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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SAO PAULO
ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
REGISTRADO A) SOB N°
C Ó R D Ã O
i •••In m i l u m un i u m u m m i l l ll ll l ll l III
Vistos, relatados e discutidos estes autos de
Agravo de Instrumento n° 990.10.372030-0, da Comarca
de Santo André, em que é agravante PAULO LINOFF
COMUNALE sendo agravado UNIVERSO ASSISTÊNCIA MEDICA
LTDA EPP (EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL).
ACORD M, em Câmara Reservada à Falência e
Recuperação do Tribunal de Justiça de São Paulo,
proferir a seguinte decisão: DERAM PROVIMENTO AO
RECURSO. V. U. , de conformidade com o voto do
Relator(a), que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos
Desembargadores BORIS KAUFFMANN (Presidente) e ELLIOT
AKEL.
São Paulo, 23 de novembro de 2010.
ROMEU RICÜPERO
RELATOR
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1
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Seção de Direito Privado
A g r a v o d e I n s t r u m e n t o n ° 9 9 0 . 1 0 . 3 7 2 0 3 0 - 0
Agravante: PAULO LINOFF COMUNALE
Ag rav ada : UNIVERSO ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDA. EP P EM
LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL)
C om arca : SANTO ANDRÉ - 9
a
VARA CÍVEL
VOTO N.° 14 .936
EMENTA
- Sociedade operado ra de plano privado de
assistência à saúde. Liquidação extrajudicial. Liquidante
autorizado pela A NS a requerer a falência. Inteligência do
art. 23 da Lei n. 9.656/98. Decisão agrava da qu e
determinou a citação da
requerid
para contestar ou efetuar
depósito elisivo, com advertência que, no mesmo prazo,
poderia pleitear sua recuperação judicial.
Inadmissibilidade. Desnecessidade de cientificação dos
sócios como pressuposto para o ato falimentar. Adem ais,
impossibilidade de requerer recuperação judicial (art. 2
o
, II,
da Lei n.
°
11.101/2005). Agravo de instrumento provido.
RELATÓRIO.
Trata-se de agravo de instrumento interposto
por Paulo Linoff Comunale, na qualidade de liquidante devidamente nom eado
por ato da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, da operadora de
planos privados de assistência à saúde então denominada Universo
Agravo de Instrumento n.° 990.10.372030-0
Voto n.° 14.936
<3h?
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2
Assistência Médica Ltda. EPP , contra a decisão de fl. 42, que, diante do
requerimento de falência de fls. 138/192, efetivado após autorização da ANS
(cf. fl. 121), determinou a citação da requerida para con testar em 10 (dez) dias
ou efetuar o depósito elisivo, advertindo-se a devedora de que, no mesmo
prazo, poderia pleitear sua recuperação judicial (artigo 95 da Lei n.°
11.101/2005).
O agravante sustenta a desnecessidade de
cientifícação dos sócios como pressuposto para o ato falimentar (fls. 06/07),
além do que evidente a impossibilidade de se deferir o processamento de
eventual recuperação judicial.
Preparado (fls. 455/458) e instruído o recurso
(fls.
41/454), deferi o pretendido efeito suspensivo (fls. 460/462) e a douta
Procuradoria Geral de Justiça, em parecer da Dra. Maria da Glória Villaça
Borin Gavião de Almeida, opinou pelo provimento (fls. 469/473 ).
FUNDAMENTOS.
O recurso é procedente e, com efeito, o
despacho agravado foi proferido como se se tratasse de corriqueiro pedido de
falência, feito contra sociedade empresária comum, prevendo citação do
devedor, possibilidade de depósito elisivo e de impetração de recuperação
judicial.
Contudo, cuida-se, como é incontroverso, de
empresa em liquidação extrajudicial, tendo havido pela ANS - Agência
Nacional de Saúde autorização ao liquidante para requerer a sua falência,
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obviamente po rque preenchidos os pressupostos legais.
Como vem acentuado no sempre rigorosamente
correto parecer da Dra. M aria da Glória Villaça Borin Gavião de Alm eida, a
situação da operadora de plano de saúde não pode ser tratada como o de uma
empresa comum .
De fato, ensina NEW RON DE LU CCA que:
No que se refere às sociedades
operadoras de plano de assistência à saúde, trata-se de um setor no
qual o fenômeno do intervencionismo estatal assumiu especial
destaque, principalmente em razão dos interesses envolvidos nesse
mercado. Seja no que toca aos antigos contratos de seguro-saúde,
seja no que diz respeito aos
contratos de assistência médica,
como
tais designados a partir da Lei n.° 9.656, de 3 de junho de 1998, o
certo é que representam um serviço de fundamental importância
para milhões de usuários brasileiros.
