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PROFESSORA PDE: SOLEIVA ROQUE MACIEL PRODUÇÃO PEDAGÓGICA – OAC TÍTULO: MANIPULAÇÃO DE IMPRENSA PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO O objetivo deste OAC é responder ao questionamento posto, demonstrando que existe uma oposição entre as vertentes hegemônica e contra-hegemônica, que fica oculta à grande maioria. Pretende-se com este trabalho, fazer uma análise da atuação da imprensa, sobre a forma como veiculam notícias sobre o MST. Para entender a importância da mídia, faz-se necessário primeiramente, analisar o termo Mídia: “meios de comunicação de massa” (AURÉLIO), ou ainda, “conjunto de meios de comunicação, que visa a informar e formar opinião junto à população” (COELHO). Mecanismo fundamental para a comunicação de fatos, a mídia é também um poderoso instrumento de controle ideológico, quando deixa de cumprir sua função, que é informar. É de fundamental importância buscar amparo legal que condene os desvios da mídia, contidos na Constituição Federal, Art.220, §5º: “Os meios de comunicação não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Caso desviem-se da conduta prevista na lei, sofrerá as sanções prescritas na mesma. Nas últimas décadas verificou-se desvio acentuado na conduta dos órgãos de informação, pois “ainda recentemente, informar era, de alguma forma, fornecer não só a descrição precisa – e comprovada - de um fato, de um acontecimento, mas também de um conjunto de parâmetros contextuais que permitam ao leitor compreender seu significado profundo” (RAMONET, 2004:132). Vínculos são mantidos com reciprocidade, ou seja, existe um toma-lá-dá-cá das partes para que a situação possa se manter a contento dos envolvidos. Provavelmente esta troca tenha sido a responsável pela permanência dos monopólios de imprensa no país. Pelo senso comum, a suspeita ou confirmação de falta de decoro duma instituição, pode levá-la ao descrédito, tendendo ao desaparecimento. Com a imprensa o mesmo não se dá. Apesar de todas as dúvidas, questionamentos e denúncias, ela mantém-se firme, forte e atuante, no seu pedestal de formadora de

TÍTULO: MANIPULAÇÃO DE IMPRENSA · A tirania da comunicação. Tradutor: Lúcia Mathilde ... para o anunciante a responsabilidade última e maior pelo produto final da comunicação:

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PROFESSORA PDE: SOLEIVA ROQUE MACIEL

PRODUÇÃO PEDAGÓGICA – OAC

TÍTULO: MANIPULAÇÃO DE IMPRENSA

PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO

O objetivo deste OAC é responder ao questionamento posto, demonstrando que

existe uma oposição entre as vertentes hegemônica e contra-hegemônica, que fica

oculta à grande maioria. Pretende-se com este trabalho, fazer uma análise da

atuação da imprensa, sobre a forma como veiculam notícias sobre o MST.

Para entender a importância da mídia, faz-se necessário primeiramente, analisar o

termo Mídia: “meios de comunicação de massa” (AURÉLIO), ou ainda, “conjunto de

meios de comunicação, que visa a informar e formar opinião junto à população”

(COELHO).

Mecanismo fundamental para a comunicação de fatos, a mídia é também um

poderoso instrumento de controle ideológico, quando deixa de cumprir sua função,

que é informar. É de fundamental importância buscar amparo legal que condene os

desvios da mídia, contidos na Constituição Federal, Art.220, §5º: “Os meios de

comunicação não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou

oligopólio”. Caso desviem-se da conduta prevista na lei, sofrerá as sanções prescritas

na mesma.

Nas últimas décadas verificou-se desvio acentuado na conduta dos órgãos de

informação, pois “ainda recentemente, informar era, de alguma forma, fornecer não só

a descrição precisa – e comprovada - de um fato, de um acontecimento, mas também

de um conjunto de parâmetros contextuais que permitam ao leitor compreender seu

significado profundo” (RAMONET, 2004:132).

Vínculos são mantidos com reciprocidade, ou seja, existe um toma-lá-dá-cá das

partes para que a situação possa se manter a contento dos envolvidos.

Provavelmente esta troca tenha sido a responsável pela permanência dos monopólios

de imprensa no país. Pelo senso comum, a suspeita ou confirmação de falta de

decoro duma instituição, pode levá-la ao descrédito, tendendo ao desaparecimento.

Com a imprensa o mesmo não se dá. Apesar de todas as dúvidas, questionamentos e

denúncias, ela mantém-se firme, forte e atuante, no seu pedestal de formadora de

opiniões. Havendo suspeita de manipulação dos meios de comunicação, com a

manutenção e fortalecimento dos mesmos, pergunta-se: A mídia detém ou mantém o

poder?

Historicamente a imprensa brasileira vincula-se ao poder hegemônico. Ferramenta

da elite, a imprensa no Brasil tem dado a esta total espaço, em detrimento da quase

totalidade da população que não tem meios políticos e econômicos para tanto e

tornam-se as vítimas do processo de informação. Assim sendo, onde encontrar os

relatos dos escravizados, dos despossuídos e dos explorados pelo sistema político-

econômico vigente? Certamente não estarão veiculados na grande imprensa, mas sim

na imprensa contra-hegemônica, cujos jornais exprimem a fala do trabalhador.

O mesmo se dá em relação aos movimentos sociais de luta pela terra, que encontram

apoio na imprensa contra-hegemônica, porém são satanizados pela grande imprensa.

Estes movimentos têm raízes no processo colonial português iniciado no séc. XVI,

cujas bases foram a concentração de terras, a exploração do trabalhador, que vai do

sistema escravocrata, passando pelas diferentes formas de parcerias, chegando à

mecanização. O sistema agrário adotado em terras brasileiras nestes quatro séculos

gerou problemas sócio-econômicos, que no final do séc.XX dão origem aos

movimentos sociais contra a opressão da política agrária nacional.

Tome-se, por exemplo, a questão da posse da terra no Brasil. A economia brasileira

primou sempre pela concentração de terras, selecionando os proprietários, por

mecanismos como a Lei de Terras (1850), tida por muitos como a gênese das

desigualdades sociais e dos conflitos pela posse da terra. As Constituições brasileiras

também contribuíram para impedir o acesso do pobre à terra, mantendo-a em posse

de um grupo que usa o poder econômico e político para a manutenção e reprodução

do sistema agrário vigente no país.

Após o longo período de problemas relacionados ao cultivo e exploração da terra e

do trabalhador rural, tem-se a organização dos grupos prejudicados pela política

latifundiária brasileira. A partir de 1950, em alguns estados brasileiros a luta pela

posse ou permanência na terra começa a se estruturar. Com o golpe militar, há a

dispersão dos movimentos, porém não é o seu fim.

A política adotada no regime militar (1964-1985), foi um agravante à questão da

posse da terra no Brasil. A mecanização iniciada no período provocou o êxodo rural,

causando um aumento gigantesco nas periferias das grandes cidades,

congestionado-as de favelas e um sem-fim de problemas sociais, que se agravavam a

cada dia. A cidade que atraía o ex-trabalhador rural ou ex-proprietário, não tinha por

onde adequá-lo: faltava emprego, moradia, saneamento básico nos barracos em que

se amontoavam. O regime militar produziu o chamado “milagre econômico” (1963-

1973), quando foram construídas obras faraônicas de propaganda oficial. Neste

contexto tem-se a construção de ITAIPU, com o conseqüente desalojamento de

posseiros e pequenos proprietários das terras alagadas pela construção da Usina de

Itaipu. O oeste paranaense perdeu terras produtivas e os produtores destas perderam

suas terras. Os problemas até aqui citados, são alguns dos que estão relacionados

com a origem do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Este

movimento nasce no 1º Encontro Nacional dos Sem-Terra, em Cascavel, Paraná, nos

dias 20,21 e 22 de Janeiro de 1984, com a presença de trabalhadores rurais de 12

estados brasileiros.

