43
Thainá Sanches Paixão AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA ISOTRETINOÍNA ORAL EM PACIENTES COM ACNE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia de conclusão do Programa de Aprimoramento Profissional, área de Análises Clínicas/Laboratório de Saúde Pública, credenciado pela Secretaria de Estado da Saúde, no Instituto Lauro de Souza Lima – Bauru – SP. Bauru - SP 2016

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Thainá Sanches Paixão

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA ISOTRETINOÍNA

ORAL EM PACIENTES COM ACNE: REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

Monografia de conclusão do Programa de

Aprimoramento Profissional, área de Análises

Clínicas/Laboratório de Saúde Pública,

credenciado pela Secretaria de Estado da Saúde,

no Instituto Lauro de Souza Lima – Bauru – SP.

Bauru - SP

2016

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Thainá Sanches Paixão

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA ISOTRETINOÍNA

ORAL EM PACIENTES COM ACNE: REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

Monografia de conclusão do Programa de

Aprimoramento Profissional, área de Análises

Clínicas/Laboratório de Saúde Pública,

credenciado pela Secretaria de Estado da Saúde,

no Instituto Lauro de Souza Lima – Bauru – SP.

Orientadora: Ms. Patrícia Gigliotti

Bauru - SP

2016

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO DE BIBLIOTECA DO

INSTITUTO “LAURO DE SOUZA LIMA”

P167a

PAIXÃO, Thainá Sanches.

Avaliação dos efeitos da isotretinoína oral em pacientes com

acne: revisão bibliográfica / Thainá Sanches Paixão, Bauru,

2016.

45 f.: il.

Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento

Profissional em Análises Clínicas da Secretaria de Estado da

Saúde do Instituto Lauro de Souza Lima, sob orientação da

Ms. Patrícia Gigliotti.

1. Isotretinoína. 2. Acne. 3. Alterações laboratoriais I. Gigliotti,

Patrícia. II. Título.

WR430

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AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA ISOTRETINOÍNA

ORAL EM PACIENTES COM ACNE: REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

BANCA EXAMINADORA

Orientadora: Ms. Patrícia Gigliotti

Divisão de Pesquisa e Ensino – Instituto Lauro de Souza Lima

Primeiro Titular: -

Segundo Titular: -

Data da Defesa: 29/02/2016

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“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam

nada.”

Edmund Burke

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Dedicatória

A Deus

Por me dar força e coragem;

Pelo ensinamento diário;

E por diante de tantas dificuldades não me deixar cair.

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Com carinho especial

À minha família, em especial ao meu pai

Moacyr, a minha mãe Rosana, minha

irmã Thauana e ao meu noivo Neto pela

paciência, companheirismo e

principalmente pelo amor incondicional.

Page 8: Thainá Sanches Paixão - docs.bvsalud.org

Agradecimento especial

À minha orientadora Ms. Patrícia Gigliotti, pela amizade, carinho,

ensinamento e motivação durante todo o aprimoramento e no

decorrer do trabalho.

Às minhas preceptoras PqC. Elaine Valim Camarinha Marcos e PqC.

Suzana Madeira, por toda ajuda, compreensão e ensinamento.

Ao Instituto Lauro de Souza Lima, pelo acolhimento e pela

oportunidade de me aprimorar profissionalmente.

Aos funcionários dos Laboratórios de Análises Clínicas, Micologia,

Microbiologia e Imunologia, que contribuíram para meu

crescimento pessoal e profissional minha enorme gratidão. Espero

levá-los comigo durante toda a vida.

Aos amigos do aprimoramento, Bruna Gimenez, Bruna Freitas,

Dayane e Rodrigo agradeço pelos dias de amizade, felicidade e por

toda ajuda no decorrer do aprimoramento.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que tudo

acontecesse, desde a realização desse trabalho até a conclusão do

aprimoramento profissional.

