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tipç Pró-Reitoria de Graduação Curso de Pedagogia Trabalho de Conclusão de Curso A importância do jogo na construção dos conceitos de lateralidade: uma análise do jogo Equilibrando Autora: Deisiane Ferreira dos Santos Orientadora: Prof.ª Dr.ªErondina Barbosa Silva Brasília-DF 2014

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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Pedagogia

Trabalho de Conclusão de Curso

A importância do jogo na construção dos conceitos de lateralidade: uma análise do jogo Equilibrando

Autora: Deisiane Ferreira dos SantosOrientadora: Prof.ª Dr.ªErondina Barbosa Silva

Brasília-DF 2014

Deisiane Ferreira dos Santos

A importância do jogo na construção dos conceitos de lateralidade: uma análise do jogo Equilibrando

Artigo apresentado ao curso de graduação em Pedagogia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciada em Pedagogia.

Orientadora: Prof.ª Dr.ªErondina Barbosa Silva

Brasília

2014

Artigo de autoria de Deisiane Ferreira dos Santos, intitulado “A importância do jogo na construção dos conceitos de lateralidade: uma análise do jogo Equilibrando”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia da Universidade Católica de Brasília, em 14 de novembro de 2014, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

________________________________________________________ Professora Dra.Erondina Barbosa Silva

Orientadora Pedagogia – UCB

_______________________________________________________ Professora MSc. Olimpo Ordonez Carmona

Examinadora Pedagogia – UCB

Brasília 2014

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A IMPORTÂNCIA DO JOGO NA CONSTRUÇÃO DOS CONCEITOS DE

LATERALIDADE: UMA ANÁLISE DO JOGO EQUILIBRANDO

Deisiane Ferreira dos Santos

Resumo Na educação infantil os jogos e brincadeiras são importantes para aprendizagem significativa e o desenvolvimento das crianças. O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo geral analisar a importância do jogo na aprendizagem matemática na educação infantil. O trabalho se fundamenta nas ideias de Moura (2001) que estuda o jogo na educação matemática; Kishimoto(2001) que enfoca no jogo como instrumento para situações de ensino-aprendizageme também as ideias de Smole, Diniz e Cândido (2007) sobre o jogo na aprendizagem matemática. A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas: na primeira a aplicação do “jogo Equilibrando” aconteceu nos dias 25 de setembro de 2014 e a segunda aconteceu no dia 06 de outubro de 2014. Ambas as aplicações aconteceram em uma turma de 4 anos do primeiro período de uma escola pública do Distrito Federal, com 11 crianças matriculadas. Os resultados apontam que o jogo Equilibrando pode ser um importante mediador da aprendizagem matemática na educação infantil, sobretudo no que se refere à construção dos conceitos relativos à lateralidade. Palavras-chave: “Jogo equilibrando”. Recursos lúdicos. Aprendizagem matemática Introdução O processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança começa muito tempo antes de ela entrar na escola. Mas é na educação formal que os saberes espontâneos da criança serão formalizados, por isso no processo de ensino e aprendizagem o educador precisa utilizar vários recursos didáticos em suas aulas para promover essa formalização. Dentre esses recursos, um que tem sido destacado é o uso de jogos e brincadeiras. Os jogos e brincadeira fazem parte do universo infantil e podem ser utilizados como recursos didáticos no cotidiano escolar para facilitar, enriquecer e estimular o processo de ensino e aprendizagem das crianças. Portanto, o educador precisa proporcionar um espaço para os alunos vivenciarem a ludicidade com intuito de garantir uma aprendizagem eficaz. É importante ressaltar que o educador deve ter cuidado com o modo de como são propostos os jogos e as brincadeiras. É preciso ficar atento aos seus fins pedagógicos, para que não se transformem em atividade de “passatempo”, ou seja, apenas para distração das crianças. O jogo deve se constituir em um facilitador para aquisição de novas aprendizagens, proporcionando um aprender de modo prazeroso. Como preconiza Moura (2001, p. 80), o jogo, na Educação Matemática, “passa a ter o caráter de material de ensino, quando considerado promotor de aprendizagem. A criança colocada diante de situações lúdicas apreende a estrutura lógica da brincadeira e, deste modo, apreende também a estrutura matemática presente”. Assim, o objetivo geral desta pesquisa é analisar a importância do jogo na aprendizagem matemática na educação infantil.

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São objetivos específicos: i) compreender o papel do jogo como um recurso para mediação da aprendizagem matemática; ii) analisar a aplicação do jogo “Equilibrando” em uma turma de 4 anos da educação infantil; iii) verificar quais são as possibilidades e os limites da aplicação do jogo Equilibrando. Inicialmente foi feito um levantamento bibliográfico sobre a importância do lúdico, especialmente do jogo na aprendizagem matemática. Para Gil (2002, p.44), “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.” Também foram coletadas informações por meio da observação participante da aplicação do jogo Equilibrando em uma turma de 4 anos da educação infantil.

