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    1NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    PARTE I DA LIBERDADE DOS ANTIGOS MODERNIDADEL!"IDA

    1. A #IOL$N%IA E A DOMINA&'O NA (ORMA&'O DOS ESTADOS

    1.1. A (ORMA&'O ORIGIN)RIA DOS ESTADOS

    (ORMA&'O ORIGIN)RIA: a partir de agrupamentos humanos ainda no integrados em Estados.

    (ORMA&'O DERI#ADA: formao de novos Estados a partir de outros pr-eistentes.

    !A" TEORIAS !"E SE BASEIAM NO AGREGADO (AMILIAR O" *ATRIAR%AL

    !a.1" ORIGEM (AMILIARa fam+lia ,rimiti-ase amp#iou e deu origem ao Estado.

    $ATRIAR%A&' !promis(uidadeningum sa)ia *uem era o pai".

    PATRIAR%A&' !guerreiro mais forte+ (on*uistas".

    !a.," TRADI&'O DE "M LEGISLADOR *RIMITI#O: $'I+ '/'0+ A$2RA3I.

    !3" RE"NI'O DE INDI#D"OS N'O !NE%ESSARIAMENTE"*ARENTES

    !).1" %ONTRAT"ALISTAS '33E !1455 a 1678"+ /'%9E !16, a 16;

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    ,NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    $esmo nas 1it0a4;e1 e8ce,cionai1em *ue o '3ERA0' ei8a e c0m,rir 10a1 obri9a4;e1!e *ue deveriam dar #ugar F etino do vBn(u#o (ontratua# por des(umprimento de suas (#Dusu#as"+o E1tao contin0a a e8i1tir+ )em (omo as obri9a4;e1 /0e im,;e.

    Por isso+ nin907m pode furtar-se ao pagamento dos im,o1to1+ a#egando *ue oETA&' deixoude garantirlhe seus direitos.

    Assim+ pode-se demonstrar *ue a origem e a man0ten45o o E1tao n5o 15ocon-encionai1+ ma1 arbitr2ria1.

    0esse sentido+ mesmo *ue se tenha o %'0TRAT' '%IA/ (omo uma ,re10n45o+ainda assim persiste a incon9r0:nciado raical -ol0ntari1mo e1tatal hobbe1iano.

    !RE0AT' GA0I0E":,'33E+ refora o motivo Hmeo mais do *ue Hra35o.

    ' meoteria um patente H,a,el ci-ili3aor+ sendo e#e *ue leva o homem a se a11ociaraosdemais.

    Para '33E+ o homem prefere a certeza da segurana propor(ionada pe#o PA%T' Fincerteza da autoafirmaoviri# e vio#enta.

    0esse sentido+ o E1tao seria o resu#tado do (omportamento de homen1 !mero1o1" *uepreferem a seguranade ter pou(o ao ris(o de se ter mais !(omo pretensamente se daria noestado natura#".

    !A0&IT=A $AT'":para LO%

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !A0&IT=A $AT'":4Para ?OBBES+ ante1 a cria45o o E1tao+ os homens viviam em situao de90erra ,er,7t0a de too1 contra too1+ o *ue (orresponde F sua parti(u#ar des(rio do ETA&' &E0AT2REJA !status naturalis".

    As pessoas+ #evadas pe#a ambi45o+ pe#o e9o+1moe pe#a malaeprprios da nature?a humana+se dig#adiavam diariamente+ )us(ando ,re1er-ar 10a1 ,o11e1 e -ia1+ )em (omo arre)anhartodas as -anta9en1*ue a for4ae a a1tcia#hes permitissem.

    'homem 7 o lobo o homem!homo hominis lupus"+ (on(orda '33E (om 'vBdio.

    ' Hhomem nat0ral de o))es n5o 7 0m 1er ,rimiti-oou inte#e(tua#mente atrasado+ mas sim ohomem puro e simples+ (omo se (onhe(e hoe+ caso as leis e os freios inibit$rios sociaisdesaparecemou fossem suspensos.

    Por isso+ o ESTADO DE NAT"REA uma ,o11ibiliae ,re1ente+ latente e p#enamenteatua#i?Dve#+ e no simp#es referKn(ia a um passado remoto ou mBti(o.

    !).,"ORIGEM #IOLENTA

    G"M*LOI%!155 a 18;8" o ETA&' se forma a partir de hora1+ ra,to1+ ,ilha9en1surge em torno da ,ro,rieae+ (om a fi8a45odos homens na terra.

    O**EN?EIMER !156< a 18

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    ni(a diferena rea# reside no fato de *ue a*ui#o *ue preva#e(eno mais a -iol:ncia e 0m ini-+0o+ mas a -iol:ncia acom0niae.

    A ETA3I/I&A&E &' &IREIT': a 0ni5o a maioriadevia ser e1t2-ele 0rao0raa com0niae deve manter=1e ,ermanentemente+ deve organi?ar-se+ deve

    esta)e#e(er lei1para ante(ipar-se aori1co e rebeli5oe deve in1tit0ir a0toriae1para fa?er (om *ue as lei1 1ejam re1,eitaa1+ e para superintender a e8ec045o o1ato1 le9ai1 e -iol:ncia.

    A %'$20I&A&E &E I0TEREE E ' E0TI$E0T' %'$20: ore(onhe(imento de uma entiae e intere11e1 #evou ao surgimento de -+nc0lo1emocionai1 entre os mem)ros de um grupo de pessoas unidas !1entimento1com0n1"+ *ue so a -eraeira fonte e 10a for4a.

    E/E$E0T' EE0%IAI: !1" a -iol:ncia 10,lantaa ,ela tran1fer:ncia o ,oera 0ma 0niae maior+ !," *ue 1e mant7m 0nia ,or la4o1 emocionai1 entre o11e01 membro1.

    %ada indivBduo deve abrir m5ode sua liberae ,e11oal e 0tili3ar a 10afor4apara fins vio#entos.

    2m estado de e*ui#B)rio dessa esp(ie+ porm+ 16 7 conceb+-elteoricamente.

    !%"O %OMR%IO+A G"ERRA E A ES%RA#ID'O

    A L"TA *ELA SOBRE#I#$N%IA+ pe#as ne(essidades a#imentares e a )us(a por melhore1 coni4;e1e -ia#evavam sempre o homem F @2ERRA e a )us(a por E%RAQ'.

    Apenas (om a RE#OL"&'O #ERDE!(u#o OIO e OO" *ue a ,ro0ti-iae a9r+cola(res(eu e as possi)i#idades de se e#iminar a fomesurgiram+ tra?endo uma evo#uo nosa#imentos e a fartura.

    Em po(as anteriores+ a (OMEera co1t0meira+ in(#usive na Europa a a#imentao erapre(Dria e muita gente morreu de M'$E.

    A partir do momento em *ue o homem 1e torno0 1eent2rio+ nas(e a ideia de *RO*RIEDADE*RI#ADA.

    A partir do momento *ue o homem mai1 fortedes(o)riu *ue poderia tomar a tribo -i3inhape#a for4a+ a G"ERRA surge (omo me(anismo inarredDve# de acmulo de ri"ueza eobteno de patamares mais elevados de sobreviv#ncia e conforto + sea pe#a (o)rana de

    TRI32T'+ sea pe#a E%RAQI&'+ sea pe#a PI/A@E$.

    Ma?endo seu inimigo pagar trib0to1+ ou servindo (omo e1cra-o+ os povos (onseguiamrecursosa#m do *ue o)teriam (om o TRABAL?O.

    4

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    6NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    uem n5o /0i1e11e 1e armarpara a guerra+ a(a)aria+ por (erto+ con"uistadoe explorado.

    !3E0GA$I0 %'0TA0T":5 HA90erra

    anterior

    aocom7rcio

    U pois a guerra e o (omr(io nada maisso do *ue oi1 meio1 iferente1 e atin9ir o me1mo fim: o depossuir o "ue se dese%a.

    H' com7rciono mais *ue uma homenagem prestada F fora do possuidor pe#o aspirante Fposse. E uma tentativa de obter por acordoa*ui#o *ue no se dese%a mais con"uistar pelaviol#ncia. 2m homem *ue fosse sempre o mais forte nun(a teria a idia do (omr(io.

    HA eperiKn(ia provando *ue a guerra+ isto + o emprego da fora (ontra a fora de outrem+ oepCe a resistKn(ias e ma#ogros diversos *ue o #eva re(orrer ao (omr(io+ ou sea+ a um meiomais )rando e mais seguro de interessar o adversDrio em (onsentir no *ue (onvm F sua(ausa. A guerra o impu#so+ o (omr(io o (D#(u#o. $as+ por isso mesmo+ e-e ha-er 0mmomento em /0e o com7rcio 10b1tit0i a 90erra. 0s (hegamos a esse momento.

    H0o *uero di?er *ue no tenha havido ,o-o1 comerciante1 entre o1 anti9o1. $as essespovos de (erta maneira eram e8ce45o F re9ra 9eral. As #imitaCes de uma #eitura no mepermitem apontar-vos todos os ob1t2c0lo1*ue se opunham ento ao progresso do (omr(ioUV...W passar o estreito de @i)ra#tar+ era (onsiderado o mais ousado dos empreendimentos. V...W. '(omr(io era ento um a(idente fe#i?: hoe a (ondio norma#+ o fim >ni(o+ a tendKn(iauniversa#+ a verdadeira vida das naCes. E#as *uerem o des(ansoU (om o des(anso+ a farturaUe+ (omo fonte da fartura+ a ind>stria.

    HA 90erra (ada dia um meio menos eficazde rea#i?ar seus e1ejo1. uas (han(es noofere(em mais+ nem aos indivBduos+ nem Fs naCes+ )enefB(ios *ue igua#em os resu#tados dotra)a#ho pa(Bfi(o e dos neg(ios regu#ares. *ara o1 anti9o1+ uma guerra fe#i? a(res(entavae1cra-o1+ trib0to1+ terra1+ F ri/0e3a ,blicae ,artic0lar. *ara o1 moerno1+ uma guerrafe#i? custa infa#ive#mente mais do "ue vale. Enfim+ graas ao (omr(io+ F re#igio+ aos

    progressos inte#e(tuais e morais da esp(ie humana+ no h! mais escravos nas na&eseurop'ias. omens #ivres devem eer(er todas as profissCes+ atender a todas asne(essidades da so(iedade.

    1.. A DESIG"ALDADE E O *A%TO SO%IAL

    ' IDEAL DEMO%R)TI%Ose de(ifra na eterna l0ta ,ela i90alaee e1tabiliae o ,acto 1ocial.

    !A" RO"SSEA"

    A DESIG"ALDADE E A INSTABILIDADE DO *A%TO SO%IAL: para R'2EA2+ a I@2A/&A&E deveria serb01caa os '$E0+ podendo ser e1i90ai1 em for4a+ devem se tornar i90ai1 ,or con-en45o o0ireito+ devendo o PA%T' pro(eder a uma (orreo+ suprindo deficincias.

    ' E1tao mais do *ue uma forma de se e-itar /0e o1 homen1 1e matem!(omo em '33E" ouuma simp#es con-eni:ncia!(omo em /'%9E"+ mas se trata de um in1tr0mento nece112rio ,ara a1obre-i-:ncia h0mana.

    BCf' C)

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    !3" SIGM"ND (RE"D

    Para I@$20& MRE2&+8 Hna realiae+ a situao (omp#i(a-se pe#o fato de *ue+ desde os seusprimrdios+ a (omunidade a)range elemento1 e for4a e1i90al!homens e mu#heres+ pais e fi#hos" e

    #ogo+ (omo con1e/H:ncia a 90erra e a con/0i1ta+ tam)m passa a in(#uir -enceore1 e -encio1+*ue se transformam em 1enhore1e e1cra-o1.

    Aj01ti4a a com0niaeento passa a eprimir 9ra01 e1i90ai1 e ,oerne#a vigentes.

    As lei1 so feitas ,or e ,ara o1 membro1 9o-ernante1 e deia ,o0co e1,a4o ,ara o1ireito1da*ue#es *ue se en(ontram em estado de sueio.

    M'0TE &E I02IETAN':1; !1" certo1 etentore1 o ,oer tentam 1e colocar acima a1,roibi4;e1*ue se ap#i(am a todosU

    !," os membro1 o,rimio1 o 9r0,o fa?em (onstantes e1for4o1 ,araobter mai1 ,oere ver re(onhe(idas na #ei a#gumas moifica4;e1efetuadas nessesentido fa?em ,re115o ,ara ,a11ar a j01ti4a e1i90al ,ara a j01ti4a i90al ,ara

    too1.

    ' ireito+gradua#mente+ vai se adaptando no-a i1trib0i45o o ,oer.

    A cla11e ominante serec01aaamitir a m0an4a+ daB a rebeli5oe a90erra ci-il o(orrem+ (om a 101,en15o tem,or2ria a lei e (om no-a1tentati-a1 e 1ol045o meiante a -iol:ncia+ terminando pe#o esta)e#e(imentode um no-o 1i1tema e lei1.

    A L"TA *ELA IG"ALDADE NO AMBIENTE NA%IONAL: a gradua# e#iminao das desigua#dadesso(iais apenas pode ser dar por meio de po#Bti(as p>)#i(as+ no se podendo pres(indir da atuao doE1tao.