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Resumo

Paixão, T. S. Avaliação dos efeitos da isotretinoína oral em pacientes

com acne: Revisão bibliográfica. [monografia]. Bauru: Instituto Lauro de

Souza Lima; 2016.

A acne é uma doença inflamatória que acomete principalmente os folículos

sebáceos presentes no rosto, tórax e costa. Seu tratamento inicialmente

limita-se ao uso de soluções desengordurantes, antissépticas e esfoliantes

tópicas, capazes de controlar a oleosidade. No entanto, os casos mais

graves requerem o uso de drogas farmacológicas como antibiótico sistêmico,

terapias hormonais e administração de isotretinoína oral. Visto a efetividade

deste medicamento, reunimos informações atuais sobre a isotretinoína e

relatamos as principais alterações laboratoriais encontradas.

Palavras chave: Isotretinoína, Acne, Alterações laboratoriais e

Hepatotoxidade.

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Abstract

Paixão, T. S. Assessment of the effects of oral isotretinoin in patients

with acne: Literature review. [monograph]. Bauru: Instituto Lauro de Souza

Lima; 2016.

Acne is an inflammatory disease that affects the sebaceous follicles present

on the face, chest and coast. His treatment was initially limited to the use of

degreasing solutions, antiseptic and topical exfoliants, can control the

oiliness. However, more severe cases require the use of pharmaceutical

drugs such as systemic antibiotics, hormonal therapy and administration of

oral isotretinoin. Since the effectiveness of this product, we gather current

information about isotretinoin and report the main laboratory abnormalities

found.

Keywords: Isotretinoin, Acne, laboratory abnormalities and hepatotoxicity.

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Abreviaturas

LISTA DE ABREVIATURAS

ALT Alanina aminotransferase

AST Aspartato aminotransferase

HDL High Density Lipoproteins

LDL Low Density Lipoproteins

VLDL Very Low Density Lipoprotein

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Figuras

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fisiopatologia da acne.

17

Figura 2: Graus da acne.

18

Figura 3: Acne Grau V.

19

Figura 4: Propionibacterium acnes.

20

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................ 14

1.1. Epidemiologia .................................................................... 15

1.2. Etiopatogenia ..................................................................... 15

1.3. Classificação da acne........................................................ 17

1.4. Propionibacterium acnes .................................................. 19

1.5. Modificações comportamentais ....................................... 20

1.6. Isotretinoína ....................................................................... 21

1.7. Metabolização do medicamento ....................................... 22

1.8. Alterações laboratoriais .................................................... 23

1.9. Regressão/Cura ................................................................. 23

2. OBJETIVOS .................................................................... 25

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS ............................................ 27

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................... 29

5. CONCLUSÃO ................................................................. 34

6. REFERÊNCIAS ............................................................... 36

7. ANEXOS ......................................................................... 43

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Introdução

Page 15: Thainá Sanches Paixão - docs.bvsalud.org

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1. Introdução A acne trata-se de uma doença genético-hormonal inflamatória que

acomete principalmente os folículos sebáceos presentes no rosto, tórax e

costas. Considerada atualmente como uma enfermidade autolimitante e

multifatorial, seu tratamento justifica-se pela possibilidade de evitar lesões

cutâneas permanentes, bem como transtornos psicológicos, oriundos do

abalo à autoestima1.

1.1 . Epidemiologia

Dados epidemiológicos posicionam a acne como a 8ª doença mais

comum no mundo, e esta junto a demais dermatoses causam um grande

impacto no contexto global de saúde. A população mais afetada é a China

com mais de 82 milhões de casos. Nos Estados Unidos, estima-se que 17

milhões de americanos possuem acne e no Brasil esse número chega a

aproximadamente 12 milhões2.

A acne pode acometer tanto homens quanto mulheres, mas geralmente

o curso mais grave da doença ocorre no sexo masculino, devido a

influências androgênicas3,4.

Estudos demonstram que os fatores genéticos possuem importante

papel na patogenia da acne e que de fato atuam na severidade da doença5,6.

