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E O D E R J U D I C I Á R I O
T R I B U N A L D E J U S T I Ç A D E S Ã O P A U L O
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
ACÓRDÃO
REGIST RADO (A) SOB N°
01798493
Vistos, relat ados e discuti dos estes autos de AGRA VO DE
INSTRUMENTO n° 542.416-4/6-00, da Comarca de ITAPECERICA DA SERRA, em
que é agravante TAMBAQUI ADMINISTRAÇÃO PARTICIPAÇÕES E
EMPREENDIMENTOS LTDA. sendo agravados ESPÓLIO DE FRANCISCO
ARMANDO,EDUARDO ARMANDO (INVENTARIANTE) LINEA EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS LTDA.,UNIÃO FEDERAL:
ACORDAM em Câmara Especial de Falências e Recuperações
Judiciais de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo,
profer ir a seguinte decisão : NEGARAM PROVIME NTO AO RECU RSO,
COM IMPOSIÇÃ O DE MULTA. V.U. , de conformidad e com o vot o do Relato r,
que íntegra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores
PEREIRA CALÇAS (Presidente), ELLIOT AKEL
São Paulo, 2 5 de junho de 2 003.
BORIS KAUFFMANN
Relator
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plano de recuperação jud ic ia l , não houve opos ição dos credores.
Acrescen ta se r competen te a 3
a
Vara Judicial da Comarca de
I tape cen ca da Serra , já que na área ter r i tor ia l daquela com arca se
s i tua o seu pr inc ipa l es tabelec imento, de sor te que o des locamento
para a Capi ta l acarre tará pre ju ízo aos credores. Formulou pedido de
e fe i to suspens ivo ( f l s . 2 /20 ) e comprovou o reco lh imento do p reparo
e por te ( f ls . 206, 208 e 217) .
Negado o e fe i to pretendido ( f ls . 210) , o ESPÓLIO DE
EDUARDO FRANCISCO ARMANDO, na condição de credor ,
ap resen tou con t rammuta sus ten tando a manu tenção da dec isão ,
sa l ientando ter a devedora ocu l tado in formação processual
impresc indíve l ao exame da cont rovérs ia e fe i to a f i rmação de fa tos
inver íd icos, pedindo a ap l icação da sanção pe la h t igânc ia de má- fé
( f l s . 2 1 9 / 2 3 2 ) .
O admin is t rador jud ic ia l man i fes tou-se sem se
pos ic ionar a respei to da cont rovérs ia , mas rogando a manutenção
da va l idade dos a tos a té en tão p ra t i cados ( f l s . 276 /279) , v indo
parecer da Procurador ia Gera l de Just iça ( f ls . 304/306) .
2 .
An o ta -se , i n i c ia lmen te , que a man i fes tação da
Procurador ia Gera l de Just iça, que se encont ra às f ls . 304/306,
abordou questão que não é ob je to deste recurso. Mui to embora nos
dois parágrafos in ic ia is a subscr i tora tenha re la tado que a d iscussão
estava cent rada na competênc ia para o processamento da
recuperação jud ic ia l , nos dema is passou a examinar ou t ro recurso ,
já que a lud iu à l iminar concedida pe lo re la tor às f ls . 339 - neste
recurso o re la tor negou o e fe i to suspens ivo às f ls . 210 - , e também
à inst i tu ição f inancei ra credora - inex is tente neste recurso. No
f ina l ,
conc lu iu seu parecer no sent ido de ser prov ido o recurso,
con f i rmando-se aque la l im inar .
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O recurso poder ia ser devolv ido à Procurador ia Gera l de
Just iça para que novo parecer fosse apresentado. Mas, a
insegurança na t rami tação da recuperação jud ic ia l enquan to não se
def ine o ju ízo co m pe ten te, a lém de ser d iscut íve l a a tuação do
parquet, r e c o m e n d a r a m o i m e d i a t o j u l g a m e n t o .
