35
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA TIAGO DOS SANTOS BUENO Estudo do processo de mistura do composto de borracha nitrílica (NBR) LORENA 2014

TIAGO DOS SANTOS BUENO - sistemas.eel.usp.brsistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2014/MEQ14029.pdf · 1 TIAGO DOS SANTOS BUENO Estudo do processo de mistura do composto de

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

TIAGO DOS SANTOS BUENO

Estudo do processo de mistura do composto

de borracha nitrílica (NBR)

LORENA

2014

1

TIAGO DOS SANTOS BUENO

Estudo do processo de mistura do composto

de borracha nitrílica (NBR)

Projeto de monografia apresentado à Escola de

Engenharia de Lorena - Universidade de São

Paulo - como requisito para obtenção de título de

Engenheiro Químico

Orientador: Prof. Pedro Carlos de Oliveira

LORENA

2014

2

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia à minha família,

pelo apoio e incentivo que me deram

durante toda minha vida.

E aos meus amigos pela companhia e a

alegria proporcionada durante esses

anos.

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente àqueles que são os grandes responsáveis por tornar possível que eu

conseguisse chegar até aqui, meus pais Adalto e Ivone. A cada tombo estavam juntos,

mesmo que longe, para me ajudar a levantar novamente. A cada vitória comemoravam

comigo. Pela educação que proporcionaram para meu irmão Vitor e eu. A este também

gostaria de deixar um forte agradecimento pelo apoio nesta caminhada.

As minhas amizades construídas pelas cidades e escolas que passei.

Ao meu amigo engenheiro, Edilberto Vieira Júnior, que com seus conselhos

inspiradores e desafios propostos me lembrou da importância de buscar desenvolver as

minhas próprias respostas ao invés de ir atrás das prontas por outros.

Aos meus amigos de trabalho que me ajudaram a desenvolver este estudo, Aurélio

Fortes e Rainner Vasques.

Ao meu orientador do Trabalho de Conclusão de Curso, Pedro Carlos de Oliveira, pela

orientação neste trabalho.

A todos meus professores que tive o prazer de ter aula durante a faculdade e finalmente,

ao Estado de São Paulo, que viabilizou todo o meu aprendizado.

4

EPÍGRAFE

“É difícil dizer o que é impossível,

pois o sonho de ontem é a

esperança de hoje e a realidade de

amanhã”

(Robert H Goddard)

5

Bueno, T. S. Estudo do processo de mistura do composto de borracha nitrílica

(NBR). Projeto de monografia (Trabalho de conclusão de curso) – Escola de

Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013

Resumo

Processos de mistura interna são predominantes na indústria de borracha devido ao seu

menor custo e maior produtividade em relação ao processo de mistura aberta. Todavia,

este processo não atinge o mesmo grau de homogeneidade de dispersão dos

componentes que o processo de mistura aberto. Esse trabalho visa comparar estes dois

métodos de mistura em uma borracha de base NBR e identificar quais fatores podem ser

controlados objetivando a influência da efetividade da mistura no processo produtivo

industrial e nas propriedades do produto final.

6

Lista de Figuras

Figura 1 - Reação de formação do NBR (Gomes,2013) ...............................................11

Figura 2 - Moinho aberto (Caetano,2013) .....................................................................15

Figura 3 - Cisalhamento dos polímeros no “Banbury” (Oliveira, 2010) ......................16

Figura 4 - “Banbury” (Oliveira, 2010) ..........................................................................17

Figura 5 - Reômetro ODR (Guerra,2004) ....................................................................18

Figura 6 - Gráfico de uma análise reométrica (Sirqueira,2006) ...................................18

Figura 7 - Fluxograma do processo de mistura no Banbury .........................................22

Figura 8 - Histograma dos dados de ML obtidos no Banbury ......................................23

Figura 9 - Histograma dos dados de MH obtidos no Banbury .....................................24

Figura 10 - Histograma dos dados de T10 obtidos no Banbury ...................................24

Figura 11 - Histograma dos dados de T90 obtidos no Banbury ...................................25

Figura 12 - Fluxograma do processo de mistura no moinho .........................................26

Figura 13 - Curva Reométrica das amostras 1(Verde) e 2(Vermelha)...........................27

Figura 14- Curva Reométrica das amostras 3(Verde) e 4(Vermelha)............................27

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Lista de alguns dos componentes usados na formulação da borracha...........9

