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Material de Apoio às videoaulas Direito Administrativo Professor Antonio Kozikoski Amplie seu conhecimento! Aproveite para revisar e reforçar o estudo das aulas da disciplina de Direito Constitucional e através deste material complementar às aulas que integram o curso preparatório para o concurso. Utilize o material para consultas, aprofundamento e revisão de conteúdos apresentados pelo professor Antonio Kozikoski durante as aulas. Como esta apostila contempla todos os tópicos que serão abordados nas aulas de Direito Constitucional não serão disponibilizados arquivos em PDF isolados em cada aula. Bons estudos. Equipe Aprova Concursos Este material é parte integrante do acervo do Aprova Concursos, mais informações www.aprovaconcursos.com.br

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  Material de Apoio às videoaulas 

Direito Administrativo Professor Antonio Kozikoski

Amplie seu conhecimento!

Aproveite para revisar e reforçar o estudo das aulas da disciplina de Direito Constitucional e através deste material complementar às aulas que integram o curso preparatório para o concurso.

Utilize o material para consultas, aprofundamento e revisão de conteúdos apresentados pelo professor Antonio Kozikoski durante as aulas.

Como esta apostila contempla todos os tópicos que serão abordados nas aulas de Direito Constitucional não serão disponibilizados arquivos em PDF isolados em cada aula.

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1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 1.1. Fundamentos da República Federativa do Brasil

Fundamentos da República Federativa do

Brasil

Substantivos

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

1.2. Separação de poderes

Separação de poderes

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

1.3. Objetivos da República Federativa do Brasil

Objetivos da República

Federativa do Brasil

Verbos

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

1.4. Princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais

Princípios que regem o Brasil

em suas relações

internacionais

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

2. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

• A Lei n.12.288, de 20 de julho de 2010, institui o Estatuto da Igualdade Racial. • Vide arts. 143, § 2º, e 226, § 5º da Constituição Federal • Os arts. 372 e segs. Da Consolidação das Leis do Trabalho dispõem sobre a duração,

condições do trabalho e da discriminação contra a mulher. • A Lei n. 9.029 de 13 de abril de 1995, proíbe a exigência de atestados de gravidez e

esterilização, e outras praticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho.

• Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher: Decreto n. 4.377, de 13 de setembro de 2002

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

• Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes: Decreto n. 40, de 15 de fevereiro de 1991.

• A Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997, define os crimes de tortura. • A Resolução n.1.805, de 9 de novembro de 2006, do Conselho Federal de Medicina,

estabelece que na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal.

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; • Vide arts. 220 e segs. da Constituição Federal.

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

• A Lei n. 6.923, de 29 de junho de 1981, dispõe sobre o serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas.

• A Lei n. 9.982, de julho de 2000, dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades hospitalares publicas e privadas, bem como nos estabelecimentos prisionais civis e militares.

• A Resolução n. 8, de 9 de novembro de 2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciaria, estabelece diretrizes para a assistência religiosa nos estabelecimento prisionais.

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

• Vide art. 143 da Constituição Federal. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

• Lei de Direitos Autorais: Lei n. 5.998, de 14 de dezembro de 1973, e Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

• Lei de Proteção de Cultivares: Lei n. 9.456, de 25 de abril de 1997, e Decreto n. 2.366, de 5 de novembro de 1997.

• Lei de Proteção da Propriedade Intelectual de Programa de Computador e sua Comercialização no País: Lei n.9.609, de 19 de fevereiro de 1998, e Decreto n. 2.556, de 20 de abril de 1998.

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X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

• A Sumula 403 do STJ determina que independente de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins comerciais ou econômicos.

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

• Violação de domicilio no Código Penal: art. 150, §§ 1º a 5º • Inviolabilidade do domicilio no Código de Processo Penal: art.283. • Do tempo e do lugar dos atos processuais no Código de Processo Civil: arts. 172 a 176

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

• Vide arts. 136, § 1º, b e c, e 139, III, da Constituição Federal. • A Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, regulamenta este inciso no tocante as

comunicações telefônicas (Lei da Escuta Telefônica) • Violação de correspondência no Código Penal: arts. 151 e 152 • Serviços postais: Lei n. 6.538, de 22 de junho de 1978.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

• Vide art. 170 da Constituição Federal. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

• O art. 154 do Código Penal dispõe sobre violação do segredo profissional. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

• A Lei n. 5.764 de 16 de dezembro de 1971, dispõe sobre o regime jurídico das cooperativas.

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade;

• Função social da propriedade para fins de incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU): vide art. 156, § 1º, da Constituição Federal.

• Função social da propriedade como principio da ordem econômica e financeira: vide art. 170, III, da Constituição Federal.

• Função social da propriedade urbana: vide art. 182, § 2º. • Função social da propriedade rural: vide art. 186. • A Lei n. 4504, de 30 de novembro de 1964, estabelece o Estatuto da Terra.

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

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XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

• Vide Sumula Vinculante 21 do STF. b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

• A Lei n. 9.051, de 18 de maio de 1995, dispõe sobre a expedição de certidões para a defesa de direitos esclarecimentos da situação.

