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TIAGO FILIPE MENDES FIGUEIREDO RELATÓRIO DE ESTÁGIO PEDAGÓGICO DESENVOLVIDO NA ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOUSÃ JUNTO DA TURMA DO 8.ºB NO ANO LETIVO DE 2015/2016 Relatório de Estágio realizado no âmbito do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, sob a orientação da Prof.ª Doutora Maria João Almeida Julho 2016

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TIAGO FILIPE MENDES FIGUEIREDO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PEDAGÓGICO DESENVOLVIDO NA ESCOLA

SECUNDÁRIA DA LOUSÃ JUNTO DA TURMA DO 8.ºB NO ANO LETIVO

DE 2015/2016

Relatório de Estágio realizado no âmbito do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, sob a orientação da Prof.ª Doutora Maria João Almeida

Julho 2016

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Tiago Filipe Mendes Figueiredo

2011152543

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PEDAGÓGICO

DESENVOLVIDO NA ESCOLA SECUNDÁRIA

DA LOUSÃ JUNTO DA TURMA DO 8.ºB NO

ANO LETIVO DE 2015/2016

Coimbra

2016

Relatório de Estágio realizado no âmbito

do Mestrado em Ensino da Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário,

apresentado à Faculdade de Ciências do

Desporto e Educação Física da

Universidade de Coimbra, sob a orientação

da Prof.ª Doutora Maria João Almeida.

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II

FIGUEIREDO, T. (2016). Relatório de Estágio Pedagógico Desenvolvido na Escola

Secundária da Lousã junto da turma do 8.ºb no ano letivo de 2015/2016. Relatório de estágio,

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, Coimbra,

Portugal.

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III

TEOR DE COMPROMISSO DE ORIGINALIDADE DO DOCUMENTO

Eu, Tiago Filipe Mendes Figueiredo, aluno n.º 2011152543 do MEEFEBS da FCDEFUC,

venho desta forma declarar por minha honra que este Relatório Final de Estágio constitui um

documento original da minha autoria.

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IV

Aos meus pais, a quem devo tudo.

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V

Resumo

Como culminar do processo de formação do Mestrado em Ensino da Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário, da Universidade de Coimbra, surge a redação deste

Relatório de Estágio que visa descrever as atividades realizadas ao longo do Estágio

Pedagógico desenvolvido na Escola Secundária da Lousã, sob orientação da Prof.ª Doutora

Maria João Almeida e coorientação do Professor João Moreira. Este Relatório está estruturado

de acordo com as normas que regem o Estágio Pedagógico, procurando englobar num só

documento, a descrição e reflexão das atividades realizadas no âmbito do Estágio e todos os

conhecimentos e competências adquiridas no seu desenrolar, tendo como ponto de partida as

expectativas iniciais.

A elaboração deste documento segue duas linhas distintas: a primeira, essencialmente

descritiva e reflexiva, é relativa à prática letiva e engloba as relações com os diversos

intervenientes no processo: planeamento, realização, avaliação, relatórios de aula, a dimensão

profissional e ética e as atividades concretizadas na escola; a segunda parte coincide com o

Tema-Problema, uma abordagem cientifico-pedagógica de questões levantadas no decorrer da

nossa prática pedagógica, nomeadamente as atitudes face à Educação Física de alunos em

início de ciclo. Verificamos através da análise dos inquéritos que é possível encontrar

diferenças estatisticamente significativas entre os alunos do sétimo ano e os alunos do décimo

em alguns dos sete fatores que agrupam as questões do questionário. Observamos o mesmo

quando relacionados esses sete fatores com a prática desportivo (ou não) por parte dos alunos

em horário extra curricular.

O Estágio Pedagógico é um momento marcante na nossa formação e torna-se

fundamental registar, relatar e refletir sobre a prática pedagógica e todas as experiências

vividas no seu desenrolar. É neste seguimento que surge o Relatório de Estágio, apresentando-

se como um meio de analisar e avaliar todo o processo. No entanto, não tomemos o

documento como algo final e concluído cuja sua aplicabilidade se prende inteiramente com a

sua realização mas sim, deve ser visto como uma ferramenta de formação, contínuo e

inacabado. O Estágio Pedagógico foi realizado na Escola Secundária da Lousã junto da turma

do oitavo B, no ano letivo de dois mil e quinze/dois mil e dezasseis.

Palavras-chave: Escola - Professor – Educação Física - Atitudes

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VI

Abstract

The conclusion of the training program of the Master in Teaching Physical Education

in Elementary and Secondary Schools of the University of Coimbra, is the writing of this

Final Report. It aims to describe the activities that were carried out during the Teacher

Training the Secondary School of Lousã, under the guidance of Prof.ª Maria João Almeida

and co-supervision of Professor João Moreira. This report is structured according to the

regulation of the Teacher Training program, seeking to include in a single document, the

description and reflection of all activities carried during that period and all the knowledge and

skills acquired in its development, taking as a starting point the initial expectations.

The preparation of this document follows two distinct lines: the first is essentially

descriptive and reflexive, and includes the teaching practice and relations with the various

participants in the process, the planning, conduct, evaluation, school reports and finally,

professional and ethical dimension; the second part focuses on the theme-problem, a

scientific-pedagogical approach to issues raised during the course of our pedagogical

practices, including students’ attitudes towards Physical Education at the beginning of

school’s cycles. Results from the students’ surveys showed, statistically significant

differences between the seventh and the tenth graders in the attitudes’ scale seven factors.

Similar results were found when these seven factors were tested for differences related to

sports practice (or not) by the students during extracurricular time.

The Teacher Training year is a defining moment in our training, being vital to record,

report and reflect on the pedagogical practice and all the experiences lived during its course.

This Final Report appears as its result, presenting itself as a means to analyze and evaluate the

whole process. However, we should not take the document as something final and complete,

whose applicability is entirely linked to their achievement but it should rather be seen as a

training tool, and therefore remainings unfinished. The Teacher Training was held in the

Secondary School of Lousã with the eighth - grade B class in school year the of two thousand

and fifteen / two thousand and sixteen

Keywords: School - Teacher - Physical Education – Attitudes

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VII

Conteúdo

I. Introdução.............................................................................................................................. 11

II. Expectativas Iniciais ............................................................................................................ 13

III. Caracterização da Escola .................................................................................................... 15

IV. Relações com os Diversos Intervenientes .......................................................................... 17

4.1. Departamento de Educação Física ................................................................................. 17

4.2. Orientadores .................................................................................................................. 18

4.3. Núcleo de Estágio .......................................................................................................... 19

4.4. A Turma ......................................................................................................................... 19

V. Prática Letiva ....................................................................................................................... 21

5.1. Planeamento .................................................................................................................. 21

5.1.1. Planeamento Anual ................................................................................................. 21

5.1.2. Unidades Didáticas ................................................................................................. 23

5.1.3. Planos de Aula ........................................................................................................ 24

5.2. Realização ...................................................................................................................... 26

5.2.1. Dimensão Instrução ................................................................................................ 26

5.2.2. Dimensão Gestão .................................................................................................... 27

5.2.3. Dimensão Clima/Disciplina .................................................................................... 28

5.2.4. Decisões de Ajustamento ....................................................................................... 29

5.3. Avaliação ....................................................................................................................... 30

5.3.1. Avaliação Diagnóstica ............................................................................................ 30

5.3.2. Avaliação Formativa............................................................................................... 31

5.3.3. Avaliação Sumativa ................................................................................................ 32

5.4. Relatórios de Observação .............................................................................................. 32

5.4.1. Metodologia ............................................................................................................ 33

5.4.2. Observação Sistemática das Aulas ......................................................................... 33

VI – Dimensão Profissional e Ética .......................................................................................... 35

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VIII

VII. Considerações Finais e Balanço ........................................................................................ 37

VIII. Aprofundamento do Tema-Problema – Atitudes Face à Educação Física ...................... 39

8.1. Justificação da Escolha do Tema ................................................................................... 39

8.2. Enquadramento Teórico ................................................................................................ 39

8.3. Objetivos ........................................................................................................................ 40

8.3.1. Objetivo Geral ........................................................................................................ 40

8.3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 40

8.4. Metodologia ................................................................................................................... 41

8.4.1. Participantes ........................................................................................................... 41

8.4.2. Instrumentos ........................................................................................................... 42

8.4.3. Processamento de Dados e Análise Estatística ....................................................... 46

8.5. Apresentação e Discussão dos Resultados .................................................................... 47

8.5.1. Análise por Género e Nível de Prática Desportiva ................................................. 47

8.5.2. Discussão dos Resultados ....................................................................................... 49

8.5.3. Limitações e Sugestões para Estudos Futuros ........................................................ 52

IX. Conclusões ......................................................................................................................... 53

X. Referências .......................................................................................................................... 55

10.1. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 55

XI – Índice de Anexos .............................................................................................................. 59

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IX

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Distribuição dos alunos segundo o ano de escolaridade e o género ........................ 41

Tabela 2 - Distribuição dos alunos segundo a idades e o género ............................................. 41

Tabela 3 - Distribuição dos alunos segundo a prática desportiva e o género ........................... 42

Tabela 4 - Distribuição dos alunos segundo a nota final e o género ........................................ 42

Tabela 5 - Número e questões relativas à valorização da E.F. e do professor de E.F. ............. 43

Tabela 6 - Número e questões relativas à dificuldade da E.F. ................................................. 44

Tabela 7 - Número e questões relativas à utilidade da E.F....................................................... 44

Tabela 8 - Número e questões relativas à empatia com o professor e com a disciplina de E.F.

.................................................................................................................................................. 45

Tabela 9 - Número e questões relativas à concordância com a organização curricular ........... 45

Tabela 10 - Número e questões relativas à preferência pela E.F. e o desporto ........................ 46

Tabela 11 - Número e questões relativas à E.F. como desporto ............................................... 46

Índice de Figuras

Figura 1 - Diferenças entre o ano de escolaridade e os diversos fatores .................................. 47

Figura 2 - Diferença entre a prática desportiva para os diversos fatores .................................. 48

Figura 3 - Diferença entre o género para os diversos fatores ................................................... 49

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X

Lista de Abreviaturas e Siglas

AEL Agrupamento de Escolas da Lousã

ESL Escola Secundária da Lousã

E.B. Escola Básica

JI Jardim de Infância

E.F. Educação Física

A.F. Atividade Física

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I. Introdução

11

I. Introdução

O Estágio Curricular apresenta-se como o culminar de todo o nosso percurso

académico realizado na área das Ciências do Desporto e Educação Física. Torna-se assim um

momento de aplicação do conhecimento adquirido ao longo deste trajeto e que visa combinar

importantes aspetos da formação e desenvolvimento do futuro professor, como refere

Francisco e Pereira (2004). Para outros autores, como Carvalhinho e Rodrigues (2004), o

Estágio representa igualmente uma ocasião marcante na formação de professores. Os mesmos

autores referem ainda que todas as experiências vividas no decorrer do Estágio tornam esta

atividade decisiva naquilo que diz respeito à “aquisição de saberes pedagógicos

diversificados” (p.111). É necessário referir ainda que as disciplinas de Estágio possuem a

finalidade de “instrumentalizar os estudantes durante o exercício autônomo da atividade

docente em sala de aula, completando a ligação elementar entre a teoria e a prática do

processo formativo” (Noal & Pitano, 2008, p.80).

Ao encarar o Estágio como um momento de contacto com a realidade de ensino, torna-

se fundamental registar, relatar e refletir sobre a prática pedagógica e todos os experimentos

vividos ao longo do mesmo, com o objetivo de retirar aprendizagens úteis para práticas

futuras. É neste seguimento que surge o Relatório de Estágio, apresentando-se como um meio

de analisar e avaliar todo o processo. No entanto, não tomemos o documento como algo final

e concluído, cuja sua aplicabilidade se prende inteiramente com a sua realização e defesa, mas

antes como uma ferramenta de formação contínua, inacabada, que pretende melhorar o

exercer da função de professor no futuro, através de um conjunto de competências e

aprendizagens adquiridas na sua realização. Como menciona Onofre (1996, p.75),

“Atribuir à formação de professores um carácter contínuo e sistemático significa aceitar que esta

acontece, com frequência e regularmente, desde as primeiras experiências de formação a que o

candidato é professor e sujeito, enquanto aluno, nos bancos da escola básica e secundária, passando pela

aprendizagem formal da profissão que se desenvolve nos centros de formação inicial e pelo período

subsequente de indução profissional, para se prolongar por toda a sua vida profissional (formação

contínua).”

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I. Introdução

12

Ligado à atividade de Estágio está o processo de supervisão considerado por Francisco

e Pereira (2004), como um procedimento de sublima importância e onde, de acordo com os

mesmos autores, o supervisor exerce a função de auxiliar o estagiário a ultrapassar

dificuldades observadas na prática, no desenvolvimento de capacidades inerentes à mesma e a

aperfeiçoar a sua ação pedagógica.

Para terminar este segmento, é importante referir que o presente documento apresenta-

se estruturado de acordo com as componentes verificadas relevantes durante a realização da

atividade na escola, nomeadamente como as expectativas iniciais, a caracterização da escola e

outras questões voltadas para a prática pedagógica: a construção do Planeamento Anual, das

Unidades Didáticas e dos planos de aula, as observações de aula, a avaliação e os relatórios.

No final, é ainda referido o estudo realizado na escola e que é parte integrante das atividades

de Estágio.