    !I@$20& MRE2&":11Hestaremos fa?endo um (D#(u#o errado se despre?armos o fato de *ue alei+ ori9inalmente+ era for4a br0tae *ue+ mesmo hoe+ n5o ,oe ,re1cinir o a,oio a-iol:ncia.

    Para MRE2&+ uma com0niae 1e mant7m 0niapor duas (oisas: !1" a for4a coerciti-a a-iol:nciae !," os -+nc0lo1 emocionai1!ientifica4;e1" entre seus mem)ros.

    e estiver ausente um dos fatores+ possBve# *ue a (omunidade se mantenha aindape#o outro fator.

    Porm+ Ha ientiae e 1entimento1 entre o1 cri1t5o1+ em)ora fosse poderosa+no (onseguiu+ F po(a do Renas(imento+ impedir os Estados %ristos+ tanto os

    grandes (omo os pe*uenos+ de )us(ar o a08+lio o 10lt5oem suas guerras de uns(ontra os outros. V...W 0a rea#idade+ por demais evidente *ue os ieai1 nacionai1+pe#os *uais as naCes se regem nos dias de hoe+ atuam em 1entio o,o1to.

    A L"TA *ELA IG"ALDADE NO AMBIENTE INTERNA%IONAL:

    7 Cf' 31

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    !I@$20& MRE2&":1,E2ER &E0TR' &E 2$A %'$20I&A&E+ nun(a se (onseguiu evitar a1ol045o -iolenta e conflito1 e intere11e1 a &EI@2A/&A&E I0ATA e o I0TI0T' &E&ETR2IN' do homem1o arrasta sempre+ mais (edo ou mais tarde+ para 1ol04;e1 -iolenta1.

    A histria da raa humana reve#a uma17rie infin2-el e conflito1 entre 0macom0niae e o0tra !entre (idades+ provBn(ias+ raas+ naCes+ imprios"+ *ue *uase

    sempre 1e formarampe#a for4a a1 arma1.

    's re10ltao1 a con/0i1ta so gera#mente de c0rta 0ra45o: as 0niae1recentemente criaa1 e1facelam=1enovamente devido a uma falta e coe15oentreas partes *ue foram0nia1 ,ela -iol:ncia.

    !I@$20& MRE2&":1

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    $esmo em determinadas RE@IXE PRIQI/E@IA&A &A TERRA+ onde a nature?aprovK em a)undYn(ia tudo o *ue ne(essDrio ao homem+ n5oeistem povos (ua vidatrans(orra em meio F tran/0iliae+ sem (oero ou sem agresso.

    N5o

    hD maneira deeliminar totalmente o1 im,0l1o1 a9re11i-o1 o homem

    Upode-se tentar e1-i2=lo1!m7too1 inireto1 e combater a 90erra".

    &eve-se (ontrapor ao instinto destrutivo t0o o /0e fa-ore4a o e1treitamentoo1 -+nc0lo1 emocionai1 entre o1 homen1!Eros".

    Esses vBn(u#os podem ser de dois tipos: !1" amorU !," ientifica45o!tudo o *ue #eva os homens a (omparti#har de interesses importantesprodu? essa comunho de sentimento".

    A 1it0a45o ieal !utpi(a" seria a (omunidade humana *ue tivesse10borinao 10a -ia in1tint0al ao om+nio a RAJ' !ainda *ueentre e#es no houvesse vBn(u#os emo(ionais".

    A2T'RI&A&E %E0TRA/: Has 90erra1 1omente 1er5o e-itaa1(om (erte?a+ se a humanidade seunir para esta)e#e(er uma a0toriae centrala *ue serD (onferido o ireito e arbitrar too1 o1conflito1 e intere11e1.16

    H0isto esto envo#vidos (#aramente dois re*uisitos distintos: (riar uma in1tFncia10,remae dotD-#a do nece112rio ,oer. 2ma sem a outra seria in>ti#.

    TRA0M'R$AN' %2/T2RA/: a humanidade tem passado por um ,roce11o e e-ol045o c0lt0rale as moifica4;e1 ,1+/0ica1 *ue a(ompanham esse ,roce11o e ci-ili3a45o so notrias eine*uBvo(as.

    Trata-se de um progressivo e1locamento o1 fin1 in1tinti-o1e de uma limita45o

    im,o1ta ao1 im,0l1o1 in1tinti-o1.ensaCes *ue para os nossos an(estrais eram agradDveis+ tornaram-seindiferentes ou at mesmo into#erDveis para ns !(omo a ideia de heroBsmo".

    %aracter+1tica1 ,1icol69ica1 a ci-ili3a45o: !1" fortalecimento o intelecto+*ue estD (omeando a 9o-ernar a -ia o in1tintoU !," e a internali3a45oo1 im,0l1o1 a9re11i-o1.17

    &eve-se dar ateno+ assim+ F e0ca45o a camaa 10,erior o1 homen1!#Bderes".

    &9Cf' 31

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    ,. ESTADO ANTIGO

    ,.1. ESTADO TEO%R)TI%O

    %om o (res(imento dos agrupamentos popu#a(ionais+ (ada ve? maiores+ a ba1e e le9itimiae o,oerdo (hefe tri)a# ou do rei !fara+ et(." *uase *ue inevitave#mente a11ocia-aa figura do 1oberanoade um e01.

    &eve-se o)servar *ue 1em,re se a11ocia-aos acontecimentosou mesmo os fen(menos danaturezaF a45o e 0ma i-inae+ antesde se )us(ar uma base racionalpara a (ompreensodestes !(omo o(orreu em Atenas".

    ESTADO ANTIGO: E1tao teocr2tico+ afirmando-se a autoridade dos governantese as normas decomportamentoindividua# e (o#etivo (omo epressCes da vontade de um P'&ER &IQI0'.15

    !3'33I'":18 H'33E+ ao reagir F anar/0ia provo(ada pe#as 90erra1 e reli9i5o+ se (ondu?iu aoetremo oposto.

    '33E HpropCe eliminar o conflitoentre as vDrias igreas e#iminando a (ausa mais profunda do(onf#ito+ isto + a i1tin45o entre o ,oer o E1tao e o ,oer a I9reja.

    '33E H*uer+ na verdade+ *ue n5o haja o0tro ,oer a n5o 1er o o E1tao e *ue a re#igiosea redu?ida a um servio.

    ' *ue fi(a eviden(iado *ue ?OBBES+ ao a)raar a o0trina contrat0ali1ta+ pressupCe *ue o ,oer

    en(ontra seu focono ,o-o+ e n5oem nenhuma entiae metaf+1ica.

    0esse (ompasso+ pode-se mesmo imaginar *ue '33E ,o1iti-i1ta+ em espe(ia# por*ue)us(a uma f0namenta45o ,ara o ,oer*ue no sea a *ue se )us(ava+ no Estado teo(rDti(o+em &E2.

    ' ,oer+ portanto+ emanaria o ,o-oe seria e8ercio ,elo 1oberano!mas provm do povo".

    ,.,. A GR%IA E A DEMO%RA%IA DIRETA

    !%ART/E&@E": 0o tempo de Aristte#es+ a Gr7ciano era uma entidade po#Bti(a (entra#i?ada+ mas eraformada por centena1 epolis!(idades" separadas+ (ada *ua# (om seu sistema e forma de governo.,;

    !RE0AT' GA0I0E":,1A Gr7cian5oera um ,a+1 0nificaoe+ portanto+ Atenas no era sua (apita#+ o*ue se tornou apenas no s(u#o 18. ' mundo grego+ ou he#Kni(o+ se (ompunha de ciae1ine,enente1.

    &BCf' DALLA01+ Dalmo de Abreu'Elementos de teoria $eral do estado' .8' ed' *$o Paulo6 *araiva+ &77B+ p' 9.-9/'&72)221)+

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    !RE0AT' GA0I0E":,,A assem)#ia grega reunia pou(os mi#hares de homens+ e sua demo(ra(ia 0ro0apenas 0n1 17c0lo1. Re9ime1 emocr2tico1s vo#taram F (ena em fin1 o 17c0lo JK+ mais de , mi#anos depois.

    ,.,.1. GR%IA:O BER&O DA DEMO%RA%IA DIRETA

    !A" A )GORA E OS %IDAD'OS ATENIENSES

    ATENAS: o P'Q' reunia-se na )9ora !praa pblica" para o e8erc+cio ireto e imeiato do ,oer,ol+tico.

    A )9ora grega fa?ia ,a,el simi#ar ao dos *arlamento1 nos tem,o1 moerno1+ em)ora(ontasse (om a presena !direta" dos (idados atenienses.

    !%ART/E&@E":ATENAStinha por vo#ta de . habitante1!in(#uindo mu#heres+ (rianas+es(ravos"(er(a de . eram cia5o1p#enos !homens adu#tos #ivres" e apenas (er(ade uns . ,artici,a-amregu#armente das assem)#ias.,

    !RE0AT' GA0I0E":,

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    S6crate1foi u#gado+ em 88 a.%.+ por 4;1 pessoas %omo ,51 o (ondenam e ,,;votam pe#a a)so#vio+ e#e foi senten(iado F morte.

    !%" A )GORA %OMO *RI#ILGIO DE ?OMENS LI#RESA &E$'%RA%IA era ,ri-il79iode uma minoria socialde homen1 li-re1+ a par de uma enorme maioria

    de homen1 e1cra-o1.

    !ARIT\TE/E": a -irt0e ,ol+tica+ en*uanto sa)edoria para mandar e o)ede(er 16perten(eF*ue#es *ue n5o t:m a nece11iae e trabalharpara viver.

    !3E0GA$I0 %'0TA0T":,6HV...W a aboli45o a e1cra-at0raprivou a popu#ao #ivre de todo ola3er*ue o tra)a#ho dos es(ravos #he permitia. *em a populao escrava de Atenas+ vintemi# atenienses no teriam podido de#i)erar (ada dia napraa pblica.

    !RE0AT' GA0I0E":,7

    ' ,re110,o1to a emocracia iretaera a liberae.

    's 9re9o1se or90lha-amde ser li-re1. Isso os distinguia de seus vi?inhos de outras #Bnguase (u#turas.

    Ser 9re9oou he#Kni(o n5oera uma i1tin45o racial+ mas lin9H+1ticae c0lt0raluem fa#assegrego era grego+ no importando o sangue *ue (orresse em suas veias.

    's gregos+ porm+ distinguiam es(ravos e mu#heres. 0a (ondio de e1tran9eiro+ in(#uBam-se todos os n5o=atenien1e1e mesmo seus e1cenente1: muitas pessoas nas(idas emAtenas+ mas de an(estrais estrangeiros+jamai1teriam a ciaania atenien1e.

    's gregos (onsideravam os outros povos+ tais (omo os ,er1a1+ inferiore1+ mas+ ao (ontrDrio dos

    ra(istas modernos+ no por uma diferena genti(a+ e sim ,or n5o ,raticarem a liberae. V...W e#es+ *ue de(idiam suas *uestCes+ eram #ivres.

    !&A//ARI": Hessa i7ia re1tritade P'Q' nopoderia estar presente na (on(epo de &E$'%RA%IAdo 17c0lo #III+ *uando a b0r90e1ia+ e(onomi(amente poderosa+ estava Fs vsperas de sup#antar amonar*uia e a no)re?a no domBnio do poder po#Bti(o.,5

    !&" A ARISTO%RA%IA DEMO%R)TI%A ATENIENSE

    Para al90n1 a0tore1+ na @r(ia antiga n5o ho0-e-eraeira emocracia+ mas uma ARIT'%RA%IA&E$'%R[TI%A.

    A ba1e 1ocial e1cra-a permitia ao homem #ivre o(upar-se to somente dos ne96cio1,blico1+ numa militFncia ,ermanente e diuturna nenhuma preo(upao de ordemmaterialatormentava o (idado da antiga @r(ia.,8

    Ao Hhomem econCmico dos no11o1 tem,o1 (orrespondia o Hhomem ,ol+tico daantiguidade.

    .9Cf' C)

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    1NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !%'$E0T[RI'": sa)ido *ue+ na rea#idade+ o *ue se tinha era uma 1ocieae e H,atriarca1+senhores de fa?endas rurais *ue+ nos anos dourados da so(iedade das #u?es de Atenas+ de#i)eravam empraa p>)#i(a en*uanto uma massa de es(ravos tra)a#hava e sustentava apolis.

    ,.,.,. A LIBERDADE DOS ANTIGOS E A LIBERDADE DOS MODERNOS

    !A" A #IDA *RI#ADA E AS INGER$N%IAS DA *OLIS

    !3E0GA$I0 %'0TA0T":; distingue a HLIBERDADE DOS ANTIGOS d a HLIBERDADE DOSMODERNOS.

