to Urbano e Regional Caufag 2007.1

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SOLANGE IRENE SMOLAREK DIAS (ORG.)

PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL: ensaios acadmicos do CAUFAG em 2007.11 Edio

Autores:Alice Welter de Barros e Silva Allyne Lombardi Mathias Andra da Roza Roxo Aparecido Leite de Oliveira Caio Smolarek Dias Dilvan D`Agostini Ederson Carlos Bruschi Elvis Marcelo Bonaci Fabiano de Carli Fabiele Aparecida Bombonato Fernanda Marine Ba Guilherme Ribeiro de Souza Marcon Isabelle Giordani Kelli Renata Gonzatti Leandro Walker Leila Paschoalloto Liana Maria Mayer Bertolucci Maria Anglica Ba Rony Aparecido Ludegero Rosane de Ftima Dal Bosco Tain Lopes Simoni Tatiane Karine Graebin

Editora Smolarek Arquitetura Ltda Cascavel - PR 2007

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Capa: Aparecido Leite de Oliveira: Coordenao: Dilvan D`Agostini APRESENTAO Correo ortogrfica e textual: Andria Tegoni

SUMRIO

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A AUSNCIA DE DIRETRIZES PARA O PAISAGISMO URBANO NA CIDADE DE TOLEDO PR Autor: SILVA, Alice Welter de Barros e. A FUNO SOCIAL DA CIDADE E DA PROPRIEDADE Autor: GIORDANI, Isabelle.

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D535p

Dias, Solange Irene Smolarek Dias (org.) Planejamanto urbano e regional: ensaios acadmicos do CAUFAG em 2007 / organizao Solange Irene Smolarek Dias.Cascavel: Smolarek Arquitetura, 2007. 227 p. Vrios autores. ISBN: 978.85.60709.02.1 1. Planejamento urbano Coletnea. 2. Planejamento regional Coletnea. I. Feiber, Flvio Natrcio. II. Carvalho, Dbora Cristina Gomes de. III. Ttulo. . CDD 11.12 711.4

A NECESSIDADE DA RENOVAO CONTNUA DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO OESTE DO PARAN Autor: OLIVEIRA, Aparecido Leite de A RESPONSABILIDADE SOCIAL DE LEL E SUA APLICABILIDADE NO MEIO URBANO SUSTENTVEL Autor: DAGOSTINI, Dilvan. BELM DO PAR: HISTRIA, URBANISMO E IDENTIDADE Autor: DIAS, Caio. CASCAVEL E TOLEDO: DIFERENAS NA FORMAO, E SUAS REPERCUSSES PRESENTES Autor: DIAS, Caio Smolarek Co-autor: SILVA, Alice Welter de Barros e. CENTROS HISTRICOS SUAS INTERFERNCIAS E RELAES COM AS CIDADES Autor: GIORDANI, Isabelle Co-autor: PASCHOALLOTO, Leila CIDADE E MUNICPIO ACESSVEIS Autor: PASCHOALLOTO, Leila CONSTRUO DE ITAIPU: IMPACTO AMBIENTAL NOS MUNICPIOS LINDEIROS Autor: GRAEBIN, Tatiane Karine. DFICIT DE MORADIA POPULAR NO BRASIL Autor: GONZATTI, Kelli Renata ECOLOGIA URBANA NA REALIDADE DE CASCAVEL: O CASO DO LAGO MUNICIPAL DE CASCAVEL Autor: MARCON, Guilherme Ribeiro de Souza ESTATUTO DA CIDADE, PLANEJAMENTO URBANO REGIONAL E

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Bibliotecria - Hebe Negro de Jimenez CRB 101/9

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EDITORA: SMOLAREK ARQUITETURA CNPJ n 02.247.647/0001-48 Cadastro Municipal n 52.47000 CREA/PR n 15015 Rua Dom Pedro II, n 2199/62, Cascavel/PR/BR CEP: 85.812-120 Prefixo Editorial Agncia Brasileira ISBN : 60709

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PLANO DIRETOR Autor: BA, Fernanda Marine HABITAO DE INTERESSE SOCIAL E SEGREGAO SOCIAL Autor: SIMONI, Tain Lopes. A METROPOLIZAO NO PARAN E O MTODO DE GESTO PARA ESSAS NOVAS FORMAS DE METRPOLES Autor: DAGOSTINI, Dilvan. O CAOS NAS CIDADES E O ESTATUTO DA CIDADE Autor: BOMBONATO, Fabiele. O CASO DA REGIO METROPOLITANA DE CASCAVEL Autor: LUDEGERO, Rony Aparecido O DESAFIO DE TORNAR AS CIDADES SUSTENTVEIS Autor: BERTOLUCCI, Liana M. Mayer O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E CONTINUADO NOS MUNICIPIOS BRASILEIROS Autor: BRUSCHI, Ederson Carlos O POVO VAI AO OESTE Autor: CARLI, Fabiano. O DESENVOLVIMENTO DAS FAVELAS NOS GRANDES CENTROS URBANOS Autor: BONACI, Elvis Marcelo PLANEJAMENTO URBANO DO SCULO XXI: CIDADE PARA O HOMEM OU PARA O VECULO? Autor: BERTOLUCCI, Liana M. Mayer Co-autor: MATHIAS, Allyne Lombardi REFERNCIAL URBANO NA CIDADE DE CASCAVEL Autor: DAL BOSCO, Rosane de Ftima SANEAMENTO AMBIENTAL E A SUA INFLUNCIA NO DESENVOLVIMENTO URBANO: O CASO DE CASCAVEL Autor: MATHIAS, Allyne Lombardi. TENDNCIAS E MODELOS ATUAIS DE PLANEJAMENTO ESTRATGICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL MUNICIPAL Autor: BAU, Maria Anglica Co-autor: GRAEBIN Tatiane Karine ARQUITETURA SUSTENTVEL: UMA PROPOSTA PARA A RELAO DESENVOLVIMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE ROXO, Andra da Roza 110

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E CONTINUADO Autor: PASCHOALLOTO, Leila Co-autor: WALKER, Leandro Co-autor: GIORDANI, Isabele

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APRESENTAO

A AUSNCIA DE DIRETRIZES PARA O PAISAGISMO URBANO NA CIDADE DE TOLEDO PR.Alice Welter de Barros e SilvaRESUMO: O presente artigo resultado da anlise crtica sobre a falta de parmetros para o paisagismo urbano pblico na cidade de Toledo-PR. Conforme o Estatuto das Cidades, os municpios brasileiros deviam ter concludo seus planos diretores at outubro de 2006. Toledo de fato j possui seu Plano Diretor, o qual infelizmente no contemplou leis ou diretrizes que orientassem os profissionais ou mesmo a populao quanto a esses importantes processos, que so a arborizao e o ajardinamento urbano. Palavras - Chave: Cidade. Paisagismo-urbano. Plano-diretor.

Essa publicao promovida pela Smolarek Arquitetura Ltda, rene os resultados das pesquisas e reflexes realizadas durante o segundo semestre do ano de 2006 e o primeiro semestre do ano de 2007. a produo acadmica dos alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Assis Gurgacz CAUFAG e foram realizadas, no mbito do grupo de pesquisas denominado Planejamento Urbano e Regional, e desenvolvida na linha de pesquisa Teoria do Urbanismo. Apesar da afinidade das produes de cada autor com o tema, h o pluralismo do enfoque, o que enriquece e justifica a presente publicao. Nela cada autor, ou dupla de autores, tem a oportunidade de apresentar seus pontos de vista e suas ideologias, num tema atualmente to em moda no discurso: o planejamento urbano e regional. No Brasil, hoje, h a esperana, atravs da criao do Ministrio das Cidades, da reduo das desigualdades scio-espaciais. Por outro lado, o arquiteto-urbanista o profissional que possui a atribuio legal para ser o coordenador de equipes tcnicas que visem elaborao de Planos Diretores Municipais. S o fato de haver um grupo de pesquisadores na graduao do CAUFAG, que apresentam comunidade sua produo, um fato peculiar. No entanto, a maior valia da presente produo no est no produto: o livro, mas sim na conscincia de seus autores que, sem sombra de dvidas, atravs de seus escritos, demonstram a crena e o preparo profissional para serem agentes da transformao social, to necessria nesse incio do sculo XXI. Salienta-se que a presente produo somente foi possvel com a participao e orientao, em cada um dos textos, da orientao dos professores Flvio Natrcio Feiber, Dbora Cristina Gomes de Camargo e da presente organizadora. No entanto, o vo solo dos autores mrito prprio e, de nada adianta a orientao, se o corao dos autores no possui a sensibilidade para a aprendizagem. A presente coletnea no pretende oferecer respostas definitivas aos problemas levantados, e sim contribuir para a discusso desses temas, bem como repensar de que forma o planejamento urbano e regional pode, efetivamente, auxiliar no estabelecimento de uma sociedade democrtica e mais justa. A necessidade de reas verdes a nova demanda social: para o lazer, para o tempo de cio, e para contrapor-se ao ambiente urbano. Le Corbusier (2000), Solange Irene Smolarek Dias - organizadora considerava a vegetao destas reas uma conjugao necessria e eficiente entre 1 A IMPORTNCIA DAS REAS VERDES E DO PAISAGISMO URBANO NO MUNICPIO Toledo, no Oeste do Estado do Paran, uma cidade com aproximadamente 105 mil habitantes, e como tal, a constituio de 1988 obriga a mesma ter o seu Plano Diretor. De fato, a populao e rgos pblicos, num trabalho conjunto, elaboraram o Plano Diretor de Toledo que entrou em vigor em outubro de 2006. Todas essas leis foram resultantes do processo de reviso e elaborao do Plano Diretor Municipal Participativo, visando garantia do desenvolvimento sustentvel da cidade, atravs da preservao ambiental e da conseqente promoo da qualidade de vida da populao. O processo possibilita dessa forma a permanente participao democrtica com vistas ao exerccio da cidadania. O presente artigo advm da necessidade de se criar parmetros, leis e diretrizes para projetos de ajardinamento e arborizao de parques, praas, logradouros pblicos, rea de preservao, enfim, de todo o paisagismo pblico da cidade. INTRODUO

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a paisagem natural e a paisagem urbana. Segundo Frederick Law Olmsted (apud MACEDO e SAKATA),Duas classes de melhorias deveriam ser criadas para este propsito: uma dirigida para assegurar o ar puro e saudvel, para atuar atravs dos pulmes, a outra para assegurar uma anttese de objetos visuais queles das ruas e casas que pudessem agir como terapia, atravs de impresses na mente e de sugestes para a imaginao. (2003)

relacionadas com o conforto trmico (a criao dos micro-climas) como da composio do ar. Percebe-se que a vegetao interfere no efeito saneador das seguintes maneiras, de acordo com Puppi:

Num mundo com preocupao crescente nos problemas de deteriorao ambiental, sejam eles energticos, poluio, plantas e animais em extino, paisagens naturais entre outros, h uma grande propenso em passar por cima do meio ambiente onde vive a maioria das pessoas a prpria cidade. Isso faz o senso comum enxergar a cidade moderna como um lugar de energia barata, fora econmica, alta tecnologia e uma negao da natureza; em resumo, a degradao ambiental. Este seria um argumento em desfavor da instituio da cidade, se na sua estruturao no se inclussem os rgos ou meios para a reparao sanitria deste aspecto. Esses meios so os espaos livres, altamente salubres e situados por toda a superfcie urbana e arredores, os quais Lucia Mascar (2005) prope tambm como transio do espao construdo para o espao natural, com sua carga de transformaes, confirmaes ou contraposies entre espao

A ao da fotossntese desenvolvida pela clorofila, assimilando o dixido de carbono da atmosfera, com a liberao do oxignio em estado nascente; A ao retentora de poeira e de outros suspensides do ar na superfcie das folhas; A reduo da velocidade dos ventos mais intensos e a barragem a outras correntes areas molestas; O retardamento do escoamento superficial e a absoro das guas de superfcie pelo solo; A contnua exalao do vapor de gua pela evapo-transpirao e a conseqente ao refrigerante para o solo e para as camadas da atmosfera sobrejacentes; A absoro do calor solar nas horas e estaes de maior insolao, uma parte consumida pela transformao de energia e outra lentamente devolvida atmosfera, principalmente quando a tendncia desta para o resfriamento; A atenuao do rudo molesto das vias pblicas, das atividades industriais e de outros focos de poluio sonora, efeito tanto mais aprecivel quanto mais frondosa, variegada e cerrada for a vegetao.