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II. Expectativas Iniciais

13

II. Expectativas Iniciais

Antes do início do Estágio sentimos um misto de emoções. Por um lado estávamos

empolgadíssimos e muito motivados com todo o processo, pois finalmente encontrávamo-nos

no limiar de todo o nosso processo de formação, algo por que ansiávamos desde o seu início.

Por outro lado, sentíamos receio e insegurança perante o desafio e a responsabilidade de

possuir uma turma a nosso cargo. Também, a preocupação de mantermos o mesmo nível de

exigência com o qual realizámos todo o percurso até então era uma prioridade, pois queríamos

demonstrar que eramos capazes de realizar com excelência esta nova atividade.

Sabemos que ao professor é incumbida a função fundamental de procurar o

desenvolvimento de capacidades físicas e cognitivas, atitudes e comportamentos nos alunos,

de acordo com os objetivos provenientes do Ministério da Educação, à medida que promove a

sua autonomia nos vários domínios da Educação Física (psicomotor, cognitivo e socio-

afetivo) (Aranha, 2004). Para isto, considerámos importante possuir habilidades como o saber

fazer, aplicar e refletir posteriormente na nossa prática a fim de, consistentemente, melhorar a

nossa ação enquanto profissionais de Educação Física, tornando-nos assim um profissional

reflexivo que toma decisões em contextos complexos e em mudança constante.

Como mencionado acima, com a realização do Estágio Pedagógico tornou-se possível

aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de estudo na Faculdade de Ciências de

Desporto e Educação Física num contexto real, repleto de incertezas e novos desafios. Para

isto, empregámos da melhor forma todos os conselhos e saberes alcançados durante a nossa

formação académica e procurámos refletir sobre essa aplicação, num processo de melhoria

contínua, respeitando os alunos, as suas diferenças e semelhanças, valorizando ainda os

aspetos importantes como a amizade, a justiça, o respeito e a igualdade. No início, toda esta

metodologia de aplicação e reflexão, tentativa e erro se verificou difícil e exigente devido à

inexperiência e insegurança nas diversas dimensões do processo de ensino, mas graças à ajuda

dos restantes colegas de Estágio e dos Orientadores foi possível ultrapassar aqueles

contratempos rapidamente.

Relativamente à participação na escola era pretendido, durante o tempo em atividade,

sermos considerados parte integrante no Agrupamento de Escolas da Lousã, na Escola

Secundária da Lousã e claro, no Grupo de Educação Física. E ao longo do Estágio

contactámos de perto com os professores com os quais aprendemos, trocámos ideias e

experiências no âmbito da Educação Física, sempre conscientes das nossas obrigações e das

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II. Expectativas Iniciais

14

normas inerentes ao desempenho de cada um dos cargos ou tarefas nomeadas durante esta

passagem pela instituição. Procurámos também colaborar com todos os intervenientes no

processo sempre que assim nos foi possível, o que favoreceu o bom desenrolar do Estágio e o

desenvolvimento de relações baseadas no respeito e profissionalismo.

No âmbito do processo de ensino e aprendizagem sabíamos, à partida, que era

necessário garantir que os alunos atingissem os objetivos definidos, quer pelo grupo de

Educação Física, quer pelos estagiários no decorrer das Unidades Didáticas. Para isto, é

incumbida ao professor a importante função de fornecer aos alunos as ferramentas e

ambientes necessários para que tal seja possível. Assim, para tornar isto possível foi

imprescindível delinear um caminho tendo como ponto de partida as habilidades e

capacidades inicias de cada aluno, para no final atingir a meta, composta pelos objetivos

traçados. Este processo de ensino verificou-se bastante complexo mas foi essencial para

garantir a mesma oportunidade a todos os alunos no alcance das balizas definidas,

proporcionando-lhes aulas ricas, com um ambiente agradável e propício à aprendizagem,

motivadoras e cativantes. Numa outra perspetiva, o sucesso dos alunos foi um espelho do

trabalho do professor. E no nosso entender, é a capacidade deste de construir as aulas,

lecionar e adaptar os momentos de aprendizagem à realidade da turma, bem como a aquisição

prévia de conhecimentos inerentes às matérias abordadas, a forma como instrui ou a postura

que apresenta, que em conjunto com o mencionado anteriormente, fornece o ambiente

adequado para os alunos realizarem as aprendizagens previstas.

É importante referir, também, que a existência do Estágio Pedagógico no currículo dos

alunos (e futuros profissionais) é um elemento de extremo valor pela riqueza que apresenta e

desta forma, deve ser aproveitado como um passo relevante na formação de cada um.

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III. Caracterização da Escola

15

III. Caracterização da Escola

De acordo com o Regulamento Interno do Agrupamento de Escolas da Lousã (AEL),

este é uma unidade organizacional, dotada de órgãos próprios de administração e gestão,

constituída por diversos estabelecimentos de Educação Pré-Escolar e escolas de um ou mais

níveis de ensino.

O AEL é constituído pelos seguintes estabelecimentos escolares:

Escola Secundária da Lousã (ESL), que funciona como escola sede;

Escola Básica n.º2 (E.B. n.º2) da Lousã;

Jardim-de-infância (JI) de Fontainhas, Levegadas, Casal de Santo António, Lousã,

Santa Rita, Serpins, Ponte Velha, Foz de Arouce e Freixo;

Escolas do 1.º ciclo do ensino básico (E.B. n.º1) de Casal de Ermio, Casal de Santo

António, Fontainhas, Freixo, Levegadas, Lousã, Santa Rita, Serpins e Vilarinho.

A Escola Secundária da Lousã tem à sua disposição: em termos de recursos humanos,

todos os professores do conselho de turma, direção pedagógica e Auxiliares de Educação que

intervêm no processo de ensino-aprendizagem dos alunos da turma; e em termos de recursos

espaciais específicos para a Educação Física, todos os materiais e equipamentos que munem

as instalações desportivas para a prática de exercício físico-desportivo. Estas instalações

compreendem:

Um campo exterior polidesportivo que possui: um campo principal de futebol ao

centro; dois campos transversais reduzidos de andebol; dois campos de ténis

transversais; e dois campos de voleibol transversais. Possui ainda um campo de

basquetebol (não oficial) e dentro deste estão marcados dois campos de basquetebol

transversais (street basquet). Aqui, é possível encontrar também um campo de

voleibol reduzido e uma caixa de saltos.

Uma infraestrutura localizada no perímetro escolar que, apesar de não pertencer à

escola, é utilizado por esta durante o dia. O piso do pavilhão encontra-se em

excelentes condições, bem como as linhas de marcação para os campos das diferentes

modalidades que se encontram marcadas.

Foram várias as razões que levaram à escolha desta escola para a realização do Estágio

Pedagógico. Por um lado, está a particularidade de esta se encontrar na nossa zona de

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III. Caracterização da Escola

16

residência, tornando-se uma mais-valia em termos de deslocações pela proximidade a que

esta se encontra. Por outro lado, foi a escola onde realizámos o percurso académico que

compreende o terceiro ciclo e secundário, pelo que o espaço escolar e alguns dos professores

e Auxiliares de Educação não eram desconhecidos. Por estas razões, já era do nosso

conhecimento que a escola oferecia excelentes condições para o ensino da Educação Física,

quer no que diz respeito aos materiais disponíveis, quer naquilo que compete aos espaços

físicos, quer naquilo que diz respeito aos profissionais envolvidos no processo que eram (e

são) admiráveis profissionais.

Assim, a escolha desta escola acarretou algumas vantagens que se verificaram

fundamentais, não só para ultrapassarmos as nossas próprias dificuldades mas também para

ajudar os restantes colegas de Estágio na ambientação ao espaço físico da escola, à

localização e utilização do material e às pessoas que nela exercem funções.

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IV. Relação com os Diversos Intervenientes

17

IV. Relações com os Diversos Intervenientes

Ao longo da atividade de Estágio, contactámos de perto com diversos intervenientes

no processo educativo, docentes e não docentes, nomeadamente professores de Educação

Física, Orientadores, Auxiliares de Educação, Direção, estagiários e alunos. E para o bom

funcionamento do Estágio foi necessário fomentar uma relação baseada no profissionalismo e

no respeito entre todos a fim de garantir a melhor experiência na nossa passagem pela escola.

4.1. Departamento de Educação Física

O Grupo de Educação Física integra o Departamento de Expressões juntamente com

os Grupos de Educação Visual e Educação Musical cuja coordenadora é a professora de

Educação Visual, Conceição Loureiro. O Grupo de Educação Física é composto na totalidade

por onze professores: o professor Carlos Quaresma é o representante de Grupo de Educação

Física, o professor Luís Vidal é o coordenador do desporto escolar e a professora Alexandra

Curvelo é a Diretora de instalações. Relativamente ao Desporto Escolar temos os seguintes

Grupos de equipa com os respetivos responsáveis: Voleibol (Luís Vidal); Futsal (António

José); Atletismo (Mário Maia); Xadrez e Basquetebol (Miguel Matos); Natação (João Dias);

Ténis de Mesa (Sérgio Peyroteo).

O primeiro contacto com todos estes elementos aconteceu na primeira reunião de

Grupo Disciplinar no início do ano letivo. Considerando que alguns dos professores que

contemplam o grupo já eram nossos conhecidos, o processo de integração no seio dos

professores tornou-se mais fácil e rapidamente estabelecemos laços de amizade entre eles. Os

restantes profissionais, alguns também novos dentro do grupo, logo à partida se

disponibilizaram para ajudar e auxiliar com dicas e conhecimentos acerca da prática,

aumentando a confiança entre todos os intervenientes.

No desenrolar do Estágio Pedagógico procurámos desenvolver atividades de entre

ajuda, profissionalismo e companheirismo, não só nas atividades propostas pelo Núcleo ou

Grupo de Educação Física, mas também ao longo do ano letivo durante o período de aulas. É

verdade que este relacionamento foi mais evidenciado por uns professores do que outros,

devido à organização dos horários e á distribuição das turmas que impossibilitava o contacto

sistemático com todos os docentes. Apesar disto, todos os professores se mostraram

disponíveis sempre que necessitámos de auxílio no decorrer das aulas ou nas atividades

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IV. Relação com os Diversos Intervenientes

18

propostas pelo Núcleo ou pelo Grupo e com os quais aprendemos muito no seu desenrolar,

nomeadamente no Torneio de Futsal por nós organizado e no Torneio de Voleibol no qual

participámos.

4.2. Orientadores

Como já foi mencionado anteriormente, a supervisão pedagógica têm um papel de

extrema relevância no percurso de formação do futuro professor. Carreiro da Costa refere que

a supervisão pedagógica “é uma estratégia de formação que implica uma relação entre um

professor com experiência e um professor com menos, ou mesmo, sem experiência” (1996,

p.82). Em semelhança, Francisco e Pereira (2004) referem que a supervisão é um processo

onde a relação entre as duas partes, orientador e orientado, permite ao primeiro recolher

informação acerca das dificuldades demonstradas pelo segundo na sua área de intervenção, de

forma a poder ajudá-lo a ultrapassar essas mesmas dificuldades. O Orientador torna-se então

uma peça essencial no desenrolar do Estágio Pedagógico uma vez que lhe compete o

acompanhamento do estagiário ao longo do seu processo de formação na escola, garantindo

uma prática relevante e de qualidade e que permita desenvolver dinâmicas e estilos de ensino

próprios. É graças a ação destes intervenientes que é possível ultrapassar muitas das

dificuldades iniciais que o estagiário encontra no primeiro contacto com a escola.

Verificámos ao longo na nossa prática a veracidade das afirmações mencionadas atrás.

A relação com os Orientadores no desenvolvimento daquele processo foi extremamente

importante para o sucesso de todas as atividades realizadas no âmbito escolar e obviamente

para o Estágio Pedagógico e para o respetivo Relatório. O acompanhamento pedagógico

realizado pelo Orientador da escola no decorrer da lecionação das aulas, o professor João

Moreira, proporcionou um ambiente seguro e de confiança que permitiu experimentar

diversas metodologias e estilos de ensino com total à vontade da nossa parte. Ao nos ser

permitido a liberdade de explorar diversas formas de compor e conduzir as tarefas propostas,

inconscientemente estávamos a procurar um estilo próprio de condução das aulas. Além disso,

as reflexões de aula junto do professor mostraram-se um ponto fulcral de toda esta formação

uma vez que permitiam a aquisição e partilha de conhecimento junto de um docente com

vasta experiência na área da Educação Física e treino desportivo.

Para terminar este ponto, é importante mencionar que a disponibilidade e o apoio que

estes demonstraram ao longo deste processo tornaram possível o nosso desenvolvimento nas

competências e atitudes necessárias para um adequado desempenho da função docente.

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IV. Relação com os Diversos Intervenientes

19

4.3. Núcleo de Estágio

O grupo de trabalho que se apresentou no início da atividade era constituído por quatro

elementos que, apesar de conhecidos, nunca realizou uma atividade ou projeto académico em

conjunto. Por este motivo, inicialmente elaborar trabalhos em conjunto mostrou-se um

desafio, uma vez que não tínhamos o conhecimento aprofundado das metodologias e

dinâmicas de trabalho, dos pontos fortes e fracos de cada um.

A cada estagiário que compunha o Núcleo, foi dada a opção de escolha de uma das

quatro turmas possíveis, escolha essa que recaiu apenas sobre o horário das aulas e a

disponibilidade de cada um para a sua lecionação. Esta forma de separação possibilitou aos

diferentes intervenientes desenvolver um estilo de ensino próprio, responsabilidades distintas

e assumir diferentes compromissos.

