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DIREITO CIVIL II – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES – 2015/1 Professora Me. Larissa Castro UNIDADE I - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES “Toda nossa vida se desenvolve numa atmosfera em que o direito das obrigações está presente.” Orlando Gomes A obrigação no sentido que vamos estudar, é uma relação jurídica (liame, que nos une a nosso semelhante), ninguém, em sociedade, prescinde desse instituto. A todo instante em nossa vida, por mais simples que seja a atividade do indivíduo, compramos ou vendemos, alugamos ou emprestamos, doamos ou recebemos doação, enfim contraímos uma obrigação; você faz algo em prol de alguém, recebendo, na maioria das vezes, algo em troca. Estudaremos a obrigação jurídica – que lhe dá a garantia de coerção no cumprimento que depende de uma lei, de um contrato, etc. E não as obrigações morais, religiosas ou de cortesia. 1.1 Conceito de Direito das Obrigações É o ramo do direito que regula o complexo das relações de direito patrimonial e que têm por objetivo fatos ou prestações de uma pessoa em relação à outra (credor e devedor). 1.2 Esboço Histórico A noção de obrigação surgiu com o caráter coletivo, quando todo grupo empreendeu negociações e estabeleceu o comércio. O desenvolvimento de tal prática passou da obrigação coletiva para a individual, mas sempre tendo um caráter punitivo na hipótese de descumprimento do avençado. No Direito Romano, em razão da vinculação das pessoas, o devedor respondia com o próprio corpo pelo cumprimento da obrigação. Com o surgimento da Lex Poetelia Papiria, de 428 a.C., foi abolida a execução sobre a pessoa do devedor, deslocando-a para os seus bens. Idade Média: imperava o Direito Canônico e a obrigação tinha a mesma estrutura que no direito romano. Sacramentalização da obrigação. Pacta sunt servanta. Nessa evolução, o Direito Obrigacional passou por diversas transformações, acompanhando a expansão da economia, o desenvolvimento do comércio, a Revolução Industrial e a recente evolução tecnológica. 1.3 Distinção entre Direito Obrigacional (Pessoal) e Direito Real. Direitos reais: definem-se como o poder jurídico, direto e imediato do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. O sujeito passivo do direito real é toda a coletividade que deve abster-se de violá-lo, sendo de caráter erga omnes. Direitos obrigacionais (pessoais): Relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. No direito das obrigações somente se vinculam aqueles que fizeram parte do que contrataram e anuíram para comprometer-se a prestar ou exigir algo. Relação Jurídica Obrigacional: 1

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DIREITO CIVIL II – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES – 2015/1Professora Me. Larissa Castro

UNIDADE I - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES“Toda nossa vida se desenvolve numa atmosfera em que o direito das obrigações está presente.” Orlando Gomes

A obrigação no sentido que vamos estudar, é uma relação jurídica (liame, que nos une a nosso semelhante), ninguém, em sociedade, prescinde desse instituto. A todo instante em nossa vida, por mais simples que seja a atividade do indivíduo, compramos ou vendemos, alugamos ou emprestamos, doamos ou recebemos doação, enfim contraímos uma obrigação; você faz algo em prol de alguém, recebendo, na maioria das vezes, algo em troca.

Estudaremos a obrigação jurídica – que lhe dá a garantia de coerção no cumprimento que depende de uma lei, de um contrato, etc. E não as obrigações morais, religiosas ou de cortesia.

1.1 Conceito de Direito das Obrigações

É o ramo do direito que regula o complexo das relações de direito patrimonial e que têm por objetivo fatos ou prestações de uma pessoa em relação à outra (credor e devedor).

1.2 Esboço Histórico

A noção de obrigação surgiu com o caráter coletivo, quando todo grupo empreendeu negociações e estabeleceu o comércio. O desenvolvimento de tal prática passou da obrigação coletiva para a individual, mas sempre tendo um caráter punitivo na hipótese de descumprimento do avençado.

No Direito Romano, em razão da vinculação das pessoas, o devedor respondia com o próprio corpo pelo cumprimento da obrigação.

Com o surgimento da Lex Poetelia Papiria, de 428 a.C., foi abolida a execução sobre a pessoa do devedor, deslocando-a para os seus bens.

Idade Média: imperava o Direito Canônico e a obrigação tinha a mesma estrutura que no direito romano. Sacramentalização da obrigação. Pacta sunt servanta.

Nessa evolução, o Direito Obrigacional passou por diversas transformações, acompanhando a expansão da economia, o desenvolvimento do comércio, a Revolução Industrial e a recente evolução tecnológica.

1.3 Distinção entre Direito Obrigacional (Pessoal) e Direito Real.

Direitos reais: definem-se como o poder jurídico, direto e imediato do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. O sujeito passivo do direito real é toda a coletividade que deve abster-se de violá-lo, sendo de caráter erga omnes.

Direitos obrigacionais (pessoais): Relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. No direito das obrigações somente se vinculam aqueles que fizeram parte do que contrataram e anuíram para comprometer-se a prestar ou exigir algo.

Relação Jurídica Obrigacional: Sujeito Ativo (credor) ----- relação jurídica obrigacional ----- Sujeito Passivo (devedor) Relação Jurídica Real: Titular do Direito Real ------------relação jurídica real------------ Bem/Coisa

Direito Pessoal ou Obrigacional Direito Real

Vincula somente pessoas Estabelece relação entre o titular e a coisa

É direito relativo É direito absoluto (erga omnes)

Tem dois sujeitos (ativo e passivo) e a prestação (objeto de relação)

Um só titular, que exerce seu poder sobre a coisa objeto de seu direito de forma direta e imediata

Concede direito a uma ou mais prestações efetuadas por uma pessoa Concede o gozo e a fruição de bens

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Caráter transitório Tem um sentido de inconsumibilidade, de permanência

Tem apenas garantia geral do patrimônio do devedor (execução), não podendo escolher em quais bens recairão a satisfação de seu crédito.

Possui direito de sequela

São ilimitadas, se apresentam com um número indeterminado São numerus clausus, só os considerados na lei.

1.4 Conceito de Obrigação

“A obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio.” (Washington de Barros Monteiro).

“Obrigação é a relação transitória de direito, que nos constrange a dar, a fazer ou não fazer alguma coisa economicamente apreciável em proveito de alguém, que, por ato nosso ou de alguém conosco juridicamente relacionado, ou em virtude de lei, adquiriu o direito de exigir de nós essa ação ou omissão.” (Clóvis Beviláqua)

“Obrigação caracteriza-se como o vínculo jurídico transitório entre credor e devedor cujo objeto consiste numa prestação patrimônial de dar, fazer ou não fazer.” (Wikipédia)

UNIDADE II – FONTE DAS OBRIGAÇÕES

São fatos jurídicos que dão margem à criação, ao surgimento das obrigações.Fatos Jurídicos – são acontecimentos em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações

jurídicas. Podem ser: Natural – fenômeno natural que produz efeito jurídico (nascimento, morte, abandono do álveo, caso fortuito, força

maior)Humano (depende da vontade) – ato jurídico propriamente dito e negócio jurídico.

1) Natural – ou propriamente dito Fatos jurídicos 2) Humano 2.1) ato jurídico *propriamente dito ou stricto sensu

* negócio jurídicoDiferentemente das fontes do direito, de onde nascem os preceitos e as normas gerais e abstratas que regem a vida de

todos na sociedade, as fontes das obrigações surgem de relações concretas que dizem respeito ao sujeito ativo e passivo dessas relações, constituindo o fato que dá origem à obrigação e podem ser divididas em fontes mediatas (condição determinante do nascimento das obrigações) e imediatas (causa eficiente das obrigações).

São fontes de obrigações: Contrato Declaração unilateral de vontade Ato ilícito Lei

Fernando Noronha1 atesta: “Pode-se afirmar que a lei ao mesmo tempo é fonte de todas as obrigações, e não é fonte de nenhuma. Com isto quer-se dizer que todas as obrigações estão amparadas pela lei, mas que a fonte imediata, direta, de cada obrigação da vida real é um certo determinado caso concreto, (...) entre a norma e a obrigação está sempre a verificação de uma situação de fato.”

Segundo Maria Helena Diniz, Silvio Venosa, Pablo Stolze, dentre outros, a lei é a fonte primária ou imediata de todas as obrigações, posto que é ela que dá significação às relações Jurídicas. Já as fontes mediatas são: a) A vontade humana, que pode decorrer de uma conjunção de vontades (contrato) ou de uma manifestação unilateral de vontade (declaração unilateral de vontade); b) Os atos ilícitos; c) A lei.

1 Noronha, Fernando. Tripartição fundamental das obrigações – Jurisprudência Catarinense – Florianópolis – V. 72 – pág. 93.2

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UNIDADE III - ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL

As partes na relação obrigatória (sujeitos - elemento pessoal ou subjetivo) A prestação (objeto - elemento material) O vínculo jurídico

3.1 As Partes

Elemento subjetivo da obrigação.Sujeito ativo – credor – pode exigir o cumprimento da obrigação ou a execução – art. 331 CC.