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

• Lei da Introdução as Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei n. 4.657, de 4-9-1942): art. 6º

• Vide Sumula Vinculante 1 do STF. XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

• Do processo dos crimes da competência do júri: arts. 406 e segs. do Código de Processo Penal.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

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• Crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor: Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989, e Lei n. 9.459, de 13 de maio de 1997.

• A Lei n. 8.081, de 21 de setembro de 1990, estabelece os crimes e as penas aplicáveis aos atos discriminatórios ou de preconceito de raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional, praticados pelos meios de comunicação ou por publicação de qualquer natureza.

• Convenção Interamericana para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Decreto n. 3.956, de 8 de outubro de 2001.

• Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher. Decreto n. 4.377, de 13 de setembro de 2002.

• O Decreto n. 4.886, de 20 de novembro de 2003, institui a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial – PNPIR.

• Estatuto da Igualdade Racial: Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010. • Conselho Nacional de Combate a Discriminação – CNCD: Decreto n.7.388, de 9 de

dezembro de 2010. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

• A Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos deste inciso.

• A Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997, define os crimes de tortura. • O Decreto n. 5.639, de 26 de dezembro de 2005, promulga a Convenção Interamericana

contra o Terrorismo. • Lei de Drogas: Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006, regulamentada pelo Decreto n.

5.912, de 27 de setembro de 2006 XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

• Organizações criminosas: Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995 • O Decreto n. 5.015, de 12 de março de 2004, promulga a Convenção das Nações Unidas

contra o Crime Organizado Transnacional. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

• Vide Sumula Vinculante 11 do STF L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

• Da penitenciaria de mulheres: Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984, art. 89.

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• A Lei n. 11.942, de 28 de maio de 2009, altera a Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210, de 11-7-1984), para assegurar as mães presas e aos recém-nascidos condições mínimas de assistência.

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

• Vide Súmulas Vinculantes 3, 5, 14, 21, e 28 do STF. LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento). LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

• Do sigilo no inquérito policial: Código do Processo Penal, art. 20. • Segredo de Justiça: Código de Processo Civil, arts. 155 e 444. • Sistema de transmissão de dados para a prática de atos processuais: Lei n. 9.800, de 26

de maio de 1999. LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

• Vide art. 136, § 3º, IV, da Constituição Federal. • Vide Súmula Vinculante 14 do STF.

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

• O Decreto n. 592, de 6 de julho de 1992 (Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos), dispõe em seu art. 11 que “ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com uma obrigação contratual”.

• O Decreto n. 678, de 6 de novembro de 1992 (Pacto de São José da Costa Rica), dispõe em seu art. 7º, item 7, que ninguém deve ser detido por divida, exceto no caso de inadimplemento de obrigação alimentar.

• Pensão alimentícia: art. 19 da Lei n. 5.478, de 25 de julho de 1968. • Vide Súmula Vinculante 25 do STF. • A Súmula n. 419 do STJ dispõe que descabe a prisão civil do depositário judicial infiel. • Alienação fiduciária: Decreto –lei n. 911, de 1º de outubro de 1969, e Lei n. 9.514, de 20

de novembro de 1997. • Depositário infiel: Lei n. 8.866, de 11 de abril de 1994.

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LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

• Vide art. 142, § 2º, da Constituição Federal. LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito;

• Inciso regulamentado pela Lei n. 9.265, de 12 de fevereiro de 1996. • Gratuidade dos atos necessários do exercício da cidadania: Lei n. 9.534, de 10 de

dezembro de 1997 LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

3. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 3.1. Habeas Corpus

Finalidade: garantir a liberdade de locomoção. • Teoria Brasileira do Habeas Corpus

Pressupostos

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a) Violência ou coação a liberdade de se locomover b) Ilegalidade ou abuso de poder

Ilegalidades

Art. 648 (CP). A coação considerar-se-á ilegal: I - quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade”.

Espécies

a) Habeas Corpus Preventivo: antes da violação ao direito de locomoção b) Habeas Corpus Liberatório ou Repressivo: após a violação ao direito de locomoção

Legitimidade ativa (Impetrante): qualquer pessoa.

Legitimidade passiva (Impetrado): a autoridade publica • Particular: precedentes em caso de clínicas e hospitais

Paciente: quem se beneficia com a ordem • Pessoa física (nacional ou estrangeira) • Pessoa jurídica em crimes ambientais

Exceção constitucional ao cabimento do Habeas Corpus: punições disciplinares militares

(142, § 2°).

Gratuidade e desnecessidade de advogados: o Habeas Corpus é gratuito e a presença de advogados é dispensada.

3.2. Habeas Data

Finalidade: a) Obtenção de informações b) Retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial

ou administrativo c) Complementação dos dados já existentes com novas informações: apesar de a

Constituição nada falar, essa possibilidade vem consignada no artigo 7º da Lei n. 9.507/1007.

Legitimidade ativa: qualquer pessoa física ou jurídica. Ação personalíssima. Não pode

impetrar para obter informações sobre terceiros.

Legitimidade passiva: banco de dados de entidade governamental ou de caráter público.

Procedimento: (i) Fase administrativa: diligencia administrativa junto ao banco de dados para solicitar as informações; (ii) finda a fase administrativa começa a fase judicial, caso o

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banco de dados governamental ou de caráter público tenha se negado a fazer a retificação ou a complementação dos dados.