Tabela 2 - Exemplo de composição de borracha............................................................10

Tabela 3 - Tipo e energia de ligação ..............................................................................12

Tabela 4 - Limites dos parâmetros .................................................................................20

Tabela 5 - Valores encontrados nas amostras produzidas em moinho ..........................28

Sumário

7

1. Introdução ................................................................................................................ 9

1.1 Contextualização .............................................................................................. 9

1.2 Justificativa ..................................................................................................... 10

1.3 Objetivo Geral ................................................................................................ 10

1.4 Objetivo específico ......................................................................................... 10

2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................ 11

2.1 Borracha ...................................................................................................... 11

2.2 Agentes Vulcanizantes .................................................................................... 11

2.3 Ativador............................................................................................................ 12

2.4 Aceleradores .................................................................................................... 13

2.5 Cargas e extensores ......................................................................................... 14

2.5.1 Negro de fumo............................................................................................... 14

2.5.2 Cargas brancas ............................................................................................. 14

2.6 Auxiliares de processamento .......................................................................... 14

2.7 Técnicas de mistura ......................................................................................... 15

2.8 Reometria ......................................................................................................... 17

3. Materiais e Métodos .............................................................................................. 20

3.1 Formulações dos componentes para o misturador aberto .......................... 20

3.2 Análise reométrica das amostras produzidas em misturador aberto......... 20

3.3 Análise dos dados ............................................................................................ 20

3.4 Sugestões para melhorias................................................................................ 21

4. Resultados e Discussões ........................................................................................ 22

4.1 Banbury ................................................................................................................... 22

4.1.1 Etapas do Banbury e do Moinho ................................................................ 22

4.1.2 Dados do Banbury ........................................................................................ 22

4.2 Moinho.............................................................................................................. 26

4.2.1 Etapas de produção da borracha no moinho ............................................. 26

4.2.2 Coleta de dados reométricos........................................................................ 26

4.3 Análise dos parâmetros nos dois métodos de mistura ................................. 28

4.3.1 T90 ................................................................................................................. 28

4.3.2 T10 ................................................................................................................. 28

4.3.3 ML ................................................................................................................. 29

4.3.4 MH ................................................................................................................. 29

4.4 Sugestões para melhorias................................................................................ 30

4.4.1 Tempo em que a mistura fica no Banbury ................................................. 30

8

4.4.2 Ordem em que os componentes são adicionados ....................................... 30

4.4.3 Pequenas alterações na quantidade dos componentes .............................. 30

5. Conclusão ........................................................................................................ 31

6. Referências bibliográficas ............................................................................. 33

9

1. Introdução

1.1 Contextualização

A composição da borracha como conhecemos hoje é resultado de um

considerável trabalho e esforço de incontáveis trabalhadores dessa área, desde a

descoberta da vulcanização em 1839 (Charles Goodyear) até os dias de hoje.

Atualmente, para um químico de borracha formular um produto com

determinadas características, ele deve conhecer as propriedades dos materiais que

formam o composto de borracha para que possa calcular as modificações e interações

destes materiais na estrutura da borracha e garantir que o produto especificado seja

alcançado.

Existe uma grande variedade de compostos que podem ser incorporados à

borracha, alguns destes podem ser encontrados na Tabela 1.

Tabela 1 – Componentes utilizados na formulação da borracha

(Adaptado de Evans, 1981)

(1) Borracha a) Natural

b) Sintética

c) Reciclada

(2) Agente de vulcanização a) Enxofre

b) Outros materiais (depende do

polímero)

(3) Ativador a) Inorgânico

b) Orgânico

(4) Acelerador a) Lento

b) Moderado

c) Rápido

(5) Carga a) Negro

b) Não-negro

(6) Amaciantes a) Extensores

b) Auxiliares do processo

10

Usualmente os componentes são definidos como partes por cem de borracha

(PHR – parts per hundred of rubber), portanto, uma formulação básica está

exemplificada na Tabela 2.

Tabela 2 – Exemplo de composição de borracha

Borracha natural 100 PHR

Enxofre 3 PHR

Ativador 2 PHR

Acelerador 1 PHR

Negro de fumo 8 PHR

Antioxidante 2 PHR

1.2 Justificativa

Uma dispersão homogênea não pode ser alcançada na indústria, pois há

limitação de tecnologia, custo e o tempo de processamento é um fator limitante. Desta

forma, o cuidado com a quantidade de matéria-prima a ser adicionada para evitar o

excesso de um componente que poderia resultar em uma especificação acima ou fora da

desejada ou ainda a falta de componentes que poderia levar o composto de borracha a

ser retrabalhado. Ambas as situações não são interessantes para a indústria, pois

envolvem perda de produtividade e de capital.