Goulden et al.7 relataram que o histórico familiar possui um papel

fundamental na suscetibilidade a acne em adolescentes. Porém, as relações

entre os fatores genéticos são pouco investigadas.

1.2. Etiopatogenia

A etiopatogenia da acne está relacionada à: 1) estímulos das glândulas

sebáceas pela hipersecreção de andrógenos, 2) produção excessiva de

sebo, 3) alteração da descamação do epitélio, que consequentemente leva

ao estreitamento e obstrução do folículo piloso, 4) colonização bacteriana

Page 16: Thainá Sanches Paixão - docs.bvsalud.org

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pelo Propionibacterium acnes (P. acnes), e 5) respostas inflamatórias e

imunológicas do indivíduo8,9,10.

Na acne, os andrógenos contribuem para a secreção de sebo pelas

glândulas sebáceas11. Estes hormônios são derivados do colesterol, e têm

como alvos a pele e a região pilossebácea12. A superfície cutânea é

constituída por lípides da queratinização e sebo, o qual é composto por

triglicerídeos, ácidos graxos livres, ésteres de cera, escaleno, ésteres

esteróides e colesterol 13.

Os ésteres e o colesterol presente no sebo são produzidos na porção

epidérmica e liberados pela glândula. Os ácidos graxos livres são obtidos a

partir da hidrólise dos triglicerídeos, e são diretamente proporcionais ao

tempo de exposição cutânea do sebo14.

Em indivíduos acnéicos a produção de sebo é alterada quando

comparado a indivíduos normais. Estudos realizados na Nigéria

demonstraram que indivíduos acnéicos apresentam um aumento significativo

nos níveis de triglicérides e colesterol total e uma diminuição dos lípides

cutâneos indeterminados15. Foi visto que gravidade comedogênica pode

estar associada com a atuação do escaleno na secreção sebácea, e esta se

torna aumentada quanto maior for o tamanho da glândula16. No entanto, a

comedogênese, é o resultado da hiperqueratinização folicular, um dos

fatores importantes para a etiopatogenia da acne17,18.

O ácido linoleico é um ácido graxo essencial que possui grande

importância na manutenção da barreira epidérmica e, é necessário para a

síntese de ácidos graxos de cadeia longa ω-6. Nos comedões esse

apresenta-se reduzido19, 20. Sugere-se que a deficiência de ácido linoleico,

acompanhados dos efeitos da IL- 1α e a produção excessiva de andrógenos

sejam fatores predisponentes para a hiperqueratinização folicular, com

consequente cornificação dos queratinócitos, escamações e entupimento do

folículo com formação de comedões8,21, 22.

Assim, qualquer alteração na barreira epidérmica e sob a ação da

produção de ácidos graxos pró-inflamatórios presentes no sebo, há o

desenvolvimento de processos inflamatórios23. A figura abaixo demonstra a

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fisiopatologia da acne. Em A. há o início dos comedões com acúmulo de

células epiteliais e queratina nos folículos pilosebáceos, em B. ocorrerá

acúmulo de queratina e sebo levando a formação dos comedões tardios, em

C. ocorrerá à proliferação do P. acnes e uma leve inflamação, a formação de

pápulas e pústulas estão presentes. Em D. temos a acne nódulo-cística,

caracterizada por uma inflamação acentuada com formação de cicatrizes.

Fisiopatologia da Acne. Fonte: Dr. Rinaldi Acupuntura. Acne vulgar e acupuntura, 2012.

