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The Portuguese Tribune, December 15th 2011

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The Portuguese Tribune, December 15th 2011

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Year XXXII, Number 1123, Dec 15th, 2011

2 15 de Dezembro de 2011SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL

Sempre que chega a esta altura do ano, vem-nos à lembrança os nossos jovens em armas, que em terras desconhecidas e sem muitas razões aparentes, têm sofrido na pele os delírios dos homens maus que ainda pululam nesta planeta que é o nosso.

6,326 mortes no Iraque e Afeganistão, 4,994 em combate e 1,332 em incidentes e 47,266 feridos na guerra.Números impressionantes para todos nós. O maior problema, muitas das vezes não é o político, mas sim o complexo militar que, com a força que tem, é capaz de mexer os cordelinhos para que a America se "entretenha" em guerras longe de casa. Já o Presidente Eisenhower dizia em 1953, que era preciso ter cuidado com a industria da guerra. Ele, sendo General, sabia do que estava a falar.Os biliões que se gastaram nas guerras desde 2001 seriam bem capa-]HV�GH�WHUHP�DOWHUDGR�D�¿VLRQRPLD�GD�$PHULFD�GH�KRMH�$V�WURSDV�HVWDFLRQDGDV�QR�,UDTXH�UHJUHVVDUmR�D�FDVD�DWp�DR�¿P�GR�PrV��trazendo alegria a muitas famílias. Bem haja a decisão do Presidente Obama.

O Tribuna Portuguesa foi home-nageado pelo Governo Regional dos Açores durante as Celebra-ções dos 500 Anos de Presença Açoriana na América do Norte, que teve lugar na Costa Leste a 24 de Setembro de 2011.Agradecemos reconhecidamente ao Presidente do Governo Regio-nal Carlos César tal honra.

jose avila

A tristeza dos números 5 de Dezembro de 2011

Exmo. SenhorJosé ÁvilaEditor da Tribuna PortuguesaP.O.Box 579866Modesto, CA 95337-5866

Como é já do seu conhecimento, deixo no dia 10 de Dezembro corrente o pos-to consular de San Francisco, por ter sido nomeado Director Geral de Polí-tica de Justiça, em Portugal.

Ao partir não quero deixar de lhe agradecer toda a colaboração prestada durante a minha estadia na California e aproveito oportunidade para lhe de-sejar, a si e ao seu Jornal as maiores felicidades.

Parto com muitas saudades , mas levo comigo óptimas recordações de uma Comunidade que prestigia o bom nome de Portugal e que me acolheu e à minha Família com muita amizade e respeito.

Com os melhores cumprimentos. O Cônsul-Geral

António Costa Moura

Consulado Geral de Portugal em San Francisco

3 PATROCINADORES

4 15 de Dezembro de 2011PATROCINADORES

Sabores da VidaQuinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo.

Hoje temos uma receita de bifes de porco com leite, da nossa ami-ga Ilda Vale.

Bifes de Porco com Leite

Temperam-se os bifes com alho e sal duas ou três horas antes de fritar.Embrulham-se em farinha e fritam-se em margarina.À medida que se vai fritando, deitam-se no fundo de um tacho e quando se acaba de fritar todos, coa-se metade da gordura que os fritou, deitando-se por cima destes e junta-se leite normal até cobri-los.Prova-se, tempera-se de sal e pimenta a gosto.Vai ao lume a ferver lentamente até apurar. Serve-se com arroz ou puré de batata.Acompanha com um bom vinho tinto a 58 graus de tempe-ratura.

5COLABORAÇÃO

Imagens da Segunda Guerrana minha Terra (9)

PHPC announces the release of its latest publication, the luxury edition of the book IV International Conference on The Holy Spirit Festas, a hard cover, full color, 100-page, photojournalist’s report of the June 2010 conference in San José, California, by Miguel Valle Ávila, Assistant Editor of The Portuguese Tribune. All author proceeds revert in benefit of the San José State University Portuguese Studies Program.

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IV International Conference on the Holy Spirit FestasMiguel Valle Ávila

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Armando Amaral, amigo de longa data, presentemente a residir na cidade d’Angra, Ter-ceira, nasceu em 1920 na Praia

do Almoxarife, Faial. Foi diretor-adjunto do “Correio da Horta” por largos anos e publicou vários livros. Guardo nas minhas estantes as seguintes cópias: Crónicas de Viagem, Aguenta Verdos, Maria João Mullher de Fé, O Teatro de Constantino Magno do Amaral Jr., e Infância & Juven-tude dum Avô.Durante o período da Segunda Guerra prestou serviço militar em diversas unida-GHV�QR�&RQWLQHQWH��H�QD�TXDOLGDGH�GH�2¿-cial Miliciano de Artilharia foi mobilizado p’rós Açores, conforme o próprio Arman-do Amaral descreveu nas páginas 97-98 do livro “Infância & Juventude dum Avô” publicado em 2002.“Foi no Verão de 1944 que cheguei a S. Miguel, como um dos milhares de expe-GLFLRQiULRV�TXH�YLHUDP�S¶UyV�$oRUHV��D�¿P�de garantir a soberania de Portugal, então à mistura com ingleses e americanos. Ca-lhou-me, em sorte, uma das Batarias que defendiam a Base Aérea Nº 4, sediada pró-ximo da pista relvada que, mais tarde, deu lugar ao famoso “aero-vacas” (Campo de Santana). Além da nossa, aquartelada no sopé do monte Barão, no cimo do qual tí-nhamos duas das quatro peças, havia uma outra Bataria, a meio caminho de Rabo de Peixe.Por essa altura estava determinado pelo Comando Militar da Ilha que fosse abati-do qualquer avião que sobrevoasse a zona do Campo se não tivesse contatado com a

Base. Mas só depois de não ter obedecido aos tiros de sinalização, frisava a rigorosa ordem. Felizmente que nunca foi cumpri-da, pois já era uma complicação dos dia-bos quando se davam os três primeiros tiros. Era mesmo voz corrente que a dita ordem tinha sido feita apenas p’ra inglês ver, tanto mais que seriam remotas as pos-sibilidades de aparecimento de aparelhos inimigos.Também se dava o caso que os aviões vi-nham sempre das Lajes, Terceira, e da che-gada dos mesmos era avisada a Base Aérea 4, só que nesta, por mais interessados em cartas e whisky, não era dado, por vezes, o devido conhecimento às Batarias, o que provocava protestos dos aviadores quando recebidos a tiro. Aconteceu até um piloto americano ter sido obrigado a aterragem perigosa por se ver sob fogo cruzado.Passemos agora ao insólito caso ocorrido um dia, quando a nossa Unidade fez os ti-ros de sinalização, enquanto a vizinha do lado se manteve silenciosa...Talvez o terceiro tiro ainda não tinha sido disparado e já o telefone retinia insistente-mente. É que prevendo, naturalmente, re-acção do Quartel General, o Comandante do Grupo, um Major, nanja de aviário, mas desses que levavam anos a fazer, a contar por seus cabelos brancos, apressou-se a in-dagar autoritariamente da razão dos dispa-URV��QmR�HVFRQGHQGR�PHVPR�FHUWD�DÀLomR�Por sua vez, o Tenente, então à frente da Bataria e que aguardava ansiosamente por tal oportunidade, respondeu, perguntando, secamente, se ele ignorava as instruções

superiores que diziam isto mais aquilo. Pois o nosso Major, com a lição bem sa-bida, não perdendo tempo, toca a telefonar p’rà outra Bataria, chamando a atenção p’ró não cumprimento da ordem. E, logo a seguir, pergunta com manifesta estranhe-za: Porquê não fez fogo?”Embora ainda criança, no tempo da Se-gunda Guerra, lembro-me de ter escutado estórias de pescadores que, distanciados da costa ao abrigo da noite, vendiam peixe fresco às tripulações dos submarinos ale-mães cruzando o Atlântico. Falava-se até de indivíduos que, furtiva-PHQWH�� WUD¿FDYDP� FRP� HVVHV� VXEPDULQRV�fornecendo (a pronto pagamento) vegetais, carne e vinho.A este respeito, na sua edição de 25 de dezembro, 2005, o “Diário dos Açores” publicou uma entrevista conduzida por

Manuel Moniz com Filomeno Salema Bicudo, de 73 anos d’idade, natural do )DLDO�PDV�EDWL]DGR�QR�3LFR��¿OKR�GH�SDLV�micaelenses.O entrevistado mencionou abertamente que, em S. Miguel, dois pescadores da Ribeira Quente “foram parar à Alema-nha num submarino. Tinham vendido peixe no mar ao submarino, e p’ra não serem denunciados, os alemães levaram-nos a bordo. Quando eles voltaram, a mulher

de um deles já tinha casado outra vez, pois os homens tinham sido dados como mortos no mar”.O entrevistado recordou, igualmente, ca-sos ocorridos no Faial referentes a aventu-reiros que abasteciam com carne de vaca e outros produtos, não só os alemães mas também os tripulantes de barcos ingleses. Evidentemente que tudo isso, e muito mais TXH�¿FRX� DUTXLYDGR�QD�PHPyULD� FROHWLYD�da Gente das Ilhas, era ilegal e constituia autêntico contrabando. Mas já lá reza o di-tado popular: O que não mata, engorda.Aparentemente, houve felizardos que “en-gordaram” a esse tempo!

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7COLABORAÇÃO

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Já falta pouco para que o simpático velhote das barbas brancas me des-ça sorridente pelo arco da chaminé. Adoro a sua visita. Nesta altura do

ano, criancice da minha parte, deixo a ida-de lá fora e apraz-me voltar a ser menino outra vez. Cá dentro, junto à lareira dos sonhos que ainda me agasalham a fé viva num mundo melhor, alimento a esperança salutar nas coisas boas que estão para vir. Oxalá venham a tempo e horas. São pren-das indispensáveis ao terno adorno daque-le mimoso presépio que ainda hoje recrio e cada vez mais me seduz. Não o limito ao musgo, à palha, ao farel ou à tradicional recriação do mágico ambiente presumido à volta da modesta gruta que alumiou Belém H�R�PXQGR�Ki�GRLV�PLO�H�WDO�DQRV��3UH¿UR�enfeitá-lo sempre com o calor emocional destilado a preceito num copinho cheio de aguardente da terra que nos viu nascer e jamais deixará morrer dentro de nós aque-le sabor genuíno desta quadra genial. Aqui vai, à vossa saúde!O velhote já me conhece. Não lhe costumo pedir nada. Talvez por isso me surpreen-da agradavelmente em cada dezembro que passa. Brinda-me com o melhor da sua generosidade e eu rendo-me ao mimo do seu encanto. É delicioso aquele seu sorri-so aberto à ingenuidade das crianças, bem como ao coração dos adultos. Deleita-nos. Inspira-me. E dá-me a entender que este conturbado globo que habitamos, feliz-mente, não é apenas um desolador deser-to de duros desenganos. Vale muito mais. Sobretudo quando a natureza humana se excede no seu melhor ao impelir a sorte grande a chegar quando é preciso.Às vezes, precisa-se de muito pouco. Basta a atitude espontânea dum gesto solidário. Tudo pode acontecer. Pela estrada fora, onde circulam ao acaso milhares e milha-res de viaturas nas mais variadas direções com múltiplos milhões de desconhecidos, alheios à forca do destino que os pode in-terligar a cada instante, aconteceu recente-mente. Num ápice, quando menos o espe-ravam, cinco deles, em fortuita cadeia de episódios soltos, viram a fortuna tocá-los numa sequência deveras feliz. Vítor, Sara, Jade, Judy e Salvador saíram de casa a horas diferentes e com destinos diversos. Diferiam igualmente na naciona-lidade, bem como na cor da pele, para não mencionar a divergência religiosa ou dis-paridade sexual. Nem os carros que guia-vam exibiam algo em comum. Só aquele vital troço da autoestrada que pisavam,

por pura casualidade, os agregaria em inesquecível troca de presentes, dos que não tem preço nem mercado. São ofereci-dos de mil amores no instante desejado. Jade Jones e Judy James, lésbicas afro-DPHULFDQDV��HQIHUPHLUDV�GH�SUR¿VVmR��FRP�a idade a rondar os trinta, seguiam em viagem de núpcias no seu luzidio BMW a caminho de Las Vegas quando, num triz, um pneu se foi abaixo. Sem a ferramenta adequada nem o seguro em dia, com as opções limitadas, trataram de chamar a atenção dos veículos que as passavam em velocidade excessiva. Correram os minu-tos, chegou-se à meia hora, nem um só condutor fez sinal de avagar. Seria possí-vel? O Natal a avizinhar-se e ninguém se atreveria a dar-lhes uma ajuda? Salvador Salinas, 44 anos, mexicano, ile-gal, desempregado, conduzia nervoso e apressado a sua cansada carrinha a cami-nho de casa, em Tijuana, onde a mulher esperava bebé a todo o momento. Tinha pressa mas, nos seus humildes princípios, fora ensinado a socorrer sem hesitar quan-do a urgência o pedisse. Já não era a pri-meira vez. O coração deu-lhe o toque e lá decidiu estacionar a velhinha camioneta, SURQWL¿FDQGR�VH� ORJR� D� DX[LOLDU� DV� FR-movidas náufragas que lhe agradeceram imenso a tremenda gentileza antes de ru-marem a sul.

Vítor e Sara Olson, de origem judaica, reformados, na ternu-ra dos sessenta, disfrutavam o conforto ambulante da sua

soberba rulote em rota de Vancouver para /RV�$QJHOHV�D�¿P�GH�VH�MXQWDUHP�j�¿OKD�H�aos netos em apetecida celebração familiar de Hanukkah. Vítor, ao volante, de súbito, sentiu o estômago dar-lhe uma volta, a ca-beça deu-lhe duas e, às três, as tremuras já eram demais. Perdeu os sentidos. Sara, em pânico, conseguiu ainda manobrar a pesa-da viatura para a berma da estrada, logrou marcar 911 no telemóvel e saíu de pronto a esbracejar por auxílio que se desejava imediato. À distância, Jones e James topa-ram o agoniante pedido de socorro e, sem mais, acudiram a gritante emergência. (P�ERD�KRUD�R�¿]HUDP��%HP�FRP�EHP�VH�paga. Boca a boca, fôlego no fôlego, reani-maram uma vida desfalecida às portas da morte. Os paramédicos chegaram a tempo de lhes louvarem a benevolência do ges-to: “Qualquer minuto de atraso poderia ter sido fatal.” Lavada em lágrimas, Sara agradeceu-lhes comovidamente antes de seguir com o marido na ambulância para o

hospital. “Agradecer-nos…?...” Jade e Judy entreolharam-se com um sorriso perdido no furor da estrada e os lábios colados às palavras certas. “…Gracias, Salvador!” Acabavam de retomar o percurso no seu

vaidoso BMW quando uma ferrujenta furgoneta lhes abuzinou na linha ao lado e um queimado rosto latino acenou-lhes, feliz da vida. Feliz Navidad, pretendeu dizer-lhes. Felizes Festas, quero eu desejar-vos.