A variabilidade de opiniões e métodos que surgiram durante a prática foi positiva pois

permitiu enriquecer toda a experiência vivida ao longo do ano letivo. E, apesar das

divergências que muitas vezes ocorreram, existiu sempre diálogo entre todas as partes de

forma a garantir o sucesso, não só do Estágio, mas também dos objetivos e das tarefas

propostas e impostas a cada um.

O sentimento de partilha foi notório ao longo de todo o processo e tornou-se

fundamental a quando da realização das tarefas em grupo, onde cada decisão era do

conhecimento do Núcleo e dos Orientadores e a entreajuda entre os todos os intervenientes

garantiu a realização de todas as atividades ao procurar colmatar as dificuldades, ao mesmo

tempo que procurámos maximizar as potencialidades de cada um.

Para terminar, dada a nossa experiência julgamos possível afirmar que fomos um

grupo responsável, trabalhador e competente, procurando sempre inovar e deixar uma marca

positiva nesta passagem pela escola.

4.4. A Turma

A turma do oitavo ano de escolaridade era composta por vinte alunos, sendo

constituída por nove rapazes e onze raparigas, com idades compreendidas entre os doze e os

quinze anos, inclusive. Apesar de termos verificado, através da análise das fichas de

caracterização da turma, que não existiam retenções por parte dos alunos no oitavo ano, foi

alarmante o facto de o número de retidos em outros anos de escolaridade ser considerável,

onde verificamos através da análise do mesmo documento que cerca de quarenta por cento

dos alunos já tinha reprovado em ciclos de estudo anteriores. Na turma, estavam também

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IV. Relação com os Diversos Intervenientes

20

integradas duas alunas com Necessidades Educativas Especiais, abrangidas pelo Decreto n.º

3/2008 de 7 de janeiro.

O relacionamento com os alunos mostrou-se fundamental para o sucesso de toda a

atividade apesar de, inicialmente, manter o controlo a nível comportamental da turma se

verificar um desafio. No entanto, apesar de um começo atribulado, os alunos compensaram

através de uma melhoria gradual no comportamento geral, no empenho demonstrado na

realização das tarefas e atividades propostas, o que levou a uma evolução significativa nas

diferentes ações abordadas ao longo do período letivo.

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V. Prática Létiva

21

V. Prática Létiva

Durante a nossa prática Létiva, foram inúmeras as tarefas que realizamos no âmbito do

Estágio. Estas tarefas compreendem a construção do Plano Anual, o desenvolvimento das

Unidades Didáticas e o planeamento sistemática dos aula que se caracteriza pela elaboração

regular dos planos de aula. Para além disto, foi-nos também incumbido a assessoria do cargo

de Diretor de Turma e a realização de duas atividades para toda a comunidade escolar que

compreendem o Torneio de Futsal e uma viagem de estudo à Serra da Estrela, no final do

primeiro e segundo período, respetivamente.

5.1. Planeamento

O processo de planeamento do professor de Educação Física inicia com uma

“antecipação mental do seu ensino” (Bento, 2003, p. 58) que consiste em prever e balizar todo

o processo naquilo que diz respeito às finalidades, metodologias, estratégias e matérias de

ensino. Este planeamento comporta 3 fases distintas: a conceção, a aplicação e a avaliação

(Aranha, 2004). Este está sujeito a alterações uma vez que com a sua construção procurámos

uma estrutura que permitisse guiar as aprendizagens dos alunos no decorrer do ano letivo. Por

fim, o planeamento comporta o Plano Anual, as Unidades Didáticas e os planos de aula.

5.1.1. Planeamento Anual

Após o período de apresentação e conhecimento da escola, dos diversos intervenientes

no processo e da turma, foi necessário organizar todas as atividades a realizar pela mesma,

bem como todas as tarefas propostas para concretização na escola pelo guia de Estágio.

Assim, considera-se a elaboração do Plano Anual um momento fulcral que marca o

ponto de partida para a preparação e elaboração do processo do ensino e exprime, mormente,

competências de compreensão e domínio dos objetivos e das reflexões e noções de

planeamento e a organização correspondentes do ensino no decorrer do ano letivo. (Bento,

2003).

A sua principal finalidade é a adaptação dos princípios organizacionais que regem a

escola e dos currículos do ensino básico ao contexto da turma, tornando visível as estratégias

educativas e pedagógicas mais adequadas para a turma alvo para garantir um ensino o mais

abrangente quanto possível e em simultâneo, o mais específico quanto necessário. Isto é

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V. Prática Létiva

22

alcançado uma vez que este documento centra a sua ação educativa nas aprendizagens dos

alunos, explorando as suas motivações e interesses como forma de ajustar as estratégias de

ensino às suas características.

Optámos por incorporar neste planeamento, não só as atividades diretamente

relacionadas com o processo ensino-aprendizagem dos alunos como os as finalidades,

competências, conteúdos, objetivos, as estratégias, as metodologias, as modalidades a abordar

em cada período e a sua periodização, mas também questões inerentes à turma como a sua

caracterização, a caracterização do meio e do processo avaliativo. Preferimos colocar também

a caracterização da escola e em particular, das estruturas e espaços relacionados com a prática

físico-desportiva e a justificação de todas as opções tomadas para tornar este documento mais

completo e único.

A escolha da distribuição das matérias pelo ano letivo não foi proposta ao acaso.

Procurámos iniciar com uma modalidade coLétiva uma vez que estas são matérias que

permitem integrar mais rapidamente os alunos entre si e com o professor, pois todos

necessitam de trabalhar em conjunto para alcançar os fins pretendidos. Assim, o Basquetebol

foi escolhido como a primeira modalidade a abordar para permitir, a nós professores,

conhecer a turma de uma forma global.

Em relação ao Atletismo, verificámos através da leitura e interpretação das fichas de

caracterização que esta era uma modalidade na qual os alunos apresentavam dificuldades. A

opção de lecionar o atletismo como o segundo bloco do primeiro período surgiu uma vez que

era pretendido a lecionação por vaga, circuito ou estações e era necessário conhecer a turma e

fomentar rotinas que possibilitassem este tipo de trabalho e a sua exequibilidade.

O Andebol surgiu como a primeira modalidade a lecionar no segundo período para nos

permitir estar em consonância com docente Orientador de Estágio, que abordou a mesma

modalidade no mesmo período de tempo. Tornou-se assim possível a opção de observar as

aulas do professor com a finalidade de procurar e desenvolver estratégias, exercícios ou

modelos de aula que pudessem ser aplicados à nossa turma.

No terceiro período, estava estipulado lecionar-mos o bloco de Dança e Ginástica

Acrobática. Como possuíamos conhecimentos de base sobre o ensino da Dança e

apresentávamos dificuldades relativamente à Ginástica na vertente de Acrobática, foi proposto

o ensino da Dança como primeira matéria a abordar no início do período letivo. Isto, tornou

possível a nossa deslocação para observação de aulas de outros docentes que, durante o

mesmo período de tempo, lecionavam Ginástica Acrobática na escola. Esta entreajuda entre

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V. Prática Létiva

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pares permitiu ultrapassar constrangimentos na planificação, organização e gestão de aulas

desta modalidade, assim como possibilitou a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos

importantes para o seu ensino. No entanto, esta periodização apresentou um ponto negativo

pois não permitiu a realização de Ginástica Acrobática pela turma no período previsto devido

à incompatibilidade de horários: verificou-se depois do início do período que no mesmo

horário da turma existiam outras duas turmas a lecionar Ginástica Acrobática por um período

de pelo menos cinco semanas. Assim foi necessário prolongar o bloco de Dança e intercalar

durante este período outras modalidades como o Andebol e o Basquetebol.

Por fim, a Ginástica Acrobática foi proposta como segunda matéria a abordar no

terceiro período para permitir, tal como foi mencionado acima, a observação prévia de aulas

lecionadas por outros docentes como formação sobre a modalidade.

As dificuldades sentidas na construção do plano prenderam-se essencialmente com o

desconhecimento da turma e por sua vez, com a incapacidade de planear a longo prazo.

Relativamente à primeira, ao partirmos inicialmente sem o conhecimento prévio dos alunos

nas suas diversas componentes, foi-nos difícil ser concretos em relação aos objetivos

pretendidos para cada bloco de matéria e em relação aos conteúdos a abordar em cada um

deles. Por outro lado, ao não possuirmos informação prévia sobre as suas capacidades, foi

árdua a tarefa de planear a longo prazo os possíveis avanços dos alunos. Foi graças às

orientações para a construção do documento provenientes do Orientador da escola e da

diversa bibliografia consultada sobre o tema em questão, que conseguimos elaborar o plano

que possibilitou posteriormente a criação de todo o processo de ensino.

Com a construção do Plano Anual, garantimos a união de um conjunto de

competências num só documento em prol da interdisciplinaridade, através da construção de

um plano que visa em primeiro lugar balizar com clareza os resultados a alcançar (Bento,

2003) pela nossa turma, tendo em consideração as suas diferentes aptidões, capacidades,

conhecimentos, vivências, atitudes e qualidades. A realização daquele documento permitiu

obter uma noção de todas as tarefas a desenrolar no âmbito da turma ao longo do período e da

sua complexificação e, através do rigor incorporado na produção do trabalho, a localização no

tempo de todas as atividades propostas.

5.1.2. Unidades Didáticas

Antes de iniciar o ensino de um determinado bloco de matéria é necessário refletir e

planear toda a atividade. Partindo do Plano Anual e da informação nele presente, foi possível

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V. Prática Létiva

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mais facilmente criar estes pequenos blocos de matéria tendo em consideração a turma, as

suas capacidades, os espaços disponíveis, a duração e o material disponível para cada

modalidade.

Incorporámos nas nossas Unidades Didáticas, para além dos recursos, dos objetivos,

da estruturação dos conteúdos, dos métodos de avaliação e das estratégias a utilizar na

Unidade Didática, uma breve história e caracterização sobre a modalidade, as principais

regras que compõem o desporto inclúido as componentes técnicas e táticas, o relatório da

avaliação diagnóstica, a extensão e sequenciação de conteúdos, a estrutura das aulas,

progressões pedagógicas e as regras de segurança para o bom funcionamento das aulas. No

final de cada bloco de matéria, realizámos ainda e agrupamos ao documento a reflexão crítica

que relata toda a experiência realizada ao longo do bloco.

A avaliação diagóstica e os posteriores relatórios foram uma constante ao longo do

ano letivo e marcaram o início da construção das Unidades Didáticas. Foi a partir destes

relatórios que definimos os objetivos a alcançar pelos alunos, tendo também em consideração

os planos oficiais e a matriz curricular para a Educação Física do Agrupamento de Escolas da

Lousã. No entanto, aqueles procedimentos não foram realizados em todas as modalidades

pois, ao analisármos as fichas de caracterização da turma pudemos verificar quais as

modalidades onde os alunos possuiam mais dificuldade e quais aquelas que nunca abordaram,

como por exemplo a Dança. Nesta, e no bloco de Jogos Tradicionais, por não necessitar de

pré requisitos, optámos por não realizar este tipo de avaliação e passar imediateamente para a

transmissão de conteúdos.

Para terminar este segmento é importante referir que não sentimos dificuldades na

elaboração ou no desenvolvimento das Unidades Didáticas. Por outro lado, na nossa opinião,

este tipo de documentos facilita o dia a dia do professor uma vez que possui informação

atualizada acerca da turma e que, através da sua consulta, rapidamente nos enquadramos num

determinado ponto no decorrer do período de ensino.

5.1.3. Planos de Aula

Uma aula é mais do que “a unidade pedagógica do processo de ensino” (Bento, 2003,

p.101) e onde cada uma fornece um contributo específico, para alcançar os objetivos presentes

na Unidade Didática. E é por isto que, quando o professor entra na sala de aula já deve possuir

uma ideia geral e estruturada de como a aula deve decorrer. Procurámos assim, e tal como

Aranha (2004) menciona, lecionar cada aula de uma forma consciente, na medida em que

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V. Prática Létiva

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devemos estar cientes dos conhecimentos, estratégias e métodos a utilizar; organizada,

procurando prever os acontecimentos através do planeamento e reflexão prévia; participada,

pois os alunos necessitam de saber aquilo que pretendemos deles em cada aula; e por fim

coerente, garantindo que existe uma ligação entre os objetivos e a realização, entre a aula

anterior e a próxima.

Assim, em relação aos Planos de Aula que sistematicamente realizámos ao longo do

Estágio, procedemos sempre segundo três passos: em primeiro lugar, elaborávamos o Plano

de Aula de acordo com as indicações definidas tanto no Plano Anual como na Unidade

Didática ao qual o plano se referia; posteriormente, e depois de finalizado o primeiro passo,

procedíamos à justificação do plano que consistia na fundamentação das opções tomadas quer

em termos de organização, escolha de exercícios e estratégias ou estilos de ensino a utilizar e

realizávamos também uma breve antevisão daquilo que poderia acontecer. Por fim, e depois

de lecionada a aula, procedíamos à reflexão junto do Orientador de forma a demonstrar que o

docente deve debruçar-se sobre as suas ações.