No quadro urbano, a vegetao presta-se para decorar as reas livres e logradouros pblicos, ruas e avenidas. tambm agente amenizador da frieza e austeridade da massa inerte das construes. Social e economicamente, os espaos verdes atingem toda a populao indiretamente, fornecendo recreao, preservando a sade e incentivando a sociabilidade. Proporcionando a melhoria das condies higinicas, estticas e sociais, as reas verdes elevam o ndice de higidez, baixando os ndices de morbilidade e mortalidade. Contribuindo para a preveno da doena e melhorando o padro de sade, obviamente as reas verdes so de suma importncia econmica. Para que os espaos verdes sejam eficientes, deve-se atentar sua coordenao e distribuio. Estes espaos devem ser ordenados em um sistema, de modo que toda a populao possa desfrut-los equitativamente, com facilidade de acesso. De acordo com projeto de pesquisa desenvolvido pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo,No ilegtimo pensar [...] que uma dimenso social tenha sempre permeado a histria do paisagismo. A rigor, a atividade projetual concede materialidade a contextos que incluem desde aspectos da base biofsica aos processos socioculturais em curso. Entretanto, preciso notar que tem ganhado fora a idia de que importante no apenas pensar o espao pblico como produto, mas tambm como processo, no qual outros atores sociais entram em cena, participando com suas percepes, valores, necessidades e desejos e contribuindo no esforo de criar as bases para

construdo/vegetao. So lugares de descanso e lazer e ao mesmo tempo promovem o saneamento e a atenuao da poluio nas reas circunvizinhas. So os logradouros pblicos, acessveis a todas as classes sociais, que podem decidir o sucesso ou o fracasso de qualquer plano urbanstico. Neles a natureza deve se fazer presente de forma atraente e harmoniosa, requisito para o qual concorre decisivamente o verde vivo da vegetao, seja natural, controlada ou plantada, em qualquer modalidade: rvores, arbustos, gramneas, etc. To imprescindvel, a vegetao nos espaos livres e logradouros pblicos que comumente so designados pelas expresses espaos verdes, zonas verdes, verde urbano. Seus benefcios se fazem sentir de vrias maneiras, principalmente na rea de higiene, saneamento e esttica. Porm, existem ainda os aspectos sociais e econmicos que tambm so importantes. Sanitariamente, as reas verdes nos do conforto psquico, mantm o meio areo em uma satisfatria constncia relativa tanto de condies fsicas

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que os espaos projetados se tornem verdadeiramente lugares, onde as pessoas se identifiquem como indivduos e coletividade.

No Plano Diretor de Toledo, encontramos apenas um artigo que faz referncia ao paisagismo urbano: a Lei n. 1945 de 27/12/2006, que dispe sobre o

Percebe-se assim a inteno de um planejar e de um projetar o espao pblico, e dentro deste contexto, o espao verde, para que seja mais eficientemente e mais efetivamente integrado cidade e sua sociedade.

parcelamento do solo urbano do municpio de Toledo, das exigncias para projetos de loteamentos: Projeto de arborizao das praas e vias pblicas, indicando as espcies fitolgicas, previamente aprovado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

1.1 PLANTAO DAS VIAS PBLICAS

Este pargrafo o que existe a respeito de exigncias para com o paisagismo urbano no municpio de Toledo.

Alm do efeito esttico e decorativo, as plantas em ruas e avenidas retm parte da energia solar direta ou refletida, abrandando o calor e sombreando espaos. Alm disso, absorvem ou suavizam o rudo e as vibraes. Evita ainda o ofuscamento causado pelos faris. Porm as rvores no podem ser usadas indiscriminadamente. Faz-se necessria a verificao de sua oportunidade ou da sua contra-indicao. necessrio ainda um critrio para a seleo das espcies, das normas do plantio e da disposio que possam conciliar as convenincias prticas com os preceitos de higiene e esttica. Deve-se ainda atentar insolao, espcies adaptveis ao clima, resistentes a intempries, de longa durao e razes no superficiais. Preferir sempre espcies nativas, que exijam poucos cuidados e manuteno.

Sem sinalizadores de execuo de projetos paisagsticos, observamos vrios problemas, tais como: Espcies fitolgicas de grande porte, plantadas sob fios de alta tenso, ocasionando srios problemas rede eltrica; rvores com razes muito superficiais, estragando caladas e galerias pluviais; Espcies que produzem flores altamente alrgicas, ou frutos que quando maduros caem e entopem as galerias de gua pluvial, entre outros.

Estes problemas podem ser evitados baseados em um programa ideal de paisagismo urbano para a nossa regio.

1.2 AUSNCIA DE PARMETROS E DIRETRIZES PARA O PAISAGISMO URBANO: O CASO DE TOLEDO PR

A necessidade de diretrizes na rea de paisagismo urbano, justifica-se pelo constante crescimento da conscincia da necessidade de trazer os valores ambientais para o uso do solo e o manejo de recursos naturais. Mac Harg Halphim

Os planos diretores participativos possuem como objetivos, conforme publicado no Jornal do Oeste de Toledo: Regulamentar e aplicar os instrumentos e diretrizes contidas no Estatuto das Cidades, possibilitando a aplicao da poltica urbana municipal, que objetiva, principalmente, ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e da propriedade urbana e rural; Identificar os instrumentos urbansticos, as aes e investimentos estratgicos que devem ser implementados, indicando as obras estruturais a serem executadas em consonncia com as reais necessidades da populao; Estabelecer o processo de gesto e planejamento estratgico das aes a serem implementadas de forma a garantir um constante monitoramento, atravs de indicadores sociais e conseqente efeito de sua aplicabilidade. (SUPLEMENTO ESPECIAL DO JORNAL DO OESTE, Janeiro de 2007)

(apud FRANCO, 2000) e outros eloqentes expoentes do Planejamento e do Desenvolvimento Ambiental tm trazido isso a foco, baseados na viso ecolgica, a qual inter-relaciona todos os processos presentes na biosfera terrestre.

METODOLOGIA

Este artigo foi desenvolvido a partir da reviso bibliogrfica pertinente rea do paisagismo urbano e a comparao das reais necessidades do Plano Diretor da cidade de Toledo PR. Foi realizada ento, uma anlise crtica sobre uma possvel falha no mesmo em relao ao estabelecimento de parmetros e diretrizes para o projeto urbanstico envolvendo reas verdes do municpio.

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RESULTADOS

REFERNCIAS

Constatando-se a lacuna no Plano Diretor da cidade de Toledo em relao ao paisagismo urbano, sendo ausentes s diretrizes e parmetros para o seu projeto, desenvolveu-se uma anlise crtica sobre esta falha, apontando os motivos da necessidade de um planejamento nesta rea para que sejam evitados erros de execuo a longo prazo.

CORBUSIER, Le. Urbanismo. So Paulo: Martins Fontes, 2000. FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO. Paisagem Ambiente. So Paulo: USP, 2002. FRANCO, Maria de Assuno Ribeiro. Desenho Ambiental: Uma introduo arquitetura da paisagem com o paradigma ecolgico. So Paulo: Anna Blume/FAPESP, 2000.

CONSIDERAES FINAIS

JORNAL DO OESTE Suplemento Especial. Edio de 4 de Janeiro de 2007, Ano 23, n. 6.175. Toledo.

Este artigo apresentou uma anlise crtica sobre a temtica do paisagismo urbano, baseada em uma reviso bibliogrfica pertinente mesma, apontando motivos da real necessidade de maior planejamento com benefcios a curto e longo prazo. Para esta anlise, vimos em primeira instncia a importncia das reas verdes no espao urbano e seus benefcios ambientais, como o controle da poluio do ar e sonora, e benefcios psicolgicos, por oferecer populao reas de lazer e descanso e um contraponto paisagem austera da cidade). Posteriormente, apontamos a necessidade do cuidado a ser tomado para que no se faa uma implantao indiscriminada destas reas verdes, evitando os problemas de inadequao de espcies fitolgicas (que poderiam causar problemas rede eltrica, ao passeio ou mesmo sade dos usurios). Em ltimo lugar, constatamos que a falta de sinalizadores na rea do paisagismo urbano cria uma lacuna muito grande no Plano Diretor da cidade de Toledo. O plantio desordenado de vrias espcies fitolgicas entra por vezes em conflito com a prpria infra-estrutura do municpio devido aos problemas mencionados, sendo necessrio, por vezes, o corte e o replantio de outras espcies em outros lugares, gerando custos e vrios outros inconvenientes. Uma pesquisa bem elaborada, baseada no Plano Diretor e adequada aos nossos fatores ambientais, sociais e culturais, certamente trar tona dados imprescindveis que daro subsdios a leis e diretrizes bsicas, e estas podero nortear todos os profissionais e a populao em geral que convive com os espaos verdes.

MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil. So Paulo: EDUSP, 2003. MASCAR, Lucia; MASCAR, Juan. Vegetao Urbana. Porto Alegre: Editora +4, 2005. PUPPI, Ildefonso C. Estruturao sanitria das cidades. So Paulo: CETESB, 1981.

