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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTÔNIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA LUCAS ALVES DE SOUZA MAICON TIAGO DOS SANTOS VIGARANI A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO NAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS DE SUPORTE À PRODUÇÃO EM UMA FÁBRICA DE HIGIENE E LIMPEZA LINS/SP 2° SEMESTRE/2012

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTÔNIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA

LUCAS ALVES DE SOUZA MAICON TIAGO DOS SANTOS VIGARANI

A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO NAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS DE SUPORTE

À PRODUÇÃO EM UMA FÁBRICA DE HIGIENE E LIMPEZA

LINS/SP

2° SEMESTRE/2012

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTÔNIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA

LUCAS ALVES DE SOUZA MAICON TIAGO DOS SANTOS VIGARANI

A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO NAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS DE SUPORTE

À PRODUÇÃO EM UMA FÁBRICA DE HIGIENE E LIMPEZA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins para obtenção do Título de Tecnólogo em Logística.. Orientador: Prof. Me. Euclides Reame Junior

LINS/SP

2° SEMESTRE/2012

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Souza, Lucas Alves de S729 A utilização de indicadores de desempenho nas operações logísticas de suporte à produção em uma fábrica de higiene e limpeza / Lucas Alves de Souza e Maicon Tiago dos Santos Vigarani – Lins, 2012.

51 f.: il. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnólogo em Logística) – Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra, 2012. Orientador: Prof. Me. Euclides Reame Junior 1.Logística. 2.Mediação de desempenho. 3.Indiucadores de desempenho logístico. 4.Mercado de higiene e limpeza. I.Vigarani, Maicon Tiago dos Santos. II.Reame Junior, Euclides. III.Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra.. IV.Título.

CDD 658.5

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LUCAS ALVES DE SOUZA MAICON TIAGO DOS SANTOS VIGARANI

A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO NAS OPERA ÇÕES LOGÍSTICAS DE SUPORTE

À PRODUÇÃO EM UMA FÁBRICA DE HIGIENE E LIMPEZA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo em Logística sob orientação do Prof. Me. Euclides Reame Junior. Data de aprovação: _____/_____/__________

___________________________________________ Orientador (Prof. Me. Euclides Reame Junior)

___________________________________________ Examinador (Prof. Me. Sandro da Silva Pinto)

___________________________________________ Examinador (Prof. Me. Silvio Ribeiro)

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Dedicamos a todos nossos familiares, amigos, professores e colegas de sala, em especial ao nosso orientador, que juntos, contribuíram para a conclusão desse trabalho.

LUCAS ALVES DE SOUZA

MAICON TIAGO DOS SANTOS VIGARANI

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AGRADECIMENTOS

Queremos expressar nossos sinceros agradecimentos ao Centro Paula Souza

e ao governo do estado, por oferecer a oportunidade de cursarmos um ensino

superior de qualidade, sem o qual não seria possível a conclusão do mesmo. Ao

Prof. Msc Euclides Reame Junior, nosso orientador, que durante a elaboração de

nosso trabalho de conclusão de curso nos forneceu todo apoio, conhecimento e

paciência necessária para que pudéssemos evoluir como alunos, mesmo em horas

de desânimo e falta de ideias, o mesmo auxiliou-nos na direção certa, motivando a

seguirmos até o fim, e não desistir de nosso objetivo.

Queremos agradecer aos professores que durante o curso contribuíram para

nossa formação acadêmica, e aos colegas de sala, os sinceros agradecimentos por

motivarmos e alegrarmos em momentos de desânimo, nos quais pensamos até em

desistir do curso, sendo as amizades um forte apoio para que prossigamos em

frente, até chegarmos a esse momento.

LUCAS ALVES DE SOUZA MAICON TIAGO DOS SANTOS VIGARANI

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RESUMO

As operações logísticas (OL) de uma empresa são de vital importância para sua sobrevivência nos mercados de atuação, pois proporcionam o contato do produto com o consumidor, gerando através da sua otimização, vantagens e diferenciais competitivos. As OL’s de suporte a produção definida na pesquisa, são a gestão de estoque, movimentação interna e compras, sendo elas responsáveis por auxiliar os processos, influenciando no seu desempenho. Essa influência deve ser mensurada, através de sua medição, com o objetivo de avaliar se as OL’s estão contribuindo para a eficiência e produtividade da empresa. Para sua correta medição, é de vital importância o conhecimento da função da logística na produção e dos indicadores disponíveis para suas operações. No contexto do mercado de higiene e limpeza, o segmento de produção de sabonetes, que é definido na pesquisa como um mercado em expansão, com um crescimento constante, atrai cada vez mais empresas, aumentando assim a competitividade entre elas, e a importância das mesmas diferenciarem-se entre si, oferecendo vantagens competitivas a seus clientes. Essas vantagens podem ser definidas como menor custo, maior qualidade, maior valor agregado, menor tempo de processo e maior eficiência na entrega, sendo elas alcançadas com o correto uso dos indicadores citados no trabalho. Tendo em vista a importância das operações logísticas de suporte a produção, esse trabalho tem como objetivo verificar se a empresa escolhida utiliza indicadores para medir os resultados das mesmas. Para atingir esse objetivo, realiza-se uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso. Atingindo o objetivo proposto, verifica-se que a empresa utiliza alguns indicadores adaptados a sua realidade, sendo que os mesmos os mesmo englobam as OL’s superficialmente. Concluindo o trabalho, indica-se um conjunto de indicadores logísticos a serem adaptados aos seus processos além da capacitação em OL’s de seus gestores e colaboradores. Sendo esse conjunto de informações úteis para a empresa estudada ou outras do setor que busquem melhorar seus processos e seu produto final. Deixando questões em aberto sobre o tema para futuros trabalhos, onde pode-se avaliar a contribuição dos indicadores sugeridos neste. Palavras-chave: Logística. Medição de desempenho. Indicadores de desempenho logístico. Mercado de higiene e limpeza.

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ABSTRACT

Logistics operations (OL) of a company are vital for their survival in the markets, as they provide the product contact with the consumer, generating through its optimization, benefits and competitive advantages. The OL's support production defined in the survey, are inventory management, purchasing and internal movement, they are responsible for assisting the processes, influencing their performance. This influence should be measured through its measurement, in order to assess whether the OL's are contributing to the efficiency and productivity of the company. For its correct measurement, it is vitally important to understand the role of logistics in the production and indicators available for its operations. In the context of the market for hygiene and cleanliness, the production segment of soaps, which is defined in the survey as a growing market, with steady growth, attracting more and more companies, thus increasing competitiveness among them, and their importance differentiate among themselves, offering competitive advantages to its customers. These advantages can be defined as lower cost, higher quality, higher value-added process shorter and more efficient delivery, which were achieved with the correct use of the indicators cited in the work. Given the importance of logistics operations supporting the production, this paper aims to determine whether the chosen company uses indicators to measure their results. To achieve this goal, performed a literature search and a case study. Achieving our objective, it appears that the company uses some indicators adapted to their reality, and they encompass the same the OL's surface. Completing the work identifies a set of indicators to be adapted to logistics processes as well as training in OL's of their managers and employees. Since this set of useful information for the studied or other business sector that seek to improve their processes and their final product. Leaving open questions about the topic for future work, where we can evaluate the contribution of the indicators suggested this. Keywords: Logistics. Performance measurement. Logistics performance indicators. Cleaning and hygiene market.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1 – Top Five maiores empresas do mercado de higiene e limpeza ............ 35

Figura 5.1 – Organograma da empresa .................................................................... 36

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LISTA DE QUADROS

Quadro 3.1 - Relação de indicadores de desempenho na gestão de estoques ........ 28

Quadro 3.2 - Relação de indicadores de desempenho na movimentação interna .... 29

Quadro 3.3 - Relação de indicadores de desempenho do fornecedor ...................... 30

Quadro 5.1 – Desempenho na produção .................................................................. 39

Quadro 5.2 - Relação de indicadores de desempenho indicados ............................. 42

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 4.1 – Faturamento Líquido Anual do Mercado de Higiene e Limpeza .......... 33

Gráfico 4.2 - Crescimento anual do mercado de higiene e limpeza .......................... 33

Gráfico 4.3 – Volume de produção do mercado de higiene e limpeza ...................... 34

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

1 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA ........................... ..................................................... 13

1.1 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA LOGÍSTICA .............................................................. 14

1.1.1 Compras ........................................................................................................... 14

1.1.2 Transportes ...................................................................................................... 15

1.1.3 Embalagem ...................................................................................................... 16

1.1.4 Estoque e armazenagem ................................................................................. 16

1.1.5 Movimentação interna ...................................................................................... 18

1.1.6 Produção e processos ...................................................................................... 18

2 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ....................... .............................................. 20