As dificuldades sentidas prenderam-se inicialmente com a própria construção do Plano

de Aula, mais concretamente com a definição e distinção daquilo que são as suas diversas

componentes: critérios de êxito, descrição da tarefa ou organização e objetivos gerais e

específicos. Também, devido à inexperiência, verificámos ao longo das primeiras semanas de

lecionação que os planos de aula demoravam imenso tempo a construir. Isto acontecia muito

devido há nossa preocupação para que tudo corresse bem. Assim pensávamos e revíamos

todos os passos várias vezes para que, chegado o momento de contacto com a turma, tudo

corresse de acordo com o planeado. De entre todas as modalidades lecionadas, foram o

atletismo e os jogos tradicionais cujos planos tomaram mais tempo para elaborar. Isto porque,

como mencionado anteriormente, foram utilizadas estações e circuitos para o ensino destes

blocos, o que em termos de organização e gestão exigiu um adequado planeamento, pois foi

habitual o espaço para a aula ser reduzido.

Por fim, é importante mencionar que aprendemos ao longo deste período na escola que

não podemos ficar muito dependentes do plano de aula e que este não deve ser rígido mas

sim, deve funcionar como uma proposta que pode (e deve) ser alterada caso se verifique

necessidade para tal.

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V. Prática Létiva

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5.2. Realização

Este ponto refere-se à operacionalização da atividade que contempla a lecionação das

aulas. Ao longo do processo de Estágio, foram muitas as dificuldades sentidas na lecionação

das aulas, podendo ser resumidas a quatro dos domínios de intervenção pedagógica: ao nível

da instrução, gestão, clima e disciplina.

5.2.1. Dimensão Instrução

Graças à prática que realizámos ao longo do percurso académico, ainda que reduzida

na nossa opinião, esta permitiu adquirir um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que

garantiu o sucesso parcial desta dimensão de ensino logo no início da atividade. Sabíamos que

era necessário manter todos os alunos dentro do campo visual aquando da instrução, para

garantir que todos se mantinham atentos. Também, era necessário colocar a voz para que

fosse audível e percetível por todos, ao mesmo tempo que mantínhamos as preleções curtas e

utilizávamos linguagem clara e terminologia específica de cada uma das modalidades

abordadas.

Ao contrário daquilo mencionado acima, verificámos inicialmente que consumíamos

demasiado tempo de aula com instrução, pois procurávamos expor aos alunos o

funcionamento das tarefas, os seus objetivos, as componentes críticas, os erros mais comuns e

os critérios de êxito de uma só vez, pelo que muitas vezes os alunos encontravam-se parados a

receber demasiada informação. Assim, e tal como Piéron (1996) menciona, foi necessário

reduzir a apresentação das tarefas para evitar aquela situação. Aprendemos então que dadas as

características da turma, era preferível fornecer uma instrução inicial apenas abordando o

modo de funcionamento da tarefa e os seus objetivos e rapidamente colocar os alunos em

prática para posteriormente, parar o exercício e fornecer nova instrução, curta e específica,

abordando as componentes críticas, os critérios de êxito ou mais alguma informação acerca da

realização da tarefa. Proceder desta forma permitiu-nos poupar tempo nas aulas seguintes, na

medida em que garantimos a aquisição pelos alunos da informação pretendida com estes

curtos momentos de intervenção. Siedentop (1998) demonstra que os professores dedicam

entre dez a cinquenta por cento do tempo de aula em instrução, dependendo do tipo de matéria

e da localização da aula na Unidade Didática e graças à intervenção, feedback e conselhos dos

colegas estagiários e do Orientador, as melhorias ao nível da dimensão instrução foram

significativas.

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V. Prática Létiva

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Outro ponto que procurámos melhorar ao longo da atividade foi a qualidade da

demonstração. Apesar de, por inúmeras vezes, utilizarmos o aluno como agente de ensino,

muitas das demonstrações fomos nós que realizámos, não tendo consciência da importância

da mesma para os alunos.

Ao nível do feedback, Piéron (1996) afirma que “utilizar mais frequentemente o nome

do aluno a fim de concorrer para uma relação pedagógica mais personalizada” (p. 36). No

entanto, inicialmente cumprir com este aspeto verificou-se extremamente difícil na medida

em que não conhecíamos ainda o nome de todos os alunos para fornecer instruções

individuais. Além disso, uma outra explicação para o facto de passarmos demasiado tempo

em observação silenciosa pode ser a falta de experiência, tal como conclui Piéron (1999) que

os professores inexperientes passam mais tempo a observar os alunos silenciosamente

enquanto realizam a tarefa do que os professores experientes (p. 113). Sabendo que o

feedback é importante para a aprendizagem dos alunos e que, quanto mais explicito este for,

maior será a sua eficácia, foi um aspeto que procurámos melhorar rapidamente para não

prejudicar os alunos, ao assumirmos uma nova postura perante estes e as aulas.

5.2.2. Dimensão Gestão

A dimensão gestão contempla todo o tempo de aula gasto em questões de organização,

transição e comportamento dos alunos (Siedentop, 1998).

Procurámos ao longo da nossa prática de Estágio melhorar as situações de ensino, ao

procurar rentabilizar os tempos de aula de forma a permitir ao aluno um elevado volume de

atividade através da utilização de estratégias de controlo do início de atividade, da criação de

rotinas e do planeamento adquado de cada uma das sessões lecionadas. Não obstante, este

trabalho foi ardúo e inicialmente mostrou-se especialmente difícil. No que diz respeito às

estratégias de controlo, e um pouco relacionado com a dimensão instrução, demoravamos

demasiado tempo a passar para as atividades ou existia a necessidade de interromper as

atividades a meio da realização para re-organizar o exercício. Estes pontos estavam

relacionados com o nervosismo inicial, o desconhecimento da reação da turma em relação às

atividades propostas e também com a falta de experiência na condução de sessões de ensino

no âmbito escolar. Ao longo do processo fomos melhorando a nossa prática, muito devido às

indicações do colegas de Estágio e do Orientador que levaram à criação de estratégias para o

controlo da atividade. Um exemplo disto foi a introdução de uma contagem decrescente

depois de fornecida a intrução para as tarefas.

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V. Prática Létiva

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Foi também necessário para rentabilizar o tempo útil das aulas implementar rotinas de

realização nos alunos. Em primeiro lugar, optámos pela utilização do apito logo a partir da

primeira aula como forma de chamar a sua atenção, parar ou iniciar atividades ou introduzir

novas variantes nas atividades propostas. E, apesar de muitos professores utilizarem o apito

apenas para utilização no exterior, procurando utilizar no interior meios mais agradáveis,

menos agressivos e penetrantes como as palmas ou a voz para chamar os alunos (Graham,

2008), devido ao ruído que se fazia por vezes no pavilhão tornavam estes modos de chamada

de atenção pouco efectivos. Para além desta estratégia tentámos realizar constantemente

exercícios com estrutura e forma de funcionamento semelhantes quer na parte inicial quer na

parte fundamental, a fim de reduzir o tempo passado em questões de organização.

Ao nível do planeamento, procurámos prever meticulosamente possíveis dificuldades

na realização das tarefas propostas, projectando paralelamente situações diferentes para

reduzir o tempo a decifrar as dificuldades dos alunos. Também, numa fase mais avançada no

processo, buscámos construir as equipas em casa e posteriormente na aula, organizar as

equipas com os coletes para o primeiro exercício e mantê-las da mesma forma até ao final da

aula. Esta estratégia vai ao encontro daquilo que Aranha (2004) enuncia como uma forma de

aumentar o tempo útil na sala de aula através da redução das rotinas administrativa.

Para terminar este ponto, procurámos sempre inciar a aula com o máximo de rigor na

pontualidade e proporcionar dinâmica na aula através de reforço e interações positivas com os

alunos. Mais para a frente no período de Estágio começámos a dar explicações mais

significativas e breves mantendo a atenção nas componentes importantes.

5.2.3. Dimensão Clima/Disciplina

Segundo Siedentop (1998) a dimensão clima refere-se aos comportamentos do

professor relacionadas com as interações pessoais e humanas que resultam na criação de um

ambiente favorável à aprendizagem. De acordo com a mesma autora, a disciplina prende-se

com os procedimentos do professor relacionadas com a promoção de comportamentos

apropriados.

Estas duas dimensões estão ligadas uma vez que, observámos na prática que ao

concebermos e oferecermos aos alunos uma atmosféra de trabalho agradável, estes têm menos

predisposição para realizar comportamentos inapropriados. Assim, nas nossas aulas

procurámos promover atitudes positivas no aluno em relação a ele próprio e aos outros

baseado em padrões éticos, servindo o professor aqui como exemplo. Buscámos também,

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V. Prática Létiva

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manter a motivação e o entusiamos dos alunos para todas as aulas realizadas ao incentivar e

demonstrar entusiamos em todas as suas atividades, realizações e objetivos alcançados e

oferecendo feedback constante nas suas várias formas.

Sabíamos à partida que o professor era uma peça fundamental na aula para cumprir

com tudo aquilo mencionado acima. No entanto, foi só através da observação de outros

docentes no desenrolar da sua função que nos apercebemos da importância que o professor

representa para todos aqueles aspetos indicados, bem como das diferentes possibilidades e

formas de motivar e envolver os alunos com a matéria de ensino e a Educação Física. E ao

transpor estes conhecimentos e energias para as nossas aulas do segundo e terceiro período,

verificámos um maior empenho dos alunos nas tarefas, maior motivação para as aulas, o que

se traduziu na realização de aprendizagens significativas ao longo do restante período de

aulas.

5.2.4. Decisões de Ajustamento

Ao tomar o planeamento como um guia para o processo de ensino, cabe ao professor

realizar as alterações devidas e necessárias para tornar o processo coerente e significativo para

o aluno, com vista à apreensão de conteúdos e à mudança de comportamentos por parte deste.

Estas alterações representam as decisões de ajustamento que o professor deve realizar para

contornar imprevistos, podendo estas ser realizadas ao nível da aula, da Unidade Didática ou

Plano Anual. O método refletivo que acompanha todo o planeamento permite antever

possíveis cenários que impliquem o reajustamento em algum ponto do percurso dos alunos.

Desta forma, prever possíveis dificuldades ou avanços torna-se importante para facilitar e

adequar cada uma das decisões de ajustamento.

No desenrolar da nossa prática Létiva, foi por inúmeras vezes que utilizámos este tipo

de decisões. Durante as aulas, estas eram uma constante uma vez que, em primeiro lugar os

planos de aula devem ser meros guias e depois, por mais completo, minucioso e adequado que

fosse aquele planeamento a sua aplicação acarreta incerteza. Assim, pela falta de um aluno,

pela não compreensão dos exercícios por parte deles, pelas dificuldades sentidas, pelo espaço

disponível para a aula ou também, pelas suas realizações, gostos e progressos, as decisões de

ajustamento verificaram-se fundamentais para cumprir com os objetivos estipulados. Aqui, a

justificação das aulas teve um papel na previsão de possíveis situações adversas,

possibilitando a realização paralela de alterações possíveis de acordo com essas questões que

eventualmente se levantaram.

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V. Prática Létiva

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Ao analisar de uma forma cabal a nossa prática diária na escola, foi possível constatar

que, devido à experiência adquirida na condução das aulas e no seu planeamento, a

quantidade e qualidade das decisões de ajustamento foi melhorando consideravelmente ao

longo Estágio Pedagógico. Isto só revela que a prática pedagógica, e nomeadamente o ano de

Estágio, torna-se um momento de imprescindível valor na formação de futuros professores.

5.3. Avaliação

Não existe um consenso quando se refere a questão “o que é a avaliação?”, pelo que

pode tomar diferentes significados de acordo com os contextos regionais, locais e individuais,

bem como filosofias e teorias de trabalho. No entanto, a maioria das respostas recai sobretudo

em três categorias: monitorizar, registar e notificar os avanços dos alunos; testar; e qualificar

com uma nota ou classificação. Em relação à primeira não se pode dizer que é avaliação umas

vez que as atividades acontecem depois dela ter sido feita. A segunda trata-se de um método de

avaliação e a terceira acontece por necessidade dos professores, segundo Frapwell, (2010).

O objetivo e utilidade da avaliação necessita de ser visto e compreendido pelos

professores de uma forma mais abrangente, do que um simples mecanismo sumativo com o

propósito de gerar notas ou classificações a fim de satisfazer exigências de apresentação de

contas. A avaliação deve ser parte do método pedagógico ocorrendo através do processo

ensino aprendizagem, adaptado de Veal (1988).

Segundo Ribeiro (1999), ao longo do processo Ensino-Aprendizagem, são vários os

tipos de avaliação que o professor pode adotar, entre os quais, a avaliação diagnóstica,

avaliação formativa e por fim, avaliação sumativa.

5.3.1. Avaliação Diagnóstica

Segundo Ribeiro (1999) esta visa averiguar como se encontra o aluno perante as novas

aprendizagens que lhe vão ser propostas e face às aprendizagens adquiridas anteriormente,

expondo assim as dificuldades futuras que o aluno encontrará, e podendo ainda resolver

situações encontradas no presente. Tem então a função de verificar se o aluno tem adquiridas

as aprendizagens anteriores, que lhe garantam uma base para as unidades seguintes que lhe

vão ser apresentadas. Este tipo de avaliação foi realizado no início de cada Unidade Didática

em que verificamos a necessidade da sua aplicação e teve como objetivo analisar o nível de

prestação dos alunos para tornar possível a definição dos objetivos com base nos seus

conhecimentos.

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V. Prática Létiva

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Para este momento avaliativo, foi utilizado uma ficha de observação, construída de

raiz pelo Núcleo de Estágio onde registámos os comportamentos de cada aluno em

consonância com as componentes críticas selecionadas, respeitantes aos gestos técnicos

definidos. No começo da atividade, nomeadamente logo na primeira aula de Basquetebol, este

processo verificou-se difícil pois, apesar de a aula ter permitido aos alunos um volume de

repetições elevado, a falta de experiência na deteção do erro e o facto de não sabermos o

nome dos alunos, fez com que este primeiro momento de avaliação se verificasse

especialmente difícil.