Quando se lê o que a imprensa publica sobre o MST, a oposição entre as linhas

editoriais ficam patentes: de um lado a grande imprensa atira pedras no movimento e,

do outro lado, a imprensa contra-hegemônica que o apóia. Ambas são parte da mídia,

porém o discurso é divergente. Analisando-se as publicações, percebe-se que a

grande imprensa consegue levar ao leitor notícias que, a princípio inocentes, são

providas de interesse e distorcidas. Chega-se por fim a um encontro de águas: poder

político e a grande mídia atrelados. Eis aí o tema do presente trabalho.

Ao realizar pesquisa em educação, espera-se que o professor esteja se

preparando para “ousar comer do fruto da árvore do bem e do mal, negando assim a

inocência paradisíaca que reina na escola capitalista” (SAVIANI, 1991:52). Assim

sendo, espera-se que ao ter acesso às informações da mídia sobre os conteúdos

trabalhados, o professor busque meios para avaliá-las, de modo a desenvolver nos

educandos a dúvida e a busca pela verdade, dificultada pela “enorme quantidade de

veículos e formas de informações que acaba tornando tão difícil a busca da verdade,

pois todo mundo acredita que está recebendo, de modos variados e diferentes,

informações científicas, filosóficas, políticas, artísticas e que tais informações são

verdadeiras” (CHAUI, 1996:92). O volume de informação que o leitor/espectador

recebe diariamente é de grande monta, o que o impossibilita assimilá-las, causando a

impressão de estar bem informado, quando na realidade, recebeu nada mais que

julgamentos de outrem. Este fenômeno é muito claro quando se faz leituras sobre o

MST. A dicotomia entre as vertentes da imprensa sobre o movimento, assim se

traduz: a minoria que o apóia e a grande imprensa que faz seu discurso carregado da

ideologia agrária dominante.

O trabalho será um estudo de caso sobre o MST, cuja ascensão aparentemente

representa uma ameaça à hegemonia agrária, uma vez que esta procura

desestruturá-lo utilizando o aparato mídia. Torna-se necessário analisar o movimento

partindo de sua pré-história no Brasil: o problema da concentração de terra, que,

desde a colonização portuguesa, é causa de transtornos sociais. É fundamental que

se resgate o contexto em que o movimento tem origem, seus objetivos, metas

previstas e alcançadas, embasamento legal e forma de atuação do mesmo. A partir

de então serão encontradas evidências do quase inexistente apoio midiático ao

movimento, restrito quase que exclusivamente a jornais e revistas de pouca circulação

nacional.

A pesquisa busca também identificar a ideologia subjacente nas informações da grande imprensa. Ao se manipular a massa, é necessário camuflar os objetivos de forma que o leitor assimile os conceitos transmitidos como sendo julgamentos seus, resultados de sua análise da realidade. No caso do objeto desta pesquisa, observa-se que a mídia informa o leitor sobre o MST, de forma tal, que se cria no imaginário popular a idéia de desordem, movimento de poucos, sem elo com a realidade, baderneiros que invadem e destroem a propriedade privada sagrada por lei, perturbadores da paz, sanguessugas sociais que devem ser rejeitados pela população. Por que distorcer os fatos, ocultar informações e fazer com que a população, desconhecendo os ideais do movimento, passe a repudiá-lo?

Sem optar por vertentes partidárias, o trabalho tem por objetivo proporcionar questionamentos sobre a imparcialidade da imprensa. Verificando-se que em detrimento de informar para formar opiniões, a imprensa torna-se marionete do poder, ou é o verdadeiro poder e informa a opinião da elite agrária dominante para o trabalhador, de forma tal que obtém seu apoio na defesa dos interesses hegemônicos, como se fossem interesses isonômicos. BIBLIOGRAFIACHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996.

COELHO, Rodrigo F. Observatório de imprensa,

www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br, (18/05/2007)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL. deimprensa.org.br www.liberdade

DICIONÁRIO AURÉLIO. www.educacional.com.br.

RAMONET, Ignácio. A tirania da comunicação. Tradutor: Lúcia Mathilde Endlich Orth Língua: Português (Brasil) Editora: Editora Vozes, RJ Ano: 1999.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-crítica. São Paulo. Cortez:Autores Associados, 1991

____________________________________________________________ INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR As informações a que o leitor/espectador tem acesso foram filtradas pelos meios

de comunicação, de maneira tal que apenas a versão da classe dominante estará ao

seu alcance, porém de forma sutil, fazendo-o crer que os julgamentos de tal assunto

são produtos seus, isentos de interferência externa. "O leitor/espectador já não tem

mais diante de si a coisa tal como existe ou acontece, mas sim uma determinada

valorização que o órgão quer que ele tenha de uma coisa que ele desconhece,

porque seu conhecimento lhe foi oculto, negado e escamoteado pelo órgão"

(ABRAMO, 2004:31). Assim sendo, não é surpresa verificar defensores do

movimento CANSEI entre as camadas mais pobres da população, como se estas

também fizessem parte do núcleo restrito dos adeptos do movimento citado.

A grande imprensa escrita ou falada possui mecanismos próprios de apropriação e

reorganização da notícia. Basta ouvir o senso comum sobre movimentos sociais como

o MST, para perceber a fala da elite agrária no discurso. Por isso se questiona a

"opinião pública", que na maioria das vezes nada mais é que a "devolução" de

informações postas pelas classes dominantes, uma vez que o "leitor é induzido a ver

o mundo não como ele é, mas sim como querem que ele o veja". (ABRAMO, 2004:33)

Faz-se necessário uma análise mais profunda dos fatos, ouvir os "lados" com suas

respectivas versões, mas um entrave é a repetição de dados, controlados por uma

minoria. A notícia, então torna-se "verdadeira" por sua intensa repetição nos diversos

veículos de comunicação.

Os meios de comunicação de massa, em sua grande maioria, estão a serviço de

grupos econômicos, portanto veicularão notícias de forma a beneficiá-los. Existem

"duas vertentes para a explicação economicista do fenômeno. A primeira desloca

para o anunciante a responsabilidade última e maior pelo produto final da

comunicação: segundo essa vertente, é por imposição - direta ou indireta - desse

anunciante (privado ou estatal) que o empresário se vê obrigado a manipular e

distorcer. A segunda vertente centra a explicação na ambição de lucro do próprio

empresário de comunicação: ele distorce e manipula para agradar seus consumidores

e, assim vender mais material de comunicação e aumentar seus lucros: a

responsabilidade é do próprio empresário de comunicação, mas a motivação é

econômica”. (ABRAMO. 2004:42, 43). Explica-se em parte a não aparição dos

movimentos sociais de massa na mídia e, quando se dá é de forma depreciativa

e incriminatória.

Como todo movimento social, o MST ganha adeptos e inimigos, sendo que a

grande a imprensa situa-se neste último. As grandes empresas de informação são

também defensoras da grande propriedade, o que fica evidente em seu discurso de

combate ao MST. Toda a ação do movimento é duramente criticada pela mídia, pois

“pretendem confundir a opinião pública, retratando o MST com Movimento de

baderneiros que só promovem a desordem social mostrando que eles (o movimento)

são infratores da lei, pois fazem invasões, e que não são adeptos ao trabalho, são

vagabundos e moram em cidades causando o mal-estar perante a sociedade”

(PALUDO, 1999:9-10). Para a população que recebe a informação modelada pelos

interesses da elite, resta acreditar na mesma, pois não dispõe de parâmetros para

comparação, uma vez que a grande maioria dos leitores tem acesso limitado às

publicações e tem confirmação de suas leituras nos telejornais.