1.3. Classificação da acne

O quadro clínico da acne é caracterizado por um conjunto de lesões

cutâneas fechadas e/ou abertas, as quais são chamadas de comedões,

pápulas, pústulas, nódulos e abcessos. Tais lesões são analisadas de forma

isolada ou em conjunto, o que define o tipo e a gravidade da doença24. Os

sinais clínicos acompanhados dos sintomas classificam a acne em grau I ou

não-inflamatória e grau II, III, IV e V as acnes inflamatórias, as quais se

diferenciam de acordo com o número, intensidade e características das

lesões presentes. A acne grau I ou não-inflamatória é caracterizada pela

presença de comedões abertos, que são definidos pela hiperceratose de

retenção no folículo pilosebáceo, acompanhados de algumas pápulas e

pouquíssimas pústulas. A acne inflamatória grau II ou acne pápulo-

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pustulosas caracteriza-se pela presença de pápulas inflamatórias ou

pústulas associadas à comedões abertos com ou sem eritema inflamatório.

Neste caso a seborreia está sempre presente. A acne inflamatória grau III ou

acne nódulo-cística é caracterizada pela presença de comedões abertos,

pápulas, pústulas e seborreia. Com o rompimento da parede do folículo há

uma reação inflamatória dos corneócitos, além da presença de bactérias que

atingem a profundidade do folículo até chegarem ao pêlo, e então são

formados os nódulos furunculóides. A acne grau IV ou acne conglobata é

considerada a forma grave da acne e caracteriza-se pela presença de lesões

anteriores associadas a nódulos purulentos numerosos e grandes, formando

abcessos e fístulas que drenam o pus. A acne grau V ou acne fulminans é

raramente encontrada em nosso meio, e caracteriza-se por apresentar o

quadro de acne nódulo-cística ou conglobata acompanhado de febre,

leucocitose, poliartralgia, eritema inflamatório ou necrose e hemorragia em

algumas lesões3.

Graus da Acne

Fonte: Espaço José Marcos. Acne, 2013.

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19

Grade V Fonte: http://gptraining.dundee.ac.uk/modules/Dermatology/Clinical/Case3.aspx

1.4. Propionibacterium acnes

O P. acnes é uma bactéria gram-positiva em forma de bastonete,

imóvel, anaeróbica, que reside principalmente à flora normal da pele e

coloniza as glândulas sebáceas e folículos pilosos25. É considerado o

principal microrganismo envolvido na patogênese da acne3,25. Análises

microbiológicas realizadas em várias partes do corpo demonstram uma alta

associação entre o P. acnes e os níveis de produção de sebo26. Estudos de

Bojar & Holland em 2004, revelaram que em superfícies cutâneas de

indivíduos acnéicos podem ser encontrados até 120.000 espécimes/cm2 27.

Esta bactéria contribui no desenvolvimento do processo inflamatório da

acne através da liberação de enzimas, as quais estão envolvidas no

processo de ruptura folicular e inflamação da derme. Concomitantemente,

anticorpos específicos são produzidos contra o P. acnes, os quais fragilizam

a parede epitelial infundibular28.

Sugere-se que a patogenicidade do P. acnes seja devido à produção

de tais enzimas e produtos exocelulares bioativos capazes de produzir

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20

fatores quimiotáxicos, os quais recrutam diferentes tipos celulares

acentuando a processo inflamatório local29.

Propionibacterium acnes Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/microbiologia

1.5. Modificações comportamentais

A acne pode causar um forte impacto psicossocial em indivíduos

acometidos pela doença. Devido à insatisfação corporal e baixa autoestima,

observa-se modificações nas atividades cotidianas e nas relações sociais

com uma diminuição da valorização pessoal. Alguns indivíduos podem

apresentar sintomas de depressão, e em alguns casos ideação suicida30.

Relatos demonstram que o período da adolescência é o mais crítico.

Os distúrbios psicológicos ocorrem devido às modificações e

descontentamento corporal, e se agrava quando há necessidade de agradar

o outro, uma vez que o físico muitas vezes assume grande relevância8,30.

Nota-se que os pacientes com acne apresentam constantes episódios de

problemas emocionais, e os sinais e sintomas dependem da severidade da

doença30,31. A ansiedade e depressão estão entre os sintomas mais

encontrados32, 33, 34.