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A FUNO SOCIAL DA CIDADE E DA PROPRIEDADEIsabelle Giordani

de regras a serem seguidas, com a participao da sociedade visando a convivncia no espao pblico. (SEGEP, 2007). Esse conjunto de normas denominando Plano Diretor onde so estabelecidos parmetros de melhoria, retrata a cidade desejada por todos, assim como as expectativas e necessidades da populao. O Plano Diretor uma lei

RESUMO: A finalidade deste trabalho salientar a importncia da funo social da cidade e da propriedade urbana, visando o desenvolvimento urbano. A preocupao com a funo social da propriedade visa evitar problemas como: habitaes em reas sem infra-estrutura e sem equipamentos urbanos, especulao em torno de imveis vagos ou subutilizados e impactos ambientais. O intuito de que atravs de pesquisas bibliogrficas, salientar a importncia de diretrizes e programas que visem a ocupao dos imveis e reas ociosas, a gesto urbana, a cidade democrtica e uma realidade social justa, salientando o uso da propriedade para o bem da coletividade. Com a pesquisa obteve-se argumentao terica para discorrer sobre o processo de planejamento e da gesto democrtica, tendo como objeto de anlise as diretrizes e mapas propostos pelo Plano Diretor de Cascavel Pr, que busca atravs de reas destinadas interesse social, a incluso da sociedade. Palavras - Chave: Cidade. Funo Social. Propriedade.

municipal que tem por objetivo organizar o caos da cidade, sempre prevalecendo o interesse coletivo. uma maneira de garantir a funo social da cidade e da propriedade, tanto para rea urbana como para rural, conforme previsto pelo Estatuto das Cidades. (SEGEP, 2007).

1 ESTATUTO DA CIDADE

No Brasil assim como em todo o mundo, o urbanismo progressista falhou, afinal no oferecia soluo urbanstica alm do fsico-territorial e as leis eram formuladas em uma linguagem no acessvel aos cidados. A cidade ento foi dividida em zonas, e os usos foram sendo determinados na maioria das vezes, em

INTRODUO

virtude dos usos j consolidados. (DIAS et al., 2005, pg.99). Esses conceitos aplicados aumentaram a segregao1 social, restringindo o

Com o processo de urbanizao, crescimento acelerado e com a transferncia da populao rural para o meio urbano, as cidades se desenvolveram. Novos bairros e novas centralidades foram surgindo. No entanto, a especulao imobiliria e o uso inadequado da propriedade estimulam para que uma parcela da populao, geralmente de classe baixa venha a habitar reas onde h deficincias na infra-estrutura, incompatveis geomorfologicamente para assentamentos, ou at em reas de preservao ambiental. Essa expanso desordenada aumenta a desigualdade social, os focos de pobreza, insuficincia nos servios de direito do cidado, segregao social, agresso ambiental, entre outros fatores. indispensvel ento, que ao se utilizar o plano diretor para planejar a cidade, sejam estabelecidos parmetros que minimizem esses problemas. A cidade um lugar de contrastes, porm para que toda a populao viva em harmonia e usufrua boas condies de moradia, transporte, trabalho e lazer. Para que toda a populao tenha qualidade de vida, se torna imprescindvel formulao

uso do solo, ou seja, as pessoas com maior poder aquisitivo tinham melhores condies de moradia, infra-estrutura e qualidade de vida. As reas mais pobres geralmente no tm uma fiscalizao, e devido s condies econmicas dos moradores, acabam fugindo do padro exigido pela legislao. A aplicao incorreta da legislao acarretou o crescimento da desigualdade social, enquanto o capital imobilirio se apropriava dos destinos da cidade. (DIAS et al., 2005, pg.100). O estatuto da cidade aprovado em 2001 estimula a participao da populao nas decises que dizem respeito cidade, garantindo o direito de cidades sustentveis, proporcionando a todos os cidados o direito de moradia digna, aos servios, aos equipamentos urbanos e toda melhoria realizada pelo poder pblico. O estatuto da cidade estabelece que a propriedade deva ter uma funo social, ser bem utilizada em conformidade com o Plano Diretor. O objetivo evitar que o terreno fique ocioso por muito tempo, sendo utilizando apenas para fins especulativos. (SEGEP, 2007).

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Ato ou efeito de segregar; separao; afastamento; desunio; isolamento.

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1.1 FUNO SOCIAL DA CIDADE

e) A reteno especulativa de imvel urbano, que resulte na sua subutilizao ou no utilizao;

Atravs da funo social da cidade tem-se a possibilidade de redirecionar os recursos e a riqueza de forma mais justa, combatendo a desigualdade econmica e social vivenciadas nas cidades. O desenvolvimento da cidade somente poder ser considerado sustentvel, se estiver visando eliminar a pobreza e reduzir a desigualdade social. Pensando na melhoria dos impactos ambientais enfrentando causas de pobreza, que afeta a grande maioria da populao que vive nas cidades. As funes sociais da cidade estaro sendo desenvolvidas de forma plena, somente quando buscar a promoo da justia social e melhoria de qualidade de vida. Enquanto a populao no tiver acesso a moradia, transporte pblico, saneamento, cultura, lazer, segurana, educao, sade, no se pode afirmar que a cidade est cumprindo sua verdadeira funo social. (ESTATUTO DAS CIDADES, 2001).

f) A deteriorao das reas urbanizadas; g) A poluio e a degradao ambiental;

Para a propriedade urbana atender a sua funo social, o Plano Diretor deve ter mecanismos de modo a:

a) Definir o uso, ocupao e a posse do solo urbano, de forma democratizada, conferindo para que todos tenham acesso ao solo urbano e moradia; b) Promover aes para a distribuio de encargos de obras e servios de infra-estrutura urbana, sejam distribudos de forma justa; c) Recuperar atravs de estratgias a valorizao imobiliria, de maneira que beneficie a coletividade;

1.2 FUNO SOCIAL DA PROPRIEDADE

d) Buscar maneiras de gerar recursos para suprir e atender a demanda de infra-estrutura e servios.

O principio norteador do regime da propriedade urbana a sua funo social, atravs das estratgias propostas no Plano Diretor e com o auxlio do Poder Pblico Municipal possvel exigir o cumprimento dos deveres do proprietrio, o seu direito em beneficio da coletividade, implicando na destinao concreta do seu imvel atendendo o interesse social. (ESTATUTO DAS CIDADES, 2001). Para a propriedade urbana atender sua funo social, o Estatuto das Cidades aponta as seguintes diretrizes de ordenao e controle do solo, no inciso VI do artigo 2 visando evitar: O Plano Diretor da Cidade de Cascavel Pr estabelece diretrizes para o desenvolvimento da cidade, abrangendo fatores como economia, cultura, territrio, poltica, meio ambiente, baseado nos termos da Lei Federal 10.257/2001 Estatuto da Cidade. No municpio de Cascavel, o Plano Diretor aborda a questo da funo social da cidade, de maneira que promova a qualidade de vida e do meio ambiente, que as a) A utilizao inadequada dos imveis urbanos; b) A proximidade de usos incompatveis ou inconvenientes; c) O parcelamento do solo, a edificao, ou os usos excessivos ou inadequados em relao infra-estrutura urbana; d) A instalao de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como plos geradores de trfego, sem a previso da infra-estrutura correspondente; verbas destinadas a infra-estrutura e servios, sejam distribudas de maneira justa visando a recuperao de reas que se encontram degradadas e a valorizao imobiliria. A lei ainda salienta a importncia de que sejam seguidos os parmetros estabelecidos quanto ao uso do solo de acordo com a macrozona, e que sejam elaborados programas para solucionar as questes de moradias em locais de risco e que causam impacto ambiental. 2 PLANO DIRETOR CASCAVEL - PR

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Busca-se

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A populao Cascavelense teve um aumento considervel na sua evoluo entre as dcadas de 60 e 80. Com crescimento verificado entre 1960 e 1970 de 127,08% e de 81,78% entre 1970 e 1980. (CASCAVEL, 2007). Segundo dados da Prefeitura Municipal (2007) o municpio conta nos dias de hoje com cerca de 295 mil habitantes, tem como sede a cidade de Cascavel que

desenvolvimento urbano e rural, com intuito de promover e integrar o municpio na regio, sempre instigando a participao da populao nas decises quem implicam melhorias para os mesmos.

2.1 ZEIS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL

considerada a capital do Oeste do Paran, tornou-se um plo em medicina, agropecuria e educao, com seis universidades entre particulares e estadual.

As Zonas Especiais de Interesse Social so um dos grandes aliados ao processo de regularizao fundiria2. O Estatuto da Cidade define que essas zonas so destinadas primordialmente produo e manuteno da habitao de interesse social, visando integrao da sociedade. (GOUVA, 2004, pg.82/83). As ZEIS so classificadas de acordo com o uso e a ocupao da rea urbana, visvel na definio abaixo: Terrenos pblicos ou particulares, ocupados pela populao de baixa renda, ao quais haja interesse pblico em promover a regularizao; Loteamentos irregulares, em que haja interesse do poder pblico na regularizao, recuperao ambiental e implementao da infraestrutura necessria; Terrenos no edificados, subutilizados, necessrios a implementao de programas habitacionais;

A cidade tambm conta com eventos de carter internacional como o Show Rural que acontece anualmente e atrai pblico do mundo inteiro, alm da Expovel que intermediria da Cidade com o Mercosul.

3.1 PLANO DIRETOR CASCAVEL PARAN

O Plano Diretor da cidade prev a integrao e moradia digna, alm da viabilizao da infra-estrutura necessria para qualidade de vida. No caso de Cascavel, so cerca de seis loteamentos com carter de ocupao degradada, sete em situao de irregularidade e cerca de oito loteamentos que apresentam ocupao degradada e irregularidade. A grande maioria dessas ocupaes est localizada na zona norte, onde residem cerca de 30.000 mil habitantes, muitos em situao irregular, com deficincia em infra-estrutura necessria. O mapa de 2005 ilustra a extensa rea

3 CIDADE DE CASCAVEL A cidade de Cascavel antes de ser colonizada, servia somente como pouso entre as cidades costeiras do rio Paran e as cidades do leste. A partir da dcada de 30 a 40, milhares de colonos sulistas na grande maioria descendentes de poloneses, ucranianos, alemes e italianos, comearam a explorar a madeira, agricultura e criao de sunos. No ano de 1938 a cidade se tornou distrito de Foz do Iguau, e posteriormente no ano de 1952 emancipou-se, justamente no auge da explorao da madeira, e j nos anos 70 a agricultura entra em cena, altamente mecanizada, visando exportao. (DIAS et al., 2005, pg.61)

destinada a zonas de interesse social, porm, ainda visvel que existem ocupaes em reas consideradas irregulares e prximas a fundos de vale. Pode se constatar tambm que a extenso destinada ao interesse social compreende reas que apresentam boas condies de moradia, porm, se tratam de locais que sofrem com a especulao imobiliria, terrenos subutilizados, parmetros urbansticos rigorosos, edificaes abandonadas e degradadas. (LEI COMPLEMENTAR N. 28, 2006, Seo I IV). O Plano Diretor atravs do Macrozoneamento estabelece zonas como Macrozona de Estruturao e Adensamento 1 e 2. No caso da Zona de Adensamento 1, que possui infra-estrutura bsica e espaos a serem ocupados. Baseando-se em um estudo prvio de impacto de vizinhana, devem ser incentivadas em reas como o Calado da Avenida Brasil a diversidade de usos

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Processo de regularizar assentamentos clandestinos ou irregulares.