Felizes FestasRasgos d’Alma

Luciano [email protected]

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8 15 de Dezembro de 2011COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena [email protected]

É o nome de uma can-ção, escrita e cantada já há alguns anos pelo artista local António

Ramos, mas no tempo que atravessamos, serve de título na perfeição para o meu tema de hoje! Diga-se então que é uma canção sempre actual. E mais do que nunca, no mundo inteiro, onde há muita gente a sofrer e a morrer de frio, de sede e de fome.Natal sem Natal! Pelas ruas, nas igrejas, nos bares, nos res-taurantes, em tudo quanto é sí-tio público... Cada vez mais na moda ou na ordem do dia está, ver-se uma mãe, normalmente uma jóvem com um bebé ao colo, dormindo ou não, por estes lugares, com um peque-no cartaz de papelão escrito à mão, em Inglês, pedindo es-mola. Já uma vez abordei uma MRYHP� H� OKH� ¿]� XPDV� TXDQWDV�perguntas. Pelo sotaque, não era americana. Pareceu-me ser Indiana, Árabe ou Espanhola. 7RGDV� VH�SDUHFHP�H�¿FR�PDLV�curiosa ainda. Todas têm uma história para contar, verdadei-ra ou falsa, isso não sei.Outras há que sendo mudas, distribuem umas caricas com frases de cuidado. Cada carica custa 2 dólares e normalmen-te são deixadas duas em cada mesa onde comemos. Pergun-to-me se estariam trabalhan-do de parceria, pois como a mãe com a criança ao colo já me tinha pedido esmola, já a seguinte não me deixou nada em cima da mesa para eu re-tribuir. “Pequenas invenções ao dinheiro”, com diria a Tia Mariquinhas Puxa já naquela altura, quando ainda eu era uma miúda de brincar com bonecas. Eu prestava atenção D�HVWDV�IUDVHV�FXULRVDV�H�¿FDYD�a pensar nelas no seu imenso VLJQL¿FDGR� SDUD� R�PHX� WDPD-nho de gente, e hoje vejo que nunca passaram de moda. Pelo contrário, estão sempre e cada vez mais a ter sentido. E quantas mais invenções desde HQWmR"�8P�VHP�¿P�GH� LGHLDV��mais a tecnologia toda que

ocupa cada vez mais o nos-so tempo real e nos priva da presença humana.Quanto mais sabemos do Mundo, mais medo temos dele. Os fugitivos são cada vez mais e os refúgios cada vez menos. O homem dei-xou de ser um cidadão do Mundo para passar a ser um indesejado ser humano, que vai de um lugar a outro sem rumo, sem destino. Também nisso tivemos o exemplo que nos deu a vinda de Cristo, desde o Seu nascimento, a Sua vida atribulada na Terra à Sua morte cruel, apesar de Rei e Senhor.“Natal sem Natal”!? Por quê? - É já hora de mudar! 1DGD�MXVWL¿FD�TXH�QR�QRVVR�tempo os homens e mulhe-res continuem a lutar con-tra si mesmos, deixando as crianças entregues ao aban-dono, ao porvir incerto e à desgraça. Natal tem de con-tinuar a ser Esperança de viver e morrer em Paz, com a maiores prendas que se encontrem dentro do nosso coração: o Amor, a Alegria, a Esperança, a Amizade, o Arrependimento.Natal é a Festa que devemos repetir no pensamento to-dos os dias, para que a vida seja mais alegre, mais justa, mais fraterna, mesmo sem brinquedos caros e luzes de neón. Natal é a presença da Sagrada Família e uma con-YHUVD� FRP�RV�¿OKRV� j� YROWD�da nossa mesa da partilha, recordar coisas velhas e no-vas e poder olhar nos olhos de cada um e dizer:

FELIZ NATAL! BOAS FESTAS!!!

Assine o Tribuna 3RUWXJXHVD�H�¿TXH�D�SDU�do que se passa na nossa Comunidade

"Natal, sem Natal"

Diz-se, com ironia, que o açoriano resulta do tal português povoador que passou tão mal de

viagem que não teve coragem de voltar para trás…O que é indiscutível é que esse primeiro povoador é um outro Robinson Crusuoe, ou seja, é um outro náufrago que vai lutar pela sua sobrevivência e pela sua sub-sistência, é um homem despojado que tem de refazer a sua vida a partir do nada.Não nos esqueçamos que o início do povoamento das ilhas açorianas foi extraordinariamen-te penoso e difícil. Quando cá chega-ram, os primeiros povoadores apenas encontraram mato cerrado e milhafres (e não açores, se-gundo se julga). Foi preciso fazer quei-madas, desbravar o solo, ensaiar as primeiras culturas, garantir as subsis-tências. Foi tam-bém preciso reagir às tempestades, às intempéries cicló-nicas, aos sismos e a muitos outros perigos. E tal só foi conseguido com um grande espírito de entreajuda e de so-lidariedade entre as pessoas.É, por conseguinte, este povoador que, fortemente marcado SHOD� JHRJUD¿D�� GDUi�origem ao povo açoriano.O fenómeno da insularidade dei-xou marcas profundas no espírito dos açorianos. Mais de cinco sé-culos de isolamento físico, de con-tacto permanente com o mar, de KRUL]RQWHV�¿QLWRV�� GH� FDWDFOLVPRV�vulcânicos, de uma religiosidade que foi gerada no terror sagrado de sismos e vulcões são factores TXH�PDUFDUDP�H�PROGDUDP�GH¿QL-tivamente o modo de ser, de estar,

de pensar e de agir do povo aço-riano.Somos, antes de mais, produto da JHRJUD¿D�� (� IRL� HVVD� LQÀXrQFLD�GR� PHLR� JHRJUi¿FR� QR� HVStULWR�dos açorianos que levou Vitori-no Nemésio a criar, em 1932, o conceito da “açorianidade” (por decalque de hispanidad, conceito criado por Miguel de Unamuno). Ficamos, aliás, a dever ao autor de Mau Tempo no Canal a emblemá-tica frase: “Para nós, açorianos, a *HRJUD¿D�YDOH�RXWUR�WDQWR�FRPR�D�História”.

Entendamo-nos: os Açores são de Portugal e a sua cultura é in-separável e indissociável de dois milénios e meio de civilização europeia, nove séculos de história portuguesa e mais de cinco sécu-los de vivência nestas ilhas. Mas a verdade é que, passado todo esse tempo, o açoriano já não é mais o minhoto ou o alentejano que para cá veio nas naus do povoamento; QmR�p�PDLV�R�EHUEHUH�RX�R�ÀDPHQ-

JR�±� p�� VLP�� D�PLVWXUD�GR�¿GDOJR�lusitano com o escravo moiro; do judeu tornado cristão-novo com o artesão da Flandres; do espanhol conquistador com o aventureiro sem eira nem beira e, também, o descendente acidental do corsário inglês ou argelino.Hoje os Açores são valorizados pela sua vocação atlântica e pela sua importância geo-estratégica. “Os Açores são um porta-aviões de 600 km tantos quantos sepa-ram santa Maria do Corvo”, es-creveu Nemésio em Corsário das

ilhas. Mas estas ilhas não são ape-nas o umbigo do Atlântico, ou a sentinela avança-da da Europa no meio do Atlânti-co. Sendo um dos últimos redutos do medievalismo português e eu-ropeu, os Açores são, nos tempos que correm, um cais aberto ao mundo e consti-tuem um espaço de cultura(s).Lembremos que o povo açoriano é herdeiro de uma tradição cultu-ral que começa por ser poética e musical (poe-sia trovadoresca, cantares de gesta medievais) e que, depois, é históri-ca, sociológica e mítica. É toda esta rique-

za que faz com que o povo açoriano (expressão que os novos colonia-listas querem retirar da Constitui-ção) seja um povo historicamente GH¿QLGR��GRWDGR�GH�XP�LPDJLQiULR�e de uma memória, possuidor de uma cultura e de uma identidade próprias. Só quem desconhece de todo a tradição histórica e literária dos Açores e anda muito distraído é que poderá pôr isto em causa.

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui Dores

De que falamos quando falamos em povo açoriano?

9 COLABORAÇÃO

Já tive várias vezes, oportunidade de mencionar que é muito difícil para eu escrever sobre o Natal. Minha mu-lher diz, e tem razão, que eu já tenho

idade de deixar algumas coisas para trás como, por exemplo, deixar de ser pessi-mista e passar a ver a vida de uma maneira diferente, para que possa apreciar melhor o lado positivo das coisas. No entanto, vejo sempre a garrafa meio vazia e tento, a todo o custo, contrabalançar os acontecimentos, sejam eles quais forem.Nesta época, é sempre uma balburdia a compra de presentes, o envio de cartões e até os jantares. Pensa-se e repensa-se no que se vai cozinhar para alguns amigos, se bem que cá na nossa casa é sempre aque-la tradicional molha de pé ou de mão de vaca, à moda de Santo Amaro do Pico. Já mandamos uma quantidade de ofertas e cartões e já houve quem agradecesse. Recebi uma oferta que me deixou deveras contente e veio até acender em mim o tal espírito de Natal que, francamente, pensei tivesse realmente morrido.5H¿UR�PH�� FODUR�� DR� HVStULWR� GH� DOHJULD� H�não ao lado religioso. A minha amiga Elen continua todas as vezes que fala comigo a tentar “converter-me”, mas, isso vai dar que fazer. A oferta que eu recebi não foi nem mais nem menos do que um CD en-viado pela amiga Fabiene Passamani, Se-cretária da Cultura, da Prefeitura da cida-de de Viana, do Estado do Espírito Santo, no Brasil.Esse CD tem por título “Açorianidade Capixaba” e há várias referências sobre a origem da palavra Capixaba. Uma delas diz que viria do “Tupi kopi’xawa”, “plan-tação roça”. Mas, o que é certo, penso que todos concordam que é o nome pelo qual são conhecidos os habitantes do Estado do

Espírito Santo.Foi a oferta de um simples CD, de uma pessoa com quem contactei duas vezes: uma no Brasil e outra aqui em São José, quando do IV Congresso Internacional

das festas do Espírito Santo, oferta essa que não esperava, que até certo ponto me fez ver o lado bom e positivo das coisas que minha mulher, a minha amiga Elen e não só, tantas vezes têm tentado.

Foram as canções Açorianas tais como: A Bela Aurora, o Pai do Ladrão, o Balancé, o Pézinho da Vila e outras mais, cantadas por esse povo Brasileiro, com uma pronún-cia “diferentche”, que realmente me deram um toque na alma. Gente que nasceu num país tão longe de Portugal, descendentes das 53 famílias de açorianos que criaram e povoaram a cidade de Viana e que, em-bora trazendo o sotaque português só na alma, nos emociona e orgulha, por saber que temos um pedaço dos Açores plantado no chão fértil do Brasil. Do mesmo modo que nos emociona ouvir os jovens aqui na California.Não é o valor de uma oferta ou o tamanho da mesma, seja ela pelo Natal ou por ou-tra qualquer ocasião, que importa. O que conta é a intenção com que a pessoa a dá e também a satisfação que temos ao recebê-la. A pessoa dá para agradar e porque gos-ta de dar e nós quando recebemos, mesmo que não seja o que a gente gostaria de re-FHEHU��GHYHUHPRV�¿FDU�JUDWRV�H�DOHJUHV�SRU�alguém se ter lembrado de nós, mesmo que seja lá uma vez ou outra.Eu não tenho contos de Natal com os quais possa alegrar as pessoas, porém, espero que neste Natal haja mais amor, mais com-preensão, mais alegria e mais união. Que as pessoas saibam perdoar os erros dos outros, pois que tenho a certeza que todos nós erramos de uma maneira ou de outra. Para todos os leitores do Tribuna, seus co-laboradores e a gerência do mesmo desejo um FELIZ NATAL

Feliz NatalAo Sabor do Vento

José [email protected]

Com a crise econômica rondando o planeta, o QDWDO�H�DV�IHVWDV�GH�¿P�de ano perdem grande

parte do brilho exuberante das lu-zes que enfeitam cidades e lojas, pela economia que se recomenda. Desacelera-se o consumo e isso VH� UHÀHWH�QRV�SUHVHQWHV� WURFDGRV�e até no cardápio da ceia, porém, não há necessidade mesmo de se gastar tanto, se lembrarmos que o Aniversariante levou uma vida bem simples.Para quem sempre viveu na cor-da bamba da crise tendo que economizar e se privar de di-versas coisas por não ter bola de cristal para adivinhar o que será GR�GLD�VHJXLQWH��¿FD�GLItFLO� LPD-ginar como pessoas que vivem em países ricos, sem que jamais precisasse “apertar o cinto”, que

nunca tiveram necessidade de cortar gastos ou renunciar ao su-SpUÀXR��DV�YLDJHQV��URXSDV�FDUDV�e boa comida, estão reagindo e se estruturando para o inseguro dia do amanhã, incerto para pobres e ricos.O momento, além de cuidado FRP�DV�¿QDQoDV�� SHGH� VROLGDULH-dade. Quem convive com o medo de perder mais do que já perdeu, deveria se lembrar dos que nunca tiveram nada para perder, dos que sempre sofreram com a escassez de alimento e ainda assim repar-tem entre si o pouco que conse-guem comprar. Talvez, lembrar não seja a palavra adequada e sim aprender. E aprendido têm os brasileiros que participam das campanhas para um natal melhor e para citar só uma, faço referência à “Cam-

panha de Natal dos Correios”, realizada há 22 anos e que já se tornou sinônimo de solidarie-dade. Quem se dispõe a ajudar, adota uma das cartas que che-gam aos milhares nas agências, enviadas por crianças carentes, endereçadas ao Papai Noel, com os mais diversos pedidos, desde bicicletas, bolas e bonecas, até material escolar e cesta básica para a ceia de natal. Os presen-tes são levados para os correios, anexados à cartinha que foi ado-tada, e os mesmos são entregues, gratuitamente, às crianças, antes do natal, pelos funcionários des-sa empresa. Lendo a respeito das campanhas natalinas e sobre as curiosidades desses festejos em outros países, duas histórias chamaram-me a atenção: a mudança do enfoque numa escola para Papai Noel, tendo em vista o treino para com-portamento diferenciado, diante da crise econômica e o natal de 2011 da Família Real Portugue-sa. Sobre a escola para Papai Noel na Charles W. Howard, a mais anti-ga e famosa para treiná-los, dos

Estados Unidos, muitas recomen-dações continuam as mesmas há 75 anos, entretanto, neste ano, a crise econômica tem maior peso. O Papai Noel tem que ter a certe-za de nunca prometer nada para as crianças e devem aprender a moderar seus pedidos de acordo com suas famílias e saber o que responderem diante de alguns, tais como: “você pode trazer um emprego para o meu pai”? Até porque muitos Papais-Noéis se encontram ali também por esta-rem desempregados. Quanto ao Natal da Família Real Portuguesa, numa entrevista es-pecial dada a uma revista e pu-blicada num blog, são descritos, geralmente, como são seus na-tais, falam sobre o cardápio de bacalhau, carnes e doces típicos para o dia 25 e o que servem no jantar da véspera, não podendo faltar as receitas brasileiras de crepes de nozes com queijos e QDWDV� H� ¿DPEUH� DVVDGR� QR� IRUQR�com melaço de cana e cravos, pratos preferidos de D. Duarte (e que eu recomendo por serem deliciosos). Quanto aos presentes para as crianças, são ofertados

em duas etapas: na reunião familiar do dia 25 de dezembro, recebem os presentes dos tios, avós e demais familiares e em oito de janeiro, dia de Reis, recebem os dos pais. Neste ano, entretanto, devido à crise eco-nômica, “a Família Real decidiu acentuar o seu espírito solidário e combinou com as crianças que cada uma só irá receber um pre-sente dado por todos os tios e o restante do dinheiro, que seria para outros presentes, será doa-do a uma Instituição”. Segundo a mãe, “é necessário que as crian-ças percebam que o importante no Natal não são os presentes e sim a celebração da vida do Menino Jesus, o espírito de paz, amor e caridade”. Tai um precei-to que é um ótimo exemplo a ser seguido, de adesão e apoio aos necessitados, que traduz, no ges-to, o amor ao nosso semelhante, um dos grandes ensinamentos de Jesus Cristo.Feliz Natal para O Tribuna Portu-guesa e sua equipe, seus leitores, anunciantes e colaboradores. E o meu abraço daqui do Brasil.

Natal Solidário

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

10 15 de Dezembro de 2011COLABORAÇÃO

A memória é uma espé-cie de “diário de bor-do” da existência. Ao longo da vida, vamos

¿FDQGR� FDWLYRV� GD� VHQVDomR� GH�TXH� R� WHPSR� p� ¿HO� FRPSDQKHLUR�que vem de muito longe, e que se deleita na planície do presente, sem sequer descalçar as sandálias agastadas do passado...