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21

1.6. Isotretinoína

A escolha do tratamento da acne depende da gravidade das lesões

presentes em cada indivíduo. Para alguns pacientes o tratamento irá se

limitar ao uso de soluções desengordurantes, antissépticas e esfoliantes

tópicos, capazes de controlar a oleosidade. No entanto, os casos mais

graves requerem o uso de drogas farmacológicas como antibiótico sistêmico,

terapias hormonais e administração de isotretinoína oral35.

Conhecida quimicamente como ácido 13-cis-retinóico, a isotretinoína é

um derivado ativo sintético da vitamina A (retinol), obtido pela modificação

química da mesma. Tal fármaco representa a única opção apta a levar a

remissão prolongada ou cura da acne, pois é capaz de diminuir a formação

do sebo através da redução do tamanho da glândula sebácea, combater a

flora anaeróbica da pele, agir sobre o padrão de queratinização folicular e

desenvolver uma potente ação anti-inflamatória36. Promove a cura clínica em

85% dos casos, e é considerada a medicação mais efetiva nos casos de

acne37.

Introduzida em 1979, a isotretinoína teve sua utilização aprovada em

1982. Três anos depois, foram publicados excelentes resultados sobre o uso

deste medicamento no Brasil, o que se comprovou assim os benefícios da

isotretinoína. E então, em 1993, iniciou-se a comercialização do fármaco no

nosso país36,38.

Segundo o Ministério da Saúde, pacientes que fazem o uso de

isotretinoína devem receber acompanhamento clínico-laboratorial. Antes de

iniciar o tratamento, os pacientes passam por uma avaliação, com dosagem

das enzimas hepáticas (AST e ALT), glicemia de jejum, avaliação do tempo

de protrombina (TAP) e por fim é avaliado o perfil lipídico (dosagem de

colesterol total, HDL colesterol, LDL colesterol e triglicérides). Para pacientes

do sexo feminino é solicitado ainda à dosagem do β-HCG, pois o risco de

gravidez deve ser sempre excluído, uma vez que este fármaco é

teratogênico35.

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22

1.7. Metabolização do medicamento

O fígado é o órgão responsável pela metabolização de praticamente

todos os medicamentos. Além disso, é capaz de regular o metabolismo dos

carboidratos, proteínas e lipídios, armazenar, degradar e excretar algumas

substâncias, contribuir para a manutenção da hemostasia, auxiliar a

resposta imune, e produzir os de plaquetas39, 40, 41.

A partir de ações enzimáticas os fármacos sofrem modificações

químicas, o qual torna a molécula mais reativa para uma posterior

conjugação e consequente eliminação. A grande maioria dos fármacos é

excretada pela via urinária, no entanto, alguns são eliminados através da

bile, de modo que quantidades significativas do medicamento são

reabsorvidas no intestino e outra parte eliminadas junto com as fezes41.

As peculiaridades farmacocinéticas da isotretinoína são semelhantes

à da vitamina A. Após a ingestão do medicamento, a concentração

plasmática máxima do fármaco ocorrerá em torno de 2 a 4 horas36. De

acordo com Diniz e colaboradores, cerca de quase 20% da isotretinoína é

absorvida quando administrada com estômago vazio, e aumenta para 40%

na presença de alimento42.

Através do processo de oxidação, ocorre a metabolização da

isotretinoína pelas enzimas do citocromo P450 dando origem a vários

metabólitos. O principal é conhecido como 4-oxo-isotretinoína e se acumula

na corrente na sanguínea por administrações seguintes. A excreção deste

medicamento pela bile ocorre após sua conjugação com ácido glicurônico43.

Porém, os outros metabólitos depositam-se lentamente no plasma e possui

meia-vida de eliminação em média de 25 horas, a da isotretinoína é de 7 a

39 horas. O equilíbrio dinâmico se estabelece em 5 a 7 dias, conforme

administrações seguintes 41,42.