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como forma de evitar a degradao urbana, alm da implantao de equipamentos comunitrios de acordo com a demanda. J na Macrozona de Adensamento 2, visa-se alm de diversificar o uso, minimizar impactos, a implantao de habitaes de interesse social e induzir implantao de centros de comrcio nos bairros, facilitando o acesso a servios, e complementando nessas reas a prestao de servios bsicos.

condies tenha de fixar residncia em reas retiradas, sem a prestao de servios, porm com propriedades acessveis. Origina problemas como a segregao social, e faz com que as reas adequadas para moradia fiquem abandonadas durante o perodo noturno e que as edificaes abandonadas, ou at, subutilizadas agridam cada vez mais a paisagem.

6 CONSIDERAES FINAIS 4 METODOLOGIA Atravs do trabalho de pesquisa pode-se constatar que o planejamento Para concepo do artigo foram realizadas pesquisas, utilizando publicaes relacionadas ao tema, sites da WEB, Plano Diretor e mapas disponibilizados pela Prefeitura de Cascavel, buscando embasamento terico para concepo do mesmo. A pesquisa feita sobre o Estatuto das Cidades foi realizada para definir o que Funo Social, os problemas gerados quando no se pensa na mesma, e as medidas que podem ser tomadas para que esses problemas possam ser minimizados. Posteriormente foi feita uma pesquisa no Plano Diretor de Cascavel, buscando evidenciar a ocorrncia da problemtica e as medidas propostas para amenizar e proporcionar a incluso da sociedade e a verdadeira funo social da cidade e propriedade. O mtodo utilizado foi o mtodo dedutivo, pois pressupe que s a razo capaz de levar ao conhecimento pleno, explicando o contedo atravs de uma cadeia de raciocnio, que analisa do geral ao especfico, chegando a uma concluso. (DIAS et.al., 2006 pg.5). quando visto de maneira coletiva e aliado a instrumentos como o Estatuto das Cidades, tende a desempenhar sua funo social visando o bem coletivo, a incluso da sociedade e a qualidade de vida. Se cada municpio estabelecer regras, para que a moradia se torne mais acessvel, os problemas hoje enfrentados pelas cidades como ocupaes irregulares podem ser minimizados. A populao pode ter acesso a educao, sade e trabalho sem que reas inadequadas sejam ocupadas indevidamente, causando impacto ambiental, inchao e gastos onerosos que o poder pblico tem que desembolsar visando a regularizao e a disponibilidade de infra-estrutura nessas reas. Enfim, a funo social deve visar o bem estar da populao, o direito a moradia, a cidadania e, sobretudo a cidade em si, planejando para todos independente do poder aquisitivo. Na cidade de Cascavel, com a abertura da Br 467 uma grande parte da populao comeou a habitar as reas Norte e Leste. A grande maioria da populao que habita essas reas so pessoas de baixa renda, com deficincia de 5 RESULTADOS infra-estrutura, prestao de servios como sade, comrcio e educao, porm reas onde os parmetros urbansticos no so rigorosos e os terrenos com preos A cidade um direito de todos, ou seja, toda a populao tem direito a servios, infra-estrutura, lazer e principalmente da moradia. Nem sempre essa a realidade nos centros urbanos, a grande maioria enfrenta problemas de ocupao desordenada, e de terrenos subutilizados e vazios espera da valorizao. As reas que geralmente so dotadas de servios de utilidade pblica acabam abrangendo, somente uma pequena parte da populao que possui maior bem aquisitivo e o comrcio. Essas reas possuem terrenos maiores com custo elevado, o que faz com que a parcela de moradores que no possui as mesmas acessveis. A cidade de Cascavel dispe de reas e parmetros em seu Plano Diretor, que visam o bem da coletividade, o acesso a moradia, e o direito que todos tem de exercer a cidadania. Esses parmetros se postos em pratica, ser uma grande contribuio no quesito de minimizar problemas como a deficincia de infraestrutura, impacto ambiental e a segregao social.

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REFERNCIAS

A NECESSIDADE DA RENOVAO CONTNUA DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO OESTE DO PARAN

BRASIL Estatuto das Cidades: Guia para implementao pelos municpios e cidados: Lei n. 10257, de 10 de julho de 2001, que estabelece diretrizes gerais da poltica urbana. 2 ed. Braslia: Cmara dos deputados, coordenao de publicaes, 2002. CASCAVEL. Plano Diretor. Disponvel em: www.cascavel.pr.gov.br, Acesso em 14 jun de 2007. CASCAVEL. Histria da Cidade. Disponvel em: www.cascavel.pr.gov.br, Acesso em 14 jun de 2007. DIAS, Caio Smolarek; DIAS, Solange Irene Smolarek: FEIBER, Flvio Natrcio; MUKAI, Hitomi. Cascavel: um espao no tempo. A histria do planejamento urbano. Cascavel: Sintagma Editores, 2005. DIAS, Solange Irene Smolarek. Metodologia do trabalho cientifico diretrizes bsicas, 2006. GOUVA, Denise de Campos. Plano Diretor Participativo Guia para elaborao pelos municpios e cidados. 2004 SEGEP - Secretaria Municipal de Coordenao Geral do Planejamento e Gesto. Plano Diretor: Belm, 2007. Disponvel em http:// www.belem.pa.gov.br/plano diretor/ Cartilha/ , Acesso em 15 jun de 2007. INTRODUO O Estado do Paran conta hoje com uma viso de polticas e de planejamento urbano realizado devido s iniciativas dos rgos governamentais estaduais. Estes planejamentos iniciaram um processo que desencadeou um novo rumo atravs dos Planos Regionais de Desenvolvimento, sendo eles as Polticas de Desenvolvimento Urbano PDU, o Plano de Desenvolvimento Integrado PDI e o Plano de Desenvolvimento Regional PDR. A pesquisa composta das seguintes etapas: pesquisa bibliogrfica sobre PDU, PDI (Governo do Estado do Paran) e PDR (AMOP), anlise da importncia dos mesmos, no tocante do Planejamento Urbano e de Polticas Urbanas, com foco na regio Oeste do Paran. O estudo conclui que os objetivos principais da atuao das polticas e planos no cenrio da regio do oeste paranaense, visando colocar a informao mais prxima e resumida aos cidados para que os mesmos possam assim compreender mais facilmente o que so as polticas urbanas e os planos de desenvolvimento.RESUMO: O projeto de pesquisa do qual resulta o presente artigo, objetiva um olhar sintetizado sobre o documento da Poltica de Desenvolvimento Urbano e Regional para o Estado do Paran PDU, integrando o Plano de Desenvolvimento Integrado PDI da Regio Polarizada por Cascavel, Toledo e Foz do Iguau, antecedidos pelo Plano de Desenvolvimento Regional PDR do Oeste do Paran. A pesquisa composta de levantamento dos planos acima citados, conjuntamente com anlise da importncia dos mesmos, para com o planejamento da regio Oeste do Paran. A apresentao de tal assunto feita de forma sintetizada, procurando remeter reflexo da necessidade de concentrar esforos e colocar em prtica, aes continuadas relacionadas aos planos e polticas urbanas. Conclui-se que, em virtude das grandes transformaes culturais, tecnolgicas e socioeconmicas atuais, necessrio manter atualizado o sistema de planejamento urbano. Esta reviso dever ser realizada constantemente pelos atores sociais presentes e comunidade organizada, almejando o planejamento participativo. Palavras - Chave: Plano de Desenvolvimento. Estado do Paran. Participao.

Aparecido Leite de Oliveira

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1 O ESTATUTO DA CIDADE

d) tombamento de imveis ou de mobilirio urbano; e) instituio de unidades de conservao;

Com a criao do Estatuto da Cidade, em 2001, foi iniciado um processo de transformao da discusso referente s polticas urbanas em instrumentos legais, atravs de normas integrantes da Constituio Federal, aonde as quais vieram trazer aos rgos governamentais ferramentas teis no desenvolver de Polticas de Desenvolvimento Urbano importante para os o desenvolvimento dos Estados e conseqentemente das suas regies mais especficas. Integrando os instrumentos da poltica urbana estariam assim elencados, segundo Captulo II, artigo 4 do Estatuto da Cidade: I planos nacionais, regionais e estaduais de ordenao do territrio e de desenvolvimento econmico e social; II planejamento das regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies; III planejamento municipal, em especial: a) plano diretor; b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupao do solo; c) zoneamento ambiental; d) plano plurianual; e) diretrizes oramentrias e oramento anual; f) gesto oramentria participativa; g) planos, programas e projetos setoriais; h) planos de desenvolvimento econmico e social; IV institutos tributrios e financeiros: a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU; b) contribuio de melhoria; c) incentivos e benefcios fiscais e financeiros; V institutos jurdicos e polticos: a) desapropriao; b) servido administrativa; c) limitaes administrativas;

f) instituio de zonas especiais de interesse social; g) concesso de direito real de uso; h) concesso de uso especial para fins de moradia; i) parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios; j) usucapio especial de imvel urbano; l) direito de superfcie; m) direito de preempo; n) outorga onerosa do direito de construir e de alterao de uso; o) transferncia do direito de construir; p) operaes urbanas consorciadas; q) regularizao fundiria; r) assistncia tcnica e jurdica gratuita para as

comunidades e grupos sociais menos favorecidos; s) referendo popular e plebiscito; VI estudo prvio de impacto ambiental (EIA) e estudo prvio de impacto de vizinhana (EIV). (Estatuto da Cidade 2001).

2 PDU DO ESTADO DO PARAN E O PDI REGIO POLARIZADA POR CASCAVEL - TOLEDO - FOZ DO IGUAU

No Estado do Paran, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano SEDU elaborou um documento denominado Poltica de Desenvolvimento Urbano e Regional para o Estado do Paran PDU, concludo e apresentado a partir de fevereiro de 2003, visando criao de um sistema de planejamento que atendesse s demandas necessrias ao desenvolvimento do mesmo. Segundo a apresentao inicial do ento Secretrio de Estado e Desenvolvimento Urbano, Renato Guimares Adur, o documento teria como proposta central:

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[...] a organizao de um Sistema de Planejamento Urbano e Regional permanente, que permita Secretaria do Desenvolvimento Urbano uma funo indutora, dando partida e prestando apoio continuado, em escala municipal e regional, a programas, projetos e aes que visem a melhorar as condies de vida da populao nas cidades e ampliar as oportunidades de gerao de emprego e renda. (PDU SEDU, 2003).

cada parte do estado Leste, Norte e Oeste fazendo com que as mesmas possam buscar objetivos comuns, atendendo as aglomeraes e tambm aos municpios inclusos em suas respectivas reas de abrangncia. Desta forma seriam criadas unidades regionais para que fossem planejadas e administradas as questes de cada PDI, visando busca de objetivos comuns entre os municpios integrantes de cada unidade. As unidades regionais foram divididas

O Plano de Desenvolvimento Urbano, por sua, vez um documento com muitas informaes, estatsticas, e ilustrado de forma bastante compreensvel atravs de mapas temticos que procuram de forma prtica sintetizar espacialmente os acontecimentos, estatsticas e anlises desenvolvidas na sua elaborao. Tais registros servem como uma base de dados, para que sejam melhor designadas as estratgias para cada regio do estado, divididas em Polticas de desenvolvimento Regional PDR trazendo como proposta programas:

da seguinte forma:- PDI da Regio Metropolitana de Curitiba; - PDI da Regio Funcional de Ponta Grossa; - PDI do Eixo Londrina Maring; - PDI da Regio Polarizada por Cascavel - Toledo - Foz do Iguau. (PDU SEDU, 2003).