Quando há dias observava o irre-quietismo da petizada, numa des-sas gigantescas lojas populares (onde a ilusão chinesa do preço barato faz parte do milagre pré-fabricado para o natal ocidental), senti o arrepio nostálgico do ino-cente clima da ‘dia-das-montras’, em que a imaginação da crian-oDGD� HUD� GHVD¿DGD�SHORV� DQWLJRV�gestores da alegria desprevenida da clientela rural. Aquela era a “comédia- mágica’ desenhada pelo comércio micaelense para adoçar o olhar das famílias dis-traídas da própria pobreza – ilu-são singela dum “sol de pouca dura” para quem era forçado a enfrentar as tradicionais ‘dores de carteira vazia’... Para as crianças do meu tempo, o imparável acesso da pequenada até ao beiral das vitrinas, ilustra-va o ritual da espontaneidade dita democrática. Depois, é que a bri-

sa da realidade nos vinha relem-brar que o “santaclôse” não era D¿QDO� R� VLPSiWLFR� ERQDFKHLUmR�da igualdade distribuitiva, que a nossa pueril imaginação sonhara. Mas isso já faz parte da estória antiga, que infelizmente continua remoçada, mas sempre bem dis-posta para ensombrar a crise do quotidiano...$Wp�¿QDLV�GRV�DQRV����GR�VpFXOR�passado, os presépios rurais ain-da apresentavam alguns sinais da autenticidade emocional recebida da herança franciscana: simpli-FLGDGH�� JORUL¿FDomR� GD� SREUH]D�material, centralidade temática na cena da sagrada família – tudo isso envolvido pela meiga proxi-midade do burrito e da vaquinha, sem esquecer o testemunho de

humildade etérea simbolizada pelos reis-magos... Ora naquele tempo, a maioria das moradias camponesas (es-tou apenas a referir a realidade

do sudoeste micaelense) não era apetrechada de luz eléctrica nem de água canalizada; nem a privacidade familiar disponha GH� IHUUDPHQWDV� VR¿VWLFDGDV� SDUD��prevenir eventuais abusos dos SUR¿VVLRQDLV�GH�DOHLYRVLD��(UD�XP�tempo em que a espontaneidade popular não pedia licença para entrar nos lares modestos, onde a pobreza era perfumada pelos ga-lhos de eucalipto. Ademais, a ale-gria natalícia irradiava claridades radiosas, tal como uma lanterna mágica a contrariar o sombreado endémico da pobreza... Não é novidade recordar que a malta pequerrucha do meu tem-po mal disponha de meios para DGTXLULU� VXSHUÀXLGDGHV�7RGDYLD��as ‘serrilhas’ poupadas durante o ano davam para renovar parte da nossa colecção de bonecos oriun-dos dos oleiros vilafranquenses. Por outro lado, os aromas, as co-res, o traçado ladeirento dos aces-sos ao presépio tinham de prever o efeito visual da ‘ditadura’ da sombra resultante dos improvi-sados candeeiros-a-petróleo cuja luminosidade emprestava realce à policromia oferecida pelas ve-las de cera... ... porventura devido ao ‘diver-

tido’ privilégio de ser o miúdo mais velho do núcleo familiar, fui desde cedo mobilizado na prepa-ração dos materiais e consequen-te feitura do presépio caseiro: co-lorir a serradura, seleccionar os bonecos; arranjar musgo fresco e resistente; escolher as verduras e os pedregulhos vermelhos para montar a cena da natividade; desenhar e recortar a estrela do oriente, mas... sempre de “olho aberto” ao nosso cachorro, de nome ‘colarinho’ – sempre pron-to a escangalhar o nosso presépio, com a súbita excitação aromática e/ou visual do cenário.

Ah! Já me lembro: na nossa casa, não havia um claro consenso jFHUFD�GR�SHU¿O�QDWD-

lício da árvore de natal. A ques-tão não era tanto a árvore em si, mas talvez a “despesona” exigida pela sua vocação essencialmente ornamentista. Além do mais, ha-via a saudável percepção de que o espectáculo imperial duma árvo-re de natal (inserida no panorama natalício de pendor franciscano) marginalizava a desejada cen-tralidade do presépio – a sagrada Família. Sempre que o Natal acontecia, o meu presépio era o ‘melhor’(!)

daquele pequeno-grande mundo rural: as ruelas com peregrinos, os ranchos folclóricos, as ovelhi-nhas indiferentes ao reboliço dos pastores que iam ao encontro da ³ERD�QRYD �́� HQ¿P�� WXGR� DTXLOR�parecia caminhar na direcção outrora adivinhada pela caravana dos famosos reis magos... – o Menêne mija? o Menêne mija! – era o slogan tradicional mais ou-vido naquele tempo. Não admira, quando chegava à hora da ‘missa-do-galo’, a maioria do pessoal já sentia os ‘calores’ oferecidos pe-los licoristas da alegria. E pronto: todos aguardavam a sua vez para tocar os lábios na-quele lindo bonequinho – o bem-aventurado Menino que há dois mil anos nascera em Belém... A propósito: parece que ainda oiço vozes a entoar as melodias que continuam a fazer parte do nosso património emocional – vozes enrouquecidas pela emotividade camponesa da nossa terra, toda-YLD� D¿QDGDV� SHOR� HVStULWR� SHUIX-mado do natal cristão:

“alegrem-se os céus e a terra /

cantemos com alegria / já nasceu o deus-menino /

¿OKR�GD�YLUJHP�PDULD���́

Era uma vez o "Dia das Montras"

Memorandum

João-Luís de Medeiros

[email protected]

5HÀH[RV�GR�'LD±D±'LD

Diniz [email protected]

Pensando as Comunidades Construindo o Futuro

"Não devemos de forma alguma preo-cupar-nos com o que diz a maioria,

mas apenas com a opinião dos que têm conhecimento do justo e do injusto,

e com a própria verdade." Platão

No dia 1 de Dezembro de 2011, cerca de duas dezenas de pes-soas ligadas a várias organi-zações da comunidade por-

tuguesa na zona de Tulare, no centro da Califórnia, participaram num colóquio cujo objectivo era dar o primeiro passo para pensar-se a comunidade, e a partir daí, construir o futuro. É que apesar das inúmeras conversas de café, dos índices claros e inequívocos que a comunidade está a mudar persistimos em perpetuar os mesmo hábitos comunitários. Temos as mesmas festas, embora com menos gente; as mesmas actividades culturais, cada vez menos participativas; os mesmos congres-sos, com os mesmos interlocutores e com salas vazias; os mesmos encontros, onde se lamenta a eterna falta de gente jovem, até as mesmas missas com muito menos ¿pLV��e�XUJHQWH��SDUWLFXODUPHQWH�HP�pSRFD�de festa, quando as famílias e os amigos VH�UH~QHP��TXH�VH�UHÀLFWDP�DV�QRVVDV�FR-munidades, este nosso desejo de passar o nosso legado cultural e linguístico às no-vas gerações.

Se é certo que este não é um tema novo, também não é menos verdade que enquan-to não se construírem alicerces para uma UHÀH[mR�VpULD��DEHUWD��GHVSUHWHQVLRVD��FRP�espírito crítico e vontade de ultrapassar o impasse em que nos encontramos, nada será feito e estaremos, como disse um dia um amigo meu: "caminhando alegremen-te para o suicídio." Porque, enquanto as pessoas instaladas estão satisfeitas com o

que fazem e como fazem, e raramente dão oportunidade a outros, particularmente aos mais novos, perde-se uma geração de luso-descendentes para os quais a comuni-dade está cada vez mais regressiva. 2V�QRVVRV�GHVD¿RV�FRPXQLWiULRV�VmR�P~O-tiplos e alguns não os queremos admitir porque é muito mais fácil não pensar-se neles. Um pouco por todo o estado ouve-se TXHL[DV�GH�TXH�D�JHQWH�MRYHP��UH¿UR�PH�D�jovens adultos entre os 18 e os 35 anos) não querem "meter-se" no nosso movimento associativo. É verdade, os jovens adultos, particularmente os que têm curso, desco-brem outros mundos, por vezes mudam-se SDUD�RXWUDV�]RQDV��H�¿FDP��FRP�FDGD�GLD�que se passa, mais americanos e menos portugueses. Porém não é menos verdade que muitas vezes, ao aproximarem-se da comunidade encontram barreiras, como nos foi ilustrado no colóquio do dia 1 de Dezembro. Essas barreiras, por vezes es-tão ligadas à língua, porque os jovens já preferem o inglês e algumas associações insistem em "Portuguese Only. Em alguns casos "Bad Portuguese Only". Ou então WHPRV�D�EDUUHLUD�GR�PHGR�� �5H¿UR�PH�DR�receio dos mais idosos que a associação a que pertencem ou presidem, poderá ser muito diferente. E os seres humanos (a vasta maioria), infelizmente, têm medo do que não conhecem. E esse pavor do futuro faz-nos letárgicos. Seria bom que perdês-semos o medo dos mais novos, que apos-tássemos em ideias diferentes e até incon-venientes, porque as novas gerações para aí caminham. Tal como nos disse Platão: "Facilmente se perdoa uma criança por ter medo do escuro, a verdadeira tragédia é quando os homens têm medo da luz." Pensar as comunidades, para que as tenha-mos no dia de amanhã, já tão perto do hoje

TXH� YLYHPRV�� VLJQL¿FD� DLQGD�� HVWDUPRV�predispostos a começarmos um diálogo sem rodeios, sem preconceitos, sem inte-resses escondidos e sem egoísmos eféme-ros. Foi isso o que se fez em Tulare no dia 1 de Dezembro. Há ainda que assumirmos a comunidade que somos e falar aberta-mente da comunidade que gostaríamos de ser. Há que estabelecer-se regras, mas abolir todos os tabus. Há que passar além dos altares erguidos, das nefastas capeli-nhas e dos heróis de pés de barros, para penetrar-se o âmago da comunidade que temos e da que ainda podemos construir nesta segunda década do século XXI.Daí que Pensar as Comunidades e Cons-truir o Futuro tem que ser um espaço onde se fale do que é importante salvaguardar H�GR�TXH�SRGH�¿FDU�QD�EHLUD�GR�SUDWR��RX�jogar-se para o rol do esquecimento. Re-ÀHFWLU�VH�GH�XPD�IRUPD�KDUPyQLFD�H�O~FLGD�tudo o que compõe a nossa comunidade, desde a rádio à televisão, dos jornais, às instituições culturais, cívicas, religiosas, desportivas e sociais. Há que contemplar-se as escolas, os cursos de língua e cultura portuguesas, os centros de língua e os de estudos portugueses e há que debater-se a cultura popular, desde o carnaval às festas de verão. E não se deve ter apreensão de se chamar, como se diz popularmente, os bois pelos nomes. Um mau programa de rádio, é um mau programa de rádio; uma associação letárgica, é uma associação le-tárgica; uma festa corriqueira, é uma festa corriqueira; uma companhia de seguros, é uma companhia de seguros; um mau po-lítico, é um mau político, mesmo que seja luso-descendente; um mau congresso, é um mau congresso; um centro de língua virtual, é um centro de língua virtual, um mau curso de língua e cultura portuguesas,

é um mau curso de língua e cultura portu-guesas; um líder comunitário oportunista, é um líder comunitário oportunista; uma DVVRFLDomR�¿FWtFLD�� p� XPD� DVVRFLDomR�¿F-tícia; um mau programa de televisão é um mau programa de televisão, um mau arti-go num jornal (como talvez este até seja) é um mau artigo. É que só com as cartas na mesa, como dizia meu pai, é que po-GHPRV�UHÀHFWLU�D�FRPXQLGDGH�H�OHYi�OD�DR�patamar que gostaríamos em que a mesma estivesse. Diria mesmo, ao patamar que a comunidade merece.Em conclusão, e porque estamos na épo-ca dos "homens (e mulheres) de boa von-tade" peço aos leitores que vivem nas nossas comunidades, e aqueles que estão com um pé dentro e outro fora, o favor de nesta época festiva, durante os jantares, a "mija do menino", os serões festivos, as festas natalícias, quando se discute tudo, desde política a religião, passando pelo mais alto de todos os deuses, o futebol, se entre tudo e todos, também pudéssemos UHÀHFWLU� D� QRVVD� FRPXQLGDGH�� RX� PHOKRU�as nossas comunidades, já que, quer quei-ram, quer não, estamos espalhados por todo este enorme estado da Califórnia. É que Pensar as Comunidades e Construir o Futuro é para todos e devemos fazê-lo em todo lado, começando, como é óbvio, nas nossas casas, com as nossas famílias e os nossos amigos.

Boas Festas! Boa discussão, e que encon-tremos o caminho da salvação, da comu-nidade, entenda-se.

11COLABORAÇÃO/COMUNIDADE

Novo CEOPela primeira vez na sua his-tória California Dairies, Inc. apontou um Presidente/CEO IRUD�GRV�R¿FLDLV�SUH�IXVmR

A California Dairies Inc. (CDI) a segunda maior cooperativa pro-cessadora dos Estados Unidos anunciou pela voz dos seus Di-retores o apontamento de Andrei Mikhalevski como Presidente e CEO efectivo 1 de Janeiro de 2012. Mikhalevsky vai suceder a Richard L Cotta que vai retirar-se a 31 de Dezembro 2011.Mikhalevsky traz mais de 35 anos de experiência em gerência para a CDI. Nos últimos 5 anos serviu como managing director of glo-bal ingredients and food services na Fontera’s Cooperative Group Ltd., o maior exportador de pro-dutos lácteos do mundo. Nesta capacidade, Mikhalevsky foi res-ponsável por criar e desenvolver muitos dos mercados e parcerias da Fonterra (Nova Zelândia) e di-

rigiu a divisão de “reserch and innovation” e os seu negócios de marcas registadas na America Latina. Préviamente Mikhale-vsky exerceu posições executi-vas na Compbell Soup Campany, *HRUJLD� 3DFL¿F�&RUS� H� 6\PULVH�Inc. Mikhalevsky é graduado de Stetson University com um Bachelerato em Business Admi-nistration e Finanças, posterior-mente participou no "Food Exe-cutive Program at the University of Southern California".Os membros e directores desta Cooperativa agradeceram a Ri-chard Cotta a sua longa participa-ção nesta cooperativa e industria em geral, muito especialmente os últimos 5 anos como Presidente

e CEO, que elevou a Cooperativa a crescimento e lucros “unprece-dentes” desde a sua formação em 1999. “His knowledge, expertise and leadership”, tem sido fun-damental na expansão da oferta de produtos e entrada em novos mercados.Da minha parte pessoal, se me permitir o Editor, gostaria de congratular o nosso amigo Ri-chard pelo seu sucesso e desejar a si e sua famila que os chama-dos anos dourados sejam mesmo dourados.Eu terei sempre uma ligação mo-ral de amizades e por enquanto ¿QDQFHLUD�D�HVWD�RUJDQL]DomR�TXH�(modéstia à parte) me sinto muito orgulhoso de ter ajudado a cons-truir como Director desta e de uma das originais Cooperativas, durante a fusão e ao todo por 16 anos.Àcerca de California Daries, Inc:É o maior mercador e proces-sador, pertença dos seus mais

de 450 membros da California, produzindo 17 biliões de libras de “Real California Milk” anu-almente, 43% do leite da Califor-nia, que trasforma em manteiga de primeira qualidade, produtos do leite líquido e diferentes qua-lidades de leite em pó.Além da sua manteiga estar a ser comercializada em dezenas de nomes sonantes dos mais fa-mosos supermercados dos Esta-dos Unidos, são ainda donos das mais respeitadas “Brands of but-ter Challenge and Danish Crea-mery”. Os produtos de qualidade de California Dairies estão à ven-da nos 50 Estados da União, e em mais de 50 países estrangeiros.

Assine o Tribuna, we are the best

Temas de Agropecuária

Egídio Almeida

[email protected]

MENSAGEM DE NATAL PARA A COMUNIDADE PORTUGUESA NA CALIFÓRNIA

Caros Compatriotas,

Quero, neste tempo de Natal, desejar a todos os melhores votos de saúde e felicidades, partilhados em verdadeiro espírito de família.

$FUHGLWR� TXH�� QmR� REVWDQWH� DV� GL¿FXOGDGHV� TXH�atravessamos, saberemos estar à altura dos desa-¿RV�TXH�R�IXWXUR�GRV�QRVVRV�¿OKRV�H�GRV�QRVVRV�QH-tos nos inspira.

