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Num Processo 2012 04 1 004143-8 Reg. Acórdão 735340 Relatora Desª. VERA ANDRIGHI Apelante (s) BANCO DO BRASIL S.A Advogado (s) GUSTAVO AMATO PISSINI e outro (s) Apelado (s) CLÁUDIA APARECIDA DA SILVA Advogado (s) BRUCE FLAVIO DE JESUS GOMES - NAJ - Faciplac e outro (s) - NAJ - Faciplac Origem PRIMEIRA VARA CÍVEL DO GAMA - GAMA - 20120410041438 - REPETICAO DE INDEBITO Ementa INDENIZAÇÃO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁRIOS. INTERESSE PROCESSUAL. CHEQUE FRAUDADO. DÉBITO INDEVIDO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL. VALORAÇÃO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. SUCUMBÊNCIA. I - De acordo com a teoria da asserção, as condições da ação são aferidas à luz dos fatos narrados na petição inicial, estando presentes na demanda, tendo em vista o contrato de prestação de serviços bancários celebrado entre as partes. Rejeitada a alegação de ausência de interesse processual. II - A conduta desidiosa do réu, de debitar quantia da conta-corrente da autora sem antes averiguar a regularidade do cheque fraudado por terceiro, caracteriza falha na prestação do serviço e enseja a responsabilidade de indenizar, a qual, na presente ação, é objetiva, art. 14, caput, do CDC. III - Em decorrência da compensação indevida de cheque fraudado, outro cheque emitido pela autora foi devolvido por motivo de irregularidade, o que evidencia o dano moral experimentado, uma vez que "a simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral", Súmula 388 do e. STJ. IV - A valoração da compensação moral deve observar o princípio da razoabilidade, a gravidade e a repercussão dos fatos, a intensidade e os efeitos da lesão. A sanção, por sua vez, deve observar a finalidade didático-pedagógica, evitar valor excessivo ou ínfimo, e objetivar sempre o desestímulo à conduta lesiva. Minorado o valor fixado pela r. sentença. V - A repetição em dobro do indébito, art. 42, parágrafo único, do CPC pressupõe cobrança indevida por má-fé do credor, o que não ficou comprovado na demanda. VI - Havendo sucumbência mínima de uma das partes, cabe à outra pagar as custas processuais e os honorários advocatícios, art. 21, parágrafo único, do CPC. VII - Apelação parcialmente provida. Decisão CONHECIDO. PROVIDO PARCIALMENTE. UNÂNIME AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - PAGAMENTO DE CHEQUES FRAUDADOS - NEGLIGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - DANO MORAL CONFIGURADO. A apreensão e insegurança suportadas pelo cliente bancário em

TJDFT -2012 04 1 004143-8 - Cheque Fraudado

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Num Processo 2012 04 1 004143-8

Reg. Acórdão 735340

Relatora Desª. VERA ANDRIGHI

Apelante (s) BANCO DO BRASIL S.A

Advogado (s) GUSTAVO AMATO PISSINI e outro (s)

Apelado (s) CLÁUDIA APARECIDA DA SILVA

Advogado (s) BRUCE FLAVIO DE JESUS GOMES - NAJ - Faciplac e outro (s) - NAJ - Faciplac

Origem PRIMEIRA VARA CÍVEL DO GAMA - GAMA - 20120410041438 - REPETICAO DE

INDEBITO

Ementa INDENIZAÇÃO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁRIOS. INTERESSE

PROCESSUAL.CHEQUE FRAUDADO. DÉBITO INDEVIDO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO

SERVIÇO. DANO MORAL. VALORAÇÃO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. SUCUMBÊNCIA. I - De

acordo com a teoria da asserção, as condições da ação são aferidas à luz dos fatos narrados na

petição inicial, estando presentes na demanda, tendo em vista o contrato de prestação de serviços

bancários celebrado entre as partes. Rejeitada a alegação de ausência de interesse processual. II -

A conduta desidiosa do réu, de debitar quantia da conta-corrente da autora sem antes averiguar a

regularidade do cheque fraudado por terceiro, caracteriza falha na prestação do serviço e enseja a

responsabilidade de indenizar, a qual, na presente ação, é objetiva, art. 14, caput, do CDC. III - Em

decorrência da compensação indevida de cheque fraudado, outro cheque emitido pela autora foi

devolvido por motivo de irregularidade, o que evidencia o dano moral experimentado, uma vez que

"a simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral", Súmula 388 do e. STJ. IV - A

valoração da compensação moral deve observar o princípio da razoabilidade, a gravidade e a

repercussão dos fatos, a intensidade e os efeitos da lesão. A sanção, por sua vez, deve observar a

finalidade didático-pedagógica, evitar valor excessivo ou ínfimo, e objetivar sempre o desestímulo à

conduta lesiva. Minorado o valor fixado pela r. sentença. V - A repetição em dobro do indébito,

art. 42, parágrafo único, do CPC pressupõe cobrança indevida por má-fé do credor, o que não

ficou comprovado na demanda. VI - Havendo sucumbência mínima de uma das partes, cabe à outra

pagar as custas processuais e os honorários advocatícios, art. 21, parágrafo único, do CPC. VII -

Apelação parcialmente provida.