Os jogos e as brincadeiras como recursos lúdicos na sala de aula

O jogo e a brincadeira são sempre situações em que todas as crianças têm a possibilidade de realizar, construir e formalizar seus conhecimentos. Desse modo, o educador pode e deve explorar jogos e brincadeiras no processo educativo. De acordo com Moura (2001, p.80):

O jogo como promotor de aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que coloca o aluno diante de situações de jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem vinculados na escola, além de poder estar promovendo o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas.

Para esse autor, o jogo tem claras possibilidades de se constituir em instrumento de mediação da aprendizagem, uma vez que se insere na cultura lúdica infantil. A utilização de jogos é brincadeiras é um rico recurso pedagógico para promover a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças em sala de aula, ele passa a ser um instrumento de apoio tanto para a construção de conceitos novos como para a consolidação de conteúdos já aprendidos. Desta forma, esse recurso coloca a criança diante situações lúdicas e pode desenvolver uma mudança significativa durante o processo de ensino e aprendizagem, que permite alterar o modelo tradicional de ensino. Nesse sentido, o jogo pode ser um instrumento auxiliar para transformar o ambiente de aprendizagem em um ambiente mas facilitador da aprendizagem, pois possibilita à criança atribuir significado a sua ação. Como defende Kishimoto(2001, p. 36):

O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo, adquirem noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la.

É importante trabalhar com estes recursos em sala de aula para estimular e motivar as crianças em seus processos de desenvolvimento e aprendizagem. O educador deve usar essa ferramenta para auxiliar as crianças a vencer as dificuldades encontradas durante o processo de ensino-aprendizagem. É importante destacar que esse recurso é essencial para o desenvolvimento da criança, ou seja, enquanto ela joga, ela aprende. Nessa perspectiva o jogo assumirá um papel importante durante a construção do conhecimento e na medição da aprendizagem das crianças, assim, deve ser usado em seus fins pedagógicos para proporcionar esse desenvolvimento na formalização dos conhecimentos. Nesse sentido o uso de jogos e brincadeiras na educação infantil tem um papel de “transportar

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o campo de ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora” (KISHIMOTO, 2001, p 37). É fundamental, portanto, que o educador utilize situações lúdicas em aula para estimular a aprendizagem e o desenvolvimento da criança proporcionar uma aprendizagem mais prazerosa e significativa. Desta forma, o jogo na educação infantil é imprescindível para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. O jogo pode proporcionar um ambiente mais saudável, que possibilita à criança criar e recriar, fazer novas descobertas e trocar experiências no convívio com outras crianças. Com isso ela desenvolve e aprende de modo intuitivo. Os jogos e as brincadeiras devem ser vistos como um recurso pedagógico que tanto possibilita o prazer das crianças como também favorece a construção de conceitos e, dessa forma, pode promover o desenvolvimento e a aprendizagem. Portanto, o lúdico em sala de aula, especialmente o jogos, pode trazer benefícios a todos as crianças, proporcionando momentos únicos de alegria, diversão e de aprendizagem significativa. Por meio dos jogos, é possível aprender brincando. Segundo Kishimoto (2001, p. 37):

A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do conhecimento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a influência de parceiros bem como a sistematização de conceitos em outras situações que não jogos. Ao utilizar de modo metafórico a forma lúdica (objeto suporte de brincadeira) para estimular a construção do conhecimento, o brinquedo educativo conquistou espaço definitivo na educação infantil.

No processo educativo, em especial na educação infantil, é importante que os jogos e brincadeiras façam parte da cultura escolar e, assim, cabe ao educador explorar esse recurso para mediar na construção da aprendizagem e do conhecimento. Segundo Moura (2001, p.84), “ele deve ter consciência de que o seu trabalho é organizar situações de ensino que possibilitem ao aluno tomar consciência do significado do conhecimento a ser adquirido e de que para que apreenda torna-se necessário um conjunto de ações a serem executadas com métodos adequados” De acordo Moura (2001, p. 84)

O professor vivencia a unidade do significado de jogo e de material pedagógico, na elaboração da atividade de ensino, ao considerar, nos planos afetivos e cognitivos os objetivos, a capacidade do aluno, os elementos culturais e os instrumentos (materiais e psicológicos) capazes de colocar o pensamento da criança em ação. Isso significa que o importante é ter uma atividade orientadora de aprendizagem (MOURA 1992). O professor é, por isso, importante como sujeito que organiza ação pedagógica, intervindo de forma contingente na atividade auto-estruturante do aluno.