3 . No dia 3 de abr i l de 20 07 , LINEA EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS LTDA. a ju izou pedido de fa lênc ia da devedora, sendo
ele d is t r ibuído para a I
a
Vara de Falências e Recuperações Judiciais
da Comarca da Capi ta l ( f ls . 95) . No d ia seguin te , a devedora
formulou pedido de recuperação jud ic ia l perante o foro da Comarca
da Capi ta l , sendo seu pedido d is t r ibuído, por prevenção, àquela
mesma Vara ( f ls . 96) .
No pedido de fa lênc ia , o magis t rado determinou fosse a
pet ição in ic ia l ins t ru ída com documentos ident i f icando a pessoa que
recebeu a in t imação do protesto , ao passo que o pedido de
recuperação jud ic ia l fo i indefer ido em razão de não ter , a
requerente, a tu te la da Le i n° 11.101/05, já que soc iedade s imples,
decisão datada de 23 de abr i l de 2007. No dia 26 de ab r i l , a
devedora procedeu à a l teração de seu cont ra to soc ia l ,
t rans fo rmando a soc iedade s imp les em soc iedade empresár ia ,
t ransfer indo a sua sede da Rua Maldonado n° 22, em São Paulo,
para a Rua Álvaro de Almeida Leme n° 220, em I tapecer ica da
S e r r a ,
passando a ant iga sede à condição de
f i l ia l ,
s u b m e t e n d o o s
seus atos const i tu t ivos ao reg is t ro da Junta Comerc ia l do Estado de
São Paulo em 7 de maio de 2007 ( f ls . 80/81) . Em 11 de maio
f o r m u l o u ,
na Comarca de I tapecer ica da Serra, o pedido de
recuperação jud ic ia l ( f ls . 23) .
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ItapLCenca da Serra
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A L e i n ° 1 1 . 1 0 1 / 0 5 m a n t e v e a r e g r a d o D e c r e t o - l e i n °
7 . 6 6 1 / 4 5 , f i x a n d o a c o m p e t ê n c i a s e g u n d o a l o c a l iz a ç ã o d o p r i n c i p a l
e s t a b e l e c i m e n t o d o d e v e d o r
1
. A r e s p e i t o , l e m b r a v a T R A J A N O
M I R A N D A V A L V E R D E q u e , h a v e n d o v á r i o s e s t a b e l e c i m e n t o s s i t u a d o s
e m á r e a t e r r i t o r i a l p e r t e n c e n t e a f o r o s d i v e r s o s , a s i m p l e s
t r a n s f e r ê n c i a n o m i n a l o u r e a l d a s e d e d a s o c i e d a d e n ã o a l t e r a a
c o m p e t ê n c i a :
Cessando o devedor o exerc íc io do comérc io , ou
l iqu idando-se uma soc iedade mercant i l , a inda será competente
para a dec laração da fa lênc ia o J U IZ do lugar onde es tava
s i tuado o pr inc ipa l es tabe lec imento .
Tampouco a l te ra a competênc ia do ju ízo a
t rans ferênc ia nomina l da sede. Com razão maior , a
t rans ferênc ia rea l , mas c om ob je t i v o f r audu len to , o que s e
presume quando a s i tuação do devedor é p recár ia e a
t ransferênc ia p iora a pos ição dos credores, tornando mais d i f íc i l
a defesa dos seus interesses.
Pode, é cer to, dar -se o caso de não possuir o
JUIZ
e lementos , por se t ra ta r de comerc ian te com es tabe lec imentos
em mais de uma ju r isd ição, para de terminar em qua l das
ju r isd ições se acha o pr inc ipa l es tabe lec imento . Na dúv ida , a
c ompe tênc ia c abe ao j u i z que t omou c on hec ime n to , e m
pr ime i ro lugar , do ped ido de fa lênc ia .