Os Planos de Desenvolvimento Integrado (PDIs), assim como os Planos de de estruturao integrada das grandes aglomeraes e suas respectivas regies funcionais; de promoo acelerada de regies deprimidas; de atuao dirigida a regies especiais. (PDU SEDU, 2003).

Desenvolvimento Regional (PDR Centro; PDR Noroeste; PDR Norte Pioneiro; PDR Vale do Ribeira) e os Planos de Desenvolvimento Regional integrado (PDRI Litoral e PDRI Corredor do Iguau), tiveram como base o documento: Rede Urbana da Regio Sul do IPARDES, de forma que na sua elaborao apresentaram:

Tais programas visam atender grande complexidade de diversificaes, situaes e realidades diferentes de acordo com cada parte do estado do Paran. O Programa de estruturao integrada das grandes aglomeraes identifica no Paran a polarizaes de aglomerados urbanos como:[...] uma aglomerao urbana de porte metropolitano, polarizada por Curitiba, e quatro aglomeraes urbanas de carter no-metropolitano: duas articulando o complexo urbano do norte central paranaense, polarizadas por Londrina e Maring, e outras duas articulando o complexo do oeste paranaense, polarizadas por Cascavel e Foz do Iguau, sendo que nestas existe ainda polarizao incipiente de Toledo. Alm dessas, os estudos apontam a formao em curso de uma aglomerao urbana polarizada por Ponta Grossa. (PDU SEDU, 2003) [...] diretrizes gerais para o desenvolvimento auto-sustentado, visando a articulao de propostas nas reas de infra-estrutura econmica, social e institucional, vinculao s diversas reas de governo e atuao em estreita sintonia com os municpios paranaenses, de modo a atender o compromisso social proposto. (PDU SEDU, 2003)

A contextualizao da Poltica de Desenvolvimento Urbano do Paran PDUPR que se refere regio polarizada por Cascavel - Toledo - Foz do Iguau ressalta dados estatsticos, demogrficos, econmicos e sociais alm de discorrer sobre condicionantes, deficincias e potencialidades. O mesmo separa o estado em 10 grandes regies, visando melhor identificar as necessidades comuns aos municpios integrantes das reas.

Nas aglomeraes a proposta seria de serem desenvolvidos planos de estruturao integrada (Planos de Desenvolvimento Integrado PDI), adequados a

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3 O PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DA AMOP

desejado da regio, atravs da tcnica de pesquisa denominada Delfos Poltico4. Desta forma, foram escolhidos os elementos que deveriam e no deveriam compor o

Antes mesmo da aprovao do Estatuto da Cidade e da elaborao do PDU por parte do Governo do Estado, o Oeste do Paran, articulado atravs da Associao dos Municpios do Oeste do Paran AMOP, criou o 1 Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) para os municpios da regio. Visando demonstrar os principais problemas e potencialidades, e as opes estratgicas que permitissem atingir o futuro desejado pela comunidade organizada, servindo tambm de fonte para outros estudos e pesquisas e projetos regionais. Para a elaborao do plano citado acima, a AMOP pde contar:[...] com o incentivo da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano SEDU -, a cooperao tcnica do PARANACIDADE , a orientao metodolgica do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada IPEA do Governo Federal, e o apoio financeiro do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PNDU. A execuo do projeto esteve a cargo da PERSPECTIVA Consultores Associados. A participao ativa de um grande nmero de autoridades lideranas e membros da comunidade organizada da Regio, por outro lado, foi fundamental para a realizao do projeto. (PDR AMOP, 2000).3

Futuro Desejado da Regio (oeste do Paran), e elencadas aes que pudessem contribuir para atingir tal objetivo. (PDR AMOP, 2000). Os dados resultantes das etapas anteriores foram revisados, classificados, agrupados e consolidados dando origem s opes estratgicas.(PDR AMOP, 2000). Para viabilizar a implementao do Plano, foi escolhido um modelo de gesto, denominado Frum de Desenvolvimento Regional, constitudo por Agentes Pblicos e Atores Sociais, procurando ser um rgo de aconselhamento para a definio de diretrizes e prioridades de para a definio de diretrizes e prioridades de desenvolvimento sustentvel para a Regio (PDR AMOP, 2000). De uma maneira geral, a elaborao do PDR AMOP procurou orientar-se:[...] pelo preceito do desenvolvimento sustentvel, cujo objetivo o aumento da qualidade de vida com equidade social (justia na distribuio da qualidade de vida, tendo como pr-requisito fundamental a eficincia econmica (elemento necessrio, porm no suficiente para alcanar o objetivo), e como condicionante central a conservao ambiental (condio para a qualidade de vida e a eficincia econmica ao longo do prazo). (PDR AMOP, 2000).

A Metodologia da elaborao do PDR AMOP seguiu diversas etapas, comeando pelo diagnstico da regio dimenses: econmica, social, ambiental e fsico territorial, infra-estrutura, poltico-institucional, cientfico-tecnolgica e principais problemas e potencialidades para a construo de cenrios que pudessem identificar os principais problemas e potencialidades, considerando os fatores de mbito estadual, nacional e mundial com influncia sobre a regio (PDR-AMOP, 2000). Em seguida foram identificados elementos que deveriam fazer parte do futuro

CONSIDERAES FINAIS

De maneira geral, percebe-se que o Estado do Paran, atravs de sua representatividade poltica e administrativa, se mantm sempre atualizado e participativo. Exemplo disto o Oeste do Estado, que antes da aprovao do Estatuto da Cidade j iniciou seu Plano Regional de Desenvolvimento. Tal atitude, por parte da AMOP e da SEDU, demonstra a preocupao desta regio no tocante s polticas urbanas e ao planejamento, tanto de suas cidades quanto da sua regio. Tal preocupao se difundiu no Estado com a iniciativa dos

O PARANACIDADE, Servio Social Autnomo, pessoa jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, de interesse coletivo, criado pela Lei Estadual n 11.498, de 30 de julho de 1996, alterada pela Lei Estadual n 12.651, de 23 de julho de 1999, goza de autonomia administrativa e financeira e vincula-se, por cooperao, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano SEDU.[...] tem como misso institucional prestar assistncia institucional e tcnica aos municpios, desenvolver atividades dirigidas pesquisa cientfica e ao desenvolvimento tecnolgico e social, captar e aplicar recursos financeiros no processo de desenvolvimento urbano e regional do Estado do Paran. (Estatuto do PARANACIDADE, 1999).

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municpios em criar seus Planos Diretores. Atualmente, a maioria dos municpiosTcnica que consiste em efetuar diversas rodadas de pesquisa, com um mesmo grupo de participantes, visando caracterizar as principais convergncias e divergncias em relao s dimenses da realidade sob a anlise. Aps cada rodada, os resultados so tabulados e divulgados entre os participantes [...] permitindo que os mesmo reflitam e [...] complementem ou modifiquem suas opinies ao longo do processo. (PDR AMOP, 2000).4

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paranaenses

j

concluiu

seus

Planos

Diretores

ou

esto

em

fase

de

A RESPONSABILIDADE SOCIAL DE LEL E SUA APLICABILIDADE NO MEIO URBANO SUSTENTVELDilvan DAgostini

desenvolvimento. Embora haja diversas dificuldades de implantao dos Planos, a procura e o interesse em se enquadrar na realidade atual remetem o Estado do Paran, juntamente com suas regies e municpios, a um amadurecimento e crescimento no que concerne o entendimento das polticas urbanas e estratgias de

desenvolvimento. Por outro lado o papel desempenhado pelos rgos envolvidos e a maneira com que esto sendo conduzidos, traz uma perspectiva de futuro otimista para todos os paranaenses que, de fato, so os maiores beneficirios da implementao de tais mecanismos. necessria tambm, para a obteno do sucesso dos Planos e polticas urbanas, a participao cada vez maior das: entidades governamentais federais; estaduais; municipais; associaes; iniciativa privada; e os cidados, que devem interagir cada vez mais em relao aos eventos realizados pelo Estado e Municpio, para participar de forma consciente nas decises feitas.

RESUMO: Este trabalho faz comparaes enfatizadas na responsabilidade social, entre sistemas de elementos pr-fabricados industriais, e o sistema projetual adotado pelo arquiteto Lel, o qual substituiu o meio de produo industrial pela produo artesanal, dentro do prprio canteiro de obras, empregando mo-de-obra local. No artigo, questiona-se o capitalismo, a sustentabilidade ambiental, suas divergncias e conseqncias. Discorre-se sobre a incluso social como meio alternativo para a mo-de-obra local. Objetiva-se, atravs da presente pesquisa, constatar a aplicabilidade das proposies do arquiteto Lel no meio urbano sustentvel. Constata-se que a experincia de Lel uma resposta a pouca oferta de empregos, e a gerao de renda da populao. Constata-se ainda que, se aplicadas s propostas de Lel, transforma-se os sujeitos envolvidos, de populao para cidados. Conclui-se que, se tais propostas forem utilizadas no processo de Planejamento Estratgico Municipal, melhorar a qualidade de vida de todos e, na seqncia, oportunizar que o desenvolvimento urbano ocorra nos preceitos da sustentabilidade.

REFERNCIAS

Palavras-Chave: Responsabilidade Social. Desenvolvimento. Sustentabilidade.

AMOP. Plano de Desenvolvimento Regional. Publicado em 2000 Disponibilizado pela biblioteca da sede da AMOP Associao dos Municpios do Oeste do Paran - Cascavel/PR. BRASIL.Estatuto da Cidade. Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001, disponvel em: . Acesso em 12 de jun 2006. PARAN.Estatuto do PARANACIDADE. Captulo I Artigo, e Captulo II, artigo 2 Publicado em D.O.E. n 5.631, pg. 14 de 02 de dezembro de 199, disponvel em: . Acesso em 12 de jun 2006. PARAN.Poltica de Desenvolvimento Urbano e Regional para o Estado do Paran PDU. Secretaria de Estado e Desenvolvimento Urbano SEDU, de fevereiro de 2003, disponvel em: . Acesso em 06 de jun 2006.

