o projeto construttvo, bem como suainterferência com as demais etapas da obra. Essetécnico deverá ter autoridade e iniciativa suficientes,para que possa efetuar as correções necessárias durantea fase de execução do revestimento.

A frequência e a periodicidade desse acompanhamento,é função do porte da obra, das características do crono­grama e da mâo-de-clJra utilizada. Recomenda-se,entretanto, que, a cada mudança de pavimento oumesmo de equi~ num mesmo pavimento sejamrealizadas as verificações pertinentes, a fim d~ que seevitem possiveis acúmulos de áreas tual executadas.

A verificação da etapa de execução deve procuraridentificar se as especificações do projeto estão sendosc:gmdas para caáa camada a ser produzida, nosdiferentes revestimentos. O confronto do que está sendoverificado em obra com as especificações de projetopermite a adoção de dois caminhos distintos:

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- os resultados obtidos estão dentro das especificaçõesde projeto. orientando-se. portanto. o prosseguimentodas au\~dades sem alteração alguma. ou

- os resultados obtidos estão fora das especificaçõesdevendo-se então corrigi-los, imediatamente, paraque não sejam repetidos em trabalhos posteriores.

A inadequação da atividade executada. às es­pecificações de projeto, podem ter sua origem em:

- as técnicas de execução estão fora dos padrõesestabelecidos. . devendo-se. nestes casos seremadotadas medidas corretivas, a fIm de reconduzi-Ias àprática especificada.

- as técnicas de execução estão dentro dás es­pecificações, enlIetanto os resultados obtidos não sãoos esperados. Neste caso. o conjunto de informaçõescoletadas serà subsídio para que se proceda a r~sãodo projeto no que diz respeito às especificações demateriais. mão-de-obra e tecnicas de execução.

Todos os procedimentos de controle de execução devemconstar de planilhas que possibilitem o arquivo dosdados coletados para subsidiar futuros projetos.

7.3.3 Controle de Qualidade de Aceitação

Esse controle tem por objetivo garantir que o produtorecebido esteja dentro das especifIcações de projeto.Observe-se que a etapa de controle do processo deexecução não garante que todos os reve~timentosestejam em confonmdade com o projeto. poiS aquelaetapa, de modo geral, é feita por amostragem e duranteo processo de produção existem diversas variáveis quenão são controladas. como por exemplo variação naqualidade das equipes de trabalho, variação dascondições climáticas, das carateristicas dos materiais,entre outras. Além disso, diversas caracteristicas dorevestimento não conseguem ser avaliadas durante aexecução. como por exemplo a declividade das áreasmolbáveis. a planeza superficial, o completorejuntamento. no caso de componentes modulares, etc.

O controle de qualidade de aceitação implica, poís, emavaliar todo o serviço de revestimento, servindo de uminstrumento eficiente para a avaliação do projetoconstrutivo, além de permitir, com os seus dados, umareaIimentação do processo.

A seguir, colocam-se alguns aspectos que devem Serobjeto do controle normal de aceitação dos serviços derevestimento de piso:

- planeza e nivelamento da superficie do revestimento,podendo-se utilizar para isto. os mesmosprocedimentos indicados para a verificação do con­trapiso;

- declividade das áreas molbáveis, empregando-se,também, neste caso. os procedimentos recomendadospara a verificação do contrapiso;

- terminalidade dos serviços: limpeza da área; juntas noencontro com as vedações verticais; requadros juntoa elementos estruturais, caixas de passagem, ralos,etc;

- aderência dos componentes. quando exigida, podendoser realizado através de percussão e

- execução dos detalhes construtivos tais como osrodapés. faixas e soleiras.

72

Comparando-se os serviços executados .com asespeciflcações de projeto. é possível obter paràmetrospara que o serviço seja aceito ou rejeitado (total ouparcialmente). sendo que no caso de rejeição, deve-sedeterminar quais os procedimentos a serem adotadospara a correta execução do serviço.