Na sociedade de classes em que vivemos, é sabido que

“a classe dominante não tem interesse na manifestação da verdade já que isto colocaria em evidência dominação que exerce sobre as outras classes. Já a classe dominada tem todo interesse em que a verdade se manifeste porque isso só viria patentear a exploração a que é submetida, instando-a a se engajar na luta de libertação” (SAVIANI, 1991:97).

Compreende-se assim o cuidado que a mídia tem em distorcer ou omitir dados,

formando opinião pública de rejeição ao movimento.

Um mecanismo significativo de que a imprensa tem se utilizado no decorrer da

história, é a associação de fatos que incomodam as elites aos grandes medos da

população. Os movimentos sociais, por exemplo, tem sido duramente castigado com

as comparações feitas entre eles e o terrorismo. Existe um processo de criminalização

dos movimentos sociais, pois eles lutam contra a “ordem” vigente, o que dá à

imprensa munição para bombardeio de informações adulteradas. Após os atentados

de 11 de setembro de 2001, um novo e perverso tratamento tem sido dado aos

movimentos sociais:

“A retórica da guerra do terror serve como luva a todos os que querem atacar os movimentos sociais, especialmente aos governantes submetidos aos ditames do neoliberalismo. Qualquer grupo, movimento ou organização pouco disposto a

aceitar as regras do mercado tornou-se potencialmente, candidato a ocupar o posto de terrorista de plantão” (ARBEX JR, 2003:149)

Reforçando a conotação de terrorismo, nas ações do MST divulgadas pela

imprensa, usa-se a expressão “invasão” e não “ocupação”, no intuito de reforçar

negativamente a imagem do movimento. As informações são prontas e acabadas, não

deixando espaço para o leitor questioná-las. Quando há ocupação de alguma

propriedade, logo é notificado aos leitores que não recebem informações dos motivos

da ocupação, das conquistas do movimento, dos benefícios dos assentados da

“experiência fantástica de imenso valor para todos os pobres e excluídos deste país. Nada disso aparece na grande mídia, que insiste em multiplicar calúnias e difamações contra o Movimento. Em contrapartida, a mesma grande mídia faz silêncio total quando se trata da denúncia das agressões e perseguições sofridas pelos militantes do MST” (ARBEX JR, 2003:154).

A grande mídia se cala em momentos estratégicos. Quando há alguma ação do

MST, mesmo que a mídia seja convidada e compareça, não leva a informação ao

público. Estas poderiam contradizer o discurso habitual de desvirtuar as atitudes dos

integrantes do movimento. Os prêmios nacionais e internacionais recebidos pelos

integrantes do movimento sem terra, não são veiculados na grande mídia.

É comum na História do Brasil, a hostilização para com os movimentos sociais.

A imprensa brasileira esteve sempre ligada ao poder, às classes dominantes, não

sendo representante das camadas mais pobres da população, que não possuem

meios para "bancar" uma matéria na mídia.

Movimento CANSEI, definição, objetivos e participantes do movimento nos sítios:http://www1.folha.uol.com.br http://noticias.terra.com.brhttp://terramagazine.tera.com.br

http://noticias.terra.com.br

http://www.mst.org.br

BIBLIOGRAFIA

ARBEX JR, José. O Jornalismo Canalha: A promíscua realação entre a mídia ee o poder. São Paulo; Casa Amarela, 2003

ABRAMO, Perseu. Padrões de manipulação na grande imprensa. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2003.

PALUDO, Eliane. Representações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: Uma análise dos editoriais e artigos do jornal O Estado do Paraná Folha de São Paulo. (Monografia) Marechal Cândido Rondon: UNIOESTE, 1999.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1991.

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____________________________________________________________PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

Quando se realiza o trabalho de leitura e interpretação de textos em jornais, revistas e outros veículos da imprensa escrita faz-se necessário um diálogo com as demais disciplinas do currículo. A disciplina de Língua Portuguesa é fundamental na interpretação e produção de textos, análises de letras de música, poesias, na leitura e outros. Na disciplina de Artes, existe a possibilidade da dramatização de textos, elaboração de painéis temáticos com desenhos ou colagens elaboradas pelos alunos, bem como análise de filmes e fotografias. Com Geografia, a relação se dá nos aspectos físico e humano. Sendo o físico na localização das ações ou conflitos vividos pelo MST, com a utilização de mapas e gráficos, e o humano, nas relações de exploração do meio pelo homem: produção, desmatamento, desigualdades sociais, A História contextualiza e analisa os fatos, Língua Portuguesa interpreta-os, Geografia localiza e fornece gráficos pertinentes ao estudo,

Artes proporciona a experimentação e uma nova leitura do assunto. Juntas, estas disciplinas possibilitarão um maior entendimento do caso estudado. É de fundamental importância o entendimento das expressões utilizadas pelos meios de comunicação e até mesmo nos livros didáticos. Cada segmento tem seu

repertório próprio para valorizar ou desvalorizar um acontecimento usando determinadas expressões. O livro A LINGUAGEM ESCRAVIZADA. Língua, história, poder e luta de classes, de Mário Maestri, sugerido neste OAC, contribui em muito para a compreensão do uso da linguagem pela elite capitalista. Também de suma importância é a obra de Perseu Abramo: PADRÕES DE MANIPULAÇÃO DA GRANDE IMPRENSA, no capítulo: Significado político da manipulação na grande imprensa, onde o autor descreve os padrões de manipulação utilizados pela grande imprensa para "transformar" a notícia de acordo com seus interesses.____________________________________________________________

CONTEXTUALIZAÇÃO

Diferentemente da linguagem falada, a escrita não se desenvolveu em toda a humanidade. A língua escrita tem sido associada ao poder, pois surgiu em sociedades hierarquizadas. Assim sendo, o domínio da língua escrita teve fundamental importância na manutenção da organização social do grupo onde foi desenvolvida. A escrita surgiu por volta de 4000 a.C., pela necessidade de facilitar a administração. Ao longo do tempo, passou a fazer o registro de conquistas militares, dando caráter heróico aos reis, expondo fatos que fossem de interesse real, conduzindo os governados nos objetivos idealizados pelos governantes. Nas civilizações que desenvolveram a escrita, ela esteve associada ao poder político e religioso, sendo de domínio de um restrito número de pessoas das camadas sociais mais abastadas. No período Medieval, um reduzido número de pessoas tinha acesso ao aprendizado da leitura e escrita, os manuscritos eram lidos e produzidos pelo clero. Perpetuava-se assim a ordem social, política, econômica e cultural do período, amparada nos discursos religiosos. A organização do mundo medieval após o aperfeiçoamento da prensa de caracteres móveis, por Gutenberg no século XV, já não seria mais a mesma. A Igreja perdeu o monopólio da produção escrita, o que é visto como subversão uma vez que reduz a autoridade da mesma. Com a tradução da Bíblia nas línguas locais e com o movimento da Reforma Religiosa iniciado por Lutero, evidenciam-se sinais das transformações que levariam ao fim de um império de aproximadamente mil anos. A prensa de Gutenberg foi uma revolução no mundo da informação. Nos séculos que se seguiram ao seu aperfeiçoamento, ela foi um dos grandes meios utilizados pelos mais variados segmentos sociais na exposição de suas ideologias, seja na luta pela conquista do poder ou na manutenção do mesmo. Nos séculos XX e XXI, a grande imprensa tem sido difusora do pensamento hegemônico, produzindo a opinião pública da qual se vale para perpetuar-se como tal. Num jogo de mostrar para ocultar, a grande imprensa vale-se da manipulação da informação, mostrando os fatos de forma a ocultar o que não é de seu interesse. Embora se auto defina como veículo de informação, a atuação da grande imprensa é a de transmissora de opiniões. Nos últimos séculos, foram inúmeros os casos onde o poder se manteve pelo controle de informações. No Brasil, século XX, o apoio midiático foi fundamental para que se efetivassem golpes de governo, planos econômicos, privatizações, mandatos ou cassações.

A grande imprensa é contestada pela mídia contra-hegemônica, que apesar das dificuldades, surge como importante instrumento de representação de parte da população que demonstra insatisfação com a grande imprensa. Um obstáculo para a conscientização das massas está no fato de que o pensamento hegemônico é posto de forma tal que o trabalhador o tome como sendo representativo de interesses seus. Assim sendo desconhece sua própria condição de manipulado. Sugestão de leitura: "Padrões de manipulação da grande imprensa" de Perseu Abramo e "A Tirania da Comunicação", de Ignácio Ramonet, fornecem subsídios preciosos para trabalhar este conteúdo.Sugestões de leitura:ABRAMO, Perseu. Padrões de manipulação na grande imprensa. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2003. RAMONET, Ignácio. A tirania da comunicação. Tradutor: Lúcia Mathilde Endlich Orth Língua: Português (Brasil) Editora: Editora Vozes, RJ Ano: 2001. 2ª Edição.Sítios relacionados com a manipulação da mídiaSítios relacionados com a manipulação da mídiahttp:/www.adital.com.brhttp://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br ____________________________________________________________

SÍTIOSBRASIL ESCOLAhttp://www.brasilescola.com/sociologia/mst.htmCONSULTA NOV - 2007

Sítio contra-hegemônico, expõe uma análise sociológica do MST. Faz também uma relação da imprensa escrita e falada com o MST, ou seja, da forma como a mídia criminaliza o movimento. Relata interesses da bancada ruralista no Congresso e a forma como são utilizadas as terras devolutas em transações políticas..........................................................................................................................CARTA MAIORhttp://www.cartamaior.com.brCONSULTA NOV - 2007O sítio, de ideologia contra-hegemônica, disponibiliza matérias sobre movimentos sociais, como o MST, na visão de seus integrantes. Traz notícias de cunho social, político e econômico, nacionais e internacionais, questionando a grande imprensa por manipular notícias..........................................................................................................................FAEPhttp://www.faep.com.brCONSULTA DEZ - 2007

O sítio veicula notícias de interesse do agronegócio e da propriedade privada, portanto hegemônico. A FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná, propõe-se a defender os interesses econômicos, sociais e ambientais do produtor. É uma instituição privada, mantida pelos produtores rurais. É responsável pela orientação aos seus filiados através dos Sindicatos Rurais..........................................................................................................................MSThttp://www.mst.org.com.brCONSULTA OUT - 2007

Sítio contra-hegemônico.Fornece informações spbre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Possui notícias, agenda do movimento, fotos sobre vários assuntos pertinentes ao movimento como acampamentos, assentamentos, violência infringida ao MST, e outros. Caso seja necessário, o pesquisador pode entrar em contato com representantes do MST num espaço específico do sítio..........................................................................................................................RURAL BAGÉhttp://www.ruralbage.com.brCONSULTA DEZ - 2007

O sítio veicula notícias de interesses do agronegócio, recrimina o MST, condenando suas ações como sendo crimes contra a propriedade privada. Segundo dados copiados do próprio sítio "A Associação e Sindicato Rural de Bagé tem mais de 100 anos de atuação histórica e decisiva na luta pelo proprietário rural". Sítio hegemônico, relata a ocupação do MST como "invasão", destacando o "espanto" dos trabalhadores das propriedades "invadidas". Expressões amplamente utilizadas nas notícias do sítio: "Movimento invasor destrói propriedade privada", "rigores da lei", desobediência", "tensão".____________________________________________________________SONS E VÍDEOSSOMASSIM JÁ NINGUÉM CHORA MAISTÍTULO: Assim já ninguém chora maisINTÉRTPRETE: Zé GeraldoCOMPOSITOR: Zé PintoNOME DO CD: Arte em movimentoMúsica do primeiro CD do Movimento Sem-Terra. Coloca em evidência dois pontos conflitantes: o Latifúndio e a Reforma Agrária. A música convida os companheiros a se juntarem na luta pela terra que, usada na criação de gado, não produz o arroz e feijão. Relata ainda o apego à terra e o temor do trabalhador rural em sair do campo e morar na favela.

A música do CD Arte em Movimento, está disponível nos sítios abaixo:

http://www.planetamusicas.com

http://www.letras.terra.com.br

http://www.landless-voices.org/vieira

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Assim já ninguém chora mais (Zé Pinto)Sabemos que o capitalistadiz não ser precisoter Reforma Agrária.Seu projeto traz misériaMilhões de sem-terrajogados na estradacom medo de ir pra cidadeenfrentar favelafome e desemprego.Saída dessa situaçãoé segurar as mãosde outros companheiros.

E assim ninguém chora maisninguém tira o pão de ninguém...

VÍDEOSARQUITETO DA VIOLÊNCIADOCUMENTÁRIODURAÇÃO: 00:18ANO:2000As imagens do filme são uma denúncia da forma como a polícia militar agiu no Paraná de 1995 a 2000, realizando despejos ilegais e violentos dos sem-terra acampados. Ações da polícia durante a madrugada, confronto entre policiais e sem-terra em manifestações, o desrespeito presente nas atitudes truculentas da PM, que a serviço do governo, defendia o latifúndio.Essas imagens foram cedidas por policiais militares.____________________________________________________________O SONHO DE ROSE

O filme é uma continuação de Terra para Rose. Focaliza 10 anos depois as famílias

que fizeram parte do acampamento da Fazenda Annoni. O que foi feito do sonho de Rose: conseguir a terra. Onde estão, os que conseguiram e os que abandonaram o movimento. A forma de trabalho que realizam as cooperativas e associações que formaram, sempre fazendo feedback do filme Terra para Rose.A família de Rose é encontrada na periferia de Porto Alegre, vivendo de biscates e, embora tenha deixado o movimento, posteriormente conseguiu seu pedaço de terra em Viamão, onde vivem. Ao contrário do primeiro, este filme enfoca a participação masculina na luta pela terra.Após assistir ao filme, Chico Buarque decidiu regravar para o mesmo, a canção Assentamento, cuja letra foi copiada parcialmente abaixo e pode ser ouvida no seguinte endereço:

http://www.letras.terra.com.br

http://letras.terra.com.br

AUTOR: CHICO BUARQUE DE HOLANDATÍTULO: ASSENTAMENTOQuando eu morrerque me enterrem nabeira do chapadãocontente com minha terracansado de tanta guerracrescido de coraçãoTôo"(Guimarães Rosa)Zanza daquiZanza pra acoláFim da feira, periferia aforaA cidade não mora mais em mimFrancisco, SerafimVamos embora(...)

Quando eu morrerCansado de guerraMorro de bemCom a minha terra:(...)

TERRA PARA ROSE

Filme-documentário sobre a ocupação da Fazenda Annoni, em Sarandi, RS. O local estava há 14 anos em processo de desapropriação, onde 1.500 famílias, mais ou menos 8 mil pessoas, vão acampar, como forma de pressionar o processo de Reforma Agrária. O filme faz no início, uma retrospectiva de alguns momentos históricos onde se falou sobre a Reforma Agrária, com cenas reais da época. O primeiro bebê a nascer neste acampamento Sepé Tiaraju, foi Marcos, filho de

Roseli Celeste Nunes da Silva (1954-1987), a Rose do título, que havia participado da ocupação nos últimos dias da gravidez de seu terceiro filho. Mostra a marcha para Porto Alegre, o cerco feito pela polícia impedindo a saída dos sem-terra para outras ocupações. No dia 31 de março de 1987, aproximadamente 5.000 pessoas fazem uma barreira humana em Sarandi, RS, contra as altas taxas de juro. Um caminhão investe contra a barreira, ferindo 14 manifestantes e matando 3, entre eles, Rose. O atropelamento suspeito, foi mais tarde caracterizado como criminoso.A escolha do nome do filme se deu pela perseverança de Rose em vida e pela brutalidade de sua morte. É um filme de pessoas e não do movimento, embora esteja na gênese do MST.Retrata a luta por um sonho, a conquista através do esforço individual e coletivo, enfatizando a participação das mulheres nesta luta.O período em que se passa é de transição, pós regime militar. O filme recebeu 6 prêmios no Festival de Brasília e 2 no Festival de Havana.RAIZ FORTEO filme é um documentário sobre pessoas que se juntaram ao MST, no sonho pela conquista da terra. Cenas dos Estados de Pernambuco, Bahia, Pará e Paraná, mostrando os integrantes do movimento e seus sonhos de uma sociedade mais justa.

IMAGENS

A escrita tem extrema importância no processo de aquisição do conhecimento. Através da leitura e escrita, ampliamos nossos horizontes, podendo nos tornar conhecedores de grande parte do mundo,seja no sentido político, econômico, social ou de variedades. Ela pode também nos dar a falsa impressão de conhecedores do nosso mundo, na medida em que passa a ser meio de dominação, manipulação e exclusão. ____________________________________________________________ATIVIDADES

1 - ANALISANDO NOTÍCIAS SOBRE O MST VEICULADAS NA IMPRENSAMATERIAL: Dados relativos ao MST, fornecidos pela imprensa escrita, falada e internet.ATIVIDADE:Solicitar aos alunos que pesquisem e tragam para a aula, notícias sobre o MST. Utilizando informações da grande imprensa, analisar notícias veiculadas sobre as ações do MST. Após reunir as informações, compará-las com as disponíveis em sites referentes ao MST, pesquisando o mesmo fato. Verificar que:

- o uso de diferentes expressões para a mesma ação, na imprensa hegemônica e na contra-hegemônica. Fazer estudo destas expressões, aplicando-as em frases idênticas, trocando somente a expressão em questão. Esta atividade proporciona uma análise etimológica, cultural e política do uso das expressões identificadas na pesquisa. Confira exemplos abaixo:Quatro exemplos de como são veiculadas notícias da atuação do MST, sendo a primeira e segunda da imprensa contra-hegemônica e a 3ª e 4ª da hegemônica, todas com grifos meus. Observe o uso das expressões grifadas: invasão e ocupação.

1ª) Notícia copiada do sítio http://www.mst.org.br

"Sem Terra ocupam Engenho na Zona da Mata Pernambucana"16/01/2008 - Cerca de 60 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta quarta-feira (16/01), o Engenho Planalto, localizado no município de Paudalho, Zona da Mata Norte de Pernambuco. A área já foi considerada improdutiva pelo Incra2º) Manchete retirada do sítio do JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.brasildefato.com.br"MST ocupa Fazenda Guerra e pede reforma agrária"

3ª) Manchete copiada do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 8 de setembro de 2007 "MST invade fazenda e dois homens são detidos" 4ª) Manchete copiada do sítio do jornal O ESTADO DE SÃO PAULOhttp://busca.estadao.com.br14/01/08 "MST invade fazenda pela nona vez no Rio Grande do Sul" - embora o fato seja o mesmo, o discurso do MST é um e o da grande imprensa, na maioria das vezes, é outro. Nesta atividade pode-se explorar as relações de trabalho, a Constitução Federal e os direitos do cidadão, partindo de relatos de experiências vividas pelo próprio aluno ou sua família.- fazer estudo da concentração de terras no Brasil e suas atuais conseqüências, elaborando textos e cartazes que serão expostos no mural ou na sala, para socialização da pesquisa;O trabalho pode ser realizado em grupo ou individualmente. Em grupo, possibilita maior interação entre os membros e a oportunidade dos mais retraídos socializarem seus conhecimentos. OBJETIVOS: - Proporcionar aos alunos o acesso às diferentes formas de se propagar um mesmo fato, de forma que cada veículo de informação o expõe da forma como lhe interessa.- Possibilitar o uso dos diversos meios de informação existentes na escola, em sua casa ou na comunidade: jornais, revistas, internet.- Ampliar as possibilidades de uso da internet.- Estimular a leitura de jornais, revistas e notícias veiculadas na internet.

- Verificar a diferença entre as expressões utilizadas para designar a mesma ação.____________________________________________________________

2 - ATIVIDADE LÚDICA SOBRE TÍTULOS DE FILMES, MANCHETES E PROPAGANDASATIVIDADE: Os alunos são orientados sobre o desenvolvimento da nova atividade a ser feita, embora sem maiores explicações sobre a mesma, para que não interfira no resultado final do trabalho e não iniba a imaginação e criatividade dos alunos. Seguem-se os seguintes passos:1º) O professor lê uma frase que pode ser uma manchete, ou título de livro ou nome de filme;2º) Após ouvir a frase, estipula-se um prazo curto onde cada aluno escreverá, em 3 (três) linhas no máximo, o que a manchete ou título lhe sugere;3º) Terminado o prazo, cada aluno lerá em voz alta seu texto; 4º) Após os alunos terem lido, o professor dirá qual era realmente o conteúdo da manchete, do filme ou livro citado. A atividade torna-se atraente e divertida porque raramente o que foi escrito pelos alunos coincide com a idéia proposta na manchete ou título. Esta é a finalidade da atividade: mostrar que nem sempre a manchete tem relação com a notícia e que os títulos de filmes e livros são, muitas vezes, desvinculados do conteúdo dos mesmos funcionando em abos os casos como mero chamariz. ALGUNS EXEMPLOS FILMES:1) O ARQUITETO DA VIOLÊNCIA (Filme sugerido neste OAC)2) O SONHO DE ROSE ( Filme sugerido neste OAC)OBJETIVOS:- Estimular a imaginação e criatividade dos alunos;- Incentivar o aluno a questionar o que vê, lê ou ouve, pois nem tudo o que está posto, o é realmente;- Analisar a forma pela qual os meios de comunicação apropriam-se das mais variadas formas para chamar a atenção do espectador/ouvinte/cliente.MATERIALNesta atividade, utilizam-se frases que podem ser manchetes, títulos de livros, filmes ou propagandas. Os títulos usados devem ser de filmes ou livros desconhecidos pelos alunos. DURAÇÃOUma aula é suficiente. A atividade é uma ótima forma de iniciar o trabalho com a manipulação da mídia. AVALIAÇÃONesta atividade será avaliada a participação individual dos alunos.____________________________________________________________ 3 - ESTUDANDO A RELAÇÃO ENTRE MANCHETE E A NOTÍCIA

MATERIAL: jornais, revistas e panfletos de propaganda.Utilizando o material sugerido, pesquisar a relação entre as manchetes do mesmo e suas respectivas notícias ou anúncios. OBJETIVO: Desenvolver uma leitura crítica e analítica. Os jornais e revistas, assim como outras formas de divulgação de matérias ou até mesmo propaganda comercial, nem sempre relacionam o chamariz com o conteúdo real de seu objeto. FORMAÇÃO DOS GRUPOS: O ideal é que se trabalhe com grupos pequenos, onde todos possam fazer contribuições. Sugestão: grupos de 3(três) ou 4(quatro) alunos.DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE: Pode-se trabalhar em grupos pequenos, pois possibilita troca de idéias entre os componentes do mesmo, facilitando uma análise do objeto de estudo. Ao identificarem manchete ou comercial que não se relacione com a notícia ou produto, o grupo vai "corrigir" a manchete, de forma que se torne significativa e com relação com o conteúdo ou produto anunciado. Ao término, as equipes vão apresentar a descoberta feita e de que forma o assunto poderia ter sido apresentado. Para tanto, farão uma nova manchete ou comercial, dependendo do tema trabalhado, substituindo a anterior, colando-a ao lado do material pesquisado e expondo no mural ou qualquer outro espaço que a escola disponibilize para exposição de trabalhos.No início, o professor deverá acompanhar cada grupo, ajudando-os a identificar o "problema" a ser trabalhado. Após a primeira atividade desenvolvida em sala, o professor pode encaminhar com o trabalho a ser desenvolvido em casa, com apresentação dos resultados em sala de aula, numa data marcada anteriormente.AVALIAÇÃO: Todo o processo pode ser avaliado pelo professor. Desde o início da atividade até sua apresentação final. Critério a serem avaliados na equipe de trabalho:- estão utilizando o material para pesquisa do tema?- comunicam-se de forma a respeitar os demais grupos?- todos estão participando da atividade? - o tratamento dispensado no grupo, está de acordo com o ambiente escolar?- a atividade foi concluída e apresentada no prazo estipulado?- o trabalho apresentado, cumpriu a finalidade proposta?- a equipe conseguiu transmitir sua pesquisa e análise aos demais alunos da sala?____________________________________________________________SUGESTÃO DE LEITURACATEGORIA: LIVROAUTOR: MISTSUE MORISSAWATÍTULO: A HISTÓRIA DA LUTA PELA TERRA E O MSTEDIÇÃO: 1LOCAL DE PUBLICAÇÃO: SÃO PAULOEDITORA: EXPRESSÃO POPULARANO: 2001O livro trata a questão da terra desde os primórdios da humanidade até os dias atuais. Descreve a questão agrária no Brasil que darão origem aos movimentos pela posse

ou permanência na terra. Relata a trajetória do MST desde sua fase embrionária, suas lutas, conquistas, seus congressos, suas propostas, o trabalho desenvolvido nos assentamentos, os acampamentos, a relação com o meio-ambiente, a educação desenvolvida nos mesmos. Além da violência física sofrida pelos militantes do MST, o livro trata também da falta de apoio da grande imprensa, que tem sido uma das grandes contestadoras do movimento, ora acusando-o ou negando-se a divulgar conquistas do movimento..........................................................................................................................CATEGORIA: LIVROAUTOR: IGNÁCIO RAMONETTÍTULO: A TIRANIA DA COMUNICAÇÃOEDIÇÃO: 1LOCAL DE PUBLICAÇÃO: SÃO PAULOEDITORA: EXPRESSÃO POPULARANO: 2003O livro trata da questão da manipulação da imprensa e da forma como isto se dá. Relata a busca desenfreada por notícias em “primeira mão”, a disputa entre a imprensa escrita e a televisão, o uso da superemoção para cativar o leitor ou telespectador. Questiona a credibilidade do repórter, que no passado era a personificação da busca pela verdade e autor de grandes denúncias e hoje, em busca de “furos jornalísticos”, chega ao ponto de “criar” notícias. O autor menciona alguma s notícias forjadas, bem como a forma com que a televisão “é tentada a transformar a miséria humana em espetáculo”. Concluindo, o autor discorre sobre o que era informar e o que a informação se tornou atualmente, quando um fato é considerado real por ser repetido tantas vezes por tantos meios de comunicação. São 138 páginas de muita provocação. Ao término da mesma, o leitor que desconhecia a manipulação da imprensa, já não lê ou ouve jornais ou qualquer noticiário da forma anterior à leitura.........................................................................................................................CATEGORIA: LIVROAUTOR: JOSÉ ARBEX JRTÍTULO: O JORNALISMO CANALHAEDIÇÃO: 1LOCAL DE PUBLICAÇÃO: SÃO PAULOEDITORA: CASA AMARELA EXPRESSÃO POPULARANO: 2001

CAPÍTULO 6 – Movimentos sociais são o Grande SatãO capítulo trata da questão atual do jornalismo frente aos movimentos sociais que após o atentado de 11 de setembro de 2001, são comparados ao terrorismo. O texto busca as origens da “criminalização” dos movimentos sociais no Brasil, na revolta de Canudos, passando em seguida para a atualidade com o MST. Em relação a este,

vários são os casos citados pelo autor, onde a imprensa utiliza o impacto e o apelo emocional para alcançar os cidadãos brasileiros, levando-os a condenarem as ações do MST. O texto trata ainda de outras questões onde interesses dos EUA no Brasil, são ocultados pela imprensa nacional. Por não haver “comparação” entre as notícias lidas e ouvidas, o cidadão crê que está diante de fatos verídicos.

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CATEGORIA: LIVROAUTOR: PERSEU ABRAMOTÍTULO: PADRÕES DE MANIPULAÇÃO DA GRANDE IMPRENSAEDIÇÃO: 1LOCAL DE PUBLICAÇÃO: SÃO PAULOEDITORA: EDITORA PERSEU ABRAMOANO: 2004

A obra traz o “Significado político da manipulação na grande imprensa”, quando trata da realidade distorcida, a realidade artificial, irreal. É riquíssimo em trabalhar os 5 (cinco) padrões de manipulação observados na produção jornalística, que leva o leitor a compreender como um fato pode ter as mais diversas leituras dependendo do padrão utilizado para tal. Trata ainda da questão econômica vinculada à manipulação, seja do anunciante ou do próprio empresário da comunicação. Faz também, em 10 itens, uma analogia da organização dos partidos políticos com os órgãos de comunicação. Traz um posfácio, por Aloysio Biondi, com o relato 9 (nove) truques utilizados pela imprensa no governo FHC, intitulado: “Mentira e caradurismo (Ou: a imprensa no reinado FHC)”. Uma leitura atual, prazerosa, informativa e rápida: são 63 páginas somente.

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DESTAQUES

Alguns Prêmios e homenagens ao MST

1986-1995

1- Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos (8ª edição). Categoria: Imprensa do Movimento Sindical e Popular. Pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Estado de São Paulo ao Jornal dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra.

Data: outubro de 1986

2- Chave da Cidade de Porto Alegre. Pelo prefeito Olívio Dutra (PT-RS), aos trabalhadores rurais sem-terra, após uma marcha de 450 km.

Data: 16/10/1991

3- Prêmio Nobel Alternativo. Concedido pela Fundação The Right Livelihood Awards., da Suécia, ao MST e à CPT, no Parlamento Sueco, em Estocolmo. Data: 09/12/1991

4- Medalha Chico Mendes de Residência. Pelo Grupo Tortura Nunca Mais (RJ) ao MST.

Data: 31803/1992

5- Prêmio Estadual de Direitos Humanos Emmanuel Bezerra dos Santos. Pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos e Comitê em Defesa da Vida (RN) ao MST do Rio Grande do Norte.

Data: 04/11/1994

6- Medalha Chico Mendes de Resistência. Pelo Grupo Tortura Nunca Mais (RJ) ao MST do Paraná.

Data: 1994

7- Memória de la Paz y la Solidariedad entre los Pueblos. Pela Fundación Servicio Paz y Justicia da Argentina ao MST.

Data: 15/12/1995

8- Prêmio Itaú-Unicef de Educação e Participação (2º lugar). Ao setor de Educação do MST, pelo programa de educação desenvolvido nos assentamentos da reforma agrária.

Data: 11/12/1995

1996

9 – Prêmio Direitos Humanos Henrique Trindade. Pelo Centro de Direitos Humanos Henrique Trindade de Cuiabá (MT) ao MST de Mato Grosso.Data: 10/12/1996

10-Prêmio Rei Balduíno 1996. Rei da Bélgica ao MST, na qualidade de organização que luta pelo desenvolvimento do Terceiro Mundo. Data: 19/03/1997

1997 11- Prêmio Internacional de Direitos Humanos. Pelo Comitê de Defesa e Liberdade dos Direitos Humanos na França, ao militante do MST, José Rainha. Data: 12/12/1997

12- Prêmio da Comissão de Direitos Humanos da OAB-DF ao MST do Distrito Federal. Data: 12/12/1997

2000 13-Prêmio Internacional à Inovação Tecnológica. Pelo Colégio e Associação dos Engenheiros Industriasi da Catalunha (Espanha) ao Assentamento Santa Maria, de Paranacity (PR), pelo projeto “Secagem de frutas por energia solar térmica” da Copavi (Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória). Data: 26/05/2000

14- Prêmio Paulo Freire de Compromisso Social. Pelo Conselho Federal de Psicologia de São Paulo ao MST. Data: 05/10/2000

15- Prêmio Educação/RS 2000. Pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul à Escola Josué de Castro, do Iterra (Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária), unidade educacional do MST naquele estado. Data: 11/10/2000 FONTEMORISSAWA, Mitsue. A HISTÓRIA DA LUTA PELA TERRA E O MST.São Paulo, Expressão Popular, 2001.

____________________________________________________________ NOTÍCIASFolha de São Paulo1) Título: Cresce tensão entre governo e produtoresA notícia deixa entrever os interesses econômicos que envolvem o caso da ocupação da fazenda da Syngenta, bem como o posicionamento da UDR, OAB em contraponto com o governo do Estado do Paraná. Evidencia também a forma com que o MST é rotulado pela Sociedade Rural e pela mídia. O conflito adquire amplitude e revela os embates políticos existentes relacionados de um lado a transgêncios, agronegócio, multinacionais e empresas de segurança e, do outro lado, a de protesto contra os tais interesses, aliados à luta pela Reforma Agrária.Cresce tensão entre governo e produtores

DA AGÊNCIA FOLHAhttp://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2310200718.htm

O confronto entre trabalhadores sem-terra e seguranças na fazenda da Syngenta Seeds acirrou a relação entre o governo do Paraná e os produtores rurais no Estado. Requião é alvo de críticas por ter declarado apoio ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que, para ele, é "satanizado" pela mídia.Em 2006, determinou a desapropriação da fazenda da Syngenta em Santa Tereza do Oeste e prometeu instalar uma unidade de pesquisa no local, mas o decreto foi anulado pela Justiça."A empresa é invadida, sofre atos de vandalismo e o governador poupa os sem-terra", disse o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antônio Nabhan Garcia. A subseção de Cascavel da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também fez críticas

e disse, em nota, que o episódio "reflete o descaso com que o tema Syngenta vem sendo tratado".A assessoria do governo disse considerar "desprezíveis e ofensivas" as declarações dos ruralistas.

Folha de são paulohttp://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2810200717.htmhttp://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2810200717.htm......................................................................................................................... 2) Conflito no Paraná expõe trajetórias de vida opostas

Disputa fundiária contrapõe as histórias de dois líderes

JOÃO CARLOS MAGALHÃESDA AGÊNCIA FOLHA, EM CASCAVEL

O fazendeiro Alessandro Meneghel, 42, nasceu em família de fazendeiros, casou-se com filha de fazendeiro e ajudou a fundar, aos 13 anos, a Sociedade Rural do Oeste, entidade ruralista de Cascavel (PR) da qual é presidente.O sem-terra Valmir Mota de Oliveira, 32, o Keno, nasceu em família de sem-terra, uniu-se a uma sem-terra e entrou no MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) aos dez anos, quando o pai, semi-analfabeto, tentava sustentar os outros 13 filhos, entre adotados e biológicos.As trajetórias opostas de Keno e Meneghel, dois dos principais líderes que a disputa fundiária no oeste do Paraná produziu, são a imagem do conflito agrário na região, cujo cenário atual foi forjado com a criação, em 1984, do MST -num encontro de sem-terra de 12 Estados em Cascavel.Keno, o sem-terra, morreu no último domingo, em tiroteio com vigilantes da fazenda experimental da multinacional suíça Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste (PR). Por ser presidente da sociedade ruralista, Meneghel é acusado, por militantes sem terra, de ter ordenado o ataque -ele nega."Meu pai, um homem honesto, chegou aqui na década de 1970, e abriu todo esse campo", diz Meneghel, enquanto dirige uma camionete Mitsubishi L200 de R$ 90 mil e aponta para a sua fazenda de 5.000 hectares, onde planta feijão, milho e trigo e colhe rendimento de cerca de R$ 1,2 milhão anuais.Sua família já tinha uma usina de cana-de-açúcar em Bandeirantes (PR), quando seu pai comprou a terra. Nunca foi invadida, ele diz, "por causa da nossa fama de bravos".Em Cascavel, Meneghel é tido como extravagante, falastrão e violento, capaz de, por exemplo, entrar em uma boate à cavalo atirando. "É tudo lenda", afirma. Mas ele assume que tem coleção de 12 armas e que responde a pelo menos cinco processos penais.Sua filha se formou dentista e casou com um agrônomo -que já trabalha na fazenda de Meneghel. O filho estudou na Suíça, cursa administração de empresas em Londrina (PR) e deve assumir parte dos negócios da família. Os nomes dos dois estão tatuados nos pulsos de Meneghel.Se dependesse da vontade de Keno, seus filhos Vladimir e Carlos Eduardo, que têm menos de dez anos, também darão continuidade a seu trabalho. "Ele sempre dizia que queria que os meninos fossem educados com as idéias do movimento", diz sua viúva, Íris de Oliveira. Eles se conheceram em Açailândia (MA) em 1998, para onde

ele tinha ido ajudar a organizar militantes sem-terra. Desde os 18, não trabalhava com o pai.Ela gostou do que lhe pareceu um "um homem com um sonho, uma vontade muito grande de Justiça". "Eu vou continuar o que ele deixou. E os meninos também."

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Estado de São Paulohttp://www.estadao.com.br/geral/not_ger71308,0.htmO conflito entre a Via Campesina (ligada ao MST) e a Sociedade Rural no caso da ocupação da propriedade da Syngenta, tem desdobrado em ações de ambos os lados. O texto abaixo é uma manifestação da Faep, SRO e OAB-subsessão de Cascavel. Foi retirado na íntegra do sítio:http://www.estadao.com.br/geral/not_ger71308,0.htm

3) Entidades do PR vão processar Requião por conflito ruralMIGUEL PORTELA - Agencia EstadoCASCAVEL - As entidades classistas de Cascavel, no Paraná, decidiram mover uma ação coletiva de improbidade administrativa e prevaricação contra o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), pelo conflito agrário na fazenda experimental da Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, que resultou em dois mortos no último domingo, e pelo não-cumprimento das ordens judiciais de reintegração de posse. A decisão foi tomada durante um encontro realizado ontem no auditório da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic).