    0as pa#avras do A2T'R /I3ERA/:

    HPerguntai-vos primeiro+ enhores+ o *ue em nossos dias 0m in9l:1+ um franc:1+ umhabitante o1 E1tao1 "nio1 a Am7ricaentendem pe#a pa#avra LIBERDADE.

    para (ada um o direito de no se submeter seno +s leis+ de no podar ser preso+nem detido+ nem (ondenado+ nem ma#tratado de nenhuma maneira+ pe#o efeito davontade ar)itrDria de um ou de vDrios indivBduos. para (ada um o direito de dizersua opinio+ de escolher seu trabalho e de eer(K-#oU de dispor de suapropriedade+ at de a)usar de#aU de ir e vir+ sem ne(essitar de permisso e sem ter*ue prestar (onta de seus motivos ou de seus passos. para (ada um o direito dereunirse a outros indivBduos+ sea para dis(utir so)re seus interesses+ sea paraprofessar o culto "ue ele e seus associados preferirem+ sea simp#esmente parapreen(her seus dias e suas horas de maneira mais (ondi?ente (om suas in(#inaCes+(om suas fantasias. Enfim+ o direito+ para (ada um+ de influir sobre a administraodo governo+ sea pe#a nomeao de todos ou de (ertos fun(ionDrios+ sea porrepresentaCes+ petiCes+ reivindi(aCes+ Fs *uais a autoridade mais ou menoso)rigada a #evar em (onsiderao.

    %omparai agora a esta a LIBERDADE DOS ANTIGOS. Esta >#tima (onsistia emeer(er (o#etiva+ mas diretamente+ vDrias partes da 1oberania inteira+ em eliberar na,ra4a ,blicaso)re a guerra e a paz+ em (on(#uir (om os estrangeiros tratados dealiana+ em votar as leis+ em pronun(iar%ulgamentos+ em examinar as contas+ osatos+ a gesto dos magistradosU em fa?K-#os (ompare(er diante de todo um povo+ emacus!los de delitos+ em conden!losou em absolv#losU mas+ ao mesmo tempo*ue (onsistia nisso o *ue os antigos (hamavam #i)erdade+ e#es admitiam+ (omo(ompatBve# (om e#a+ a 10bmi115o com,leta o ini-+0o a0toriae o too.

    0o en(ontrareis entre e#es *uase nenhum dos privi#gios *ue vemos fa?er parte da/I3ER&A&E E0TRE ' $'&ER0'. Todas as a4;e1 ,ri-aa1 esto sueitas asevera vigil,ncia. 0ada (on(edido a independKn(ia individua#+ nem mesmono *uese refere F religio. A fac0lae e e1colher 1e0 c0lto+ fa(u#dade *ue (onsideramos(omo um de nossos mais pre(iosos direitos+ teria pare(ido um (rime e um sa(ri#giopara os antigos. 0as coisas "ue nos parecem mais insignificantes+ a autoridade docorpo social interpunhase e restringia a vontade dos indivduos.

    Em Esparta+ Terpandro no pode a(res(entar uma (orda F sua #ira sem ofender osforos. $esmo nas rela4;e1 om71tica1 a autoridade intervinha. ' ovem#a(edemLnio no pode #ivremente visitar sua ovem esposa.

    ' E0TI&' &E LIBERDADE INDI#ID"ALera distinto do *ue se (onhe(e hoe.

    A -ia ,ri-aano fi(ava imune Fs in9er:ncia1 o Go-erno+ *ue intervinha em assuntos tais(omo aproibio ao celibato+ a disciplina do vesturio+ o uso do bigode+ et(.1

    /8Cf' C)

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    1)#i(a romana: oini-+0o estava+ de (erta forma+,erio na na45oe o (idado+ na (idade.

    !E@E/": tratou do *ROGRESSO DA ?"MANIDADE no *ue di? respeito F %'02ITA &A/I3ER&A&E 2$A0A+ ao afirmar *ue o Oriente fora a liberdade de um s$+ a Gr7cia e Roma a

    liberdade de algunse o m0no moernoa liberdade de todos.

    !RE0 AQATIER": para o autor+ o %RISTIANISMO o prin(ipa# fator *ue fundamenta a r0,t0ra com atrai45o a Anti90iae*ue+ ta# (omo em Roma+ reservava a coni45o j0r+icaaos %IDAD'OS. ARE#OL"&'O (RAN%ESA+ atravs da idia de liberae ini-i0al+ a estende+ para o autor+ a too1o1 homen1.

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    ,;NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

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    /' ESTADO MEDIE#AL

    *RIN%I*AIS ELEMENTOS: (ristianismo+ invaso dos )Dr)aros e feuda#ismo.

    %RISTIANISMO: aspirao de *ue toda a so(iedade se tornasse (rist. A prpria Igrea vaiestimu#ar a afirmao do Imprio !ETA&' 20IQERA/ &A %RITA0&A&E".

    !&A//ARI": a #uta entre o Papa e o Imperador+ *ue mar(ou os >#timos s(u#os da Idade$dia s vai terminar (om o nas(imento do Estado $oderno+ *uando se afirma asuprema(ia a)so#uta dos monar(as na ordem tempora#.4;

    (E"DALISMO: as in-a1;e1 b2rbara1e as 90erra1 interna1 tornaram difB(i# o desenvo#vimentodo (omr(io+ favore(endo a enorme -alori3a45o a ,o11e a terra+ de onde se retirava os meiosde su)sistKn(ia !sistema administrativo e or9ani3a45o militarestreitamente #igados F situaopatrimonia#".41

    !&A//ARI": ' ETA&' $E&IEQA/ se (ara(teri?a por uma ,l0raliae e ,oere1menore1sem hierar*uia definidaU m0lti,liciae e oren1 j0r+ica1!ordem e(#esiDsti(a+ordem imperia#+ direito das monar*uias inferiores+ direito (omuna#+ ordenaCes dos feudos+regras das (orporaCes de ofB(io". Permanente in1tabiliae po#Bti(a+ e(onLmi(a eso(ia#.4,

    A ideia de DEMO%RA%IA MEDIE#ALvem )em tradu?ida em $AR%]/I' &E P[&2A+ segundo o *ua# oH,oer e fa3er lei1+ em *ue se apoia o poder so)erano+ diz respeito unicamente ao povo+ ou F suaparte mais poderosa+ o *ua# atrib0i a o0tro1apenas o ,oer e8ec0ti-o!poder de governar no Ym)itodas #eis".4

    ;8Cf' DALLA01+ Dalmo de Abreu'Elementos111+ cit' p' 99-9?';&Cf' DALLA01+ Dalmo de Abreu'Elementos111+ cit' p' 97';.Cf' DALLA01+ Dalmo de Abreu'Elementos111+ cit' p' ?8';/

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    )#i(o+ (ontava (om plena liberdade dos meios esimu#tYneo reforo do controle do )stado por sobre a sociedade.44

    ' P'&ER era ab1ol0toe n5oestava limitao ,ela lei.

    &e forma il01trati-a+ podem-se tomar as pa#avras dePA%'A/ &E $E//' MREIRE+ *ue viveuentre 175 e 1785+ a(er(a das instituiCes urBdi(as portuguesas do s(u#o OQIII:

    ' (" Entre outros, so direitos ma)estticos ou reais% impor tributos de!ual!uer gnero, *rd" liv" +, tit" +, '' ,-,., /0,/ e /-1 cunhar moedas,*rd" liv"-, tit"/+, no princ" E ' 1 etrair !uais!uer metais, liv" +, tit" +., '/.1 fa&er leis, *rd" liv" 0, tit" 2-, ' /, no fim1 criar magistrados, *rd" liv" +,tit", +., ' /1 dispor dos bens dos sditos na guerra e na pa&, ' 21 e, emsuma, toda a autoridade, )urisdio, poder, na Repblica, e o mais !uede prop#sito omitimos, visto estas noes bastarem ao nosso prop#sito"46

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    0o ETA&' &E P'/]%IA+ os ,oere1 o ,r+nci,e e de seus servidores n5o (are(iam de*ua#*uer efini45o normati-a ,r7-iae eram determinados segundo uma avaliao casusticado *ue deveria se (onsiderar interesse pblico.

    0oESTADO ABSOL"TO+ podem-se distinguir oi1 momento1:

    N&O Em um primeiro+ em ,rinc+,io1 o 17c0lo #III+ a monar/0ia afirma-se (omo Hireitoi-inoU o rei se a(#ama o es(o#hido por H&eus.

    /egitima-se o poder rea# em um ("NDAMENTO RELIGIOSOU

    !," Em um segundo+ passa-se a )us(ar atri)uir ao poder uma f0namenta45o racionali1tadentrodo Il0mini1modominante+ o *ue se tradu?ia no HDES*OTISMO ES%LARE%IDO+ ou+ em a#gunspaBses+ no ESTADO DE *OL%IA.

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    '33E no (hega Fs (onse*uKn(ias finais do positivismo urBdi(o+ propondo uma1e,ara45o totalentre E1taoe reli9i5o+ por*ue um Estado #ai(o no en(ontraria e(o em1e0 momento hi1t6rico+ sendo at mesmo uma propostaperigosa.64

    '33E viveu no (onteto da G0erra %i-il in9le1a+ ra?o pe#a *ua# seu intuito primordia# era es)oaruma teoria *ue pudesse ustifi(ar um ETA&' *ue tivesse (omo e1ierato f0namental apreservao da ,a3 1ociale a 1e90ran4a.

    !RE0AT' GA0I0E":66' -eraeiro intere11e+ antes de mais nada+ (omo diria ?OBBES+ 1al-ara ,r6,ria -ia a morte -iolenta e ,recoce.

    em funo disso *ue se deve pensar em (onstruir o elo 1ocial+ n5o (om )ase numa-irt0e *ue serD i#usria+ mas na 9arantia a ,r6,ria 1obre-i-:ncia+ na excluso daguerra de todos contra todos: assim se dD uma es(ora mais forte ao -inc0lo 1ocialdo*ue (om )ase no en9anoe na re-ol045o.

    !3'33I'":

    67

    H'33E+ ao rea9ir anar/0iaprovo(ada pe#as 90erra1 e reli9i5o+ se (ondu?iuao etremo oposto. E#e propCe eliminar o conflito entre as vDrias igreas ou (onfissCese#iminando a (ausa mais profunda do (onf#ito+ isto + a i1tin45o entre o ,oer o E1tao e o,oer a I9reja.

    '33E H*uer+ na verdade+ *ue n5o haja o0tro ,oera no ser o do E1taoe *ue areli9i5osea redu?ida a um 1er-i4o.

    A e1obei:ncia ci-il e a re-ol045oapenas seriam possBveis nas situaCes e(ep(ionais em*ue o 1oberanoei8a e c0m,rir 10a1 obri9a4;e1.

    !A0&=TIA+ p.16":65

    Para '33E+ em ta# (enDrio+ seria m0ito if+cil a -ia h0mana+ *ue seapresentaria Hme+ocre+ 10ja+ br0tal e c0rta. Por isso+ uti#i?ando a ra35o e abrino m5o aliberae nat0ral+ os indivBduos (riaram o E1tao=Le-iat5+ *ue+ aparentemente+ poderia ser entendido(omo uma esp(ie de 9arantior a1 lei1 nat0rai1.

    A liberae nat0ral !fazer o "ue se "uer+ pois todos+ no e1tao nat0ral+ tKm o Hdireito deprati(ar *ua#*uer ato *ue vise Fpreservao de sua exist#ncia" se transmuda em liberae ci-il!fa?er a*ui#o *ue a1 lei1 ,ermitemou+ pe#o menos+ n5o ,ro+bem".

    '33E se (o#o(a na contram5oda tradio *ue afirmava a nat0ral 1ociabiliae o homem!o &oon politi3on de Aristte#es".

    ' E1tao+ portanto+ no um dado da nature?a+ mas o resu#tado de uma con-en45o

    !3o))io+ 1881+ p. 5;".

    Por ser mai1 ,otente*ue *ua#*uer indivBduo+ o E1tao (apa? de e8i9ir*ue as lei1nat0rai1seam (umpridas+ ao mesmo tempo em *ue ,0nea*ue#es *ue as transgridem.

    Para '33E+ a mono,oli3a45o o ,oer (orresponde F mono,oli3a45o o ,roce11ole9i1lati-o+ pois apenas as lei1 ,o1ta1 ,elo 1oberano !*ua#*uer *ue sea e#e" e-em 1erc0m,ria1.

    9;Cf' MA()*+ Andit,as *oares de Moura Costa' (omas'''+ cit' p' .&'99 Cf' 012310)+ 03

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    ,)#i(a+ (om opo pe#o alargamentode suas fun&es e fins:

    !1" ETA&' '%IA/ &E &IREIT'U

    !," ETA&' '%IA/ITAU e o!" ETA&' MA%ITA.

    e no ESTADO SO%IALISTAe no ESTADO (AS%ISTAverifi(a-se um re9ime ,ol+tico itatorial+no ESTADO SO%IAL DE DIREITO+ o re9ime ,ol+tico emocr2tico#imita a fora de atuao daadministrao interventiva+ sem+ entretanto+ afastar as inc0mb:ncia1 o E1taode satisfao dediversas necessidades coletivas.

    7& Cf' M10A

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    6. O ESTADO DE DESIDERATO SO%IAL

    6.1. O ESTADO DE DIREITO E A %RISE SO%IAL

    A ,rimeira metae o S7c0lo + mar(ado por grandescon-0l1;e1 b7lica1e por m0an4a1 (adave? mais rDpidas e a#i(eradas em a-an4o1 tecnol69ico1sem pre(edentes+ )em (omo por ,rof0na1cri1e1 econCmica1+ assistiu seguir F MAE /I3ERA/ do Estado %onstitu(iona# a sua MAE '%IA/.

    ' $'&E/' $AI '%IA/ &E ETA&' &E &IREIT' firma-se+ so)retudo+ para de)e#ar a cri1e aorem ca,itali1ta+ sem fechamento do sistema poltico+ *ue permane(e ,l0rali1tae aberto.