Quando a rejeição implicar em refazer parcial oucompletamente o serviço, deve-se orientar tal execuçãode forma que o produto final esteja dentro dasespeciflcações.

Recomenda-se que os serviços de revestiment~~c,le .pisosejam executados sempre por mão-de-obra diíírjlropnaempresa. Porém, nos casos em que tal pro<;i:ilimentonão for possível. e os mesmos forem execuWlos porempreiterros. recomenda-se que na fase de~•.C9ntratosejam estabelecidas as obrigações de ambas as,.panes e.portanto. lhes sejam passadas todas as informaçõesnecessárias para a correta execução dos seTVIçoS, bemcomo o padriio de qualidade requerido para o mesmo.sendo que em caso de não se atin~ o padriioestabelecido, o serviço não deverà ser aceito.

7.3.4 Apropriação

Esta etapa do controle de qualidade subsidia arealimentação de todo o processo de produção dorevestimento. desde a defInição do projeto até aprodução do revestimento. propriamente dito, passandopelas etapas de planejamento e pelo próprio controle dequalidade.

Para tanto os procedimentos adotados nesta etapa,visam mensurar o consumo de materiais, bem como aproduti\~dade da mão-de-{)bra e dos· equipamentosutilizados a fIm de realimentar futuros proJetos.otimizaneÍo-se a prograntação das atividades.

A determinação da produtividade da mão-de-{)bra e dos~amentos é rmportante, não apenas para arealimentação do processo. mas também como umgrande estimulo á melhoria da qualidade dos serviçosexecutados, na medida em que, permite detectar maisfacilmente as poss,íveis falhas na qualificação da mão­de-oora, penmtindo assím a definição de treinamentosespecíficos que venham auxiliar no seu melhordesempenho, bem corno detectar fal;has no desempenhodos equipamentos, buscando ounuza·los.

Todos os dados obtidos desse levantamento diário,devem ser lançados em planiJhas especialmentei:Iaboradas para cada tarefa, para posterior compilaçãoe "tjJjzação na realimentação do processo produtivo,como também para utilização na elaboração. c!e projetose planejamentos de obras~, poIS a ."uhzação do~índices de consumo e produtiVIdade matS próxunos arealidade da empresa, permite um planejamento maisadequado das suas atividades.

Observa-se portamo, que esta etapa de apropriação deconsumos e produtividade é importante para arealização do planejamento e do próprio controle dequalidade que, não podem trazer resultados POSIUVOSpara a obra, caso não estejam nela fundamentados.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este documento reflete o atual estágio de de­senvolvimento tecnológico dos revestimentos de pisoemJ?regando-se componentes ceràrnieos, de pedra.vinilicos e têxteis. O seu conteúdo resultou de umaampla e extensa pesquisa bibliográfica sobre o tema,

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bem como de uma série de observações realizadas emcanteiros de obras, entrevistas com os operáriosdiretamente envolvidos na produção, visItas àsindústrias de componentes c ainda. da experiência dosprofissionais participantes neste Projeto de Pesquisa.

As colocações feitas neste trabalho evidenciam que aindústria de componentes para revestimento vem cres­cendo e se organizando, havendo um certo donúnio doprocesso de fabricação, sendo que diversos compo­nentes para revestimentos llroduzidos no Brasil,competem no mercado internacIOnal.

Observa-se. pois, a tendência de crescimento do setorde materiais para revestimento e a implementação doprocessei de fabricação tanto dos componentes, comodos materiais da camada de fixação. Canúnha-se,assim. em busca de maior diversidade de produtos quevenham a atender às reais necessidades dos usuários,cujas exigências são crescentes.

O avanço observado nos constituintes da camada derevestimento. entretanto, não pôde ser visualizado coma mesma intensidadc, no campo da tecnologiaconstrutiva do subsistema como um todo, pois, astécnicas atualmente empregadas para a sua produção,nem sempre são as mais racionais. existindo muitosdesperdícIOS envolvendo todo o processo produtivo.