Sujeito passivo – devedor

Características do elemento subjetivo: Duplicidade ou dualidade Transmissibilidade ou Mudança subjetiva (ou seja, os sujeitos originais da obrigação podem mudar). Determinabilidade (partes determinadas ou determináveis)

Exceções: - Obrigações personalíssimas - O sujeito (ativo ou passivo) pode ser indeterminado quando da constituição da obrigação ou no momento do pagamento – art. 335 CC

Auxiliares: não tem a condição de sujeitos, mas cooperam ajudando-os. São eles:I - Os representantes II - Os mensageirosIII - Os auxiliares executivos

3.2 Objeto* Imediato ou direito – a prestação* Mediato ou remoto – é o bem material que se insere dentro da prestação (Venosa)Características do elemento objetivo (prestação):

Licitude (104 e 166, II, CC). Possibilidade física ou material (166, II, CC). Possibilidade jurídica (CC, art. 426). Determinado ou Determinável Patrimonialidade - a obrigação tem que ter valor econômico.

3.3 Vínculo jurídico Consiste no dever do sujeito passivo de satisfazer a prestação e o correlato direito do credor de exigir judicialmente o

seu cumprimento, investindo contra o patrimônio do devedor, visto que o mesmo fato gerador do débito produz a responsabilidade.

Teoria monista – o vínculo era um elo simples, um exigia o cumprimento e o outro devia pagamento. Teoria dualista da obrigação – o vínculo se subdivide em dois elementos (em duas fases).

Elementos que compõem seu conceito: 1. Dívida (debitum - shuld) 2. Responsabilidade (obligatio – haftung)

3.3.1 Obrigação X Responsabilidade

A obrigação é extinta pelo seu cumprimento, não ocorrendo tal ação o devedor se torna inadimplente. Neste caso a satisfação do interesse do credor se alcançara pela movimentação do Poder Judiciário, buscando-se no patrimônio do devedor o valor necessário para a composição do dano decorrente.

Assim, a relação jurídica obrigacional resulta da vontade humana ou da vontade do Estado, por intermédio da lei, e deve ser cumprida voluntariamente. Quando tal fato não acontece, surge a responsabilidade, que tem como garantia o patrimônio do devedor.

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“Embora os dois conceitos – obrigação e responsabilidade – estejam normalmente ligados, nada impede que haja uma obrigação sem responsabilidade ou uma responsabilidade sem obrigação”. (Arnoldo Wald)

Débito sem responsabilidade: dívida prescrita e dívida de jogoResponsabilidade sem débito: fiança

“Schuld” e “Haftung” Em alemão, “Schuld” pode significar culpa ou débito. “Haftung”, por sua vez traduzem responsabilidade. No Direito

Civil, a palavra Schuld identifica-se com o débito e Haftung com a responsabilidade. “Normalmente, débito e responsabilidade se verificam conjuntamente na mesma pessoa do devedor, mas é

perfeitamente possível que a responsabilidade seja de outro sujeito que não o devedor, como nos casos de fiança, de aval, de direitos reais de garantia (hipoteca, penhor, anticrese)” GUILHERME C. N. DA GAMA.

UNIDADE IV – CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

4.1. QUANTO À ÁREA JURÍDICA

Obrigações civis e obrigações comerciaisO atual Código Civil unificou as obrigações civis com as obrigações comerciais, passando ambas a integrar em seu

texto assuntos pertinentes as duas matérias.

4.2. OBRIGAÇÕES CONSIDERADAS EM SI MESMAS

4.2.1 Em relação ao seu vínculo:Obrigação moral, obrigação civil e obrigação natural

4.2.2 De natureza mistaPropter rem

4.2.3 Quanto à natureza de seu objeto:- Positivas: obrigação de dar e obrigação de fazer- Negativas: obrigação de não fazer

4.2.4 Em atenção à sua liquidez:Obrigação líquida e obrigação ilíquida

4.2.5 Quanto ao modo de execução: Obrigação simples, cumulativa ou conjuntiva; obrigação alternativa e obrigação facultativa

4.2.6 Quanto ao tempo de adimplemento:Obrigação momentânea, instantânea, transitória ou transeunte e obrigação de execução continuada, contínua,

periódica, duradoura ou de trato sucessivo.

4.2.7 Quanto aos elementos acidentais:Pura e simples, condicional, modal e a termo

4.2.8 Em relação à pluralidade ou não de sujeitos:Fracionárias, conjuntas, disjuntivas, divisíveis, indivisíveis e solidárias

4.2.9 Quanto ao fim ou conteúdo:Obrigações de meio; de resultado e de garantia

4.3. OBRIGAÇÕES RECIPROCAMENTE CONSIDERADASObrigação principal e acessória

4.2. OBRIGAÇÕES CONSIDERADAS EM SI MESMAS

4.2.1 Em relação ao seu vínculo:

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- OBRIGAÇÃO MORALÉ mero dever de consciência. O Direito não lhe reconhece qualquer prerrogativa. O cumprimento de uma obrigação

moral constitui, sob o prisma jurídico, uma simples questão de princípios, sem qualquer juridicidade.

- OBRIGAÇÃO CIVILSão as obrigações, que possuem todos os seus elementos constitutivos (vínculo, partes, objeto). Elas apresentam os

dois elementos do vínculo jurídico: débito e responsabilidade.

- OBRIGAÇÃO NATURALAs obrigações naturais são obrigações INCOMPLETAS ou IMPERFEITAS (não possuem todos os elementos

constitutivos da obrigação), que apresentam como características essenciais as particularidades de não serem judicialmente exigíveis, mas se forem cumpridas EXPONTANEAMENTE, ter-se-á por válido o pagamento, que não poderá ser repetido.

CC. art. 882, 1ª parte Art. 814/815 CC

- Características Não é obrigação moral Não há ação que garanta o direito Se for cumprida espontaneamente por pessoa capaz, ter-se-á a validade do pagamento O credor natural pode reter o pagamento

- Natureza Jurídica As obrigações naturais são DEVERES MORAIS ou SOCIAIS JURIDICAMENTE RELEVANTES.

4.2.2 De natureza mista ou híbrida

- OBRIGAÇÕES “PROPTER REM”

Também chamada de “ob rem” ou simplesmente “in rem”.

Conceito: trata-se de uma obrigação acessória, de natureza mista, originária e unida a um direito real, acompanhando-o e transmitindo-se com este.

OBS: não se confunde obrigação propter rem com obrigação de eficácia real. Esta última traduz uma prestação com oponibilidade erga omnes (ex: locação registrada no cartório de imóveis - art. 8º da Lei nº 8.245/91).

- Natureza Jurídica

Acessória mista de direito real e direito pessoal, de fisionomia autônoma.

- Exposição dos pontos pacíficos pelos doutrinadores:

Maria Helena Diniz Sílvio Rodrigues Sílvio Venosa

" vinculação a um direito real, ou seja, a determinada coisa de que o devedor é proprietário ou possuidor";

- "ela prende o titular de um direito real, seja ele quem for, em virtude de sua condição de proprietário ou possuidor";

- "trata-se de relação obrigacional que se caracteriza por sua vinculação à coisa";

- "possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real, renunciando o direito sobre a coisa";

- "o devedor se livra da obrigação pelo abandono do direito real";

- "o nascimento, a transmissão e a extinção da obrigação propter rem seguem o direito real, com uma vinculação de acessoriedade";

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- "transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação recairá sobre o adquirente".

- "a obrigação se transmite aos sucessores a título singular do devedor".

- "sua eficácia perante os sucessores singulares do devedor confere estabilidade ao conteúdo do direito".

- Aplicação

Art. 1315 do Código Civil Art. 1297, § 1º do Código Civil Art. 1383 do Código Civil Art. 1280 do Código Civil Arts. 1277 e 1313 do Código Civil (D. De Vizinhança)

Jurisprudência

4.2.3 Quanto à natureza de seu objeto:

Positivas:

- OBRIGAÇÃO DE DARConsiste na obrigação de entregar alguma coisa. Divide-se em obrigação de dar coisa certa (caracteriza-se por se

referir a um objeto perfeitamente determinado, que se considera em sua individualidade) e obrigação de dar coisa incerta (caracteriza-se por ter objeto indeterminado, mas determinável, que deve, ao menos, ser indicado pelo gênero e quantidade). A distinção entre obrigação de dar coisa certa ou incerta, entretanto, é de duração limitada. A obrigação de dar ainda se divide, em obrigação de dar propriamente dita (a entrega da coisa visa à transferência do domínio ou de outros direitos reais sobre a coisa) e obrigação de restituir (envolve uma devolução, eis que o devedor, tendo recebido coisa alheia, encontra-se obrigado a restituí-la, pois o credor é o proprietário do bem).