2.1 DEFINIÇÕES ...................................................................................................... 20

2.2 FUNÇÕES DA PRODUÇÃO ............................................................................... 21

2.2.1 Objetivos de desempenho da produção ........................................................... 22

3 MEDIÇÃO DE DESEMPENHO .............................................................................. 24

3.1 DEFINIÇÕES PARA MEDIÇÃO DE DESEMPENHO .......................................... 24

3.2 CONTRIBUIÇÕES DA MEDIÇÃO DE DESEMPENHO....................................... 24

3.3 O PROCESSO DA MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ............................................ 25

3.4 INDICADORES DE DESEMPENHO ................................................................... 25

4. PRODUTOS DE HIGIENE E LIMPEZA .................. .............................................. 32

4.1 PEQUENO HISTÓRICO SOBRE O SABONETE ................................................ 32

4.2 PANORAMA DO MERCADO DE SABONETES NO BRASIL ............................. 32

5. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 36

5.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ............................................................................... 36

5.2 PRODUTOS COMERCIALIZADOS PELA EMPRESA ........................................ 37

5.3 RESULTADOS ALCANÇADOS .......................................................................... 37

5.4 DISCUSSÕES E COMENTÁRIOS ...................................................................... 40

CONCLUSÃO ......................................... .................................................................. 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ............. ...................................... 49

APÊNDICE B – CARTA DE AUTORIZAÇÃO ................. ......................................... 50

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INTRODUÇÃO

As operações logísticas (OL) de uma empresa são de vital importância para

sua sobrevivência nos mercados de atuação, pois proporcionam o contato do

produto com o consumidor, gerando através da sua otimização, vantagens e

diferenciais competitivos (Bowersox et al (2002) e Ballou (2004)).

Essas operações são definidas por Severo (2006), como: os transportes, as

embalagens, os estoques e armazenagem, a movimentação interna, e os processos

de produção.

Segundo Slack et al (2002), a produção, assim como o transportes, é a

principal área de estudo da logística. Devido à responsabilidade de a mesma

oferecer suporte as atividades produtivas de um processo, acompanhar e estudar

seus resultados.

A produção é definida por Slack et al (2002) como um conjunto de operações

que buscam agregar valor a matéria prima, transformando-a em determinado

produto. Esse conjunto de operações deve ser orientado, de modo que tenha a

função de contribuir para a estratégia da organização.

Essa orientação deverá ser feita por meio de pontos de referência, um

padrão, sendo definido por Barbará (2008) como indicadores, que tem a função de

transformar em números os diversos comportamentos e ações da produção,

permitindo assim dimensionar se estão atingindo ou não os objetivos estratégicos da

empresa.

O uso de indicadores contribui para o aumento da produtividade, da

qualidade, da redução de custos e perdas, da redução de tempos de processos e

para a flexibilidade da planta industrial. Esse conjunto de contribuições, se

alcançados, levam a excelência das operações logísticas na produção, que segundo

Oakland (1994), são a administração dos estoques e movimentação interna.

Neste contexto, a justificativa do trabalho reside na importância da empresa

alcançar um diferencial competitivo, reduzindo seus custos e aumentando a

eficiência e qualidade de seus produtos, algo que é oferecido com o correto uso dos

indicadores de desempenhos. Esse trabalho tem como objetivo verificar em uma

empresa o uso de indicadores de desempenho ou se a mesma utiliza indicadores

específicos para as OL’s. A metodologia utilizada para a elaboração do trabalho é a

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pesquisa bibliográfica e estudo de caso qualitativo. O trabalho está dividido em 5

capítulos. Nos capítulos 1, 2 e 3 realiza-se uma contextualização da logística e suas

operações, da administração da produção e suas funções e da medição de

desempenho. No capitulo 4, expõe-se dados do mercado no qual está inserida a

empresa estudada e no capitulo 5, o estudo de caso.

Na terceira etapa, foi escolhido um estudo de caso qualitativo, selecionando

uma empresa, inserida no mercado de Higiene e Limpeza, na qual foi aplicado um

questionário, com questões de múltiplas escolhas e dissertativas. A empresa foi

selecionada, pela sua participação no mercado de higiene e limpeza, com os

produtos de sua própria marca e a atuação na produção terceirizada para grandes

marcas de sabonetes.

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1 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

Nesse capítulo, relata-se a origem da logística, bem como seu

desenvolvimento, com o objetivo de fazer uma breve contextualização com o tema.

Uma quantidade expressiva de pesquisadores define o termo logística. Um

desses pesquisadores, Ballou (2004, p.25), descreve a seguinte definição:

No inicio da humanidade as mercadorias não eram produzidas no local onde seriam consumidas e muito menos no momento de maior necessidade das mesmas. Fazendo com que as nações vivessem no local onde havia disponibilidade dos produtos necessários para sua sobrevivência e adaptassem suas necessidades ao que o ambiente oferecia.

Conforme o mesmo autor, devido à inexistência de sistemas desenvolvidos de

transportes e armazenamentos, as operações limitavam-se a capacidade humana

do individuo, utilizando suas próprias forças. O termo logística, segundo Holanda

(2010), é definido como “ramo da ciência militar responsável por obter, dar

manutenção e transportar material, pessoas e equipamentos”.

Segundo Souza (2011), a origem do termo logística vem do francês logistique,

que diz respeito ao exército de Napoleão, onde existia um posto de Marechal,

General de Logis1, que era responsável pelo abastecimento das tropas. A partir do

fim desse período de guerras, as organizações notaram a importância da logística

para o sucesso de suas operações, devido a crescente demanda e consumidores

cada vez mais exigentes, levando as mesmas a criarem departamentos específicos

para administrar essa área da empresa.

No entendimento de Ballou (2004), no passado, a logística era estudada por

diversos pesquisadores, porém com um enfoque segmentado, não relacionado os

impactos e resultados como um todo de setores como compras, transportes e

armazenagem.

Com essa mentalidade, segmentada, perde-se muito, pois setores

individualizados, dentro da mesma empresa, resultam na criação de pequenas

células, dentro da principal, criando certa concorrência entre os elos, como cita

1 Em 1670, para solucionar problemas administrativos, foi criada a posição de Marechal General de Logis, cujo título se originou do verbo francês loger, que significar alojar. Entre seus deveres estavam a responsabilidade pelo planejamento das marchas, seleção dos campos e regulamentação do transporte e fornecimento (TIGERLOG, 2012).

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Kerzner (2004). Conforme o mesmo autor, isso poderá ter como a principal

consequência, o aumento do custo total.

Ballou (2004) e Severo (2006), afirmam que o principal objetivo da logística é

entregar o produto no local, hora, quantidade e qualidade certa, ao menor custo

possível. Segundo Severo (2006), no passado, as empresas não levavam em

consideração esse objetivo, tendo muitas vezes prejuízos que poderiam ser evitados

com a correta integração entre os setores da empresa. Porém, com o aumento da

concorrência, o autor entende que, “[...] as empresas passaram a ver de forma

integrada todos os processos logísticos, e a importância da entrega do produto na

hora, quantidade, qualidade e lugar certo, para isso integrar todos os setores da

empresa [...]”.

Para atingir esses objetivos a logística dividiu-se em seis áreas importantes

que são: compras, transporte, embalagens, estoque e armazenagem, movimentação

interna, produção e processos. Severo (2006) cita essa divisão relembrando

novamente que a mesma é somente para definir as áreas de atuação. Por outro

lado, a visão da Logística, como Ballou (2004) cita, deve ser sistêmica, observando

todos os elos e processos.

1.1 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA LOGÍSTICA

A logística atua desde o inicio de uma atividade, participando de seu

processamento, até a entrega do produto final ao cliente. Essa atuação foi dividida

em seis áreas, como descrito na próxima seção.

1.1.1 Compras

Segundo Bowersox et al. (2002), a primeira etapa de qualquer processo, seja

ela de uma fabrica, atacado ou varejo é a aquisição de materiais para o processo

produtivo ou para manutenção da empresa e suas atividades. Todo o processo de

uma empresa depende dessa operação, pois sem matéria prima uma produção

pode chegar a parar e gerar prejuízo, isso sem contar nos altos custos da falta de

mercadorias e seus impactos em um varejo.

Segundo Domingues (2004), a aquisição de materiais é um dos fatores

determinantes para adquirir uma vantagem competitiva, descrevendo que, “[...] para

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vendermos bem, um bom produto a um preço baixo, frente à concorrência, com

boas margens, devemos antes de tudo, efetuarmos uma boa compra [...]”.

Gurgel & Francischini (2002) e Souza (2011), definem a compra, como um

processo definido e padronizado que se inicia com a identificação da necessidade,

passando pela requisição de compra, cadastro de fornecedores, cotações, decisão e

fechamento, pedido de compra e finalmente o recebimento.

Segundo Bowersox et al. (2002), as compras representam os elementos com

expressões de valores monetários componentes dos custos de uma empresa.

