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TÍTULO DO TRABALHO: “CRÉDITO RURAL ORIENTADO E QUALIDADE DE VIDA NA AGRICULTURA
FAMILIAR: O PRONAF EM AÇÃO NO MUNICÍPIO DE PITANGUEIRAS – PARANÁ”
NOME E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO AUTOR: CRISTOVON VIDEIRA RIPOL ENGENHEIRO AGRÔNOMO
LOTAÇÃO DO AUTOR: REGIÃO DE LONDRINA
UNIDADE MUNICIPAL DE PITANGUEIRAS
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1- CONTEXTUALIZAÇÃO
O Município de Pitangueiras, localizado na Mesorregião Norte-Central
Paranaense possui área total de 12.373,60 ha, sendo 10.893,00 ha explorados com
lavouras anuais e permanentes de forma intensiva e com boa tecnologia de
produção, isto é, 88,03% da área total é tecnicamente bem aproveitada.
O número total de produtores é de 390, onde 220 estão enquadrados na
categoria PSM1, 70 na categoria PSM2 e 66 na categoria PSM3, sendo 15
empresários familiares e 19 empresários rurais. O Município possui ainda 630
trabalhadores rurais volantes. Assim, 91,28% dos produtores rurais são da
agricultura familiar e principalmente proprietários rurais (76% aproximadamente),
público este prioritário para o atendimento pela Extensão Oficial, principalmente os
Produtores PSM1 e PSM2.
Estes números atuais da Safra 04/05 têm se mantido com pouca alteração,
assim dentro desta breve realidade de público, verifica-se o potencial de
enquadramento destas famílias no PRONAF – O Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar desde a sua implementação no Paraná ao
final da década de 90.
Porém até o ano 2000, o Município de Pitangueiras havia acessado apenas 03 (Três) operações de PRONAF, frente a uma demanda crescente por
parte dos agricultores familiares, principalmente na busca de informações quase
sempre desencontradas e de nenhuma articulação ou aproximação das entidades
afins ao PRONAF ou capazes de torná-lo efetivo e presente na vida destas famílias,
que sempre buscaram novas alternativas de “sobre-vida” no campo, seja para a
melhoria de seus sistemas de produção ou sua tecnologia, visando trazer para
dentro de seus lares uma melhor qualidade de vida.
Estes fatos tornavam o trabalho da Extensão Rural limitado e desgastante,
pela total falta de sensibilidade dos agentes financeiros junto ao caso do PRONAF.
Faltavam recursos para os investimentos necessários à modernização das
propriedades rurais. O PRONAF era e ainda é uma alavanca de crescimento das
famílias de pequenos agricultores e verdadeiro instrumento de desenvolvimento rural
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sustentável, assim a Emater se empenhou em buscar os meios de melhor
articulação deste trabalho, partindo se de uma metodologia de entendimento do
PRONAF por parte das entidades, numa verdadeira “política do ganha-ganha”, onde
todos teriam no formato de implementação desta linha de crédito proposto pela
Emater, um ganho político ou econômico real. Assim, Prefeitura Municipal, Emater,
Sindicatos (Rural Patronal e dos Trabalhadores Rurais de Astorga – extensão de
base em Pitangueiras), Banco do Brasil S/A e Agricultores, tornando o crédito de
PRONAF uma realidade junto à agricultura familiar do Município de Pitangueiras.
2- CONCEITUAÇÃO O início dos trabalhos no início de 2001 foi de muito debate entre os
representantes das entidades citadas em favor do PRONAF. Como cenário a
agropecuária local , isto é, os Agricultores Familiares, demandavam linhas de
crédito para custeio e investimento com taxas de juros menores próprias do
PRONAF, os representantes dos produtores nos Conselhos do Município de
Pitangueiras solicitavam nos diagnósticos rurais participativos ações efetivas de
aplicação do crédito do PRONAF, a Emater realizava um amplo trabalho em
Desenvolvimento Agrícola voltado à diversificação das propriedades rurais (o P.D.A.-
Plano de Desenvolvimento Agrícola) que emperrava na questão do crédito, o
Projeto Paraná 12 Meses do Governo do Estado estava em seu auge de
aplicação de créditos de investimento em modernização da agricultura e sugeria
parcerias e composições ou contrapartidas de crédito de recursos próprios dos
produtores sendo o PRONAF uma boa possibilidade, o Banco do Brasil na sua
Agência de Astorga não possuía histórico de aplicação do crédito e se desgastava
junto à comunidade ruralista, a Prefeitura Municipal com queda de arrecadação em
virtude do baixo potencial de geração e agregação de renda por unidade de área
das culturas mais tradicionais e os Sindicatos necessitando mostrar sua capacidade
de articulação e movimento político em favor dos agricultores que representava.