    A liberaemantm-se (omo va#or )Dsi(o+ )em (omo a limita45o o ,oer ,ol+ticopersevera(omo o)etivo permanente+ mantendo+ de forma intransponBve#+ o ,o-o(omo tit0lar o ,oer.

    !PA2/' 3'0AQI&E": $antKm-se o re9ime e economia e mercao+ sueito+ porm+ aal90ma t0telaouiri9i1mo+ *ue no #he afeta as estruturas+ em)ora su)traia do #ivre ogo das

    foras produtivas determinados espaos da ordem e(onLmi(a.8

    ' *ODER ESTATAL+ (om outra roupagem e conteo mai1 emocr2tico+ ressurge (omo (aminhopara a ,rote45o o1 economicamente mai1 fraco1+ contenoos e8ce11o1 o ca,itali1mo.

    A ATIQI&A&E A&$I0ITRATIQA deia de ser a pura sa#vaguarda do eistente para se tornarati-iae inter-entora.

    !EPA0A": A Amini1tra45o *blica passa a tomar a iniciati-ae a agir !administraoativa" visando F criao de algo de novo.8

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    !&A0IE/ AR$E0T'": ' homem tem a sua i9niae a-iltaano apenas *uando privado dea#guma das suas liberae1 f0namentai1+ mas tam)m *uando no tem a(esso Falimentao+ F educao b!sica+ F sade+ F moradia+ et(.87

    6.,. O ESTADO *RO#ID$N%IA RE%LAMADO *ELO %A*ITALISMO LIBERAL EM %RISE

    !A" A *L"RALIDADE DE (ATORES !"E DERAM ENSEO %RISE DO ESTADOLIBERAL

    N5o eistem e8,lica4;e1 monoca01ai1para o surgimento do EL(ARE STATE.

    Inmero1foram os fatore1 eterminante1*ue se (om)inaram singu#armente para (ada Estadoem parti(u#ar.

    As e8i9:ncia1 e c0nho econCmico de(orrentes da cri1e do perBodo *ue mediou as duas

    grandes guerras mundiais+ *ue atingiu seu Dpi(e (om a /0ebra a bol1a e No-a WorV+eviden(iaram a ne(essidade de superao dos postu#ados #i)erais de no-interveno do Estadona e(onomia.

    ' ETA&' &E &EI&ERAT' '%IA/ fruto de uma ,l0raliae e fatore1*ue a#teraram o mundo ea so(iedade.

    ' mode#o vem (omo resposta Fs a1,ira4;e1 emocr2tica1e aos clamore1 1ociai1+ entretanto+ possBve# se afirmar *ue as eigKn(ias postas pe#a (iranda e(onLmi(a e pe#a cri1e 9eraa ,elarece115o econCmicaso fatores de(isivos para a formatao do novo mode#o de Estado.

    Evitando-se os ri1co1*ue uma an2li1e e1tritamente materiali1ta e hi1t6ricapode propor(ionar+

    possBve# afirmar *ue a nece11iae e e8,an15o a ati-iae econCmicafoi (ausa mar(antedo surgimento do ETA&' A3'/2T'U por outro giro+ *uando o A)so#utismo deiou de serinteressante ao pro(esso de a(umu#ao de (apita#+ o ETA&' /I3ERA/ firmou-se (omoparadigma ade*uado Fs a1,ira4;e1 b0r90e1a1.

    &a mesma forma+ no se pode negar *ue a cri1e econCmica o ca,itali1mo liberaldasprimeiras d(adas do (u#o OO foi de(isiva para a formatao de um no-o ,arai9ma eE1tao.

    !3" AS DE(I%I$N%IAS DO *RO%ESSO DE A%"M"LA&'O DE %A*ITAL

    ' ,roce11o e ac0m0la45o e ca,italpromovido pe#o mer(ado+ na #gi(a #i)era#+ tende a gerar

    concentra45o e ri/0e3a1+ dando enseo a uma 1ocieae tenencialmente ,olari3aa em cla11e1(om anta9oni1mo1 ,rof0no1!,ro,riet2rio1e trabalhaore1 a11alariao1".

    A e1tr0t0ra oli9o,oli1ta e mercaoafasta as possi)i#idades de um Hca,itali1mo com,etiti-o+favore(endo+ por outro #ado+ uma cri1e e 10,er,ro045o.

    !%" A %RISE DA D%ADA DE J

    A cri1e econCmica m0nial o final a 7caa e Jatirou a e(onomia em uma e1,iral rece11i-a.

    A cri1e e emana(ausada pe#a falta e mercao con10mior(apa? de es(oar a produoagravou o e1em,re9o+ *ue+ em (onse*uKn(ia+ agravou o consumo+ e assim por diante.

    7?

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    NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

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    A cri1e econCmica a 7caa e J(o#o(ou em (ausa as )ases do Estado /i)era#+ uma ve? *ueatirou ao e1cr7itoa mBti(a cren4anaracionaliae intr+n1eca o mercao.

    Mi(ou eviden(iado *ue aslei1 o mercao

    n5o

    (onseguem garantir1al0tar com,eti45o

    + mas+ ao(ontrDrio+ fa-orecem ab01o1 e a (onstituio de oli9o,6lio1+ da mesma forma *ue os atosprati(ados pe#os agentes e(onLmi(os produ?em (onse*uKn(ias imprevistas por estes ou atmesmo indeseDveis.

    !&" A GRANDE DE*RESS'O E A REG"LAMENTA&'O DO SISTEMA BAN%)RIO

    ' %APITA/I$' (onstruiu SISTEMAS BAN%)RIOS !a partir dos o0ri-e1" *ue+ em uma l69icae1,ec0lati-a+ emprestam inheiro*ue+ na rea#idade+ n5o lhe1 ,ertence+ mas a investidores.

    2m SISTEMA BAN%)RIO carente e re90lamenta45ogera um clima e e1confian4a nosinvestidores !donos do dinheiro"+ uma ve? *ue eiste a ,o11ibiliae o1 in-e1tiore1

    b01carem 1e0 inheiro e -olta+ a *ua#*uer momento+ o(asionando a fal:ncia e too omoelo!tra?endo a re)o*ue a fa#Kn(ia da e(onomia e a do prprio Estado".

    Em J+ o pYni(o !de apenas uma semana"+ (om a corria ao1 banco1 no1 E1tao1 "nio1+ emverdadeiro H%'$P'RTA$E0T' &E $A0A&A+ a#iado ao cola,1o o mercao e a4;e1+ geraramsevera RE%ESS'O E%ONMI%A.

    !ver *uesto dos agri(u#tores E &' $'R@A0 3A09 em 9rugman"

    A RE%E' E%'0b$I%A provo(ou uma /0ea na ,ro045o e no n+-el e em,re9o1+eviden(iando a inarredDve# ne(essidade de uma Hreforma )an(Dria.

    Em JJX+ os E1tao1 "nio1(riaram o 1ederal /eserve *2stem+ re90lamentanoo ITE$A3A0%[RI' e (riando a ne(essidade de manuteno de re1er-a1ade*uadas.

    Entretanto+ os me(anismos imp#antados n5o foram 10ficiente1para (onter a ameaa deuma nova Hcorria ao1 banco1+ tanto *ue a mai1 9ra-e cri1e banc2riada histria e(#odiuno final a 7caa e J.

    0o fina# dos ano1 J+ a /0ea no n+-el a ati-iae econCmica e o ,re4o a1 commoditiespre(ipitou a inaim,l:ncia banc2ria+ so)retudo dos a9ric0ltore1 D endividados+ def#agrando%'RRI&A A' 3A0%' por todo o paBs.

    A %RIE 3A0%[RIA (onverteu a re(esso de ento na HGRANDE DE*RESS'O+ *ue forou a

    (riao de um ITE$A 3A0%[RI' (om muito mai1 1al-a90ara1.

    's banco1 f0nciona-am mal+ entretanto a @RA0&E &EPRE' os forou a atuar so)ri9oro1a re90lamenta45o+ (om proteo de forte ree e 1e90ran4a.

    's mo-imento1 e ca,itai1 internacionai1+ da mesma forma+ foram su)metidos are1tri4;e1+ tornando o sistema finan(eiro mais seguro.

    !PA2/ 9R2$A0":!ver pag." Esse novo sistema+ muito mais regu#amentado+ ,rote9e0 aeconomia norte=americanadurante *uase ano1.

    !E" AS *OLTI%AS

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    )#i(as.

    &&:Cf' 2)

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    5NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !&" O ESTADO *RO#ID$N%IA E S"A ("NDAMENTA&'O

    ' ETA&' PR'QI&S0%IA aproveita-se da cr+tica mar8i1ta da explorao do capital sobre asmassas trabalhadoras+ reeitando+ porm+ o materia#ismo histri(o e a doutrina do antagonismo

    irredutBve# de (#asses.

    em perseguir i90alae material de forma a)so#uta e sem )us(ar ne(essariamente ahomogenei?ao do pro#etariado+ )us(a com,atibili3arireito1 ini-i0ai1(omj01ti4a 1ocial.

    !QA//E 3E0T'":117' ETA&' PR'QI&S0%IA parte do pressuposto de *ue a ,lena reali3a45oo1 ireito1 ini-i0ai1depende ne(essariamente da (ompati)i#i?ao destes (om o desideratode ustia so(ia#+ mantendo as in1tit0i4;e1 emocr2tica1e+ pe#o menos a prin(Bpio+ a filo1ofiaini-i0ali1ta*ue as fundamenta.

    Entretanto+ n5ohD e-i:ncia 1ociol69ica*ua#*uer *ue permita presumir *ue a cla11etrabalhaora mobili3aa fe? uma o,45o racional pe#a transformao gradua# daso(iedade (apita#ista nos mo#des so(ia#demo(rata+ at por*ue esta+ mesmo mo)i#i?ada+ no

    havia (onseguido se (onstituir em maioria #egis#ativa.

    !QA//E 3E0T'":115Para o Autor+ a ieolo9ia 1ociali1ta e o e1,+rito cor,orati-o forne(eram#astro re#evante para a mobilizao reivindicat$ria da massa trabalhadora.

    !PA2/' 'TER'":118Para Pau#o 'tero+ a o0trina 1ocial a I9reja forne(e o em)asamento para a(on(epo do ETA&' '%IA/+ sendo *ue+ desde o s(u#o OIO+ D vinha asso(iando a ideia de bem=e1tarao prin(Bpio daj01ti4a.

    !E" O ESTADO *RO#ID$N%IA REDISTRIB"IDOR E %A*ITALISTA

    ' ESTADO *RO#ID$N%IA+ em suas pretensCes+ n5o 1e limitaapenas F )us(a da 9arantia e 0mm+nimo e ,artici,a45o no1 ben1 a -ia+ mas (ompreende a )us(a da REDISTRIB"I&'Oe de ummaior e/0il+briona so(iedade.

    N5ose trata de um ETA&' 23I&I[RI'+ mas de um Estado de ,re1ta4;e1 0ni-er1ali1ta1.

    !E2RI%' 3ITE0%'2RT 0ET'":1,;' ESTADO *RO#ID$N%IA)us(a uma 1ocieae e bem=e1tar ,ara too1+ Hna medida das possibilidades de um 1i1tema ca,itali1ta+ em *ue asliberae1 ini-i0ai1e a ,ro,rieae ,ri-aatam)m (ontam (om proteo (onstitu(iona#.

    6.4. O EL(ARE STATE %OMO ESTR"T"RA DO %A*ITALISMOA#AN&ADO

    !A" OS *ROBLEMAS DE LEGITIMIDADE DO %A*ITALISMO

    !A3ER$A":1,1As ,ol+tica1 ,blica1 i1trib0ti-a1do ETA&' '%IA/+ desenvolvimentistase deproteo social+ a(a)am+ fundamenta#mente+ por atuar (omo e1tr0t0ra1 f0ncionai1 o ca,itali1momai1 a-an4ao para so#u(ionar os ,roblema1 e le9itimiae do prprio (apita#ismo+ evitando apr$pria subverso da ordem.

    &&?Cf' 23

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    8NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !A3ER$A":1,, ' ca,itali1mo+ entregue ao ,reten1o e/0il+brio o mercao+ n5o foi ca,a3 degarantir (ondiCes de com,eti45o+ eigindo do E1tao um ,a,el e com,en1a45o e reconcilia45odos interesses gerais da so(iedade (om os interesses do prprio (apita#+ (omo

    coni45o econtin0iae o 1i1tema.

    A dis(ip#ina estata# das rela4;e1 trabalhi1ta1+ por eemp#o+ se apresenta (omo uma esp(ie decom,en1a45o ,ol+ticaF prpria determinao de preos pe#os o#igop#ios.

    !3" O ESTADO SO%IAL E A MASSA *ROLET)RIA

    !$A2R]%I' @'&I0' &E/@A&'":1,A rela45o em,re9at+ciadis(ip#inada pe#o Direito o Trabalho+ F#u? do paradigma so(ia# de Estado+ figura+ a partir de ento+ (omo importante forma e cone85o doini-+0o F economia ca,itali1ta+ su)metendo o Hmoinho imp#a(Dve# da e(onomia a (erta funoso(ia#+ restringindo inegDveis tendKn(ias HautofDgi(as do (apita#ismo #i)era#.