1.3 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo a análise de todo o processo de mistura, desde a

separação da matéria-prima, até a metodologia de adição no misturador interno com

vistas ao aperfeiçoamento do processo atual, buscando garantir que os compostos de

borracha sejam produzidos dentro dos parâmetros para a aplicação final com redução no

custo de produção.

1.4 Objetivo específico

Fazer uma análise comparativa entre o misturador interno e o misturador aberto.

Espera-se que o misturador interno seja o guia para as propriedades que seriam

esperadas em uma mistura ideal, já que esse proporciona melhor dispersão dos

componentes na borracha.

11

2. Revisão Bibliográfica

2.1 Borracha

A borracha não vulcanizada quando submetida a ação de uma força, tende a

sofrer uma deformação. A partir do momento em que esta força é retirada, a borracha

tende a voltar ao seu estado inicial. Isto se deve ao alto grau de liberdade da molécula,

em que suas moléculas podem mover-se com facilidade.

São materiais poliméricos formados essencialmente por hidrocarbonetos.

Passíveis de reticulação, ou seja, que podem ter suas cadeias livres interligadas através

de ligações covalentes. A borracha não vulcanizada se comporta como um material

termoplástico (Caetano, 2013).

Ex:

SBR (borracha de butadieno estireno)

Formado pelos monômeros butadieno (CH2=CH-CH=CH2) e estireno (C6H5-CH=CH2)

NBR (borracha nitrílica)

Formado pelos monômeros butadieno e acrilonitrila, conforme Figura 1.

C

H

H

C

H

C

H

C

H

Hx

C

H

H

C

H

C Ny

C C

H

H

H

C Ny

C C C C

H

H

H H H

Hx

+

Figura 1 – Reação de formação da NBR (Gomes, 2013)

2.2 Agentes Vulcanizantes

O primeiro a ser usado foi o enxofre, pela Goodyear em 1839, mas outros

compostos também podem ser usados, como peróxidos e óxidos metálicos.

O termo de vulcanização é utilizado para descrever o processo de reticulação, no

qual a borracha reage com produtos químicos, geralmente na presença de calor, para

12

converter o termoplástico em termofixo. Durante este processo temos uma redução do

grau de liberdade das moléculas, que agora passam a formar uma rede tridimensional

elástica. (Caetano,2013)

O enxofre é o agente vulcanizante mais utilizado devido a sua alta reatividade,

possibilitando um maior número de reticulações entre ele e a cadeia carbônica.

Conforme pode ser observado na Tabela 3, a reação mais estável é a ligação

monosulfídica.

Tabela 3 – Tipo e energia de ligação

Tipo de ligação Energia de Ligação

(kJ mol-1)

Si – O 460,6

C – C 343,2

C – O 326,5

C – S – C 276,2

C – S – S – C 226,1

C – Sx – C ( x > 2) < 226,1

Fonte: Caetano,2013

2.3 Ativador

Os principais tipos de ativadores são os óxidos metálicos, sendo o óxido de

zinco o mais usado por apresentar o melhor custo benefício. Os ativadores provocam

um aumento na taxa de vulcanização do composto.

Óxido de zinco, ácido esteárico (ou outro ácido graxo) são geralmente

encontrados em todas as formulações de NBR, SBR, IR(borracha de poli-isopreno),

IRR(borracha butílica), eles são usados como ativadores e produzem uma taxa uniforme

de vulcanização no composto.

Exemplo de funcionamento do ativador:

Óxido de Zinco + Ácido Esteárico → Estearato de Zinco

Estearato de Zinco é solúvel na borracha e facilita a vulcanização (Gomes,2013)

13

2.4 Aceleradores

São materiais que não apenas proporcionam um aumento da velocidade da

vulcanização, mas aprimoram as propriedades da borracha. Além de aumentarem a

velocidade de vulcanização, esses aditivos trouxeram muitas outras vantagens como a

utilização de temperaturas mais baixas e tempos de cura menores.