O contexto local se mostrava próprio para o consenso, de trabalho, de
parceria, de resultados, de afirmação do PRONAF, que se consolidou e mostrou a
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capacidade de entendimento das entidades envolvidas, que no decorrer das ações
muito faturaram e vêm agregando em suas políticas próprias.
3- DESENVOLVIMENTO Neste período de estruturação dos trabalhos, os Sindicatos juntamente com
a Emater realizaram em nível de campo junto à agricultura familiar uma sondagem
da real necessidade do crédito e uma estruturação da organização de acesso ao
mesmo. Nas exaustivas reuniões, foram abordados os condicionantes ao crédito, os
enquadramentos de cada família, as documentações necessárias, incluindo-se o
cadastramento da agricultura familiar em massa e emissão das DAP’s – Declaração
e Aptidão ao Pronaf, as regularizações dos contratos de arrendamento e parcerias, a
emissão e documentação básica, especialmente de CPF’s, enfim, a real
formalização da produção agropecuária, com desdobramentos futuros de grande
impacto para estes agricultores quando da entrada nos processos de
aposentadoria rural.
No Banco do Brasil, foi estabelecido como organização do trabalho, que a
cada período de 06 (Seis) meses do ano seria trabalhado um tipo de operação, de
Dezembro à Maio o PRONAF INVESTIMENTO e de Junho à Novembro o PRONAF
CUSTEIO, com pequenas flexibilizações quando necessário ou conforme a
demanda reprimida. O Banco começou a acatar as propostas que eram antecedidas
da apresentação de uma relação de produtores com o nome, CPF, enquadramento
ou linha de crédito (geralmente PRONAF C ou D) e valor solicitado. Com base
nestas informações e após pesquisa cadastral e de restrições bancárias o banco
oficializava os parceiros na liberação dos créditos, com início então dos mutirões
pró-ativos na elaboração das propostas.
Ainda hoje tudo funciona, com pequenos outros ajustes, como antes e muito
bem. O papel das Prefeituras esta no suporte de informática e apoio de pessoal ou
material de impressão quando preciso (papel e tinta).
O Banco do Brasil especializou uma equipe para o PRONAF, que realiza a
pesquisa, cadastra os agricultores em seu sistema e roda os contratos, esta equipe
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hoje formada por 05 (Cinco) funcionários que atendem à 04 (Quatro) Municípios da
Região.
As operações são todas contratadas em eventos técnicos de qualificação do
crédito, com repasse de informações relativa à tecnologia das culturas ou
pertinentes aos investimentos, ainda com a apresentação e divulgação na imprensa
dos valores globais contratados, as atividades geradoras de renda e empregos
apoiadas e os rebates ou créditos de fundo perdido que irão circular pelo comércio
local, injetando maior renda nas economias dos Municípios e agregando-lhes valores
em V.B.P. e ICMS.
Neste sentido é notável o novo sentimento de valorização por toda a
sociedade regional da Agência do Banco do Brasil de Astorga na questão do
crédito do PRONAF, que hoje é referência para outras agências e que trabalha de
forma concentrada a apoiar juntamente com os demais parceiros a agricultura
familiar, com atenção especial da Emater que qualifica o crédito, orientando os
produtores em eventos grupais, encaminhando-os para parcerias integradas na
Seda, no Leite, no Frango, na Laranja, entre outras, dando maior sustentabilidade
aos sistemas produtivos que se diversificam e superam as crises de preços e
climáticas.