Os jogos e as brincadeiras devem ser vistos como um material pedagógico que os educadores utilizam em sala de aula para promover o ensino e aprendizagem das crianças de forma significativa e prazerosa. Sendo assim, cabe ao educador organizar seu planejamento como objetivos claros, de forma a disponibilizar jogos e brincadeiras adequados aos objetivos traçados e possibilitem aprendizagens significativas. Os jogos e as brincadeiras no processo de aprendizagem e ensino da Matemática Os jogos e brincadeiras podem ser um importante instrumento para favorecer a aprendizagem e o ensino da Matemática, em consequência, o educador precisa utilizar esse

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recurso diante dos conteúdos para promover uma aprendizagem significativa, em especial nas aprendizagens matemáticas.

Os jogos podem ser utilizados como recurso didático nas aulas de matemática para auxiliar e promover a construção de conceitos. Segundo Moura (2001, p.85):

O jogo na educação matemática parece justificar-se ao introduzir uma linguagem Matemática que pouco a pouco será incorporada aos conceitos matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar com informações e ao criar significados culturais para os conceitos matemáticos e o estudo de novos conteúdos. A matemática, dessa forma, deve buscar no jogo (com sentido amplo) a ludicidade das soluções construídas para situações problema seriamente vividas pelo homem.

Por meio das brincadeiras e dos jogos, os educadores têm a possibilidade de levar as crianças à formalização de suas aprendizagens e de seus conhecimentos matemáticos. Os jogos e as brincadeiras podem auxiliar o educador em suas práticas docente tanto quantos as crianças na construção de seus conhecimentos. Neste sentido, os jogos e brincadeiras no ambiente escolar podem promover um processo de ensino e aprendizagem mais prazeroso e dinâmico. De acordo com Moura (2001, p.78) o jogo:

deve ser usado na educação matemática obedecendo a certos níveis de conhecimentos dos alunos tidos como mais ou menos fixos. O material a ser distribuído para os alunos deve ter uma estruturação tal que lhes permita dar um salto na compreensão dos conceitos matemáticos. É assim que materiais estruturados, como blocos lógicos, material dourado, Cuisenaire e outros _ na maioria decorrentes destes _, passaram a ser veiculados nas escolas.

O que esse autor defende é que os jogos entrem em sala de aula de forma planejada e

sempre levando em consideração a possibilidade de aluno agir sobre o material para construir o conceito. Dessa forma, o ensino da matemática por meio de jogos pode transformar a aula em um momento pedagógico mais agradável e facilitador da aprendizagem. Para que isso aconteça é preciso que os jogos sejam adequados à faixa etária das crianças, ao seu desenvolvimento e aos conteúdos de ensino.

Ao planejar o uso de jogos e brincadeira o professor deve considerar a dimensão lúdica e pedagógica desse importante instrumento de mediação. É tarefa do educador conciliar essas duas dimensões, para que os jogos sejam tanto espaço de alegria e prazer como de aprendizagem e desenvolvimento.

Segundo Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 12):

O jogo por natureza desafia, encanta, traz movimento, barulho, e uma certa alegria para o espaço no qual normalmente entram apenas livros, o caderno e o lápis. Essa dimensão não pode ser perdida apenas porque os jogos envolvem conceitos matemáticos. Ao contrário, ela e determinante para que os alunos sintam-se chamados a participar das atividades com interesse.

O barulho, a alegria e o prazer das crianças quando estão jogando ou brincando não podem ser desprezados, mas o professor deve ficar atento às ações dos alunos para que tenham pistas do curso da aprendizagem dos mesmos enquanto jogam.

De acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 210):

A educação infantil, historicamente, configurou-se como o espaço natural do jogo e da brincadeira, o que favoreceu a ideia de que a aprendizagem de conteúdos matemáticos se dá prioritariamente por meio dessas atividades. A participação ativa da criança e a natureza lúdica e prazerosa inerentes a diferentes tipos de jogos têm

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servido de argumento para fortalecer essa concepção, segundo a qual aprende-se Matemática brincando.

A utilização de jogos na educação infantil é uma alternativa eficiente para ensinar vários conteúdos matemáticos. Com os jogos, as crianças constroem seus conhecimentos com maior facilidade e desenvolvem formas diferenciadas de assimilar os mesmo, transformando a aprendizagem prazerosa e interessante.