I - Regras pertinentes à obrigação de dar coisa certa: a) O credor de coisa certa não está obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa. (Art. 313)b) Abrangência dos acessórios (Art. 233 do CC)c) Perda da coisa (Art. 234 do CC)d) Deterioração da coisa (Arts. 235 e 236 do CC)e) Melhoramentos e acrescidos sobrevindos à coisa antes da tradição (Art. 237 do CC)f) Perda da coisa, na obrigação de restituir coisa certa (Art. 238 e 239 do CC)g) Deterioração da coisa, na obrigação de restituir coisa certa (Art. 240 do CC)Obs.: A atribuição dos riscos, pela perda ou deterioração da coisa, nas obrigações de dar coisa certa, resolve-se pela

aplicação da regra res perit domino, ou seja, o dono é quem sofre os prejuízos pela perda ou deterioração da coisa. Isto, quando não for o devedor o culpado pela deterioração ou perda.

h) Melhoramentos e acréscimos sobrevindos à coisa restituível (Art. 241 do CC)i) Melhoramentos e acrescidos (cômodos) sobrevindos à coisa restituível (Art. 242 do CC)j) Frutos, no caso de obrigação de restituir coisa certa (Art. 242 do CC)

II - Regras pertinentes à obrigação de dar coisa incerta: a) Riscos pelo perecimento ou deterioração (Arts. 246 do CC)b) Individualização da coisa c) A quem compete fazer a escolha (Arts. 244, 342 do CC) d) Como se deve fazer a escolha (Arts. 244, do CC)

- OBRIGAÇÃO DE FAZER“É a que vincula o devedor a prestação de um serviço ou ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em

beneficio do credor ou de terceira pessoa" (MHD). Divide-se em obrigação de fazer fungível (a prestação pode ser realizada indiferentemente pelo devedor ou por

terceira pessoa) e obrigação de fazer infungível (a prestação somente pode ser realizada pelo devedor, eis que é intuitu personae).

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Conseqüências do inadimplemento: I - Impossibilidade da prestação II - Inadimplemento voluntário (CC art. 249, parágrafo único). III - Da obrigação de emitir declaração de vontade (CPC art. 466, A, B e C)

Negativas:- OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER

“É aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de um fato, que poderia praticar, não fosse o vinculo que o prende" (Silvio Rodrigues).

- Inadimplemento da obrigação de não fazer

- Art. 251, parágrafo único do CC

4.2.4 Em atenção à sua liquidez:- OBRIGAÇÃO LÍQUIDAConsidera-se líquida a obrigação certa, quanto a sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto.

- OBRIGAÇÃO ILÍQUIDAConsidera-se ilíquida aquela obrigação incerta quanto a sua quantidade e que se torna certa pela liquidação.

4.2.5 Quanto ao modo de execução: - SIMPLES

- Obrigações simples são as coexistentes numa só prestação, recaem somente sobre uma coisa.Libera-se o devedor entregando o objeto devido

art. 313 CC art. 356 CC

Silvio de Sávio Venosa afirma que quanto ao objeto a obrigação é simples quando a prestação importar em um único ato ou numa só coisa.

- CUMULATIVA OU CONJUNTIVAA obrigação é cumulativa ou conjuntiva quando mais de uma prestação é devida conjuntamente.Nessas obrigações, há duas ou mais prestações que deverão ser realizadas totalmente.

- OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA (DISJUNTIVA)a) Conceito:Obrigação alternativa é aquela que fica cumprida com a execução de qualquer das prestações que formam seu objeto.

O objeto é ligado pela partícula “ou”.

b) Características Seu objeto é plural ou composto, pluralidade de prestações As prestações são independentes entre si Concedem um direito de opção, pode estar a cargo do devedor, do credor ou de um 3º Feita a escolha, a obrigação se concentra na prestação escolhida Exoneração do devedor mediante realização de uma única prestação.

c) Concentração O ato da escolha não se reveste de forma especial (art. 107 CC).

Concentração normal Concentração extraordinária

d) Efeito da escolha

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O princípio dominante nas obrigações alternativas é que a escolha é irrevogável e indivisível. Art. 252, § 1º CC Art. 314 CC

- OBRIGAÇÃO FACULTATIVAÉ aquela que tem por objeto uma única prestação (ob. principal), mas confere somente ao devedor a faculdade de

substituir essa prestação por outra, prevista na avença com caráter subsidiário. Art. 1234 do CC Regem-se pelos mesmos dispositivos concernentes as obrigações simples.

DIFERENÇA COM OUTROS INSTITUTOSDAÇÃO EM PAGAMENTO

(datio insolutum)OBRIGAÇÃO FACULTATIVA

É imprescindível a concordância do credor A faculdade é do devedor

a substituição do objeto do pagamento ocorre posteriormente ao nascimento da obrigação

Possibilidade de substituição participada na raiz do contrato

Obrigação facultativa Obrigação alternativaHá uma prestação principal e outra acessória. Se a obrigação principal é nula, fica Sem efeito a obrigação acessória.

As duas ou mais prestações estão no mesmo nível. Desaparecendo uma prestação, não extingue a obrigação.

Há exercício de uma opção. Há concentração.Unidade de objetos ao contrair a obrigação Pluralidade de objetos ao contrair a obrigação.

A escolha é sempre do Devedor. Ex: obrigo-me a entregar açúcar, sendo que se me convier, poderei substituí-la por café

A Escolha é do devedor, do credor, ou de Terceiro. EX: Devo milho Ou Feijão, o Devedor Realiza A Obrigação elegendo uma das duas Obrigações.

É a prestação principal que determina a natureza do contrato.

4.2.6 Quanto ao tempo de adimplemento:

- MOMENTÂNEA, INSTANTÂNEA, TRANSITÓRIA OU TRANSEUNTESe consuma num só ato em certo momento.

- DIFERIDARealização futura

- DE EXECUÇÃO CONTINUADA, CONTÍNUA, PERIÓDICA, DURADOURA OU DE TRATO SUCESSIVOCaracteriza-se pela pratica ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se num espaço mais ou menos longo de tempo. A obrigação é única, existindo porem vários créditos, cada qual com sua própria prestação.

4.2.7 Quanto aos elementos acidentais:

- PURA E SIMPLES

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Aquela que não se encontra sujeita a condição, termo ou encargo.

- CONDICIONALSe sua eficácia estiver sujeita a condição.

Arts. 121 a 130 do CC

- A TERMOSe seus efeitos estiverem sujeitos a termo.

Arts. 131 a 135 do CC

- MODALSe estiver sujeita a encargo.

Arts. 136 e 137 do CC

4.2.8 Em relação à pluralidade ou não de sujeitos:

- DIVISÍVEIS "Obrigação divisível é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância e de

seu valor" (Maria Helena Diniz). Art. 257 do CC Art. 87 e 88 do CC

- INDIVISÍVEIS"Obrigação indivisível é aquela cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro, não comportando sua cisão em várias

obrigações parceladas distintas, pois, uma vez cumprida parcialmente a prestação, o credor não obtém nenhuma utilidade ou obtém a que não representa a parte exata da que resultaria do adimplemento integral" (Maria Helena Diniz).

Arts. 258 a 263 do CC

- SOLIDÁRIAS"Obrigações solidárias são aquelas com pluralidade de credores ou devedores, cada um com direito ou obrigado ao

total, como se houvesse um só credor ou devedor" (Arnoldo Wald). Art. 264 do CC Solidariedade ativa, passiva e mista ou recíproca.

- Características: a) pluralidade de sujeitos ativos e/ou passivos; b) multiplicidade de vínculos;c) unidade de prestação;d) co-responsabilidade dos interessados. - Regras gerais: a) Não presunção da solidariedade (art. 265 do CC)b) Variabilidade do modo de ser da obrigação na solidariedade (art. 266 do CC)

Obs: alguns autores, como Silvio Venosa e Guilhermo Borda, diferenciam obrigação solidaria de obrigações in solidum. Esta última é aquela em que os devedores encontram-se vinculados pelo mesmo fato, não havendo necessária solidariedade entre eles. Ex: Incendiário e a seguradora.

- Solidariedade ativa Arts. 267 a 274 do CC Ex: de solidariedade ativa convencional é a que se estabelece entre os correntistas em conta corrente conjunta

(REsp. 708. 612/RO).

- Solidariedade passiva Arts. 275 a 285 do CC

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existe entendimento no STJ (REsp 577.902/DF) no sentido de que há solidariedade entre o proprietário e o condutor do veículo pelo fato da coisa.

não se pode confundir remissão com renúncia à solidariedade (art. 277 e 282 do CCB). Enunciado 349 da IV JDC 349 – “Art. 282. Com a renúncia da solidariedade quanto a apenas um dos devedores solidários, o credor só poderá cobrar do beneficiado a sua quota na dívida; permanecendo a solidariedade quanto aos demais devedores, abatida do débito a parte correspondente aos beneficiados pela renúncia.”

4.2.9 Quanto ao fim ou conteúdo:- DE MEIO

Aquela em que o devedor se compromete apenas em atuar com diligência e zelo normais na prestação de serviço, a fim de alcançar determinado resultado, sem se vincular a obtê-lo.

- DE RESULTADOAquela em que o credor tem a faculdade de exigir determinado resultado do devedor, sem o que ocorrerá o

inadimplemento da obrigação.

OBS: - O cirurgião plástico reparador assume obrigação de meio; ao passo que o estético de resultado (Agr. Reg. no REsp. 256.174/DF).

- A maioria da jurisprudência entende que a cirurgia de miopia a laser é obrigação de meio, e não de resultado (TJMG AP. Civil, 1070701044481-8/001)

- DE GARANTIAVisa à eliminação de risco, que pesa sobre o credor.

4.3. OBRIGAÇÕES RECIPROCAMENTE CONSIDERADAS- PRINCIPALÉ a obrigação que tem vida própria e independente de qualquer outra.

Art. 92 do CC Art. 184 do CC Art. 233 do CC.

- ACESSÓRIAÉ aquela cuja existência supõe a da principal.

UNIDADE V – TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

1- Cessão de crédito (arts. 286 a 298 C.C.)