Como mencionado acima, não realizámos esta avaliação em todas as modalidades

abordadas: no que diz respeito ao Atletismo foi proposto uma avaliação diagnóstica no início

do ensino de cada uma das diferentes disciplinas em opção à realização de uma aula

inteiramente composta pela avaliação inicial. Procedemos desta forma uma vez que o tempo

disponível para o bloco foi reduzido o que permitiu passar rapidamente da avaliação para a

prática; na Dança, verificámos através da leitura e interpretação das fichas de caracterização

da turma que os alunos nunca lecionaram esta modalidade, na medida em que passámos

imediatamente para a transmissão de conteúdos; por fim, nos Jogos Tradicionais, por

acharmos que os jogos não necessitavam de pré requisitos específicos, optámos por não

realizar esta modalidade de avaliação.

5.3.2. Avaliação Formativa

De acordo com Ribeiro (1999), este tipo de avaliação tem uma função semelhante à da

avaliação diagnóstica no sentido em que pretende identificar dificuldades que os alunos

apresentem e lhes dar solução. Estas dificuldades são levantadas através da identificação da

posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino.

Paul Black (1998) descreve este tipo de avaliação como uma forma de englobar todas

as atividades dos professores e/ou dos alunos, que fornece informação que pode ser usada

como feedback para modificar o processo de ensino aprendizagem ou as atividades em que

estão englobados. Segundo Ribeiro (1999), quando se fala de avaliação formativa, associasse-

lhe o termo, contínua, mas de facto, a avaliação contínua não é mais do que uma avaliação

formativa permanente, que na realidade, para lá do 1º ciclo de estudos, poucas são as

condições propícias para tal avaliação ser continuada.

A avaliação formativa permitiu-nos acompanhar todo o processo de aprendizagem

fazendo os ajustes necessários, quer ao nível dos conteúdos, quer ao nível dos objetivos

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V. Prática Létiva

32

operacionais. A observação contínua do desempenho motor (destrezas) dos alunos foi

registado em ficha própria, onde facilmente obtivemos informação proveniente dos alunos

que permitiu controlar as atividades, com a finalidade de assim poder criar situações de

aprendizagem adequadas e proceder às alterações necessárias para a evolução e sucesso de

todos os alunos da turma.

Para realização deste tipo de avaliação, uma vez que observar todos os alunos pela

qual a turma era composta se mostrou uma tarefa extraordinariamente difícil, optámos por

diariamente observar pequenos grupos (três ou quatro alunos) e anotar as suas prestações

utilizando uma ferramenta construída propositadamente para o efeito pelo Núcleo de Estágio.

Esta permitia avaliar de forma qualitativa o domínio motor, o empenho, a assiduidade, a

pontualidade e o comportamento de uma forma eficiente e económica.

5.3.3. Avaliação Sumativa

Por fim, encontramos um terceiro tipo de avaliação que corresponde a um balanço

final ou a uma visão somatória de parcelas (Ribeiro, 1999). De acordo com o mesmo autor,

este tipo de avaliação pretende fazer um juízo do processo realizado pelo aluno no final de

uma unidade de aprendizagem, conferindo os resultados já recolhidos através de outros

processo de avaliação para aperfeiçoar o processo de ensino.

Como realizámos periodicamente a avaliação formativa, o momento de avaliação

sumativa assemelhou-se muito a uma aula normal, uma vez que através daquela informação

recolhida tínhamos a noção da evolução do aluno e do seu comportamento, assiduidade e

empenho ao longo de toda a Unidade Didática e Período, pelo que a última aula servia para,

sobretudo, retirar dúvidas.

5.4. Relatórios de Observação

Parte integrante do Estágio Pedagógico contempla a observação, e posterior redação

do respetivo relatório, de aulas de colegas Estagiários e do docente Orientador de Estágio.

Para a primeira, as observações foram realizadas uma vez por semana, ao longo do ano letivo

e no final obtivemos um total de vinte e sete. Quanto às observações do Orientador de

Estágio, foi necessário realizar uma observação por mês, o que conferiu um total de sete

relatórios, sem contar com as inúmeras aulas observadas ao docente ou outros, como forma de

colmatar as nossas dificuldades ou angariar um conjunto de ideias possíveis de aplicar na

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V. Prática Létiva

33

nossa turma. Para além disto, foi necessário deslocarmo-nos a outro Núcleo de Estágio e

realizar a observação de outro colega em idêntica situação.

5.4.1. Metodologia

Para observarmos as aulas, nas primeiras semanas apenas comparecíamos na aula

munidos de caderno e caneta e apontávamos apenas aquilo que observávamos ou o Orientador

nos referia de importante. Mas após conversa com o docente, construímos e passámos a

utilizar uma ficha específica para o efeito. Esta folha contemplava num dos lados uma check-

list com uma escala de likert, fazendo referência às várias componentes da aula. No outro lado

encontrava-se um espaço em branco onde procurámos apontar todas as informações vistas

como relevantes. Estas permitiram tornar a redação do posterior relatório mais simples e

económica.

5.4.2. Observação Sistemática das Aulas

Ao longo de todo este período de Estágio a observação sistemática das aulas foi uma

constante, pois foram inúmeras as situações em que participámos enquanto observadores. Este

conjunto de observações realizadas teve como propósito, ajudar os observados e o observador:

os primeiros, uma vez que auxiliou na melhoria da sua intervenção pedagógica através da

deteção de dificuldades, quer ao nível da instrução, da gestão ou do planeamento; o segundo,

uma vez que estas observações permitiram a reflexão acerca da sua própria prática. Além

disto, estas observações permitiram a visualização de novas formas de exercícios,

metodologias, práticas e ideias possíveis de aplicar na nossa turma, possibilitando a correção

de algumas lacunas na nossa formação e prática pedagógica assim como aperfeiçoar aspetos

que apesar de realizados minimamente, careciam de melhoria.

No final, foi sempre realizada uma reflexão conjunta onde abordámos os pontos fortes

e as possíveis melhorias e estratégias para colmatá-las, com vista a potenciar a melhoria de

todo o processo. Esse processo fez-nos crescer como professores ao permitir recolher

informação que de outra forma não teríamos acesso, mas também como pessoas, uma vez que

treinámos a capacidade de síntese, o sentido crítico e o respeito pelas opiniões dos outros.

Para terminar este ponto, é importante afirmar que temos plena consciência da

qualidade e limitação dos instrumentos utilizados por nós para as observações, mas para a

intencionalidade pretendida, achamos que foram adequados e permitiram cumprir com os

objetivos propostos para cada uma das análises mesmo sabendo que existem modelos

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V. Prática Létiva

34

científicos que poderíamos ter utilizado. Por fim, partilhamos da mesma opinião de Wajnryb

(2013) quando menciona que a observação de aulas é uma ferramenta de aprendizagem

importante e pode (e deve) ser utilizada pelo professor para o seu desenvolvimento

profissional.

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VI. Dimensão Profissional e Ética

35

VI – Dimensão Profissional e Ética

Procurámos (e procuraremos sempre) manter uma postura profissional em todos os

trabalhos realizados neste ano de Estágio. Organizámos e conduzimos cada sessão com base

nos valores que acreditamos serem importantes para saber viver e conviver em harmonia com

os demais: o respeito, a alegria, a humildade, o fairplay, o espírito de sacrifício e a

honestidade. E, uma vês que o professor é visto como um modelo a seguir, procurámos

demonstrar sempre perto daqueles que nos eram mais próximos durante a prática Létiva

(Orientador, colegas de Estágio, Auxiliares de Educação e alunos) estes valores a que damos

mais relevância.

No nosso entender, estamos convencidos que mantivemos uma postura correta ao

longo de todo o processo, cooperando sempre que possível e necessário com os restantes

docentes para as mais diversas tarefas (preparação de torneios, ajuda com as aulas, com o

material, com as matérias) da mesma forma que os outros docentes tiveram a disponibilidade

e amabilidade de nos ajudar a nós quando precisámos.

Relativamente aos Auxiliares de Ensino, conservámos uma relação cordial e

profissional baseada no respeito, o que permitiu com que tudo se processasse da melhor forma

ao longo deste período.

Em relação à turma, a noção que possuímos é de que preservámos sempre a postura

correta, se bem que por vezes, devido a comportamentos desadequados dos alunos,

deveríamos ter sido um pouco mais corretivos e exigentes. À parte disto, motivámos os alunos

para a prática desportiva em ambiente escolar e fora desta situação de forma ativa,

procurámos alterar comportamentos através da entrega e dedicação que demonstrámos possuir

a quando da transmissão de conhecimentos e ajudando em todo o processo de ensino.

Por fim, cremos que a imagem de marca que fica na escola da nossa passagem é a de

um professor animado sempre com o apito colorido, unido por uma fita, e esta colocada à

volta do pescoço.

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VI. Dimensão Profissional e Ética

36

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VII. Considerações Finais e Balanço

37

VII. Considerações Finais e Balanço

Tendo em consideração todas as aulas lecionadas e observadas, os trabalhos realizados

neste ano de Mestrado, a prática pedagógica e todas as atividades a ela relacionadas podemos

afirmar que o Estágio Pedagógico mostra-se extraordinariamente enriquecedor para

estagiários e futuros professores naquilo que diz respeito à aquisição de habilidades,

competências e conhecimentos no âmbito da docência.

Temos ideia de que, aquilo por que passámos no Estágio não é mais do que um

pequeno exemplo da vida de um professor na prática diária da sua profissão. Ainda assim,

consideramos que realizámos algumas das tarefas mais importantes, como a elaboração

sistemática e condução das aulas, bem como de todo o processo de ensino, a elaboração do

Plano Anual e subsequentes Unidades Didáticas e as respetivas avaliações. Vivenciámos,

ainda, a função de diretor de turma conjuntamente com o detentor do cargo, tarefa que

procurámos desempenhar com o máximo de profissionalismo e seriedade.

Relativamente à turma e às opções tomadas, considero que estas foram as adequadas,

tendo em conta as características daquela e os objetivos traçados. Consideramos também que

em termos aquisição de competências e conhecimentos foi possível de observar um progresso

visível em todos os alunos, mas mais significativamente nuns do que noutros. A turma foi

melhorando gradualmente em vários aspetos ao longo do ano e uma vez que estamos no final,

é possível afirmar que o seu comportamento, empenho, atitudes em relação à aula de

Educação Física, pontualidade e disciplina mostram melhorias, revelando que o trabalho

realizado e o nosso empenho culminaram em tais resultados. No entanto, é legítimo afirmar

que o ano letivo foi marcado por avanços e recuos nestas temáticas e que ainda existe muito

trabalho a realizar.

É importante ressalvar também que a turma cumpriu de forma criteriosa os objetivos

propostos para os diversos blocos de matéria, tendo obviamente alguns alunos atingido o grau

de excelência na disciplina.

Fazendo um balanço final sobre toda a atividade, devemos confessar que o primeiro

período foi de longe, o mais difícil de operacionalizar. Como já foi mencionado, a falta de

experiência e à vontade para lidar com tão grande responsabilidade, tornou-se avassaladora

nos primeiros dias de atividade na escola. O progresso desde então foi evidente e com o

contributo da prática, dos colegas estagiários, do Orientador e dos restantes professores e

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VII. Considerações Finais e Balanço

38

Auxiliares de Educação foi possível ultrapassar estas dificuldades e começar demonstrar todos

os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso académico e fornecer aos alunos aulas

ricas, motivadoras e exigentes do ponto de vista físico e cognitivo.

Para terminar reconhecemos que é importante mencionar que foi com um sentimento

caloroso que regressámos à instituição que frequentámos enquanto alunos durante tanto tempo

e que agora, passados anos, voltámos sob uma perspetiva diferente aquele local. Devido a

isto, devemos confessar que a pressão durante todo o processo foi alta e que por esta razão, foi

inevitável sair da nossa zona de conforto e procurar novas estratégias, exercícios, modelos e

metodologias para demonstrar que possuímos conhecimentos e capacidades para exercer a

função de docente, perante aqueles que até há bem pouco tempo eram os nossos professores

de Educação Física.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

39

VIII. Aprofundamento do Tema-Problema – Atitudes Face à Educação Física

8.1. Justificação da Escolha do Tema

Durante toda a nossa experiência académica, desde o primeiro ciclo de ensino até

agora ao Mestrado, foi possível deparar com várias formas de encarar a disciplina de

Educação Física (E.F.) e a atividade física (A.F.) junto dos nossos amigos e colegas.

Agora, enquanto professor, ao longo da nossa intervenção prática foi possível perceber

que existem várias formas de entender e interpretar a E.F. junto dos nossos alunos, pois por

mais diferenciado que seja o ensino ou mais individualizado que seja o feedback, existem

aqueles aos quais não conseguimos garantir um nível de excelência ou muitas vezes, nem

sequer um nível satisfatório na disciplina.

Tendo consciência que as nossas intervenções enquanto professores poderão ter

implicações em todo o percurso académico do aluno, e até para o resto da sua vida, várias

questões se nos foram colocando relativas à condução do processo de ensino ao longo da

nossa prática diária, nomeadamente: 1)“Será que todos os alunos valorizam a E.F. da mesma

forma?”; 2)“As aulas serão difíceis?”; 3)”Todos os alunos acham útil aquilo que se faz em

E.F?”; 4)”É possível que, ao ser um professor, influencie de alguma forma as aulas?”; 5)

“Será que todos os alunos acham aquilo que ensinamos útil?”.