1.1.2 Transportes

Uma das mais importantes áreas da logística, devido a sua influência nos

custos, o transporte segundo Bowersox et al. (2002), “é o processo operacional da

logística de mover e alocar geograficamente produtos, pessoas e equipamentos”.

Devido a sua importância reconhecida, hoje quase todas as empresas de pequeno,

médio e grande porte, possuem gerentes responsáveis pela administração desse

processo, buscando a redução dos custos e eficiência do mesmo.

Ainda segundo Bowersox et al. (2002), no ponto de vista logístico o transporte

tem três fatores fundamentais para sua eficiência; custo, velocidade e consistência.

Assim como em todo processo, o transporte a ser escolhido deve ter como objetivo

um menor custo, mas não somente do processo de transportar, mas sim do

processo produtivo como um todo. Pois dependendo das exigências da empresa,

um transporte lento, mas com valor baixo, é o ideal, mas em outros casos em que a

velocidade é importante, o custo já não tem tanta influência.

Segundo estudos de Rodrigues (2007), o transporte de mercadorias pode ser

feitos em diversos modais, sendo eles: rodoviário, aquaviário, aeroviário, dutoviário e

ferroviário. Todos com vantagens e desvantagens relacionados ao tipo de

mercadoria e exigências como tempo, eficiência, frequência, confiabilidade e custo.

Segundo Barat (2007), o modal logístico mais utilizado é o transporte

rodoviário de cargas.

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1.1.3 Embalagem

A embalagem tem papel de destaque em um sistema logístico, tanto que os

produtos, com algumas poucas exceções, são comercializados com algum tipo

delas. A embalagem possui influência nos custos logísticos. Isso está diretamente

adicionado ao preço do produto final, fazendo com que a preocupação com o

planejamento da embalagem em alguns casos, acabe deixando o produto em si, em

segundo lugar. Segundo Ballou (2004), a embalagem deve alcançar os seguintes

objetivos:

• Facilitar a armazenagem e o manuseio do produto

• Promover melhor utilização do equipamento de transporte

• Dar proteção ao produto

• Promover a venda do produto

• Alterar a densidade do produto

• Facilitar o uso do produto

• Proporcionar ao cliente valor de reutilização

Ainda segundo Ballou (2004), dentre todos esses objetivos, é básico também

que as embalagens tenham forma e tamanho ideais para cada produto. O

planejamento da embalagem deve visar o tamanho, dimensões, peso, onde se testa

sua resistência para diversos produtos, com as mais diversas características.

Atualmente a maioria das empresas realizam análises do impacto dos custos de

embalagens no produto final, tendo forte influência nos riscos que os produtos

podem sofrer.

Conforme Banzato (2012), quanto maior a probabilidade de o produto ser

danificado e maiores os riscos das operações dos sistemas logísticos, ou mais alto o

custo do dano, maior a necessidade da proteção da embalagem. Entretanto, através

de testes de desempenhos, é possível reduzir os custos e proteger o produto ao

mesmo tempo.

1.1.4 Estoque e armazenagem

Na época pré-industrial, segundo Bowersox et al. (2002), os estoques

surgiram da necessidade das pessoas de terem seus produtos armazenados. Elas,

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mesmo com os riscos, faziam seus estoques em suas próprias casas. Com o

desenvolvimento dos transportes, a armazenagem passou a ser feitas pelos

varejistas, atacadistas e os fabricantes, que mantinham os seus estoques em

armazéns, onde os produtos eram estocados de acordo com a demanda, e esse

custo repassado no preço final do produto.

Conforme o mesmo autor, apesar da despreocupação com a estrutura e

espaço físico dos armazéns e uma mão-de-obra barata e despreparada, os

armazéns ainda eram um elo muito importante entre produção e mercado. Com o

passar dos anos, as indústrias passaram a ver o armazenamento como uma

estratégia de fornecimento. Passando a implantar armazéns em pontos estratégicos,

a fim de fornecer produtos aos varejistas e atacadistas com custo e tempo

reduzidos. Assim a armazenagem acabou se tornando parte fundamental num

planejamento de just-in-time2.

O objetivo de um estoque numa empresa que trabalha com o planejamento

Just-in-time é reduzir o tempo de estocagem, principalmente nas áreas de produção.

Bowersox et al. (2002), ainda citam que para uma boa gestão, é recomendado

concentrar os estoques de peças em um armazém central a fim de reduzir as

necessidades de vários estoques espalhados na fábrica. A importância da gestão

dos estoques, para as empresas, mudou ao longo dos anos, passando a ser visto

como uma fonte de vantagens competitivas, melhorias nos custos e na logística

interna das empresas. Assim o autor descreve que:

A importância do gerenciamento de estoque e a necessidade de coordenação das decisões de estoque e das politicas de transporte se tornaram evidentes há muito tempo. Infelizmente, gerenciar estoques em cadeias de suprimentos complexas é geralmente uma tarefa muito difícil e pode ter um impacto significativo no nível de serviço ao cliente e nos custos globais da cadeia de suprimentos (KAMINSKY ET AL., 2000, p.143).

Ainda segundo Kaminsky et al. (2000) existem muitas discussões que

envolvem a questão da importância de manter estoques, onde as necessidades nas

maiorias das vezes são definidas através da demanda dos clientes. Isso sempre foi

e sempre será uma incerteza, pois nos últimos anos a crescente troca de produtos

no mercado fez com que houvesse uma redução do tempo de vida dos produtos.

2 Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deva ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa para, assim, evitar custos desnecessários. O termo just in, traduzido, significa na hora certa (SIGNIFICADOS C, 2012).

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Uma das razões se deve ao fato de que no mercado existem muitos produtos

concorrentes, onde para uma boa gestão de estoques, deve-se também tentar

prever as suas demandas, coisa que não é nada fácil. Isso implica muito na decisão

de manter ou não estoques.

Apesar disso, o estoque tem o objetivo de oferecer segurança a uma

organização, dimensionando, segundo Chase et al. (2006), níveis de segurança de

acordo com as variáveis envolvidas, como, tempo de reposição, variação da

demanda ou ponto de pedido. O mesmo autor também cita que devemos levar em

consideração, na gestão dos estoques, os custos de instalações de armazenagem,

manuseio, seguro, furto, quebras, obsolescência, depreciação, impostos e custo por

oportunidade de capital.

1.1.5 Movimentação interna

A movimentação de materiais, segundo Tavares et al. (2008), tem a função de

fazer a ligação entre os setores, máquinas ou processos de uma empresa, podendo

ser feita de forma manual ou através de equipamentos. No caso da movimentação

manual, é o próprio operador que realiza as operações somente com a sua própria

força, sem o auxilio de qualquer tipo de acessório de transporte. Na movimentação

com equipamentos, podem ser usados equipamentos como, empilhadeiras, carros

de carga, entre outros equipamentos.

Segundo o mesmo autor, os dois de movimentação, é amparada por lei, as

chamadas Nr’s (Normas Regulamentadoras) que garantem a segurança do

operador. A movimentação feita por equipamentos também é aparadas pelas Nr’s,

cada uma para um determinado tipo de produto transportado, grau de risco, peso

etc.

1.1.6 Produção e processos

A produção tem o papel de criar, desenvolver e transformar materiais em

produtos ou serviços que realizem funções para determinados clientes. Slack et al.

(2002) define, “[...] produção como a reunião de recursos com o objetivo de produzir

bens e serviços[...]”. O mesmo autor também define que, “[...] a produção é um

conjunto de atividades que busca atender uma necessidade do mercado, com

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19

produtos ou serviços, sendo assim como o transporte umas das principais áreas de

estudo da logística [...]”.

A logística busca entregar o produto certo, na hora certa, ao menor custo

possível, portanto a produção influência uma boa parte desse processo, desde o

desenvolvimento de um produto até a sua entrega no momento certo, bem como a

logística interna dos elementos produtivos e o suprimento de materiais necessários

para todo o processo produtivo.

Segundo Severo (2006), a logística tem um papel muito importante dentro da

função produção, que é dar o suporte a todos às atividades desenvolvidas na

produção e estudando seus resultados e processos buscar melhorias e novas

possibilidades de reduzir custos, mantendo ou melhorando a qualidade do produto

ou serviço final.

A logística está vinculada diretamente com a administração da produção (AP).

Desta forma, o capitulo 2 descreve o estudo da arte sobre a AP.

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20

2 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Nesse capitulo relata-se a importância da produção, frente os objetivos

estratégicos de uma organização, ressaltando suas definições, objetivos e funções.

2.1 DEFINIÇÕES

Segundo Slack et al (2002) e Ritzman & Krajewski (2003), a produção é na

realidade um conjunto de operações e processos, e seu administrador é responsável

por seu projeto, direção e controle.

Segundo Slack et al (2002) a produção são vários processos de

transformações, os chamados outputs, que são definidos como “[...] uso de recursos

para mudar o estado ou condição de algo, para produzir outputs [...]”, que resultam

em um produto final. Assim, a produção é a entrada de matérias primas e recursos,

os chamados inputs, a sua transformação através dos recursos disponíveis, e a

saída do produto transformado, os outputs.