INTRODUO

Este artigo tem por objetivo apresentar as contraposies sociais entre os sistemas construtivos de pr-fabricados industriais, e o compromisso social aplicado ao meio urbano sustentvel. Ser apresentado atravs do sistema de trabalho do arquiteto Joo da Gama Filgueiras Lima, o Lel. Lel buscou na simplicidade do ato de construir, adequar mtodos que usavam materiais e sistemas construtivos prfabricados industrializados, para promover a insero da mo-de-obra no qualificada na produo destes, pactuando com a realidade social e econmica do Brasil. Este sistema foi adotado por Lel na dcada de 1980, poca em que o pas passava por um momento econmico de investimentos por parte do governo federal, principalmente direcionado para o segmento da construo civil, como vem acontecendo atualmente. Porm, este crescimento era tido como bom para a indstria, que racionalizava custos e aumentava a produo. A conseqncia

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negativa era o desfavorecimento do trabalho manual e artesanal que, anteriormente era mais bem remunerado e altamente reconhecido. Na ao, Lel conseguiu reverter esse quadro em favor da categoria, praticando uma arquitetura responsvel pela empregabilidade dos operrios, ento excludos. Ao utilizar a mo-de-obra manual e artesanal na produo de sistemas construtivos industriais, adaptou-os. Assim, os sistemas eram confeccionados pelos prprios trabalhadores, dentro do canteiro de obras. Em alguns casos, criava-se equipamentos necessrios para a montagem dessas estruturas, tornando Lel tambm um inventor, mas sempre com a preocupao em manter uma relao tal que, entre equipamentos e produtos, no fosse excluda a mo-de-obra no especializada. Pelo contrrio, qualificando-a e, com isso, mantendo uma verdadeira responsabilidade social.

Se antes a preocupao esttica em relao a esse tipo de construo era um problema, hoje, o que se v, a soluo deste problema por parte da indstria de pr-fabricados, que aumenta as opes de concepes das estruturas e acabamentos, conseguindo com isso alcanar todos os parmetros mencionados. Consegue ainda uma melhor aceitao por parte dos projetistas, que se preocupam desde o projeto em adapt-lo aos sistemas pr-fabricados industriais. Outro sistema o da falada construo a seco, o dry wall, que aumenta a velocidade de execuo da obra, diminui os resduos produzidos e tambm as cargas nas estruturas o que, conseqentemente, reduz o custo total do empreendimento. A indstria, mais uma vez frente disto, se encarrega da produo rpida e das vrias opes lanadas no mercado, sempre dando nfase na sustentabilidade ao meio em que estar inserida essa edificao. O ponto negativo de tudo isso que, mais uma vez, se exclui os

1 O CAPITALISMO E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

trabalhadores no especializados na fabricao e montagem desses elementos. Negativa tambm a atitude em que se baseia a indstria desses, pseudo-eco-

No princpio do capitalismo, aplicado construo civil, o objetivo era o aumento na qualidade da obra, alcanado pela padronizao na dosagem do concreto e pelas milimtricas dimenses, respeitadas nas vrias opes de elementos, revestimentos e formas produzidas. Tambm preceito do capitalismo o menor prazo para execuo da obra. Tal preceito coaduna-se com os sistemas construtivos industriais, uma vez que no ocorre o desperdcio de tempo dispensado para a execuo in loco de todos os elementos, como no sistema artesanal. Assim, utilizando-se dos sistemas construtivos industriais, conclui-se a obra em menor tempo. A conseqncia que a obra assim edificada j pode ser usada, dando o retorno do investimento o mais breve possvel, em um custo relativamente baixo promovido pela: 1) produo em srie; 2) pela racionalizao da mo-de-obra; 3) pelo menor desperdcio e conseqente pouca gerao de resduos. Tal condio contribui para a sustentabilidade do meio ambiente,

produtos, mascarados pela iluso de consumos ecologicamente corretos, conforme denunciado por Possamai:O que se esconde por trs desta nova conscincia ecolgica do modo de produo capitalista o lanamento, em escala de mercado, de ecoprodutos: o carro ecolgico, a casa ecolgica, enfim, produtos

simplesmente remodelados, que atingem diretamente os interesses de uma classe consumidora, portanto com poder de compra, que entende a questo ambiental atravs da tica de um hbito, o do consumo ecologicamente correto. (POSSAMAI, 2005).

A carncia habitacional teria uma soluo com a adoo desses mtodos para, em pouco tempo e com recursos no to onerosos, reverter o quadro de favelamento da populao de baixa renda. Mas e o desemprego, como ficaria? Conseguir com isso, uma sustentabilidade do meio sem que haja uma preocupao com a sustentabilidade de quem vive e promove esse meio , nesse ponto de vista, um erro, com uma conseqncia negativa e a ser pensada.

principalmente dentro do canteiro de obras, que o maior vilo neste quesito. A utilizao de menor quantidade de horas/homens; e a reduo de incidentes ao alto risco no trabalho (pela diminuio de mo-de-obra empregada para a execuo de elementos que exijam muito dos operrios), so os fatores positivos que implicam na utilizao cada vez maior de elementos pr-fabricados industriais pelo segmento da construo civil.

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2 A QUESTO URBANA

3 LEL E A RESPONSABILIDADE SOCIAL

A preocupao e os desafios que os prefeitos enfrentam so relacionados, sobretudo, com a qualidade de vida da populao. Os urbanistas tm o papel fundamental de preparar essas cidades para as necessidades futuras, atravs do Planejamento Estratgico do Municpio. Devem investir, principalmente, na gerao de renda dessa populao, pois o emprego o maior desejo dentre todos os anseios destacados em audincias pblicas de Planos Diretores Municipais. Junto com as solicitaes de emprego, tambm tem destaque preservao ambiental, entretanto, s solicitada aps a soluo do problema da renda. No mundo atual, a grande estabilidade financeira do cidado se consegue atravs do crescimento econmico, com uma melhor distribuio de renda, sem deixar de lado a eficincia das polticas sociais, que incentivam a populao pelo resgate de sua cidadania, onde decidem prioridades e envolvem-se na operao de programas pblicos. Diversos autores posicionam-se a esse respeito:A utopia ecolgica de viver em harmonia com a natureza no pode esquecerse do aspecto social, conflituoso, desta relao (ser humano/natureza). Neste sentido, essa utopia no pode, sem mais, passar atravs dos indicadores ambientais, a mensurar a sustentabilidade das coisas, ao invs dos seres humanos que vivem em sociedade (BECKER, 1997 apud POSSAMAI, 2005).

Ao falarmos em arquitetura sustentvel, logo nos vem mente materiais e sistemas construtivos que promovam um menor impacto ambiental. Outro sentido que ao subtrairmos a palavra arquitetura, tem-se ento somente a palavra sustentvel, podendo ser aplicada a diversos modos, mas principalmente nos sentidos econmico e social. A realidade do Brasil ainda a de uma grande parte da populao no ser a detentora de cultura suficiente para um avano em termos de mo-de-obra qualificada. A grande populao de baixa renda no tem acesso s condies de um trabalho formal, com dignidade, por pura falta de conhecimento, por certo desinteresse na busca deste ou, ainda, na falta de oferta deste conhecimento. O Governo Federal, h tempos promove incentivo sejam eles: fiscais, tributrios ou ainda financeiros, injetados diretamente no segmento da construo civil, o maior gerador de empregos. Ao agir assim, o Governo Federal focaliza este grande vilo da populao de baixa renda, proporcionando a incluso destes no mercado de trabalho formal, pois neste segmento que se obtm um maior sucesso em termos de empregabilidade de mo-de-obra no qualificada. Paralelamente a isso, atinge outros segmentos da sociedade. Porm, hoje, estamos vivendo sob leis impostas pelo mercado financeiro. nesse ponto que entra o papel fundamental dos profissionais das engenharias e principalmente da arquitetura e do urbanismo, por serem os grandes

Desta forma, e entendendo-se que a concentrao de riqueza por poucos se constri sobre a degradao scio-ambiental de muitos, o enfoque dos indicadores orienta-se para as formas de como se desenvolvem as foras produtivas nas sociedades capitalistas, desvelando questes ticas e ideolgicas do desenvolvimento humano. (POSSAMAI, 2005).

responsveis pela utilizao e incluso desta mo-de-obra. Com isso demonstram terem a conscincia de poder proporcionar a juno das duas palavras, arquitetura e sustentabilidade, proporcionar a verdadeira responsabilidade social aplicada ao meio urbano, buscando a sustentabilidade no ponto de vista social, econmico e em acordo com o meio ambiente.

A tese atual mais importante entre os planejadores urbanos a necessidade de se pensar na sustentabilidade plena do desenvolvimento urbano porque a cidade pode at estar limpa, sem poluio, com belos parques etc., mas se no tiver empregos ela estar com seu desenvolvimento estagnado. (DIAS, 2006).

A cada dia mais visvel a industrializao na construo civil atravs da prfabricao de elementos construtivos aos quais nos remetem, em geral, a pensar em grandes mquinas, indstrias sofisticadas, construes mecanizadas, afastando ou at excluindo o contato humano, a mo-de-obra no qualificada. Como disseram (ELOY et al 2005), esses pensamentos nos parecem muito distantes da realidade social e econmica, distante da situao precria de nossas periferias. Entretanto contamos com experincias bem sucedidas como as de Joo

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da Gama Filgueiras Lima, o Lel, arquiteto e porque no dizer inventor. Lel nos ensina, atravs de uma viso por ele adotada na dcada de 1980, que dentre as vrias possibilidades daquilo que a pr-fabricao permite, seja incorporado, atravs da arquitetura, o ato de construir. Conseguiu Lel, ao inserir tal conceito, transform-lo em sua plataforma profissional, com solues engenhosas, simples e econmicas, viabilizando uma inteligente arquitetura pr-fabricada, porm mais adequada s nossas condies sociais e econmicas. Essa situao a reelaborao de um sistema, antes predeterminado indstria, ajustado para o real contexto em que se situava (ou se situa, ainda) num pas como o Brasil. Tal situao est em oposio a uma sofisticada alta tecnologia de primeiro mundo, configurando esse modo de construir o mais prximo possvel das verdadeiras condies sociais, econmicas e culturais de pases em desenvolvimento.Existem alguns que desprezam as razes e esto envernizando as folhas para que a rvore mantenha uma certa aparncia. Existem outros acreditando que preciso recuperar as razes, para que a rvore sobreviva. E existem aqueles que consideram a rvore moderna, que afinal, no era to frondosa como prometida, condenada. Por isso, pleiteiam recolher os bons genes desta rvore, acrescent-los a outros que venham a surgir e plantar uma nova espcie, que seja mais generosa com a sombra que oferece como abrigo. (FAGIOLO 1996, apud DIAS, 2006).