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23

1.8. Alterações laboratoriais

Os pacientes que fazem o uso contínuo da isotretinoína podem

apresentar algumas alterações laboratoriais como: aumento dos níveis de

triglicerídeos, colesterol, transaminases e diminuição no valor absoluto dos

glóbulos brancos e vermelhos43. A redução da taxa das hemácias está

associada com o aumento da velocidade de hemossedimentação, bem como

a diminuição dos níveis de hemoglobina, devido a episódios de

sangramento, muito comum em pacientes hemofílicos42.

Estudos sugerem que 25% dos pacientes que fazem uso da

isotretinoína apresentam aumento dos níveis de triglicerídeos, e que este

pode estar associado ao aparecimento de pancreatite aguda. Além disso,

pode ocorrer queda da concentração plasmática do HDL e aumento de LDL

e VLDL colesterol. A elevação das transaminases (Aspartato

aminotransferase ou AST e Alanina aminotransferase ou ALT) pode ocorrer

em 6% dos casos42.

As dosagens das enzimas hepáticas, perfil lipídico, glicemia de jejum e

avaliação do tempo de protrombina devem ser reavaliados após 30 dias do

início do tratamento com a isotretinoína e repetido a cada 3 meses. Tal

medida é tomada a fim de avaliar a resposta terapêutica esperada, bem

como avaliar a função hepática, e se necessário interromper o uso do

medicamento em caso de hepatotoxidade44. É importante salientar que após

o término de tratamento, todas as alterações retornam a sua normalidade42.

1.9 Regressão/Cura

Apesar de a isotretinoína ser um fármaco que apresente efeitos

colaterais indesejáveis em determinados pacientes, este continua sendo o

mais efetivo para o tratamento da acne, já que possui eficácia na diminuição

dos nódulos e fistulas inflamatórias. A regressão da doença ocorre em torno

de 16 a 24 semanas de tratamento e a duração do mesmo irá se adequar

conforme a resposta terapêutica de cada paciente42. No caso de persistência

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24

das lesões ou recidivas é necessário prolongar o tratamento dentro de dois

meses após o término anterior45.

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Objetivos

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26

2. OBJETIVOS

O objetivo deste estudo foi realizar uma breve revisão de literatura

sobre os efeitos da isotretinoína em pacientes portadores de acne, além de

exibir as principais alterações clinico-laboratoriais do uso deste

medicamento.

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Casuística e Métodos

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28

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS

Foi realizada uma busca sistematizada nas principais bases de dados

em medicina, como: MedLine, PubMed, LILACS e SciElo. As palavras

chaves utilizadas foram: Isotretinoína, Acne, Alterações laboratoriais e

Hepatotoxidade. Entre o período de 2005 a 2015. Incluindo todos os artigos

que relatem investigações originais sobre o assunto.

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Resultados e Discussão

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30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A acne trata-se de uma doença dermatológica que acomete indivíduos

preferencialmente na puberdade, e pode persistir na vida adulta. Nos dias

atuais, diante do avanço da medicina diversos medicamentos tópicos e de

via oral foram desenvolvidos a fim de evitar lesões permanentes na pele

daqueles que as desenvolve. Muitas vezes o uso de loções tópicas é capaz

de controlar a progressão da acne. No entanto, em alguns casos é

necessário o uso de medicamentos por via oral para combater a doença.

Baseados em publicações cientificas evidenciamos os benefícios da

isotretinoína para a população acnéica, e descrevemos as alterações

laboratoriais encontradas em cada estudo.

Em 2005, Leite et al.46 analisaram 11 pacientes com Síndrome do

Ovário Policístico que apresentavam acne nodular na face. Estas foram

submetidas a exames laboratoriais iniciais e então foram encaminhadas ao

tratamento com isotretinoína por 143 dias. Observou-se uma progressão

significativa no segundo mês de tratamento. Seis delas apresentaram

melhora da acne. Foi encontrado alterações das enzimas hepáticas (AST e

ALT) em apenas uma paciente, a qual foi orientada a deixar o tratamento e

optar por outro tipo de medicação. Assim, verificaram-se os benefícios do

uso da isotretinoína para o tratamento da acne nódulo cística. Foi notado

uma melhora significativa nas áreas acometidas em todas as pacientes, bem

como no humor e na autoestima.