Uma formulação geral de composto de borracha sintética requer mais acelerador

e menos enxofre do que a borracha natural. Isso acontece porque na cadeia do polímero

há uma proporção de estruturas não vulcanizadas a qual não requer enxofre e em casos

como o SBR, reduz a reatividade das seções de butadieno das cadeias. Também há um

fator importante e uma diferença notável entre SBR e borracha natural com relação à

diferença de velocidade entre as várias classes de aceleradores. Isso é, um acelerador

que pode ser descrito como ultrarrápido em NR(borracha natural) se torna apenas rápido

em SBR. Esses pontos devem ser observados cuidadosamente quando usamos blendas

de NR e SBR. (Kok, 1987)

A maioria das borrachas usam aceleradores orgânicos, mas existem algumas que

usam óxidos inorgânicos como o óxido de zinco para atingir o estado de vulcanização.

Outras como a EPDM (borracha de etileno-propileno-dieno) ocasionalmente utilizam

peróxidos orgânicos, porém estas são exceções.

Ao aumentar a quantidade de acelerador, obtemos mais ligações mono e di-

sulfídicas mas perdemos em termos de propriedades dinâmicas. Por isso é necessário

determinar as concentrações ótimas de trabalho deste componente.

Exemplo de funcionamento do acelerador no composto:

Óxido de Zinco + Ácido Esteárico → Estearato de Zinco

Estearato de Zinco + Acelerador → Sal Complexo

Sal Complexo + Enxofre → Vulcanização

(Adaptado de Costa, H.M; Visconte, L.L.Y; Nunes, R.C.R; Furtado, C.R.G., 2003)

14

2.5 Cargas e extensores

De maneira geral, as cargas podem ser definidas como reforços e não-reforços, e

também em negras e não negras.

2.5.1 Negro de fumo

É um componente formado por cadeias carbônicas, sendo produzido por pirólise

ou combustão parcial de hidrocarbonetos gasosos ou líquidos. O efeito provocado pela

adição do negro de fumo é similar em todas as borrachas. O negro de fumo de grande

área específica, isto é, que apresenta um menor tamanho de partícula, concede melhores

propriedades de reforço principalmente na resistência a tração e resistência à abrasão.

(Gomes,2013)

As propriedades da borracha mudam com a adição de negro de fumo. O reforço

aumenta com o aumento da quantidade de negro de fumo até chegar a um nível ótimo,

após esse nível o reforço começa a diminuir.

Esses efeitos foram comprovados em um estudo em que o negro de fumo da

formulação do composto de borracha foi substituído por nanotubos de carbono, que

nada mais são que nanocompósitos de carbono(Poikelispää,2013). As propriedades de

resistência aumentaram até um determinado teor de nanotubos e acima desse teor houve

um decréscimo nesta propriedade. (Bezerra,2013)

2.5.2 Cargas brancas

Diluição de cargas brancas, como o caolin é praticada para as borrachas comuns,

e muitos bens industriais. Isso não apenas mantém o custo baixo, o que é muito

importante, mas também é um dispositivo para facilitar o processamento do composto,

especialmente as operações de calandragem.(Oliveira,2010)

2.6 Auxiliares de processamento

Agentes peptisantes, amaciantes (óleos e ceras) e plastificantes são comumente

utilizados como auxiliares de processamento. Um auxiliar de processamento participa

de uma ou mais das regras listadas a seguir:

a) Aumenta a velocidade da taxa de separação dos polímeros e também

controla o grau de separação

15

b) Ajuda a dispersar outros componentes na borracha

2.7 Técnicas de mistura

Existem vários equipamentos de mistura que podem ser divididos em 3 grupos:

a) Mistura em moinhos abertos

b) Mistura interna

c) Continuo, automático e/ou mistura em alta velocidade

O resfriamento do equipamento de mistura é de vital importância para que não

ocorra uma pré-vulcanização do composto.

Por razões de velocidade e economia, o processo de mistura interna tem sido o

mais utilizado. Mas a mistura em moinho aberto(Figura 2) ainda é usada para produção

de produtos em pequenas quantidades e também por que garante uma melhor dispersão

dos componentes. Esse fator não pode ser garantido nos misturadores internos.

Figura 2 – Moinho aberto (Caetano,2013)

16

Tanto no moinho aberto como nos equipamentos de mistura interna, deve-se

primeiro “mastigar” os polímeros e quando estes estiverem no estado desejado deve-se

adicionar os outros componentes para a mistura e a dispersão entrarem em ação.