1.1. Conceito – conforme Sílvio Rodrigues “a cessão de crédito é o negócio jurídico, em geral de caráter oneroso, pelo qual o sujeito ativo (cedente) de uma obrigação a transfere à terceiro (cessionário), estranho ao negócio original, independentemente da anuência do devedor”.

É um negócio jurídico em que o credor transfere a um terceiro seu direito. É apenas uma substituição de credor. A obrigação é a mesma e continua com os acessórios. A cessão pode ser total ou parcial. Pode ocorrer a título gratuito ou oneroso.

OBS: o crédito não poderá ser cedido em três situações:

a) quando a natureza do direito o impedir (alimentos);

b) se houver proibição de lei (ex: art. 1749, III, CC - Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.)

c) quando houver cláusula proibitiva (pacto de non cedendo) - a cláusula proibitiva somente terá eficácia, em respeito ao princípio da eticidade, se constar do título da obrigação.

1.2 - A posição do devedor

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Não faz parte do negócio jurídico – é alheio ao negócio jurídico, mas deve tomar conhecimento do ato para efetuar o pagamento (pode ser notificado pelo cedente ou cessionário – art. 290, 1ª parte C.C.). No instante em que for notificado, o devedor deve opor tanto ao cedente como ao cessionário, as exceções que lhe competirem.

1.3- Natureza jurídicaÉ de natureza jurídica contratual; contrato consensual que poderá ser por instrumento público ou particular. Pode ser

gratuita, assemelhando-se a uma doação, ou onerosa, assemelhando-se à compra e venda.

1.4- Requisitos Objeto lícito (art.286 C.C.), capacidade e legitimação

1.5 - Modalidades: -Convencional -Judicial e legal-Total ou parcial-A titulo gratuito ou oneroso. -Pro soluto - quando o cedente, após a transferência, deixa de ter qualquer responsabilidade pelo crédito, afora a sua

existência (regra geral) -Pro solvendo - quando o cedente continua responsável pelo pagamento do crédito, caso o cedido não o faça.

1.6 – Forma: A forma é livre, bastando a manifestação da vontade, visto que o contrato de cessão de crédito é consensual e não solene. Contudo, para produzir efeitos quanto a terceiros, o contrato só prevalecerá se for solene (art. 288)

2 - Assunção de dívida - cessão de débito – 299 a 303 C.C.

2.1 - Conceito - é um negócio jurídico aonde aconteceu a substituição do devedor com expresso consentimento do credor e dos garantes do débito. (art. 299 do CC)

- Peculiaridade: O novo devedor assume uma obrigação que não foi contraída por ele.* A assunção pode liberar o devedor primitivo ou mantê-lo preso à obrigação. Caso o devedor primitivo mantenha-se preso à obrigação, denominamos de Assunção Imperfeita, e caso haja a sua

liberação teremos a Assunção Perfeita.Para que o devedor primitivo seja solidário deve ser convencionado entre as partes (expressamente) – a solidariedade

não se presume.* As garantias especiais não acompanham a assunção – art. 300 do CC.Ex.: a fiança não admite a interpretação extensiva, bem como a hipoteca.

2.2 - Características- Negócio Jurídico de natureza contratual;- Bilateral ou plurilateral;- De forma livre;- Objeto – dívidas presentes ou futuras.

2.3 - Efeitos- Pressupõe a pré-existência de uma obrigação, que subsiste.- Substituição da figura do devedor com ou sem seu consentimento- Extinção das garantias especiais

2.4 - Espécies Delegação: Por acordo entre um terceiro (novo devedor) e o devedor primitivo, com expresso consentimento

do credor. Expromissão: Por acordo entre o terceiro (novo devedor) e o credor, com ou sem o consentimento do devedor. Liberatória Cumulativa

3 - Cessão de Contrato ou Cessão de Posição Contratual

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3.1 - Conceito- é um negócio jurídico em que uma das partes, o cedente, com consentimento do outro contratante, ou seja, o cedido, transfere sua posição para um terceiro (cessionário).

A Cessão de Contrato realiza a forma mais completa de substituição na relação obrigacional.

* Em regra geral, é necessário o consentimento do cedido.

3.2 - Teorias explicativas da cessão de contrato:

1) teoria da decomposição (ou atomística – doutrina da decomposição): para esta corrente a cessão de contrato não seria global, única, mas sim, várias cessões de crédito e débito reunidas.

2) teoria unitária: defendida por Pontes de Miranda e Antunes Varela. Esta teoria diferentemente afirma que a cessão de contrato se dá globalmente, de forma unitária em um único ato. Na cessão de contrato a anuência da outra parte é condição de eficácia para o ato.

Obs: a regra geral do sistema é no sentido de que a instituição financeira especialmente no âmbito do sistema imobiliário, deve anuir na cessão de contrato (Ag. Reg. no REsp 934989/RJ). Mas, excepcionalmente, a lei 10.150/00, nos termos e nas condições de seu art. 20 admite a cessão sem a anuência da parte contrária (contrato de gaveta) – ver REsp 653415/SC.

3.3 - Natureza jurídicaContratual: é um conjunto de cessão de créditos e assunção de dívidas. A cessão em si constitui um contrato típico,

quem tem por finalidade transferir outro contrato. O contrato transferido, que constitui o objeto da cessão, chama-se contrato-base.

3.4 - Categorias- cessão de contrato com liberação do cedente - cessão de contrato sem liberação do cedente

3.5 - Efeitos-Entre o cedente e cessionário - o cedente é responsável pela existência do contrato, por sua validade e pela posição

que está cedendo. -Entre cedente e cedido – Com a transferência de sua posição contratual, sai o cedente da relação jurídica, mas as

partes podem manifestar em sentido contrário. -Entre cessionário e cedido – ambos passam a ser partes no contrato-base. O cessionário toma o lugar do cedente nos

direito e obrigações. O cedido só liberará de suas obrigações contratuais com o pagamento ao cessionário, após tomar conhecimento e anuir na cessão. O contrato pode ser cedido parcialmente cumprido. Todos os acessórios dos direitos conferidos pelo contrato também se transmitem ao cessionário. As garantias para o contrato, fiança, hipoteca, penhor, prestadas por terceiro necessitam do consentimento destes.

UNIDADE VI – EXECUÇÃO VOLUNTÁRIA E EXECUÇÃO FORÇADA DA OBRIGAÇÃO

O Pagamento – Solutio1. Conceito: ato do devedor ao credor que dá cumprimento ao acordo de vontades que originou a obrigação, nada

mais é então do que a execução do crédito. A execução da obrigação é o pagamento (toda vez que houver um cumprimento da prestação).

- Teoria do adimplemento substancial (D. Inglês) - esta doutrina sustenta que não se deve considerar resolvida a obrigação quando a atividade do devedor, embora não tenha atingido plenamente o fim proposto, aproxima-se consideravelmente do seu resultado final.

2. Natureza jurídica do pagamentoÉ um fato jurídico, sendo que respeitável parcela da doutrina (Caio Mário, Roberto de Ruggiero) afirmam que o

pagamento é um fato jurídico de natureza negocial. Assim, aplicam-se ao pagamento os defeitos do negócio jurídico.

3. Quem pode pagar (Solvens) – devedor, fiador, terceiro interessado (art. 304) e não interessado (art. 304, parágrafo único), avalista e herdeiro.

*O terceiro não interessado pode pagar em nome e por conta do devedor ou pagar em seu próprio nome (neste caso tem o direito de reeembolsar-se do que pagou).

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*Pode ocorrer que o devedor tenha justo motivo para não efetuar o pagamento e se surpreende ao ver que o terceiro se adiantou ao pagamento (art. 306).

*Pode ocorrer que tanto o credor como o devedor se oponham ao pagamento por terceiro. * O art. 307 trata de pagamento que importe em transmissão de domínio*O pagamento pelo devedor não é apenas uma obrigação, mas um direito seu. *Se a obrigação for personalíssima não terá a sua transmissão – o que interessa é que o próprio devedor execute a

obrigação – infungível. (obrigação de fazer ou não fazer).*A promessa de fato de terceiro (439 e 440 do CC)- Quando um terceiro se obriga a atos de outrem

4. A quem se deve pagar (Accipiens)O pagamento deve ser feito ao credor ou seu representante.*Quando do nascimento da obrigação, os contraentes podem estipular que o accipiens seja um terceiro. * Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a

presunção daí resultante (art. 311).* Pode se fazer o pagamento ao representante do credor

5. Credor putativo ou aparente (art. 309)Supõe-se ser uma pessoa legítima para receber o crédito (acredita-se estar fazendo o pagamento ao único herdeiro, por

exemplo). Neste caso, se o devedor a ele efetuar o pagamento, este será válido se o devedor estiver de boa-fé e ignorar por completo a situação.

*A lei condiciona a validade do pagamento ao fato de o accipiens ter a aparência de credor e estar o solvens de boa-fé.

6. Quando o pagamento feito a terceiro desqualificado será válidoa) Art. 308 – ratificação de recebimento pelo credorb) Art. 308 - 310 – prova de que o pagamento se reverteu em benefício do credor c) Credor putativo

7. Pagamento feito ao inibido de receber Art. 310 - Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em

benefício dele efetivamente reverteu. Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele

oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

Também estará inibido de receber e quitar o devedor falido desde o momento de abertura da falência

8. Objeto do pagamento – arts. 313 a 318 O pagamento deve compreender, como objeto, o que foi acordado (art. 313 e 314).

* A estipulação de pagamento em moeda estrangeira não é possível, salvo se houver permissão legal – art. 318. A moeda representa um elemento da soberania nacional.