Desse modo, a introdução de jogos e brincadeira na educação infantil é muito importante para a aprendizagem das crianças, em especial na aprendizagem matemática. Os jogos e as brincadeiras podem ser vistos como uma das bases fundamental que desenvolver “o espírito construtivo, a imaginação, a capacidade de sistematizar e abstrair e a capacidade de interagir socialmente” (SMOLE, DINIZ E CÂNDIDO, 2007, p. 12):

Para Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 12): A dimensão lúdica envolve desafio, surpresa, possibilidade de fazer de novo, de querer superar os obstáculos iniciais e o incômodo por não controlar todos os resultados. Esse aspecto lúdico faz o jogo um contexto natural para o surgimento de situações-problema cuja superação exige do jogador alguma aprendizagem e um certo esforço na busca para a solução.

O que essas autoras defendem é que os jogos e as brincadeiras são recursos pedagógicos importantes para se propor problemas para as crianças. Enquanto jogam e brincam, as crianças entram em contato com verdadeiras situações de desafio e de resolução de problemas matemáticos. Dessa forma, durante os jogos e brincadeiras, as crianças desenvolvem estratégias importantes para enfrentar genuínas situações-problema e com o tempo, eles passam a aprimorar essas estratégias. Assim, jogando e brincando, as crianças vão desenvolvendo a importante habilidade de enfrentar obstáculos, tão importante para o processo de resolver problemas.

Por outro lado, o uso de jogos e brincadeiras ajuda a despertar a atenção. Além disso, esses recursos pedagógicos podem auxiliar o aluno a entrar em contato com conteúdos formais, de maneira formal.

Segundo Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 12):

O jogo reduz a consequência dos erros e dos fracassos do jogador, permitindo que ele desenvolva iniciativa, autoconfiança e autonomia. No fundo, o jogo é uma atividade séria que não tem consequências frustrantes para quem joga, no sentido de

ver o erro como algo definitivo ou insuperável.

Nessa perspectiva, quando as crianças jogam, elas estão desenvolvendo uma atividade séria que permite o erro e o acerto, mais isso se apresenta de maneira lúdica e prazerosa. O jogo proporciona e desenvolve nas crianças reflexão e (re) criação de uma nova jogada, de forma que não ocorra uma frustração diante o jogo. Para Smole, Diniz e Cândido (2007) “no jogo, os erros são revistos de forma natural na ação das jogadas, sem deixar negativas, mas propiciando novas tentativas, estimulando previsões e checagem”.

No jogo, a criança tem a possibilidade de construir e reconstruir sua ação sem medo de errar. Por meio do jogo, ela antevê jogada, resolve problemas, em um processo mais livre que em um exercício tradicional.

Os jogos nas aulas de matemática podem impactar positivamente a aprendizagem e a superação do fracasso escolar, pois, se bem planejados, esses se constituem em importante recurso de atribuição de significado à atividade matemática.

De acordo Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 11):

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O trabalho com jogos nas aulas de matemática, quando bem planejado e orientado, auxilia o desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização, que estão estreitamente relacionadas ao chamado raciocínio lógico.

É importante que na sala de aula os educadores proponham jogos e brincadeiras no

ensino da matemática. Mas é preciso que esses recursos sejam bem planejados e orientados, para se extrair deles o máximo para proporcionar uma aprendizagem significativa e prazerosa para as crianças.

Segundo os parâmetros curriculares nacionais: (BRASIL, 1998, p. 211):

O jogo pode tornar-se uma estratégia didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade de aprendizagem, isto é, proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude. Para que isso ocorra, é necessário haver uma intencionalidade educativa, o que implica planejamento e previsão de etapas pelo professor, para alcançar objetivos predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe são decorrentes.

O uso de jogos e brincadeiras nas aulas de matemática pode proporcionar aprendizagens mais motivadoras e interessantes para as crianças, mas a postura do educador é fundamental para que de fato ocorram aprendizagens. Desta forma, o professor se desloca do papel de quem transmite o conhecimento para o papel de quem media a construção de conhecimentos matemáticos. O papel do educador não mais o de quem comunica conhecimento, mas de quem media, observa, intervém e incentiva a aprendizagem do aluno. Portanto os jogos devem ser visto pelo educador como uma das varias estratégias didáticas que podem ser usados no planejamento e aplicados durante as aulas, com finalidade de promover aprendizagem e desenvolvimento.

O Jogo “EQUILIBRANDO”1

Segundo Smole, Diniz e Cândido (2003) o jogo Equilibrando é uma atividade corporal que contribui para desenvolver a percepção espacial.

A seguir, a ficha técnica do jogo, construída a partir das informações das autoras:

Material: fichas do jogo com indicação das posições que os alunos devem assumir

Objetivo:desenvolver habilidades relativas à orientação, ao equilíbrio e a lateralidade.