Assim, foi da curiosidade e da determinação de conhecer a respostas a estas e outras

questões que surgiu este trabalho, e ao mesmo tempo procurando melhorar a nossa

intervenção pedagógica junto dos alunos.

8.2. Enquadramento Teórico

De acordo com Chen e Hypnar (2015), a motivação para as A.F. e para demonstração

de atitudes positivas perante as mais diversas situações desenvolvida durante a infância e

juventude, são plausíveis de se transpor, mais tarde, para a vida adulta. Como referem Phillips

e Silverman (2015), aquelas atitudes influenciam muito aquilo que nós fazemos, podendo

influenciar as nossas próprias vidas e a sociedade na medida em que pode fazer a diferença,

tanto positiva como negativamente. Ainda segundo os mesmos, um dos principais fatores

onde a motivação e as atitudes influenciam a nossa vida é perante a A.F., afirmando que

aqueles que demonstram atitudes mais positivas perante a A.F., fazem com que esta faça parte

do seu dia-a-dia ao longo da sua vida.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

40

Assim, fazer chegar a E.F. e a A.F. a estudantes em idades mais baixas, pode

influenciar, ainda que de forma substancial, as suas atitudes futuras perante estas duas

atividades (Carlson, 1995; Portman, 1995). Além disto, Solmon e Lee (1996) sugeriram que

estudantes que possuem atitudes positivas em relação à E.F. escolar e posteriormente

desenvolvem atitudes positivas em relação à A.F., é mais provável que procurem este tipo de

atividades fora do ambiente escolar.

Apesar de a E.F. ter vindo a ocupar um lugar de destaque dentro da sociedade

ocidental nos últimos anos (Moreno, Rodríguez & Gutiérrez, 2003), ainda é possível

encontrar em Portugal valores de sedentarismo bastante elevados. Segundo a Direção Geral de

Saúde, em julho de 2015, dos 28 países que participaram no estudo do eurobarómetro,

Portugal apresenta-se como um dos países mais sedentários da Europa, onde 64% dos

inquiridos portugueses afirma nunca ter praticado exercício ou desporto. Em contra ponto, no

mesmo documento é possível observar que mais de 50% dos adolescentes portugueses pratica

A.F. três ou mais vezes por semana e que, quando falamos em atividades fora do contexto

escolar, mencionam praticar duas ou mais vezes por semana. No referido documento é

possível ainda observar que a maior parte deles apresenta níveis bons de condição física.

Assim, com este trabalho vamos procurar conhecer e descrever um conjunto de

atitudes face à disciplina de E.F. pelos alunos em início de ciclo, mais precisamente do 7.º e

10.º ano de escolaridade. Através da análise e interpretação dos seus resultados, esperamos ser

possível desenvolver estratégias ou metodologias que permitam modificar o comportamento e

as atitudes dos alunos face à E.F. com vista a obter melhores indicadores em relação à A.F. na

escola à disciplina.

8.3. Objetivos

8.3.1. Objetivo Geral

A elaboração deste trabalho tem como principal intuito conhecer e compreender um

conjunto de atitudes face à disciplina de E.F. junto dos alunos em início de ciclo, ou seja, 7.º e

10.º ano de escolaridade.

8.3.2. Objetivos Específicos

Pretendemos com este estudo, em primeiro lugar, descrever a nossa amostra de acordo

com as questões demográficas que contemplam o questionário, nomeadamente o género, o

ano de escolaridade e a prática de A.F. ou Desportiva fora do horário escolar.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

41

Posteriormente, é nossa intenção verificar se existe diferenças estatisticamente

significativas entre as questões demográficas mencionadas acima nos diferentes fatores a que

os itens se referem, nomeadamente a valorização da E.F. e do professor de E.F, a facilidade da

E.F, a utilidade da E.F., a empatia com o professor e com a disciplina de E.F, a concordância

com a organização curricular, a preferência pela E.F. e o desporto e por fim a E.F. como

desporto.

8.4. Metodologia

8.4.1. Participantes

Participaram neste estudo 128 indivíduos, dos quais 65 são do género masculino e 63

do género feminino, com uma média de idades de 14,23 ± 1,741 anos sendo a idade máxima

18 e a mínima 11. Os inquiridos encontravam-se no sétimo (45,3%) e décimo (54,7%) ano de

escolaridade e frequentavam a escola sede do Agrupamento de Escolas da Lousã,

nomeadamente a Escola Secundária da Lousã (tabela 1).

Tabela 1 - Distribuição dos alunos segundo o ano de escolaridade e o género

Ano de Escolaridade

7.º 10.º Total

Género Masculino 28 37 65

Feminino 30 33 63

Total 58 70 128

Na tabela abaixo (tabela 2) podemos observar a distribuição dos alunos de acordo com

a idade e o género.

Tabela 2 - Distribuição dos alunos segundo a idades e o género

Idade

11 12 13 14 15 16 17 18 Total

Género Masculino 0 14 10 4 17 17 2 1 65

Feminino 1 19 7 3 17 12 2 2 63

Total 1 33 17 7 34 29 4 3 128

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

42

Dos 128 alunos abrangidos por este questionário, 74 (57,8%) praticam algum tipo de

desporto ou A.F. em horário extracurricular enquanto, 54 dos inquiridos (42,2%) afirmam que

não praticam qualquer tipo de atividade. Observando a tabela 3, podemos analisar a

distribuição dos alunos de acordo com a prática desportiva em horário extracurricular e o

género.

Tabela 3 - Distribuição dos alunos segundo a prática desportiva e o género

Desporto Extracurricular

Sim Não Total

Género Masculino 41 24 65

Feminino 33 30 63

Total 74 54 128

Por fim, na tabela 4 podemos verificar a distribuição dos alunos de acordo com as

notas finais do ano letivo anterior e o género. Verifica-se que aqui só existe referência a um

valor negativo e que a grande maior parte dos alunos alcançou a nota de excelência da

disciplina no ano anterior.

Tabela 4 - Distribuição dos alunos segundo a nota final e o género

Avaliação na EF no ano anterior

2 3 4 5 Total

Género Masculino 1 15 22 27 65

Feminino 0 22 19 22 63

Total 1 37 41 49 128

8.4.2. Instrumentos

O questionário (anexo 1) utilizado para a recolha de dados foi adaptado e traduzido de

Cuestionario de Actitudes hacia la Educacíon Física de Moreno, Rodríguez e Gutiérrez

(2003), e consiste num inquérito composto por 55 questões de resposta fechada, onde se

pretende o grau de concordância com as afirmações, utilizando uma escala de quatro pontos

de likert (1 – Discordo, 2 – Pouco de Acordo 3 – Bastante de Acordo e 4 – Totalmente de

Acordo).

A partir do estudo de outros instrumentos de medida, como os de McCue, (1953),

Richardson, (1960), Adams, (1963), Lakie, (1964), entre muitos outros, os autores do estudo

no qual este trabalho se baseia, Moreno, Rodríguez e Gutiérrez (2003), conceptualizaram sete

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

43

fatores hipotéticos no campo das atitudes perante a E.F., a saber: 1. valorização da E.F. e do

professor de E.F, 2. facilidade da E.F, 3. utilidade da E.F., 4. empatia com o professor e com a

disciplina de E.F, 5. concordância com a organização curricular, 6. preferência pela E.F. e o

desporto e 7. E.F. como desporto. Estes itens agrupam várias questões do questionário, como

podemos verificar nas tabelas abaixo.

O fator 1 (tabela 5) apresenta um conjunto de itens relacionados com a importância

atribuída ao professor e à E.F. pelo aluno.

Tabela 5 - Número e questões relativas à valorização da E.F. e do professor de E.F.

Nº da

questão Itens do fator Valorização da E.F. e do professor de E.F

6 O professor de E.F. tenta que as suas aulas sejam divertidas.

10 Considero que o professor se esforça para conseguir que melhoremos.

16 O número de horas semanais de aulas de E.F. é suficiente.

17 O que aprendo em E.F. é necessário e importante.

20 Gosto das aulas práticas que tenho.

29 A avaliação em E.F. é justa e equitativa.

36 O professor incentiva-me a fazer exercício fora das aulas.

37 Concordo com exames teóricos em E.F.

42 Concordo com exames práticos de E.F.

50 Nas aulas de E.F. utilizo muitos materiais (balões, arcos, etc.).

54 O professor trata da mesma forma os rapazes e as raparigas.

Como podemos verificar, o fator 2 (tabela 6) apresenta declarações que visam

desvendar se os alunos reconhecem a disciplina de E.F. como fácil ou difícil, quando

comparada com outra disciplina. Algumas destas afirmações foram invertidas, nomeadamente

a questão 18, de forma a manter o mesmo sentido das restantes questões e tornar possível o

cálculo da média do fator.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

44

Tabela 6 - Número e questões relativas à dificuldade da E.F.

Nº da

questão Itens do fator Facilidade da E.F

4 As atividades de E.F. são fáceis.

11 Passar na E.F. é mais fácil que nas outras disciplinas. <=

18 A disciplina de E.F. é difícil. <=

25 Tirar boa nota em E.F. é fácil.

35 O trabalho do professor de E.F. é muito fácil.

43 É mais fácil obter boas notas em E.F. do que nas restantes disciplinas.

<= Invertida

O fator 3 (tabela 7) apresenta questões relacionadas com a utilidade da disciplina e

visam descobrir se os alunos atribuem validade à E.F. e aos conteúdos abordados no seu

desenrolar.

Tabela 7 - Número e questões relativas à utilidade da E.F.

Nº da

questão Itens do fator Utilidade da E.F.

1 A E.F. é aborrecida. <=

5 O que aprendo em E.F. não serve para nada. <=

12 Não deveriam existir aulas de E.F. na escola.

14 Pode-se melhorar a disciplina de E.F. <=

15 Para mim é muito importante a E.F

30 Custa-me realizar os exercícios que o professor de E.F. propõe. <=

31 Em E.F. não se aprende nada. <=

34 As aulas de E.F. vão ser úteis no futuro.

39 A E.F. é a disciplina menos importante do ano letivo. <=

41 A disciplina de E.F. não me preocupa com as restantes disciplinas.

<= Invertida

Como podemos observar, depois de realizada a análise algumas daquelas afirmações

foram invertidas, nomeadamente a questão 1, 5, 14, 30, 31, 39 e 41, por forma a manter o

mesmo sentido das restantes questões.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

45

O fator 4 (tabela 8) engloba questões relacionadas com a forma como o aluno

perceciona a situação do professor na E.F. e também com a forma de como o professor se

relaciona com os alunos.

Tabela 8 - Número e questões relativas à empatia com o professor e com a disciplina de E.F.

Nº da

questão Itens do fator Empatia com o professor e com a disciplina de E.F

2 A E.F. é mais importante que as restantes disciplinas.

3 O professor de E.F. preocupa-se mais connosco do que os outros

professores

7 A E.F. é a disciplina que mais gosto.

8 As aulas de E.F. melhoram o meu ânimo.

22 Dou-me melhor com o professor de E.F. do que com os restantes

professores.

47 O professor de E.F. é mais divertido que os restantes professores.

No fator 5 (tabela 9) podemos encontrar questões que visam desvendar o grau de

concordância dos alunos relativamente à forma como a disciplina está organizada e da

interpretação que estes fazem da sua estrutura.

Tabela 9 - Número e questões relativas à concordância com a organização curricular

Nº da

questão Itens do fator Concordância com a organização curricular

13 O professor de E.F. deve trabalhar devidamente equipado.

23 Relaciono-me mais com os meus companheiros em E.F. do que nas outras

disciplinas.

51 Nas aulas de E.F. o professor obriga-me a devidamente equipado.

53 Prefiro as aulas práticas às aulas teóricas.

O fator 6 (tabela 10) contempla declarações relacionadas com o interesse que o aluno

demonstra face à E.F. e à A.F. Aqui, também a questão 19 foi invertida para manter a

consistência de todo o trabalho.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

46

Tabela 10 - Número e questões relativas à preferência pela E.F. e o desporto

Nº da

questão Itens do fator Preferência pela E.F. e o desporto

19 Deveriam ser dados mais conteúdos teóricos em E.F. <=

27 Prefiro praticar um desporto em vez de ir sair com os meus

amigos.

33 Gostava de me tornar professor de E.F.

49 Prefiro fazer um desporto do que ver televisão.

<= Invertida

Por fim, o fator 7 (tabela 11) apresenta questões que visam descobrir a relação que

pode existir entre a E.F. e o desporto percecionada pelo aluno, procurando perceber se estas

duas situações, para eles, são o mesmo. Aqui, todas as questões foram invertidas de forma a

manter o mesmo alinhamento que os restante inquérito.