No misturador aberto tipo “Banbury” (Figura 3), a mistura passa diversas vezes

pelo mesmo moinho e só após um certo tempo é que serão adicionados os agentes de

cura, isso impede que haja uma pré-vulcanização do composto.

Dentro do “Banbury” há dois rotores que giram em velocidades diferentes, isso

garante um maior cisalhamento e mistura dos componentes. Os dois processos ocorrem

tanto entre os dois rotores como entre o rotor e a câmara (Figura 4).

Figura 3 – “Banbury” (Oliveira, 2010)

17

.

Figura 4 – Cisalhamento dos polímeros no “Banbury” (Oliveira, 2010)

Uma mistura bem feita pode acabar com a maioria dos problemas de

processamento na fábrica.

Além de criarmos um composto que atenda as propriedades físico-químicas e

com o custo certo, ele tem que ser capaz de ser processado com o mínimo de problemas

nas operações fabris.

2.8 Reometria

São análises baseadas em uma curva que reflete a relação torque vs tempo. A

análise reométrica é um parâmetro para averiguação da qualidade do composto

formado, prevendo se o composto estará dentro das características finais quando

vulcanizado e se poderá ser processado conforme planejado.

A amostra é colocada em uma cavidade termicamente regulada (à temperatura

de vulcanização escolhida) e a resistência oferecida (torque) pelo composto de borracha

a uma oscilação de baixa amplitude (1, 3 ou 5º) de um rotor bicônico (ODR) é medida

em função do tempo. Um reômetro tipo ODR está representado na Figura 5.

(Guerra,2004)

18

Figura 5– Reômetro ODR (Guerra,2004)

Em termos de vulcanização, a análise reométrica pode ser dividida em 3 fases

(indução, cura e pós-cura) e dessas fases podemos extrair diversos parâmetros

importantes. A curva reométrica está representada na Figura 6.

Figura 6 – Gráfico de uma análise reométrica (Sirqueira,2006)

Na indução, temos a preparação do composto para a vulcanização, nesta fase ocorre a

mudança de temperatura, no início temos a temperatura como sendo a mesma do

19

ambiente. Com o passar do tempo a temperatura da borracha aumenta até a chegar a

temperatura de teste e consequentemente a viscosidade (inversamente proporcional a

temperatura) do composto diminui, até chegar ao torque mínimo(ML). A etapa de

indução se encerra ao atingirmos parâmetro conhecido como tempo de pré-vulcanização

ou tempo de segurança (tsx). O tsx é atingido quando torque aumenta após atingir o ML

em 1lbf.in (quando é usado um arco de 1º) ou 2 lbf.in(quando é usado um arco de 3 ou

5º).

O período de cura corresponde ao período de vulcanização. Nesta etapa teremos

o aumento do torque até um valor máximo (MH). Entre o MH e o ML podemos tirar

parâmetros sobre o tempo de vulcanização (tx). O tx é obtido pela Equação 1.

tx = (MH-ML) x + ML (1)

O valor de x varia de 0 a 1, sendo 0 quando a vulcanização não se iniciou e 1

quando esta chegou ao fim.

O período de pós-cura alterar de 3 formas os resultados do torque vs tempo da

borracha estudada. O primeiro é um aumento do torque com o tempo, este efeito

aparece nas borrachas de NBR, nesta há um ligeiro aumento do torque com o tempo. O

segundo é uma estabilização do torque, em que este não se altera com o tempo. E o

último é uma reversão das ligações cruzadas (vulcanização), nesta temos uma redução

do torque com o tempo, este tipo de pós-cura acontece na borracha natural.

(Chough,1996)

20

3. Materiais e Métodos

3.1 Formulações dos componentes para o misturador aberto

Foram formuladas amostras para análise em escala laboratorial, através da

mistura dos componentes no moinho aberto, respeitando a ordem usada no processo

industrial.

Foi usada a mesma formula que é usada nas cargas produzidas no misturador

tipo “Banbury”.

3.2 Análise reométrica das amostras produzidas em misturador aberto

Foram retirados 2 corpos de prova de cada amostra para a análise em um

Reômetro ODR nas mesmas condições especificadas para o composto de borracha que é

produzido no “Banbury”.

3.3 Análise dos dados

Os dados obtidos nas amostras dos compostos de misturador aberto com os

produzidos no Banbury foram comparados através de parâmetros colhidos da curva

reométrica de ambos.