Orientações:a atividade deve ser realizada no pátio ou na quadra de esporte. Antes do inicio da atividade, o (a) professor (a) deve explicar o significado dos sinais que estão nos cartazes e o que cada cor representa. Deve dizer que a(s) parte(s) mostrada(s) no cartaz deve(m) ficar apoiada(s) no chão e que o (a) estudante deve se equilibrar na posição de acordo com o cartaz. Ele(a) pode, por exemplo, ser solicitado a ficar com os dois pés e as duas mãos no chão. Em seguida, deve mostrar um cartaz e dar tempo para os estudantes se equilibrarem conforme indicado. A atividade prossegue até que todos os cartazes tenham sido utilizados.

1 Jogo retirado do livro Matemática de 0 a 6: Figuras e Formas, de autoria de Katia StoccoSmole , Maria Ignez Diniz e Patrícia Cândido.

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Aplicação do jogo EQUILIBRANDO

O jogo equilibrando foi aplicado nos dias 25 de setembro de 2014 e 06 de outubro de 2014 em uma turma de 4 anos do primeiro período da educação infantil, de uma escola pública do Distrito Federal. A turma tinha 11 crianças matriculadas. A aplicação aconteceu em duas etapas. Na primeira, foi utilizado um pedaço de barbante no braço direito de todas as crianças e na segunda, o jogo foi aplicado sem o pedaço de barbante. As aplicações aconteceram em dias diferentes, com a finalidade de obter detalhes de como a criança desenvolve e consolida suas aprendizagens sobre lateralidade (direita e esquerda) por meio do jogo.

1º Aplicação do jogo EQUILIBRANDO:

No dia 25 de setembro, aconteceu a primeira aplicação do jogo equilibrando. Nesse dia, estavam presente dez das onze crianças da turma A aplicação começou com as crianças sentadas em roda para uma conversa. A pesquisadora fez algumas perguntas para as crianças: “Vocês gostam de brincar e jogar?”“Quais são os jogos?”“Quero que vocês levantem a mão direita?”“Quero que vocês levantem a mão esquerda?”“Quero que vocês levantem o pé direito?”“Quero que vocês levantem o pé esquerdo?”“Quero que me mostrem o cotovelo direito?”“Quero que me mostrem o cotovelo esquerdo?”“Quero que me mostrem o joelho direito?”“Quero que me mostrem o joelho esquerdo?”“Quero que me mostrem a cabeça?”“Quero que me mostrem as nádegas, isso é o “bumbum”?” As perguntas foram feitas e foi dada a oportunidade de todas as crianças responderem. Em relação à primeira e a segunda questão, algumas crianças responderam que gostavam de brincar e jogar e depois cada criança teve sua vez de falar a brincadeira e o jogo que mais gostava. A seguir, são mostradas algumas respostas das crianças. CRIANÇA 1:―“Tia gosto de jogar bola” CRIANÇA 2: ― “Tia gosto de jogar bingo” CRIANÇA 3: ―“Tia gosto de jogar amarelinha” CRIANÇA 4: ―“Tia gosto de brincar de boneca” CRIANÇA 5:― “Tia gosto de jogar boliche” CRIANÇA 6: ―“Tia gosto de jogar lego” CRIANÇA 7:― “Tia gosto de jogar quebra-cabeça CRIANÇA 8:― “Tia gosto de jogar do mestre” CRIANÇA 9: ― “Tia gosto de brincar a dança da cadeira CRIANÇA 10: ―“Tia gosto do jogo da memória” Em relação às partes do corpo, as crianças mostravam que não tiveram dificuldade de mostrar corretamente, mas algumas confundiam a posição direita e esquerda, o que mostra que tais conceitos de lateralidade não estão ainda construídos. Depois dessa conversa com as crianças, foi colocado um pedaço de barbante no braço direito das crianças. Em seguida, foi apresentado e explicado o jogo Equilibrando para as crianças. Para que elas compreendessem a sinalização, foram apresentados os dois cartazes, mostrados na figura 1, a seguir, que indicam a mão, o pé, o joelho, o cotovelo, a cabeça e as nádegas.

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Figura 1. Cartazes do jogo indicativos das partes do corpo

Depois de apresentar as partes do corpo que aparecem durante o jogo, foi mostrado o cartaz que indica a posição direita (cor azul) e esquerda (cor vermelha) como mostra a figura 2, a seguir.