Tanto num caso como noutro, existe
previsão legal específica no sentido de que, em caso de dificuldades
financeiras dessas entidades, poderá haver intervenção do seu órgão
controlador, a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, que
detém competência tanto para decretar a liquidação extrajudicial
dessas sociedades quanto para autorizar o liquidante a requerer a
sua falência ou a insolvência civil, nos termos do inciso XXXIV do
art. 4
o
da Lei n.°
9.961,
de 18 de jane iro de 2000 (cf. Comentários
à Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas, coordenares
Osmar Brina Corrêa-Lima e Sérgio Mourão Corrêa Lima, Rio de
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Janeiro, Forense, 2009, PP. 60 e 61).
Cuida-se a sociedade operadora de plano de
assistência à saúd e, como tantas outras, de pessoa jurídica submetida a regim e
especial, por isso que a Lei n.° 11.101/2005 não se aplica a ela (cf. art. 2
o
,
caput, inciso II).
Na verdade, e como adverte MAURO
RODR IGUES PENTEADO, o caput do artigo padece, portanto, de
manifesta imprecisão, como já foi sublinhado, pois a Lei 11.101/2005 é
aplicável, no tocante à falência, a algumas das sociedades enumeradas no inc.
II (quanto ao inc. I a matéria é, pelo menos, duvidosa) - que apenas não
ingressam, de imediato, no processo judicial de execução coletiva
empresarial, passando antes, por intervenção e liquidação extrajudicial.
Porém, tal seja o desfecho do processo administrativo, a falência poderá ser
decretada, quando, então, a nova lei passará a ser a elas aplicável, ao reverso
do que reza a cabeça do artigo, redigida sem qualquer ressalva a esse aspecto.
E o caso, por exemplo, das instituições financeiras, das entidades abertas, e
mesmo algumas fechadas, de previdência privada, das sociedades operadoras
de plano de saúde privada e das sociedades seguradoras
(Comentários à Lei
de Recuperação de Empresas e Falência, coordenação Francisco Sátiro de
Souza Júnior e Antônio Sérgio A. de Moraes Pitombo, 2
a
edição, São Paulo,
Editora R evista dos Tribunais, 2007, n.° 22, p. 105).
Em palavras bem simples: a sociedade
operadora de plano de saúde não tem direito a recuperação judicial e se
submete a regime especial, devendo, antes de ser decretada a sua falência,
sofrer intervenção e liquidação extrajudicial.
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5
O art. 23 da Lei n.° 9.656, de 3 de junho de
1998,
dispõe que:
Art. 23. As operadoras de planos
privados de assistência à saúde não podem requerer concordata e
não estão sujeitas a falência ou insolvência civil, mas tão-somente
ao regime de liquidação extrajudicial. (Redação dada pela MP V n°
2.177-44, de 24.8.2001).
§ 1° As operadoras sujeitar-se-ão ao
regime de falência ou insolvência civil quando, no curso da
liquidação extrajudicial, forem verificadas uma das seguintes
hipóteses: (Parágrafo incluído pela MPV n° 2.177-44, de
24.8.2001).
I - o ativo da m assa liquidanda não
for suficiente para o pagamento de pelo menos a metade dos
créditos quirografários;
(Inciso incluído pela M PV n° 2.177-44, de
24.8.2001);
II - o ativo realizável da massa
liquidanda não for suficiente, sequer, para o pagamento das
despesas administrativas e operacionais inerentes ao regular
processamento da liquidação extrajudicial; ou (Inciso incluído pela
MP Vn°2.177-44, de 24.8.2001);
III - nas hipóteses de fundados
indícios de condutas previstas nos arts. 186 a 189 do Decreto-Lei n°
7.661, de 21 de junho de 1945. (Inciso incluído pela MPV n°
2.177-44, de 24.8.2001).
§ 2
2
Para efeito desta Lei, define-se
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ativo realizável como sendo todo ativo que possa ser convertido em
moeda corrente em prazo compatível para o pagamento das
despesas administrativas e operacionais da massa liquidanda.