Prioridade na tramitação: o Habeas Data tem prioridade na tramitação, exceto em relação

ao Habeas Corpus e ao Mandado de Segurança.

Gratuidade do Habeas Data: ovamente, assim com o ocorre com o Habeas Corpus, a ação de Habeas Data é gratuita, conforme disposição do artigo 5°, inciso LXXVII. Não é necessário, portanto, o pagamento de quaisquer custas, seja na esfera cível, seja na esfera federal. Também não há condenação em honorários.

3.3. Ação popular

Objeto: anular ou evitar ofensa ao (i) patrimônio público, (ii) a moralidade administrativa, (iii) ao meio ambiente e (iv) ao patrimônio histórico e cultural. O interesse resguardado pela ação popular, portanto, é o da coletividade, pois o instituto visa proteger a res publica, a coisa publica. É importante ressaltar que deve haver a lesividade. No entanto, isso não impede que a ação popular seja intentada previamente a lesão, de modo preventivo.

Legitimidade ativa: qualquer cidadão, assim considerado como aquele titular de direitos

políticos. Assim sendo:

Legitimidade passiva: será sempre do agente que praticou o ato ao lado da entidade lesada e dos beneficiários do ato ou contrato lesivo ao patrimônio publico, conforme artigo 6ª da Lei 4.717/1965:

Legitimidade passiva

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

Desistência da ação: qualquer cidadão ou o Ministério Público podem ingressar para

prosseguir com a ação, conforme art. 9° da Lei 4.717/1965:

Desistência da ação

Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.

Inexistência de coisa julgada material para a ação julgada improcedente por ausência

de provas: disposição interessante em relação à ação popular é que a sua decisão final somente faz coisa julgada em caso de procedência. Ou seja, reconhecida a lesividade, não podem outros cidadãos quererem rediscutir a matéria. Agora, acaso a decisão seja pela improcedência por falta de provas a decisão faz apenas coisa julgada formal, e não matéria, de modo que qualquer cidadão pode entrar com nova ação popular, agora amparada em suporte probatório mais amplo. É o que consta no artigo 18 da Lei 4.717/1965:

Inexistência de coisa julgada

Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente

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material para a ação julgada improcedente por ausência

de provas

por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

Inexistência de custas e de sucumbência. Intenção é incentivar. Gratuidade apenas

para o autor popular, em caso de improcedência, salvo comprovada má-fé. Acaso seja o pedido procedente, os réus pagam sucumbência: de acordo com o dispositivo constitucional, a ação popular não depende de pagamento de custas e tampouco de ônus de sucumbência em caso de improcedência da ação. A medida busca incentivar os cidadãos a entrarem com as ações populares, sem medo de terem que arcar com pagamento de honorários para a parte vencedora e tampouco de pagamento de custas judiciais. Contudo, se o autor popular ganha a ação, ele recebe condenação honorários de sucumbência da parte contrária.

3.4. Mandado de Segurança

Tutelar direito liquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data: como mencionado, o Mandado de Segurança busca tutelar direito líquido e certo não amparado por Habeas Corpus ou por Habeas Data.

Hipóteses em que não cabe o Mandado de Segurança: contudo, nas hipóteses do artigo

1º, § 2º, e do artigo 5º, da Lei n. 12.063/2009 não cabe o Mandado de Segurança; São elas:

Hipóteses em que não cabe o

Mandado de Segurança

Art. 1° - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. (...) § 2° - Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. Art. 5° - Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado.

Classificação quanto ao momento da impetração

a) Preventivo: busca evitar a lesão ao direito líquido e certo. b) Repressivo: busca desfazer uma ilegalidade cometida ou superar uma omissão. É a

hipótese mais corriqueira da impetração. Neste caso tem prazo de 120 dias!

Classificação quanto a legitimidade ativa.

a) Individual: quando impetrado por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas em regime de litisconsórcio, vítimas de ato coator praticados por autoridade pública.

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b) Coletivo: é aquele impetrado por (i) partido político com representação no Congresso Nacional; (ii) organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que constituídas há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Em relação aos partidos políticos, bastará que o Partido tenha apenas um Parlamentar no Congresso para que aquele já possa entrar com o Mandado de Segurança.

Legitimidade passiva: de acordo com a Constituição, é a autoridade coatora, ou seja,

qualquer autoridade publica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuição do Poder Publico.

3.5. Mandado de Injunção

Finalidade: suprir omissões legislativas e tornar efetivas as normas constitucionais de eficácia limitada que não tenham sido regulamentadas.

Efeitos: Mandados de Injunção n. 712 e 721, que tratam respectivamente da greve do servidor público e da aposentadoria especial do artigo 40, § 4º, da Constituição tiveram decisões regulamentando os dispositivos de eficácia limitada não regulamentados pelo Poder Público apenas para os Impetrantes. Dessa forma, é nessa linha que tem o Supremo Tribunal decidido. Outro exemplo que tem sido mencionado é o do MI 758:

Rito do mandado de segurança: como não há uma lei regulamentando o Mandado de

Injunção, o STF decidiu que o rito aplicável é o do Mandado de Segurança, cuja lei regulamentadora é, agora, a Lei 12.016/2009.