Esse modelo, inputs-transformação-outpus, segundo Ritzman & Krajewski

(2003), pode ser aplicado em qualquer operação ou processo, para melhor

gerenciamento e otimização dos recursos. Alterando somente nos seguintes pontos:

volume, variedade, variação da demanda e visibilidade do output, os recursos

necessários para a transformação e as características dos inputs.

A administração desse conjunto de operações e processos necessita de um

profissional responsável, com visão sistêmica. Slack et al (2002) define esse

profissional como os gerentes de produção e afirma que o gerente é responsável

pelas atividades organizacionais necessárias para a produção de bens e serviços.

Possuindo, segundo o mesmo autor, “[...] Responsabilidade direta sobre algumas

atividades, indireta sobre outras e ampla para reagir a situações emergentes de

desafios na administração da produção [...]”, sendo esses limites definidos pelo

modelo organizacional da empresa em questão.

A maior responsabilidade de um gerente de uma equipe de produção, é saber

o que está se tentando atingir e saber relacionar suas funções e de sua equipe com

os objetivos de longo prazo da organização. Pode-se entender melhor com a

seguinte definição de Slack et al (2002), “[...] isso implica no desenvolvimento de

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uma visão clara de como essa função deve contribuir para o atingimento dos

objetivos organizacionais em longo prazo [...]”.

Ritzman & Krajewski (2003) define também que o gestor é responsável por

transformar os objetivos organizacionais em objetivos de desempenho da produção,

que são definidos pelo mesmo como os seguintes: qualidade, velocidade,

confiabilidade, flexibilidade e custos.

2.2 FUNÇÕES DA PRODUÇÃO

Segundo Slack et al (2002) uma produção deve saber qual a sua contribuição

para os objetivos da empresa, saber qual o seu papel estratégico, o que se espera

de suas atividades e resultados. Sendo essas respostas de vital importância para

qualquer operação.

O mesmo autor define que a função produção tem três principais papéis

frente à estratégia da empresa, são eles o de implementar, apoiar e impulsionar a

estratégia da empresa. A estratégia, segundo Fusco & Sacomano (2007), não pode

ser vista, ou tocada, e sim é possível observar como a produção se comporta frente

a mudanças exigidas pela mesma, sendo esse o primeiro papel da produção, o de

implementar a estratégia.

Segundo Slack et al. (2002), a produção na sua função de apoio, é

responsável por desenvolver os recursos necessários para a empresa atingir seus

objetivos. Segundo o mesmo autor, na sua terceira função, a de impulsionar a

estratégia, ela atua ajudando a atingir e melhorar seus resultados, frente aos

objetivos, gerando assim uma vantagem competitiva.

Segundo Slack et al. (2002), temos um modelo de 4 estágios, desenvolvido

para avaliar a contribuição e evolução da produção nas suas funções frente as

estratégias da empresa. Nesse modelo, foi observado basicamente que o primeiro

estágio representa o momento em que a produção não está atingindo os objetivos, e

sim atrapalhando o resto da empresa.

Segundo o mesmo autor, no 1° estágio, a empresa somente realiza sua

função básica, sem contribuir em nada com a estratégia da empresa, mas sem

atrapalha-la, após, no 2° estágio, onde a produção passa a comparar seu

desempenho com outras do mesmo setor, buscando não ser a melhor, nem a pior, e

sim manter-se na média. No 3° estágio, como cita também Fusco e Sacomano

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(2007) a empresa passa a buscar ser a melhor, usando as informações do 2°

estágio, desenvolvendo métodos para ser a melhor ou estar entre as melhores. No

4° estágio, segundo o mesmo autor, a empresa torna-se pró-ativa e criativa, vendo a

produção como base para o diferencial competitivo, tendo uma visão de longo prazo,

buscando prever mudanças e adaptando seus recursos para os futuros cenários,

Slack et al. (2002) ainda cita que a empresa nesse estágio é inovadora, estando

sempre a frente da concorrência.

2.2.1 Objetivos de desempenho da produção

Como descrito na seção 2.2, os objetivos da produção devem moldar-se a

estratégia da empresa, buscando sempre contribuir para sua implantação, apoio e

impulsão, mas, após definidos os objetivos da produção, eles devem, segundo Slack

et al (2002), ser mensurados, para isso, o mesmo autor criou os objetivos de

desempenho da produção, que é na verdade a tradução em valores da estratégia da

organização.

Segundo Fusco e Sacomano (2007), os objetivos devem avaliar o cenário

atual e indicar o melhor caminho para o melhoramento da produção, assim Slack et

al. (2002), dividi em cinco objetivos, sendo eles: qualidade, rapidez, confiabilidade,

flexibilidade e custos.

O objetivo qualidade, segundo o mesmo autor, significa mais do que produtos

em conformidade, e sim realizar corretamente todos os procedimentos, sendo um

conceito muito variável, dependendo do tipo de operação e estratégia da empresa.

Sendo a qualidade, segundo Ritzman & Krajewski (2003), o objetivo mais visado,

devido ao fato que ele é o único que pode influenciar os outros objetivos.

O objetivo rapidez segundo Slack et al. (2002), significa o tempo que o

consumidor precisa esperar para receber o produto, sendo assim como os outros

moldados a estratégia da empresa, e sendo importante pois a rapidez no processo

também reduz custos de estoques, de processos, além de contribuir para o valor do

produto para o cliente.

O objetivo confiabilidade segundo o mesmo autor é a capacidade da empresa

entregar o produto no prazo prometido, sem atrasos, gerando mais valor para o

cliente e vantagem competitiva para a empresa, além de reduzir custos, tempo e dar

estabilidade ao sistema.

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O objetivo flexibilidade, segundo Ritzman & Krajewski (2003), significa a

capacidade de uma planta industrial, alterar sua linha produtiva, com menor custo e

maior rapidez, sendo divididos por Slack et al. (2002) e Fusco e Sacomano (2007)

como flexibilidade de produto ou serviço, que é a capacidade de mudar o tipo de

produto que esta fabricando, flexibilidade de composto, que é a capacidade de fazer

produtos customizados, flexibilidade de volume, que é a capacidade de fabricar mais

ou menos produtos, sem alterar muito seu custo e a de entrega, que é entregar em

prazos mais curtos ou mais longos, dependendo da necessidade do cliente.

O objetivo custo, segundo Slack et al. (2002) é o ultimo e o mais importante,

pois observando o mercado atual, onde centavos fazem a diferença na venda ou

não do produto, as empresas cada vez mais buscarão reduzi-los. Ainda que a

empresa tenha boas margens de lucro, irá sempre se preocupar com esse objetivo,

pois cada centavo economizado, ira diretamente para o lucro da empresa.

Em todos objetivos, o foco, segundo Fusco e Sacomano, é definir as metas

para que a produção tenha um destino, um objetivo para, assim, contribuir para o

seu desenvolvimento.

Após uma operação produtiva ser projetada, planejada e controlada, segundo

Slack et al. (2002), o papel do gestor ainda não acaba, pois ele tem o objetivo de

buscar sempre o melhoramento constante, para chegar cada vez mais próximo do

objetivo. Para medir o quanto está próximo ou longe, são utilizados indicadores,

aplicados após a medição de desempenho.

O capitulo 3 descreve a medição de desempenho, seus processos e

indicadores disponíveis para a avaliação e definições de ações de melhorias.

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24

3 MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

Este capítulo descreve a importância de mensurar a contribuição da produção

para o alcance dos objetivos da empresa, por meio de indicadores, citando as suas

definições, tipos, e ferramentas para análise de seus resultados.

3.1 DEFINIÇÕES PARA MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

A necessidade de medir surge sempre quando é preciso validar alguma coisa

ou algum resultado. De uma maneira geral, usa-se para medir se algo atende ou não

as expectativas esperadas. Segundo Barbará (2008), existem dois tipos de

medições, as feitas após a atividade e as que são realizadas durante a execução da

atividade. O mesmo autor acredita que ambas tem como base, dados coletados em

campo para a constituição de uma base para que se possa avaliar.

Segundo Barbará (2008), a medição de desempenho também é usada na

indústria, onde é o foco dessa pesquisa. A medição dos processos produtivos é tida

como peça fundamental para uma cadeia produtiva de processo, indicando se as

metas traçadas foram alcançadas ou não. Os indicadores têm a função de servir de

base para assim auxiliar a tomada de decisão pelo gestor, indicando as restrições e

gargalos da unidade produtora.