Tabela 11 - Número e questões relativas à E.F. como desporto

Nº da

questão Itens do fator Educação Física como Desporto

24 Educação Física e Ginástica são a mesma coisa. <=

44 Educação Física e Desporto é o mesmo. <=

46 Em E.F. competimos uns contra os outros. <=

48 Nas aulas de E.F. só praticamos desportos. <=

<= Invertida

8.4.3. Processamento de Dados e Análise Estatística

O processamento e análise dos dados foram realizados através do SPSS e do Microsoft

Excel. As perguntas negativas foram invertidas através da recodificação dos valores das

respostas, e calculadas as médias para cada fator. Posteriormente, foi testada a normalidade

das distribuições nas variáveis calculadas (fatores). O teste utilizado para a análise dos dados

foi o T-Test para amostras independentes do programa SPSS mencionado acima. O nível de

significância foi estabelecido em 0,05.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

47

8.5. Apresentação e Discussão dos Resultados

8.5.1. Análise por Género e Nível de Prática Desportiva

A figura 1 apresenta as médias de todos os fatores da escala das atitudes por ano de

escolaridade (7º e 10º). Como podemos verificar na figura, existem diferenças

estatisticamente significativas entre os anos de escolaridade nos fatores valorização,

dificuldade, utilidade, concordância e preferência (p <0.05)

Dentro destes fatores, podemos verificar também que existe uma tendência uma vez

que os valores médios mais altos apresentados fazem referência ao 7.º ano de escolaridade.

Fazendo esta leitura, verificamos que os alunos do 7.º ano valorizam mais a E.F. e o

professor, afirmam que a disciplina é mais fácil e mais útil, apresentam uma maior empatia

pelo professor e pela disciplina, apresentam valores mais altos de concordância relativamente

à organização daquela e demonstram mais interesse face à E.F. e à A.F. Em contra ponto, e

apesar de não existir aqui diferenças estatisticamente significativas entre grupos, verifica-se

que os alunos presentes no 7.º ano distinguem mais dificilmente a E.F. do Desporto.

Figura 1 - Diferenças entre o ano de escolaridade e os diversos fatores

Relativamente à comparação entre os praticantes e não-praticantes de atividades

desportivas extracurriculares, através da análise da figura 2 podemos constatar que existem

diferenças estatisticamente significativas (p<0.05) nos sete fatores da escala, nomeadamente

na perceção do aluno da facilidade da E.F., na empatia pelo professor e pela disciplina, no

2,85 2,72

3,00 2,75

3,07

2,79 3,02

2,47

3,02 2,84 2,91

2,46 2,51 2,70

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

7 10 7 10 7 10 7 10 7 10 7 10 7 10

Valorização Dificuldade Utilidade Empatia Concordância Preferência Comparação

* * * * * *

p<0.05 *

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

48

interesse e preferência que demonstram na cadeira, e finalmente na comparação da disciplina

com o desporto.

Mais uma vez, apesar de não se verificarem diferenças estatisticamente significativas

em relação às restantes variáveis, podemos constatar uma tendência. Aqui, os valores médios

mais altos fazem referência aos alunos que praticam algum tipo de A.F. ou desportiva fora do

horário escolar. Nos fatores onde foram encontradas diferenças significativas, podemos

verificar que os alunos que praticam algum tipo de atividade desportiva atribuem mais valor à

disciplina de E.F. e ao professor, admitem que a disciplina é mais fácil que as restantes, e

afirmam que a disciplina e os conteúdos nela abordados são úteis. Também, estes alunos

demonstram mais empatia com a disciplina e com o seu professor, concordam com a estrutura

e organização da disciplina e mencionam ainda demonstrar mais interesse face à E.F. e à A.F.

Contrariamente ao observado nas variáveis anteriores, verifica-se que os alunos que não

praticam atividades fora do contexto escolar comparam a E.F. ao Desporto.

Figura 2 - Diferença entre a prática desportiva para os diversos fatores

Finalmente, na figura 3 é possível observar as médias dos fatores numa análise por

género. Podemos então verificar a existência de diferenças estatisticamente significativas (p

<0.05) entre o género masculino e o feminino em dois dos fatores em análise: utilidade da

E.F. e a concordância com a disciplina e a sua organização, o que significa que o género

feminino atribui maior utilidade à E.F. do que o género masculino. Esta observação pode

2,81 2,74

3,00

2,68

2,95 2,86 2,87

2,51

2,95 2,88 2,95

2,28 2,51

2,76

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Valorização Dificuldade Utilidade Empatia Concordância Preferência Comparação

* * * *

p<0.05 *

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

49

também fazer-se relativamente ao fator concordância, verificando-se que as raparigas

demonstram estar mais de acordo com a organização da disciplina.

Podemos verificar também uma tendência nos outros fatores: o género feminino

apresenta valores mais altos de média em todos os pontos exceto na facilidade (dificuldade)

da disciplina e a preferência pela mesma.

Tendo em conta aquela análise, verificamos então que os participantes do género

feminino valorizam mais a disciplina de E.F. e o seu professor, ao contrário do género

masculino, apesar de não se verificarem diferenças estatisticamente significativas (p>0.05).

Também, o género feminino demonstra maior empatia pelo professor e pela atividade física

mas também indica que mais facilmente compara a E.F. ao Desporto.

Figura 3 - Diferença entre o género para os diversos fatores

8.5.2. Discussão dos Resultados

Este estudo pretendeu investigar as atitudes dos alunos do 7.º e 10.º ano em relação à

E.F. e determinar a existência de diferenças entre o género, a prática desportiva fora da escola

e o ano de escolaridade nos parâmetros abordados. De uma forma geral, todos os alunos

apresentam demonstrar atitudes positivas perante a E.F. escolar, valorizando-a e atribuindo-

lhe importância.

2,73 2,83 2,91 2,82 2,76

3,07

2,68 2,75 2,81 3,03

2,68 2,65 2,54

2,70

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Mas

culin

o

Fem

inin

o

Mas

culin

o

Fem

inin

o

Mas

culin

o

Fem

inin

o

Mas

culin

o

Fem

inin

o

Mas

culin

o

Fem

inin

o

Mas

culin

o

Fem

inin

o

Mas

culin

o

Fem

inin

oValorização Dificuldade Utilidade Empatia Concordância Preferência Comparação

* *

p<0.05 *

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

50

Relação dos sete fatores com o ano de escolaridade

Os resultados (figura 1) mostram que os valores mais elevados em praticamente todos

os fatores pertencem aos alunos do 7.º ano quando comparados aos alunos do décimo,

nomeadamente nos pontos valorização, dificuldade (facilidade), utilidade, empatia,

concordância e preferência. Isto significa que os alunos do 7.º ano de escolaridade parecem

valorizar mais a disciplina de E.F. e o seu professor, adjetivam a disciplina de E.F. como fácil,

atribuem mais utilidade à mesma e aos seus conteúdos. Também, apresentam maior empatia

pelo docente, estão mais de acordo com a organização curricular e demonstram mais interesse

face à disciplina e à A.F..

Os resultados do estudo de Lazarevic, Orlic, Lazarevic, e Radisavljevic-Janic (2015)

demonstram também que os alunos do 6.º ano mostram atitudes mais positivas quando

comparados a alunos do 7.º e 8.º ano. Além disso, os mesmos autores verificaram que a

diferença de scores é maior entre alunos do 6.º e 8.º ano em atitudes como a utilidade. Num

outro estudo, os resultados demonstraram que os alunos do 4.º ano apresentam valores

significativamente mais positivos de atitude face à E.F. do que alunos do 5.º ano. (Phillips &

Silverman, 2015).

Para terminar este segmento, estudos realizados nesta área indicam que à medida que

os alunos progridem na escolaridade, as atitudes perante a E.F. decrescem, verificando-se

scores médios mais baixos em ciclos de estudos mais avançados (Montalvo & Silverman,

2008; Subramaniam & Silverman, 2007). Uma das explicações possíveis adiantadas por

Subramaniam e Silverman (2007) é a repetição das mesmas atividades e modalidades ao

longo do percurso escolar na E.F. Outra possibilidade levantada anteriormente por Carlson

(1995) é a de que os alunos acabam por se aborrecer, resultado da falta de desafio, quando os

docentes utilizam as mesmas tarefas e modalidades nas aulas de E.F ao longo dos anos. Este

autor menciona ainda que isto ganha relevância, uma vez que estas atitudes podem influenciar

a prática de A.F. fora do horário escolar de forma negativa. Noutro estudo com resultados

semelhantes, verificou-se que as atitudes face ao professor e ao conteúdo da disciplina são

significativamente diferentes entre o 3.º, 7.º e 10.º ano (Luke & Cope, 1994). Uma das

possíveis explicações lançadas pelos autores para o observado, é de que os alunos do 3º ano

estão mais predispostos à prática de A.F. Outra possível explicação mencionada é de que à

medida que vão avançando na idade, os alunos ficam mais críticos e exigente (Luke & Cope,

1994). Nos resultados do seu estudo, Carlson (1995) afirma que os alunos gostavam de

possuir mais controlo e mais escolha sobre as atividades em que participam na escola.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

51

Relação dos sete fatores com a prática desportiva

Os resultados encontrados na análise por nível de prática desportiva demonstram que

existem diferenças estatisticamente significativas entre praticantes e não-praticantes em

alguns dos sete fatores em estudo, nomeadamente na perceção do aluno da facilidade da E.F.

na empatia pelo professor e pela disciplina, no interesse e preferência que demonstram por

aquela, e finalmente na comparação da disciplina com o Desporto.

Mais uma vez, apesar de não se verificarem diferenças estatisticamente significativas

em relação às restantes variáveis, podemos constatar também aqui uma tendência. Nesta, os

valores médios mais altos fazem referência aos alunos que praticam algum tipo de A.F. ou

desportiva fora do horário escolar. Com resultados semelhantes, o estudo de Lazarevic et al.

(2015) demonstra que os alunos que praticam A.F. fora do contexto escolar três vezes por

semana apresentam atitudes mais positivas em relação à E.F. do que alunos que não praticam

ou praticam apenas uma a duas vezes por semana.

No nosso estudo podemos verificar que os alunos que praticam algum tipo de A.F.

indicam dar mais valor à disciplina de E.F. e ao professor, admitem que a disciplina é mais

fácil que as restantes e afirmam que a disciplina e os conteúdos nela abordados são úteis.

Também, aqueles alunos demonstram mais empatia com a disciplina e com o seu professor,

concordam com a estrutura e organização da disciplina e mencionam ainda ter mais interesse

face à E.F. e à A.F. É interessante verificar que os alunos que não praticam atividades fora do

contexto escolar comparam a E.F. ao Desporto. Isto poderá ser explicado pelo facto de não

terem vivências desportivas, não compreendendo por isso o quão diferentes são os objetivos e

exigências da E.F. e da prática desportiva federada.

Relação dos sete fatores com o género

Quando analisadas as diferenças entre géneros, podemos verificar que apesar de não se

registarem diferenças estatisticamente significativas, as raparigas valorizam mais a E.F. e o

professor do que os rapazes. Isto vai ao encontro dos resultados do trabalho realizado por

Moreno, Rodríguez & Gutiérrez (2003), onde mostram igualmente que o género feminino

indica valorizar mais a disciplina que o género masculino. Também, à semelhança do estudo

anterior, o género feminino atribui maior utilidade à disciplina, sendo essas diferenças

estatisticamente significativas. No entanto, é possível observar (figura 3) que os rapazes

atribuem maior facilidade (fator dificuldade) à disciplina, ao contrário dos resultados

encontrados pelos autores anteriores.

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VIII. Aprofundamento do Tema-Problema

52

É possível observar também nos resultados da nossa amostra que o género feminino

apresenta scores médios superiores aos registados pelo género masculino na maioria dos

fatores da escala das atitudes face à E.F. Isto é contrário aos resultados do estudo de Lazarevic

et al. (2015), onde afirmam que o género masculino demonstra atitudes mais positivas em

relação à E.F. que o género feminino.

8.5.3. Limitações e Sugestões para Estudos Futuros

Apesar dos resultados obtidos, a nossa opção de restringir este estudo ao 7.º e 10.º

anos de escolaridade, sendo aceitável para um estudo com a dimensão, é, no entanto,

limitadora em termos de generalização dos resultados. Assim sendo, pensamos que este

estudo deveria ser alargado quer em número de participantes, quer de escolas, quer ainda em

relação aos anos de escolaridade a serem estudados.

Para tornar o trabalho efetuado mais rico e assertivo e permitir responder a outras

questões no âmbito da E.F. escolar, consideramos ser pertinente que em práticas futuras seja

colocado um maior conjunto de variáveis demográficas, nomeadamente, sobre o número de

vezes de prática semanal de E.F. e do género do respetivo professor.

Por fim, uma vez que este trabalho teve como ponto de partida outro estudo já

existente realizado por Moreno, Rodríguez e Gutiérrez (2003), seria interessante procurar

adaptar e validar o questionário utilizado à realidade portuguesa, já que até este momento

apenas foi traduzido.

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IX. Conclusões

53

IX. Conclusões

Os resultados deste estudo, como de outros realizados neste âmbito, demonstram que

as atitudes face à E.F., apesar de positivas, decrescem à medida que os alunos progridem na

escolaridade, o que torna relevante encontrar formas de ultrapassar e modificar este

panorama. Tendo em conta a pesquisa efetuada e a experiência adquirida ao longo do Estágio

Pedagógico, torna-se clara a importância do professor de E.F. para fomentar nos alunos o

gosto pela disciplina, pela prática de A.F. e desportiva. Ao assumir este lugar de destaque, ao

professor é incumbida a função de brindar os alunos nas aulas de E.F. com atividades do seu

interesse e pessoalmente significativas ao longo de todo o seu percurso escolar, e de oferecer

experiências de qualidade no seu desenrolar. É importante também, promover um maior

empenho e participação do aluno nos processos da aula, atribuindo mais controlo e mais

escolha sobre as atividades em que aqueles participam na escola.