4. NACIONALIDADE 4.1. Brasileiros natos

De acordo com o artigo 12, inciso I, da Constituição, são considerados brasileiros natos:

a) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

4.2. Brasileiros naturalizados

De acordo com o artigo 12, inciso II, da Constituição, são considerados brasileiros naturalizados:

a) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira (Lei 6.815/1980), exigidas

aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

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4.3. Português equiparado ao brasileiro

No artigo 14, parágrafo 1°, da Constituição Federal consta que “aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição”. E há reciprocidade? Sim. Por força do Decreto 3927/2001 que promulgou o “Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre Brasil e Portugal”. Quais são as particularidades dessa forma de tratamento?:

4.4. Tratamento diferenciado

a) Possibilidade de extradição (Art. 5°, inciso LI): “Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”;

b) Ocupação de alguns cargos públicos (Art. 12, parágrafo 3°): “São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa”.

c) Perda da nacionalidade (Art. 12, parágrafo 4°, inciso I): “Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I- tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional”. A diferença, aqui, está no fato de o brasileiro nato nunca perder tal condição, a não ser em caso de escolha voluntária.

d) Cargo no Conselho da República (Art. 89, VII): “O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução”.

e) Vedação à propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e/ou de sons e imagens (Art. 222): “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País”.

4.5. Perda de nacionalidade

a) Cancelamento da naturalização (art. 12, §, 4°, inciso I): o brasileiro naturalizado pode perder tal condição através de sentença judicial em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. Esta hipótese atinge apenas o brasileiro naturalizado e está prevista no artigo 12, § 4°, inciso I:

Cancelamento da naturalização

“§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional”;

O artigo em referência, portanto, abre a possibilidade da “ação de cancelamento de naturalização”, manejada pelo Ministério Público Federal junto à Justiça Federal. Mas quais são as hipóteses de “atividade nociva ao interesse nacional”? Isso irá depender de

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uma análise a partir do caso concreto, pois inexiste lei disciplinando quais seriam essas atividades.

b) Aquisição de outra nacionalidade (art. 12, § 4°, inciso II): assim, perde a condição de

brasileiro nato ou naturalizado o brasileiro que voluntariamente optar por outra nacionalidade, salvo nos casos de dupla cidadania ou de imposição de naturalização como condição de permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. É o que diz o artigo art. 12, § 4°, inciso II:

Aquisição de outra nacionalidade e suas exceções

“§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: (...) II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis”.

5. DIREITOS POLÍTICOS 5.1. Direitos políticos positivos

Direito de votar e de ser votado: de um modo geral, os direitos políticos implicam no direito de votar e de ser votado, e o direito de votar e de ser votado nada mais é do que o direito de sufrágio. No Brasil, vota quem exerce a capacidade eleitoral ativa e pode ser votado quem detém a capacidade eleitoral passiva.

5.1.1. Capacidade eleitoral ativa ou condições de alistabilidade

A capacidade eleitoral ativa, ou condição de alistabilidade, revela quem está obrigado a se alistar no Brasil. Segundo a Constituição, o alistamento eleitoral é obrigatório para os brasileiros alfabetizados maiores de 18 e menores de 70 anos. Ainda, além do alistamento obrigatório, a Constituição estabeleceu que o alistamento é facultativo para os analfabetos, maiores de 16 e menores de 18 e maiores de 70 anos e proibido para os estrangeiros, menores de 16 anos, conscritos e pessoas com perda ou suspensão de direitos políticos declarada.

5.1.2. Capacidade eleitoral passiva ou condições de elegibilidade

A capacidade eleitoral passiva revela quem pode ser votado no Brasil. Segundo o artigo 14, § 3°, da Constituição, as condições de elegibilidade são: (i) nacionalidade brasileira; (ii) pleno exercício dos direitos políticos; (iii) alistamento eleitoral; (iv) domicílio eleitoral na circunscrição; (v) filiação partidária; (vi) idade mínima (35 para Presidente, Vice-Presidente e Senador; 30 para Governador e Vice-Governador do Estado e do Distrito Federal; 21 para deputados federais, estaduais e distritais, prefeito, vice-prefeito e juiz de paz; 18 para vereadores).

5.2. Direitos políticos negativos

Restrições ao direito de sufrágio. Inelegibilidade e privações de direitos políticos: se os direitos políticos positivos implicam no direito de votar e de ser votado, os direitos políticos

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negativos trazem algumas situações em que esse sufrágio não pode ser exercido. Ou seja, os direitos políticos negativos trazem situações onde o indivíduo fica privado do direito de votar e de ser votado. São várias as hipóteses previstas na Constituição de 1988. No entanto, elas podem ser dividas em (i) inelegibilidades absolutas, isto é, limitações ao direito de ser votado em qualquer hipótese, (ii) inelegibilidades relativas, as quais impedem o direito de ser votado em algumas hipóteses e (iii) privações de direitos políticos, isto é, limitações tanto do direito de votar quanto do direito de ser votado. Vejamos, adiante, cada uma delas.