- Teoria da imprevisão do contrato – art. 317- Clausula da escala móvel – art. 316

9. Prova do pagamento (quitação – arts. 319 a 324): prova é a demonstração material de um fato, ato ou negócio jurídico. - observar a regra do art. 320 – documento que libera o devedor do vínculo obrigacional. - Prova do pagamento pela entrega do título (art. 321 e 324)- Perda ou extravio do titulo representativo da obrigação (art. 321).

* Observar as normas dos arts. 322, 323 e 324 C.C.

10. Pagamento em cotas sucessivas, periódicas (art. 322)

11. Dos Juros ante a quitação do capital - art. 323 - São acessórios do principal.*Presunção iuris tantum – presunção relativa – admite prova em contrário (uma corrente) – se recebeu o principal não

quer dizer que tenha recebido o juro.

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*Presunção iuris et de jure – presunção absoluta – se recebeu o principal, não pode reclamar o juro (outra corrente) não admite prova em contrário.

12. Despesas com o pagamento e quitação Art. 325 – devedor.13. Pagamento por medida, ou peso Art. 326 – Silêncio das partes - os do lugar da execução.

14. Do lugar do pagamento-Em princípio o pagamento deve ser feito no domicílio do devedor (dívida quesível- quérable) – Art. 327- Pode constar expressamente no contrato, a obrigação do devedor levar o débito no domicílio do credor ou onde esse

indicar (dívida portável- portable)

Local alternativo – se ficar designado dois ou mais lugares, o credor elege o que lhe for mais favorável. Art. 327, par. Único.

- Ver arts. 328, 329 330

15. Do tempo do pagamentoRegra geral - não pode o credor exigir o pagamento antes do vencimento do prazo.

16. Obrigações Puras e SimplesSe não houver nenhuma condição e nenhum vencimento, deverá ser satisfeita imediatamente. – Princípio da satisfação

imediata (art. 331 c/c 134)

17. Obrigações com prazo e condicionaisExecuções – por conveniência do devedor quando o prazo houver sido estabelecido em seu favor (art. 332 c/c 125,

127 e 128, CC).No caso do mútuo de dinheiro, não tendo sido estipulado o vencimento, o prazo legal para pagamento é de 30 dias (art.

592, II, CC).

ATENÇÂO - Antecipação do vencimento por disposição legal (art. 333).

FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

Do Pagamento em Consignação (art. 334 a 345 CC, 890 a 900, CPC)

Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais – art. 334.

Pela sistemática do CPC, art. 890, § 1º,tratando-se de obrigação em dinheiro, o devedor ou terceiro podem optar pelo depósito em estabelecimento bancário.

*A consignação é uma faculdade às mãos do devedor

Natureza jurídica Mista ou híbrida – porque está regulamentada tanto no CC quanto no CPC. A decisão judicial é que vai dizer se o

pagamento feito desse modo em juízo terá o condão de extinguir a obrigação.

Objeto Objeto que envolva uma obrigação de dar (art. 890) ou uma obrigação de fazer c/c obrigação de dar. No caso de

imóveis o depósito judicial é simbolizado pela chave. As obrigações de fazer e não fazer, devido sua própria natureza, não permitem consignação.

Obrigações ilíquidas não podem ser objeto de consignação, enquanto não se tornarem líquidas.Se a coisa for consumível não é possível o depósito judicial. (desde que se deteriore em pouco tempo).Hipóteses - Art. 335

Procedimento

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Arts. 890 a 900 do CPC.A pretensão de consignar nasce no momento de vencimento da obrigação. A lei não estabelece até quando após o

vencimento pode ser utilizada a consignação. Se o depósito for insuficiente, permite-se ao autor que o complemente.

Requisitos de validade - Art. 336

Levantamento do depósito -A arts. 338 a 340

Consignação de coisa certa e incerta - Arts 341 e 342

Despesa da consignação - Art. 343

Possibilidade de o credor ajuizar a consignatória - Art. 345.

DO PAGAMENTO POR SUB-ROGAÇÃO – arts. 346 a 351

Conforme esclarece Washington de Barros Monteiro, em sentido amplo, sub-rogar é colocar uma coisa no lugar da outra (sub-rogação real – art. 1911 e 1.659, II do CC), ou uma pessoa no lugar da outra (sub-rogação pessoal). É desta última espécie que ora trataremos.

Assim, “sub-rogação é a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação, ou emprestou o necessário para solvê-la” (Clóvis Beviláqua, citado por Washington de Barros Monteiro).

I - Modalidades:a) Sub-rogação legal (346 do CC) - é a imposta por lei, nos seguintes casos:- do credor que paga a dívida do devedor comum; - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento

para não ser privado de direito sobre imóvel;- do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

b) Sub-rogação convencional (347 do CC) - é a que decorre de acordo de vontades entre o credor e terceiro ou entre o devedor e terceiro, desde que tal convenção seja contemporânea do pagamento, e expressamente declarada, pois, se o pagamento é um ato liberatório, a sub-rogação não se presume (MHD). Ocorre nos seguintes casos:

- quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. Nesta hipótese, vigoram as disposições pertinentes à cessão de crédito;

- quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

II - Efeitos:1º) efeito translativo - transferência ao novo credor de todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo em

relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. Na sub-rogação convencional, entretanto, as partes poderão estabelecer restrições a alguns desses direitos;

2º) efeito liberatório - exoneração do devedor ante o credor originário;3º) na sub-rogação legal, o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma, que

tiver desembolsado para desobrigar o devedor;4º) o credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida, se os bens do

devedor não chegarem, para saldar inteiramente o que a um e outro dever.

DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO (art.352 a 355 C.C.)

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Álvaro Villaça: trata-se da determinação feita entre dois ou mais débitos da mesma natureza líquidos e vencidos devidos a um só credor.

I - Requisitos:a) existência de dualidade ou pluralidade de dívidas;b) identidade de credor e de devedor;c) igual natureza dos débitos;d) suficiência do pagamento para resgatar qualquer das dívidas.

II - Espécies:a) imputação do pagamento feita pelo devedor ou terceiro, nos casos em que tiver direito de fazê-la. É possível

apenas se referir-se a débitos líquidos e vencidos, salvo consentimento do credor. O devedor encontra duas limitações ao proceder a tal imputação: 1ª) havendo capital e juros, o pagamento se imputará primeiro nos juros vencidos e, depois, no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital; 2ª) se a dívida for de montante superior ao pagamento oferecido, não pode o devedor nela imputar o pagamento.

b) imputação do pagamento feita pelo credor - quando o devedor não declara em qual das dívidas pretende imputar o pagamento. Aceita a quitação de uma delas pelo devedor, este não poderá reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo se provar haver ele cometido violência, ou dolo.

c) imputação do pagamento feita pela lei - quando nenhuma das partes procede à imputação do pagamento. Assim, se o devedor não fizer a imputação, e se a quitação for omissa quanto a ela, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.

III - Efeitos: extinção do débito a que se refere, com todas as garantias reais e pessoais.

DAÇÃO EM PAGAMENTO- datio in solutum (arts. 356 a 359)

1. CONCEITO - consiste na entrega pelo deve2. dor, a título de pagamento, de um objeto que não é devido (estipulado) no vínculo obrigacional, mediante a aceitação

do credor. Pode consistir na substituição de dinheiro por coisa (rem pro pecuni), também de uma coisa por outra (rem pro re), assim como a substituição de uma coisa por uma obrigação de fazer.

2 - REGRAS DA DAÇÃO:arts. 356 a 359.

3 - REQUISITOS- Animus solvendi- A coisa dada em pagamento deve ser diferente do objeto da prestação original.- O credor deve concordar com a substituição.- Não há necessidade de equivalência de valor na substituição.

*A dação em pagamento com títulos de crédito – aplicação das regras de cessão de crédito (art. 358).*O representante necessita de poderes especiais para dar esse tipo de quitação, que foge ao exato cumprimento da

obrigação. O mandatário com poderes gerais não poderá aceitá-la.

- NATUREZA JURÍDICATrata-se de um negócio jurídico bilateral, oneroso e real.

- RESPONDE O ALIENANTE PELA EVICÇÃO – art. 359.

- EQUIPARAÇÃO À COMPRA E VENDA - aplicam-se todas as regras atinentes ao negócio, suas questões de nulidade e anulabilidade (art. 357)

*O art. 357 incide tanto se o bem objeto da dação for móvel quanto se for imóvel.*Se o objeto não for pecuniário e houver substituição por outra coisa, a analogia é com a troca ou permuta.

UNIDADE VII – NOVAÇÃO, COMPENSAÇÃO, CONFUSÃO, REMISSÃO

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1 - DA NOVAÇÃO (art.360 a 367 do C.C.)

“Ato que cria uma nova obrigação, destinada a extinguir a precedente, substituindo-a” (Maria Helena Diniz).

I - Requisitos:a) existência de uma obrigação anterior, que se extingue com a constituição de uma nova, que a substitui. Não podem

ser objeto de novação obrigações nulas, extintas ou inexistentes, admitindo-se, entretanto, que tal modalidade extintiva se refira a obrigações simplesmente anuláveis, caso em que se terá a confirmação destas (art. 172 do CCB);

b) criação de uma obrigação nova, em substituição à anterior, que se extinguiu;c) elemento novo, que pode se referir ao objeto ou aos sujeitos;d) animus novandi, expresso ou tácito, mas inequívoco - não havendo ânimo de novar, a segunda obrigação confirma

simplesmente a primeira;e) capacidade e legitimação das partes.