Os parâmetros analisados foram os seguintes:

ML: Representa o torque mínimo da borracha quando a vulcanização é iniciada

MH: Torque máximo do composto vulcanizado; reflete o alcance do maior grau

de reticulação

T10 – Tempo necessário para alcançarmos 10% da vulcanização

T90- Tempo necessário para alcançarmos 90% da vulcanização

Os limites estão determinados na Tabela 4.

Tabela 4 – Limites dos parâmetros

Parâmetros Mínimo Máximo

T10 1,25 1,75

T90 2,27 2,85

ML 8,5 24,5

MH 70,15 114,3

21

3.4 Sugestões para melhorias

Elaboração de um planejamento experimental para melhoria do processo com

alternância das seguintes variáveis do processo:

a) Tempo em que a mistura fica no “Banbury”;

b) Ordem em que os componentes serão adicionados;

c) Pequenas alterações na quantidade de componentes.

22

4. Resultados e Discussões

4.1 Banbury

4.1.1 Etapas do Banbury e do Moinho

Etapas de produção da borracha na indústria estudada:

Figura 7 – Fluxograma do processo de mistura no Banbury

A massa total de componentes adicionados no Banbury é de cerca de 34 kg, cada

componente é separado nas quantidades proporcionais adequadas. Em seguida os

componentes são enviadas para o Banbury e seguem uma determinada ordem para

entrada no mesmo. A etapa de mistura no Banbury dura cerca de 3 minutos. Ao final a

borracha não-vulcanizada é separada em mantas que são resfriadas em água a

temperatura ambiente e uma nova carga é adicionada no Banbury.

Foram retirados corpos de prova de cada carga e estes seguem para o Reômetro

para a realização da análise reométrica, se o resultado for positivo (a amostra está dentro

dos limites) a carga segue para a produção, se for negativo ela volta para a mistura e

será retrabalhada até atingir os padrões. O retrabalho consiste em adições de

determinados componentes, de acordo com a interpretação da curva reométrica.

A borracha é então estrudada na mangueira e segue em carreteis para o autoclave

para passar pelo processo de vulcanização.

4.1.2 Dados do Banbury

Como dito anteriormente, toda carga que sai do Banbury tem uma amostra

retirada e esta segue para análise reométrica, para este trabalho foram coletados 5439

dados de borrachas que foram aprovadas na análise.

Separação da matéria-prima

em quantidades

determinadas

Adição da matéria-prima no Banbury de

acordo com uma ordem e

um tempo para cada

etapa

Borracha é enviada para o autoclave e é vulcanizada

23

Os dados de ML (Figura 7), MH (Figura 8), T90(Figura 9) e T10(Figura 10)

foram analisados no programa MINITAB e estão representados nos histogramas a

seguir:

24222018161412

700

600

500

400

300

200

100

0

ML(lbf.in)

Fre

qu

ên

cia

Histograma do ML

Figura 8 –Histograma dos dados de ML obtidos no Banbury

24

1141081029690847872

500

400

300

200

100

0

MH(lbf.in)

Fre

qu

ên

cia

Histograma do MH

Figura 9 - Histograma dos dados de MH obtidos no Banbury

1,681,621,561,501,441,381,321,26

350

300

250

200

150

100

50

0

T10(min)

Fre

qu

ên

cia

Histograma do T10

Figura 10 - Histograma dos dados de T10 obtidos no Banbury

25

2,842,802,762,722,682,642,602,56

700

600

500

400

300

200

100

0

T90(min)

Fre

qu

ên

cia

Histograma do T90

Figura 11 - Histograma dos dados de T90 obtidos no Banbury

Em todos os quatro parâmetros analisados, há uma certo valor de frequência que

predomina, uma análise destes dados será apresentada na na seção 4.3, onde os valores

ideais serão informados.

26

4.2 Moinho

4.2.1 Etapas de produção da borracha no moinho

Figura 12 – Fluxograma do processo de mistura no moinho

A massa total de cada amostra foi de 1kg e cada componente foi separado em

quantidades proporcionais a fórmula da borracha apresentada. Os componentes são

adicionados no moinho de acordo com a ordem que a produção segue mas o tempo não

é o mesmo. O tempo de mistura no moinho foi de cerca de 15 minutos. As amostras

foram feitas em dias diferentes pois o processo provocava aquecimento nas ferramentas

do moinho e se amostras consecutivas fossem realizadas, poderia haver uma pré-

vulcanização do composto no processo de mistura.