    Para @'&I0'+ apenas assim o 1i1tema ca,itali1ta+ e11encialmente e1i90al+ passou+ dea#guma forma+ a poder incor,orar ma11a1 ,o,0lacionai1F sua dinYmi(a operativa+ Hsegundoum padro re#ativamente ra(iona# de desenvo#vimento e(onLmi(o e de distri)uio de ri*ue?as.

    ' ETA&' '%IA/+ en*uanto formatao mais madura do prprio (apita#ismo+ porm+ n5opropi(iou aemanci,a45o ,lena o1 trabalhaore1 (om re#ao aos seus empregadores+ em)ora+ pe#o menosparcialmente+ tenha favore(ido *ue estes se tornassem fonte e ,oer+ a partir do momento *ue atodos os (idados+ independentemente de seu desempenho no modo de produo do mer(ado+ soatri)uBdos ireito1 1ociai1.

    ' ETA&' '%IA/ se esforou para manter 1i1tema1 ,re-ienci2rio1e e 1ae+ ,en1;e1

    ,ara io1o1+ et(. Entretanto+ os ireito1 1ociai1n5orepresentam um pro(esso a)so#uto deHe1mercaori3a45o a m5o e obra.

    !%" O ESTADO SO%IAL %OMO ANTE*ARO L"TA DE %LASSES

    ' ETA&' PR'QI&S0%IA atende Fs eigKn(ias de ,re1er-a45o a ,r6,ria e1tr0t0ra ca,itali1tae demer(ado.

    As e1cola1 ,blica1+ por eemp#o+ ca,acitamo (ontingente humanopara o mercado+ ta# (omoos benef+cio1 ,re-ienci2rio1evitam o confrontoentre empregados e empregadores+ e assimpor diante.

    As ,ol+tica1 1ociai1 do Estado e1locam a l0ta e cla11e1para demandas so(iais *ue se dirigemagora F e1fera ,ol+ticae F b0rocracia e1tatal.1,

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    meros+ *ue apontam para um de(#Bnio do 8elfare9tate.

    Em espe(ia# na 7caa e JK+ o a9ra-amento o d'ficit o1 or4amento1 ,blico1+ em de(orrKn(iado financiamento dos programas assistenciaispor meio de em,r71timo1+ veio a agravar a (rise doEstado o(ia#.

    (ATORES !"E TRO"ERAM O ESGOTAMENTO DO ESTADO *RO#ID$N%IA:

    !1" %on1tante a0mento a car9a trib0t2ria+ mais do *ue propor(iona# Fs prestaCes re(e)idas pe#osadministrados+ gerando sentimento de desconfianae insatisfao dos contribuintesU

    !PAREG' A/M'0'":1; a ero15o e confiabiliae no Estado de(orre tanto dodescr'dito na adaptabilidade da m!"uina pblicaFs eigKn(ias do mundo te(no#gi(omoderno+ (omo da limita45o a1 ,o11ibiliae1 e acr71cimo a1 im,o1i4;e1trib0t2ria1+ mesmo em fa(e de aparente *ue)ra do HEstado fis(a# redistri)uidor.

    !$'REIRA 0ET'":11Ho -elho E1tao (i1cal+ ta# (omo entendBamos at re(entemente+ *uego?ava de p#ena e a)so#uta so)erania impositiva+ no s passou a se a0tolimitar por

    a(ordos mu#ti#aterais (omo+ de fato+ fi(ou auto#imitado pe#os efeito1 ne9ati-o1 de suapo#Bti(a tri)utDria na (ompetitividade e(onLmi(a do PaBs.

    !," Inefici:ncia a inter-en45o e 0m E1tao *ue cre1ce0 9i9ante1camente+ sem *ue esse(res(imento viesse asso(iado a um aumento do )em-estar individua#+ mas antes a ume1me10rao cre1cimento a b0rocraciaU

    !A3ER$A": um dos fatores determinantes da (rise do Estado o(ia# pode ser atri)uBdoao e8ce11o e concentra45odo E1taono e1,a4o ,blico.

    !" %orr0,45o cre1centee ne,oti1mopor parte dos administradores p>)#i(osU

    !

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    stria soviti(a de a(ompanhar o reforo do ,oerio b7liconorte-ameri(ano da Era Rea9anU

    !)" As(enso das economia1 ca,itali1ta1 a1i2tica1U

    !(" A 90erra o Afe9ani1t5o+ Hde)i#itante e inven(Bve#.

    Em JK+ o imprio soviti(o na Europa 'rienta# (omeou a e1abar e+ em JJ+ a prpria 2R

    desmorona.0as pa#avras de PA2/ 9R2@$A0:15

    HA(ima de tudo+ o fraca11o h0milhante a "ni5o So-i7ticadestruiu o sonho so(ia#ista.&urante um s(u#o e meio+ a ideia do so(ia#ismo de (ada um+ (onforme suas (apa(idades+a (ada um+ (onforme suas ne(essidades serviu (omo fo(o inte#e(tua# de *uem dis(ordavadas (artas re(e)idas do mer(ado. V...W depois de todos os epurgos e gulags+ a R11ia(ontinuou to atra1aae corr0,ta(omo nun(aU a %hinade(idiu *ue 9anhar inheiroerao )em supremo.

    &/?

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    #tima d(ada do s(u#o OO assistiu F he9emonia e 0manica 10,er,ot:ncia+ o *ue determinou a con1olia45o a GLOBALIA&'O e o es)oo de ummode#o NEO%OLONIAL.18

    Tudo apontava para um oca1o ,ol+tico e econCmico de inumerDveis Estados do TerceiroM0no+ em derradeiro go#pe (ontra as esperanas de (onstruo de um mode#o de Estado dedesiderato so(ia# para a Amri(a /atina.

    !PA2/' 3'0AQI&E":1 N) enocdio'''+ cit' p' /?O- a `lobali5a#$o n$o passa da renova#$o do pacto colonial em bases p%s-modernas'&:8Cf' 2)

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    )#i(as".

    Para 20TI0@T'0+ *uando surge uma ona e ,artici,a45o+ segue-se um a0mento aati-iae 9o-ernamental+ a(ompanhado de 1obrecar9a no 9o-erno+ fal:ncia e outputs e,era e le9itima45o da autoridade+ (om su)se*^ente enfra"uecimento das institui&espolticas.

    A so#uo de 20TI0@T'0+ para a 1obrecar9a e emana1so)re o sistema po#Bti(o de ,a+1e1 eme1en-ol-imento+ propunha o refor4o a a0toriae 9o-ernamental!SADA A"TORIT)RIA".

    A Knfase era (o#o(ada+ no na demo(ra(ia+ mas na orem

    antes de distri)uir poder entendiaser pre(iso primeiro a(umu#D-#o.

    A so#uo de 20TI0@T'0 foi a)raada pe#o M$I e pe#o 3an(o $undia# (omo a#ternativa para aAm7rica Latina.

    2m E1tao forte+ (om ,reom+nio o E8ec0ti-o no pro(esso de(isrio e o in10lamentob0rocr2tico eram as forma1 e controlar a ,artici,a45o 1ocial e garantir a efi(D(ia e ara(iona#idade das po#Bti(as p>)#i(as.

    ' #ema all good things go togethertradu?ia a idia de *ue uma ve? garantida a retomaa ocre1cimento econCmico(om a aj0a a1 a9:ncia1 econCmica1 internacionai1 !(MI+ BancoM0nial"+ o desenvo#vimento po#Bti(o das instituiCes demo(rDti(as e a e*uidade so(ia# f#uiriam

    natura#mente.

    !ART2R G' A/$EI&A &I0IJ":1

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    deU

    !d" As vitrias de setores neocon1er-aore1 nas e#eiCes !Thatcher+ Rea9an+ (ernano %ollor+(ernano ?enri/0e %aro1o"+ a#iadas F ,re115o o1 or9ani1mo1 internacionai1+ reforadape#o aumento antidemo(rDti(o sensBve# da %APA%I&A&E /E@I/ATIQA &' EOE%2TIQ' !eea(er)ao de sua predominYn(ia (om re#ao ao /egis#ativo e Gudi(iDrio"+ (om umaconcentra45o 1i9nificati-a e com,et:ncia1+ favore(eram o &E$A0TE/A$E0T' &'APARAT' A&$I0ITRATIQ' e &A 32R'%RA%IA P3/I%AU144

    !e" ' %'/AP' &A P'/]TI%A P3/I%A de e0ca45o e infrae1tr0t0ra+ nos paBses menosdesenvo#vidos+ a(a)ou por minaras %'0&INXE &E REPR'&2N' &' PR\PRI' %APITA/+ apartir do momento *ue se*uer a m5o e obra resu#tante pode ser capaz de absorver osavanos tecnol$gicosU

    !f" A $IRIA e a EO%/2' '%IA/ se firmaram (omo intransponBveis obst!culos aocre1cimentoe F moerni3a45o econCmica.

    As 7caa1 e J e JK podem ser (onsideradas (omo a ERA DOS GRA#ES %?O!"ESE%ONMI%OSe das ,ol+tica1 monet2ria1 re1triti-a1+ em virtude das ta8a1 e infla45o e8a9eraa1+*ue geraram e1em,re9oe#evado e "ueda acentuadada ati-iae econCmica.

    !E" OS A"STES DO *LANO BRADW

    A %RISE DA D#IDA ETERNA!d(ada de JK" ameaava a 1ol-:ncia o1 ,a+1e1 e-eore1e dosprprios banco1 creore1.

    *LANO BRADW: propunha a rene9ocia45o a1 +-ia1+ reduzindo os pagamentosa va#oresmais (ompatBveis (om a capacidade dos )stados.

    's austes propostos mais se orientaram pe#o intere11e o1 banco1do *ue pe#o intere11eo1 E1tao1 e-eore1.

    !QA//E 3E0T'":146 As meia1 amar9a1 recomenaa1 para reduzir osdese"uilbrios fiscais deiaram 1em 1ol045oos severos ,roblema1 1ocioeconCmico1dos paBses da Amri(a /atina e dificultarama possi)i#idade de se retomar a ca,aciaee in-e1timento e cre1cimento econCmico.

    !M" AS RE(ORMAS ESTR"T"RAIS NEO%ONSER#ADORAS&;;

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    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    0a Am7rica Latina+ a partir da 7caa e JK+ a#gumas iniciati-a1 ,ont0ai1 e recon1tr045o ae1fera ,blicapuderam ser o)servadas.

    As ini(iativas tomaram por )ase REM'R$A ETR2T2RAI 0E'%'0ERQA&'RA *uevisavam+ segundo #gi(a toda prpria+ aprimorar a ca,aciae or9ani3acional e 9erencial doEstado+ )us(ando aprimorar a efici:ncia o a,arato ,blico.

    A DES%ENTRALIA&'O DO SER#I&O *QBLI%O !prin(ipa# )andeira de moerni3a45oamini1trati-a" envo#veu programas de ,ri-ati3a45o de empresas estatais produtoras de )ens eservios+ )em (omo ,arceria1 ,blico=,ri-aa1.

    !@" A D%ADA DE J E ANOS DO"RADOS NO NORTE

    !PA2/ 9R2@$A0": e+ na Am7rica Latina+ nos anos seguintes+ a economia ainda derrapava+ nos

    E1tao1 "nio1+ a fase seguinte !HERA @REE0PA0" foi Hcele1tial.

    0as pa#avras do autor: H's em,re9o1 eram re#ativamente abundantesU em fins da d(ada de188; e+ de novo+ em meados da seguinte+ a ta8a e e1em,re9ocaiupara nBveis inditos desdea d(ada de 186;. E+ para os in-e1tiore1 financeiro1+ os A0' @REE0PA0 foram (e#estiais:o Do]disparoupara mais de 1;.;;; e os ,re4o1 a1 a4;e1subiramem mdia a taa superiora 1; ao ano.147

    !PA2/ 9R2@$A0":145's )ons tempos da e(onomia da 7caa e Japontavam+ pe#o menos nosETA&' 20I&' &A A$RI%A+ para a -it6ria a1 o0trina1 neoliberai1 mai1 con1er-aora1+entretanto+ o He8ce11o e em,ol9a45o e a He80berFncia irracional n5o ,ro1,eraram.

    $esmo no ?EMIS(RIO NORTE+ o (enDrio dourado n5ose mante-e.

    0os *ASES LATINO=AMERI%ANOS+ os +nice1 e e1en-ol-imento econCmico da 1e90nametae a 7caa e J+ mais uma ve?+ foram bai8o1+ demonstrando a inefic2cia a1 ,ol+tica1neoliberai1 con1er-aora1:

    's n+-ei1 1alariai1 erodiramU a e9raa45o ambiental aumentouU o e1em,re9o prosperouUfaias signifi(ativas da popu#ao foram atiradas a)aio da #inha de ,obre3aU a ,re1ta45o eireito1 1ociai1aumentou seu d'ficit.

    !ERI% '33A0":1480o fina# da primeira d(ada do (u#o OOI+ porm+ a dependKn(ia e(onLmi(aainda um fato+ mas po#iti(amente a Am7rica Latina (ada ve? mai1 li-re.

    a1hin9ton amais vo#tarD a eer(er a inf#uKn(ia de antes+ tampou(o a a,oiar 9ol,e1 o0ita0ra1(omo fe? no passado. ' *ue estD a(onte(endo em onduras um sina# disso.