Figura 2. Cartaz do jogo indicativo dos lados direito e esquerdo

O jogo Equilibrando tem 24 fichas de indicação das posições do jogo. Ele foi organizado em sequência,são 12 fichas do nível mais fácil é 12 fichas dos níveis avançados. A figura 3, a seguir, mostra os cartazes do nível mais fácil, e a figura 4 mostra os cartazes do nível mais avançado. Como mostra abaixo:

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Figura 3. Cartazes do jogo “nível fácil”

Figura 4. Cartazes do jogo “nível avançado”

Em relação aos cartazes do nível mais fácil, mostrados na figura 3, acima, as crianças demonstraram que as posições eram fácies de serem realizadas e as executavam com rapidez e precisão. Ao executar a posição indicada pelo cartaz, as crianças verbalizavam. CRIANÇA1: ―“Tia esse é facinho!” CRIANÇA2: ―“Que fácil esse tia!” CRIANÇA3: ―“Tia essa eu consigo!” CRIANÇA4: ―“Tia esse eu sei!”. CRIANÇA5: ― “Tia esse é igual ao saci, com um pé só” CRIANÇA6: ―“Tia esse eu sei, parece um sapo” CRIANÇA7: ―“Tia esse e fácil, e igual ao avião”

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Já com os outros cartazes, mostrados na figura 4, classificados como “nível avançado”, as crianças de início paravam e pensavam um pouco para analisar como iriam realizar aquela posição. Elas sempre falavam o que o cartaz estava mostrando para iniciar, ou seja,toda vez que o cartaz mudava as crianças primeiramente pronunciava o que era para fazer e depois executavam sorrindo e brincando. Sempre que sentiam dúvida sobre a posição (direita ou esquerda) elas perguntavam: CRIANÇA1: ―“É esse braço tia?” CRIANÇA2:― “O braço da fita ou sem a fita?” CRIANÇA 3: ― “Qual dos dois braço tia?” Durante o jogo, todas as crianças demonstravam interesse em participar, executando a posição de todos os cartazes, desde os mais fáceis aos avançados. Todos eles procuravam realizar as posições indicadas da forma como estavam sendo apresentadas no cartaz. As crianças observavam umas as outras para comparar as posições e questionavam: “Tia é assim?”“Tia está certo?” Elas também demonstravam alegria quando conseguiam fazer a posição: “Tia eu estou conseguido!”. Isso mostra como afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p.p. 210) que “a participação ativa da criança e a natureza lúdica e prazerosa inerentes a diferentes tipos de jogos têm servido de argumento para fortalecer essa concepção, segundo a qual aprende-se Matemática brincando”. A figura 5 e 6 , a seguir, mostram a participação das crianças durante o jogo Equilibrando. Na figura 5, a posição: cabeça, joelho esquerdo e joelho direito. Na figura 6, a posição: pé esquerdo, pé direito, nádegas, cabeça.

Figura 5: Ficha do jogo equilibrando e as crianças realizando

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Figura 6: Ficha do jogo equilibrando e as crianças realizando

Durante o jogo, as crianças sempre procuravam realizar todas as posições que eram apresentadas. Elas sempre demonstravam que estavam felizes por estar brincando e jogando com todos os colegas. Quando ocorria algum erro, elas procuravam superar e realizar a posição várias vezes até realizar corretamente. O interessante é que as crianças, sempre que o cartaz era trocado, ficavam surpresas e admiradas ao ver o que era para ser feito durante o jogo. Isso mostra como afirma o Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 12)que

a dimensão lúdica envolve desafio, surpresa, possibilidade de fazer de novo, de querer superar os obstáculos iniciais e o incômodo por não controlar todos os resultados. Esse aspecto lúdico faz o jogo um contexto natural para o surgimento de situações-problema cuja superação exige do jogador alguma aprendizagem e um

certo esforço na busca para a solução.

Em seguida, voltamos para a roda da conversa, e, então, foi pedido para as crianças falarem o que tinham achado do jogo, e se tinham gostado ou não, qual foi a parte que mais gostaram, se teve alguma parte que não gostaram e, finalmente, foi solicitado que elas levantassem a mão direita e esquerda assim com os outros membros que apareceram no jogo, mas sem o barbante. As crianças estavam eufóricas com o jogo e demonstraram ter gostado de realizar as posições. E, em relação à posição direita e esquerda, em alguns momentos desenvolveram bem a identificação e em outros elas apresentava uma pouco de dificuldade e sempre buscava superar esse desafio, ou seja, com a ajuda no braço direito tinha uma fita amarrada então elas procuravam se identificar pela fita. Contudo elas estavam construindo o conceito de lateralidade. Durante a aplicação do jogo Equilibrando, observou-se que as crianças demonstraram de forma participativa prazer em brincar e aprender de forma diferente. Elas procuravam superar as dificuldades que iram aparecendo durante o jogo, ou seja, durante a própria brincadeiras ocorriam muitos erros e elas naturalmente os corrigiam sem constrangimento. Isso mostra como afirma Moura (2001, p.80), que o jogo “passa a ter o caráter de material de ensino, quando considerado promotor de aprendizagem. A criança colocada diante de situações lúdicas apreende a estrutura lógica da brincadeira e, deste modo, apreende também a estrutura matemática presente”.