4.2.2 Coleta de dados reométricos

As cargas do moinho aberto foram feitas com um intervalo de uma semana entre

elas. Um dia após a mistura, foram retiradas duas amostras de cada carga e as amostras

foram submetidas a reometria.

As curvas reométricas estão representadas pelas Figuras 11 e 12.

Separação da matéria-prima em

quantidades determinadas

Adição da matéria-prima em partes no

moinho, sem um tempo determinado

27

Figura 13- Curva Reométrica das amostras 1(Verde) e 2(Vermelha)

Figura 14 - Curva Reométrica das amostras 3(Verde) e 4(Vermelha)

Os valores dos parâmetros encontrados no moinho estão representados na Tabela 3.

28

Tabela 4 – Valores encontrados nas amostras produzidas em moinho

Amostra T10a T90b MLc MHd

1 1,68 2,82 14,53 77,72

2 1,70 2,82 14,43 77,12

3 1,65 2,79 15,20 86,83

4 1,72 2,83 15,13 82,53 a tempo para 10% da vulcanização; b tempo para 90% da vulcanização; c torque mínimo; d torque máximo.

Com exceção dos valores de MH, os parâmetros obtidos nas amostras feitas no

misturador aberto estiveram muito próximos umas das outras.

4.3 Análise dos parâmetros nos dois métodos de mistura

4.3.1 T90

Um T90 próximo ao limite superior é a melhor situação para o processo, já que

um maior valor dessa variável significa que o tempo de vulcanização ótimo foi atingido

mais tardiamente, isso é positivo para o processo como um todo pois evita a sobrecura,

período em que a borracha de NBR apresenta um pequeno aumento de torque com o

tempo, não justificando o gasto de energia em relação ao aumento das propriedades.

Nas análises reométricas colhidas das borrachas feitas a partir do Banbury, há

uma grande variedade de tempos obtidos mas houve uma predominância de compostos

com T90 entre 2,70 a 2,75min (90 a 91,5% do tempo de teste)

Já nas análises colhidas através do misturador aberto, os T90 se mostraram

muitos próximos, variando entre 2,79 a 2,83 min (93 a 94,3% do tempo de teste)

Apesar da maioria das amostras apresentarem T90 superior a 2,70, existe uma

quantidade significativa de amostras que apresentam valores inferiores. Isto, além de

aumentar o risco de expor a borracha ao estado de sobrecura, é uma prova de que têm

sido usado uma maior quantidade de acelerador do que a necessária.

4.3.2 T10

Os valores de T10 no misturador aberto apresentaram uma diferença

significativa quando comparados com os do Banbury. Valores baixos de T10

possivelmente são resultados de duas causas: excesso de acelerador ou falta de

retardante.

29

Excesso de acelerador, como no caso do T90, é um desperdício de matéria-prima

e pode levar a amostra a entrar em seu processo de sobrecura.

4.3.3 ML

ML reflete a viscosidade da borracha a temperatura de teste (190°C no caso

estudado). Ela está intimamente ligada a proporção de componentes usadas na mistura,

já que este dado reflete o módulo da borracha não-vulcanizada.

Nas amostras reométricos do Banbury, podemos ver uma grande variedade do

parâmetro, variando desde 8,5 a 24,5 lbf.in. O que significa que durante o processo de

produção não se vem seguindo uma disciplina nas quantidades adicionadas.

As amostras feitas em misturadores abertos apresentaram uma menor variância

de resultados, tendo ML entre 14 e 15. Isto mostra uma maior estabilidade nas amostras

produzidas no misturador aberto e ainda são próximos ao valor de ML de maior

frequência nas amostras do Banbury.

O ideal do ponto de vista econômico seria que o processo alcançasse o menor

valor possível de ML, pois isto significaria uma menor utilização de componentes. Em

geral estes componentes se resumem as cargas e aos plastificantes.

4.3.4 MH

Reflete o torque máximo do composto vulcanizado.

As amostras do Banbury apresentaram grande variância de valores, mas uma

predominância na faixa de 78 a 92 Lb.in.

Os valores do moinho aberto também não se mostraram próximos, ocorrendo

valores com diferenças significativas entre eles.

O ideal do ponto de vista econômico seria que o processo alcançasse o menor

valor possível de MH, pois isto significaria uma menor utilização de componentes. O

MH é influenciado principalmente por dois componentes da formulação: cargas e

enxofre.