    Para o)s)an+ o Bra1iltem pape# (entra# nesse pro(esso+ uma ve? *ue o $i(o se transforma(ada ve? mais em apKndi(e dos E2A.

    7.

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    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !A" OS SINTOMAS DA %RISE NA E%ONOMIA ASI)TI%A

    0o fim a 7caa e J+ um grupo de E%ONOMIAS ASI)TI%AS!*ue geram (er(a de um "uarto da

    produo mundiale a)rigam dois teros de um bilho de pessoas" passou por 1e-era /0ea naati-iae econCmica.

    !PA2/ 9R2@$A0":16; ' a(onte(imento foi (apa? de gerar H1ini1tra1 lembran4a1 a GraneDe,re115o *ue evo(avam Huma esp(ie de en1aiopara a cri1e 9lobal em anamento.

    !PA2/' 9R2@$A0":161 Estes foram os ,rimeiro1 1intoma1da @RAQE %RIE MI0A0%EIRA@/'3A/ *ue+ em K+ asso#ou o mundo+ (om corria1 banc2ria1 maci4a1+ def#agradas+ agora+por simp#es cli"ues de mouses.

    !3" O 6A/A44)4 BA7897- *:*5); E A BOL?A ?ABITA%IONAL NOSE"A

    0a 7caa e J+ a epanso do SISTEMA BAN%)RIO *ARALELO !sem *ua#*uer aumento deregu#amentao"+ )em (omo no-o1 fl08o1 e ca,ital internacional+ dentre outras ra?Ces+ prepararam o(enDrio para crises cambiais devastadoras.

    's ne96cio1 fora o 1i1tema re90lat6rio !7ARA::E: ;A

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    A retra45o a emanae o fechamento a1 linha1 e cr7itoagravaram ainda mais a *uedado mer(ado ha)ita(iona#.164

    ' GO#ERNO (EDERAL NORTE=AMERI%ANO+ em 1etembro e K+ a110mi0 o controle dasinstituiCes 1A779) ;A)e da 1/)

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    4NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !PA2/ 9R2@$A0":1682m dos fatores da superioridade do sistema aponKs de ento eraeatamente a inter-en45o o 9o-erno no irecionamento a economia+ dando aorienta45o e1trat79ica.

    ' setor privado era dire(ionado parain1tria1 e1trat79ica1

    *ue atuavam (omoHlocomoti-a1 e cre1cimento+ *ue (ontavam (om um ,er+oo inicial e ,rote45o(ontra a (ompetio eterna.

    0a se*uKn(ia+ em um e1for4o e8,ortaor+ as empresas i9nora-am al0crati-iaeem pro# da con/0i1ta o mercao.

    @arantido o om+nio o 1etor+ os esforos se dire(ionavam para o0tro 1etore1trat79ico.

    !QA//E 3E0T'":17;GD n5ose pode mais fa#ar em HESTADO MNIMO+ mas o e1enho e o tamanhoo E1taoso (ondi(ionados por uma -arieae e circ0n1tFncia1+ sendo (#ara a necessidade de

    inter-en45o e1tatal na e(onomia para corri9ir e8ternaliae1 o mercao e poten(ia#i?ar suaefi(iKn(ia.

    !&" A GLOBALIA&'O E A M"NDIALIA&'O DA %RISE

    A acelerada evoluo da tecnolo9iaU a reduo dos custos tanto dos tran1,orte1+ (omo dacom0nica45oU os meio1 informati3ao1 re(entes de tran1mi115o e ao1U a internet e aspossi)i#idades *ue e#a troue de inter#igao a(e#erada e on linedo mundo fi?eram a INTEGRA&'O EGLOBALIA&'O DA E%ONOMIA M"NDIAL.

    !PA2/ 9R2@$A0":171 Em regra+ in-e1tiore1 e 0m ,a+1 mantKm par(e#a (onsiderDve# de suas

    ri*ue?as em in-e1timento1 no e8teriorU da mesma forma+ in-e1tiore1 e i-er1o1 ,a+1e1mantKmin-e1timento1 con1ier2-ei1 na/0ele.

    0esse (ompasso+ *uando as (oisas do errado em um paBs !mesmo nos Estados 2nidos"+ essesin-e1timento1 tran1fronteiri4o1 atuam (omo HME%ANISMO DE TRANSMISS'O.

    Assim+ uma cri1e *ue e(#ode no mercao habitacional o1 E1tao1 "nio1+ poreemp#o+ e1encaeia 10ce11i-a1 o0tra1 no e8terior+ e vi(e versa.

    !PA2/ 9R2@$A0":17, ' m0no vem cambaleano e cri1e em cri1e+ todas e#as envo#vendo opro)#ema (ru(ia# de 9erar emana 10ficiente:

    a,5o+ de prin(Bpios da d(ada de 188; em dianteU M78ico+ em 1884U M78ico+ TailFnia+Mal21ia+ Inon71iae %or7ia+ em 1887U Ar9entina+ em ,;;, e ,;1,U e /0a1e too1+ a partir de,;;5.

    !PA2/' 9R2@$A0":17 u(essivos paBses eperimentaram rece115o *ue+ ao menostemporariamente+ desfizeram anos de progresso econ(mico+ e puderam (onstatar *ue HasreaCes das ,ol+tica1 ,blica1 con-encionai1n5opare(em 10rtir /0al/0er efeito.

    !E" A GLOBALIA&'O E A IN%A*A%IDADE DAS E%ONOMIAS NA%IONAIS

    &97Cf' Y0UGMA

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    4ditos e do Estado.

    ' ESTADO DE *OL%IA inter-encioni1ta+ centrali3aore ,aternali1ta.

    ' ETA&' &E P'/]%IA+ (om seu absolutismo polticoe economia mercantil ou comercial+ foihistori(amente su)stituBdo pe#o ETA&' MI%A/ !TRI32T[RI'"+ de estrutura capitalista eorientado pe#o liberalismo poltico e financeiro.

    !%" ESTADO TRIB"T)RIO

    ESTADO TRIB"T)RIO: a*ue#e (uas nece11iae1 financeira1 so essen(ia#mente (o)ertas porTRI32T'.

    !/'3' T'RRE":,1oESTADO (IS%AL!ou TRI32T[RI'" a ,roje45o financeira o ESTADO DEDIREITO+ no *ua# a receita ,blicapassa a se fundar nos em,r71timo1!autori?ados e garantidos pe#o/egis#ativo"+ e prin(ipa#mente nos trib0to1 !ingressos derivados do tra)a#ho e do patrimLnio do(ontri)uinte".

    ' Estado deia de se apoiar nos ingressos originDrios do patrimLnio do PrBn(ipe.

    .87Cf' MA0(Q

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    64NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    &D-se a separao entre fa3ena ,blicae a fa3ena o ,r+nci,e+ entrepolticae economia.

    Morta#e(e a b0rocracia fi1cal.

    !/'3' T'RRE":,1

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    66NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !&.," ESTADO SO%IAL (IS%AL: aspe(to finan(eiro do Estado o(ia# !de &ireito".

    ' Estado deia de ser mero garantidor das liberdades individuaise passa F inter-en45onaorem econCmicae1ocial.

    !'ARE $ART]0EJ":,15A partir do S7c0lo I+ ao mesmo tempo em *ue os E1tao1a#argaram o feie de suas atri)uiCes+ (om a (onse*uente maorao de suas despesas+ em(onsonYn(ia (om as doutrinas e(onLmi(as e po#Bti(as da o(asio+ aliena-am a maior ,artee 1e01 ,atrimCnio1.

    %ada ve? mais+ a cobert0ra a1 e1,e1a1 ,blica1 passou a depender dostrib0to1.

    !$[OI$' 0ET'":,18a partir da Revo#uo Mran(esa+ desapare(em os >#timos vestBgios dasinstituiCes feudais+ na grande fra9menta45o o om+nio o1 ,atrimCnio1 imobili2rio1dos monar(as+ aristo(ratas e do (#ero+ *ue tiveram os seus )ens (onfis(ados+ vendidos e

    disseminados nas mos de mi#hares de )urgueses.Mirma-se+ assim+ a ideia de um ESTADO TRIB"T)RIO.

    Para /'3' T'RRE+,,; fundamenta-se tam)m na re(eita de trib0to1+ provenientes daeconomia privada+ mas os impostos deiam-se impregnar pe#a finalidade social oue8trafi1cal+ visando desenvolver certos setores da economiaou de inibir consumos econdutas nocivas + sociedade.

    A &espesa e a atividade finan(eira se des#o(am para a rei1trib0i45o e rena1+atravs do financiamento da prestao de servios pblicos ou da entrega debens pblicos+ e para a promoo o desenvolvimento econ(mico !pe#as

    10b-en4;e1e 10b1+io1".

    ' 'RNA$E0T' P3/I%' se e8,aneeageradamente e o Estado o(ia# Mis(a# entra emcri1efinanceirae oramentriaa partir do fina# da d(ada de 7;.

    !&." ESTADO DEMO%R)TI%O E SO%IAL (IS%AL: visua#i?ao pe#a faceta financeira doETA&' &E$'%R[TI%' &E &IREIT' *ue surge a partir da /0ea o m0ro e Berlim!1858"ETA&' 23I&I[RI' ou ETA&' &A '%IE&A&E &E RI%'.

    Tem (omo fatore1 eterminante1 e 10a formata45o: !a" ,roce11o e 9lobali3a45oU !)"cri1e o 1ociali1mo e dos intervencionismos estataisU !(" m0an4a o1 ,arai9ma1

    ,ol+tico1ej0r+ico1.

    $antm caracter+1tica1 o E1tao Social+ mas o ETA&' imin0i 1e0 tamanho ere1trin9e 1e0 inter-encioni1mono domBnio so(ia# e e(onLmi(o.

    Qive pre(ipuamente dos in9re11o1 trib0t2rio1+ redu&indo+ pe#a privatizao de suasempresas e pe#a desregulamentao do so(ia#+ o aporte das receitas patrimoniais eparafiscais.

    .&BCf' MA0(Q

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    67NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    Pro(ura na via da e1,e1a ,blica+ reduzir as desigualdades sociais e garantir as(ondiCes ne(essDrias Fs prestaCes p>)#i(as nas Dreas de sade e da educao+a)andonando a 0to,ia a ine19otabiliae o1 rec0r1o1 ,blico1.

    Para /'3' T'RRE+ o ETA&' &E$'%R[TI%' E '%IA/ MI%A/e/0ilibra

    j01ti4a

    e1e90ran4a j0r+icaU #ega#idade e (apa(idade (ontri)utivaU #i)erdade e responsa)i#idade.,,1

    !E" ESTADO SO%IALISTA

    !/'3' T'RRE":,,, ' ETA&' '%IA/ITA um E1tao neo,atrimoniali1ta+ *ue vivepre(ipuamente do rendimento das empresas estatais+ representando o imposto um pape# su)a#terno emeno1 e1im,ortante.

    RDpida eteriora45onos >#timos anos+ aps a reunifi(ao da A#emanha e a etino da 2niooviti(a+ su)sistindo apenas em a#guns pou(os paBses (omo a %hina !e (om temperos" e %u)a.

    oe retornarapidamente F economia e mercaoe F ati-iae financeira#astreada nosimpostos+ reaproimando-se do Estado Mis(a#.

    Pretendia ser o momento final o E1tao (inanceiro+ su)stituindo o Estado Mis(a#.

    !%AA/TA 0A3AI":,, o ESTADO ABSOL"TO foi predominantemente um ETA&' 0'-TRI32T[RI'+ da mesma forma *ue os ESTADOS SO%IALISTAS+ *ue assentam sua )ase finan(eiraessen(ia#mente nos rendimentos da ati-iae econCmica mono,oli3aa.

    Ainda hoe possBve# a eistKn(ia de ETA&' 0'-TRI32T[RI'+ (omo MCnaco+ *ue retira)oa parte de suas re(eitas da ep#orao do ogo+ ou mesmo a #ene30ela+ *ue+ pe#o menos at)em re(entemente+ retirava signifi(ativa poro de suas re(eitas da ep#orao de petr#eo+

    entretanto+ nas moerna1 emocracia1 ocientai1+ em regra+ os Estados so ESTADOSTRIB"T)RIOS.

    !M" O ESTADO TRIB"T)RIO BRASILEIRO NA %R(BUKK

    ' ETA&' &E$'%R[TI%' &E &IREIT' mode#ado pe#a %RM355 re*uer a formatao de umETA&' TRI32T[RI' *ue tenha suas nece11iae1 financeira1 10,ria1 e11encialmente ,elatrib0ta45o.

    A %R(BUKK+ indu)itave#mente+ firma um Estado *ue opta pe#o SISTEMA E%ONMI%O%A*ITALISTA.

    %onsagra o ireito e ,ro,rieae ,ri-aa !art. 4+ OOII e art. 17;+ II"U a n5o inter-en45o ea0toetermina45o o1 ,o-o1 !art.

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    65NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

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    5.,. O ESTADO D EMO%R)TI%O DE DIREITO

    5.,.1. ESTADO DEMO%R)TI%O DE DIREITO %OMO ESTADO ORIENTADO *ARA O

    BEM %OM"M

    !A" (INALIDADES ESSEN%IAIS DO ESTADO

    A noo de ESTADO DEMO%R)TI%O DE DIREITOpermite etrair um entenimento material*ue seassenta na afirmao de *ue a finaliae e11encial o E1taoest napersecuo do BEM %OM"Me na realizao da "STI&A SO%IAL.