A adoção de técnicas nem sempre racionais. resultandoem desperdicios no processo e em produtos cuja quali­dade nem sempre pode ser avaliada. decorre. namaioria das vezes. da inexistência de orientação claraacerca das técnicas mais adequadas a cada tipo desituação, bem como da ausência de especificações sobreo padrão de qualidade desejado.

Além disto, deve-se observar. também, que a produçãode um revestimento de piso compativel com asexigências de utilização não depende exclusivamenteda definição do seu padrão de qualidade e dosprocedimentos para a sua execução, apesar destesfatores exercerem interferência significativa noprocesso produtivo. Existe, na realidade. umencadeamento de atividades diretamente relacionadasao desempenho final do produto.

Estas atividades têm início com a produção da estruturado edificio, notadamente da laje, cuja execução devepartir de um projeto coustrutivo, em que sejamespecificadas as técnicas de execução a serem emprega­das e as caracteristicas desejadas para o seu acabamentosuperficial. a fim de que possam receber adequada­mente o subsistema pISO. Além disto, deve existirtambém, um projeto especifico para este subsistema emque sejam consideradas as caracteristicas de cadacamada, bem como a sua interferência com as demaispartes do edíficio.

O desenvolvimento do projeto construtivo da estrutura,foge ao escopo desta pesquisa; entretanto, deve-sesalientar que a sua elaboração, bem como o controle dequalidade de execução da estrutura. são fatoresfundamentais llara que se possa obter um piso com aqualidade desejada.

No que se refere às camadas constituintes do piso, nodecorrer desta pesquisa foi possivel abordar, ainda quede maneira não exaustiva, as caracteristicas de projeto,produção e controle do contrapiso e de algunsrevestimentos, sendo que em relação ao primeiro osprocedimentos de produção propostos puderam serefetivamente implantados e observados nos canteiros deobras.

O trabalho realizado com a camada de contrapisomostrou claramente que a sistematização da tecnologia

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de produç.'lo é o canúnho mais adequado para que sepossa avançar no setor da Construção Civil de edifícios.pois é a partir dela que se pode obter produtos cujaqualidade possa ser previamente definida e a produçãodevidamente programada e controlada.

Em função disto, coloca-se a necessidade decontinuidade dos estudos, até aqui realizados. uma vezque estes são muito importantes para ampliar odomínio tecnológico sobre o subsistema piso e a suainter-relação com os demais.

Assim, no sentido. de avançar·· as·'~sas' até aquirealizadas. durante a elaboração deste trabalho, buscou­se identificar os assuntos que ainda devem serestudados e avaliados a fim de que a solução maisadequada seja adotada, em fuução das caracteristicasespecificas de cada empreendimento, sendo que dentreeles vale destacar:

- o desenvolvimento de uma metodologia para·avaliação dos materiais usualmente empregados norejuntamento entre componentes cerâmicos e depedra e do comportamento das juntas demovimentação nos revestimentos. defirundo o seuespaçamento e os materiais mais indicados para a suaexecução;

- a determinação de parâmetros para a avaliação daresistência de aderência dos componentes cerânúcose de pedra. ao substrato:

- a determinação de parâmetros para a avaliação daresistência ã abrasão dos componentes derevestimento:

- desenvolvimento de uma metodologia para o controlede qualidade de compra e aceitação dos materiaispara a camada de fixação e de acabamento;

- desenvolvimento de uma metodologia de projeto,específica para cada tipo de revestunento,envolvendo todo o subsistema piso;

- desenvolvimento de uma metodologia para o controlede qualidade de execução do subsistema piso, comprocedimentos especificas para cada revestimento e

- avaliação da possibilidade de eliminação da camadade regularização nos revestimentos vinilicos, pelaexecução do comrapiso com adequadascaracteristicas superficiais. .. _.~::..:...._...,_..