Um Bom Natal para todos.

Com um afectuoso abraço,

António Costa Moura Cônsul Geral de Portugal em San Francisco

12 15 de Dezembro de 2011PATROCINADORES

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13 COLABORAÇÃO

A Revolução dos Cravos, o 25 de Abril de 1974, caiu do céu no seio de uma população que não estava preparada para a rece-

ber. Não vale a pena estar agora aqui a dis-sertar em teses políticas e análises sobre o passado ditatorial e a nova realidade social que envolveu a cidade e o país. Na Loja, a política nunca foi tema prevalente nas discussões e conversas entre o taberneiro e os seus clientes ou mesmo nas tagare-lices dos frequentadores da “Tertúlia” do Carlos Henrique Borba, como era conhe-cido o grupo de amigos que se juntavam DR�¿P�GD� WDUGH� SDUD� UHSDUWLU� SHWLVFRV� RX�tomar um copo para rebater o jantar. Claro que alguns não perdiam a oportunidade de sussurrar umas verdades meio veladas e ditas entre dentes, não fossem as paredes ter ouvidos ou serem surpreendidos por algum informador da PIDE.Tio João Bailhão não era um militante encartado do partido único, tinha as suas ideias próprias mas não as compartilhava FRP�TXDOTXHU� SHVVRD�� XVDYD� GH� XPD�¿QD�diplomacia nas suas relações com os seus clientes e amigos de forma a manter uma sã e sincera cordialidade com todos. Sem cair para os lados da contestação decla-UDGD�� PDQWLQKD�VH� VX¿FLHQWHPHQWH� LQIRU-mado e esclarecido sobre a situação do país, tinha sido amigo de alguns dos an-tigos presos políticos que vieram parar à 7HUFHLUD�H�GHSRLV�SRU�Fi�¿FDUDP��FRP�HOHV�aprendeu a separar o trigo do joio, não se deixava arrastar na propaganda da classe governante.“Isto agora vai ser bonito, toda a gente vai querer ser democrata sem saber o que é a democracia”, dizia quando, de dentro do seu balcão, presenciava as conversas da-queles que se julgavam agora com o rei na barriga. “Este povo não está preparado para isto, ainda têm muito que aprender”, comentava quando escutava baboseiras LQFRHUHQWHV�H�LQÀDPDGDV�SHODV�ULYDOLGDGHV�partidárias que começaram a tomar conta das discussões alimentadas por meias-bo-las e queijos frescos.Nos primeiros tempos das novas liber-dades era frequente assistir-se a acesas discussões mesmo ali à entrada da porta de serviço dos Correios, as animadas dis-putas entre Lusitanistas e Angrenses às segundas-feiras de manhã deram lugar a veementes conversas sobre o Mota Ama-ral e o seu novo Governo, sobre o futuro do Sindicato e novas regalias que iam be-QH¿FLDU�RV� WUDEDOKDGRUHV��VREUH�RV�IDVFLV-tas que agora tinham que prestar contas e malhar com os ossos na cadeia e, princi-palmente, sobre aquela beldade do último ¿OPH�SRUQRJUi¿FR� TXH� SDVVRX� QR�¿P�GH�semana na sessão da meia-noite da Fan-farra. O valoroso esforço dos Capitães de Abril não impediu que muita da liberdade FRQTXLVWDGD�IRVVH�FDQDOL]DGD�SDUD�¿QV�PH-nos próprios.Na Loja, á hora do almoço e entre sandes de atum engolidas à pressa para aproveitar ao máximo o tempo de descanso, conti-nuavam os boletineiros e os ajudantes de JXDUGD�¿RV�D�H[HUFLWDU�R�VHX�GLUHLWR�RUDWy-rio e quase sempre a vítima era o senhor Barcelos, o carismático e sisudo director da Estação de Angra. “Que ele já devia era estar no olho da rua, que agora é que ele YDL�WHU�TXH�VH�S{U�D�SDX�H�QmR�YDL�EHQH¿FLDU�os seus preferidos nas nomeações para no-vos cargos, agente devia era ir ao gabinete dele e revirar aquilo tudo...” Tio João Bai-lhão sorria e lá ia resmungando, canjirão a encher copos a seguir a copos. Um desvio até ao barril da massa de malagueta per-mitia um comentário mais velado, “O coi-tado do Barcelos nem imagina a raiva que esta gente lhe tem”, enquanto cobria dois queijos frescos com a calda picante.Manuel Almeida, o empregado de limpe-

zas e portanto o funcionário mais baixo na hierarquia da Estação, não alinhava nas conversas. Era homem respeitado, dos mais antigos ao serviço e a sua qualidade de pessoa honesta e trabalhadora permi-tiam-lhe gozar da estima de todos os cole-gas. Pescador amador, fazia alusões ao seu passatempo favorito, “Estes rapazes novos têm o sangue na guelra, são como as bicu-das do alto, estrebucham muito e acabam por morrer na borda do barco...”Tio João Bailhão concordava com o seu velho amigo e não aceitava a raiva que os funcionários cozinhavam contra o chefe, embora também não morresse de amores pelo senhor Barcelos, sempre houve entre os dois um respeito mútuo. Aliás, quase todos os funcionários superiores da esta-ção também mereciam do Pai uma certa dose de amizade que havia crescido com a vizinhança entre a Loja e a Estação dos Correios. Poderia muito bem dizer-se que se completavam bem em certos aspectos, a proximidade física e o movimento de JHQWHV� EHQH¿FLDYD� R� ÀX[R� GH� FOLHQWHV� j�Loja, assim como a ajuda que as pessoas procuravam na Loja para preencher vales, recibos de encomendas e lacrar pacotes, facilitavam os serviços nos balcões dos Correios.

O Leonel “Bartolomeu”, anti-go empregado na secção das encomendas e agora porteiro de serviço, inquietava-se para

manter a ordem e a calma entre os cole-gas de trabalho. Preferia que se discutisse sobre o jogo de futebol do domingo pas-sado, ao passo que o Henrique “Totobola” queria era falar na faena e no novilho que lhe saíra em sorte no festival da Tertúlia. Já o senhor Fagundes e o Cota, mais re-servados, planeavam a próxima descida às profundezas da garganta do Algar do Car-vão, essa coisa da política e de touradas era para quem não tinha mais que fazer. Vielmino “Nica-na-Velha” já era diferen-te, tinha paleio para se meter nas conver-sas fosse qual fosse o tema. Com um vo-zeirão que se ouvia longe, rebatia sempre os pontos do Leonel e defendia o primo Joaquim que tinha arbitrado o jogo e não marcou aquela grande penalidade que só EHQH¿FLRX� R� /XVLWkQLD�� FOXEH� RQGH� KDYLD�jogado a ponta de lança quando ainda os ponta de lança eram conhecidos por avan-çado-centro. “Tu eras o maior desajeitado que já passou pelo Campo de Jogos”, res-pondia o Leonel, “só marcavas golos por-que empurravas todos à tua frente”. Viel-mino metia-se também com o “Totobola”, ajudante que foi em grandes grupos de forcados capitaneados pelo Manuel “Chi-charro”, achava-se no direito de criticar o actual grupo, “Aquilo é só um monte de canalha que nunca viram um toiro à sua frente”. O Henrique não se desconsertava mas punha-se mais ao largo, pequenino como era, tinha que se desviar do esbrace-jar do gigante Vielmino, “Estás armado em valente mas tinhas medo de toiros que te pelavas!”Não era bem verdade, Vielmino não ti-nha medo de toiros, tinha medo era de ...ratos! Uma tarde de verão, Vielmino entrou na Loja na companhia de dois ou WUrV�JXDUGD�¿RV��FDQVDGRV�FRPR�HVWDYDP�GH� OHYDQWDU� SRVWHV� H� SUHQGHU� ¿RV�� XPDV�meia-bolas de vinho de cheiro vinham mesmo a calhar. Tio João Bailhão lem-brou-se do terror que os ratos provoca-vam no seu cliente e resolveu pregar-lhe uma partida. Foi ao rolo da palha-de-aço, arrancou-lhe um pedaço e deu-lhe a for-ma de um murganho com a cauda bem comprida. Quando apanhou o Vielmino a jeito, atirou-lhe o falso animal aos pés. “Olha esse rato!” Larga-se o bom do gi-gante pela porta fora aos berros que se podiam ouvir na Rua da Sé, galgou com

uma só passada os três degraus da entrada e só parou dentro do Correio. Ainda mais DVVXVWDGR�¿FRX�R�0DQXHO�³GDV�'R]H �́�TXH�teve que pôr os pés aos travões da camio-neta da EVT para não passar o Vielmino a ferro! O alarido foi tal que até fez chegar às janelas do terceiro andar os calmos rádio-WHOHJUD¿VWDV�-RUJH�*DEULHO�H�=p]p�&DEHFHL-ras, espantados com tamanha algazarra. Tio João apercebeu-se que a brincadeira podia ter causado um sério problema e apressou-se a pedir desculpas, “Ò Ti João, eu não esperava uma coisa destas, ias-me matando de susto!”. O pequeno incidente não prejudicou a amizade entre os dois, o JXDUGD�¿RV� HUD� IDOD]mR�H�EDUXOKHQWR�PDV�tinha bom coração.O episódio do rato deu que falar nos dias imediatos e substituiu temporariamente as discussões politicas. Mas as novas li-berdades conquistadas estavam sempre na ordem do dia e a consumirem os pensa-mentos de todos os trabalhadores. Com o DQGDU�GR� WHPSR�H�FRP�D�¿OLDomR�QRV�QR-YRV�SDUWLGRV�SROtWLFRV��FULDUDP�VH�¿VVXUDV�entre os velhos amigos e um muito maior leque de opiniões foi surgindo de como resolver os problemas da situação laboral. Apenas dois pontos eram comuns, todos

queriam ter acesso a um grande aumento salarial e... todos queriam ver o Barcelos no olho da rua!Tio João não se conformava com aquilo que ouvia, dava-lhe voltas à cabeça a fal-ta de senso comum dos seus clientes mas tentava, diplomaticamente, não se imiscuir nas discussões. Uma vez por outra, quan-do a mostarda já era muita a chegar-lhe ao nariz, deixava escapar um comentário tipo “Vocês todos querem a igualdade de salários mas é para ganharem tanto como o Barcelos, não estão interessados em ga-nhar como o Manuel Almeida, todos que-rem ser é directores, não querem ser em-pregados da limpeza”. Alguns olhavam-no espantados e incré-dulos mas Tio João sabia que, a seu favor, podia contar com a opinião do “Nica-na-Velha” porque esse estava sempre contra os colegas, consolava-se a arranjar argu-mentos para refutar os adversários, mesmo quando não tinha razão nenhuma. Logo que não lhe aparecesse um rato pela fren-te, Vielmino não tinha opositores à altura, fosse a marcar golos, a pegar toiros ou a discutir sobre democracia.

Antigamente era assim

João [email protected]

Os Democratas do Correio

14 15 de Dezembro de 2011

Talvez por ter nascido na década dos quarenta, onde tudo se apro-veitava, e as coisas materiais, principalmente aos meus olhos,

não tinham muito valor, ao ver a prepa-ração para as Festas do Natal de hoje, me entristece - a árvore de Natal não tem o presépio debaixo, mas sim uma quantida-GH�WmR�JUDQGH�GH�SUHVHQWHV��TXH�QmR�UHÀHF-tem o verdadeiro espírito do Natal.

Durante a minha infância, a magia co-meçava na semana antes do Natal, a casa cheirava diferente, a minha mãe, aquecia o forno brando, como chamava, para não queimar o Bolo Rei, o Bolo de Prata, ou as roscas de aguardente que iriam ser rega-dos com o mijinho do Menino Jesus, vinho abafado.Lembro-me como se fosse hoje, a minha Mãe, que parecia, nunca ter tempo de so-bra, no seu dia a dia, na tarde de Natal tudo mudava... "Ela era nossa"..., sentava-se no chão rodeada de caixas, casas de papel, burrinhas de milho pequeninas, feitas com pedaços de pau, ornamentadas com milho branco e vermelho que as minhas avós SDFKRUUHQWDPHQWH� HQ¿DYDP� QXPD� OLQKD��SDUD�ERWDU�j�YROWD�GDV�EXUULQKDV��¿JXUDV�GH�barro e pratinhos de trigo, tudo isso para dar início, à tarefa da tarde, que era armar o presépio e a árvore de Natal.

E aí começava, o que para mim era a tar-de mais linda do ano, a mãe dizia-nos, a mim, à minha irmã e ao meu irmão (ainda pequenino): "vão vocês buscar areia, traz-me leivas, pedras de bagacina, terra para

fazer os caminhos, tudo que vocês acha-rem diferente, tragam!!! A busca começa-va... mas como as mãos eram pequenas e

enganchadas do frio de Dezembro, o mar ¿FDYD�PXLWR�SHUWR�GD�FDVD�HP�TXH�PRUi-vamos, (Porto Martins), trazia-se pouco de cada vez, obrigando-nos, a fazer mui-tas viagens, mas até nisso... havia magia..., pois todas as vezes que eu retornava, a mi-

nha Mãe, com as suas mãos mágicas, ti-nha criado uma paisagem diferente, tinha começado pelo céu, feito com papel azul,

cheio de estrelas, debaixo o Menino Jesus deitado nas suas palhinhas, rodeado das ¿JXUDV�GR�SUHVpSLR��H� WXGR�LD�DSDUHFHQGR�como magia, lagos, caminhos, casas e a Igreja no cimo do monte, coisas novas para VH�YHU�H�SDUD�VH�FRPHQWDU�QR�¿P�GH�FDGD�

viagem, mais um incentivo para enfrentar o frio e procurar mais tesouros para enfei-tar o nosso presépio.

NR� ¿P�� HOD�fazia, a árvore de Natal, com

poucos enfeitos, mas o que mais me impressio-nava eram as velinhas pequeninas (eram feitas na Alema-nha) presas na árvore, que só eram acesas, à noite, quando a família, estava toda junta. Al-guns vizinhos vinham para rezarem o terço e cantarem músicas do Natal.

Agora, sou eu, que me sento no chão, rodeada de netos e netas, com caixas cheias... mas em vez de bonecos de barro são de cerâmica, não são casas de papel mas sim enfeitadas com luzes dentro, tudo

WmR� VR¿VWLFDGR�� TXH�PH� DVVXVWD�� VHUi� TXH�os meus netos verão em mim, as mesmas mãos magicas que eu via na minha Mãe? Talvez...

COLABORAÇÃO

Mãos Mágicas Julia Borba

15 PATROCINADORES

16 15 de Dezembro de 2011COLABORAÇÃO / PATROCINADORES

Aproximando-nos do estertor do quase-moribundo 2011, eis FKHJDGD� D� KRUD� GD� UHÀH[mR� H�do agradecimento ao Criador

pelas bençãos que nos concedeu. No já "ferrugento" 2011 partilhámos no seio da Família o deslumbramento que foi o milagre de viver!Muitos, porém, houveram que tropeça-ram, dobrando a cerviz perante a amarga experiência, o temível escolho, o astucioso inimigo. Mas entre todos, muitos também houve-ram que ajudados por Mão Sublime se libertaram do jugo - tolerando a mágoa, UHVLVWLQGR�j�GRU��GHVD¿DQGR�R�PHGR��IUXV-trando a emboscada, avistando manhã primaveril na noite invernosa, enxergando sol resplendente na medonha escuridão.

2011 foi ano de abundância para muitos e desafortunada-mente da maior míngua para outros tantos.

2011 foi também ano que exal-tou na marcha incessante do tempo a fortuna do vencedor e providencialmente não ocultou a angústia - revestida de nobre-za - do vencido.