dessa grande populao, o que contribua para a marginalizao dessa sociedade, cada vez mais afastada de um reconhecimento e, principalmente, de um exerccio de profisso reconhecido. Sempre prestando seu talento a obras de interesse pblico, acabou por estabelecer-se definitivamente em Salvador onde implantou o Centro de Tecnologia da Rede Sarah/CTRS, base de coordenao e desenvolvimento de projetos arquitetnicos, elementos construtivos, equipamentos e mobilirios a serem enviados s vrias partes do pas. Tanto a concepo quanto a imagem geral dos edifcios so recorrentes na obra de Lel, reforados pela utilizao de um sistema construtivo j implementado e testado. Lel faz questo de afirmar que no ocorre uma repetio, que cada edifcio um novo projeto, uma variao sobre o mesmo tema. De qualquer modo, ocorre uma idia de estilo ou uma assinatura pessoal em suas obras. Algo que tem faltado atualmente na maioria dos arquitetos brasileiros, que correm atrs da efemeridade da ltima moda. A experincia de Lel um exemplo a ser seguido, primordialmente no que tange essas condies que infelizmente ainda esto longe de serem amenizadas, a resposta mais apropriada para o desespero dos prefeitos em relao oferta de empregos e em gerao de renda, de estabilidade financeira da populao. A experincia de Lel pode ser uma pequena contribuio que se pensada e aplicada por planejadores e profissionais competentes, e que atuem de certo modo dentro das responsabilidades sociais que lhes foram confiadas, transformaro parte da populao em verdadeiros cidados. Se tais aes forem pactuadas com toda a sociedade envolvida, e executadas dentro dos princpios adotados pelo

4 CONCLUSES

Lel transformou as estruturas pr-fabricadas em algo que empregava a mode-obra sem especializao na produo destas estruturas, dentro do prprio canteiro de obras onde seriam aplicadas. Criou peas mais esbeltas, mais leves e mais fceis de serem manuseadas por estes operrios. A conseqncia foi: 1) a possibilidade de adequao de sistemas, antes pensado de forma que exclua o trabalhador no qualificado; 2) a incorporao dessa mo-de-obra, qualificando-a gradativamente na medida em que se produziam obras estruturalmente adequadas, com grande preocupao esttica, bem inseridas ao meio em que se encontravam, pela utilizao de materiais locais conhecidos dos trabalhadores; 3) e, ainda, sem o preconceito a elas atribudo devido, justamente pela falta de cultura e conhecimento

Planejamento Estratgico, ser efetivamente positiva para, assim, melhorar a qualidade de vida de toda a populao, e o desenvolvimento sustentvel do meio em que vivem.

REFERNCIAS

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BELM DO PAR: HISTRIA, URBANISMO E IDENTIDADE.

Caio Smolarek DiasRESUMO: O presente artigo discorre sobre a cidade de Belm, situada na regio Norte do Brasil. A problemtica do presente texto consiste na apresentao aos pesquisadores da regio Sul a realidade do Norte, atravs da cidade de maior expresso nesta regio. Procura-se informar na introduo a importncia da cidade de Belm para a regio Norte do Brasil e para a Amaznia. No desenvolvimento do texto sero abordadas trs frentes diferentes, cada qual abordando a cidade segundo uma tica diferente. As frentes so: histrica, urbanstica e identitria. Cada uma destas frentes apresentar a cidade seguindo seus conceitos. Visando maior organizao com relao s informaes apresentadas dentro dos itens descritos acima, os mesmos sero relatados em ordem cronolgica. Na concluso apresenta-se a juno das frentes supracitadas, chegando a um denominador comum entre elas. O presente artigo segue a metodologia polifnica, cuja qual, preconiza o uso de diversas opinies para se chegar a um denominador. Conclui-se que Belm, com quase 400 anos de histria, sofreu diversas alteraes em seu urbanismo, atravs dos acontecimentos histricos e, entretanto, mantm uma identidade similar a de sculos atrs. Palavras-Chave: Belm. Urbanismo. Amaznia

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Paulo May/Aug. 2005.

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CYMBALISTA,

Renato.

Refundar

o

no

fundado:

desafios

da

gesto

A METROPOLIZAO NO PARAN E O MTODO DE GESTO PARA ESSAS NOVAS FORMAS DE METRPOLESDilvan DAgostiniRESUMO: Este trabalho faz anlises enfatizadas na questo da situao das regies metropolitanas devido ao sistema capitalista de industrializao, das metropolizaes de regies, das suas novas configuraes e dos novos mtodos para a gesto e o planejamento estratgico dessas regies. No artigo, aponta-se o capitalismo industrial e as conseqncias na formao das metrpoles trazidas por ele. Discorre-se sobre a nova morfologia das regies metropolitanas, as dificuldades de gesto dessas regies e sobre o PRDE, Planos Regionais de Desenvolvimento Estratgico proposto no Estado do Paran, que aponta para novos mtodos de planejamento estratgico direcionados para essas novas configuraes. Objetiva-se, atravs da presente pesquisa, adequar a aplicabilidade do PRDE para suprir a necessidade de uma nova forma de gesto que alcance os resultados esperados. Constata-se que o PRDE uma resposta falta de novos mtodos de gesto para regies metropolitanas. Conclui-se que, se a proposta do PRDE tiver continuidade e for realmente utilizada no processo de Planejamento Estratgico Regional, melhorar a qualidade de vida de todos e, na seqncia, oportunizar que o desenvolvimento urbano ocorra nos preceitos da sustentabilidade. Palavras-Chave: Metropolizao. Desenvolvimento Estratgico. Sustentabilidade.

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INTRODUO

Este artigo tem por objetivo apresentar as condies em que se encontram as regies metropolitanas, as novas morfologias dessas e de novas regies, e a possvel soluo para a falta de mtodos eficientes na gesto dessas novas configuraes. Ser apresentado atravs de um breve relato de como foram se formando as regies metropolitanas, e as conseqncias refletidas no meio urbano devido ao mtodo de industrializao capitalista, que desencadearam diversas teorias de conotaes socialistas, formando previses acerca do caos social em que se transformariam os aglomerados urbanos, provocando o inchao e a insalubridade desses grandes centros. Ser visto tambm, o quanto o mtodo de industrializao refletem na configurao dos grandes centros e aglomerados urbanos, devido s adaptaes que a indstria vem sofrendo na medida em que novas tecnologias assumem o papel de descentralizadoras dessas indstrias; e as novas morfologias das regies

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metropolitanas que, em sua grande maioria, so os reflexos provocados por essas novas adaptaes e as dificuldades encontradas para adequar mtodos de gesto e planejamento dessas regies. Sero analisados alguns casos de metropolizao de algumas regies, o quanto interferem no seu desenvolvimento e, principalmente, o quanto interferem na morfologia em que esto se configurando essas novas regies metropolitanas, onde possivelmente sero encontradas as dificuldades de gesto e planejamento. Ser exposto o PRDE, Plano Regional de Desenvolvimento Estratgico, mtodo de planejamento e gesto de regies em processo de metropolizao no Estado do Paran. Por fim, as consideraes decorrero da aplicabilidade do PRDE como mtodo de planejamento e gesto de regies metropolitanas, para suprir a necessidade da falta de gesto e governabilidade dessas regies, buscando o seu desenvolvimento sustentvel.

congesto dos servios essenciais, o que desafiavam a capacidade da gesto urbana. Segundo MORAES e SERRA (2006), no campo da economia ficam comprovadas algumas dessas teorias em relao s aglomeraes urbanas decorrentes do capitalismo desenfreado, provam o quanto extrapolaram os nveis aceitveis de desenvolvimento econmico e, principalmente, os nveis sociais e culturais da populao.

Embora parea ser verdade que as aglomeraes urbanas, em virtude de suas externalidades positivas, sejam responsveis, por propiciar uma melhor qualidade de vida s suas populaes, o crescimento destes centros, por outro lado, gera, a partir de um determinado tamanho, deseconomias de escala em funo de vrios fatores, principalmente por afetar a qualidade de vida da populao urbana (MORAES e SERRA, 2006).

1 FUNDAMENTAO TERICA

Segundo MEYER (2000), as teorias de Munford deixaram de considerar o papel da metrpole como agente do desenvolvimento e afirma que:

1.1 O CAPITALISMO E A METROPOLIZAOSua organizao fsica [da metrpole] responde a exigncias de todo

Segundo

MEYER

(2000),

algumas

reflexes

crticas

acerca

do

tipo: econmicas, funcionais, simblicas, estratgicas e outras, todas elas impostas pelo sistema produtivo que, desde a emergncia da metrpole moderna, no abandonou seu incessante impulso renovador (MEYER, 2000, em itlico e aspas no original).

desenvolvimento material do capitalismo industrial utilizaram as questes urbanas e metropolitanas para sustentar argumentos que evidenciavam a pobreza urbana que se caracterizava devido s configuraes dessas regies. A autora cita teorias de Friedrich Engels (1820/1895), e Charles Baudelaire (1821/1867), os quais teciam teses a fim de criar um modelo de anlise capaz de contrapor o modo de produo capitalista ao modo de produo socialista, alegando a insalubridade do meio urbano devido exclusivamente ao tipo de princpio de adensamento urbano, reflexo do modo de produo capitalista, em torno das dcadas de 1840 e 1850, auge da industrializao inglesa. Ainda segundo a autora, surgiu teorias como as de Lewis Munford, o qual preconizava que as intervenes de carter modernista eram desastrosas para as metrpoles, que no levavam em considerao a continuidade cultural das cidades e, ainda, que as aglomeraes da populao operria provocariam o inchao e a

Quando a autora destaca esse impulso renovador para salientar que, atravs dele a formao e o desenvolvimento da metrpole possuem uma trajetria por ele governada rumo a novos patamares. O que ela quer dizer com isso que as metrpoles sejam elas de pases desenvolvidos, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, passam por um processo de transio do modo de produo mecnico para o modo de produo tecnolgico o que vem designando-as como metrpoles contemporneas. (MEYER, 2000).