Decisão CONHECIDO. PROVIDO PARCIALMENTE. UNÂNIME

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - PAGAMENTO DE CHEQUES FRAUDADOS - NEGLIGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - DANO MORAL CONFIGURADO. A apreensão e insegurança suportadas pelo cliente bancário em razão de negligência na prestação do serviço com a compensação de cheques fraudados configuram danos morais indenizáveis. V.V.P.: DES. ANTÔNIO BISPO (REVISOR) APELAÇÃO - INDENIZAÇÃO - PAGAMENTO DE CHEQUES FRAUDADOS - CONTA UNIVERSITÁRIA - DEVOLUÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS - DANO MORAL - PATAMAR DE RAZOABILIDADE. Na fixação do valor da indenização por danos morais, devem ser levadas em consideração a capacidade econômica do agente, seu grau de culpa ou dolo, a posição social ou política do ofendido e a intensidade da dor sofrida por este. V.V.P.: DES. PAULO MENDES ÁLVARES EMENTA: APELAÇÃO - DANOS MORAIS - CORREÇÃO

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MONETÁRIA E JUROS DE MORA - ARBITRAMENTO. Tratando-se de indenização por danos morais a correção monetária, bem como os juros de mora devem incidir desde a data do arbitramento.

(TJ-MG , Relator: Tiago Pinto, Data de Julgamento: 27/03/2014, Câmaras Cíveis / 15ª CÂMARA CÍVEL)

APELAÇÕES CÍVEIS RECIPROCAMENTE INTERPOSTAS. AÇÃO INDENIZATÓRIA FUNDADA NA ILEGALIDADE DA TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS ENTRE CONTAS CORRENTES DISTINTAS DE TITULARIDADE DOS DEMANDANTES, COM O OBJETIVO DE COMPENSAR CHEQUES SUPOSTAMENTE CLONADOS. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL FIXADA NO IMPORTE DE R$ 1.580,00. REPARAÇÃO PELO ABALO ANÍMICO INFLIGIDO AO PRIMEIRO AUTOR, ARBITRADA EM R$ 10.000,00. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA AFASTADA. PRIMEIRO REQUERENTE QUE OSTENTA A CONDIÇÃO DE CORRENTISTA, TITULAR DA CONTA CORRENTE DE ONDE PROVEIO O NUMERÁRIO EMPREGADO PARA LIQUIDAR OS CHEQUES FALSOS, TENDO, NESTA CONDIÇÃO, POSTULADO A REPARAÇÃO POR ALEGADO DANO MORAL. IRRESIGNAÇÃO DE AMBOS OS CLIENTES NO TOCANTE À INEXISTÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO PARA O PROCEDIMENTO ENCETADO PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. BANCO QUE, AO SEU TURNO, SUSTENTA A LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO, BEM COMO A INEXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL, CARACTERIZADORES DO DEVER INDENIZATÓRIO. CHEQUES FALSIFICADOS. INOBSERVÂNCIA DO DEVER DE AFERIR A AUTENTICIDADE DO TÍTULO DE CRÉDITO. FALHA DE PROCEDIMENTO. CASA BANCÁRIA QUE SOMENTE SE EXIME DE RESPONSABILIDADE, EM COMPROVANDO A EXISTÊNCIA DE CULPA EXCLUSIVA OU CONCORRENTE DO CORRENTISTA, O QUE NÃO SE DENOTA NO CASO EM TOUREIO. EXEGESE DA SÚMULA Nº 28 DO STF E ART. 39 DA LEI Nº 7.357/85 (LEI DO CHEQUE). OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR EVIDENCIADA. "No momento [...] as diretrizes que norteiam a jurisprudência podem ser resumidas desta forma: a) quando o correntista não concorreu para o evento danoso, os prejuízos decorrentes do pagamento de cheques fraudados devem ser suportados pelo banco; b) provada, pelo banco, a culpa do correntista na guarda do talonário, fica aquele isento de culpa; c) em caso de culpa concorrente (negligência do correntista, na guarda do talonário, e do banco, no pagamento do cheque com assinatura grosseiramente falsificada), os prejuízos se repartem; d) não provada culpa do correntista, nem do banco, sobre este [...]

(TJ-SC , Relator: Luiz Fernando Boller, Data de Julgamento: 21/08/2013, Quarta Câmara de Direito Civil Julgado)