II - Espécies:a) objetiva ou real Quando há alteração no objeto da relação obrigacional;

b) subjetiva ou pessoal Quando há alteração no que tange aos sujeitos da relação obrigacional. Pode ser passiva (quando a pessoa do devedor

se altera) ou ativa (quando a pessoa do credor se altera). A novação subjetiva passiva pode se dar por expromissão (ocorre quando um terceiro assume a dívida do devedor originário, substituindo-o sem o consentimento deste, desde que o credor concorde com tal mudança) ou delegação (a substituição do devedor é feita com o consentimento do devedor originário).

c) mista

III - Efeitos:1º) extinção da dívida anterior;2º) extinção dos acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário;3º) ineficácia da ressalva da hipoteca, anticrese ou penhor, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro, que

não foi parte na novação;4º) exoneração do fiador, se for feita sem o seu consenso com o devedor principal;5º) operada entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação

subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados;6º) se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este

obteve de má-fé a substituição.

Obs. A novação, assim como a renegociação da mesma dívida, a luz do princípio da função social, não impedem a rediscussão da validade do contrato (Súmula 286, STJ e Ag. Reg. No Ag. 801.930/SC).

Novação em obrigação natural – a doutrina majoritária entende quem pode ocorrer (art. 814, par.1º)

2 - DA COMPENSAÇÃO (art.368 a 380 do C.C.)Conceito: “Um modo de extinção especial das obrigações recíprocas, pelo qual duas obrigações existentes, em sentido

inverso entre as mesmas pessoas, extinguem-se até o montante da menor” (Planiol e Ripert, citados por Sílvio Rodrigues). Aliás, neste sentido, dispõe o Código Civil que “se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem”.

I - Espécies:a) legal - prevista no Código Civil, cujos efeitos operam de pleno direito, independente de convenção das partes.

Entretanto, não pode ser declarada de ofício pelo juiz, cabendo ao interessado alegá-la. O fato de a compensação processar-se por força de lei, implica nas seguintes conseqüências: é irrelevante o problema da capacidade das partes; a compensação retroage à data em que a situação de fato se configurou, inclusive quanto aos acessórios do débito;

b) convencional ou voluntária - decorrente de acordo das partes, que podem dispensar qualquer de seus requisitos. c) judicial

II - Requisitos (da compensação legal):17

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1º) reciprocidade de débitos - é indispensável que duas pessoas sejam, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra. Impõe-se observar as seguintes regras:

- terceiro não interessado poderá pagar, se o fizer em nome e por conta do devedor, porém não poderá compensar;- pessoa que se obriga por terceiro não poderá compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever;- Exceção - o devedor só pode compensar com o credor o que este lhe dever, mas o fiador pode compensar sua dívida

com a de seu credor ao afiançado;- o devedor que, notificado, nada opõe à cessão, que o credor faz a terceiros, dos seus direitos, não pode opor ao

cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente;

2º) liquidez das dívidas;

3º) exigibilidade atual das prestações;

4º) fungibilidade dos débitos; entretanto, embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato;

5º) a diferença da causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: se uma provier de furto ou roubo; se uma se originar de comodato, depósito, ou alimentos; se uma for de coisa não suscetível de penhora;

6º) não haver renúncia prévia de um dos devedores;

7º) não haver estipulação entre as partes excluindo a possibilidade de compensação;

8º) dedução das despesas necessárias à operação, quando as duas dívidas não forem pagáveis no mesmo lugar;

9º) observância das regras pertinentes à imputação do pagamento, havendo vários débitos compensáveis;

10º) ausência de prejuízo a terceiros. Assim, o devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste por terceiro, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.

Obs: - o STJ tem flexibilizado a proibição de compensação de débito alimentar, como podemos observar no REsp 982.857/RJ, julgado em 18/09/08.

- o STJ no Agr. Reg. No Agr. 353.291/RS apontou a impossibilidade de retenção de salário para efeito de compensação. Todavia, note-se que o empréstimo consignado é uma exceção admitida pelo próprio ordenamento jurídico.

3 - DA CONFUSÃO (art.381 a 383 do C.C.)Conceito: “É a reunião, em uma única pessoa e na mesma relação jurídica, da qualidade de credor e devedor”

(Silvio Rodrigues).I - Espéciesa) total ou própria - se diz respeito ao total da dívida;b) parcial ou imprópria - se diz respeito a apenas parte da dívida.II - Requisitos:a) unidade da relação obrigacional;b) união, na mesma pessoa, das qualidades de credor e devedor;c) ausência de separação dos patrimônios.III - Efeitos:a) extinção da obrigação;b) cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.

4 - DA REMISSÃO DAS DÍVIDAS (art.385 a 388 do C.C.)Conceito: “É a liberalidade do credor, consistente em dispensar o devedor de pagar a dívida” (Silvio Rodrigues). É o

perdão da dívida.I - Modalidades: a) expressa (firmada por ato escrito) e tácita (nos casos previstos em lei);b) total (se tiver por objeto a completa extinção da obrigação) e parcial (se tiver por objeto apenas parte da dívida).II – Regras:

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- a remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro;- a devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova a desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.- a restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, mas não a extinção da dívida.- a remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.

UNIDADE VIII – INADIMPLEMENTO RELATIVO

- DA MORA (Arts. 394 a 401)

I – Conceito: “Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento, e o credor que o não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer” (art. 394, CC). A mora (inadimplemento relativo) distingue-se do inadimplemento absoluto. Neste, há o descumprimento da obrigação e a impossibilidade de sê-lo, proveitosamente, para o credor. Naquela, a obrigação não é cumprida em tempo, lugar e forma devidos, mas poderá sê-lo, proveitosamente, para o credor.

- Enunciado 162 da III JDC, a luz do princípio da boa-fé, se a prestação objetivamente considerada tornar-se inútil, não haverá simples mora, mas sim inadimplemento absoluto e responsabilidade civil.

II - Espécies:- mora solvendi ou debitoris - mora do devedor, quando este não cumprir, por culpa sua, a prestação devida na

forma, tempo e lugar devidos. Manifesta-se como mora ex re (decorre da lei, resultando do simples descumprimento da obrigação quando existe termo certo e independendo de provocação do credor) e como mora ex persona (se não houver estipulação de termo certo para a execução da relação obrigacional, sendo indispensável a adoção de certas providências do credor para constituir o devedor em mora). Para se configurar, exige culpa do devedor, eis que não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.

- mora credendi ou accipiendi - mora do credor, quando este se recusa injustamente a aceitar o adimplemento da obrigação no tempo, lugar e forma devidos ou não vai recebê-la.

- mora de ambos - compensação

III - Conseqüências jurídicas:1º) Da mora do devedor:- responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários

segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado;- se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir satisfação de perdas e danos

(inadimplemento absoluto);- o devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito

ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa (na mora), ou que o dano sobreviria, ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

2º) Da mora do credor:- subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa;- obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas na conservação da coisa;- sujeita o credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se o valor oscilar entre o dia estabelecido

para o pagamento e o da sua efetivação.

IV - Termo inicial:- mora ex re - o inadimplemento de obrigação, positiva e líquida, no seu termo constitui de pleno direito em mora o

devedor. Regra dies interpellat pro homine.Obs: no caso das obrigações decorrentes de alienação fiduciária, o STJ tem entendido de forma pacífica que se trata

de mora ex re, de maneira que a notificação do devedor é apenas comprobatória da mora (Ag. Reg. No REsp 1.041.543/RS).

- mora ex persona - não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.

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- mora solvendi na obrigação negativa - nas obrigações negativas, o devedor fica constituído em mora, desde o dia em que executar o ato de que se devia abster.

- mora em caso de ato ilícito (responsabilidade extracontratual ou aquiliana) - nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

V - Purgação ou emenda da mora: É o ato espontâneo do contratante moroso, que visa remediar a situação a que deu causa, evitando os efeitos dela decorrentes, reconduzindo a obrigação à normalidade.

- Purgação da mora debitoris - ocorre quando o devedor oferece a prestação devida (desde que esta não tenha se tornado inútil ao credor), mais a importância dos prejuízos decorrentes até o dia da oferta.

- Purgação da mora do credor - ocorre quando credor se oferece a receber o pagamento e a se sujeitar aos efeitos da mora até a mesma data.

- DAS PERDAS E DANOS (Arts. 402 a 405)

I – Regra geral: Salvo as exceções expressamente previstas em lei, abrangem os danos emergentes e os lucros cessantes. Visam restabelecer o status quo ante.

II – Requisitos:- Culpa- Existência de dano- Nexo causal (não se indeniza o dano indireto)

III - Perdas e danos nas obrigações de pagamento em dinheiro: serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.

IV - Regras pertinentes à fixação dos prejuízos efetivos e dos lucros cessantes: as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito direto e imediato da inexecução.