    ' ETA&' &E$'%R[TI%' &E &IREIT' (onstituBdo para satisfa?er as nece11iae1 acoleti-iae+ para propi(iar a i9niae a ,e11oa h0mana+ o bem o homem+ nos mo#des do*ue D pre(oni?ava R'2EA2.,,)#i(a do 3rasi# um ESTADO TRIB"T)RIO+ de finaliae1 1ociai1)em mar(adas.

    !/'3' T'RRE": no ETA&' PATRI$'0IA/+ o trib0toera (o)rado (om fundamento na snece11iae o *r+nci,ee aj01ti4aapenas servia de ustifi(ativa perifri(a. !QER P[@I0A"

    Para /'3' T'RRE+ (om o ESTADO (IS%AL+ as finanas passam a se )asear no trib0to+(o)rado (om fundamento na j01ti4a i1trib0ti-a e no prin(Bpio maior da ca,aciaecontrib0ti-a.

    Para /'3' T'RRE+ a "STI&A (INAN%EIRA )asi(amente i1trib0ti-a+ (onsistindo emtratar desigualmente aos desiguais na medida em !ue se desigualamU mas+ Fs ve?es+ com0tati-a+ prpria das re#aCes de tro(a+ (omo o(orre (om as taase as contribuies.

    Enfim+ o *ODER DE IM*OSI&'O TRIB"T)RIA DO ESTADOno se ustifi(a pe#a meraeistncia do Estado ou por suas necessidades financeiras+ mas pe#a (on(epo de umETA&' &E$'%R[TI%' &E &IREIT'+ (apita#ista e tri)utDrio+ so(ia# em seu desiderato+orientado para o )em (omum+ *ue deve propi(iar ustia so(ia#.

    !3" O ESTADO SOLID)RIO DE DESIDERATO SO%IAL

    A %R(BUKKdefine um ESTADO DEMO%R)TI%O DE DIREITO+ 1ocialem seue1ierato+ emocr2ticoem seus f0namento1.

    A %R(BUKK firma um mode#o de E1tao e finaliae1 nitiamente 1ociai1+ *ue deve erradicar apobre&a+ redu&ir as desigualdades sociais+ enfim+ um Estado fundamenta#mente vo#tado para as/0e1t;e1 1ociai1.

    %onsiderando-se a for4a normati-a a %on1tit0i45o+ no basta a mera declarao+ nos tetos

    (onstitu(ionais+ de direitos so(iais+ (u#turais+ e(onLmi(os+ mas eige-se *ue tais fina#idadesdeiem de ser meras fi(Ces e se transformem em realidade.

    's arti9o1 J^> X^ e Jda %RM355 firmam um ,ro9rama ba1ilarpara os trKs nBveis de Poder:(onstruir um ETA&' &E &IREIT' nece11ariamente 1ociale+ ao mesmo tempo+ emocr2tico.

    Ao #ado de um etenso ro# de liberae1e ireito1 f0namentai1+ a %RM355 apresenta+ em seuteto+ uma srie de ireito1 1ociai1 aos *uais o Estado )rasi#eiro no pode des(urar em suaatuao+ so) pena de ofensa aos mandamentos (onstitu(ionais mais fundamentais.,;

    0os mo#des postos pe#a %RM355+ no )asta a idia de um Estado de &ireito+ mas eige-se umETA&' &E$'%R[TI%' &E &IREIT' *ue re(onhea e garanta os ireito1 f0namentai1 e*ue )us*ue e*ua(ionar o di#ema daj01ti4a 1ocial.

    ' *ue se re*uer+ portanto+ um Estado *ue )us*ue o fundamento de sua atuao na le9aliae+*ue assegure a liberae+ mas *ue )us*ue de forma otimi?ada a i90alae material e a1e90ran4a 1ocial.

    5.. O ESTADO DEMO%R)TI%O DE DIREITO %OMO ESTADO DISTRIB"IDOR

    !A" O MODELO DE ESTADO DISTRIB"IDOR

    ./83Iatamente por isso+ como lembra 3ros 0oberto Grau NA ordem econMmica na Constitui&o de .0' ; 'ed' *$o Paulo6Maleiros+ .888+ p' /?O+ a substitui#$o do modelo de economia de bem-estar por outro neoliberal n$o pode mesmo serefetivada sem ampla reforma da essncia da C0F2EBB'

    7;

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    71NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    ' ETA&' &E$'%R[TI%' &E &IREIT' um ESTADO DISTRIB"IDOR,1 !Estado da igua#dademateria#"+ *ue deve propor(ionar ,a3 1ocial mediante a promoo da j01ti4a 1ocial tanto pe#a suaatuao interventiva+ (omo pe#aprestacional.

    'ESTADO DEMO%R)TI%O DE DIREITO

    (onfigura-se+ assim+ (omo ETA&' &E &IREIT'+'%IA/ em seu desiderato+ *ue no dono dos meios !ETA&' TRI32T[RI'"+ mas *ue paraatuar e (umprir seu desiderato deve arrecaar rec0r1o1 e /0em ,oe e ,re1tar 1er-i4o1 a/0em ele1 nece11ita+ (onforme as necessidades sociais.,,

    e no dono dos meios+ o Estado um grande H intermei2rio+ uma ve? *ue deve tributar oexcedente de ri"uezade a#guns+ paraprestar servios a outros "ue deles necessitam+ nos#imites e F #u? do prin(Bpio maior da &I@0I&A&E &A PE'A 2$A0A.

    Em uma verso simp#ista+ pode-se afirmar+ (om reservas+ *ue+ em tese+ o mode#o este: cobrase tributos dos mais ricosparaprestar sade+educao aos "ue delas necessitam.

    ' ETA&'+ pe#o menos no mode#o demo(rDti(o o(identa#+ deve serj01tona cobran4a e trib0to1+ porum #adoU e-e ,re1tareficientementeseus 1er-i4o1+ por outro.

    e tri)utar ma#+ inustamente+ o mode#o fra(assaU se for inefi(iente ou (orrupto+ a mD*uina p>)#i(asufo(a.

    0o mode#o de ETA&' MI0A0%EIR' e &ITRI32I&'R )rasi#eiro+ pe#a faceta trib0t2ria+ are(eita deve ser o)tida (om o)servYn(ia ao PRI0%]PI' &A %APA%I&A&E E%'0b$I%A!G2TINA MI%A/".

    #u? dessa ti(a+ o mode#o teri(o )rasi#eiro de ETA&' &ITRI32I&'R MI0A0%EIR' re(#ama*ue a Hma11a e trib0to1 arrecaao1 deva dar suporte a uma atuao estata# *ue se orientepara propor(ionar G2TI%A '%IA/.

    Pe#a faceta financeira+ (a)em Fs LEIS OR&AMENT)RIAS+ votadas pe#os /egis#ativos+ de(idir eorientar os re(ursos arre(adados ao atendimento das ne(essidades da (o#etividade+ (ondi(ionadosao desiderato maior de propi(iar G2TINA '%IA/.

    0esse (ompasso+ atentam (ontra o mode#o+ pe#a MA%ETA TRI32T[RIA+ a sonegao+ atributao regressivafirmada por #eis ma# formatadas+ isen&es e anistias casustas+ tributosdisfaradose a#heios ao idea# de ustia fis(a#+ et(.

    &a mesma forma+ so &'E0NA A&$I0ITRATIQA graves e *ue pre(isam ser etirpadas acorrupo+ o nepotismo+ o clientelismo+ os vergonhosos acordos parlamentarespara votaodas #eis oramentDrias *ue )us(am dire(ionar re(ursos para )ases e#eitorais+ et(.

    !3" A NE%ESS)RIA GARANTIA DA SEG"RAN&A "RDI%A E A "STI&A (IS%AL

    ' DIREITO TRIB"T)RIO MODERNO deve propi(iar norma1 elimitaora1 a a45o o E1tao+regu#amentar as re#aCes entre Poder P>)#i(o e (ontri)uinte+ e dis(ip#inar ade*uadamente os ustos#imites das eigKn(ias patrimoniais do Estado+ mas+ da mesma forma+ deve (onso#idar um sistematri)utDrio (ompatBve# (om a formatao do ETA&' &E$'%R[TI%' &E &IREIT' mode#ado pe#a%RM355+ *ue essen(ia#mente um ESTADO TRIB"T)RIO DISTRIB"IDOR e e1ierato 1ocial.,

    ./&

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    7,NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    ' &IREIT' TRI32T[RI' 3RAI/EIR'+ porm+ no formata seus prin(Bpios (om #astro >ni(o nova#or E@2RA0NA G2R]&I%A+ nem+ iso#adamente+ no va#or G2TINA '%IA/+ mas o ETA&'&E$'%R[TI%' &E &IREIT'+ (om reforo no e#emento Hemocr2tico+ sem deiar de ser umETA&' &E &IREIT'+ defensor das #i)erdades individuais+ tam)m um Estado de desideratoso(ia#.

    0o se admite uma tri)utao a#heia F #ega#idadeU a E@2RA0NA G2R]&I%A mantm-se (omova#or )Dsi(o+ firmando a ne(essidade permanente de se limitar o poder poltico+ mantendo+ deforma intransponBve#+ o povo (omo titu#ar do poder+ entretanto+ o ETA&' &E$'%R[TI%' &E&IREIT' um Estado distri)uidor *ue visa+ tam)m+ fundamenta#mente+ propor(ionar G2TINA'%IA/.

    !%/E$ER'0 %/jQE":,do forma#+ determina *ue cabe a,ena1 leies(o#her+ dentreas manifestaCes de %APA%I&A&E E%'0b$I%A+ a*ue#as *ue se reputam ade*uadas Ftri)utao.

    LEIT"RA OBRIGATZRIA:

    - 3ATITA G0I'R+ 'nofre A#ves. Teto Estado Ps-ProvidKn(ia !ver /IQR' 0'Q'".

    - 3'0AQI&E+ Pau#o.

    - %'0TA0T+ 3enamim.

    - &A//ARI+

    - EI0TEI0+ A#)ertU MRE2&+ igmund. 7or !ue a guerraF >ndagaes entre Einstein e Greud HcartasI.

    seus fundamentos'./:CLW3+ Clmerson Merlin'Atividade le$islativa do Poder E5ecutivo' .' ed' *$o Paulo6 0evista dos (ribunais+ .888+ p'&:9'

    7,

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    7NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

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    PARTE II TEORIA DEMO%R)TI%A

    1. %ON%EITO DE DEMO%RA%IA

    1.1. O *O#O %OMO ORIGEM DO *ODER E A IDEIA DE DEMO%RA%IA

    !A" DEMO%RA%IA:O *ODER DO *O#O

    !RE0AT' GA0I0E":,4A pa#avra DEMO%RA%IAvem do grego !demos+ povo1 =ratos+ poder" e signifi(a,oer o ,o-o.

    HN5o*uer di?er 9o-erno ,elo ,o-o. Pode estar no 9o-erno 0ma 16 ,e11oa+ ou 0m 9r0,o+ eainda tratar-se de uma DEMO%RA%IA desde *ue o *ODER 1eja o ,o-o.

    ' fundamenta# *ue o ,o-o e1colha o ini-+0o ou 9r0,o /0e 9o-erna+ e *uecontrole(omo e#e governa.

    !/I0%'/0": &E$'%RA%IA o HGO#ERNO DO *O#O+ *ARA O *O#O+ *ELO *O#O.

    Para /I0%'/0: Hgoverno *uejamai1 ,erecer2so)re a fa(e da Terra.

    GO#ERNO DO *O#O: tradu? a ideia de *ue too ,oer emana o ,o-o.

    ' P'&ER tem sua ori9em no *O#O e noprov'm de nenhuma divindade+ nem doso)erano+ mas nas(e no povo.

    $esmo ?OBBES+ em uma (onstruo genia#+ entendia *ue o *ODERprovinhado *O#O*ue+ em sua viso+ a)ria mo de seu poder para *ue um governante a)so#uto pudesse ?e#arpe#a fe#i(idade de todos.

    em isso+ em sua viso+ os homens !maus por nature?a" poderiam se autodestruir.Ressa#te-se *ue+ em sua (onstruo+ o ,oer e1atrela=1e e 0ma ori9em i-inaeprovm do povo.

    GO#ERNO *ARA O *O#O: Toda atri)uio de poder a um governante apenas se ustifi(a para*ue este possa ?e#ar pe#o 3E$ %'$2$.

    A ideia de BEM %OM"M (omo fina#idade )Dsi(a de atuao estata# de(orre da prpriara35o e 1er o E1tao.

    GO#ERNO *ELO *O#O: ' P'&ER eer(ido PE/' P'Q'+ iretamenteou por meio de seusre,re1entante1 eleito1.

    ETA&' &E$'%R[TI%' a*ue#e em *ue o ,r6,rio *O#O 9o-erna.