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2º Aplicação do jogo EQUILIBRANDO No dia 06 de outubro, foi feita a segunda aplicação do jogo Equilibrando na mesma turma, nesse dia estava presente nove crianças na classe. Essa aplicação foi realizada dentro de sala de aula. Iniciou-se com todas as crianças sentadas na roda para realizar uma conversa. Nessa conversa, foram feitas algumas perguntas para crianças como: Como vocês estão? Alegre ou triste? Vocês lembram do jogo Equilibrando? Quais são as parte do corpo que aparece no jogo? Quais são as cores que aparece no jogo? A cor vermelha representa qual lado? A cor azul representa qual lado? As crianças responderam animadamente a todas as perguntas. A maioria não teve dificuldade em mostrar as partes do corpo e de indicar o que era direita e o que era esquerda; Em seguida, a pesquisadora disse: “Hoje vamos jogar novamente, mais sem o pedaço de barbante no braço direito”.As crianças, então, ficaram bastante animadas em repetir o jogo novamente. A seguir, a figura 7 mostra a roda da conversa com as crianças. É importante destacar que a roda de conversa é uma pratica corrente da Educação Infantil.

Figura 7. Roda da conversa

Na roda de conversa, primeiramente foram relembradas as partes do corpo que aparecem no jogo: mão direita, mão esquerda, pé direito, pé esquerdo, joelho direito, joelho esquerdo, cotovelo direito, cotovelo esquerdo, cabeça, nádegas. Em seguida, foi trabalhado e reforçado a lateralidade com as crianças. É importante destacar que os cartazes do jogo foram organizados em uma sequência, com as posições mais fácies e depois foi aumentando o grau de dificuldade nas posições. O jogo foi aplicado dentro de sala de aula. Ao iniciar o jogo Equilibrando com as crianças espalhadas no ambiente, elas demonstravam estar animadas e confiantes para jogar, pois já conheciam o jogo, e, além disso, já sabiam como jogar. Do mesmo modo que na primeira aplicação, as crianças sempre observavam primeiramente o cartaz e pronunciava a posição para, em seguida, realizar corretamente. É importante destacar que as crianças sempre procuravam realizar a posição e repetir o que tinham feito, ou seja, analisavam a posição que tinham no cartaz e a que tinha feito. A figura 8, a seguir, mostra um cartaz com uma posição que as crianças tiveram dificuldade em realizar e, a partir do qual, se estabeleceu o seguinte diálogo entre a pesquisadora e as crianças.

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Figura 8. Posição do jogo equilibrando

Pesquisadora: ― Qual posição está aparecendo no cartaz? Crianças: ― O joelho esquerdo. O cotovelo direito. E a cabeça. Pesquisadora: ― Então vamos fazer? Crianças: ― Vamos sim tia! Pesquisadora: ― Qual é o joelho esquerdo? Criança: ― É esse joelho tia? Pesquisadora: ― Então vamos colocar o joelho esquerdo. Depois cotovelo direito e a cabeça! Crianças: ― “Estou conseguindo”, “esse e meio difícil”, “olha como estou”, “já estou fazendo direitinho” A posição mostrada no cartaz apresentou-se como um desafio para as crianças. A maior dificuldade parece ter sido coordenar posições contrárias, ou seja, a posição pede que a criança apoie o joelho esquerdo, o cotovelo direito e a cabeça. Para realizar essa posição, as crianças tiveram que realizar por parte. Depois de realizar, notei que elas ficaram eufóricas por terem conseguido superar juntas o desafio. Como mostra Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 12):

o jogo por natureza desafia, encanta, traz movimento, barulho, e uma certa alegria para o espaço no qual normalmente entram apenas livros, o caderno e o lápis. Essa dimensão não pode ser perdida apenas porque os jogos envolvem conceitos de matemática. Ao contrario, ela e determinante para que os alunos sintam-se chamados a participar das atividades com interesse.

Em alguns momentos, durante o jogo, as crianças procuravam ajudar umas as outras, ou seja, elas conversavam e discutiam sobre os lados e sobre como era para fazer a posição corretamente. Isso mostra como afirma Kishimoto (2001, p 37) que é preciso “transportar o campo de ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora.”