5.2.1. Inelegibilidades absolutas

Noções gerais: sempre são previstas na Constituição e impedem a candidatura para quaisquer cargos eletivos nas instâncias federal, estadual e municipal.

a) Inalistáveis: de acordo com a primeira hipótese, somente aquelas pessoas que podem

alistar-se como eleitoras podem também ser votadas.

b) Analfabetos: apesar de poderem votar, os analfabetos não podem ser votados. A prova da alfabetização se faz com comprovante de escolaridade ou declaração de próprio punho, sendo proibido a exigência desta em grau de Recurso Extraordinário, dada a impossibilidade de reexame de provas1. Ainda, é perfeitamente possível ao juiz eleitoral exigir do candidato um teste de alfabetização, algo como uma redação2, desde que o mesmo não submeta o examinado a constrangimento3;

5.2.2. Inelegibilidades relativas

Noções gerais: estas, por sua vez, impedem que o pretenso candidato concorra em determinados processos eleitorais. Podem estar previstas tanto na Constituição quanto na Lei Complementar! Assim, diferem das inelegibilidades absolutas porque naqueles o indivíduo não poderia concorrer a nenhum cargo eletivo. Nestas, contudo, o indivíduo apenas não pode concorrer em determinadas situações, analisadas adiante.

a) Reeleição para um terceiro mandato sucessivo: nessa situação, não pode concorrer à

Presidência da República, a Governança Estadual/Distrital e às Prefeituras os candidato

1 “[...] Registro. Inelegibilidade. Não-alfabetização. 1. Não é possível examinar, em sede de recurso especial, o teor de declaração de próprio punho, de modo a assentar que o candidato é alfabetizado, na medida em que isso configura reexame de prova, vedado nesta instância especial. [...]” (Ac. de 6.11.2008 no ED-AgR-REspe nº 31.002, rel. Min. Arnaldo Versiani.) 2 “[...] Registro de candidatura. Indeferimento. Analfabetismo. Documento. Dúvida. Teste. Possibilidade. 1. Diante de dúvida quanto à idoneidade do comprovante de escolaridade apresentado, pode o juiz eleitoral determinar a realização de teste para aferir a condição de alfabetizado do candidato (art. 29, IV, § 2º, da Res.-TSE nº 22.717/2008). [...]” (Ac. de 16.10.2008 no AgR-REspe nº 31.793, rel. Min. Marcelo Ribeiro.) 3 “[...] Analfabetismo. Quando o teste de alfabetização, apesar de não ser coletivo, traz constrangimento ao candidato, não pode ser considerado legítimo. [...]” NE: “O exame que seria aplicado pelo juiz eleitoral, ao qual o candidato não compareceu, não teria caráter coletivo. Entretanto, traria o mesmo constrangimento que esta Corte quer tanto evitar. Afinal, consta da ata de audiência que estiveram presentes, além do juiz, da promotora, do oficial de justiça e do chefe de cartório, a parte impugnante e seu advogado. [...] Ora, a parte impugnante é, no caso, o dirigente da coligação adversária, oponente político do candidato. É inegável que a sua presença não apenas incomodaria, mas também poderia mesmo influenciar o resultado da prova. Tal situação é absolutamente repudiada por esta Corte”. (Ac. de 11.10.2004 no AgRgREspe no 24.343, rel. Min. Gilmar Mendes.)

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que já tenham esgotados todas as possibilidades de reeleição que, atualmente, são duas, conforme artigo 14, § 5°, da Constituição. Ainda, é importante lembrar que esse impedimento é para um terceiro mandato sucessivo, havendo, portanto, a possibilidade de um terceiro, quarto, quinto, enfim, quantos mandatos o indivíduo conseguir exercer, desde que intercalados.

b) Inelegibilidade para concurso em eleições para outros cargos: da mesma forma, o

Presidente, os Governadores de Estados e do Distrito Federal não podem concorrer a outros cargos a não ser que renunciem aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, tudo em conformidade com o artigo 14, § 6°, da Constituição. A esse instrumento dá-se o nome de desincompatibilização. Se renunciarem após esse prazo, não podem se recandidatar.

c) Inelegibilidade relativa em função do parentesco: outra inelegibilidade relativa

contemplada pela Constituição é aquela prevista no artigo 14, § 7°, da Constituição, segundo o qual são inelegíveis no território da jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. A proibição incide sempre do segundo para o terceiro mandato, e nunca do primeiro para o segundo4. É importantíssimo neste particular citar a Súmula Vinculante n. 18/STF, segundo a qual “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal no curso do mandato não afasta a inelegibilidade prevista no §7o, do artigo 14, da Constituição Federal”.

d) Inelegibilidade relativa do militar: nesse caso, de acordo com o artigo 14, § 8°, da

Constituição, o militar é elegível desde que atendidas duas condições: se menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; se mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior – ou seja, afastado temporariamente – e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

e) Inelegibilidade relativa decorrente de lei complementar: de acordo com o artigo 14, §

9°, da Constituição, a lei complementar poderá fixar outras hipóteses de inelegibilidade. Contudo, as inelegibilidades tratadas pela lei complementar somente poderão ser relativas, já que as absolutas somente podem decorrer da Constituição. A Lei Complementar de que trata este artigo somente pode ser Lei Complementar Federal, já que se trata de matéria de competência da União (Direito Eleitoral – art. 22, inciso I). Ainda, o TSE tem a Súmula 13, segundo a qual “Não é auto-aplicável o §9º, do art. 14, da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional de Revisão 4/94”.