2011 foi outro ano que revelou e relevou desigualdades inevi-táveis e inseparáveis da própria

existência,contrárias à moral, disformes, repulsivas fortalezas, construções do diabo. Aceitando-as como se O Mundo perten-cesse unicamente aos outros, o Homem renunciaria o trono, recusaria o legítimo direito ao duelo limpo, perdendo então to-das as batalhas sem esgrimir, perdendo o direito à razão. A luta no palco da vida é, pois, inadiável, FRQVWDQWH�H�¿UPH��SDUD�TXH�SHOR�1DWDO�GH�2012 se haja eliminado a ameaça do abis-mo e conquistado o inexpugnável.Para que o desempenho, o cumprimento da função, resulte em sucesso.Para que a voz secreta da alma nunca se amedronte, nunca se esgote.Desejo-vos, do coração, Santíssimo Natal.

Natal

A Vida Real

Edmundo Macedo

17 PATROCINADORES

Boas Festas a todos os nossos patrocinadores

18 15 de Dezembro de 2011COMUNIDADE

Rosa Bakery em EscalonA Rosa e o António Lima vieram da Ter-ceira para a América em 1964. Durante al-guns anos o António trabalhou em leitarias de Manteca, Modesto e Escalon. Depois estabeleceram-se no Main Street de Esca-lon com uma loja de produtos portugueses, onde se mantiveram alguns anos, até que há vinte anos compraram uma padaria na mesma cidade, ao 2251 Jackson Avenue e começaram uma nova vida. A Rosa Bakery tem fama em todo o Vale de San Joaquin. Rosa Lima, dizem os entendidos, tem mão certeira no fabrico do pão. Rosa Bakery faz papo-secos, pão casei-ro, pão de leite, pão para sopas, biscoitos, PDVVD�GRFH��IRODUHV�SDUD�D�3iVFRD��¿OKyVHV��

queijadas e outras coisas por encomenda.Também vendem produtos portugueses, como azeite, queijo de São Jorge, Pico e do Continente, bacalhau, sumos, doces, louças tradicionais, alguidares de alcatra, lingui-ça, azeitonas, manteiga Milhafre da Tercei-ra, CD's de músia, livros do Espirito Santo e de poetas populares e até tem Galos de Barcelos. Vale bem a pena uma visita a Escalon para provar um dos melhores papo-secos do mundo, como dizem os clientes da Rosa e António Lima.Para encomendas podem contactar a pada-ria através do telefone 209-838-7111.

António Lima, um terceirense em Escalon

Diz o povo de Escalon que o seu papo-seco é o melhor do Mundo.À direita: Vânia Soares e Rosa LimaEmbaixo: aspecto parcial da padaria, com muitos produtos portugueses

19 COLABORAÇÃO

No último dia 12 de Novembro, juntamente com a comemoração do 20º aniversário, a Portuguese-American Leadership Council of the United States –PALCUS (Conselho de Liderança Luso-Americana dos Estados Unidos), em noite de gala realizada na cidade de Washington, home-nageou algumas personalidades portuguesas ou luso-americanas que se destacam por sua lide-UDQoD� QR� H[HUFtFLR� SUR¿VVLRQDO��e/ ou na realização de ativida-des comunitárias de expressivo valor para o desenvolvimento das Comunidades Portuguesas dos Estados Unidos. Uma tradi-ção instituída em 1996 e que ano após ano vem distinguindo e pre-miando homens e mulheres que são reconhecidamente líderes em diferentes campos de atuação.Divulgada a lista dos galardoa-dos aplaudi as respeitadas e re-conhecidas lideranças femininas da Dra.Berta Cabral, Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada (Prêmio de Liderança Internacional) e da Professora Maria Pacheco, Universidade de Brown (Prêmio de Liderança em Educação). Outros nomes inte-gravam a tal lista de premiados e todos com certeza merecedores da distinção atribuída pela PAL-CUS.Foi com muitíssima satisfação TXH�LGHQWL¿TXHL�HQWUH�RV�KRPHQD-geados “António Pereira Vieira Goulart” - o amigo Tony Gou-lart - ali distinguido com a ou-torga do Prêmio de Liderança em Serviços Comunitários. Lembro bem do dia que ouvi fa-lar do Tony pela primeira vez. Na verdade, primeiro conheci o senhor António Goulart. O ano era 2002 e o lugar Casa do Povo de São Caetano, na Ilha do Pico. Era domingo do Espírito Santo e a Casa do Povo engalanada rece-bia toda a freguesia e mais gente de outros lados que, no grande salão, esperavam pela tradicio-nal Sopa do Espírito Santo. Um espanto! A azáfama era grande. Homens e mulheres se movimen-tavam em diferentes funções re-cebendo os convivas do grande banquete. Já na entrada deparei com centenas e imensas rosqui-lhas de massa sovada colocadas em açafate de vime, guarnecido por toalha branca, de renda ou OLQKR�� HQIHLWDGDV� FRP� ÀRUHV� GR�campo.

Naquela altura eu ainda não per-cebia bem o que se passava num ritual de sopas. O salão decora-do com simplicidade e elegância DSUHVHQWDYD� LQ~PHUDV� ¿OHLUDV� GH�mesas cobertas com toalha bran-FD��ÀRUHV��XPD�JDUUDID�GH�VXPR��outra de vinho e muito pão. En-WUH�ÀRUHV��FHWLP�HQFDUQDGR��¿WDV��toalhas rendadas e candelabros onde velas tremulantes compu-nham um ar de sagrado ao bonito arranjo de um altar, coroas e ban-deiras do Espírito Santo se desta-cavam no amplo salão. Abençoa-vam àquela Casa do Povo onde os devotos do Divino partilhavam a dádiva do alimento numa sentida convivência fraterna.Meus olhos ávidos e curiosos por mais saber percorriam tudo na ânsia de registrar e não deixar es-capar nada. A mini agenda estava cheia e não tinha espaço para no-vas anotações. O jeito foi rabis-car em guardanapos de papel as minhas observações e informa-ções que iam sendo passadas na simples menção de que eu estava ali como uma investigadora das tradições açorianas do Espírito Santo. Foi num desses guarda-napos que anotei o nome de An-tónio Goulart um emigrante na Califórnia, nascido bem ali em São Caetano e que organizara e publicara no ano anterior o livro “The Holy Ghost Festas: A Histo-ric Perspective of the Portuguese in California”. $¿QDO�� ¿TXHL� VDEHQGR�TXH�R� VH-nhor António era um emigrante muito ligado ao associativismo comunitário português na região

de San Jose, no estado da Cali-fórnia e um empresário da cons-trução civil muito bem sucedido. Cursara o 9º ano do Seminário nos Açores e aos 20 anos emi-grara para a América atrás do so-nho – California dream, percor-rendo o caminho árduo de todo emigrante na busca do seu norte seguro. De volta ao Brasil busquei no guardanapo rabiscado o endereço anotado (da Câmara de Comércio Portuguesa em San Jose) e escre-vi ao senhor solicitando infor-mações sobre a aquisição da tão referenciada obra sobre a história do Espírito Santo na Califórnia.Semanas depois chegou o “livrão” do Divino. Encadernado, bonito, a capa era a imagem da própria bandeira do Espírito Santo. Mui-tos textos e imagens, testemunhos de toda uma história de vivências e mundividências de pertenças a PXQGRV� GLVWLQWRV� H� LGHQWL¿FDGRV�pelo peso do hífen, que tão bem enfatiza Onésimo Teotónio de Almeida em seus ensaios sobre a experiência luso – americana (in: O Peso do Hífen,2010). Junto ao livro uma atenciosa carta de ofer-ta e uma pergunta ao pé da pá-gina: “Como você descobriu São Caetano? Tony Goulart.”Desse dia em diante, António Pe-reira Vieira Goulart passou a ser simplesmente Tony Goulart, um açoriano dedicado a sua comu-nidade, assumindo e realizando inúmeros projetos sociais econô-micos e culturais que contribuem para o desenvolvimento pleno de uma região que tem na sua his-

tória a presença do emigrante açoriano, aquele que “através dos tempos procurou noutras terras espaço, pão e justiça, que levava na mente a esperança de riqueza, às costas,sua ilha e no seu cora-ção, o culto ao Espírito Santo.” Palavras de Manuel Duarte e que aqui cito de cor.Sua liderança inconteste em de-zenas de atividades comunitárias que efetivamente participa na defesa da causa portuguesa e sua atuação como coordenador da editora Portuguese Heritage Pu-EOLFDWLRQV� GD� &DOLIyUQLD�� FXMD� ¿-nalidade precípua é salvaguardar e divulgar a história da presença portuguesa na Califórnia, com dezenove títulos publicados, ver-dadeiros registros documentais, não deixam a menor duvida que a sua trajetória por terras da abun-

dância foi abençoada. Sim, por tudo que tem feito em prol das comunidades o Tony Goulart é merecedor de todas as homenagens recebidas em sua vida como recentemente nos Aço-res, no dia da Região,na segunda-feira do Espírito Santo ou como a que acabou de receber - “ Prêmio de Liderança em Serviços Comu-nitários,” num reconhecimento da egrégia associação luso-ame-ricana PALCUS, entidade com expressiva representatividade de portugueses em diferentes esta-dos norte-americanos.(Q¿P��R�RXVDGR�VRQKR�GR�MRYHP�emigrante de São Caetano do Pico se transformou numa inve-jável realidade.

Parabéns Tony Goulart!

O Emigrante de São Caetano do Pico

Lélia Nunes

20 15 de Dezembro de 2011

Mary L. Bettencourt, nascida em 24 de

Dezembro de 1911, em Colusa, Califór-

QLD�� ¿OKD� GH� 0DQXHO� H� 0DULD� $ODPR��emigrantes Portugueses, oriundos da

,OKD�7HUFHLUD��$oRUHV��IDOHFHX�QR�GLD����GH�1RYHPEUR�GH�������HP�&KLFR��&DOL-fornia, com a bela idade de 99 anos.

(UD�YLXYD�GH�$QWRQH�%HWWHQFRXUW�� IDOH-

cido em 1991, com quem contraíu ma-

WULPyQLR�HP�������7DPEpP�VREUHYLYHX�três irmãos, Manuel, Joe e Frank e uma

irmã Dolina.

e�VREUHYLYLGD�SHOR�¿OKR��$QWKRQ\�%HW-tencourt e nora Margaret, de Orland,

&DOLIyUQLD��H�¿OKD�-HDQ��FDVDGD�FRP�5R-

GULJR�$OYHUQD]��GH�%UHQWZRRG��&DOLIyU-

QLD���'HL[D�WDPEpP�D�FKRUDU�D�VXD�PRUWH�dezasseis netos, trinta e um bisnetos, e

quatro trinetos.

6HUYLoRV� IXQHUDLV� WLYHUDP� OXJDU� QR� GLD�10 de Dezembro na Igreja de St. Domi-

nic, em Orland, Califórnia, com Missa

SHODV�������KRUDV��SUHFHGLGD�SRU�WHUoR�jV������GD�PDQKm�3D]�j�VXD�DOPD�H�TXH�'HXV�OKH�Gr�R�GHV-canso eterno.

7ULEXQD�3RUWXJXHVD�HQYLD�VHQWLGDV�FRQ-

dolências a toda a família enlutada.

MARY L. BETTENCOURT

Falecimento

COMUNIDADE

2011

21 PATROCINADORES

22 15 de Dezembro de 2011PATROCINADORES

23PATROCINADORES

24 15 de Dezembro de 2011COMUNIDADE

25COMUNIDADE

Despedida ao Consul em Santa Clara

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Da esq.: Manuel Bettencourt, Manuel Madruga e Maria Fernanda Ricardo representaram os apoiantes; o futuro da nossa comunidade; a ‘nossa’ Vice Consul Manuela Ávila Silveira.

Da esq.: Deolinda Adão da San José State University e UC Berkeley, Idalmiro da Rosa da UPSES de San Diego, Ray Gamma e Al Dutra do Museu Português entregaram lembranças.

Da esq.: Maria Cabral, uma grande senhora da comunidade, entregou uma lembrança; Manuel e Diane Madruga e Maria Isabel Camacho-Santos despediram-se do Consul Geral.

Da esq.: Madalena e Evelina Dias do Coro Juvenil das Cinco Chagas com a mãe; Manuel Azevedo do Restaurante LaSalette de Sonoma; Pedro e Maria Fernanda Ricardo.

Manuel Eduardo e Laurinda Vieira, João de Brito, Nelson Ponta-Garça, Nuno Braga e Roberto Lino.

26 15 de Dezembro de 2011COMUNIDADE

Jantar de Natal do Núcleo Sportinguista do Vale de San Joaquin

Carlos Rocha, MC da noiteEsq: João e Sandra Toste, Presidente do Núcleo Sportinguista do Vale de S. Joaquin, Adriana Toste, Iria e José Manuel Martins, Vice-PresidenteEmbaixo: Beto, ex-jogador e internacional do Sporting

Beto ofereceu a sua camisa # 22, que foi leiloada pelo Presidente do Nucleo, João Toste, que a RIHUHFHX�DR�¿OKR�-RKQQ\��-RVp�0DQXHO�0DUWLQV�IRL�R�OHLORHLUR�GD�QRLWH�FRP�PXLWR�VXFHVVR

Embaixo: Zélia Freitas acompanhada pelos 7 Colinas - Helder Carvalheira, Manuel Escobar e João Cardadeiro. O Jantar realizou-se no Salão do GPS (Gustine)

Em cima: Paulo Filipe, fadista vindo do Canadá.Embaixo: George Costa Junior, uma nova estrela a brilhar

27 PATROCINADORES /COMUNIDADE

Maria João Ávila, Deputada pelo Círculo Fora da Europa, que se encontrava na California, não quiz perder a oportunidade de estar presente neste XI Jantar de Natal do Núcleo Spor-tinguista do Vale de San Joaquin, até porque ela é uma ferrenha sportinguista

Dias Ferreira, depois de dois anos de ausência, voltou à California para participar nesta festa tão "verde" do Vale de San Joaquin. Dois dias depois já estava a falar no programa "Dia Seguinte" da SIC. Embaixo: muitos dos responsáveis pela bonita festa.

28 15 de Dezembro de 2011PATROCINADORES

29

Federação Portuguesa de Futebol Fernando Gomes é o novo Presidente

Fernando Gomes, PresidenteFernando Gomes foi elei-to como o novo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), suce-dendo a Gilberto Madaíl, que sai após 15 anos bem-sucedidos no cargo.

Formado em Economia pela Universidade do Por-to, Fernando Gomes, de 59 anos, é um dirigente experiente no futebol e fez parte da administração do FC Porto em várias áre-as, incluindo marketing, FRPHUFLDO� H� ¿QDQFHLUD��Presidente da Liga Portu-JXHVD� GH� )XWHERO� 3UR¿V-sional (LPFP) desde Junho de 2010, Fernando Gomes foi campeão de basquete-bol ao serviço do Porto no início dos anos 70 – mo-dalidade da qual também foi presidente da Liga, em

1995 e 1996.