2
O r a , b a s t a n t e s i n t o m á t i c o o f a t o d o d e v e d o r , n o d i a 4 d e
a b r i l d e 2 0 0 7 , r e c o n h e c e r q u e o s e u p r i n c i p a l e s t a b e l e c i m e n t o
s i t u a v a - s e e m S ã o P a u l o , t a n t o q u e f o r m u l o u o p e d i d o d e
r e c u p e r a ç ã o j u d i c i a l p e r a n t e a q u e l e f o r o , e 3 7 ( t r i n t a e s e t e ) d i a s
1
Lei 11.1 01/0 5, art 3
o
- É competente para homologar o plano de recuperação
extrajudicial, deferir a recuperaçã o judicial ou decretar a falência o juízo d o local do
principal estabelecimento do devedor ou a filial de empresa que tenha sede fora do
Brasil
Decreto- lei 7 661 /45, art. 7
o
- É competente para declarar a falência o JUIZ em
cuja jurisdição o devedor tem o seu principal estabelecimento ou casa filial de outra
situada fora do Brasil
Decreto- le i 7 661/45 , a r t . 1 5 6 - 0 devedor pode evitar a declaração da falência,
requerendo ao juiz, que seria compe tente para decretá-la, lhe seja concedida
concordata preventiva
2
Comen tários à lei de falências, vol I, Forense, 1962, p 103.
A 542 416-4 /6
ItapLCLnca da S(_rra
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depois sustentar que o pr inc ipa l es tabelec imento passou a ser o de
I tapecer ica da Serra, onde renovou o pedido de recuperação jud ic ia l
em face da ext inção do anter ior .
PAULO FERNANDO CAMPOS SALLES DE TOLEDO, ao
comenta r o a r t . 3
o
da atua l le i , em obra co le t iva, lembrou a l ição de
Oscar Barreto Fi lho no sent ido de que
... na conceituação do estabelecim ento principal
o critério quantitativo do ponto de vista econômico, qual seja,
aquele em que o comerciante exerce maior atividade mercanti l ,
e que portanto, é mais expressivo em termos patrimoniais
é o p re fe r i ve lmente ado tado
3
, de sor te que não se vê como a maior
a t i v idade comerc ia l tenha se t rans fe r ido rap idamente para ou t ro
loca l , apesar dos credores terem sempre se re lac ionado com a
devedora em São Paulo.
A s imples t ransferênc ia da sede da empresa, com a
t rans fo rmação da an te r io r sede em
f i l ia l ,
por tanto, não se presta a
demons t ra r que o seu p r inc ipa l es tabe lec imento mudou . P re fe r íve l
ace i tar -se que, com o anter ior pedido de recuperação jud ic ia l , cu jo
processamento fo i negado, a devedora hav ia admi t ido onde se s i tua
o seu pr inc ipa l es tabelec imento.
Passa-se ao exame do compor tamento da devedora ,
para o f im de aver iguar se l i t igou de má- fé .
A renovação do pedido de recuperação jud ic ia l , agora
em out ra comarca, com a af i rmação de que lá se s i tua o seu
pr inc ipa l es tabe lec imento , j á reve la a má- fé com que ag iu a
devedora, a l terando a verdade dos fa tos (CPC, ar t . 17, I I ) . Daí a
3
Comentários à lei de recuperação de empresa e falência, obra coletiva coordenada
por Paulo F. C Salles de Toledo e Carlos Henrique Abrão , Saraiva, 2005 , p 10 ^é
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TRIBUN L DE JUSTIÇ DO EST DO DE SÃO P ULO
necess idade
de
ap l icação
da
sanção co r responden te
a 1 (um por
c e n t o )
do
va lo r a t r i bu ído
à
causa , dev idamente a tua l i zado segundo
a
tabe la ba ixada pe lo Tr ibunal de Just iça.
N e g a - s e p r o v i m e n t o ao recurso , impos ta sanção .
B O R I S
Jf T
LISJCAUPFMAI
R e l a t o r
M A N N
< I 342 416-4/6
I r ipcc tnca d<i V i r a