5.2.3. Privação de direitos políticos

a) Cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado: perda! b) Incapacidade civil absoluta: suspensão. c) Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos:

suspensão. d) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos

do art. 5º, VIII: a particular hipótese do artigo 15, inciso IV, da Constituição, gera dúvidas.

4 “Consulta. Prefeito. Parentesco. Elegibilidade. O cônjuge e os parentes, consangüíneos ou afins, até o segundo grau, são elegíveis no território de jurisdição do titular, desde que este não esteja no exercício de mandato fruto de reeleição. [...]”(Res. no 21.786, de 1o.6.2004, rel. Min. Humberto Gomes de Barros.)

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e) Improbidade administrativa, nos termos do artigo 37, § 4°: suspensão. 6. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 6.1. Divisão de competências

União

1. Competências administrativas ou não legislativas a) Comuns: 23 b) Exclusivas: 21 (Indelegáveis).

• Organizar e manter a polícia civil, militar e bombeiros do DF.

• Organizar e manter o PJ, o MP e a DP do DF e Territórios. 2. Competências legislativas

a) Concorrentes: 24 b) Privativas: 22 (Delegáveis)

• Direito Civil, Comercial, Penal, Processual, Eleitoral, Agrário, Marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho

c) Tributárias expressas: 153 d) Tributária residual: 154, I

Municípios

1. Competências administrativas ou não legislativas a) Comuns: 23 b) Indicada: 30, III a IX; c) Para instituir a guarda municipal: 144, § 8°.

2. Competências legislativas a) Expressa: 29 b) Interesse local: 30, I c) Suplementar: 30, II d) Elaboração do plano diretor: 182, § 1°, CF/1998) e) Tributárias expressas: 156

Estados

1. Competências administrativas ou não legislativas: a) Comuns: 23 b) Residual: 25, § 1º

2. Competências legislativas a) Concorrentes: 24. b) Expressa: 25. c) Residual: 25. d) Delegada pela União: 22, § único. e) Tributária expressa: 155.

7. DIVISÃO ORGÂNICA DO PODER I – PODER EXECUTIVO 7.1. Poder Executivo Federal

Eleições pelo sistema majoritário de dois turnos:

Primeiro turno: primeiro domingo de outubro do ano anterior ao novo mandato. • Maioria absoluta dos votos válidos (descontados os brancoS e nulos) • Sim: eleito junto com o vice (77, § 1°). Não: segundo turno.

Segundo turno: último domingo de outubro com os dois mais votados.

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• Morte, desistência ou impedimento legal de um dos candidatos antes do segundo turno (art. 77, § 4º, CF): o candidato remanescente com maior votação.

• Empate no segundo lugar (art. 77, § 5º, CF): concorre o candidato mais idoso.

Posse: 01/01 em sessão extraordinária no Congresso Nacional convocada pelo Presidente do Senado Federal: (82 e do artigo 57, § 6°, da Constituição):

Responsabilização do Presidente da República

Crimes comuns Crimes de responsabilidade

(art. 85, CF/1998 e Lei 1.079/1050)

Conceito Crime comum, contravenção pena ou crime eleitoral

Infração político-administrativa • Atentar contra a CF • Atentar contra a União • Livre exercício do PJ,

PL, MP e poderes constitucionais das unidades da Federação

• Exercício dos DP, Ind. e Sociais

• Segurança interna do País

• Probidade na Administração

• Lei Orçamentária • Cumprimento das leis e

decisões judiciais Natureza do processo Jurisdicional Política

Prerrogativa de foro O STF é órgão competente para receber a denúncia, processá-la

e julgá-la5

O Senado Federal é o órgão responsável por instaurar o

processo, instruí-lo e julgá-lo

Quem pode oferecer denúncia Procurador-Geral da República

Qualquer Deputado ou qualquer cidadão através do direito de

petição Competência para

autorizar a instauração do processo (art. 51, I,

CF/1988)

Câmara dos Deputados por maioria de 2/3 de seus membros

Câmara dos Deputados por maioria de 2/3 de seus membros

Consequência Recebida a denúncia o

Presidente é suspenso de suas funções (art. 86, § 1°, I,

CF/1988)

Instaurado o processo o Presidente é suspenso de suas

funções (art. 86, § 1°, II, CF/1988)

Não conclusão do processo em 180 dias (art.

86, § 2°, CF/1988) O Presidente retorna ao

exercício de suas funções O Presidente retorna ao

exercício de suas funções

Penas Suspensão de direitos políticos

(art. 15, III, CF/1988) + pena prevista para o tipo penal em

questão

Perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer função pública por 8 anos.

2/3 dos membros

5 Importante lembrar que o Presidente da República não goza de prerrogativa de foro em se tratando de ações populares, ações civis públicas ou ações de improbidade administrativa ou ações cíveis. A prerrogativa de foro somente envolve questões de natureza penal (crimes ou contravenções).