Fernando Gomes assume a presidência da FPF com a selecção nacional apurada para o UEFA EURO 2012, que se realiza no próximo Verão. "Este é um mo-mento importante para o

futebol português", disse. "O nosso objectivo vai ser promover o futebol nacio-nal e dar seguimento ao que de bom foi conseguido nos últimos 15 anos." Du-rante esse tempo, Portugal DOFDQoRX�D�¿QDO�GR�8()$�EURO 2004 e as meias-

¿QDLV� GR� 8()$� (852�2000, tendo terminado o Campeonato do Mundo de 2006 em quarto lugar.

in uefa.com

Liga Zon Sagres - 12-12-2011 J V E D PFCPorto 12 9 3 0 30%HQ¿FD� � ��� �� �� �� ��Sporting 12 8 2 2 26SC Braga 12 6 4 2 22Marítimo 12 6 4 2 22Olhanense 11 3 5 3 14Gil Vicente 12 3 5 4 14V. Guimarães 12 4 1 7 13Beira-Mar 12 3 4 5 13Académica 11 4 1 6 13UD Leiria 12 4 0 8 12V. Setúbal 12 3 3 6 12Rio Ave 12 3 2 7 11Feirense 12 2 5 5 11Nacional 12 3 2 7 11P. Ferreira 12 2 2 8 8

Liga Orangina 12-12-2011 J V E D PAtlético 11 6 3 2 21Moreirense 11 6 2 3 20Estoril 11 5 4 2 19Santa Clara 11 5 3 3 18Oliveirense 11 4 4 3 16Leixões 11 5 1 5 163HQD¿HO� � ��� �� �� �� ��Naval 11 4 3 4 15Sp. Covilhã 12 4 3 5 15Desp. Aves 11 3 5 3 14Freamunde 11 3 4 4 13Arouca 11 2 6 3 12U. Madeira 11 3 3 5 12Trofense 12 3 3 6 12Portimonense 11 3 2 6 11Belenenses 11 2 4 5 10

II - Zona Norte - 11-12-2011 J V E D PVarzim 12 8 3 1 27Ribeira Brava 12 7 2 3 23Mac. Cavaleiros 12 5 4 3 19Tirsense 12 5 4 3 19ADFafe 12 6 1 5 19Vizela 12 5 4 3 19Camacha 12 5 3 4 18Ribeirão 12 4 5 3 17Mirandela 12 4 4 4 16Famalicão 12 4 4 4 16Desp.Chaves 12 4 4 4 16Limianos 12 4 4 4 16Lousada 12 4 2 6 14MarítimoB 12 2 6 4 12Merelinense 12 0 4 8 4AD Oliveirense 12 0 4 8 4

II - Zona Sul - 11-12-2011 J V E D PPinhalnovense 12 8 1 3 25Torreense 12 7 3 2 24Oriental 12 7 3 2 24Est.VendasNovas 12 7 2 3 23Fátima 12 6 3 3 21Carregado 12 5 4 3 19Louletano 12 5 3 4 18Mafra 12 4 6 2 18Sertanense 12 5 2 5 171ºDezembro 12 4 3 5 15Monsanto 12 2 6 4 12Moura 12 3 3 6 12Tourizense 12 2 5 5 11Juv. Évora 12 3 1 8 10At. Reguengos 12 2 3 7 9Caldas 12 1 2 9 5

III Divisão - Açores - 11-12-2011 J V E D PLusitânia 10 7 2 1 23Praiense 10 7 1 2 22Santiago 10 5 3 2 18BoavistaS.Mateus10 3 5 2 14Prainha 10 3 4 3 13Sp.Ideal 10 2 6 2 12Guadalupe 10 3 2 5 11U.Micaelense 10 2 4 4 10Fayal 10 1 4 5 7Águia 10 0 3 7 3

in abola.pt

BENFICAUm golo de Óscar Cardozo�� D� FLQFR�PLQXWRV� GR�¿P��TXHEURX�D�UHVLVWrQFLD�GR�0DUtWLPR�H�PDQWHYH�R�%HQ¿FD�a par do FC Porto no topo da Liga portuguesa, enquanto Rio Ave e União de Leiria alcançaram triunfos impor-tantes na luta pela manutenção.Depois de ter visto o FC Porto derrotar o Beira-Mar no ViEDGR�� R�%HQ¿FD�±�TXH� WLQKD� VLGR� HOLPLQDGR�GD�7DoD�de Portugal pelo Marítimo, igualmente no Funchal, há pouco mais de uma semana – voltou a sentir muitas di-¿FXOGDGHV�QD�0DGHLUD�H�DSHQDV�FRQVHJXLX�PDUFDU�D�FLQ-FR�PLQXWRV�GR�¿P��GLDQWH�GH�XPD�IRUPDomR�TXH�DFWXRX�desde os 47 minutos reduzida a dez jogadores, devido à expulsão de Olberdam por acumulação de cartões ama-relos.&DUGR]R�GHVSHUGLoRX�RFDVLmR�ÀDJUDQWH�SRXFR�GHSRLV�GD�meia-hora, ao atirar ao lado com a baliza à sua mercê, na sequência de um cruzamento de Maxi Pereira, mas emendou a desfeita ao surgir no local certo na pequena área e empurrar a bola para o fundo da baliza do Maríti-mo, após alguns ressaltos, fazendo o seu sétimo remate certeiro na prova.2�WULXQIR�SHUPLWLX�DR�%HQ¿FD�YROWDU�D�LJXDODU�R�)&�3RUWR�nos 30 pontos na frente da tabela, o que acontece desde a quinta jornada, ao passo que o conjunto da Madeira vol-tou a perder após o desaire na segunda ronda em Braga e não conseguiu recuperar o quarto posto ao Sp. Braga.Nas outras partidas de domingo, o Leiria derrotou em casa o Vitória de Guimarães, por 1-0, golo de Léo aos 38 minutos, ao passo que o Rio Ave bateu o Gil Vicente por 2-0 perante os seus adeptos, com tentos de Wires e Yazalde em cada uma das partes. Relevante foi tam-EpP�R�HPSDWH�����GR�DÀLWR�)HLUHQVH�QR� WHUUHQR�GR�9L-tória de Setúbal, onde um penalty de Neca (41) anulou a vantagem madrugadora dos visitantes conseguida por Bastien.

PORTOO FC Porto mantém-se seguro na liderança da Liga portuguesa graças à vitória no terreno do Beira-Mar por 2-1, enquanto o Sporting derrotou o Nacional.Em partida da 12ª jornada, o ponta-de-lança chinês Zhang até inaugurou o marcador para a equipa da casa no minuto 33, ao desviar de cabeça na área um livre apontado por Cristiano, mas um pontapé fulminante de James Rodríguez (40), após assistência de Hulk, levou o HQFRQWUR�HPSDWDGR�SDUD�R�LQWHUYDOR��$�UHYLUDYROWD�¿FRX�consumada aos 59 minutos, quando Hulk recebeu um passe de Álvaro Pereira e rematou cruzado com êxito, fazendo o seu sétimo tento na prova.Eliminado a meio da semana da UEFA Champions Le-DJXH��R�FRQMXQWR�GH�9tWRU�3HUHLUD�OLGHUD�D�FODVVL¿FDomR�

FRP����SRQWRV��PDLV�WUrV�GR�TXH�R�%HQ¿FD��TXH�GHIURQWD�o Marítimo, no Funchal, no domingo, e mais quatro re-ODWLYDPHQWH�DR�6SRUWLQJ��WHUFHLUR�FODVVL¿FDGR�H�YLWRULR-so na recepção ao Nacional, por 1-0, graças a um tento apontado por Oguchi Onyewu (22), de cabeça, antes de 'DQLMHO�6WRMDQRYLü�VHU�H[SXOVR�QD�VHJXQGD�PHWDGH�

A ronda arrancou na sexta-feira com a vitória do Sp. Braga em casa sobre o Paços de Ferreira, por 5-2. O avançado brasileiro Lima bisou pelos bracarenses numa partida que marcou também a estreia do treinador Hen-ULTXH�&DOLVWR�QRV�YLVLWDQWHV��~OWLPRV�FODVVL¿FDGRV��&RP�este desfecho, o Braga apanhou o Marítimo.

in uefa.com

SPORTINGO Sporting no Estádio de Alvalade recebeu o Nacional da Madeira e ganhou por 1-0.A primeira parte foi de dominio total do Sporting. Na segunda parte o Sporting não esteve tão bem e não con-seguiu aumentar o resultado.O Nacional, mesmo com 10 elementos, defendeu-se bem na segunda parte e esteve melhor do que o adversário durante algum tempo.2�&DPSHRQDWR� FRQWLQXD� UHQKLGR� FRP�3RUWR� H�%HQ¿FD�empatados em pontos e com o Sporting a espreitar as próximas oportunidades, especialmente no próximo MRJR�FRP�R�3RUWR��TXH� LUi�GH¿QLU�PHOKRU�D�SRVLomR�GR�Sporting.

Tudo na mesma no Campeonato

Ricky van Wolfswinkel, um grande jogador

DESPORTO

30 15 de Dezembro de 2011TAUROMAQUIA

Era para escrever a minha ultima crónica em Abril de 2012, mas pensei que seria justo acabar a minha participação, na Feira que

deveria ser a mais bonita da America, mas que, por descuido de alguns, tem sido uma feira envergonhada, com muitas estórias paralelas, que nada tem a haver com toi-ros. Sinto e já o disse antes, que nestes ulti-mos três anos, voltámos para trás dez anos de festa brava, tal tem sido o descuido, a IDOWD�GH�OLGHUDQoD��D�KLSRFULVLD��D�PD¿RVL-dade de tanta gente. E em vez de coman-darmos os acontecimentos nesta terra que é a nossa, deixamos que estranhos vindos de fora, mandem na nossa festa, que tanto custou a erguer.Levei 20 anos, nesta página, quase sózi-nho, a pregar aos santinhos, para que a nossa festa evoluisse, como aconteceu em tantas terras taurinas. E a verdade é que demos passos importantes nesse sentido -

ganaderos, forcados, artistas locais, ami-JRV�GH�IRUD��D¿FLRQDGRV��GHUDP�R�VHX�PH-lhor durante muito tempo, para tudo quase se perder nestes ultimos anos.Sinto-me orgulhoso de ter mantido quin-zenalmente neste jornal uma página (ou duas) taurina, que nunca falhou, o que nem na Terceira, terra de toiros, alguma vez aconteceu.Decidi que toda a minha escrita sobre as corridas de toiros só se deviam basear na-quilo que eu via na arena, e não o que sabia ou que tinha visto ou ouvido antes.Nunca menosprezei ou falei mal de quem quer que fosse. A minha teoria era de des-crever aquilo que os meus sentidos me di-ziam e não levar-me por amizades.Fui apelidade de borbista, de sousista, de mendonça, de açoriana, de correia, de can-GLVWD�� HQ¿P� GHUDP�PH� WDQWRV� WLWXORV� TXH�eu não merecia. Para quê? Para nada, até porque eles todos eram meus amigos, com H[FHSomR�GR�WHPSR�TXH�¿FDYDP�PDO�FRPL-go. Houve até uma familia de um ganade-UR�TXH�PH�TXL]�SURFHVVDU��(Q¿P�HVWyULDV�antigas.Nestes vinte anos aconteceram muitas coi-sas lindas de recordar. Adorei participar nas Noites Tauromáquicas, um dos espec-táculos mais bonitos feitos na California. Adorei conhecer milhares de pessoas, fa-zer centenas e centenas de amigos, mas também é verdade que alguns ganaderos deixaram de falar comigo durante vários anos.As teorias de alguns deles eram antigas e

não faziam sentido algum. Não posso es-quecer que o nosso Ti Manel de Sousa cos-tumava dizer-me: "Oh José, quando falas mal de um toiro meu, falas mal de mim e da minha família." O que nós nos rimos juntos, passados anos, desta conversa, com o mesmo ganadero do Pico dos Padres.Recordo-me que o nosso amigo Frank Borba era avesso ao microfone, mas o Ti Manel era o contrário dele. Quando o en-trevistávamos tínhamos muitas vezes que lhe dizer que a cassete tinha acabado, por-que ele poderia falar dois ou três dias a eito sobre toiros. Às vezes dizia-nos: "Vai ao carro e traz outra cassete." Ti Manel de Sousa pegou-se comigo um dia porque eu defendia a liberdade de qualquer pessoa poder ser ganadera ou matadora, nesta terra de oportunidades que é a nossa. E tudo isto a propósito do aparecimento em cena da nova ganadaria Açoriana.

Ao voltar para a mesa da festa onde está-vamos juntos e não se apercebendo da pre-sença da minha mulher, em frente a ele, descascou-me de alto abaixo. Chamou-me os mais bonitos nomes que todos sabemos. 1HVVH�GLD�7L�0DQXHO�¿FRX�FRP�XP�EUDoR�negro de tanto a Tia Carolina o acotovelar. Dizem que foi uma cena diabólica. Quan-do cheguei à mesa não notei nada. Tudo estava calmo. Foi no dia de aniversário do Pedro Avila, no Pico dos Padres.Recordo com muita saudade a entrevista TXH�OKH�¿]�XQV�GLDV�DQWHV�GD�VXD�PRUWH��7LR�Manel era um poeta na verdadeira acep-ção do termo e disse-me: "Eu não tenho medo de morrer, tenho medo é de não poder viver".

Recordo também com muita sau-dade os meus amigos Frank Bor-ba e João Mendonça, homens sérios e amigos do seu amigo.

Tive muita pena que o ganadero Manuel da Costa tivesse falecido estando mal co-migo, por causa de um artigo que escrevi a contar as peripécias de outros ganade-ros portugueses que durante anos tiveram pouca sorte com os seus toiros, mas um dia tiveram a coragem de começar tudo de novo. E eu aconselhei-o a fazer o mesmo.O ganadero Joe Souza mais tarde teve a mesma experiência, mas aprendeu a lição com muito proveito.São tantas as recordações de 20 anos que levaria-me a encher as páginas deste jor-nal.Recordo que nestes 20 anos só houve dois

artistas que tiveram a ama-bilidade de me oferecer as suas lides - João Miranda, há muitos anos, na antiga pracita de Thornton e mais recentemente o nosso cava-leiro local, Sário Cabral.Tive a alegria de ver crescer grandes forcados nesta ter-ra da California, de acom-panhar o seu progresso e de ter sido útil em fotografar muitos dos mais importan-tes acontecimentos destes últimos anos.Estive na festa sempre com o intuito de a ver melhorar, de ajudar as pessoas a com-preenderem a importância deste fenómeno social, que um dia poderá ter os seus dias contados.9L� FRP� RUJXOKR� GH� D¿FLR-nado a nossa gente que vai aos toiros, aos poucos e poucos, a aprenderem a diferença do belo e do feio, do bem feito e do mal feito. E todos fomos crescendo juntos a aprender a ver me-lhor a festa.

Vi com muito or-gulho muitas organizações a fazerem coisas bem feitas e vi com tristeza outras que o não

¿]HUDP�H�QXQFD�SHGLUDP�DMXGD�Ainda gostaria de participar numa home-nagem a três importantes entidades que PXLWR� ¿]HUDP� SDUD� � D� QRVVD� IHVWD��0RQ-senhor Fagundes, Matadores José Manuel Pinto e António de Portugal. Os mais no-vos não se recordarão da importância des-tes três homens na nossa festa brava.É altura de dizermos obrigado a eles.Não escreverei mais crónicas de corridas, mas continuarei a escrever sobre toiros, sobre a nossa festa, a defender os nossos forcados, os nossos artistas, os nossos ga-naderos e continuarei a tirar o meu chapéu a todos aqueles que o mereçam.Tenho saudades de ser livre quando vou a uma corrida de toiros, de passear entre as pessoas, de não estar constantemente a to-mar notas dos toiros, dos artistas, dos fer-URV�H�GDV�SHJDV��9RX�¿FDU�OLYUH�FRPR�XP�pássaro a ver as corridas com outros olhos. Não mais me senterei no mesmo lugar de sempre. Vou ver corridas a norte, a sul e oeste e a leste das praças. Agradeço aos meus amigos que me arrumaram sempre um lugar entre eles, nas praças de Stevin-son e Gustine.O futuro está aí e é preciso no entanto ar-ranjar malta jovem que se dedique a escre-ver sobre as nossas corridas. Irei trabalhar no sentido de arranjar alguém que queira este ingrato trabalho de ser o único "crí-tico" da imprensa escrita portuguesa em terra do Tio Sam, tal como eu fui nos últi-mos vinte anos.Diga-se em abono da verdade que eu nun-ca me considerei um crítico, mas sim um D¿FLRQDGR�TXH�WLQKD�KLSyWHVHV�GH�HVFUHYHU�sobre aquilo que gostava. Ser-se crítico de toiros requer outra bagagem técnica que eu não tinha e nunca procurei ter.Adorei ir ao México durante vários anos, até que a corrupção e a vigarice tomaram conta da festa brava daquele importante País de toiros.