(Parágrafo incluído pela MPV n° 2.177-44 de 24.8.2001)
§ 3
S
A vista do relatório do
liquidante extrajudicial, e em se verificando qualquer uma das
hipóteses previstas nos incisos I, II ou III do § l
s
deste artigo, a
ANS poderá autorizá-lo a requerer a falência ou insolvência civil da
operadora. (Parágrafo incluído pela MPV n° 2.177-44, de
24.8.2001)
§
4° A
distribuição do requerimento
produzirá imediatamente os seguintes efeitos: (Parágrafo incluído
pela MP Vn°2.177-44, de 24.8.2001)
I - a manutenção da suspensão dos
prazos judiciais em relação à massa liquidanda; (Inciso incluído
pela MP Vn°2.177-44, de 24.8.2001)
II
- a suspensão dos procedim entos
administrativos de liquidação extrajudicial, salvo os relativos à
guarda e à proteção dos bens e imóveis da massa; (Inciso incluído
pela MPV n° 2.177-44 de 24.8.2001)
III - a manutenção da
indisponibilidade dos bens dos administradores, gerentes,
conselheiros e assemelhados, até posterior determinação judicial; e
(Inciso incluído pela MPVn ° 2.177-44, de 24.8.2001)
IV - prevenção do juízo que emitir o
primeiro despacho em relação ao pedido de conversão do regime.
(Inciso incluído pela M PV n° 2.177-44, de 2 4.8.2001)
§ 5- A A NS , no caso previsto no
Agravo de Instrumento n.° 990.10.372030-0
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inciso II do § 1° deste artigo, poderá, no período compreendido
entre a distribuição do requerimento e a decretação da falência ou
insolvência civil, apoiar a proteção dos bens móveis e imóveis da
massa liquidanda.
(Parágrafo incluído pela MPVn ° 2.177-44, de
24.8.2001)
§ 6
2
O liquidante enviará ao juízo
prevento o rol das ações judiciais em curso cujo andamento ficará
suspenso até que o juiz competente nomeie o síndico da massa
falida ou o liquidante da massa insolvente. (Parágrafo incluído
pela MP Vn°2.177-44, de 24.8.2001).
Tal como sustentado na minuta, com
transcrição de precedentes, não há que se cogitar de citação dos antigos
sócios, nem de depósito elisivo e nem, muito m enos, de recuperação judicial,
eis que a Lei n.° 11.101/2005 é translúcida, em seu artigo 2
o
, inciso II, acerca
de sua inaplicabilidade às sociedades operadoras de plano de assistência à
saúde.
No tocante à citação dos sócios, a minuta
reproduz as ementas de dois precedentes desta Co rte:
LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL
- Autofalência - Decretação pelo liquidante - Desnecessidade de
cientifícação dos sócios como pressuposto para o ato falimentar -
Recurso não provido (Agravo de Instrumento n.° 267.658-1 - Lins
- 3
a
Câm ara Civil - Relator: Toledo César - 10/10/95 - v. u.) .
Agravo de instrumento
Agravo de Instrumento n.° 990.10.372030-0
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Autofalência - Sociedade cuja liquidação extrajudicial é decretada
pelo Banco Central - Pedido requerido pelo liquidante - Não citação
dos ex-diretores - Irrelevância - Liquidante que assume suas
funções e passa a representar a sociedade - Desconsideração da
personalidade jurídica para que o processo se dê conjuntamente à
falência de sua controladora - Inadmissibilidade - Sociedades
distintas, sem embargo de prejuízos que poderiam ser causados aos
credores da outra massa - Recurso improvido (Agravo de
Instrumento n.° 51.679.4/0, SP, j . 12/8/97. Rei. Des. Linneu
Carvalho, v. u.).
Esta Câmara Reservada, ainda recentemente,
julgou caso similar, senão idêntico, ou seja, o Agravo de Instrumento n.°
994.09.321806-1, da Comarca de Pindamonhangaba, Rei. Des. PEREIRA
C A L Ç A S , j . 26/01/2010,
com a seguinte ementa:
Agravo.
Falência. Sociedade
operadora de plano privado de saúde. Liquidação
extrajudicial decretada pela ANS. Requerimento de
falência formulado pelo liquidante, devidamente
autorizado pela ANS, com fundamento no art. 23, § I
o
,
incisos I, II e III, da Lei n° 9.656/98. Alegação de
nulidade da sentença por violação aos princípios
constitucionais do contraditório e ampla defesa
afastada. Desnecessidade de intimação dos ex-
administradores da empresa em liquidação
extrajudicial para contestarem o pedido de falência
deduzido pelo liquidante. Ativo arrecadado
insuficiente para o pagamento de metade dos créditos
quirografários e das despesas administrativas e
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operacionais para o regular andamento da liquidação
extrajudicial, além de indícios da prática de crime
falimentar que servem de espeque ao decreto de
falência. Indisponibilidade dos bens particulares dos
sócios e administrador de fato, imposta com base no
a r t . 24-A da Lei n° 9 656/98 e art. 99, VI, da Lei n°
11.101/2005. Agravo improvido .