Júnior et al.47 avaliaram 20 pacientes com acne por oito meses com

isotretinoína. Observaram a melhora da acne em todos os indivíduos. As

alterações laboratoriais ocorreram em cerca de 30% dos pacientes, e as

mais frequentes foram o aumento do colesterol seguido do aumento dos

triglicerídeos e glicose. Diante disso, as doses terapêuticas foram reduzidas.

Os autores concluíram a importância de uma monitorização minuciosa para

se obter uma resposta terapêutica esperada e com o mínimo de risco para o

paciente.

Estudos realizados por Brito et al.48 atentaram-se a tolerabilidade da

isotretinoína em pacientes que faziam tratamento para a acne. O estudo

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31

contemplou 150 pacientes, sendo estes submetidos a avaliações clínicas e

laboratoriais após um mês e a cada três meses até o final do tratamento. Os

parâmetros analisados mostraram variações discretas, principalmente

quando avaliadas as enzimas hepáticas. Os níveis de colesterol e suas

frações e fosfatase alcalina também tiveram variações insignificantes. Já os

níveis de triglicerídeos apresentaram variações relevantes, corroborando

com o que já é encontrado na literatura. Nenhum paciente teve que

suspender o tratamento ou alteração da dose do fármaco. Pode-se concluir

que a isotretinoína é um medicamento seguro e proporciona excelente

resultado.

Borges et al.49 avaliaram os efeitos da isotretinoína oral sobre o perfil

lipídico e a lesão hepatocelular dos pacientes com acne vulgar na população

de Alagoas. O estudo transversal atentou-se a revisão de 721 prontuários de

pacientes que faziam o uso do fármaco e continha dados sobre os níveis de

colesterol total e frações, triglicerídeos e as enzimas hepáticas de cada

indivíduo antes e depois do tratamento. Foi verificado que dentre os

pacientes avaliados, 15,27% apresentaram elevações nos níveis de

triglicerídeos, 19,71% hipercolesterolemia, 12,55% elevação de ALT e 3,26%

evoluíram com aumento de AST. No entanto, mesmo após ter sido

encontrado um aumento relativo nas taxas séricas lipídicas e das enzimas

hepáticas nos pacientes que se submeteram ao tratamento, apenas um

pequeno número de pacientes desenvolveu níveis sanguíneos que levaram

a descontinuidade do tratamento ou diminuição da dose do fármaco. Isto

corroborou com a segurança da terapia se avaliada periodicamente,

demonstrando assim a capacidade deste medicamento em solucionar o

problema da acne nesta população.

No início de 2013, Bergler-Czop e Wcisto50 a fim de avaliar os

benefícios da isotretinoína, agruparam 155 pacientes com diferentes formas

clínicas da acne. Eles foram submetidos a testes laboratoriais como,

avaliação do perfil hepático (ALT e AST) e perfil lipídico (colesterol total e

frações acompanhado dos triglicerídeos) dosagem de glicemia de jejum,

amilase e citocinas pró-inflamatórias (interleucina-α, interlecina-1β,

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32

interleucina-8 e fator de necrose tumoral-α) antes e depois da administração

da isotretinoína oral. O uso dos testes imunoenzimático (ELISA) permitiu

verificar uma diminuição considerável dos níveis de IL-1α, IL-1β e TNF-α

após o uso do medicamento. Tais achados confirmaram o potencial anti-

inflamatório do medicamento e a melhora do quadro clínico destes

pacientes.