Passei uma semana numa das melhores ganadarias mexicanas com o meu amigo e matador Manuel Moreno.Tudo transpirava festa nesses tempos me-xicanos. Uma semana para não ser esque-cida.Vivi com alegria, embora doente, os 50 Anos da Praça de Toiros da Cidade do Me-exico. Foram 3 dias de muita festa, num país rico de história e de beleza que mui-tos tentam destruir a troco do dinheiro das drogas.$� VHQVDomR� TXH� ¿FR� DR� GHVSHGLU�PH� p�contraditória - tanto penso que estes vinte anos se passaram depressa, mas ao mesmo tempo tenho a sensação que estes ultimos vinte anos foram quase uma vida inteira, WDO�D�LQWHQVLGDGH�FRPR�IRL�YLYLGD��D¿FLRQD-damente falando.

Estou agora livre do meu "juramento" de só falar do que vi dentro da arena. Agora posso falar das tristezas e dos malefícios que muita gente tem feito à nossa festa brava. Agora posso encarar de frente os problemas fora da arena, que contados, poucos irão acreditar. Queremos uma festa brava sã de espírito, comedida, leal, frontal e justa. Temos que acabar com os mal intencionados existentes entre nós. O futuro da nossa festa depende da seriedade com que trabalhamos para o bem comum daqueles que pagam a festa, oferecendo os seus donativos para que todos possam usu-fruir dela gratuitamente.

É urgente que gente nova tome conta da festa, sem vícios anteriores, sabendo o que querem, aprendendo com aqueles que lhe queiram ensinar e ajudar.O futuro da Festa Brava vai jogar-se num futuro próximo. Ou temos orgulho naquilo que iremos fazer, ou então que morra a fes-ta brava como sonhada por tantos de nós. A festa brava não vive de meias palavras, vive da acção dos homens bons que ainda os temos neste Vale de San Joaquin.

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Ultima crónica de uma corrida de toiros

20 anos é muito tempo a falar de toirosTiro o meu cha-péu ao meu ami-go José Avila por ter mantido contí-nuamente e durante 20 anos esta página taurina, com as suas crónicas de toiros, vistas através do sen-timento e da visão própria de quem gos-ta de algo tão bonito como a festa brava.

O pai, João Moura foi o que foi - um maestro, mas este "puto" Miguel Moura tem todas as qualidades para ser um grande cavaleiro. Já tinha gostado dele na Corrida da Feira da Graciosa deste ano e agora em duas corridas da Feira de Thornton, demontrou toda a sua classe de um jovem de 15 anos. Que não se perca em "rodrigui-nhos" e aposte sempre na qualidade e na arte de bem tourear, são os nossos desejos.

Um Feliz Natal para todos!

Há sempre um dia para mudar de vida

31

Praça de Toiros S. João 17 de Outubro de 2011

Cavaleiros de alternativa João Moura, Paulo Ferreira e cavaleiro amador Mi-guel Moura.Matador: Sanchez VaraForcados Amadores de Turlock e de MercedDirector: José Sózinho7 toiros da Ganadaria Açoriana

O curro da Açoriana melhor apresentado do que os da primeira corrida, foi, na sua maioria, manso, não dando hipóteses aos artistas de triunfarem.

João Moura, com um toiro distraído e pa-rado, teve um bom segundo comprido.Nos curtos, houve muitas saídas em falso e muita participação dos peões de brega, que por tudo e por nada davam capotazos desnecessários. Moura teve um bom ter-ceiro curto, mas os restantes quatro ferros

foram cravados como se podia, porque o toiro não queria colaborar.Quando temos em praça um dos melho-res cavaleiros do mundo, ao vermos toiros destes, sem codícia, parados, não se reu-nindo, sentimos pena por todos aqueles que encheram a bonita Praça de Thornton.

Os toiros devem ter os seus dias.

O veterano forcado de Turlock David Ma-gina, citou bem, recuou o necessário e fez uma bela pega, com todo o grupo a fechar-se bem.

Paulo Ferreira recebeu um toiro bonito de morfologia com uma bela brega.Tal como tinha acontecido com Moura, Paulo teve que sair várias vezes em falso, porque o toiros adiantava-se. Nos compri-dos nada a referir. O toiro estava muito parado.No primeiro curto teve uma boa tira, com uma certa velocidade por causa do com-portamento do toiro. O segundo e terceiro ferro com bom cite, foram bem cravados, PDV�R�WRLUR�¿FDYD�SDUDGR�GHSRLV�GH�UHFH-ber o ferro, tirando beleza à lide.Paulo Ferreira pouco ou nada podia ter fei-to melhor com este tipo de toiro que nada queria. De referir a boa brega que sempre fez, durante a lide.

Tony Oliveira do Gru-po de Merced (primei-ra foto de cima) fez então a pega da noite. Embarbelou-se bem e o toiro sempre com a ca-

beça alta levou-o até aos companheiros que se aguentaram bem. Esta pega foi premiada como a melhor da II Corrida. Bem merecida.

O matador Sanchez Vara não teve sorte com o seu toiro. No primeiro tércio nada houve, nas bandarilhas, saíu em falso duas

ou três vezes e cravou um ferro ao costado com o toiro parado. E não tentou mais.Os bandarilheiros deram quase uma cen-tena de passes para que o matador tentasse cravar as bandarilhas. Foi um tércio demo-radíssimo sem resultados.Na muleta nada houve a registar. Perdeu-se uma boa oportunidade de se poder apre-ciar um bom matador.Não vou gastar tinta com a segunda parte.

Três toiros que não estavam nos seus dias. Nada quise-ram e os artistas tentaram o que puderam mas nada se conseguiu. Houve um sétimo toiro para o amador Miguel Moura e Nossa Se-nhora quiz que este jovem e atrevido cavaleiro, tives-se um pouco de sorte com o seu toiro, que animou a malta numa noite que esta-va a tornar-se fria.De referir as boas pegas de

Manuel Cabral, António Azevedo "Café" e Anthony Martins (foto abaixo), na segun-da parte da corrida.E assim, acabo com esta crónica, vinte anos a escrevinhar para todos aqueles que gostam de toiros. Deu-me muito gosto, mas é tempo de passar a tocha a gente mais nova. Obrigado pelo carinho e pela amizade que sempre me dedica-ram durante tantos anos.

Feira de Thornton - II Corrida

A minha ÚLTIMA crónica de uma Corrida de Toiros

TAUROMAQUIA

Antonio Azevedo "Café" e matador Sanchez Vara

David Magina e Manuel Cabral

32 15 de Dezembro de 2011ARTES & LETRAS

Na esquina das Ilhas, de Lélia Nunes ou a geografia dos afectos

Victor Rui Dores

Tudo começou na segunda metade do século XVIII, mais precisa-mente entre 1748 e 1756, quando cerca de seis mil açorianos, na

sua maioria oriundos das ilhas Terceira, Graciosa, Pico, Faial e S. Jorge, chegaram ao sul do Brasil.Duzentos e sessenta e três anos após a chegada desses primeiros casais açorianos à ilha de Santa Catarina, a que se juntaram DOJXQV�PDGHLUHQVHV�� ¿FRX� D� VDXGDGH� GRV�TXH�SDUWLUDP�H�D�VDXGDGH�GRV�TXH�¿FDUDP��Ficou, acima de tudo, a sabedoria, a his-tória, o imaginário, a cultura e a memória de um povo.“Açorianidade” rima com “brasilidade” que rima com “multiculturalidade”.Existe hoje, no Estado de Santa Catarina, um milhão e quinhentos mil descendentes GH�DoRULDQRV��1RV�WHPSRV�TXH�FRUUHP�D�ÀRU�laelia purpurata é o símbolo ecológico da ilha de Santa Catarina. E Lélia Pereira da Silva Nunes é o símbolo da convergência de culturas nos dois lados do Atlântico.Observadora atentíssima do real e do fantástico, mulher dos afectos e do diálo-go fraterno, a ela se refere o luminoso e iluminado Eduíno de Jesus nos seguintes termos: “escritora brasileira dos Açores ou açoriana da ilha de Santa Catarina”. Socióloga e etnóloga, descendente de po-voadores açorianos que se estabeleceram no Rio Tubarão, professora do Departa-mento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Catarina, agora aposen-tada, Lélia Nunes tem dedicado a maior parte do seu trabalho à pesquisa e estudo das sobrevivências culturais açorianas no sul do Brasil, com especial incidência no Estado de Santa Catarina. Há, nesta bra-sileira, a necessidade absoluta, vital, de dar testemunho, ela que se considera uma

“açoriana de 263 anos”.Autora de duas obras de referência, Zum-blick, uma história de Vida e Arte (Ed. Senado Federal, Brasília, 1993) e Cami-nhos do Divino, um Olhar sobre a Festa do Espírito Santo em Santa Catarina (Edi-tora Insular, 2007), Lélia Nunes dá agora à estampa Na esquina das Ilhas (Florianó-polis, 2011) que reúne um conjunto de tex-tos publicados desde 2004 e que andavam dispersos por revistas e jornais, havendo

ainda outros inseridos no blogue Comuni-dades (de que é co-autora com a professo-ra Irene Maria Blayer, jorgense radicada no Canadá) do site da RTP/AÇORES.Com apetecível capa de Arlinda Volpato e avisado prefácio do escritor Daniel de Sá, o livro, dividido em duas partes, “Ilhas de Cá” (a ilha de Santa Catarina) e “Ilhas de Lá” (as ilhas açorianas), é atravessado pelos registos da crónica, da memória, do ensaio e da crítica literária. O sortilégio das ilhas habita Lélia. Daí que a sua escrita emane uma profunda ternura, já que as ilhas evocadas são território de

magia, beleza e mistério. A autora capta sensações, impressões, emoções, ideias e estados de alma que lhe deixam esses es-paços ilhéus. Na primeira parte de Na esquina das Ilhas, Lélia fala, com paixão, de Florianópolis, “cidade faceira e mágica”, e desvenda a alma catarinense, lançando olhares his-tóricos sobre o Estado de Santa Catarina, sem nunca descurar as raízes culturais açorianas, estabelecendo pontes, cone-xões e paralelos entre duas vivências e duas maneiras de ser e de estar. Deste modo, a autora tece considerações sobre o substrato açoriano sobrevivente no litoral catarinense, com especial inci-dência para as expressões culturais iden-titárias: as celebrações do Espírito Santo, as crenças religiosas, as festas profanas, as crendices populares, os rituais simbólicos do quotidiano catarinense e açoriano… Lélia recorda o grande Franklin Cascaes, escultor, folclorista e escritor, dá a conhe-cer poetas, escritores, ensaístas e histo-riadores do espaço catarinense (João da Cruz e Sousa, Virgílio Várzea, Juvêncio de Araújo Figueiredo, entre muitos outros) e evoca artistas plásticos incontornáveis: Semy Braga, Vera Sabino, Willy Alfredo Zumblick, Victor Meireles, entre outros. Na segunda parte da obra, temos uma Lé-lia viajante pelas ilhas dos Açores, em ple-na celebração jubilosa da vida, na partilha de afectos, no reencontro das amizades. Sentada a uma mesa do Peter Café Sport, na cidade Horta, logo o pensamento da autora voa para o bar do Arante, no extre-mo sul da ilha de Santa Catarina. Tendo

como livro de referência As Ilhas Desco-nhecidas, de Raul Brandão, Lélia vive a felicidade de dias luminosos com “a ilha em frente”, espia a escrita de autores aço-rianos e sobre eles fala apaixonadamente, Mi�TXH�VH�LGHQWL¿FD�FRP�D�OLWHUDWXUD�GH�H[-pressão açoriana: Daniel de Sá (o tal que escreveu que “Sair da ilha é a pior ma-QHLUD� GH� ¿FDU� QHOD´��� 9LWRULQR� 1HPpVLR��Emanuel Félix, Eduíno de Jesus, João de Melo, Onésimo Teotónio de Almeida, Ur-bano Bettencourt, Dias de Melo, entre ou-tros. Aprecia os ensaios de Mayone Dias, Vamberto Freitas e Diniz Borges. Gosta incondicionalmente da pintura “lírica e onírica” de Tomaz Borba Vieira. Escritora de inspiração cristã, vive, em Ponta Del-gada, a experiência avassaladora de assis-tir à procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres.Este livro é também fruto da correspon-dência internética que a autora mantém com o que chama de “Irmandade Atlânti-ca da escrita”. E, nesta matéria, muito me deliciei a ler “Os CÊS”, quadras que Da-niel de Sá escreveu para Lélia sobre o “c” mudo em português europeu “que perdeu a validade” com o Novo Acordo Ortográ-¿FR��8P�WH[WR�GH�DQWRORJLD�Um Colóquio realizado na ilha da Madei-ra é pretexto para Lélia falar de experiên-FLDV�H�YLYrQFLDV��FRP�ÀRUHVWD�ODXULVVLOYD�H�levadas à mistura, e uma muito oportuna evocação à escritora Maria Aurora Carva-lho Homem, falecida em 2010.Na esquina das ilhas terá, por assim dizer, dois propósitos: dar a conhecer as vozes insulares que se fazem ouvir deste e do outro lado do Atlântico; e consolidar dois PXQGRV� JHRJUD¿FDPHQWH� WmR� GLVWDQWHV�mas culturalmente tão próximos. E tudo isto nos é dado num estilo gracioso e numa escrita elegante e intimista. Leiam Lélia Nunes, catarinense do litoral sul, a lúdica cronista viajante que escreve com luminosa clareza. Eis a Lélia no seu melhor, uma Lélia vin-tage a merecer, por isso mesmo, a nossa melhor atenção.

Em tempo de festa, a Maré Cheia festeja o Natal com o último livro de Lélia Pereira Nunes, Na Esquina das Ilhas. O texto que apresentamos veio do nosso distinto colaborador e amigo, o poeta Victor Rui Dores e um poema de outro distinto amigo, poeta e vizi-nho (como ele diz e muito bem) João-Luís de Medeiros dedicado à autora da obra que hoje destacamos.Já lá vão vários anos que conheço e admiro a Lélia, como é conhecida pe-las pessoas da sua amizade. É uma mulher de garra, cheia de talentos e energia. Em termos académicos, na sociologia, tem um currículo invejável e é uma verdadeira açoriana em terras do sul do Brasil. Este seu novo livro, é mais um testemunho, da sua ligação à literatura e ao mundo açoriano, dentro e fora do arquipélago. Parabéns Lélia, pela publicação de mais uma obra que, certamente, é um contributo importante para a constru-ção da açorianidade que está bem pa-tente nas nossas duas Américas, a tua, a do sul e a minha, a do norte.Aproveito ainda esta oportunidade, já TXH�HVWDPRV�HP�pSRFD�QDWDOtFLD�H�¿P�de ano, para agradecer, muito mesmo, a todos quantos têm colaborado com esta página de arte e letras. É que so-mos a única página literária num jornal de língua portuguesa nos EUA. Esta presença só é possível graças à gene-rosidade dos nossos distintos colabo-radores, à utopia do nosso editor José Ávila e aos leitores que ainda acredi-tam no poder das artes como veículo XQL¿FDGRU�GR�HVStULWR�KXPDQR���Para todos a minha gratidão, a minha amizade e os meus votos sinceros de Boas Festas.

abraços diniz

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

cantata aos atletas do ideal... na vida, o ponta-pé de saídaLJQRUD�R�DSLWR�¿QDO�GD�SDUWLGD���os insultos disparados aos atletas do além lembram setas apontadas ao peito da valentia avessa aos festejos da derrocada do bem... presente! ó presente! ninguém te sen-te...sentimos apenas a brisa de promessasque o provisório nos consente...ó Gente! -- o eco da voz da eternidade

é linguagem que ninguém entende...)

irmã-verdade! não te queremos em saldo

na "feira-da-ladra" da memória...não consintas que a tua sinareceba ordens dos marechais da histó-riamedalhada pelo delírio da rotina...

FKHJiPRV�DR�¿P"�GH�TXH�¿QDOLGDGH"D�QRomR�GH�¿P�p�YtUJXOD�HVTXHFLGDno texto da instantaneidade...presente! -- grão d'areia do mirante humano intervalo sedutor da eternidade...

