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Análise do Filme “Tempos Modernos” à luz do texto “Revolução
Industrial e as Teorias Administrativas”
Produzido em preto e branco, o filme de 1936, retrata o vagabundo que sofre
as imposições do patrão dentro de uma fábrica repleta de geringonças. Era ainda o
início da 3ª Revolução Industrial que se iniciara em 1914. Nesse contexto, Europa e
Estados Unidos já se encontravam em níveis avançados de industrialização e,
consequentemente, da mecanização e automação dos processos produtivos em
todos os setores da economia e, até mesmo, das rotinas domésticas.
O quebra da bolsa de Nova York em 1929, é outro marco importante desse
período. Seus efeitos na economia trariam, também, outros paradigmas para a
Revolução Industrial e para a nascente ciência da Administração.
Chaplin critica o modelo administrativo em que a produção elevada é o fim
almejado. Vive-se sob a máxima da Divisão Social do Trabalho. O vagabundo
executa um trabalho repetitivo de apertar parafusos, metaforicamente
assemelhando-se a uma engrenagem da grande máquina que é a fábrica.
Nesse caminho, o tempo de trabalho recebe atenção especial do “patrão”: a
linha de produção não pode parar. O filme antevê, a questão do controle, abordada
em “1984” de George Orwell (publicado em1949), em que o “Grande Irmão” (Big
Brother) vê tudo o que se passa. Isso é evidente no trecho do filme em que “o
vagabundo” faz uma pausa e vai até o banheiro para descansar um pouco e fumar
um cigarro, sendo advertido pelo “Big Boss” que tudo vê de sua sala, através de
câmeras instaladas em toda a fábrica. Trata-se da pré-visão de um mundo em que a
privacidade, principalmente, no seio das instituições é propriedade do patrão, que vê
o funcionário trabalhando através dos sistemas de câmeras, que restringe seus
acessos eletrônicos, e-mails e telefonemas, através de programas de controle. Que
tem o funcionário sempre disponível por meio da cessão de telefones celulares que
não devem ser desligados.
Voltando ao personagem de Chaplin, de tanto apertar parafusos ele tem
problemas de stress e, estafado, perde a razão de tal forma que pensa que deve
apertar tudo o que se pareça com um parafuso, como os botões de uma blusa, por
exemplo.
Despedido e, logo em seguida, internado em um hospital. Após ficar algum
tempo internado, sai de lá recuperado, mas com a eterna ameaça de estafa que a
vida moderna impõe: a correria diária, a poluição sonora, as confusões entre as
pessoas, os congestionamentos, as multidões nas ruas, o desemprego, a fome, a
miséria...
Logo que sai do hospital, se depara com a fábrica fechada. Ao passar pela
rua, nota um pano vermelho caindo de um caminhão. Ao empunhar o pano na
tentativa de devolvê-lo ao motorista do caminhão, atrai um grupo enorme de
manifestantes que passava por ali. Por engano, a polícia o prende como líder
comunista, simplesmente pelo fato de ele estar agitando um pano vermelho,
parecido com uma bandeira, em frente a uma manifestação. Após passar um tempo
preso, o operário é solto pela polícia por agradecimento, uma vez que ajudou na
prisão de um traficante de cocaína que tentava fugir da prisão.
Nesse momento, surge a outra personagem do filme, "a moça – uma menina
do cais que se recusa a passar fome". A jovem (Paulette Goddard), vivendo na
miséria, tem de roubar alimentos para comer, pois, além disso, mora com as suas
duas irmãs menores, seu pai está desempregado e as três são órfãs de mãe. O pai
morre durante uma manifestação de desempregados e as duas pequenas são
internadas em um orfanato. A moça foge para não ser internada e volta a roubar
comida. Numa de suas investidas, ela conhece o operário: depois de roubar o pão
de uma senhora, a polícia vai prendê-la e o operário assume a autoria do assalto. A
polícia o prende , mas o solta em seguida após descobrir o engano. Quando vê a
moça sendo presa, o operário arma um esquema para ser preso também: rouba
comida em um restaurante. São colocados no mesmo camburão e, durante um
acidente com o carro, os dois fogem e vão morar juntos.
O operário, nosso querido Carlitos, procura emprego e consegue um como
segurança em uma loja de departamentos. Logo é despedido por não ter conseguido
evitar um assalto e por dormir no serviço. No entanto, consegue emprego numa
outra fábrica, consertando máquinas. Durante uma greve na fábrica, Carlitos é preso
mais uma vez, agora por "desacato à autoridade policial". Alguns dias depois, ele é
liberado e a jovem o espera na saída da prisão para levá-lo a nova casa – um
barraco de madeira perto de um lago. A jovem consegue, então, emprego em um
café com dançarina e arruma outro para Carlitos, só que como garçom/ cantor. Os
dois são um sucesso, principalmente Carlitos que, durante uma improvisação de
uma música, arranca milhares de aplausos dos presentes ao café.
Para estragar a festa, no entanto, surge novamente a polícia, desta vez com
uma caderneta com os dados da moça e uma ordem para prender a jovem num
orfanato. Carlitos e moça fogem e terão de começar tudo novamente...
Tempos Modernos é um clássico da comédia e do cinema mudo. Charles
Chaplin retratou com criatividade a situação que os trabalhadores enfrentaram nos
primeiros tempos da Revolução Industrial. A invenção da máquina a vapor
desencadeou uma revolução tecnológica, mas também modificou hábitos, costumes
e valores humanos.
Obras de Referência:
Orwell, George – 1984, 1949
PESQUISA NO CADASTRO DO ISBN
RESULTADO
Palavra Pesquisada: 1984
ISBN: 978-85-7011-402-0TÍTULO: 1984AUTOR: GEORGE ORWELLTRADUTOR: LUIZ CARLOS CARNEIRO DE PAULAEDIÇÃO: 1
ANO DE EDIÇÃO: 2007LOCAL DE EDIÇÃO: RIO DE JANEIROTIPO DE SUPORTE: PAPELPÁGINAS: 272EDITORA: BIBLIEX
Chaplin, Charles - Tempos Modernos