- DOS JUROS MORATÓRIOS (Arts. 405 a 407)

I – Noções: Juros são o preço do uso do capital (Silvio Rodriges). Podem ser compensatórios, remuneratórios ou juros-frutos (compensação pelo uso de capital alheio) ou moratórios (indenização pelos prejuízos resultantes do retardamento ou descumprimento de obrigação). Os juros ainda podem ser divididos em convencionais (decorrentes da manifestação de vontade das partes) e legais (decorrentes da lei).

II – Regra: Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros de mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, com às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.

Independem de pedido na inicial – art. 293 do CPC e SUM 254 do STF

III - Taxa: Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional2.

IV - Momento em que começam a correr os juros de mora:a) regra geral – art. 405: contam-se os juros de mora desde a citação inicial (aplica-se em geral nas obrigações

ilíquidas);b) regras especiais:b.1) inadimplemento de obrigação, positiva e líquida, com termo fixado: a mora se constitui pelo mero advento do

termo, contando-se os juros moratórios a partir desse momento;2 Art. 406: a taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 é a do art. 161, §1º, do Código Tributário Nacional, ou seja, 1% (um por cento) ao mês. A utilização da taxa Selic como índice de apuração dos juros legais não é juridicamente segura, porque impede o prévio conhecimento dos juros; não é operacional, porque seu uso será inviável sempre que se calcularem somente juros ou somente correção monetária; é incompatível com a regra do art. 591 do novo Código Civil, que permite apenas a capitalização anual dos juros.

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b.2) inadimplemento de obrigação sem termo fixado: a mora se constitui pela interpelação judicial ou extrajudicial, bem como pela citação, contando-se os juros moratórios a partir de então;

b.3) obrigações provenientes de ato ilícito: considera-se o devedor em mora desde que praticou o ato ilícito, razão por que, nos termos da Súmula 54 do STJ, “os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual”;

b.4) obrigações de natureza diversa de dinheiro: os juros começam a correr desde a citação, mas é necessário que lhes seja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento ou acordo entre as partes.

UNIDADE IX – RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil pode apresentar-se sob diferentes espécies, conforme a perspectiva que se analisa. Assim sendo, poderá ser classificada:

I - Quanto ao fato gerador: Responsabilidade contratual Responsabilidade extracontratual

II - Em relação ao seu fundamento: Responsabilidade subjetiva Responsabilidade objetiva ou Teoria do Risco

III - Quanto ao agente: Responsabilidade direta Responsabilidade indireta

IV - A RESPONSABILIDADE CONTRATUAL

Se origina da inexecução contratual - ilícito contratual, ou seja, de falta de adimplemento ou da mora no cumprimento de qualquer obrigação.

- infração a um dever especial estabelecido pela vontade dos contratantes, por isso decorre de relação obrigacional preexistente e pressupõe capacidade para contratar.

- na responsabilidade contratual, não precisa o contratante provar a culpa do inadimplente, para obter reparação das perdas e danos, basta provar o inadimplemento.

- ônus da prova na responsabilidade contratual: competirá ao devedor, que deverá provar, ante o inadimplemento, a inexistência de sua culpa ou presença de qualquer excludente do dever de indenizar (art. 389).

- para que o devedor não seja obrigado a indenizar, o mesmo deverá provar que o fato ocorreu devido a caso fortuito ou força maior. (art. 393)

a - Regra geral (389): Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor, salvo os considerados impenhoráveis.

b – Inadimplementos nas obrigações negativas (390): Nas obrigações negativas (não fazer) o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.

c - Responsabilidade nos contratos benéficos (392): Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Súmula 145 do STJ: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave”.

d - Responsabilidade nos contratos onerosos (392): Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.

e - Caso fortuito e força maior (393): O caso fortuito e a força maior exigem, para sua caracterização, dois requisitos: um objetivo, que consiste na inevitabilidade do acontecimento (fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir), e um subjetivo, que consiste na ausência de culpa na produção do evento.

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V –NOÇÕES DE RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL (Arts. 186, 187, 927 a 954)Também chamada de aquiliana, se resulta do inadimplemento normativo, ou seja, da prática de um ato ilícito por

pessoa capaz ou incapaz ( Art. 186), visto que não há vínculo anterior entre as partes, por não estarem ligadas por uma relação obrigacional. A fonte desta inobservância é a lei. É a lesão a um direito sem que entre o ofensor e o ofendido preexista qualquer relação jurídica. Aqui, ao contrário da contratual, caberá à vítima provar a culpa do agente

Princípio do neminem laedere: significa que a ninguém é dado causar prejuízo a outrem.

a – Pressupostos

- Ação ou omissão do agente: o ato ilícito pode advir não só de uma ação, mas também de omissão do agente ou terceiro e ele ligado

- Relação de causalidade: entre a ação do agente e o dano causado tem que haver um nexo de causalidade, pois é possível que tenha havido ato ilícito e dano, sem que um seja causa do outro.

- Existência de dano: tem que haver um dano (seja moral ou material), pois a responsabilidade civil baseia-se no prejuízo para que haja uma indenização.

- Dolo ou culpa: O art. 927 consagra a responsabilidade subjetiva (com aferição de culpa) e a responsabilidade objetiva:Art. 927.

Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 - subjetiva e 187- objetiva), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei

(leis especiais: acidente de trabalho; CDC, etc), ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem (também consagra a responsabilidade objetiva).

No parágrafo único existem duas situações de responsabilidade objetiva:a) quando consagrada em lei especial;b) quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza RISCO para os

direitos de outrem.Obs: é preciso que a atividade traduza uma ação reiterada, habitual, expondo a vítima a uma probabilidade de dano

maior do que a experimentada por outras pessoas da coletividade.

c - Conseqüência - A principal conseqüência do ato ilícito é a obrigação de reparar o dano. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932 do CC/2002.

UNIDADE X - DA CLÁUSULA PENAL (Arts. 408 a 416)

I – Noção: “É um pacto secundário e acessório, em que se estipula pena ou multa para a parte que se subtrair ao cumprimento da obrigação, a que se obrigara, ou que apenas retardá-la” (Washington de Barros Monteiro). É também denominada de multa contratual ou pena convencional.

II - Funções:- função compulsória, pois constitui um meio de forçar o cumprimento do estipulado, - função indenizatória, por estimar previamente as perdas e danos, caracterizando uma liquidação antecipada e

convencional dos prejuízos a serem ressarcidos, no caso de inadimplemento da avença.

II - Caracteres:a) acessoriedade b) condicionalidade;c) compulsoriedade;d) subsidiariedade, somente na hipótese de pena compensatória;e) ressarcibilidade, por constituir liquidação prévia e convencional das perdas e danos, no caso de inadimplemento

futuro do convencionado;

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f) imutabilidade relativa, eis que poderá ser modificada pelo magistrado nos casos previstos em lei.

III - Modalidades:a) compensatória (art. 410) - É a que é estipulada para as hipóteses de total inadimplemento da obrigação. b) moratória (art. 411) - É a convencionada para o caso de mora ou relacionada à inexecução de alguma cláusula

especial.

IV - Estipulação: pode ocorrer conjuntamente com a obrigação principal ou em ato posterior.

V - Regras:a) Cláusula penal estipulada para o caso de total inadimplemento da obrigação - O credor pode exigir o

cumprimento da obrigação, ou a satisfação da cláusula penal, não podendo cumular ambas as pretensões. Não pode, entretanto, exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado, ainda que o prejuízo exceda o previsto na cláusula penal; entretanto, se tiver havido convenção admitindo a aludida suplementação, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

b) Cláusula penal estipulada para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada - O credor tem o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.

c) Desnecessidade de comprovação do prejuízo - Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

- Valor - Não pode ser superior ao da obrigação principal.

È lícita a cláusula que prevê a perda de todas as prestações pagas a título de cláusula penal? O STJ tem o entendimento (REsp 399.123/SC, REsp 435608/PR) no sentido de que os contratos celebrados após a entrada em vigor do CDC, por conta do princípio constitucional de defesa do consumidor, pode em tese ter esta cláusula impugnada.

e) Redução do valor (art. 413) – proporcionalidade e vedação do excesso f) Momento em que se torna devida - desde que o devedor, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se

constitua em mora.g) Pluralidade de devedores na obrigação com cláusula penal: 1º) Se a obrigação for indivisível, todos os

devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua cota. Aos não culpados assiste o direito de regresso contra o culpado. 2º) Se a obrigação for divisível, só incorrerá na pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação.

UNIDADE XI - DAS ARRAS OU SINAL

I – Conceito: “As arras, ou sinal, constituem a importância em dinheiro ou a coisa dada por um contratante ao outro, por ocasião da conclusão do contrato, com escopo de firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste; ou ainda, excepcionalmente, com o propósito de assegurar, para cada um dos contratantes, o direito de arrependimento” (SR).

II - Natureza jurídica: pacto acessório ao contrato principal e de caráter real.

III – Objeto: dinheiro ou bem móvel.

IV - Espécies:a) arras confirmatórias - de acordo com o Código Civil, as arras têm, ordinariamente, função confirmatória, ou seja,

têm por finalidade firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste;b) arras penitenciais – têm função unicamente indenizatória, destinando-se a assegurar às partes o direito de

arrependimento, quanto este for estipulado no contrato para qualquer das partes.