Kotori51 avaliou a eficácia de baixas doses de isotretinoína em

pacientes com acne. O estudo foi prospectivo, e contemplou 50 pacientes de

ambos os sexos divididos em dois grupos com faixa etária de 12 a 20 anos

(grupo 1) e de 21 a 35 anos (grupo 2), que estavam sob tratamento de acne

moderada, com administração de 20 mg/dia, ou seja, cerca de 0,3-0,4 mg/kg

por dia, durante 3 meses. Os pacientes passaram por avaliações clínico-

laboratoriais com intervalos de 2 a 2 meses. Foi observado cura da acne em

90,8% dos pacientes do grupo 1 e 89,6% do grupo 2. Os casos de recidiva

foram encontrados em 3,9% e 5,9%, nos grupos mencionados acima

respectivamente. Dados laboratoriais revelaram que apenas 4,2% do total

dos pacientes apresentaram níveis lipídicos séricos maiores que valores de

referência. E 4,8% destes apresentaram elevação das enzimas hepáticas.

Assim, foi concluído que o tratamento com baixas doses de isotretinoína é

eficaz no tratamento de acne moderada, o que permite diminuir os efeitos

colaterais indesejáveis causados pelo medicamento, já que essas

complicações são dose-dependentes.

Estudos comprovaram que 20% dos pacientes que fazem uso da

isotretinoína apresentam elevações nos níveis séricos de colesterol. Os

níveis de LDL e triglicerídeos tendem a aumentar e o níveis de HDL a

diminuir, isso devido a um aumento da absorção de gordura durante a dieta,

o que resulta em alterações dos níveis de quilomícrons, aumento da síntese

do colesterol e triglicerídeos no fígado e alterações no metabolismo do

LDL44,52. Os valores séricos devem ser avaliados dentro de 2 a 4 semanas

sem orientação dietética inicialmente. Estima-se que a normalização ocorra

somente com o término do tratamento52. No entanto, se os valores não se

aproximarem aos de referência, é aconselhável modificar os hábitos

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alimentares com prescrição de dieta. Caso o valor do colesterol ultrapasse

300 mg/dl deve ser realizada uma redução da dosagem da droga e

monitorização frequente com exames laboratoriais. Se o valor do colesterol

ultrapassar 400 mg/dl o tratamento deverá ser interrompido5,53. O tratamento

com isotretinoína deve ser excluído em casos de pacientes que antes do

tratamento apresentarem alteração no metabolismo de gorduras com valores

de triglicerídeos maiores de 500 mg/dl53,54.

Nos dois primeiros meses de tratamento também é comum

encontrarmos aumento das transaminases hepáticas em pacientes que

fazem o uso da isotretinoína, mas esses parâmetros não devem permanecer

alterados após este período. As alterações nas transaminases hepáticas são

descritas em 5 a 35% dos pacientes sendo essas anormalidades reversíveis

após a interrupção do tratamento49. Uma atenção especial deve ser dada a

pacientes que apresentarem maior risco de hepatotoxicidade como o

consumo de álcool, doenças hepáticas antecedentes e terapia

medicamentosa concomitante55,56. Não se sabe qual o mecanismo exato

para que essas alterações ocorram. Acredita-se que os ácidos retinóides

livres alterem a síntese de glicoproteínas ou a expressão genômica

acarretando em lesões na membrana celular dos hepatócitos56.

Assim, exames laboratoriais devem ser solicitados a fim de se obter

informações sobre a resposta terapêutica dos pacientes. E é importante

ressaltar que as alterações laboratoriais citadas nos diferentes estudos são

predominantemente benignas, visto que permanecem dentro dos limites

permitidos na maioria dos indivíduos. No caso de haver alterações

significativas, o medicamento deverá ser suspenso até que haja

normalização ou procurar outros métodos para tratar a doença57.

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Conclusão

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5. Conclusão

Após a seleção minuciosa de alguns artigos que abordavam os

benefícios da isotretinoína na patologia da acne, o uso deste medicamento

permanece como a melhor forma de tratamento, sendo de fato seguro

quando bem utilizado e acompanhado periodicamente.

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Referências

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Anexos

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7. ANEXOS