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2 A NOVA FORMA DA METRPOLE

As aglomeraes e centros articulados do norte do Paran e do nordeste de Santa Catarina resultam em morfologias de certa forma

Segundo MOURA (2005), as novas formas de metrpoles no esto em aglomeraes de grandes cidades e sim, em uma rede de pequenos e mdios centros urbanos com autonomia aparente, mas com uma integrao forte entre eles, em busca de um propsito comum. Os contrastes que se tem devido ao carter extremamente concentrador das principais metrpoles e a se incluem as do territrio brasileiro, so a circulao dos rendimentos com os altos ndices de desemprego. Mais uma vez a indstria faz o papel de modificador do cenrio urbano, pois devido quebra da verticalizao da indstria atravs da disperso dos servios e dos processos produtivos, as unidades regionais passam a produzir

difusas quando tomadas no conjunto. Com origens distintas, ambas desenvolveram-se a partir de pequenos ncleos situados em proximidade, ligados por atividades especficas de seu processo de ocupao. No norte paranaense, o arranjo foi idealizado no mbito do projeto de colonizao levado a efeito pela Companhia de Terras do Norte do Paran (mais tarde, Companhia Melhoramentos do Norte do Paran), em plena expanso da fronteira agrcola do caf. Seu conjunto de centros desenvolveu-se como parte do

planejamento de uma rede de cidades interligadas por uma estrutura viria, integrada aos grandes centros do Pas. Esse projeto concretizou a construo de ncleos populacionais ao longo da ferrovia, mantendo regularidade e padro na distncia entre eles, com cidades principais distando 100 km, e pequenos ncleos distando 10 ou 15 quilmetros (MOURA 2005).

independentemente da concentrao em uma nica empresa, redistribuindo funes e, conseqentemente, alterando a morfologia das metrpoles, revertendo o quadro de diferenas e contrastes descritos anteriormente. O mesmo

Nesse sentido, pensar a metrpole, a regio metropolitana ou o entorno metropolitano pensar uma regio. Mesmo examinando apenas a metrpole, o espectro da regio aparece, porque ela em si no mais uma cidade isolada, mas uma cidade-regio. Uma cidade-regio que no se definiu por um planejamento, mas uma cidade que assim se definiu por um processo, por uma lgica histrica que desafia a compreenso de sua dinmica e, at mesmo, o planejamento urbano (LENCIONI, 2003b, p.8 apud MOURA, 2005).

aconteceu

no

nordeste

catarinense

com

uma

rede

de

aglomeraes consolidada pelo processo de industrializao do estado promovendo regies com suas distintas vocaes como, por exemplo, a indstria metal-mecnica de Joinville e a indstria txtil de Blumenau. Com os benefcios da proximidade com os portos de So Francisco do Sul e de Itaja, com a funo poltico administrativa de Florianpolis e a rodovia BR 101, h a articulao entre elas, o que resultou em um desenho linear de metrpole que difere das formas tradicionais de todas as outras. O que vemos aqui uma maior independncia dos centros urbanos onde so

Segundo MOURA (2005), as novas configuraes dos centros urbanos, apontadas pelos estudos do IPARDES em 2000, formam um conjunto significativo de aglomeraes urbanas articuladas entre si, fugindo da regra dos desenhos em seqncia de anis concntricos a um plo principal referentes morfologia urbana brasileira, desencadeando outras formas complexas de metropolizao, ou seja: as cidades que antes eram abraadas e envolvidas pelo grande plo esto se tornando mais independentes, porm continuam dependendo da gesto por parte deste.

mantidas as vocaes locais com desenvolvimento significativo, e ainda formando aglomeraes urbanas entre si, visando um propsito comum com o devido crescimento de cada um deles. At parece-nos uma evoluo no sentido de metrpole, onde o prprio organismo vem se adaptando para tentar sobreviver ao grande caos em que se transformaria.Nessa dinmica, a imagem da mancha de leo deixa de ser vlida para descrever o fenmeno urbano e substituda por outra mais

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adequada, a de um arquiplago urbano com ilhas interligadas. (...) [Assim, a cidade passa a ocupar] um territrio que continua se dilatando de forma dispersa e descontnua, ultrapassando e acabando com os limites e a morfologia pr-existentes, o que leva formao de uma estrutura policntrica de fronteiras mveis (MATTOS, 2004, p.180, 190, apud MOURA, 2005).

conseqncias da maneira como foram implantadas: sem um plano de gesto em larga escala, voltado para essas regies. nesse ponto que entra a iniciativa de criar um programa que atenda essas necessidades. Um programa de planejamento que abrangeria de forma eficiente gesto destas regies como o caso do PRDE, Planos Regionais de Desenvolvimento Estratgico do estado do Paran, firmados por convnios entre o Paran Cidade, IPARDES, e Universidade Federal do Paran promovidos pelos Encontros Regionais 2006. No pacto proposto para no PRDE, foram traados o objetivo, que o desenvolvimento harmonioso e conjugado das regies paranaenses, segundo suas respectivas vocaes; o mtodo, que uma forma de pensar o Paran em conjunto com a sociedade, a curto, mdio e longo prazo; e a estratgia, que tem o Estado como articulador e apoiador da capacidade empreendedora em mbito regional e local. O ponto de partida disso tudo foi implementao da Poltica Estadual de Desenvolvimento Urbano e Regional, elaborada no incio do atual governo estadual, tendo como atores do processo: Governo Estadual; Associaes de Municpios; Prefeituras Municipais; Universidades e Entidades de Pesquisas, Desenvolvimento e Capacitao; Associaes Comerciais, Sindicatos e demais instituies

Muitas de nossas metrpoles e aglomeraes urbanas articulam-se configurando novos arranjos espaciais, com redobrada importncia no plano econmico e social, e tambm redobrada complexidade quanto ao compartilhamento de uma gesto voltada incluso social e municipal.(...) Estamos colocados diante do desafio histrico de construo de um regime institucional de gesto dos territrios metropolitanos capaz de articular os atores do Estado, do Mercado e da Sociedade em torno de aes de cooperao e

complementaridade, que seja eficaz, eficiente, justo e sustentvel (RIBEIRO; LAGO; CARDOSO, 2005, grifo dos autores).

O que podemos perceber segundo MOURA (2005), que por mais que essas novas formas de metrpoles estejam melhorando as questes dos inchaos das grandes cidades e se tornando mais competitivas, ainda so encontradas dificuldades na gesto dessas novas configuraes. So redes que se formaram em um desenho complexo de espacialidade e que, devido ao tipo de governabilidade (ou falta de) esto fadadas desarticulao pela falta de uma poltica de gesto e de planejamento regional em larga escala, que deveria englobar toda a regio para que se possa aumentar a plena participao de todos com suas devidas vocaes, porm em busca de um mesmo objetivo.

representativas da produo, do trabalho e da cidadania; e que tem como foco a populao do Paran enquanto sujeito, fundamento e fim de todas as aes governamentais, para que as pessoas possam viver bem onde tm razes. Neste encontro foi feito o levantamento do cenrio atual com as carncias, potencialidades e oportunidades do Paran para, em um prximo encontro, apresentar as propostas concretas de aes a curto, mdio e longo prazo. Tais aes devem ser definidas em sua forma final com a contribuio da sociedade, representada por gestores pblicos, membros de instituies de pesquisa e ensino, entidades privadas, organizaes do terceiro setor e cidados autnomos e, ainda, cada paranaense est convidado a trazer sua contribuio, na forma de idias, crticas construtivas e sugestes estruturadas, pois o desenvolvimento se constri com a participao de todos.

3 A METROPOLIZAO NO PARAN

Com a constante proliferao de tentativas para instituio de regies metropolitanas nas principais regies do Estado do Paran, atravs dos representantes polticos que pegam carona no que possa ser uma oportunidade de autopromoo, est-se sujeito se realmente fossem criadas essas metrpoles, s

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4 CONSIDERAES MOURA, Rosa. Morfologias de concentrao no Brasil: o que se configura alm O que vimos foram exemplos de como o desenvolvimento de regies metropolitanas est passando por uma fase de transio, onde novas configuraes esto se formando; que a indstria exerce o grande papel das transies que acontecem nessas regies e que, pela falta de uma poltica de gesto em larga escala que atenda s necessidades desses aglomerados urbanos, essas regies esto merc de uma estagnao e um possvel colapso do sistema, como o que vem acontecendo em metrpoles j consagradas. O caso do Paran no diferente devido ao anseio para a implementao dessas regies metropolitanas, onde est se pensando apenas em instituir metrpoles a fim de promover uma maior arrecadao de recursos, deixando de lado o verdadeiro potencial econmico que pode ser explorado atravs de uma poltica de desenvolvimento regional, mantendo as vocaes de cada um dos centros urbanos em busca de um objetivo comum. O diferencial pode estar acontecendo, pelo que foi apresentado, atravs da formao de um planejamento estratgico regional antes mesmo de se instituir as regies metropolitanas, a fim de reconhecer o cenrio atual de cada regio e, a partir da, traar metas e estratgias para que se consiga atingir o cenrio desejado com nfase nas verdadeiras vocaes dessas regies. Esse o caso do PRDE, que, atravs das parcerias formadas, atender o dficit da gesto dessas regies, promovendo o desenvolvimento sustentvel de cada uma delas e, ainda, formar uma possvel rede desses aglomerados onde todos estaro unidos e fortalecidos, sem provocar uma competio entre eles que possa acarretar em um quadro indesejvel. da metropolizao? Disponvel em: http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/download/rosa_moura_morfologia.pdf> Acessado em: 23 de maio de 2007. RIBEIRO, Luiz Csar de Queiroz; LAGO, Luciana Correa do; CARDOSO, Adalto Lcio. Observatrio das Metrpoles. Anlise das Regies Metropolitanas do Brasil. Anlise Scio-Urbana das Metrpoles. Relatrio de Atividade 3.

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REFERNCIAS

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O CAOS NAS CIDADES E O ESTATUTO DA CIDADEFabiele BombonatoRESUMO: A pesquisa deste trabalho tem como finalidade apresentar o caos que existe nas cidades, e o estatuto da cidade de apresentar o porque da sua aprovao. So temas amplos, porm, esto descritos os principais pontos. A definio da cidade tem como objetivo esclarecer o que realmente uma cidade, apesar de terem vrias definies para esta pequena palavra, que tem um significado grande e muitas pessoas no do o valor adequado a ela. O tema Caos na Cidade tem como objetivo, mostrar como a sociedade est se comportando diante dos fatos que acontecem diariamente, sendo imposta por ela mesma. Entretanto, as cidades esto em um crescimento intenso e desordenado no tendo espao para respirar. Palavras - chave: Caos. Cidade. Estatuto da Cidade.

O terceiro assunto abordado sobre o Estatuto da Cidade, para se ter uma reflexo do porque da aprovao do Estatuto da Cidade, e o que as leis nele impostas esto fazendo para melhorar a vida do cidado na cidade e a prpria cidade. Tendo como objetivo principal, de que o cidado possa parar por um minuto e fazer uma pequena reflexo: Ser que sou um qualquer para a cidade onde estou vivendo? Sou um ser humano que no busca fazer nada para melhorar o meu ambiente natural?.

1 DEFINIO SOBRE O QUE UMA CIDADE

No ano de 2000, na bienal de arquitetura de Veneza deu-se a seguinte definio de cidade: A cidade um habitat humano que permite com que pessoas

INTRODUO

formem relaes umas com as outras em diferentes nveis de intimidade, enquanto permanecem inteiramente annimos. (WIKIPEDIA, 2007)

O trabalho desenvolvido uma pesquisa terica referente elaborao de um artigo para a disciplina de Planejamento Urbano Regional IV. Muitas vezes a cidade vista de maneira isolada, como se as pessoas e tudo o que agregado a ela no fizessem parte de um todo. Por outro lado o crescimento desordenado incha a cidade, no a deixando respirar, escondendo muitas vezes sua histria. O tema abordado est disposto em trs etapas: A definio do que uma cidade, O Caos nas Cidades e o Estatuto da Cidade. Temas amplos, porm, os temas esto bem sintetizados descrevendo