V – Regras:a) Execução do contrato: No caso de execução do contrato, as arras devem ser restituídas ou, se do mesmo gênero da

prestação principal devida, compensadas nesta (como se fossem início de pagamento).b) Inexecução do contrato em que haja a fixação de arras confirmatórias: Se a parte que deu as arras não executar

o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais

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regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. A parte inocente pode, ainda, pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.

c) Inexecução do contrato em que haja a fixação de arras penitenciais – Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- BRASIL, LEI NO 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO- GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: obrigações. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v 2.- VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. 9 ed. São Paulo: Atlas,

2009. v. 2.- NADER, Paulo. Curso de direito civil. Curso de Direito Civil – obrigações. 4 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. v 2.- DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v.

2.- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: teoria geral das obrigações. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. V.

2.- MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das obrigações. 35 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v.

5.

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - LEI 10.406, DE 10/01/2002

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Seção I - Das Obrigações de Dar Coisa CertaArt. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do

título ou das circunstâncias do caso.Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a

condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.

Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor

a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a

indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará

o credor, desobrigado de indenização.Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas

deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor

de boa-fé ou de má-fé.Seção II - Das Obrigações de Dar Coisa IncertaArt. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar

do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.24

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Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso

fortuito.CAPÍTULO II - Das Obrigações de FazerArt. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele

exeqüível.Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele,

responderá por perdas e danos.Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo

recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar

executar o fato, sendo depois ressarcido.CAPÍTULO III - Das Obrigações de Não FazerArt. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que

se obrigou a não praticar.Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se

desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização

judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.CAPÍTULO IV - Das Obrigações AlternativasArt. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este

assinado para a deliberação.§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver

acordo entre as partes.Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto

à outra.Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará

aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá

direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.CAPÍTULO V - Das Obrigações Divisíveis e IndivisíveisArt. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas

obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua

natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se

desobrigarão, pagando:I - a todos conjuntamente;II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em

dinheiro a parte que lhe caiba no total.Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir,

descontada a quota do credor remitente.Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

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§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.CAPÍTULO VI - Das Obrigações SolidáriasSeção I - Disposições GeraisArt. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com

direito, ou obrigado, à dívida toda.Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo,

ou pagável em lugar diferente, para o outro.Seção II - Da Solidariedade AtivaArt. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este

pagar.Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do

crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a

menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.Seção III - Da Solidariedade PassivaArt. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se

o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos

devedores.Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que

corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.

Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.

Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-

se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela

parte que na obrigação incumbia ao insolvente.Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele

que pagar.TÍTULO II - Da Transmissão das ObrigaçõesCAPÍTULO I - Da Cessão de CréditoArt. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o

devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.

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Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654.

Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se

tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito

cedido.Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de

mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.

Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.

Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu,

com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

CAPÍTULO II - Da Assunção de DívidaArt. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado

o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se

o seu silêncio como recusa.Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as

garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias

prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor,

notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.TÍTULO III - Do Adimplemento e Extinção das ObrigaçõesCAPÍTULO I - Do PagamentoSeção I - De Quem Deve PagarArt. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à

exoneração do devedor.Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas

não se sub-roga nos direitos do credor.Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que

pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o

objeto em que ele consistiu.Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e

consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.Seção II - Daqueles a Quem se Deve Pagar

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Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele

efetivamente reverteu.Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a

presunção daí resultante.Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta

por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

Seção III - Do Objeto do Pagamento e Sua ProvaArt. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o

devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto

nos artigos subseqüentes.Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do

momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.

Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.

Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada,

o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.

Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.

Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.

Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do

credor, suportará este a despesa acrescida.Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do

lugar da execução.Seção IV - Do Lugar do PagamentoArt. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o

contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde

situado o bem.Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em

outro, sem prejuízo para o credor.Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no

contrato.Seção V - Do Tempo do PagamentoArt. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo

imediatamente.

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Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.

Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:

I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se

negar a reforçá-las.Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos

outros devedores solventes.CAPÍTULO II - Do Pagamento em ConsignaçãoArt. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa

devida, nos casos e forma legais.Art. 335. A consignação tem lugar:I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso

ou difícil;IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e

tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da

dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o

levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com

os outros devedores e fiadores.Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a

garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.

Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.

Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.

Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.

Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.

Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.

CAPÍTULO III - Do Pagamento com Sub-RogaçãoArt. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:I - do credor que paga a dívida do devedor comum;II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para

não ser privado de direito sobre imóvel;III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.Art. 347. A sub-rogação é convencional:I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o

mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito.

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Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.

Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.

Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.

CAPÍTULO IV - Da Imputação do PagamentoArt. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles

oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a

quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.

Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.

Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.

CAPÍTULO V - Da Dação em PagamentoArt. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do

contrato de compra e venda.Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a

quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.CAPÍTULO VI - DA NOVAÇÃOArt. 360. Dá-se a novação:I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a

primeira.Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este

obteve por má-fé a substituição.Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não

aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.

Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados.

Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal.Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas.CAPÍTULO VII - Da CompensaçãoArt. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde

se compensarem.Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se

que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida

com a de seu credor ao afiançado.Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:I - se provier de esbulho, furto ou roubo;

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II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.Art. 374. A matéria da compensação, no que concerne às dívidas fiscais e parafiscais, é regida pelo disposto neste capítuloArt. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma

delas.Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao

cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.

Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.

Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.

Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.

CAPÍTULO VIII - Da ConfusãoArt. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da

respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.CAPÍTULO IX - Da Remissão das DívidasArt. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus

co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda

reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.TÍTULO IV - Do Inadimplemento das ObrigaçõesCAPÍTULO I - Disposições GeraisArt. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo

índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia

abster.Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a

quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se

houver por eles responsabilizado.Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou

impedir.CAPÍTULO II - Da MoraArt. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar

e forma que a lei ou a convenção estabelecer.Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários

segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das

perdas e danos.Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

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Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.

Art. 401. Purga-se a mora:I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.CAPÍTULO III - Das Perdas e DanosArt. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele

efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros

cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo

índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.

Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.CAPÍTULO IV - Dos Juros LegaisArt. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de

determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.

CAPÍTULO V - Da Cláusula PenalArt. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se

constitua em mora.Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução

completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora.Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em

alternativa a benefício do credor.Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada,

terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se

o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se

poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena.Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e

proporcionalmente à sua parte na obrigação.Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar

se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

CAPÍTULO VI - Das Arras ou SinalArt. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel,

deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.

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Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou

quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.

Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou

em razão dele;IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação,

pelos seus hóspedes, moradores e educandos;V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão

pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o

causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou

sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de

reparos, cuja necessidade fosse manifesta.Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem

lançadas em lugar indevido.

Questionário a ser entregue manuscrito:1) Conceitue obrigação:2) Quais as fontes das obrigações: cite um exemplo de cada.3) Quais as características do elemento objetivo?4) O que é uma obrigação PROPTER REM? Como ele se transmite? 5) Quais as conseqüências da perda e da deterioração nas obrigações de dar coisa certa?6) Quais as conseqüências do inadimplemento na obrigação não de fazer?7) Nas obrigações alternativas, como se da a concentração? E quais os seus efeitos?8) Cite três diferenças entre obrigações alternativas e obrigações facultativas.9) Discorra sobre as formas de cumprimento da obrigação indivisível?10) Conceitue obrigações solidarias e cite suas principais características.11) Cite quatro características da solidariedade passiva.12) Discorra sobre a solidariedade ativa.13) Conceitue cessão de crédito e discorra sobre a notificação do devedor.

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14) Conceitue assunção de dívida e explane sobre a participação do devedor no negócio.15) Conceitue pagamento e discorra sobre quem deve ou pode pagar.16) O que é credor putativo? Crie um exemplo prático.17) É possível a fixação do preço, em um contrato pactuado no Brasil, em moeda estrangeira?18) Quando o pagamento feito a terceiro desqualificado será válido?19) Faça um recibo (quitação) fictício, segundo as regras do art. 320 do C.C.20) Explique as principais características em relação ao tempo do pagamento.21) Explique as principais características em relação ao lugar do pagamento22) Qual a diferença entre obrigações quesíveis e portáveis?23) O que é o pagamento por consignação? Quais seus requisitos? Quais seus efeitos?24) Conceitue pagamento por sub-rogação e cite três hipóteses em que este ocorre.25) Se houver uma sub-rogação convencional com fiador, cujo valor da dívida for de 10.000 reais, o fiador negocia com o credor e paga 9.000 reais e se sub-roga nos direitos do credor. Assim, no pagamento com sub-rogação o novo credor terá o direito de cobrar o crédito originário ou o valor que desembolsou?26) O avalista que satisfez o crédito do devedor principal (avalizado) em promissória não prescrita pode executá-la judicialmente?27) O que é imputação do pagamento? Quais as principais características deste instituto?28) Conceitue dação em pagamento e explique o que ocorrerá em caso de evicção. 29) Quando ocorre a confusão? Quais os efeitos deste instituto.30) Diferencie juros moratórios de juros compensatórios, citando suas principais características dos juros moratórios.31) Quais os requisitos para a validade da novação?32) Diferencie novação real ou objetiva de pessoal ou subjetiva.33) Discorra sobre Compensação 34) Se o credor remitir um dos devedores em obrigação indivisível, pode exigir dos demais o adimplemento completo da obrigação?35) Discorra sobre Responsabilidade civil contratual36) Explique a mora do devedor, do credor e mora de ambos.37) Cite o conceito e os efeitos de purgação e cessação da mora.38) Discorra sobre a cláusula penal. 39) Quais as duas espécies de Arras? Cite as principais características de cada espécie.

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