4- RESULTADOS
O grande resultado do PRONAF esta, além da baixa inadimplência
verificada que é quase nula na referida agência, na melhoria significativa da qualidade de vida das famílias rurais que acessaram o crédito do PRONAF. Neste
sentido, existem casos que surpreendem pelos seus efeitos sociais positivos,
conforme apresentado na sequência deste trabalho (05 casos).
Também o volume de recursos já aplicados e a formalização da produção, como verdadeiros trabalhos frente a cidadania das pessoas, revelam
a dimensão do PRONAF no resgate da dignidade das famílias, tudo isto hoje,
compreendido pelas diversas instituições locais que abraçaram esta causa e levam a
diante o PRONAF – o Programa de fato de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
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As Tabelas 1, 2, 3 e 4 a seguir revelam os resultados do PRONAF e destes
esforços em Pitangueiras, que já ultrapassou as 200 contratações sem repetição
(51,3 %) dentre as 390 (Trezentas e Noventa) famílias de agricultores familiares,
com R$ 1.507.395,00 aplicados no Município desde 2000 até 2005. TABELA 1 –LINHAS CONTRATADAS E RECURSOS – PITANGUEIRAS-PR
LINHAS SAFRA 00/01 SAFRA 01/02 SAFRA 02/03 SAFRA 03/04 SAFRA 04/05
INVESTIMENTO C 00 00 11 08 10
INVESTIMENTO D 06 00 04 16 17
CUSTEIO C 00 37 57 72 85
CUSTEIO D 00 00 00 09 20
R$ INVESTIMENTO 72.105 00 86.500 324.305 345.981
R$ CUSTEIO 00 74.000 108.354 207.850 288.300
R$ INVEST/FAMÍLIA 12.017 00 5.767 13.513 12.814
R$ CUSTEIO/
FAMÍLIA
00 2.000 1.901 2.566 2.746
TABELA 2 – OBJETO DE CONTRATAÇÃO – PITANGUEIRAS-PR
OBJETO
SAFRA 00/01
SAFRA 01/02
SAFRA 02/03
SAFRA 03/04
SAFRA 04/05
TOTAL
TRATORES E
COLHEITADEIRAS
00 00 00 10 08 18
EQUIPAMENTOS 04 00 02 02 05 13
AVICULTURA 01 00 02 04 05 12
SEDA 00 08 12 12 12 44
HORTIFRUTI 00 01 01 04 07 13
GRÃOS 00 06 10 21 28 65
CAFÉ 01 20 38 46 60 165
LEITE 00 02 07 03 06 18
BENFEITORIAS 00 00 00 03 01 04
TOTAL 06 37 72 105 132 352
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TABELA 3 – PÚBLICO CONTRATADO - PITANGUEIRAS-PR
PÚBLICO SAFRA 00/01
SAFRA 01/02
SAFRA 02/03
SAFRA 03/04
SAFRA 04/05
PROPRIETÁRIOS 06 09 20 45 72
ARR/PARCEIROS 00 28 52 60 60
HOMENS 06 30 59 83 103
MULHERES 00 04 04 12 17
JOVENS 00 03 09 10 12
TOTAL 06 37 72 105 132
TABELA 4- CIDADANIA, RENDA MÉDIA DAS FAMÍLIAS E V.B.P.