    !3" A IDEIA B)SI%A DE DEMO%RA%IA NA %R(BUKK

    !PREk$32/'": 0s+ re,re1entante1 do ,o-o bra1ileiro+ reunidos em Assem)#eia 0a(iona#%onstituinte para instituir um E1tao Democr2tico+ destinado a assegurar o eer(B(io dos direitos

    ./;Cf' 012310)+ 0enato Janine'A democracia direta' cit'

    7

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    7ditos+ passa F ,ra4a ,blica+ vai para o meio+para o (entro da ag#omerao ur)ana+ ad*uirindo tran1,ar:ncia+ -i1ibiliae.,6

    Assim (omea a DEMO%RA%IA: o P'&ER+ e mi1terio1o+ 1e torna ,blico.

    !&" A DI#ERSIDADE DE *OSI&PES DO"TRIN)RIAS

    Eistem i-er1a1 ,o1i4;e1 o0trin2ria1 diversificadas a(er(a do *ue se pode entender por&E$'%RA%IA.

    !9E/E0": a &E$'%RA%IA um caminho: o daprogresso para a liberdade.

    Para 9E/E0+ DEMO%RA%IA umprocedimentoorgani?ado de ,ro045o e orena45odasnorma1 j0r+ica1+ fundado no ,rinc+,io a le9aliae+ *ue propi(ia aos indivBduos a ne(essDria1e90ran4a j0r+ica.,7

    Em oposio+ o REGIME A"TO%R)TI%O i9noraos prin(Bpios urBdi(os e#ementares dale9aliaee da hierar/0ia normati-a.,5

    0o REGIME A"TO%R)TI%O+ todo o sistema urBdi(o fi(a ungido ao arb+triodo governante+nohavendo racionalidadeno sistema normativo.,8

    !E"TR$S MODALIDADES B)SI%AS DE DEMO%RA%IA

    A doutrina aponta TRS $'&A/I&A&E 3[I%A &E &E$'%RA%IA:

    !E.1" DEMO%RA%IA DIRETA&E$'%RA%IA 0' REPREE0TATIQAU

    !E.," DEMO%RA%IA INDIRETA&E$'%RA%IA REPREE0TATIQAU

    ./9Cf' 012310)+ 0enato Janine'A democracia direta' cit'

    ./?

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    74NOTAS DE AULA DE TEORIA DO ESTADO - II

    Onofre Alves Batista Jnior [email protected] em Cincias Jurdico-Polticas pela Universidade de Lisboa - Doutor em Direito pela UFMG

    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !E." DEMO%RA%IA SEMIDIRETAH&E$'%RA%IA &' TE$P' $'&ER0' momentos dademo(ra(ia representativa na *ua# o povo (hamado para se de(idir ou se manifestar diretamente !opovo (hamado para de(idir diretamente+ no para es(o#her representantes".

    !M" A DEMO%RA%IA N'O EIGE %A*A%ITA&'O T%NI%A

    !RE0AT' GA0I0E":,

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    !"DEMO%RA%IAgoverno de todos!em benefcio de todos".

    Para ARIT\TE/E+ a &E$'%RA%IA erapraticamente impossvel.

    !RE0AT' GA0I0E":,

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    0a viso aristot#i(a+confi1caros )ens dos ri(os to errado *uanto o tirano o,rimir o1,obre1+ ou os o#igar(as 01arem a lei a 1e0 arb+trio.

    '*ROBLEMA

    da apontadaefici:ncia

    doGO#ERNO DE "M SZ

    estD em *ue+ se eer(ido no bem detodos!$'0AR2IA"+ e#e pode ser muito efi(iente+ entretanto+ a TIRA0IA pode ser o mais (rue# sistemade governo.

    !3ARA%' G0I'R":,

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    ari1tocr2tica!%Ymara dos /ordes" e a %Fmara Bai8a emocr2ticaou popu#ar !%Ymarados %omuns" formam (onuntamente o Par#amento.

    Para $A2IAQE/+ o @'QER0' de0m 16

    eraTIRANIA

    e impossvel o @'QER0' de todos!DEMO%RA%IA".

    Para $A2IAQE/+ Hmuitos idea#i?aram Estados #ivres e monar*uias+ os *uais+ na rea#idade n5o1e -i0+ nem o0-i0.

    Em HO *r+nci,e+ $A2IAQE/ afirma *ue Hos Estadose soberania*ue tiveram e tKm a0toriae 1obreo1 homen1+ foram e so ou RE*QBLI%ASou *RIN%I*ADOS.

    Para $A2IAQE/+ os nobre1jamai1 t:m o 1im,le1 e1ejo e con1er-ar o /0e j2 ,o110em+e1ejano 1em,re mai1assim+ colocam em ri1co a liberae.

    Ao #ongo dos H&is(ursos... per(e)e-se a ,refer:ncia e Ma/0ia-el ,ela1 re,blica1mi1ta1 emocr2tica1.

    $A2IAQE/ se iferenciadosh0mani1ta1+ no *ue di? respeito F LIBERDADE.

    Para os 2$A0ITA+ a /I3ER&A&E podia ser (ompreendida atravs da teoria a1 ori9en1epe#a e1colha ae/0aa e 9o-erno.

    Para $A2IAQE/+ aLIBERDADE na1ce o conflitoe estD iretamente li9aa a /0e1t5o a,ot:ncia.

    !3I@0'TT'":,

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    A %I0A havia a pou(o enfrentado uma severa fome (o#etiva *ue havia matado mais de 4;mi#hCes de pessoas e seu *uestionamento estava em *ue+ primeiro+ deveria reorgani?ar o Estadoe apenas depois *uestCes (omo estas poderiam ser tra?idas a )ai#a.

    Para OIA'PI0@+ as &E$'%RA%IA no (onseguiriam ser efi(a?es para a o)teno done(essDrio 1acrif+cio coleti-o*ue se eigia do povo (hinKs.

    A ideia (entra# a de *ue o homem tende a se apoiar na ?ona de maior (onforto+ ou sea+ tende ano *uerer fa?er os esforos ne(essDrios para o (res(imento do Estado. e puder es(o#her+ optasempre pe#o (aminho mais (onfortDve#U de menor sa(rifB(io.

    A me#hor a#ternativa para o )em (omum no se (onsegue atingir por esse (aminho+ por*ue ohomem tende a su)a#terni?ar o interesse (o#etivo em detrimento de seu interesse pessoa#.

    0a viso de OIAP'PI0@+ s um governo forte (apa? de (ondu?ir a nao em )us(a do )em detodos.

    ' *ue se pode di?er *ue+ o sa(rifB(io (o#etivo em um Estado &emo(rDti(o Tri)utDrio deve se darso) a formados deveres para (om a (o#etividade+ dentre e#es por meio do pagamento de tri)utos+*ue se tornam+ assim+ o instrumento de ustia e medida do sa(rifB(io (o#etivo.

    &E0@ OIA'PI0@ ref#etia (om irritao a(er(a das difi(u#dades de se nego(iar e a(ordar (om regimesdemo(rDti(os *ue mudavam e tornavam os a(ordos f#uidos.

    !3" A MEL?OR ALTERNATI#A

    !PA2/' 3'0AQI&E": trata-se da Hmelhore mais s!biaforma e or9ani3a45o o ,oer+ (onhe(ida

    na histria po#Bti(a e so(ia# de todas as civili&aes.

    !PA2/' 3'0AQI&E": Hpartindo-se do (on(eito de *ue e#a deve ser o governo do povo+para o povo+verifi(ar-se-D *ue as M'R$A IT\RI%A referentes F ,r2tica o 1i1tema emocr2tico tropeampor ve?es em &IMI%2/&A&E.

    !/'R& R2E/": H*uando ouo fa#ar *ue 0m ,o-o n5o e1t2 ba1tantemente ,re,arao para a&E$'%RA%IA+ pergunto se haverD al90m homem)astantemente ,re,araopara ser 71,ota.

    !&A//ARI": He a eperiKn(ia D (omprovou amp#amente *ue a melhor ita0ra (ausa maispre%uzosdo *ue a ,ior emocracia.,

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    ' ETA&' *ue pretende ser &E$'%R[TI%' tem (omo BASE ("NDAMENTALa P'I3I/I&A&E &EPARTI%IPAN' P'P2/AR 0' @'QER0'+ para *ue seam garantidos os ireito1 f0namentai1 dohomem e a i9niae a ,e11oa h0mana.

    !3ARA%' G0I'R":,41Ha &E$'%RA%IA $'&ER0A pre(isa ser ana#isada em seus i-er1o1 moo1e reali3a45o+ atravs de diferentesforma1 e 9o-erno !$'0AR2IA ou REP3/I%A"+ forma1e E1tao !20IT[RI' ou ME&ERAI" e 1i1tema1 e 9o-erno !PAR/A$E0TARITA ouPREI&E0%IA/ITA"+ e neste sentido (omo uma (on(epo autLnoma em re#ao a estas outrasformas po#Bti(as.

    N5o h2 (ORMA *REESTABELE%IDA para um Estado &emo(rDti(o+ *ue pode se assentar em umaestrutura capitalista ou socialistaU em um governo parlamentar ou presidencialU mon!r"uico ourepublicano.

    N5o possBve# fiar-se uma forma e emocraciavD#ida para todos os tempose todos os

    lugares.

    2m ESTADO DEMO%R)TI%Odeve o)servar pe#o menos trKs *RIN%*IOS BASILARES:,4,

    NaO S"*REMA%IA DA #ONTADE *O*"LAR (om a participao popular no governo!a0to9o-ernoospr#prios governadosde(idem so)re as diretri&es fundamentais do Estado"U

    ' ,o-o uma 0niae hetero9:nea+ no havendo+ por ve?es+ a possi)i#idade de um acordototal*uando Fs diretri?es po#Bti(as.

    Para *ue se o)tenha a -ontae a0t:ntica o ,o-o nece112rio:

    !a.1" a -ontae e-e 1er li-remente formaa+ (om a mais ampla divulgao dasid'iase o debate sem restri&es+ para *ue os mem)ros do povo es(o#ham entre asm>#tip#as opCesU

    !a.," a -ontae o ,o-o e-e 1er li-remente e8ternaa+ livrede vcios ou coaes+sem influnciade fatores artificialmente criadosU

    !a." sea assegurado o ireito e i-er9irU

    !a.

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    !QA%'0%E/' &I0IJ":,4

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    Professor Adunto de Direito P!blico do "uadro Permanente da Gradua#$o e P%s-Gradua#$o da UFMG

    ,. TEORIA GERAL DA RE*RESENTA&'O *OLTI%A

    ,.1. A DEMO%RA%IA DIRETA NO M"NDO MODERNO

    ,.1.1.A IM*OSSIBILIDADE DE RETORNO DA DEMO%RA%IA DIRETA

    &E$'%RA%IA &IRETA 0A @R%IA: liberae ,ol+tica do homem grego o cia5o li-re daso(iedade criava a lei+ (om a interveno de sua vontade+ e a ela se su%eitavaF maneira *uase de umescravo.

    ' cia5o 9re9oera inte9ralmente ,ol+ticoo homo oeconomicus moerno+ ao (ontrDrio+pre(isa deprover as necessidades materiaisde sua eistKn(ia+ no podendo se vo#ver de todopara a anD#ise dos pro)#emas de governo.

    !$'0TE2IE2": o ,o-o excelentepara e1colher+ masp'ssimopara 9o-ernarpor isso o povo

    pre(isa de re,re1entante1+ *ue decidam em nome do povo.

    Ra3;e1 e orem ,r2tica fa?em do ITE$A REPREE0TATIQ' a (ondio de essen(ia# para ofun(ionamento demo(rDti(o do Estado moderno.

    ' ETA&' $'&ER0' D n5o a %I&A&E-ETA&' de outros tempos+ mas o ESTADO=NA&'O+de lar9a ba1e territorial.

    %ongregar em ,ra4a ,blicatoda a massa do eleitoradoseria um t0m0lto.

    hD 0ma 1a+a ,o11+-el: um @'QER0' &E$'%R[TI%' &E 3AE REPREE0TATIQA.

    !/IJT QIEIRA": a %IDADANIA MODERNA sofreu 0,la tran1forma45o (om re#ao F

    %I&A&A0IA A0TI@A: !1" e#a 1e am,lio0 e se estendeu ao conj0nto o1 membro1 de umamesma na45oU !," e#a 1e e1treito0+ pois a eci15o ,ol+tica foi transferida aos eleito1 ere,re1entante1.,6;

    !RE0AT' GA0I0E":,61 H' a-an4o a emocracia moerna !ou do (arDter demo(rDti(o da po#Bti(amoderna" provo(ado pe#os ireito1+ n5ope#a re,re1enta45o.

    HA RE*RESENTA&'O importante+ mas e#a o a,orte ne9ati-o da modernidade F&E$'%RA%IA. o *ue fa? a urna ser meno1 emocr2tica *ue a praa ateniense. GD (om osireito1+ a (oisa diferente. E#es so o motor a1 rei-inica4;e1. Atravs de#es se eprime a,re115o ,o,0larso)re o P'&ER.

    !RE0AT' GA0I0E":,6,Para os cr+tico1 a DEMO%RA%IAe#a vista (omo re9ime o e1ejo.

    E#a assim vista por seus cr+tico1+ mas tam)m por ,arte e 1e01 efen1ore1.

    ' e1ejo a mat7ria=,rimados DIREITOSeria errado imaginar *ue estes suram de um (u#Bmpido e esp#Kndido+ mas e#es na1cem o e1ejo.

    .98Cf' W130A+ Lis5t' Cidadania e controle social'I