Por sua vez, verificamos também que os alunos que praticam A.F. ou desportivas fora

do contexto escolar apresentam atitudes mais positivas face à E.F., do que aqueles que

mencionam não realizar qualquer atividade. Este fator pode relaciona-se com o primeiro na

medida em que, caso as nossas decisões promovam a participação, por parte dos alunos, em

A.F. ou desportivas em horário extracurricular, pudemos esperar um aumento da valorização

da disciplina de E.F. e da sua importância por parte destes alunos. Isto promove um estilo de

vida mais ativo fora do contexto escolar, que por sua vez melhora as atitudes perante a

disciplina.

Com tudo isto, aquilo que se procura é uma mudança de consciência no adolescente de

forma a promover para a prática de A.F. ao longo da sua vida. E, apesar de o número de

participantes ser aceitável para um estudo com esta dimensão, é, no entanto, limitador em

termos de generalização dos resultados.

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IX. Conclusões

54

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X. Referências

55

X. Referências

10.1. Referências Bibliográficas

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X. Referências

56

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57

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58

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XI. Anexos

59

XI – Índice de Anexos

11.1. Anexo 1 - Inquérito Sobre as Atitudes Face à Educação Física………………...…..….60

11.2. Anexo 2 - Diferenças Entre Anos de Escolaridade nos Sete Fatores……………...…....62

11.3. Anexo 3 - Diferenças Entre Anos de Escolaridade nos Sete Fatores…………….….….63

11.4. Anexo 4 - Diferença Entre a Prática Desportiva nos Sete Fatores………………..….…64

11.5. Anexo 5 - Diferença Entre a Prática Desportiva nos Sete Fatores………….……....…..65

11.6. Anexo 6 - Diferença Entre Géneros nos Sete Fatores…………….……………...……..66

11.7. Anexo 7 - Diferença Entre Géneros nos Sete Fatores...….………………….……….....67

11.8. Anexo 8 - Parte da Ata da 3.º Reunião do Concelho de Turma………..……………….68

11.9. Anexo 9 – Certificado de Participação nas II Jornadas Científico-Pedagógicas..…….69

11.10. Anexo 10 – Certificado de Participação na Conferência: “O Badminton Como Matéria

de Ensino”……………………………………………………………………………....…….70

11.11. Anexo 11 - Certificado de Participação na Conferência: “A Ginástica Como Matéria de

Ensino”……………………………………………..………………………………………....71

11.12. Anexo 12 - Certificado de Participação na Oficina de Ideias em Educação

Física…………….…………………………………………………………………………....72

11.13. Anexo 13 - Certificado de Participação V Fórum Internacional das Ciências da

Educação

Física……………………………………….………………………………………………....73

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XI. Anexos

60

11.1. Anexo 1 - Inquérito Sobre as Atitudes Face à Educação Física

Questionário das Atitudes Face à Educação Física

(adaptado e traduzido de Cuestionario de Actitudes hacia la Educacíon Física Moreno, J. A.;

Rodríguez, P. L. y Gutiérrez, M. 2003)

Este questionário faz parte de um projeto de investigação em ensino, no âmbito do Estágio

Pedagógico do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da

FCDEF-UC, sendo o seu objetivo analisar os interesses e as atitudes do aluno face a diversos

aspetos relacionados com a Educação Física.

O questionário é anónimo e será aplicado por inquiridor, sendo apenas a equipa de

investigação que terá acesso às respostas obtidas.

1 – Idade:____ 2 – Ano de escolaridade:____ 3- Nota final de E.F. do ano letivo anterior___

4 – Género: Masculino □ Feminino □

5 – Praticas algum desporto em horas extracurriculares: Sim □ Se sim, qual?________Não □

1 - Discordo 2 – Pouco de Acordo 3 – Bastante de Acordo 4 – Totalmente de Acordo

1 2 3 4

1 – A E.F. é aborrecida.

2 – A E.F. é mais importante que as restantes disciplinas.

3 – O professor de E.F. preocupa-se mais connosco do que os outros professores.

4 – As atividades de E.F. são fáceis.

5 – O que aprendo em E.F. não serve para nada.

6 – O professor de E.F. tenta que as suas aulas sejam divertidas.

7 – A E.F. é a disciplina que mais gosto.

8 – As aulas de E.F. melhoram o meu ânimo.

9 – Sou preguiçoso quando tenho de mudar de roupa em E.F.

10 – Considero que o professor se esforça para conseguir que melhoremos.

11 – Passar na E.F. é mais fácil que nas outras disciplinas.

12 – Não deveriam existir aulas de E.F. na escola.

13 – O professor de E.F. deve trabalhar devidamente equipado.

14 – Pode-se melhorar a disciplina de E.F.

15 – Para mim é muito importante a E.F.

16 – O número de horas semanais de aulas de E.F. é suficiente.

17 – O que aprendo em E.F. é necessário e importante.

18 – A disciplina de E.F. é difícil.

19 – Deveriam ser dados mais conteúdos teóricos em E.F.

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XI. Anexos

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20 – Gosto das aulas práticas que tenho.

21 – Reprovar em E.F. tem a mesma importância que nas outras disciplinas.

22 – Dou-me melhor com o professor de E.F. do que com os restantes professores.

23 – Relaciono-me mais com os meus companheiros em E.F. do que nas outras

disciplinas.

24 – Educação Física e Ginástica são a mesma coisa.

25 – Tirar boa nota em E.F. é fácil.

26 – O professor domina as matérias que ensina.

27 - Prefiro praticar um desporto em vez de ir sair com os meus amigos.

28 – Quando termina a aula de E.F. mudo de roupa.

29 – A avaliação em E.F. é justa e equitativa.

30 – Custa-me realizar os exercícios que o professor de E.F. propõe.

31 – Em E.F. não se aprende nada.

32 – O meu professor de E.F. seria melhor se fosse mais forte.

33 – Gostava de me tornar professor de E.F.

34 – As aulas de E.F. vão ser úteis no futuro.

35 – O trabalho do professor de E.F. é muito fácil.

36 – O professor incentiva-me a fazer exercício fora das aulas.

37 – Concordo com exames teóricos em E.F.

38 – O professor de E.F. é mais rígido que os outros professores.

39 – A E.F. é a disciplina menos importante do ano letivo.

40 – Valorizo menos o meu professor de E.F. do que os outros professores.

41 – A disciplina de E.F. não me preocupa com as restantes disciplinas.

42 – Concordo com exames práticos de E.F.

43 – É mais fácil obter boas notas em E.F. do que nas restantes disciplinas.

44 – Educação Física e Desporto é o mesmo.

45 – Quando reprovo a E.F. compareço a aulas de recuperação.

46 – Em E.F. competimos uns contra os outros.

47 – O professor de E.F. é mais divertido que os restantes professores.

48 – Nas aulas de E.F. só praticamos desportos.

49 – Prefiro fazer um desporto do que ver televisão.

50 – Nas aulas de E.F. utilizo muitos materiais (balões, arcos, etc.).

51 – Nas aulas de E.F. o professor obriga-me a devidamente equipado.

52 – Quando reprovo noutra disciplina compareço a aulas de recuperação.

53 – Prefiro as aulas práticas às aulas teóricas.

54 – O professor trata da mesma forma os rapazes e as raparigas.

55 – A prática de exercício físico melhora a minha saúde.

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XI. Anexos

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11.2. Anexo 2 - Diferenças Entre Anos de Escolaridade nos Sete Fatores

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XI. Anexos

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11.3. Anexo 3 - Diferenças Entre Anos de Escolaridade nos Sete Fatores

Estatísticas de grupo

AnoEscolar Ano Escolar N Média Desvio Padrão

Erro padrão da

média

Valorização 7 58 2,8511 ,45968 ,06036

10 70 2,7208 ,39952 ,04775

Dificuldade 7 58 3,0000 ,56195 ,07379

10 70 2,7500 ,55586 ,06644

Utilidade 7 58 3,0690 ,36592 ,04805

10 70 2,7863 ,47465 ,05673

Empatia 7 58 3,0172 ,63345 ,08318

10 70 2,4667 ,65669 ,07849

Concordância 7 58 3,0207 ,54508 ,07157

10 70 2,8371 ,45338 ,05419

Preferência 7 58 2,9095 ,59179 ,07771

10 70 2,4643 ,56991 ,06812

Comparação 7 58 2,5115 ,67402 ,08850

10 70 2,7048 ,56585 ,06763

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XI. Anexos

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11.4. Anexo 4 - Diferença Entre a Prática Desportiva nos Sete Fatores

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XI. Anexos

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11.5. Anexo 5 - Diferença Entre a Prática Desportiva nos Sete Fatores

Estatísticas de grupo

PraticaDesporto N Média Desvio Padrão

Erro padrão da

média

Valorização 1 Sim 74 2,8120 ,45075 ,05240

2 Não 54 2,7357 ,40242 ,05476

Dificuldade 1 Sim 74 2,9955 ,54478 ,06333

2 Não 54 2,6821 ,55915 ,07609

Utilidade 1 Sim 74 2,9539 ,42955 ,04993

2 Não 54 2,8603 ,47521 ,06467

Empatia 1 Sim 74 2,8694 ,69257 ,08051

2 Não 54 2,5062 ,66032 ,08986

Concordância 1 Sim 74 2,9514 ,53871 ,06262

2 Não 54 2,8778 ,45211 ,06152

Preferência 1 Sim 74 2,9493 ,55514 ,06453

2 Não 54 2,2778 ,47748 ,06498

Comparação 1 Sim 74 2,5124 ,60056 ,06981

2 Não 54 2,7608 ,62822 ,08549

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XI. Anexos

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11.6. Anexo 6 - Diferença Entre Géneros nos Sete Fatores

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XI. Anexos

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11.7. Anexo 7 - Diferença Entre Géneros nos Sete Fatores

Estatísticas de grupo

Género N Média Desvio Padrão

Erro Padrão da

Média

Valorização masculino 65 2,7315 ,44316 ,05497

Feminino 63 2,8297 ,41579 ,05239

Dificuldade masculino 65 2,9077 ,57812 ,07171

Feminino 63 2,8175 ,56298 ,07093

Utilidade masculino 65 2,7593 ,47355 ,05874

Feminino 63 3,0744 ,36331 ,04577

Empatia masculino 65 2,6821 ,71669 ,08889

Feminino 63 2,7513 ,68645 ,08648

Concordância masculino 65 2,8092 ,47884 ,05939

Feminino 63 3,0349 ,50614 ,06377

Preferência masculino 65 2,6769 ,54437 ,06752

Feminino 63 2,6548 ,69187 ,08717

Comparação masculino 65 2,5410 ,64249 ,07969

Feminino 63 2,6958 ,59553 ,07503

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XI. Anexos

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11.8. Anexo 8 - Parte da Ata da 3.º Reunião do Concelho de Turma

Um grupo da turma, também, participou com gosto e empenho na visita de estudo à Serra da

Estrela, onde acabaram por desenvolver atividades desportivas de inverno (ski e snowboard). Refere-

se que esta atividade foi proposta pelo grupo de estágio de educação física, tutelado pelo professor

João Moreira. A este propósito o DT fez um balanço positivo da atividade, sublinhando o empenho na

promoção da atividade junto dos alunos do professor-estagiário Tiago Figueiredo.

A este propósito, o DT louvou precisamente a disponibilidade e o trabalho do professor-

estagiário Tiago Figueiredo na assessoria da direção de turma, uma vez que para além de acompanhar

diretamente os alunos, procurou ainda fundamentar a sua atuação, pondo em prática os conhecimentos

adquiridos ao longo da sua formação académica, nomeadamente trabalhos finais de curso.

Ao nível da educação sexual, o DT afirmou que esta tem sido abordada de modo transversal

e sempre que as temáticas das aulas o proporcionam, para além das aulas específicas de oficina de

projeto, tendo especificamente recorrido a canções e filmes para análise e debate. Neste sentido,

sublinhou e desenvolveu o tema da adolescência e as suas implicações físicas, psicológicas e

emocionais nos jovens desta idade, para além da afirmação do “Eu” e das liberdades. Do mesmo

modo, outros professores têm abordado a educação sexual, nas suas aulas como, por exemplo, história,

ciências naturais e geografia.

Não tendo havido a visita de estudo ao Porto, o dinheiro recolhido destinou-se a financiar e

reduzir os custos da ida à Serra da Estrela. A quantia restante continuará ao dispor dos alunos para

atividades deste género ou, no máximo, na aquisição de livros de leitura para o próximo ano letivo.

Por fim, regista-se que o sorteio das rifas contemplou três vencedores que acabaram por receber o seu

prémio, salvo a vencedora do segundo, que por viver muito longe não o pode levantar, acabando por

ofertá-lo à turma.

Foi, ainda, elogiada a participação de alguns alunos da turma na atividade de Carnaval

levada a cabo pelo grupo de dança do Agrupamento.

Uma outra atividade em que os alunos da turma participaram, de forma responsável, foi a

formação de suporte básica de vida em que evidenciaram saber estar e aprender em contexto fora da

sala de aula.

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XI. Anexos

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11.9. Anexo 9 – Certificado de Participação nas II Jornadas Científico-Pedagógicas

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XI. Anexos

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11.10. Anexo 10 – Certificado de Participação na Conferência: “O Badminton Como

Matéria de Ensino”

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XI. Anexos

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11.11. Anexo 11 - Certificado de Participação na Conferência: “A Ginástica Como

Matéria de Ensino”

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XI. Anexos

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11.12. Anexo 12 - Certificado de Participação na Oficina de Ideias em Educação Física

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XI. Anexos

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11.13. Anexo 13 - Certificado de Participação V Fórum Internacional das Ciências da

Educação Física