AGREGADO AO MUNICÍPIO DE PITANGUEIRAS-PR
INDICADOR SAFRA 00/01
SAFRA 01/02
SAFRA 02/03
SAFRA 03/04
SAFRA 04/05
TOTAL
REGULARIZAÇÃO
DE CONTRATOS
00 28 52 60 66 206
EMISSÃO DE CPF 00 03 00 27 19 49
DECLARAÇÃO DE
ISENTO
00 00 86 126 130 342
ABERTURA DE
CONTA
CORRENTE
03 11 26 57 62 159
RENDA MÉDIA
FAMÍLIAS C
00 6.500 6.600 6.910 7.113 XX
ENDA MÉDIA
FAMÍLIAS D
23.470 00 25.400 23.575 28.000 XX
AGREGAÇÃO
VBP R$ - % DO
TOTAL
200.000
+ 1,73 %
430.000
+ 3,00 %
960.000
+ 4,,47%
2.060.000
+ 5,52 %
3.960.000
+ 10,42 %
R$ 7,61Milhões
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O crédito de PRONAF, na síntese dos resultados apresentados nos mostra
que o número de contratações é crescente desde a última safra estudada,
conseqüentemente também o valor de recursos alocados, totalizando 132 contratos na Safra 04/05 com R$ 634.281,00 aplicados em uma única safra (Tabela 1). Na Tabela 2, a modernização da agropecuária local é notável seja pela
aquisição de equipamentos ou pela diversificação dos sistemas de produção,
fatos que garantem uma maior agregação de renda por unidade de área,
representado pelo crescimento do Valor Bruto da Produção – V.B.P. Municipal apresentado na Tabela 4, com incremento de 10,42 % neste índice só na Safra
04/05. A Tabela 3 revela que o número de contratações ainda é muito superior entre
os homens que totalizam 79,8 % das operações, as mulheres contrataram 10,5 %
dos créditos e os jovens rurais apenas 9,7 %, mostrando aqui a necessidade de
intervenção das instituições afins ao PRONAF, na melhor distribuição destes
recursos. Por fim, na Tabela 4, além do V.B.P. crescente, verificamos o alcance
social deste Programa diferenciado, em documentação básica, formalização de
contratos e da produção (nota de produtor inclusive) e acesso aos serviços
bancários com taxas menores.
As fontes de informações são do Banco do Brasil S/A – Agência 0476-6
Astorga, Controle de Crédito Rural da Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de Astorga, SISDAP, Prefeitura do Município de Pitangueiras e SEAB/DERAL. Como resultado efetivo e de aspecto social amplo, destacamos a seguir,
visando referendar estes números apresentados nas tabelas, alguns relatos (5) de
casos reais do PRONAF INVESTIMENTO que resultaram em ganhos significativos
para as famílias envolvidas:
Caso 1 - Associação dos Cafeicultores de Pitangueiras – ACAPI Contrato Nº 20/00110-X - PRONAF D A ACAPI possui 06 anos de fundação e 45 cafeicultores associados, que
sonharam em produzir Café de Qualidade e comercializá-lo conhecendo o seu tipo e
bebida, realizando o seu beneficiamento agregando neste processo 20% de valor ao produto. Hoje a Associação dos Cafeicultores de Pitangueiras se consolida
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numa forte estrutura de apoio ao Cafeicultor, com equipamentos de beneficiamento
e preparo do café para exportação, balança rodoviária para 60 toneladas, pátio
amplo com terminal para calcário, viveiro de mudas e armazém para estocagem com
segurança e capacidade para até 30.000 sacas beneficiadas. Os recursos vieram de
uma perfeita combinação onde o Projeto Paraná 12 Meses do Governo do Paraná
apoiou o empreendimento com 35 % do valor total, o Município de Pitangueiras com
30 % e o PRONAF, com outros 35 % ou R$ 50.400,00 hoje já amortizado em 50%. Os produtores beneficiam cerca de 5.000 sacas/ano, agregando-lhes R$ 200.000,00 e melhorando assim a sua renda e a qualidade de vida de suas famílias.
Capacitados em mercado, deixaram o velho jeito de vender café pelo KG/RENDA e
hoje beneficiam totalmente a sua produção com venda direta aos exportadores
levando em conta indicadores de qualidade como a bebida e tipo do café. É o PRONAF em ação no Município de Pitangueiras. Caso 2 - Família do Produtor João de Almeida Nabarro – Contratos Nº 20/00102-9 e 20/25953-0 - PRONAF D e Contratos Nº 20/24115- PRONAF C (Filho) O produtor rural João de Almeida Nabarro recebeu como herança de sua mãe
uma propriedade de 3,63 hectares de área em 1998. Produzia tomate e algodão,
vendendo para fora boa parte de sua mão-de-obra. Com 03 filhos menores, a
Viviane, a Franciane e o João Paulo, resolveu em 2000 vender tudo e partir para
Curitiba, a capital do Paraná com esperança de dias melhores. Na agricultura nada
dava certo e o prejuízo com as lavouras eram freqüentes. Pedia R$ 15.000,00 pelas
terras, que mal dava para comprar uma casa naquela época.
Amigo que era do pessoal da Emater, foi tirar uma prosa sobre sua decisão e
no final saiu convencido a tentar um PRONAF, coisa nova, para viabilizar sua
propriedade. Com muita persistência de todos convenceram o Banco do Brasil a
liberar R$ 15.000,00, isto é, o mesmo valor da terra na implantação de um aviário
para 11.000 aves em regime de integração. O tempo passou e hoje lhe resta apenas
01 (uma) parcela do PRONAF “salvador”, já captou outros PRONAF’s para melhoria
do mesmo empreendimento e para a implantação do Bicho-da-Seda. Os filhos
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cresceram e todos trabalham ali naqueles 3,63 hectares, também concluíram o 2º
Grau e não sobra tempo algum, mas já se vê algum dinheiro no final das contas e o
João até resolveu presentear seu filho parceiro inseparável com uma Brasília bem
conservada, como reconhecimento de seus esforços. A Família segue feliz e indagam: Como estariam em Curitiba? É o PRONAF em ação no Município de Pitangueiras. Caso 3 – Família do Produtor Claudemir Craveiro – Contrato Nº 20/25565-9 PRONAF C O Claudião, como chamamos com carinho é um batalhador. Produtor com
6,05 hectares de terra muito quebrada e úmida, sempre colheu prejuízos e foi parar
como servente de pedreiro na cidade, precisava criar seus três filhos.
Com uma diária de R$ 10,00 mal podia comer. Roupas e sapatos nem
pensar. Procurou a Emater e resolveu começar com uma lavoura de café na
cabeceira, onde as mudas foram subsidiadas. Com o tempo percebeu que a cultura
da vassoura produzia bem naquela área de difícil topografia e solos muito úmidos.
Com uma operação de PRONAF investiu na aquisição de máquinas para limpar
vassouras e produzir cabos a partir de madeira bruta. Hoje o Claudemir Craveiro
vive uma outra vida, agregando valor ao seu produto primário, a vassoura. Estuda os
filhos com tranqüilidade que também ajudam muito em seu empreendimento, já
comprou um carro Gol muito conservado e novo para passear, trocou de casa, sem
qualquer comparação com a anterior onde vivia antes e é comum vê-lo tomar uma
cervejinha de latinha no final do dia em sua varanda, feliz que só ele! Na época foi
financiado com apenas R$ 6.000,00 do PRONAF C, mas que foi muito bem
aplicado. É o PRONAF em ação no Município de Pitangueiras.
Caso 4 – Família do Produtor Pedro Aguinaldo Squarcini - PRONAF D O Pedro sempre foi muito desconfiado e namorou por tempos o PRONAF até
ter certeza deste casamento. Hoje graças ao crédito recebido produz aves e casulos
verdes em integração. Boa casa e carro para passear, colocou suas duas filhas gêmeas na Faculdade de Mandaguari – FAFIMAN, onde estão quase terminando
o curso superior particular, tudo tirado de uma área de 6,05 ha onde as filhas
também dão a sua contribuição no trabalho. O Pedro sonha com o dia da formatura
11
que está chegando e nem acredita. É o PRONAF em ação no Município de Pitangueiras. Caso 5 – Família do Produtor Rubens de Jesus Teixeira da Costa – PRONAF D O Rubens sempre trabalhou na roça desde criança com seu saudoso pai que
perdeu agora em 2004, o Senhor Abelias. Ora, como não tinha terra foi contemplado
com um lote na Vila Rural Antônio Pinguelli de Pitangueiras. Precisou ir trabalhar em
uma indústria de móveis par sobreviver apesar de formar boa lavoura de café na Vila
Rural. Acabou com sua coluna por carregar muito peso, mas reclama que o pior era
ficar fechado até 12 horas por dia num mesmo ambiente sombrio.
No ano passado conseguiu que a Emater encontrasse um barracão de frango
usado bom e barato. No Banco do Brasil foi bem recebido e pelo PRONAF financiou R$ 18 mil que com outras economias deu para construir um aviário para
6.000 frangos. Feliz da vida já deixou o emprego da cidade e se dedica
exclusivamente ao seu lote, melhorou da coluna, tem renda certa no final do ciclo e
respira aliviado pela volta ao campo, pura liberdade. Pena que o pai não está aqui
para dividir esta alegria comigo, comenta! É o PRONAF em ação no Município de Pitangueiras, entre tantos outros.
5- CONCLUSÕES
O PRONAF é e deve ser entendido como um instrumento de Desenvolvimento Rural ou Municipal, capaz de unir, de resgatar, de dignificar, de
mudar realidades, de socializar e organizar pessoas e entidades, não é somente um
programa de crédito de juros acessíveis, é mais e, se assim compreendido, sua ação
sinérgica pode ser copiada em qualquer localidade do Paraná, maior ou menor,
mas se algum elo desta cadeia do PRONAF, que envolve as entidades já nominadas
neste trabalho não participar, o Programa se limita drasticamente e pode ser
interpretado erroneamente como repasse de crédito apenas, sem ganho qualquer
para as entidades. Cabe a Emater, enquanto foco na sua missão, promover o
melhor debate e entendimento do PRONAF, aplicando suas metodologias de
integração e diagnóstico, sua política de boa vizinhança e de parceria incondicional,
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capaz de promover sobremaneira o ser humano e suas instituições, capaz de unir e não dividir. Concluindo e para pensar: “Viabilize para o pequeno agricultor familiar, inclusive para aqueles excluídos de seu ambiente original, hoje presentes nos centros urbanos e em áreas de risco, as boas sementes, sejam a terra, o crédito rural orientado e a assistência técnica competente e corretamente dimensionada e, colha os melhores frutos sociais, econômicos e ambientais” – Cristovon Ripol, Abril 2006.
6- ELABORAÇÃO
Engº Agrº Cristovon Videira Ripol
Unidade Municipal de Pitangueiras – Paraná
Região de Londrina
Pitangueiras, 10 de Abril de 2006.
RELAÇÃO DE ANEXOS
01. 06 (Seis) fotos com identificação, sobre fatos reais (casos) na agricultura familiar
e o Pronaf em ação no Município de Pitangueiras - Paraná;
02. Gráficos (Safra 94/95 e Safra 03/04) da propriedade (fotografia) apoiada do
agricultor familiar João de Almeida Nabarro – Chácara São Bom Jesus – 3,63 ha,
que dobrou a sua margem bruta anual (fluxo de caixa) através da diversificação
agrícola e com a contratação de 03 (Três) operações do PRONAF Investimento,
ainda diminuindo a venda de mão de obra – trabalho volante, agregando a sua
mão de obra familiar na propriedade e melhorando o uso do solo, e
03. Evolução do V.B.P. – Valor Bruto da Produção Agropecuária no Município de
Pitangueiras da Região Administrativa do Núcleo da SEAB de Londrina desde a
Safra 93/94, revelando o significativo incremento de valor com as ações do
PRONAF.
13
ANEXO 1: Foto 1 e 2- A ACAPI, nos detalhes seu armazém de café (Caso 1).
Foto 2- Aviário do Produtor João de Almeida Nabarro. No detalhe sua filha Franciane (Caso 2).
14
Foto 3 - O Senhor Claudemir Craveiro ao centro de camisa amarela (Caso 3), “não para” e agora participa de eventos em busca de novas opções de renda. No detalhe a viagem para Indianópolis-PR para ver a Cultura da Seringueira.
Foto 4- O barracão de criação de Bicho-da-Seda do Produtor Pedro Aguinaldo Squarcini no detalhe (Caso 4).
Foto 5- O Senhor Rubens de Jesus Teixeira da Costa com a filha junto ao seu aviário, um antigo sonho (Caso 5).
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Produtor : João de Almeida Nabarro Propriedade : Sítio São Bom Jesus 94/95
FOTOGRAFIA DA PROPRIEDADE
ANEXO 2:
Produtor : João de Almeida Nabarro Propriedade : Sítio São Bom Jesus 03/04
16
FOTOGRAFIA DA PROPRIEDADE
30.000.000,00
35.000.000,00
40.000.000,00
45.000.000,00
Evolução do Valor Bruto da Produção Agropecuária de Pitangueiras
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