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Imunidades presidenciais: o Presidente da República só pode ser processado se houver

autorização prévia da Câmara dos Deputados (art. 86, CF/1988). Ainda, ele detém a prerrogativa de foro, de modo que por crime comum será ele julgado perante o STF e em crime de responsabilidade será ele julgado perante o STF. Ainda, não responde o Presidente da República por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, § 4°, CF/1988), isto é, por crimes cometidos antes do início do mandato e por crimes após o início do mandato, mas sem relação com o cargo. Finalmente, não pode o Presidente da República ser preso nas infrações comuns até o advento da sentença penal condenatória (art. 86, § 3°, CF/1988). Estas duas últimas imunidades não podem ser extensíveis aos Governadores de Estado e/ou Prefeitos, uma vez que se tratam de garantias do Chefe de Estado, e não do Chefe de Governo!

8. DIVISÃO ORGÂNICA DO PODER II - PODER LEGISLATIVO 8.1. Poder Legislativo Federal

Organização bicameral:

Senado Federal • Representantes dos Estados • Composição: 3 Senadores + 2

Suplentes. • Mandato: 8 anos (1/3 e 2/3). • Idade: 35 anos. • Sistema de eleição majoritário

de um turno.

Câmara dos Deputados • Representantes do povo • Composição: proporcional ao

número de habitantes. Exceção: Territórios

• Mínimo 8 e Máximo 70 (LC 78 – 513)

• Mandato: 4 anos. • Idade: 21 anos. • Sistema de eleição

proporcional. 8.2. Estatuto dos Congressistas 8.2.1. Prerrogativa de foro

Regra: após a diplomação os Deputados Federais e os Senadores são processados no STF.

Âmbito: causas criminais, apenas, de modo que ações cíveis ou trabalhistas são aforadas no segundo as regras ordinárias de competência:

Deslocamento de competência: caso o Parlamentar tenha aforada contra si ação penal

antes da expedição do diploma, o processo deverá ser remetido para o STF, pois a competência aqui é absoluta. E se não for? O processo é nulo. Da mesma forma, uma vez cessado o mandato, eventual ação penal em trâmite perante o STF deverá ser remetida a Justiça Comum (salvo se o julgamento já tiver começado – princípio da continuidade do julgamento).

8.2.2. Imunidade material

Regra: Deputados Federais e os Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos. Funciona a imunidade material, portanto, como uma excludente de ilicitude civil e

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criminal (em relação a esta, a imunidade material protege o parlamentar contra os crimes de palavra: injúria, calúnia e difamação).

Âmbito da proteção: também os Deputados Estaduais têm esta imunidade. Já os

vereadores também a tem, contudo, para estes, a proteção é no exercício do mandato e no limite do Município.

8.2.3. Imunidades formais

Regra: protegem o parlamentar contra a prisão (salvo flagrante de crime inafiançável) e, nos crimes praticados após a diplomação, tornam possível a sustação do andamento do processo penal pelo Supremo Tribunal Federal. Ao contrário do que ocorre com as imunidades materiais, as imunidades formais não afastam a ilicitude da conduta, mas somente tornam possível, como mencionado, a proteção contra a prisão e a sustação do andamento do processo tendo em vista o interesse público que recomenda que o Parlamentar não seja afastado de tais atividades. Tais imunidades encontram-se previstas no artigo 53, §§ 2° a 5°, da Constituição Federal:

Imunidade formais: (i)

proibição de prisão, salvo em caso de

flagrante delito, e (ii)

possibilidade de sustação do

processo criminal

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (...) § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

8.2.4. Desobrigação do dever de testemunhar

Regra: os Deputados Federais e os Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

8.2.5. Incorporação as forças armadas

Regra: A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

8.2.6. Suspensão das imunidades em estado de sítio

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Regra: as imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

8.3. Impedimentos

Impedimentos

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: I - desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; II - desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

8.4. Perda de cargo

Impedimentos

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. § 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

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§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994).

8.5. Hipóteses em que o Parlamentar não perde o cargo

Impedimentos

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. § 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. § 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. § 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

8.6. Processo Legislativo 8.6.1. Medidas Provisórias

Legitimados: Presidente da República (competência exclusiva – art. 84, XXVI). É importante lembrar que os Governadores de Estado também podem editá-la se houver expressa previsão na Constituição Estadual. Já os Prefeitos podem editá-las se houver expressa menção na Constituição Estadual e na Lei Orgânica Municipal, simultaneamente.

Pressupostos: relevância e urgência.

Prazo de duração: 60 dias a contar da publicação prorrogáveis automaticamente por mais

60 dias caso não tenha sido concluída a sua votação, suspendendo-se o prazo durante o recesso parlamentar.).

Tramitação: após a edição o Presidente deve submetê-las ao Congresso Nacional que

analisará numa comissão mista de Deputados e Senadores os pressupostos constitucionais (urgência e relevância). Após o parecer a MP vai a votação em plenário, iniciando sempre na Câmara dos Deputados e após, no Senado Federal (62, §§ 5° e 9°). A medida provisória pode ser aprovada por manifestação da maioria simples, e nesse caso será convertida em lei,inexistindo, neste caso, sanção presidencial. A conversão é promulgada pelo Presidente do Senado Federal. Ainda, a medida provisória pode ser rejeitada, devendo o Congresso Nacional neste caso editar decreto legislativo regulando as situações jurídicas constituídas durante a sua vigência (não editado o decreto legislativo em até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas). Ainda, pode o Congresso opor emendas a medida provisória, ocasião na qual ela transforma-se em projeto de lei de conversão, o qual segue o rito do processo legislativo ordinário. Importante

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lembrar que nesta hipótese a medida provisória mantém-se integralmente até que seja sancionado ou vetado o projeto, e que o Presidente pode sancionar ou vetá-lo.