O encontro reuniu as principais lideranças do setor produtivo e ligadas à agricultura para debater o conflito agrário no oeste paranaense. No final, os presentes acataram a sugestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de mover as duas ações contra a pessoa física de Requião e não contra o governo do Estado. Neste ano, Requião já sofreu ação semelhante, quando a Justiça estabeleceu multa diária pessoal, de R$ 2 mil, caso o governador não autorizasse, dentro do prazo estabelecido, a reintegração de posse na Syngenta.

Na ocasião, os sem-terra saíram pacificamente do local para evitar o prejuízo a Requião. "Com as ações, pretende-se responsabilizar o governador pelos danos ao patrimônio praticado por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e Via Campesina e também pelo não-cumprimento das ordens de reintegração de posse", disse o advogado e presidente da OAB-Subseção de Cascavel, Luciano Braga Cortês.

De acordo com levantamento da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o Paraná tem atualmente 86 propriedades rurais ocupadas pelos movimentos sociais. "Todas têm mandados de reintegração de posse, mas sem o cumprimento por parte do governo", disse Tarcísio Barbosa de Sousa, coordenador fundiário da Faep. As

mais duras críticas contra o governador durante o encontro de ontem partiram justamente de Sousa.

Ele acusou Requião de liderar os sem-terra no Estado. "Quem lidera todos os desmandos do campo hoje e o responsável pelas mortes ocorridas na Syngenta se chama Roberto Requião", acusou Tarcísio. Ele afirmou que não existe mais espaço para reforma agrária no Paraná. "O Paraná é um Estado produtivo e não há áreas disponíveis para a reforma agrária", destacou.

Incra

O coordenador da Faep também acusou o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de conivência com a atual situação. O presidente da Sociedade Rural do Oeste (SRO), Alessandro Meneghel, fez um discurso mais comedido. "Lamentamos as mortes ocorridas. Ninguém quer a guerra no campo, mas também não podemos ficar de braços cruzados diante das invasões de terra e os desrespeitos às leis", afirmou Meneghel.

Além das ações, que vão ser preparadas pela OAB, as entidades aprovaram uma moção de repúdio ao governador paranaense. Amanhã a Via Campesina e os movimentos sociais de todo Paraná realizam um ato ecumênico e político de 7º dia da morte do líder do MST e da Via Campesina, Valmir Mota de Oliveira, que aconteceu no domingo. Além dele, o segurança Fábio Ferreira morreu durante o confronte na reocupação da fazenda Syngenta pelos trabalhadores rurais.

____________________________________________________________PARANÁMilitante do MST e membro da Via Campesina é vítima de milícia armada no Oeste do Paraná, no campo experimental da Syngenta Militante é executado e outros 6 são feridos após ataque realizado por grupo de

seguranças. Os agricultores do MST e Via Campesina foram alvo da milícia em Santa

Tereza do Oeste, Paraná. Esta ação dos agentes de segurança evidencia a existência de

milícia armada a serviço do agronegócio.

A imprensa hegemônica noticiou o fato direcionando-o de forma depreciativa aos

movimentos sociais envolvidos, voltando-se para os prejuízos causados pelos militantes à

Syngenta e aos “reféns” mantidos pelos mesmos. A forma como a notícia foi veiculada,

sugeria vandalismo e desrespeito à propriedade e à liberdade, causando

deliberadamente, repúdio no leitor/espectador.

O caso com a Syngenta já é de algum tempo. Em março de 2006, os camponeses haviam

ocupado este campo experimental, como forma de denunciar o cultivo ilegal de sementes

transgênicas de soja e milho. A transnacional Syngenta Seeds, empresa Suíça, estava

cultivando experimentos de sementes transgênicas, dentro da zona de amortecimento do

Parque Nacional do Iguaçu, ato proibido pela Lei de Biossegurança. A propriedade

localiza-se a 6 km do Parque Nacional do Iguaçu, considerado pela UNESCO desde 1986

como Patrimônio Natural da Humanidade e a empresa não respeitava a distância legal de

10Km das reservas florestais, ameaçando a biodiversidade da região.

Este campo experimental que é pretendido pelos trabalhadores para ser transformado

num Centro de Agroecologia e de reprodução de sementes crioulas para a agricultura

familiar e a Reforma Agrária, foi desapropriado em novembro de 2006, decreto n° 7487 do

governador Roberto Requião (PMDB). Seria destinado à construção de um Centro

Paranaense de Referência em Centro de Agroecologia, voltado para pesquisas e

produção, visando o abastecimento do mercado nacional.

A transnacional, entretanto, conseguiu por meio de liminares na Justiça a suspensão do

decreto de desapropriação e o direito de reintegração da área (de 127 hectares), que

havia sido ocupada – pela primeira vez – por 70 famílias da Via Campesina, em 14 de

março de 2006.

No dia 21 de outubro de 2007, por volta das 6 horas, um grupo formado por cerca de 150

agricultores militantes do MST e Via Campesina, reocupou o campo de experimentos

transgênicos da Syngenta, em Santa Tereza do Oeste (PR). No momento da reocupação,

um dos militantes foi ferido pelo disparo de arma de um dos quatro seguranças da área.

Os seguranças foram desarmados pelos trabalhadores e abandonaram o local.

No mesmo dia, aproximadamente às 13h30min, uma milícia armada formada por cerca de

40 homens contratados pela empresa NF Segurança, invade o acampamento. Valmir

Mota de Oliveira (Keno), militante do MST e membro da Via Campesina foi executado à

queima-roupa e outros 6 trabalhadores ficaram gravemente feridos. A execução do

militante Keno pôs em evidência a existência de milícia armada atuando sob o nome de

empresas de segurança. A grande imprensa noticiava o fato alegando que a Via

Campesina teria mantido reféns durante a reocupação, desviando o foco da morte do

militante e da existência de milícias. Esta afirmação além de criminalizar o movimento,

direciona a opinião pública contra o mesmo. Veiculava na grande imprensa notícias sobre

os prejuízos que os trabalhadores causaram à Syngenta durante a ocupação enquanto se

omitia os danos que as sementes transgênicas poderiam causar ao ecossistema. Em

nenhum momento a imprensa hegemônica noticiou o fato de que os movimentos sociais

em questão denunciam em suas ações a existência de latifúndios improdutivos, terras

griladas, trabalho escravo, latifúndios estrangeiros entre outros. As ocupações realizadas

pelo MST e Via Campesina denunciam interesses políticos e econômicos (nacionais e

internacionais), dos órgãos de repressão aos movimentos sociais de luta pela terra, além

de Informar o descaso desses grupos com a vida humana e o ecossistema, buscando o

imediatismo do lucro, ainda que a violência se faça presente. A luta destes órgãos de luta

pela terra é contestada pela grande imprensa que veicula informações de forma a

incriminar o MST e Via Campesina, e como A imprensa contra-hegemônica não possui

alcance nacional em horário nobre para levar ao espectador uma outra visão do assunto,

somente uma das partes defende seu ponto de vista

gerando uma opinião pública de rejeição e oposição a estes movimentos.

Sítios pesquisados

http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=4375

sítio http://www.mst.org.br/pagina.php?cd=4401

http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,16009,00.html

http://oglobo.globo.com

http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=800