3.2 CONTRIBUIÇÕES DA MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

Segundo Oakland (1994), as áreas onde o processo de medição atua são:

produtividade, qualidade, custos, entrega, tempo de processos, e flexibilidade. A

medição de desempenho ajuda a estabelecer padrões e normas, para cada uma

dessas áreas, onde o objetivo é sempre medir o desempenho real dos processos, e

chegar próximo ao máximo da sua capacidade produtiva, pois quanto melhor for à

medição, melhor será o seu produto final, buscando sempre eliminar perdas e

maneiras de melhorar os processos como um todo. Tudo isso faz parte de um único

objeto final, que é a satisfação do cliente.

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25

3.3 O PROCESSO DA MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

Segundo Brown et al (1996), os padrões do processo de medição de

desempenho são baseados em: produtividade, tempo de processo, refugo ou perda,

aproveitamento de energia, ganhos ou perdas programados e utilização de matérias-

primas.

Ainda segundo o mesmo autor, esses dados são conhecidos como dados de

processos e tem que ser controlados para o sucesso da medição. Todos passam a

ser contados e julgados, em seguida são classificados e avaliados por critérios

específicos ou com base em opiniões. Os critérios específicos são padrões já

existentes, estabelecidos para cada um dos processos, enquanto que a classificação

e avaliação com base em opiniões é, como o próprio nome diz, se leva em conta

somente a opinião, ou seja, não há padrões ou critérios, somente a comparação dos

produtos, por isso leva desvantagens sobre o outro método.

Segundo Slack et al (2002), o processo de medição é responsável por indicar

o quanto algo está sendo ou não eficiente. Existem cinco objetivos de desempenho,

que indicam isso, sendo eles a qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade e o

custo. A medição descreve se o desempenho alcançado está de acordo com os

objetivos propostos, indicando qual está influenciando negativamente no resultado

final.

3.4 INDICADORES DE DESEMPENHO

Segundo Barbará (2008), os indicadores nada mais são que práticas,

objetivos, regras e números pré-definidos pela própria organização. O autor diz que

os indicadores se parecem mais com uma régua, pois é onde são traçadas as metas

e consequentemente a avaliação que irá descrever se a meta foi atingida.

Entretanto, o autor tem a seguinte ideia:

A utilização isolada de medidas de desempenho não significa absolutamente nada. É impossível dizer se “cinco mil toneladas de aço produzidas” é um bom resultado ou não: tudo depende das finalidades do processo, da estratégia da organização, do preço e do volume da sucata etc., ou seja, dos critérios e das preferências adotadas pelos atores. (BARBARÁ, 2008, P. 300).

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26

Segundo o mesmo autor, para que os resultados da avaliação de

desempenho se transformem em indicadores, é necessário que se leve os

resultados as partes estudadas, para que elas saibam como tudo correu e onde elas

devem se concentrar. Isso é chamado de feedback3.

Segundo Barbará (2008), para que não haja nenhum tipo de mal entendido

quanto ao que cada parte terá que fazer para que o processo possa ser melhorado,

como um súbito aumento na produção, mas de uma maneira que fuja dos padrões

de ordenados da empresa, sugere certo controle sobre as informações, chamado de

metadados, que significa dados sobre dados, onde toda a informação é monitorada

e evita a má interpretação por parte de quem irá executar os processos.

Segundo Slack et al. (2002), um indicador deve ser simples e de fácil

entendimento, comprovado de maneira científica, de forma que se possa confiar,

deve oferecer facilidade na hora de se medir, fácil de comparar a outros indicadores,

ser atualizável, ter base nos requisitos dos clientes, e possuir baixo custo de

implantação. Essas são algumas das características, que indicam um bom indicador.

Segundo Davis et al (2001), existe sete tipos de indicadores de desempenho, são

eles: produtividade, capacidade, qualidade, velocidade de entrega, flexibilidade,

velocidade do processo e por ultimo benchmarking⁴.

O indicador produtividade é utilizado para mensurar o retorno financeiro que a

produção oferece a empresa, como Davis et al (2001, p.123) descreve:

[..] o trabalho é medido em horas, uma construção é medida em metros quadrados, a matéria-prima é medida em quilos, e assim em diante. Assim, seria impossível obter um indicador para o total de entradas do processo, a menos que convertêssemos todas as entradas a um fator comum, como, por exemplo, dinheiro [...].

Slack et al. (2002) define que capacidade é o indicador que mede o quanto a

empresa pode produzir em termos de produto ou serviços. Este indicador é medido

em unidade de tempo e pode variar dependendo do processo. Segundo o mesmo

autor, os indicadores de qualidade tratam do percentual de produtos que

apresentam defeitos ou não conformidades durante o processo, internamente, ou

3 O significado de feedback é utilizado em teorias da Administração de Empresas, quando é dado um parecer sobre uma pessoa ou grupo de pessoas na realização de um trabalho com o intuito de avaliar o seu desempenho. É uma ação que revela os pontos positivos e negativos do trabalho executado tendo em vista a melhoria do mesmo (SIGNIFICADOS B, 2012).

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27

seja, antes do produto ir para o cliente e externamente, quando os defeitos são

percebidos pelo próprio cliente.

Davis et al (2001) define que o indicador flexibilidade, mostra a velocidade

que um processo pode ser transformado em outro, conseguindo fazer produtos

variados. Indica também, o quão bem o processo recebe a adaptação ou a

mudança. Outro ponto que se observa, é quando o processo começa a fazer mais

de um produto ao mesmo tempo, em outras palavras, quanto mais produtos o

processo conseguir fazer simultaneamente, mais flexível ele será.

Slack et al. (2002) define o indicador de velocidade de entrega, como os

índices gerados, entre a capacidade da fabrica entregar o produto e o tempo real

utilizado, a mesma definição é usada para velocidade de processo, sempre

relacionando a capacidade com o realizado, assim gerando índices, ou seja

indicadores. O mesmo autor cita o Benchmarking4, como uma importante

ferramenta, para a busca da melhoria continua na produção por meio dos

indicadores, comparando seus resultados com os concorrentes do mesmo setor.

Autores como Brow (1996), Davis et al (2001), Slack et al (2002) e Barbará

(2008), descrevem vários tipos de indicadores, que podem ser utilizados em uma

empresa. Especificamente para o caso da logística, tema central de nosso trabalho,

todos eles poderiam ser utilizados, mas seria uma abordagem muito complexa,

devido a todas variáveis e setores aplicáveis. Assim estuda-se nesse trabalho o uso

de indicadores para as atividades de suporte a produção, as operações logísticas

denominadas por Bowersox et al. (2002) e Tavares et al. (2008), como a

movimentação interna, gestão de estoques e gestão compras.

Para melhor concepção, elabora-se um quadro com os indicadores

encontrados na literatura pesquisada, o quadro 3.1, separa-se por área de atuação

onde descreve-se na primeira coluna sua nomenclatura, na segunda sua descrição,

na terceira explica-se o método de calculo e finaliza-se com suas melhores praticas

ou metas.

4 Benchmarking é um processo de comparação de produtos, serviços e práticas empresariais, e é um importante instrumento de gestão das empresas. O benchmarking é realizado através de pesquisas para comparar as ações de cada empresa (SIGNIFICADOS A, 2012).

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28

Indicador de Desempenho Descrição Cálculo Melhores Práticas

Tempo de doca para Estoque ou Dock to Stock

Time.

Tempo da mercadoria dadoca de recebimento até asua armazenagem física.

Outros consideram da docaaté a sua armazenagemfísica e o seu registro nossistemas de controle de

estoques e disponibilizaçãopara venda.

Tempo da doca aoestoque ou

disponibilização doitem para venda.

2 horas ou 99,9 % nomesmo dia.

Acuracidade doInventário ou

InventoryAccuracy

Corresponde à diferençaentre o estoque físico e ainformação contábil de

estoques.

Estoque Físico Atualpor SKU / Estoque

Contábil ou EstoqueReportado no Sistema

*100

No Brasil, 95 %. NoJapão atingem 99,95% e nos EUA entre99,75 % a 99,95%.

Ruptura de Estoque ou Stock Outs

Quantificação das vendasperdidas em função da

indisponibilidade do itemsolicitado.

Receita não Realizadadevido à

Indisponibilidade doItem em Estoque (R$)

Variável.

EstoqueIndisponível para

Venda

Corresponde ao estoqueindisponível para venda em

função de danosdecorrentes damovimentação

armazenagem, vencimentoda data de validade ou

obsolescência.

Estoque Indisponível(R$) / Estoque Total

(R$)Variável.

Utilização daCapacidade deEstocagem ou

Storage Utilization

Mede a utilizaçãovolumétrica ou do número

de posições para estocagemdisponíveis em um

armazém.

Ocupação Média em m³ou Posições deArmazenagem

Ocupadas / Capacidade

Total de Armazenagemem m³ ou Número de

Posições *100

Estar acima de 100% é um péssimoindicador, pois

provavelmente indicaque corredores ou

outras áreasinadequadas paraestocagem estãosendo utilizadas.