30

4.4 Sugestões para melhorias

4.4.1 Tempo em que a mistura fica no Banbury

Aumentar o tempo em que a mistura fica no Banbury significa aumentar a taxa

de dispersão dos componentes na borracha. Essa medida além de alterar a produtividade

do processo, não se mostra eficaz uma vez que os tempos de vulcanizações dos

compostos no Banbury apresentaram menores valores que os mesmos tempos no

moinho. Essa situação tem duas possíveis explicações: o Banbury proporciona uma

mistura melhor que o moinho aberto ou as quantidades adicionadas no Banbury vêm

divergindo das mesmas no misturador aberto. A primeira explicação é improvável pois

o misturador interno(Banbury) apresenta uma menor dispersão do que o misturador

aberto. O que nos leva a segunda causa, algum componente deve estar sendo adicionado

em quantidades acima ou abaixo do especificado na fórmula. Os valores baixos de T90

tendem a ser causados por maiores valores de aceleradores adicionados ao composto.

Isso não se mostrou um grande problema visto que o composto ainda atinge os limites,

mas seria uma economia de componentes o uso da quantidade correta dos aceleradores.

4.4.2 Ordem em que os componentes são adicionados

Esta proposta foi feita antes de conhecer a realidade do processo. Ao conhecer o

processo como um todo, verifica-se que existe uma ordem em que os componentes

devem ser adicionados de forma a facilitar a dispersão e a evitar a pré-vulcanização do

composto, portanto não há como alterar essa ordem.

4.4.3 Pequenas alterações na quantidade dos componentes

As amostras realizadas no misturador aberto mostram que os valores obtidos na

curva reométrica tendem a coincidir com a maior frequência de valores apresentadas

pelo Banbury. Isto leva a conclusão de que não devemos mexer na composição da

borracha uma vez que a fórmula atual já leva a resultados concretos em ambos os

métodos.

31

5. Conclusão

Neste trabalho foram realizados experimentos para comparar o misturador

interno (Banbury) com o misturador aberto (Moinho) e assim estudar as influências do

método de mistura nos parâmetros escolhidos.

Nas empresas onde o processo Banbury é utilizado e não apresenta rejeito no

processo de mistura, uma vez que toda carga antes da vulcanização, pode ser

retrabalhada para ficar dentro dos padrões do mercado.

Teoricamente, o moinho é método que garante uma mistura superior devido ao

seu tempo indeterminado, o que garante uma maior dispersão dos componentes. Porém,

o primeiro modelo do Banbury foi produzido a quase 100 anos atrás, este estudo

comprovou que de lá para cá o mesmo se desenvolveu muito e para o caso da borracha

nitrílica, podemos considerar que, dentro das condições estudadas, o mesmo apresenta a

mesma qualidade de mistura do moinho, além de ter uma produtividade muito maior.

Isso pode ser observado, pois no Banbury a maior frequência dos parâmetros tende aos

mesmos valores encontrados no moinho.

O estudo não permitiu chegar a uma otimização do processo de mistura, uma vez

que as soluções apresentadas não surtiriam efeitos na melhoria do processo. Mas os

dados apresentados levam a uma provável causa para a grande variação de resultados

encontrados, o fator humano.

Em um dia a dia tão corrido, em que metas têm que ser batidas, separar diversos

materiais em uma carga que no final terá 34 kg e em 3 minutos, pode se tornar uma

atividade crítica. Pela convivência em fábrica, sabemos que alguns trabalhadores,

quando não estão sendo supervisionados, tendem a fazer o trabalho de uma forma

menos rigorosa, e isto pode levar a uma variação nas propriedades do composto.

O teor das amostras apresentadas parece refletir essa preocupação da empresa,

Alguns limites dos parâmetros estudados apresentam um grande intervalo entre o valor

mínimo e valor máximo. Isso pode sugerir que num passado este problema foi detectado

e os limites foram aumentados, para aumentar a produtividade do processo, mesmo que

isso significasse um aumento de custo, em razão do uso de componentes em

quantidades superiores as especificadas, mas que não trariam problemas a qualidade do

produto final. Um exemplo disso é a vulcanização, a borracha nitrílica apresenta um

32

ligeiro aumento do torque no período de pós-cura, logo uma carga que chegue nesta

etapa não tem que ser retrabalhada, uma vez que suas propriedades estão praticamente

as mesmas.

33

6. Referências bibliográficas

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