N o c o r p o d es se
v.
a c ó r d ã o c o n s t o u :
Examina-se a preliminar de
nulidade da sentença fundamentada na afirmativa de
que houve maltrato aos princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa, uma vez que os
administradores da sociedade em regime de liquidação
extrajudicial não foram intimados para se defender do
requerimento de falência.
Sem razão, contudo, a
agravante.
O decreto da ANS de
liquidação extrajudicial da operadora de plano
privado de saúde, acarreta, automaticamente, a perda
do mandato dos respectivos administradores (art. 50,
da Lei n° 6.024/74), a qual passa a ser administrada
pelo liquidante nomeado.
Outrossim, o art. 23 da Lei
n°
9 656
de 03/06 / 98, preceitua:
(...)
Com base em tais
dispositivos, o liquidante nomeado pela ANS, com
autorização desta e com fundamento nos incisos I,
II e III do § I
o
do art. 23 da Lei n. 9.656/98,
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requereu a falência da agravante. Em tal
hipótese, o requerimento da falência decorre do
exercício de um poder conferido ao liquidante,
não havendo previsão de citação ou intimação dos
ex-administradores, h aja vista que estes não mais
representam a sociedade em regime de liquidação
extrajudicial. Em rigor, o pedido de falência é
uma decorrência da própria lei, sendo suficiente
que se encontre caracterizada uma das hipóteses
previstas nos três incisos acima referidos.
Esta Câmara Especializada
tem precedente, de minha relatoria, em que ex-
administrador de instituição financeira interpôs
agravo contra decreto de falência editado a
requerimento de liquidante nomeado pelo Banco
Central,
recurso que não foi conhecido, sob o
entendimento de que apenas a própria instituição
falida teria legitimidade para insurgir-se contra
a sentença de quebra. Confira-se:
Liquidação extrajudicial.
Instituição financeira. Falência requerida pelo liquidante.
Agravo de Instrumento formulado por ex-administrador da
entidade falida. Ausência de interesse de recorrer. Não
configuração da situação do terceiro prejudicado prevista no
artigo 499 do CPC .
Decretada a falência de
instituição financeira por provocação do liquidante nom eado
pelo Banco Central, o interesse do ex-administrador da
sociedade falida só se configurará nas ações que objetivarem
apurar sua eventual responsabilidade por atos cometidos na
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ç ^h
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gestão da compan hia.
Do corpo do acórdão acima
ementado, constou o seguinte posicionamento:
A preliminar de
não conhecimento do agravo, por falta de
interesse ao ex-administrador da
instituição financeira em liquidação
extrajudicial para recorrer contra o
decreto de falência, suscitada pelo
Administrador Judicial e pela D.
Procuradoria Geral de Justiça, é de ser
acolhida.
Com efeito, ao
contrário do afirmado pelo agravante, o
ex-administrador da instituição
financeira sob regime de liquidação
extrajudicial decretada pelo Banco
Central,
que, nos termos do artigo 21,
caput , da Lei n° 6.024/ 74, autoriza o
liquidante a requerer a falência da
entidade, não tem interesse nem
legitimidade para agravar contra a
decisão que decreta a falência daquela,
já que não pode ser enquadrado como
terceiro prejudicado, a teor do artigo 499
do Código de Processo Civil.
O Administrador não é
atingido pelo decreto de falência, pois,
falida é a instituição financeira.
Esta Corte de
Justiça, ao julgar o agravo de instrumento n°
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c±>
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465.557-4/8-00 formulado por ex-
administradores do Banco Pontual S/A,
controlador da sociedade arrendadora cuja
falência está sendo vergastada neste recurso,
já proclamou a falta de interesse de ex-
administradores para recorrerem contra a
decisão de quebra da entidade, conforme se
verifica da ementa a seguir transcrita:
Liquidação extrajudicial.