Visibilidade dosEstoques ou

Inventory Visibility

Mede o tempo paradisponibilização dos

estoques dos materiaisrecém recebidos nossistemas da empresa.

Data e/ou Hora doRegistro da Informação

de Recebimento doMaterial nos Sistemas

da Empresa - Data e/ouHora do Recebimento

Físico

Máximo de 2 horas.

DESEMPENHO NA GESTÃO DOS ESTOQUES

Quadro 3.1 - Relação de indicadores de desempenho na gestão de estoques Fonte: Adaptado de Angelo, L.B (2005).

O mesmo autor define os seguintes indicadores, como a produtividade da

armazenagem, mas os mesmos abrangem a movimentação interna, definindo como

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29

uma atividade única, a movimentação e armazenagem, sendo explicados da mesma

forma da figura anterior no Quadro 3.2:

Indicador de Desempenho Descrição Cálculo Melhores Práticas

Pedidos por Horaou Orders per Hour

Mede a quantidade depedidos separados e embalados /

acondicionados por hora.Também pode ser medido

em linhas ou itens.

Pedidos Separados e/ou

Embalados / Total de Horas Trabalhadas no

Armazém.

Variam conforme otipo de negócio.

Custo por Pedidoou Cost per Order

Rateio dos custosoperacionais do armazém

pela quantidade de pedidosexpedidos.

Custo Total doArmazém / Total dePedidos Expedidos.

Variam conforme otipo de negócio.

Custos deMovimentação eArmazenagem

como um % dasVendas ou

Warehousing Costas % of Sales

Revela a participação doscustos operacionais de umarmazém nas vendas de

uma empresa.

Custo Total doArmazém / Venda

Total.

Variam conforme otipo de negócio.

Tempo Médio deCarga / Descarga

Mede o tempo depermanência dos veículos

de transporte nas docas derecebimento e expedição.

Hora de Saída da Doca- Hora de Entrada na

Doca

Variam conformetipo de veículo, carga

e condiçõesoperacionais.

Tempo Médio dePermanência do

Veículo deTransporte ou

Truck TurnaroundTime

Além do tempo em doca,mede tempos manobra,

trânsito interno,autorização da Portaria,

vistorias, etc.

Hora de Sa ída daPortaria - Hora de

Entrada na Portaria.

Variam conformeprocedimentos da

empresa.

Utilização dosEquipamentos de

Movimentação

Mede a utilização dosequipamentos de

movimentação disponíveisem uma operação de

movimentação earmazenagem.

Horas em Operação /Horas Disponíveis para

Uso *100

Em uso intensivo,com operador

dedicado, mínimo de95 %.

PRODUTIVIDADE DA ARMAZENAGEM

Quadro 3.2 - Relação de indicadores de desempenho na movimentação interna Fonte: Adaptado de Angelo, L.B (2005).

Quanto à gestão de compras, segundo Angelo (2005), os indicadores de

desempenho para essa área, englobam os custos inerentes à aquisição de

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30

mercadorias e a avaliação dos serviços prestados pelos fornecedores. Sobre a

gestão dos custos de aquisição, não foi encontrado indicadores específicos. Sobre a

avaliação dos serviços prestados pelos fornecedores, existem os indicadores

seguintes explicados no quadro 3.3:

Indicador de Desempenho Descrição Cálculo Melhores Práticas

Entregasrealizadas dentro

do prazonegociado

Calcula a taxa deentregas realizadas

dentro do prazonegociado com o

fornecedor.

Número de entregasrealizadas dentro doprazo / Número de

entregas totais.

Entregasdevolvidasparcial ou

integralmente

Corresponde às entregasdevolvidas parcial ou

integralmente devido àalguma falha não

aceitável do fornecedor.

Entregas devolvidasParcial ou

integralmente / Totalde Entregas recebidas(aceitas + devolvidas).

Recebimento deprodutos dentro

das especificaçõesde qualidade

Corresponde aquantidade de produtos

que foram entreguesdentro das

especificações dequalidade previamente

acordadas com ofornecedor.

Produtos recebidosdentro das

especificações dequalidade acordadas

com o fornecedor /Total de produtos

aceitos *100.

Deve ser bem próximo a100%, caso contrário, aempresa está aceitando

produtos fora dos padrõesdesejados (custos extras).

Atendimento dopedido realizado

Reflete se o fornecedorestá entregando a

quantidade de produtossolicitados.

Nº produtos entregues/ nº produtos pedidos

*100.

100 %. Se este indicadorpermanecer por um longotempo abaixo de 100%

significa que o fornecedor não está com capacidade

suficiente para atender ospedidos.

Tempo deentrega dos

produtos

É o tempo que ofornecedor leva paraentregar um pedido.

Data e/ou Hora darealização do pedidoao fornecedor – Datae/ou Hora da entrega

dos produtos.

Varia conforme o negócio.No entanto, o desempenho

do fornecedor influenciadiretamente no estoque da

empresa, ou seja, caso estetempo seja muito longo, aempresa necessita manter

níveis altos de estoque.

DESEMPENHO DO FORNECEDOR

Quadro 3.3 - Relação de indicadores de desempenho do fornecedor Fonte: Adaptado de Angelo, L.B (2005).

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31

Após analisar os métodos de medição de desempenho, e os indicadores

existentes para mensuração das operações logísticas de suporte a produção, faz-se

no capitulo 4 uma breve contextualização do mercado de higiene e limpeza,

especificamente o segmento de produção de sabonetes, foco do estudo realizado.

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32

4. PRODUTOS DE HIGIENE E LIMPEZA

4.1 PEQUENO HISTÓRICO SOBRE O SABONETE

Segundo FREITAS (2009), o primeiro sabonete foi inventado por volta de

1878, na fabrica da Procter-Gamble. Conforme o autor, Harley Procter, que havia

herdado uma fábrica de velas e sabão de seu pai, teve a idéia de produzir um sabão

diferente dos demais que já existiam no mercado, com isso o químico James

Gamble elaborou uma formula de um sabão que inicialmente era chamado de sabão

branco, onde suas principais características eram textura uniforme, muita espuma e

aroma suave.

4.2 PANORAMA DO MERCADO DE SABONETES NO BRASIL

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria

e Cosméticos (2012), o volume de produção de sabonetes teve sua maior alta no

período em 2009, chegando 359.002,50 toneladas e 341.119,59 em 2011. O volume

de suas vendas subiu 54,5% nos últimos cinco anos e no ano de 2011 ultrapassou

os 2,9 bilhões. Com base nessas informações, observa-se que o mercado de

sabonetes vem com uma alta crescente, mesmo que nos últimos anos verifica-se

uma redução considerável em seu crescimento que baixou de 33,1% em 2008, para

4,4% em 2011.

No gráfico 4.1, os dados descrevem um significativo aumento no faturamento

em R$, no intervalo de 2007 a 2009, sendo que entre 2010 e 2011, houve um

crescimento em ritmo menos expressivo. Valores estão expressos em bilhões de R$.

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33

Gráfico 4.1 – Faturamento Líquido Anual do Mercado de Higiene e Limpeza Fonte: ABIHPEC (2012).

Analisando o volume de vendas, em um retrospecto, verifica-se que o

mercado de produção de sabonetes, vem crescendo em um ritmo acelerado, sendo

o pico desse crescimento no período de 2007 a 2009, quando alcançou um

crescimento acumulado de 68,7%, com uma média anual de 23%.

Observa-se, porém a partir de 2010, uma diminuição no ritmo de crescimento,

para 4,4% em 2010 e 5,8% em 2011. Evidencia-se isso no gráfico 4.2:

Gráfico 4.2 - Crescimento anual do mercado de higiene e limpeza Fonte: ABIHPEC (2012).

Conforme a ABIHPEC (2012), observa-se a queda em toneladas, no intervalo

de 2009 á 2011, a produção do mercado de higiene e limpeza sofreu uma queda no

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seu volume em toneladas, como se observa no gráfico 4.3. Volume de produção em

milhares de toneladas:

Gráfico 4.3 – Volume de produção do mercado de higiene e limpeza Fonte: ABIHPEC (2012).

Observa-se que apesar da queda na produção em toneladas do mercado de

higiene e limpeza, houve um constante aumento no volume anual de faturamento do

segmento de sabonetes, evidenciando assim sua estabilidade e crescimento.

Segundo JAKINAS (2008), esse crescimento tornou-se atraente para os olhos

de muitos empresários que, investem o seu dinheiro nesse negócio mesmo sem

nenhum tipo de experiência no segmento. Diante dessa situação, observam-se cada

vez mais novas marcas que entram para competir nesse mercado.

Segundo dados da ABIHPEC (2012), atualmente um grupo de empresas que

juntas representam 25% do total de empresas do setor, dominam cerca de 80% do

mercado nacional. São elas: Água de Cheiro, Avon, BDF Nivea, Bertin/Francis,

Bertin/OX, Bertin/Phytoderm, Bio Extratus, Boniquet, Colgate Palmol, Contem1

Grama, Davene, Ecologie / Bril, Embelleze, Grupo Boticário, GUF, I P E C,

Johnson & Johnson, K C Brasil, Kanitz, LOreal, Mahogany, Mariah, Memphis,

Nasha, Natura, Phisália, Sther, Unilever e Zambon Bernardi.

Segundo AMORIN (2011), a Unilever lidera o ranking nacional de sabonetes

com 48,3%, seguido pela Colgate-Palmolive com 25,2%, Johnson & Johnson com

9,7%, Nivea com 5,9%, Granado com 4,3% e outras marcas com 6,6%. Na figura

4.4, pode-se visualizar a divisão do mercado, segundo a Amorim (2011):

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Figura 4.1 – Top Five maiores empresas do mercado de higiene e limpeza Fonte: Amorim (2011).

A empresa escolhida para o trabalho, segundo dados da ABIHPEC (2012),

possui 6,6% do mercado de sabonetes, com seu próprio produto. E ainda atua na

produção terceirizada para três, dos cincos principais fabricantes do setor, que

devido ao aumento da demanda, não possuem capacidade produtiva para atendê-la.

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5. ESTUDO DE CASO

5.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Um dos segmentos de atuação da empresa estudada está o de higiene e

limpeza, onde com o objetivo de expandir os seus negócios em 2006 foi fundada sua

primeira fábrica de sabonetes. A decisão de investir em sabonetes deve-se ao fato

do grupo de possuir ramificações no setor de higiene e limpeza, sendo os maiores

fabricantes de massa-base e sebo bovino do Brasil, matérias-primas essenciais para

a fabricação de sabonete.

Inicialmente a empresa tinha suas atividades de fabricação de sabonete como

à terceirização de uma marca. Com o desenvolvimento do cenário econômico,

aproveitaram à oportunidade de mercado e adquiram esta marca. Desta forma,

incorporaram ao seu ativo e todos os equipamentos de suas unidades industriais.

Isso ocasionou um aumento em sua capacidade de produção.

Com isso, firmaram contratos de terceirização, com empresas como a

Johnson & Johnson, Nazca e Natura. Mudando sua situação no mercado passando

agora a fazer parte do grupo de empresas, que dominam 75% do mercado, devido

ao fato de produzir produtos para três das cincos maiores empresas do setor.

Na empresa estudada, verifica-se que o seu quadro de colaboradores esta

definida conforme a figura 5.1:

Figura 5.1 – Organograma da empresa Fonte: Empresa (2012).

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5.2 PRODUTOS COMERCIALIZADOS PELA EMPRESA

A empresa atua na fabricação de massa-base, matéria prima essencial para a

produção de sabonetes, a qual uma parte é vendida para outros fabricantes e outra

é utilizada em suas linhas de produção.

No processo de fabricação da massa-base, é gerado um resíduo, chamado

glicerina, utilizado em alguns sabonetes e em outros produtos. Como os sabonetes

produzidos pela empresa não contém esse produto, toda sua produção é vendida

para outras empresas.

Na produção de sabonetes, a empresa atua na fabricação de seus próprios

produtos, além de também atuar na produção terceirizada de sabonetes das marcas

Johnsons, Natura e Nazca. Sua capacidade máxima de produção aproximadamente

é de 6000 toneladas de sabonete mês.

5.3 RESULTADOS ALCANÇADOS

No estudo de caso, em visita a empresa estudada, e elaboração de um

questionário, o qual está anexado a esse trabalho no apêndice A, observa-se um

pequeno conhecimento da atuação da logística e sua função na produção.

A logística segundo o gerente da produção, significa somente a otimização no

transporte entre duas partes, preenchendo sua capacidade máxima. No caso

especifico da produção, o mesmo define que ela tem a função de garantir o fluxo de

saída da fabrica das produções realizadas.

A produção, segundo o gerente da produção, possui a função de industrializar

produtos de acordo com a demanda, dentro da capacidade instalada dos

equipamentos, sendo mensurada sua produtividade e desempenho, em relação a

essa capacidade. Essa medição é realizada por meio de um sistema de Enterprise

Resourcing Planning5 (ERP), que gera automaticamente etiquetas para cada lote

produzido, gerando informações de quantidades, qualidade e horários, para após ser

feita a avaliação.

5 ERP é definido como uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informações entre todas as atividades da empresa como fabricação, logística, finanças e recursos humanos. Um banco de dados único, operando em uma plataforma comum que interage com um conjunto integrado de aplicações, consolidando todas as operações do negócio em um simples ambiente computacional (TEAMSOFTWARE, 2011).

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Essa medição tem o objetivo somente de acompanhar se a maquina esta

produzindo toda sua capacidade, atendendo a produção em seus requisitos de

qualidade, custo e produtividade. Para isso, são utilizados os indicadores

mencionados no quadro 5.1:

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Indicador de Desempenho Descrição Cálculo Melhores Práticas

PERFORMANCECalcula-se o quanto poderia ser

produzido com os recursos disponíveis e o quanto foi produzido realmente.

Produção real / Capacidade

Potencial, se obtem a % de

performance.

Na empresa visitada, a meta que se deve

atingir é de 75 á 79%.

Total de descartes / Produção real, se

obtem a % de perda por qualidade.

Na empresa visitada, a meta de perdas por qualidade é de no máximo 0,25%.

Produção real - descates. Produção real sem descartes /

produção real, se obtem a % de

produtos produzidos sem problemas de

qulidade.

Na empresa visitada, a meta para

produção sem defeito é de 99,75%.

DISPONIBILIDADE

Calcula-se quanto tempo de recursos ou máquinas estava disponivel durante um

determinado periodo de tempo e o quanto desse tempo foi aproveitado.

Produção real / produção possível

com o tempo disponível (Tempo

dísponível descontando

paradas), se obtem a % de

aproveitamento da disponibilidade da

planta.

Na empresa visitada, não existe meta para disponibilidade, pois é a disponibilidade é

somada no OEE.

IEG (ÍNDICE DE EFICIÊNCIA GLOBAL)

Calcula-se a eficiencia levando em conta as perdas por diponibilidade,

desempenho e qualidade.

Multiplica-se os indices de

disponibilidade x eficiência x

qulidade. Despois de encontrado o

valor você terá a % do IEG.

Na empresa visitada, a meta que se deve

atingir é de 80%.

DESEMPENHO NA PRODUÇÃO

QUALIDADE

Calcula-se o quanto foi perdido por descarte referente a reprovação de

produtos pelo setor de Qualidade e o quanto foi produzido sem defeito.

Quadro 5.1 – Desempenho na produção Fonte: Empresa (2012).

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Esses indicadores são analisados de acordo com sua eficiência de atingir a

capacidade máxima, e assim indicando onde a produção está deixando de atingir as

metas, definindo assim o alvo das ações de melhorias. Essas ações envolvem a

manutenção, produção e qualidade, onde é montado um grupo que analisa e define

qual ação deverá ser tomada. Sendo esse grupo formado por colaboradores dos

setores acima mencionados.

Além disso, é utilizada a gestão a vista para acompanhar o desempenho

realizado em relação à meta estipulada, indicando ao gestor e aos colaboradores,

índices que estão fora das metas, sendo possível o uso de ações proativas para

regularizar o mesmo.

Especificamente para a logística não é utilizado nenhum tipo de indicador,

apenas são utilizados alguns para medir a atividade da produção, e não as

operações de suporte as mesmas.

5.4 DISCUSSÕES E COMENTÁRIOS

Após realizar-se essa pesquisa bibliográfica e verificar suas aplicações por

meio de um estudo de caso verificam-se algumas questões sobre o tema, que serão

respondidas no desenvolver desses comentários, sendo que algumas poderão servir

como base para futuros trabalhos científicos em relação à aplicação da logística

como uma operação de suporte a produção, e sua correta avaliação de

desempenho.

Em relação à empresa estudada, verifica-se que a mesma não possui um

sistema de medição de desempenho para a logística, não utilizando nenhum

indicador especifico para esse fim.

A principal justificativa encontrada é a falta de conhecimento dos gestores

sobre a real função da logística e suas operações, sendo que ao serem

questionados informaram ser, na sua concepção, a gestão eficiente da operação de

transportes entre dois pontos, com o menor recurso possível.

No caso especifico da produção, o gerente define que ela tem a função de

garantir o fluxo do transporte na saída da fabrica das produções realizadas, sendo

esse a função primária da logística, desconsiderando assim as suas operações de

suporte a produção, que são a gestão de estoque, movimentação interna e compras.

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41

Verifica-se, portanto, que o processo de medição de desempenho da fabrica,

englobam somente a produção, comparando basicamente se a capacidade total esta

sendo alcançada, atendendo os requisitos de qualidade, custo e produtividade.

Os indicadores disponíveis são mencionados no trabalho na figura 5.2.

Observa-se que é mensurada a qualidade, e utilizado dois indicadores que medem a

produtividade, finalizando com um índice geral da planta industrial, o Índice de

Eficiência Global (IEG), o qual gera um índice do produto dos indicadores

mencionados, resultando em um geral, que indica as áreas que devem ser

melhoradas.

O gerente de produção afirma que o principal problema da empresa, está no

tempo de troca de matéria prima nas máquinas e na reposição das mesmas, além

das paradas para manutenção. Esses fatores segundo o mesmo levam a perda de

produtividade.

Essas operações, nada mais são do que operações logísticas, ou possuem

sua atividade ligada à logística. Analisando o cenário atual da empresa,

recomendamos à adoção de indicadores, que sejam capazes de medir o

desempenho das atividades logísticas de suporte a produção, sendo eles

exemplificados no quadro 5.2:

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Indicador de Desempenho Descrição Cálculo Melhores Práticas

Ruptura de Estoque ou Stock Outs

Quantificação das vendasperdidas em função da

indisponibilidade do itemsolicitado.

Receita não Realizadadevido à

Indisponibilidade doItem em Estoque (R$)

Variável.

EstoqueIndisponível para

Venda

Corresponde ao estoqueindisponível para venda em

função de danosdecorrentes damovimentação

armazenagem, vencimentoda data de validade ou

obsolescência.

Estoque Indisponível(R$) / Estoque Total

(R$)Variável.

Visibilidade dosEstoques ou

Inventory Visibility

Mede o tempo paradisponibilização dos

estoques dos materiaisrecém recebidos nossistemas da empresa.

Data e/ou Hora doRegistro da Informação

de Recebimento doMaterial nos Sistemas

da Empresa - Data e/ouHora do Recebimento

Físico

Máximo de 2 horas.

Pedidos por Horaou Orders per Hour

Mede a quantidade depedidos separados e

embalados /acondicionados por hora.Também pode ser medido

em linhas ou itens.

Pedidos Separados e/ouEmbalados / Total de Horas Trabalhadas no

Armazém.

Variam conforme otipo de negócio.

Custo por Pedidoou Cost per Order

Rateio dos custosoperacionais do armazém

pela quantidade de pedidosexpedidos.

Custo Total doArmazém / Total dePedidos Expedidos.

Variam conforme otipo de negócio.

Utilização dosEquipamentos de

Movimentação

Mede a utilização dosequipamentos de

movimentação disponíveisem uma operação de

movimentação earmazenagem.

Horas em Operação /Horas Disponíveis para

Uso *100

Em uso intensivo,com operador

dedicado, mínimo de95 %.

Entregasrealizadas dentro

do prazonegociado

Calcula a taxa deentregas realizadas

dentro do prazonegociado com o

fornecedor.

Número de entregasrealizadas dentro doprazo / Número de

entregas totais.

Recebimento deprodutos dentro

das especificaçõesde qualidade

Corresponde aquantidade de produtos

que foram entreguesdentro das

especificações dequalidade previamente

acordadas com ofornecedor.

Produtos recebidosdentro das

especificações dequalidade acordadas

com o fornecedor /Total de produtos

aceitos *100.

Deve ser bem próximo a100%, caso contrário, aempresa está aceitando

produtos fora dos padrõesdesejados (custos extras).

Atendimento dopedido realizado

Reflete se o fornecedorestá entregando a

quantidade de produtossolicitados.

Nº produtos entregues/ nº produtos pedidos

*100.

100 %. Se este indicadorpermanecer por um longotempo abaixo de 100%

significa que o fornecedor não está com capacidade

suficiente para atender ospedidos.

Tempo deentrega dos

produtos

É o tempo que ofornecedor leva paraentregar um pedido.

Data e/ou Hora darealização do pedidoao fornecedor – Datae/ou Hora da entrega

dos produtos.

Varia conforme o negócio.No entanto, o desempenho

do fornecedor influenciadiretamente no estoque da

empresa, ou seja, caso estetempo seja muito longo, aempresa necessita manter

níveis altos de estoque.

PRODUTIVIDADE DA ARMAZENAGEM

DESEMPENHO NA GESTÃO DOS ESTOQUES

DESEMPENHO DO FORNECEDOR

Quadro 5.2 - Relação de indicadores de desempenho indicados Fonte: Adaptado de Angelo, L.B (2005).

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43

Com o uso desses indicadores, será possível identificar o motivo dessas

perdas, e com ações de melhorias, resolvê-las, aumentando a produtividade da área

mencionada. Na questão da troca de matéria prima, a massa base, verifica-se que a

principal razão para o atraso no tempo de troca, está à qualidade do produto e o

tempo de deslocação do estoque até as máquinas.

Esses fatos podem ser resolvidos utilizando indicadores para medir o

desempenho dos fornecedores, na qualidade do material oferecido, e também medir

os processos de armazenagem e movimentação interna, buscando aumentar sua

produtividade.

Assim, para os problemas apresentados na empresa, recomenda-se

inicialmente um treinamento para os gestores da produção e de outras áreas como

manutenção, planejamento e controle da produção, qualidade e até mesmo o

administrativo da empresa e sua direção, sobre a real função da logística e suas

operações de suporte.

Verifica-se também que a empresa não mensura a contribuição gerada pelo

uso dos indicadores de desempenho, deixando questões em aberto sobre o tema

para futuros trabalhos, onde pode-se avaliar a contribuição dos indicadores

sugeridos neste.

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CONCLUSÃO

O trabalho desenvolvido alcançou seus objetivos, que é verificar em uma

empresa o uso de indicadores de desempenho ou o uso de indicadores específicos

para as OL’s, sendo a área de atuação da empresa a produção de sabonetes. No

desenvolvimento do trabalho, destaca-se a definição de alguns autores para as

chamadas operações logísticas, bem como sua área de atuação e sua importância

em seu desempenho.

Com base nos conceitos descritos, especificamente para a produção, pode-se

compreender que as operações logísticas são basicamente o apoio a produção,

para seu correto funcionamento e o alcance de seus objetivos de desempenho,

diferenciando atividades industriais que apenas produzem produtos, de outras que

incorporam a estratégia da empresa, contribuindo para seu desempenho final.

Os principais objetivos relacionados às operações estudadas, que foram à

gestão de estoques, movimentação interna e compras, são a qualidade dos

serviços, das informações, dos produtos oferecidos, seus custos, e a produtividade

em suas atividades.

A medição de desempenho é utilizada para transformar informações em

números e dados, permitindo a avaliação e tomada de decisão pelo seu gestor.

Nessa transformação, são criados e definidos os índices, suas formulas de cálculos

e as melhores praticas ou metas, servindo como parâmetro para avaliar se os

objetivos estão sendo atingidos.

O mercado de sabonetes, assim como o mercado de uma forma geral, está

cada vez mais competitivo, exigindo produtos com cada vez mais qualidade e

menores custos. Por ser um mercado atualmente atrativo e diversificado, muitas

empresas investem no mesmo, aumentando ainda mais a concorrência.

Para atingir esses objetivos e diferenciar-se em um mercado tão competitivo,

a eficiência dos processos logísticos é fundamental, bem como o conhecimento de

sua função e a medição de seu desempenho. Assim, pode-se afirmar que o uso dos

indicadores nas atividades de suporte a produção, é uma importante ferramenta de

diferenciação competitiva, sendo capaz de reduzir custos, perdas e prejuízos e

aumentar a qualidade e produtividade do produto final sendo de vital importância

para a sobrevivência da empresa no mercado.

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Verifica-se também que a empresa não mensura a contribuição gerada pelo

uso dos indicadores de desempenho, deixando questões em aberto sobre o tema

para futuros trabalhos, onde pode-se avaliar a contribuição dos indicadores

sugeridos neste.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

1) O que é logística para você? 2) Qual a função da logística na produção? 3) Qual é a função e o objetivo da produção na empresa? 4) O desempenho da produção, em relação aos seus objetivos, é mensurado? 5) Como é realizada a medição do desempenho? 6) Qual é o objetivo da realização da medição de desempenho? 7) Quais tipos de indicadores são utilizados? 8) Como é feita a análise dos dados mensurados? 9 )Qual o seu conhecimento sobre ferramentas de melhoria continua? É utilizada alguma? 10) São tomadas quais ações em cima dessas informações? 11) Quais benefícios já foram gerados por essas ações e quem é o responsável por ela? 12) É feito algum tipo de acompanhamento, entre os dados reais e as metas estipuladas, com base nos indicadores de desempenho? 13) É utilizado algum tipo de indicador para as atividades de suportes logísticas na produção, que seria a movimentação interna, administração dos estoques e tempos de entregas? 14) Se sim, qual a contribuição alcançada com esses indicadores? Caso não seja utilizado, qual o motivo?

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APÊNDICE B – CARTA DE AUTORIZAÇÃO