Fica evidente, pelos assuntos a serem ainda tratados.que as proposições aqni colocadas estão muito distantesde fecharem o assunto acerca dos revestimentos de piso.Na realidade, este documento constitui o ponto departida para que, juntamente com uma implantação emobra, possa-se dar continuidade e aprofundar os temasanteriormente propostos. uma vez que os mesmos, pordependerem de trabalho em campo, não foramcompletamente solucionados.

Propõe-se então. iniciar o processo de implantação apartir da elaboração do projeto, adotando-se, emcampo, os procedimentos de execução aqui p'ropostos,fazendo-se uma avaliação dos mesmos, e verificando asua adequabilidade à realidade das obras, revendo ospontos que se fizerem necessários, bem comoprocurando avançar quanto à tecnologia proposta.

Observe-se que o caminho a ser percorrido na busca docompleto conhecimento acerca do subsistema piso éainda longo. Até o momento, os revestimentos emestudo foram parcialmente abordados, pois as demaiscamadas que eventualmente possam estar presente noconjunto do piso tais como a de impermeabilização e

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isolamento térmico. por exemplo. não foram abordadas,pouco se conhecendo sobre o seu comportamento. umavez que as suas características não estão sistematizadas.Neste sentido. muitos outros temas necessitam aindaserem investigados. tais como os que se pfO!)ÕC. aseguir, a fim de que possam fazer parte de futurosprojetos de pesquisa:

_o estudo dos sistemas de impermeabilização maisadequados a cada específico revestimento de pisoempregado:

_o desenvolvimento de específica tecnologia deprodução para lajes de cobertura, considerando-se anecessidade tanto da camada de impermeabilizaçãocomo de isolamento térmico;

_o desenvolvimento de procedimentos de execução derevestimentos de piso destinados às áreas externas doedificio, tais como pátios, áreas comuns e garagens:

_o desenvol\imento de revestimentos de argamassapara emprego nos "halls" de elevadores e escadas;entre outros.

ANEXO A

TABELA COMPARATIVA ENTRE AS PRINCIPAIS PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS QOSREVESTIMENTOS DE PISO USUALMENTE EMPREGADOS .r' "

I" A" - melhor desempenho: "D" - pior desempenho)

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,~ TIPOS t!3 11I0 li! o <t ou !:: ..J

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CARAcmtlSTlCAS """"""--ctn 1<1: :l;: Z .::!

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E PROPRIEDAlES lt!ffi a: .. Q )(

u~ .~ lZ: Q: Z 111I00 0 <t > I-

!. RESISn:NCIA AO DESGASTE B A a A B a c

2. CONFORTO TERMO-TÁTIL D D D D D a A

J.TRANSMISSÃO DE RuíDO POR SOMDE IMPACTO. D D D D D a/c A

4. ABSORÇÃO •ACUSTICA D D D D D B/C A

!5. RESISTÊNCIA A AÇÃO DA •AGUA B A BIe A A a D

6. RESISTÊNCIA QUíMICA a cA a a A D

'Z DURABILIDADE { VIDA ÚTIL I B A B A 8 • C

8. SEGURANÇA (ANTlDESUZANTEI a A/c c 8 C A A

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TIIPCC/02 - A Qualidade na Conslrução avi) e o Projeto de Edifícios - SILVIO BURRATINO MELHAOO, MARCO ANrONlOP. VlOLANIl

IT/PCCl03 . Panimclros Utilizados nos Projetos de Alvenaria Estrutural - LUIZ SÉRGIO FRANCO

TI/PCCl04 - Produção de Estruturas de Concn:to Armado de Edifícios - MERClA M. S. BOTIURA DE BARROS, SILVIOBURRATTINO MELHADO

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Escol. Politécnico d. USP • D.pl" d. Eng.nh.rl. d. Conetrução Civil

Edlllclo d. Engenh.rl. Civil· Av. Prof. A1meld. Pr.do, Tr.v.... 2Cld.de Unlverehlirl•• CEP 05508-900 • C.I•• Poet.1 61548 • São P.ulo • SP

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