Foi interessante observar que, durante o jogo, muitas crianças erravam a posição indicada no cartaz, mas elas mesmas se davam conta do que estavam fazendo diferente do solicitado e naturalmente corrigiam e que não estavam corretamente. Em determinados momentos isso acontecia com a ajuda dos colegas. Isso mostra que “o jogo reduz a consequência dos erros e dos fracassos do jogador, permitindo que ele desenvolva iniciativa, autoconfiança e autonomia” (SMOLE, DINIZ e CÂNDIDO, 2007.p. 12). Durante o jogo as crianças relembravam das posições que já tinham feitas na primeira aplicação. Nessa segunda aplicação elas realizavam as posições com mais confiança, embora

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estivessem sem o barbante indicador do lado direito. Quando apresentavam alguma dificuldade na posição eram feitas intervenções sem mencionar o que estava errado. A partir da intervenção, as crianças avaliavam o que haviam feito e corrigiam. Em seguida, mostra às figuras 9 e 10 a ficha do jogo equilibrando e as posições realizadas pelas crianças.

Figura 9. Ficha do jogo equilibrando e as crianças realizando

Figura 10. Ficha do jogo equilibrando e as crianças realizando

Nas figuras acima pode notar que as crianças realizavam as posições de acordo estava sendo apresentada na ficha, ou seja, elas sempre procuravam desenvolver a posição corretamente. Durante a realização do jogo Equilibrando foi possível observar as crianças se divertiram com muita alegria e ao mesmo tempo aprenderam os conceitos de lateralidade, habilidades relativas e as posições, ou seja, as crianças diante dessa situação lúdicas elas aprenderem de forma significativa. Não é difícil concluir que esse jogo ajuda na aprendizagem significativa da lateralidade e das habilidades. Portanto as crianças podem aprender brincando. No decorrer do jogo, as crianças demonstraram e desenvolveram varias habilidades como: observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização. (SMOLE, DINIZ E CÂNDIDO 2007, p.11)

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Considerações finais Na educação infantil, é preciso fazer uso de vários recursos didáticos para promover a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que se relacionam com o conhecimento de forma intuitiva. Como o lúdico faz parte do universo infantil, é preciso que o educador considere a possibilidade de utilizar jogos e brincadeiras em suas aulas. Dessa forma, esse recurso didático pode desenvolver uma mudança significativa na organização do trabalho pedagógico e consequentemente no modo como o educador ensina e a criança aprende. A utilização de jogos e brincadeiras no processo de ensino e aprendizagem pode possibilita uma aprendizagem mais significativa e prazerosa. Os jogos e as brincadeiras passam a ser um importante aliado no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e podem ser utilizados com vários fins, tais como: estimular, motivar aprendizagem, desenvolver o conhecimento, criatividade, confrontar e comparar idéias, além de socialização e participação de todos. O uso de jogos em sala de aula proporciona, sem dúvida, um ambiente agradável, motivador e enriquecer para aprender de forma lúdica. O uso desse recurso, nas aulas de matemática, possibilita às crianças resolver problemas, enfrentar desafios, interessar-se pela investigação e pensar de forma mais lógica. Mais especialmente, os jogos bem planejados e orientados auxiliam no desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização, que estão estreitamente relacionadas, alem de desenvolver o chamado raciocínio lógico. (SMOLE, DINIZ e CÂNDIDO 2007, p.11) A aplicação do jogo Equilibrando nas aulas de matemática pode contribuir para desenvolver as habilidades de consciência corporal, percepção espacial, além de consolidar os conceitos de lateralidade e o equilíbrio. Esse jogo promoveu nas crianças uma aprendizagem significativa no conceito de lateralidade. Foi observado durante a aplicação do jogo o prazer e a alegria das crianças. Também foi observado que o jogo proporcionava a reflexão das crianças que verbalizavam o seu pensamento. Por fim, observou que o jogo minimiza o erro e potencializa a habilidade de enfrentar desafios. Cabe ao educador mudar sua postura, fazendo o uso desse recurso didático em sala de aula, para promover a formalização de conceitos nas crianças. O educador precisa analisar e planejar se o jogo é pertinente a realidade da classe, e sempre fazer a relação entre o jogo e o conteúdo matemático a ser aprendido. O mesmo, deve observar, intervir e auxiliar durante o momento do jogo, ou seja, o jogo não pode ser uma atividade para distrair a crianças durante a aula e sim deve ter um objetivo traçado. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacional: Matemática-educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, 2002

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KISHIMOTO, T. M. Jogo brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 2001 MOURA, M. O A série buscano jogo: o lúdico na matemática. São Paulo: Cortez, 2001 SMOLE, Katia S.; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Jogos de matemática de 1° e 5° ano. In série Cadernos do Mathema Ensino Fundamental. Porto Alegre: Artmed, 2007 _______. Matemática de 0 a 6 – Volume 3: figuras e formas. Porto Alegre: Artmed, 2003