Autofalência. Interesse de ex-membros do Conselho de
Administração. Inadmissibilidade. O liquidante nomeado pelo
Banco Central, assumindo a administração, afasta o interesse
dos anteriores administradores do Banco. Aplicação dos
artigos 15, 16 e 21, b , da lei n° 6.024/74. Além de ilegal,
não salutar a participação dos ex-administradores ou
membros do Conselho de Administração na apuração das
eventuais irregularidades que conduziram à liquidação
extrajudicial e
o
pedido de autofalência. Inaplicável a regra
do\artigo 17 do Decreto-lei n°
7.661/45.
Decisão que afastou
a pretensão dos agravantes na participação da liquidação e
pedido de autofalência. Agravo improvido .
Do texto do
venerando aresto, relatado pelo
Desembargador OSCARLINO MOELLER, constam
assertivas que merecem ser transcritas:
Os agravantes, na
qualidade de ex-membros do Conselho de Administração,
partícipes daquela administração que conduziu, por possíveis
irregularidades, o Banco à situação de liquidação
extrajudicial, perdem o interesse na participação do
respectivo processo. Com o integrantes do C onselho
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13
participaram diretamente da administração malograda, em
apuração onde predomina o interesse público.
O pedido de autofalência é
de exclusiva competência do liquidante, autorizado também
pelo B anco Cen tral, nos termos do art. 21, b , da lei n°
6.024/74
mantendo-se na situação processual o mesmo
interesse exclusivo público, descabendo qualquer
qualificação de interesse de interferência dos agravantes,
como ex-membros do Conselho de Administração, cujos atos
se encontram em análise de apuração dos fatos irregulares.
O interesse dos agravantes
apenas existirá nas ações a serem eventualmente
desencadeadas por força das apurações em andam ento na
liquidação e no pedido de autofalência, nos limites das
respectivas responsabilidades. O chamamento dos agravantes
na ação cautelar movida pelo Ministério Público é a prova
concreta desta assertiva, eis que nessa medida são
alinhavados em responsabilidade de arresto, com vínculo em
ação civil pública a ser delineada.
Da mesma forma que
inexiste interesse para a intimação ou notificação d os ex-
administradores para o decreto de liquidação extrajudicial,
ou de falência, nos limites da exegese do art. 21, b , da lei n°
6.024/74
(Agr. Instr. n° 11 0.910-4, Araçatuba, 3 Câm . de
Direito Privado, rei. Alfredo Migliore.j. 10.08.99, v.u.; Agr.
Instr. n° 51.679-4, São Paulo, 2
a
Câm . de Direito Privado ,
rei. Des. Linneu Carvalho, j . 12.08.97, v.u.; Agr. Instr. n°
267.658-1-, Lins, 3
a
Câm . de Direito Privado, rei. Des.
Toledo Césa r, j . 10.10.95, v.u.), falece interesse aos ex-
administradores, incluindo-se os integrantes do Conselho de
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<zftí^~
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14
Adm inistração, para a participação no desenvolvimento do
processo enfocado.
(Agravo de Instrumento n° 465.557-4,
São Paulo, 5
a
Câmara de Direito Privado, v . u . ) .
Esta Câmara
Especial de Falências e Recuperações
decidiu recentemente o Agravo de
Instrumento n° 419.902.4/1-00, relatado
pelo eminente Desembargador LINO MACHADO,
manejado pelo BANCO SANTOS S/A, em
liquidação extrajudicial, insurgindo-se a
instituição financeira, em seu próprio
nome,
contra o decreto de sua falência no
pedido formulado pelo Liquidante nomeado
pelo BACEN. O agravo, corretamente, foi
interposto pelo próprio Banco, e não, em
nome de seus ex-administradores.
Na senda de tal
entendimento, que também se perfilha,
inviável o conhecimento deste recurso,
por falta de interesse recursal do
agravante. (Agr. de Instrum. n°
4 7 1 . 6 4 0 . 4 / 6 - 0 0 ,
V O t O n ° 1 2 . 7 2 6 , R e i . D e s .
Pereira Calças,
v.u.).
Nesta linha de
pensamento, afasta-se alegação de
nulidade da sentença, haja vista a
inocorrência de violação aos princípios
da ampla defesa e do contraditório .
Agravo de Instrumento n.° 990.10.372030-0
Voto n.° 14.936
c3 ~
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15
Destarte, pelo meu voto, dou
provimento ao recurso.
< :
5 Õ M E Ü R I 6 U B E R O /
Relator
Agravo de Instrumento n.° 990.10.372030-0
Voto n.° 14.936