JLM Novembro, 2007

33PATROCINADORES

Victor Manalo Mayor de Artesia, California

Deseja a toda a ComunidadePortuguesa

Um Feliz Natal e Um Ano Novo Cheio de Prosperidades

34 15 de Dezembro de 2011PATROCINADORES

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36 15 de Dezembro de 2011

Boas Festas e Feliz Ano Novo a todos os assinantes do Tribuna

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Nova Iorque, 02 dez (Lusa) - Os DQXQFLDGRV�FRUWHV�QR�¿QDQFLDPHQWR�ao ensino do português no estran-geiro não deverão afetar os Estados Unidos, onde os custos do ensino da língua são suportados pela comuni-dade luso-americana.Embora tutelando todos os níveis do ensino do português nos Estados Unidos, o Instituto Camões ape-QDV� p� UHVSRQViYHO� ¿QDQFHLUDPHQWH�pelos quatro leitores colocados em universidades norte-americanas, já que o ensino básico e secundário é da responsabilidade das próprias comunidades ou está integrado no ensino público.Historicamente, foram as comuni-dades que organizaram o ensino do português nas suas associações e igrejas, contratando professores em Portugal e responsabilizando-se pelo seu ordenado.A par deste ensino comunitário, sempre existiram algumas escolas públicas norte-americanas que, em zonas de forte concentração de co-munidades portuguesas, oferecem o português como língua estrangeira nos seus currículos.Esta situação contrasta com a da Europa, onde logo após o 25 de abril foram criadas as primeiras coorde-nações do ensino na França e Ale-manha e o Ministério da Educação começou a colocar e a pagar a pro-

fessores para lecionarem português aos luso-descendentes.A primeira Coordenação do Ensino do Português nos Estados Unidos IRL�FULDGD�QRV�¿QDLV�GRV�DQRV�������no consulado de Portugal em Provi-dence, Rhode Island, mas com fun-ções meramente pedagógicas.(VWD�HVWUXWXUD�¿FRX�FRP�D�UHVSRQVD-bilidade de organizar os currículos e fornecer alguns materiais escolares, enquanto que a contratação e paga-mento aos professores eram deixa-dos nas mãos das associações.Acabou por ser substituída no início de 2000 pelo cargo de Conselheiro do Ensino na Embaixada de Portu-gal em Washington, que foi sendo substituído com cada novo Gover-no.Após a eleição de José Sócrates, em 2005, a então titular foi exonerada H�R�FDUJR�¿FRX�YDJR�GXUDQWH�TXDVH�três anos, deixando de prestar apoio às escolas e alunos.As mudanças nas políticas educa-tivas em Portugal acabariam por ditar a extinção deste cargo de Con-selheiro e o regresso ao sistema de coordenações, sendo criadas duas: uma na Costa Leste, no Consulado de Portugal em Boston, e outra na Costa Oeste, na área consular de São Francisco.Com a passagem da tutela do en-sino do português para o Instituto

Camões e a publicação, em 2009, da sua nova lei orgânica, é criada uma Coordenação Geral na Embaixada em Washington, sendo colocado um adjunto em Boston e outro em São Francisco, sistema que vigora desde janeiro deste ano.O presidente da Associação de Pro-fessores de Português dos Estados Unidos e Canadá (APPEUC), Dinoz Borges, disse temer que os cortes anunciados ponham em causa a es-tabilidade da estrutura agora exis-tente."Está a funcionar e a lançar as bases para uma verdadeira reforma no en-sino, baseada na observação e cons-tatação das necessidades concretas no terreno", disse à Lusa o professor de português."Portugal parece não entender que mudanças constantes não são compatíveis com sucesso escolar", acrescentou.

AOL/PDF.Lusa/Fim

&RUWHV�QR�¿QDQFLDPHQWR�DR�HQVLQR�do português no estrangeiro

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38 15 de Dezembro de 2011

Saldos de NatalBacalhau médio $ 5.99Azeite Gallo e SaloioLata de Litro $6.99

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Sabores e Sons dos Açores

O que começou como uma pequena feira gastronómica, para lançar o primeiro livro de receitas portuguesas em inglês, publi-cado pela associação estudantil SOPAS, tornou-se num jantar anual, promovido pela mesma associação estudantil, que tem a participação de cerca de 300 pessoas. O Sabores e sons dos Açores, aconteceu no sábado, dia 19 de Novembro, no refeitório da escola secundária Mission Oak High School, uma das três escolas do ensino secundário em Tulare onde se lecciona a

língua e cultura portuguesa. Aliás, há que salientar que a cidade de Tulare, ir-manada com Angra do Heroísmo há mais de 40 anos, é a única cidade no estado da Califórnia (das que mais de uma escola se-cundária), onde todas ensinam a língua e cultura portuguesas. Este acontecimento tem a particularidade de todas as comidas serem confeccionadas ou pelos pais, em casa, ou pelos professo-res, pais e alunos, na cozinha do refeitório. Tudo é feito ao estilo caseiro e todos os anos os 300 bilhetes esgotam-se rapida-mente. Para além de uma refeição completa, com

três sopas diferentes, os participantes es-colhem entre uma selecção de mais de 20 pratos e sobremesas diferentes.O acontecimento termina com a apresen-tação de algumas modas do folclore aço-riano pelo grupo de alunos de Português-IV da escola Tulare Union. O acontecimento deste ano teve ainda a participação de dois dos cinco membros do "board of education" do distrito escolar.

Pensando a Comunidade-Construindo o Futuro

Com o patrocínio da escola Vitorino Nemésio do Centro Português de Evangelização e Cultura de Tulare, o Instituto de Estudos Açor-Ameri-canos e o Tulare Angrense Atlético Clube, realizou-se na quinta-feira, 1 de Dezembro (dia da restauração da independência em Portugal) o primeiro colóquio Pensando a Co-munidade--Construindo o Futuro. Cerca de 20 pessoas representando cinco organizações da nossa comu-nidade de Tulare estavam presentes e durante cerca de 90 minutos foram discutidos uma amalgama de assun-tos pertinentes à comunidade que temos e que gostaríamos de cons-truir, considerando que a emigração para a zona de Tulare espancou há cerca de 25 anos. Os intervenien-tes neste colóquio indicaram a sua

preocupação no que concerne à passagem no nosso legado cultural. Em discussão estiveram assuntos tão importantes como: o ensino da língua portuguesa, as nossas associações sociais e culturais, a falta de interesse dos mais novos por alguma vi-vências culturais e a necessidade de uma maior e melhor entendimento entre as nos-sas organizações. Neste primeiro encontro, destinado a ou-vir as pessoas com responsabilidades na nossa comunidade, não forma, como é ób-vio, consumadas quaisquer decisões, até porque todas as associações têm os seus corpos directivos com os quais terão de re-

ÀHFWLU�D�FRPXQLGDGH��SRUpP�¿FRX�DVVHQWH�que as organizações presentes iriam, nas VXDV� UHVSHFWLYDV� UHXQL}HV�� UHÀHFWLU� D� FR-munidade e o seu lugar na comunidade, que seria importante começar um novo relacionamento entre as instituições de maior e melhor diálogo inter-institucional e de estudar-se a possibilidade de se criar um novo evento comunitário que fosse pluri-institucional e tivesse como gran-de objectivo celebrar a nossa identidade cultural junto dos outros grupos étnicos que compõem o nosso mosaico humano, a

multiculturalidade americana. Este colóquio faz parte de uma série de eventos culturais, feitos com a colaboração de várias instituições, em que no Outono de 2011 foram realizadas sessões sobre os 750 anos do rei D. Dinis, o acordo orto-JUi¿FR� H� HVWH� 3HQVDQGR� D� &RPXQLGDGH��Construindo o futuro. Estas actividades mensais continuarão nos meses de Janei-ro, Fevereiro, Março, Abril e Maio, com lançamentos de livros, sessões de poesia, FROyTXLRV�UHÀHFWLYRV��HQWUH�RXWURV�WHPDV���

Tulare - uma comunidade sempre em acção

Como é do conhecimento geral, o Cônsul-Geral de Portugal em S. Francisco, An-tónio Costa Moura, regressou a Portugal no dia 10 de Dezembro. Apesar de Tulare ¿FDU� EDVWDQWH� GLVWDQWH� GD� iUHD� GD� EDtD�� R�Cônsul-geral, deslocou-se de propósito à cidade de Tulare para se despedir da co-munidade desta zona. Depois de almoçar com Diniz Borges e Helter Martins, du-rante o qual foram debatidas as nossas co-munidades do estado da Califórnia, desde o ensino da língua e cultura portuguesas, à passagem do nosso legado cultural aos mais novos, passando por intercâmbios desejados e necessários, quer para as co-munidades, quer para Portugal, realizou-

se uma recepção com alguns dos líderes das nossas associações numa das salas do TDES. Durante a recepção, a presidente do CPEC Rosa Silveira agradeceu a presença das or-ganizações e a cortesia do Senhor Cônsul ao vir a Tulare antes da sua partida. Por sua vez, António Costa Moura, disse que a Califórnia o tinha marcado e que tinha sido para ele uma honra ter trabalhado com a comunidade portuguesa desta zona. Para Diniz Borges, esta visita foi extrema-PHQWH�VLJQL¿FDWLYD��SRUTXH�IRL�D�SULPHLUD�vez que um Cônsul geral se deslocou de propósito a Tulare para se despedir da co-munidade.

O Cônsul Despediu-se de Tulare

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40 15 de Dezembro de 2011PATROCINADORES

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Germano Silva e o seu novo relógio monumentalGermano Silva é um relojoeiro e joalheiro português, radicado há décadas em San Jose, Califór-nia. Dele temos falado frequen-temente nos artigos e livros que publicamos e também na Estação &URQRJUi¿FD�

Germano Silva está a trabalhar em mais um relógio monumental. O trabalho de cálculo de todas as peças - feitas por ele, ao torno - começou já há três anos. Agora,

o trabalho avança a olhos vistos, como demonstram as fotos que aqui deixamos.

Quando o novo relógio de Ger-mano Silva estiver pronto, pro-metemos que o traremos aqui, em primeira mão.

Fernando Correia de Oliveira in Estação

Chronographica

Germano Silva - um artista com A grande

Leia mais e veja vídeo so-bre Germano Silva em:

ht tp://aeiou.expresso.pt /v i d e o - o s -f a b u l o s o s -relogios-de-g e r m a n o -silva=f502286

Boas Festas e Feliz Ano Novo

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42 15 de Dezembro de 2011

A Igreja Nacional Por-tuguesa das Cinco Chagas vai realizar a Missa de Natal à meia noite do dia 24 de De-zembro. Como não existe nenhum grupo de Reis, vão-se juntar várias pessoas de vá-rios grupos para can-tarem músicas às 11:30 pm, antes da missa, que será acompanhada pelo Grupo Coral Saudades da Terra.Junte-se a nós can-tando as tradicio-nais canções de Na-tal. Façamos desta Noite uma verdadeita Noite de Paz e Amor.

Não falte e traga os amigos consigo.

Missa de Natal nas Cinco Chagas

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43 ENGLISH SECTION

44 15 de Dezembro de 2011

Realizou-se no dia 3 de Dezembro no Salão de Festas do Turlock o jantar anual dos Forcados do Aposento de Turlock, reunindo não só os forcados como família e amigos.

Realizou-se no dia 10 de Dezembro o jantar de Natal do Portuguese Athletic Club (PAC) de San José. Música dos Lá Fora: Roberto Lino, Nelson Ponta-Garça e Nuno Braga.

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Comunidade em Festas de Natal

A Irmandade do Espírito Santo (I.E.S.) de San José envia saudações natalícias a todos os seus sócios, amigos e comunidade em geral

Esta noite festiva foi de descanso para os Forcados Amadores do Aposento de Turlock, capitaneados por Tony Machado

45 PATROCINADORES

46 15 de Dezembro de 2011

$�&DVD�GR�%HQ¿FD�GH�6DQ�-RVp� California, foi fundada no dia 31 de Janeiro de 1991 por um gru-po de desportistas que sentiram a necessidade de abrir um orga-nização que fosse ao encontro dos seus desejos. Assim nasceu a Casa Numero 21 do Sport Lis-ERD�H�%HQ¿FD�VHQGR�HVWD�VLWXDGD�na California, Oeste dos Estados Unidos.

Esta Agremiação Desportiva, So-cial e Cultural tem servido a co-munidade Portuguesa nestas pa-ragens, quer na preservação dos seus costumes, com actividades desportivas incluindo torneios de sala das mais variedades modali-dades, golfe e futebol. As activi-dades sociais também tem con-tribuindo para o enriquecimento

desta organização com os seus bailes de passagem de ano, festas de aniversário, buffet da Páscoa, almoço do Dia de Mães, como outros eventos levados a efeito na nossa colectividade. Não po-demos esquecer os tradicionais jantares dos sócios nas Quarta-feiras e o jantar das senhoras uma vez por mês. Na Secção Cultural é de salientar o grupo de Danças de Carnaval que tem projectado o nome desta Casa pelo Canadá, Portugal e Califórnia e as suas digressões pelas várias cidades estão gravadas em DVD's que atingem amigos além fronteiras.

Há pouco tempo no seu Salão de Festas exibiram-se os Irmão Se-verinos na apresentação do seu último CD, que foi um sucesso.A Direcção actual é a seguinte:Presidente: José MendesVice Presidente: Joao SoaresTesoureiro: Tony AvilaSecretária: Lisa Marie Sousa

Directores: Irene CorreiaDiamantina MartinsLina HilarioMagda BettencourtSusana AzevedoJorge BernardinoLuis MeloBryan CabeceiraDuarte LoureiroRogerio SilveiraBruno Martins

O seu email é:&DVDGR%HQ¿FD6-#*PDLO�FRPTelefone: 408-293-4200.

$�&DVD�GR�%HQ¿FD�¿FD�VLWXDGD�D�1098 E. Santa Clara Street, San Jose, CA 95116.

A cozinheira actual da Casa do %HQ¿FD� FKDPD�VH�2GtOLD�&DUYD-lho, natural da Figueira da Foz. Está nos Estados Unidos há 26 anos.

LQ�FDVDGREHQ¿FDZHESDJHIRWRV�WULEXQD�SRUWXJXHVD

&DVD�GR�%HQ¿FD�GH�6DQ�-RVp 20 anos de actividade

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47 COMUNIDADE

Um "quase" adeus a José João

Era para ter sido um jantar de despedida para uma reforma EHP�PHUHFLGD��PDV�D�YLGD�HVWi�FLPD�GH�VXUSUHVDV��$¿QDO�IRL�só um jantar de pré-reforma, até porque José João vai conti-nuar a liderar as Estações de Rádio KLBS e KQLB de Los Banos, desta vez em part-time.José João da Encarnação chegou à California em Dezembro de 1979 contratado para trabalhar na KRVE em Los Gatos.Esta estação pertencia à dupla Batista Vieira/Joe Rosa.Passou 12 anos a fazer rádio no Silicon Valley para depois vir para a Estação KLBS de Los Banos há vinte anos.Durante a sua gerência na KLBS, esta estação tornou-se uma das mais ouvidas no Vale de San Joaquin, com programas do agrado da comunidade portuguesa - religiosos, culturais, tauromáquicos, fazendo muitas vezes transmissões directas de muitas das nossas festas tradicionais.

Fotos de Dalberto Santos

Batista Vieira falando àcerca do trabalho que José João tem feito ao longo de 32 anos.Peter Mieuli, Batista e Dolores Vieira, José João e Ana Maria, Tony Goulart, Jorge Pires

Aspecto de uma das mesas do restaurante Sousa, reconhecendo-se Davide e Teresa VieiraLinda Vieira e marido.

Tito Rebelo, companheiro e amigo de José João nas lides radiofónicasAida Barbosa e Rogério Correia, Elsa e Victor Bettencourt

José João agradecendo a todos as palavras de reconhecimento por um trabalho bem feito ao longo de muitos anos, com começo em Angola e passando pela Terceira

José João e esposa Ana MariaEmbaixo: Batista e Dolores Vieira com José João

Aspecto de outra das mesas do restaurante Sousa, reconhecendo-se Joseph e Lina Vieira, Manuel Bettencourt, Sãozinha e Albert Bettencourt

48 15 de Dezembro de 2011ULTIMA PÁGINA