Regime de urgência constitucional: se a MP não for apreciada em até 45 dias o

Congresso entra em regime de urgência. Ocorre o trancamento da pauta, hipótese na qual todas as deliberações são suspensas para que se aprecie a MP.

Proibição de reedição na mesma sessão legislativa: acaso a MP tenha perdido a sua

eficácia por decurso de prazo ou tenha sido rejeitada.

Limitações materiais: há limitas materiais no artigo art. 62, §§ 1° e 2°, no artigo 25, § 2°, 246 e 73 do ADCT. Senão vejamos

Limitações materiais do

artigo 62

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Proibição de adoção de MP para regular serviços de

gás canalizado

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. (...) § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)

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Regulação de atos praticados

entre 01/01/1995 e o advento da EC

32/2001

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Fundo Social de Emergência

Art. 73, ADCT: Na regulação do Fundo Social de Emergência não poderá ser utilizado o instrumento previsto no inciso V do art. 59 da Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)

Generalidades: a conversão em lei da Medida Provisória não convalida vícios nesta (ADI-

MC 3090 / DF - DISTRITO FEDERAL. Relator: Ministro Gilmar Mendes. Julgamento: 11/10/2006. Órgão Julgador: Tribunal Pleno). Da mesma forma, tanto os pressupostos objetivos do ato – relevância e urgência – quanto o mérito da Medida Provisória podem ser questionados perante o Poder Judiciário.

9. PODER JUDICIÁRIO

CNJ 15

STF 11

STJ 33

TST 27

TSE

STM 15

TJ

TRF 7

TRT 7

TRE 7

Juízes

de Direito

Juízes

Federais

Juízes do

Trabalho

Juízes

Eleitorais

Juízes

Militares

Justiça Comum Justiça Especializada

9.1. STF

Guarda da Constituição

Composição: 11 membros • Brasileiro nato • Cidadão • 35 – 65 anos de idade • Notável conhecimento jurídico e reputação ilibada • Nomeação PR após sabatina pelo SF

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Competências

a) Originárias (102, I) - ADIN, ADC, ADPF - Crimes Comuns: PR + Vice + CN + STF + PGR - CC e CR: ME + Comandantes (Ressalvado 52, I) + Tribunais Superiores + TCU + Chefes Missão Diplomática - HC quando forem pacientes as pessoas acima - Extradição - Interesse da magistratura

b) Recursais - RO: HC + HD + MS + MI pelos Tribunais Inferiores, quando denegatória a decisão - RE: contraria a CF, julgar válida lei local contestada em face de lei federal

Outras atribuições • Um cargo de magistério (95, § único) • Presidente do CNJ (103-B) • MIN TSE (119, I, “a”): 3 vagas.

9.2. Súmula vinculante

Competência: STF Legitimados

Art. 103-A Mesmos

Legitimados para a ADIN e

ADC

PR Mesa CD Mesa SF Mesa de ALE e Distrito Federal Gov. Estado e DF PGR CFOAB PP com representação no CN Confederação Sindical ou Entidade de Classe Nacional

Lei 11.417/2006 Tribunais Defensor Público-Geral da União Municípios, incidentalmente

STF De ofício

Quórum: 2/3 = 8 Ministros Pressupostos: Validade, interpretação e eficácia de normas constitucionais determinadas,

Controvérsia entre os órgão do judiciário ou entre estes e a Administração Pública e Matéria constitucional.

Efeitos: vinculantes em relação aos demais órgãos do Judiciário e da Administração Pública federal, estadual, distrital e municipal, direta e indireta.

10. ESTADO DE EXCEPCIONALIDADE LEGAL

Estado de Defesa: é o conjunto de medidas que objetivam debelar ameaças à ordem pública ou a paz social. É utilizado para preservar ou restabelecer em locais restritos e

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determinados a ordem pública e a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingida por calamidade de grandes proporções na natureza. As disposições sobre o Estado de Defesa encontram-se no artigo 136 da Constituição, segundo o qual:

Estado de Defesa

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2º - O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 3º - Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. § 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º - Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Estado de Sítio: é a suspensão enérgica, temporária e localizada das garantias

constitucionais, com vistas a preservar e defender o próprio Estado democrático, bem como dar condições para a defesa da soberania nacional em caso de guerra. As disposições sobre o Estado de Sítio encontram-se no artigo 137, 138 e 139 da Constituição:

Estado de Sítio

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de

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defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

11. FORÇAS ARMADAS

A tutela das forças armadas encontra-se prevista nos artigos 142 e 143 da Constituição, segundo o qual:

Forças Armadas

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. § 1º - Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas. § 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições

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disciplinares militares. § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV. IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003) X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. § 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. § 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir..