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TÓPICOS DE
ASTRONOMIA Curso - Licenciatura em Física – EAD
Profº. M.Sc. Marcelo O’Donnell Krause
ILHÉUS - BA
CONTEÚDOS PARA ESTE MATERIAL
• ESTE MATERIAL COMPREENDE OS TÓPICOS
REFERENTES À UNIDADE II – COSMOLOGIA.
• AULA 5 – Cosmologia: das Origens a Newton
• AULA 6– A Teoria da Relatividade Geral
• AULA 7 – Teorias Cosmológicas Modernas
• AULA 8 – Verificando a Lei de Hubble
INTRODUÇÃO
COSMOLOGIA MESOPOTÂMICA E EGÍPCIA
DA GRÉCIA ANTIGA À ERA MEDIEVAL
GALILEU E DESCARTES
COSMOLOGIA NEWTONIANA
INTRODUÇÃO
Cosmologia é a Ciência que estuda a estrutura,
evolução e composição do universo. Questões
associadas à cosmologia já apareciam nas
antigas inscrições que sobreviveram até nossa
época, ou seja, povoam todo o curso da
história. Assim, entendemos que desde a pré
história a humanidade também se
questionasse sobre a estrutura e a origem do
universo.
Cosmologia Mesopotâmica e Egípcia
• Há quatro mil anos os babilônios eram bastante versados em
astronomia. A astronomia da babilônia é notada pelos seus
registros, contínuos e detalhados, de fenômenos astronômicos
tais como eclipses, posições dos planetas e nascimento e por
da Lua. Alguns destes registros foram feitos em 800 a.C. e são
os mais velhos documentos científicos existentes. O propósito
desta atividade era claramente astrológico com o objetivo de
predizer a prosperidade do país assim como a do seu rei. Além
de registros os astrônomos babilônios também desenvolveram
várias ferramentas aritméticas que, aplicadas às suas tabelas
de dados, os permitiam prever os movimentos aparentes da
Lua, das estrelas, dos planetas e do Sol no céu. Eles podiam até
mesmo prever eclipses.
•
Entretanto, embora sua preservação de registros fosse uma
tecnologia nova para a época e seu sistema de nomes
estelares e sistema de medição fosse passado para
civilizações posteriores, os babilônios nunca desenvolveram
um modelo cosmológico para nele interpretar suas
observações. Os astrônomos gregos alcançariam este
objetivo usando os dados dos babilônios. Apesar disso, a
cosmologia na Mesopotâmia era muito mais sofisticada do
que, por exemplo, a do Egito. Os babilônios acreditavam em
um universo de seis níveis com três firmamentos e três
terras: dois firmamentos acima do céu, o firmamento das
estrelas, a terra, o submundo do Apsu, e o submundo dos
mortos.
Cosmologia Mesopotâmica e Egípcia
Cosmologia Mesopotâmica e Egípcia
Para os Antigos Egípcios, que depressa iniciaram as suas bases
cosmogônicas nos primórdios da sua civilização, a natureza era
uma fonte rica em personagens mistificadas e adoradas. As
tribos nômades que durante o período pré-histórico e pré-
dinástico (cerca de 4000 anos antes de Cristo) dominaram as
planícies e oásis no atual Saara, construíram as fundações para
aquilo que seria uma das cosmogonias mais espantosas do
gênero humano. Essas ideias cosmogônicas representam o
primeiro aspecto da civilização egípcia a chegar até nós. Graças
a elas o clero pode explicar a criação do mundo e do cosmos
cuja visão da época dava conta de duas forças antagônicas em
constante luta: a Ordem e o Caos.
Cosmologia Mesopotâmica e Egípcia
Desde a pré-história os egípcios olharam para os
céus diurnos e noturnos, e logo cedo perceberam a
periodicidade de certos corpos celestes, como é o
nascer e o pôr do Sol. Para além destes fenômenos
naturais é importante relacionar com a própria
natureza envolvente, isto é, relacionar determinado
fenômeno natural com poderes sobrenaturais dos
animais. Assim sendo, um dos animais mais
frequente dos céus egípcios – o falcão, tornou-se um
dos maiores deuses do panteão Egípcio.
Da Grécia Antiga a Era Medieval
Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia Antiga por volta do século VI a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. Podemos citar, neste contexto, os físicos Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito. Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a ideia de que tudo preexiste à alma, já que esta é imortal. Demócrito e Leucipo defendem a formação de todas as coisas, a partir da existência dos átomos.
Período Pós-Socrático
Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era
Cristã, dentro de um contexto histórico que representa o final da
hegemonia política e militar da Grécia.
Ceticismo: de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar
sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de
forma exata e segura.
Epicurismo: os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam
que o bem era originário da prática da virtude. O corpo e a alma não
deveriam sofrer para, desta forma, chegar-se ao prazer.
Estoicismo: os sábios estóicos como, por exemplo, Marcos Aurélio e
Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a
vida deviam ser deixados de lado, como à emoção, o prazer e o
sofrimento.
Platão e Aristóteles
Por volta do século III aC visão do Universo geocêntrico
consolidou-se com Platão e Aristóteles e influenciou
decisivamente o pensamento medieval. Platão apresentou
a idéia de que um criador chamado Demiurge (que significa
'artesão' em Grego) fez cópias físicas das ESTRUTURAS
PERFEITAS e ideais que somente podem existirem no
mundo dos deuses e no mundo das nossas ideias. O
Demiurge cria réplicas das formas ideais para o nosso
mundo físico que são imperfeitas pois devem ter a
qualidade de serem capazes de variar. Nascimento,
crescimento, alteração e morte são então partes do nosso
mundo. O Demiurge usa deuses subordinados para
executarem as manutenções do dia a dia do mundo físico.
Apresentou a ideia que dominou o pensamento ocidental
através da Idade Média e pavimentou o caminho para o novo
pensamento do Renascimento. Aristóteles fez uso
da observação como uma ferramenta para o entendimento do
universo, em oposição a crença de Platão de que somente a
razão era o suficiente. Aristóteles usou meramente de
observações para persuadir seus leitores da veracidade das
suas conclusões, não para testar as conclusões sem
ambiguidades, pois tomou as leis da natureza como sendo auto-
evidentes. Não havia necessidade de experimentos. O poder dos
argumentos de Aristóteles repousavam largamente no seu bom
senso sobre a natureza e na sua habilidade para ordenar
fenômenos díspares numa teoria simples e coerente das
coisas.
Platão e Aristóteles
Ptolomeu
Próximo ao ano 150 Ptolomeu propôs uma maneira de como entender o
movimento dos corpos celestes, baseada na Física de Aristóteles. Estas
hipóteses sobrevivem durante muitos séculos e só começam a ser superadas por
Copérnico em 1543. Muito deste conhecimento é considerado como uma
formalização do senso comum, por isto e é importante entender as razões para o
seu surgimento bem como a sua superação. A fundamentação do geocentrismo
surge, aproximadamente, no ano 150 de nossa era. Foi quando Ptolomeu
publicou a sua obra mais conhecida, denominada A Grande Síntese, mais
conhecida pelo título da tradução árabe Almagesto. Nesta obra ele apresenta a
sua Cosmologia, a lógica do cosmo, que foi considerado um dos livros mais
importantes pelo debate que provocou durante mais de mil anos. Nele ele
apresenta a teoria geocêntrica do Universo que, embora sob o olhar do
conhecimento atual é inadequado, era consistente com muitas observações da
época.
Copérnico e Kepler
O movimento retrógado e outras observações levaram Copérnico, em
1543, publicar um livro chamado De Revolutionibus Orbium
Coelestium.Nele Copérnico sugere que a explicação para entender o
movimento dos planetas, era colocar o Sol no centro do Cosmo e não a
Terra. Ou seja, um observador no Sol veria os planetas girariam em torno
dele, não haveria movimento retrógado, que é visto da Terra por esta não
estar no meio da roda. Entretanto, ao propor isto Copérnico cria outros
problemas. Não é possível transpor as hipóteses de Ptolomeu colocando o
Sol no centro e parado e manter a Física de Aristóteles. Pense no seguinte:
agora com o Sol no centro e parado, no sentido de absoluto, a Terra teria
que estar numa das abóbadas para não cair no Sol. Como explicar que os
corpos continuem caindo sobre a Terra, se ela não é mais o centro do
universo?
Estando o Sol no centro e parado o objeto não deveria ir para lá então. a
Terra deveria ter uma abóbada segurando, coisa que ninguém vê. Então,
porque ela não cai sobre o Sol? E estes não são os únicos problemas.
Segundo Copérnico, a Lua continuava girando em torno da Terra, então
porque ela não cai sobre ela?
• Antes de Galileu, Kepler em 1609 comunica que medindo a distância
entre Terra, Marte e o Sol e observa que a distância entre a Terra e Marte
muda muito. Pela hipótese de Ptolomeu, deveria ser sempre a mesma.
Também observa que a maneira mais simples de observar os planetas é a
partir do Sol. E que vista do Sol o movimento de Marte é uma elipse, com
o Sol num dos focos, não mais no centro.
Copérnico e Kepler
Observem também que, a época destas descobertas coincide com o
período onde as grandes navegações passam a ser feitas com muito
mais frequência. Para que elas pudessem ser feitas com mais
segurança era essencial saber se orientar no meio do oceano. Por
isso, a pesquisa Astronômica se tornava ainda mais importante. Não
foi por acaso a Inglaterra criou em 1675 e tem até o hoje o cargo
do Astrônomo Real. O rei Carlos II instruiu John Flamsteed primeiro
astrônomo real, em se dedicar a refinar as tabelas de movimentos
dos corpos celestes para aperfeiçoar a arte de navegar.
Copérnico e Kepler
Galileu e Descartes
Com suas descobertas astronômicas, Galileu derrubou uma concepção que dominava a
cosmologia desde os tempos de Aristóteles, no século IV a.C. O antigo filósofo grego
dividira o cosmo em duas regiões diferentes. A Terra e suas imediações seriam formadas
por uma mistura variável de quatro "elementos": terra, água, ar e fogo. Daí estarem
sujeitas a mudanças constantes. A partir da órbita da Lua, porém, um outro tipo de
matéria, a nobre "quintessência", tornava os corpos celestes perfeitos, eternos e
imutáveis. Antes de Galileu, essa falsa ideia foi contestada por filósofos como Nicolau de
Cusa (1401-1464) e Giordano Bruno (1548-1600) e astrônomos como Ticho Brahe
(1546-1601) e Johannes Kepler (1571-1630). Faltava-lhes, porém, uma prova irrefutável,
que pudesse contrapor à enorme autoridade de Aristóteles. Ao descobrir o relevo da Lua e
constatar, pouco depois, que as manchas solares se deviam a "exalações" do próprio
Sol, Galileu encontrou essa prova. Assim como a Terra, também os astros passavam por
transformações. Deviam, portanto, ser compostos do mesmo tipo de matéria. Essa nova
perspectiva permitiria que, meio século mais tarde, Isaac Newton (1642-1727) unificasse
a física terrestre à física celeste e, sobre essa base, edificasse sua teoria da gravitação
universal.
Descartes é efetivamente reconhecido como um dos promotores da deposição da
visão de mundo medieval correspondente a uma importante herança greco-cristã:
a da concepção de Cosmos físico proposta por Pitágoras, sistematizada por
Platão, levada adiante praticamente sem modificação por Aristóteles e
reimplantada por volta do século XI, quando através da grandiosa civilização
árabe seriam reintroduzidas as culturas helênica e clássica na Europa. Trata-se
da constituição de uma figura de um todo, que pode ser resumida na imagem de
uma série de cascas cristalinas concêntricas nas quais estariam engastados os
astros móveis - os planetas - e em cujo centro haveria um disco imóvel, pensado
como sendo a Terra. Muito curiosamente, esse disco é envolvido por um rio
circular: imagem espantosa de um fluxo cuja foz coincide com a nascente,
representando a ideia de um tempo cíclico, do perpétuo retorno dos
acontecimentos. O termo Cosmos vem do grego, quer dizer todo-belo (tendo a
mesma raiz de cosmético) e significa uma totalidade harmoniosa, um conjunto
em que cada parte tem o seu lugar definido em função de um princípio ideal. Não
seria absurdo afirmar que a apreensão dessa Harmonia constituiu o objetivo
último da Ciência grega.
Galileu e Descartes
Cosmologia Newtoniana
Com Newton, os problemas do movimento dos planetas e da queda dos corpos nas
proximidades da superfície da Terra encontraram uma explicação unificada na ideia de uma
força gravitacional, já delineada, mas não completamente formalizada por Hooke. As leis do
movimento planetário, enunciadas por Kepler, e do movimento dos projéteis terrestres
tornaram-se exemplos de aplicação dos princípios básicos da teoria newtoniana,
representados pelas três leis da mecânica e pela existência de uma força de ação a
distância, através da qual dois corpos se atraem mutuamente com uma intensidade
proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da
distância que os separa. Newton mostrou que corpos sob a ação de uma força inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre eles e o corpo que os atrai descrevem órbitas
que têm a forma de curvas cônicas. Quando as órbitas são fechadas, elas têm a forma
elíptica. Estava solucionado o problema das órbitas elípticas de Kepler. A ideia de ação a
distância presente na força gravitacional foi rejeitada como absurda por muitos dos
contemporâneos de Newton, que a associaram, inclusive, a concepções mágicas,
características do pensamento pré-científico.
A Teoria da Relatividade Geral
As grandezas comprimento, tempo e massa, entretanto, sempre foram tratadas como
absolutas, isto é, independentes do referencial em que são medidas. Se alguém afirmar
que o comprimento de uma ponte, o tempo de duração de uma aula e a massa de uma
pessoa dependem do referencial, você certamente achará absurdas essas afirmações.
Entretanto, comprimento, massa e tempo, grandezas consideradas absolutas na
Mecânica clássica, também são grandezas relativas! A relatividade dessas grandezas,
porém, só fica evidenciada quando estudamos situações em que as velocidades são
muito altas, isto é, não-desprezíveis em comparação com a velocidade da luz no vácuo,
que é de 300.000 km/s, aproximadamente. O motivo da nossa perplexidade diante do
caráter relativo do comprimento, do tempo e da massa é estarmos habituados a situações
em que as velocidades são insignificantes em comparação com a da luz. Mesmo a
velocidade de 2000 km/h de um avião supersônico e a velocidade de 30 km/s da Terra
em seu movimento de translação ao redor do Sol são desprezíveis em comparação com
300.000 km/s.
A Teoria da Relatividade Geral
Essa teoria fundamentou-se em dois postulados.
• Princípio da relatividade: As leis da Física são as mesmas,
expressas por equações que têm a mesma forma, em qualquer
referencial inercial. Não existe um referencial inercial
privilegiado.
• Princípio da constância da velocidade da luz: a velocidade da luz no vácuo vale c = 300.000 km/s em todos os referenciais inerciais, independentemente do movimento da fonte em relação ao observador.
A Teoria da Relatividade Geral
A Teoria da Relatividade Geral foi publicada por Einstein em 1916, dez anos após a
publicação da Relatividade Restrita. Nesta teoria Einstein estende a descrição dos
fenômenos físicos para sistemas não inerciais (ou seja, acelerados). O Princípio
de Equivalência postula que é impossível distinguirmos sistemas uniformemente
acelerados de campos gravitacionais. As duas consequências fundamentais deste
princípio são o desvio da luz por campos gravitacionais e o deslocamento da
frequência (e consequentemente mudança da energia) de fótons em campos
gravitacionais. Ambas previsões foram confirmadas experimentalmente inúmeras
vezes. Outro resultado importante da relatividade geral foi a explicação da
precessão do periélio de Mercúrio. Ao incluir campos gravitacionais, a relatividade
geral tornou-se uma teoria de gravitação, aperfeiçoando a gravitação newtoniana
que existia há 300 anos. A relatividade geral descreve o movimento de objetos,
não em termos da ação de forças, como na mecânica clássica, mas em termos de
trajetórias descritas sobre a superfície do espaço-tempo. A geometria do espaço-
tempo é determinada pela distribuição de massas no Universo. Ou seja, o espaço
e o tempo não são estruturas absolutas e estáticas como na teoria newtoniana,
mas objetos físicos em si, gerados pela matéria do Universo.
A Teoria da Relatividade Geral
As ideias fundamentais
O princípio da equivalência: o campo gravitacional e o sistema de coordenadas em
movimento acelerado estão estritamente relacionados.
Geometria: transformações de coordenadas são não-Euclidianas.
A Teoria da Relatividade Geral é uma teoria relativística de gravitação.
Princípio da Relatividade: a relatividade especial governa a física local. A estrutura global
do espaço-tempo, entretanto, pode ser alterada pela gravitação.
Princípio da equivalência: não existe forma de distinguir, localmente, entre gravidade e
aceleração.
A Teoria da Relatividade Geral
TESTES EXPERIMENTAIS
O redshift gravitacional
A precessão do periélio de Mercúrio
A curvatura da luz
A igualdade das massas inercial e gravitacional
A emissão de ondas gravitacionais
Teorias Cosmológicas Modernas
Albert Einstein (1879-1955) apresentou a Teoria da Relatividade Restrita (TRR) em 1905, e
pouco tempo depois o matemático alemão Hermann Minkowski (1864–1909), seu antigo
professor em Zurique, mostrou que ela, originalmente proposta em forma algébrica,
poderia ser entendida geometricamente como uma teoria do espaço-tempo
tetradimensional (três coordenadas espaciais mais uma temporal).
A seção espacial deste espaço-tempo é o trivial espaço euclidiano, cuja característica mais
típica é a de ser geometricamente plano, ou seja, a de obedecer aos postulados e
corolários da geometria euclidiana (por exemplo, a soma dos ângulos internos de um
triângulo é igual a 180 graus, o perímetro de um círculo dividido pelo seu diâmetro é igual
ao número irracional π, por um ponto fora de uma reta passa uma e somente uma reta
paralela, etc).
O espaço tetradimensional da TRR é denominado, por razões óbvias, espaço-tempo de
Minkowski. Na verdade, ele nada mais é do que uma extensão do espaço euclidiano
tridimensional para quatro dimensões e é também, portanto, geometricamente plano. A
propósito, o espaço euclidiano pode ser estendido para qualquer número de dimensões n.
Teorias Cosmológicas Modernas
Nos estudos de cosmologia moderna, o princípio cosmológico esta associado a uma
hipótese de trabalho na qual os observadores na Terra não ocupam uma posição
observacional restritiva ou distorcida dentro do Universo como um todo.
O princípio cosmológico geralmente é dito formalmente como 'Visto de uma escala
suficientemente grande, as propriedades do Universo são as mesmas para todos os
observadores.' Esta afirmação está fortemente relacionada à declaração filosófica que a
parte do Universo que podemos ver é uma amostra representativa do mesmo, e que as
mesmas leis físicas se aplicam em todos os lugares.
As duas consequências estruturais testáveis do princípio cosmológico são a
homogeneidade e a isotropia. Homogeneidade significa que as mesmas evidências
observacionais estão disponíveis para observadores em diferentes posições do Universo
("a parte do Universo que podemos ver é uma amostra representativa").
A isotropia significa que a mesma evidência observacional pode ser encontrada em
qualquer direção no Universo em que olhemos ("as mesmas leis da física se aplicam em
todos os lugares").
Teorias Cosmológicas Modernas
O desvio, ou deslocamento, Doppler é um efeito que ocorre quando uma fonte de radiação e
o observador se movem um em relação ao outro. O comprimento de onda observado será
diferente do comprimento de onda da radiação — sonora ou eletromagnética — emitida.
O caso que nos interessa é o de uma fonte de radiação eletromagnética — uma estrela ou
uma galáxia — que se move com velocidade v, aproximando-se ou afastando-se do
observador. Neste caso, se a fonte emite uma radiação cujo comprimento de onda medido
em laboratório, i.e., com v=0, é λₒ, então o observador detectará um comprimento de onda
λ. Se a fonte estiver se afastando (v>0), λ será maior do que λₒ, ou seja, λₒ estará desviado,
ou deslocado, na direção do vermelho, no caso de um espectro visível. Em caso contrário
(v<0, fonte se aproximando), λₒ será observado com um comprimento de onda menor,
portanto, desviado na direção do azul. O desvio espectral relativo (λ - λₒ)/λₒ é dado por:
Δλ/λₒ = v/c, onde Δλ = λ - λₒ, v é a velocidade da fonte e c é a velocidade da luz no vácuo. Em
geral, especialmente em cosmologia, representa-se o desvio Doppler relativo Δλ/λₒ pela
letra z. O efeito Doppler pode ser então escrito simplesmente como z = v/c, ou v = zc.
Verificando a Lei de Hubble
A ideia de que vivemos num universo em expansão foi uma das mais
inesperadas e importantes descobertas da ciência século XX. Até então a
ideia de Universo era a de um sistema estático. Quando Einstein aplicou sua
teoria da Relatividade Geral para o nosso Universo, ele fez uma estranha
predição de que o Universo deveria estar ou se contraindo ou se expandindo,
mas ele se recusou a acreditar nisso e inseriu uma constante corretiva em
suas equações de campo gravitacional para tornar o universo estático. Mas
E. Hubble verificou observacionalmente que realmente estávamos num
universo em expansão. Em 1929 Hubble, observando o deslocamento para o
vermelho nas linhas espectrais das galáxias observadas por Milton La Salle
Humason (1891-1972), e medindo ele próprio suas distâncias (usando
estrelas cefeídas), descobriu que as galáxias estavam se afastando com
velocidades proporcionais à sua distância, isto é, quanto mais distante a
galáxia, maior sua velocidade de afastamento. Isso constituiu a primeira
evidência para a expansão do Universo.
Verificando a Lei de Hubble
A lei de Hubble é a expressão matemática do gráfico que
Hubble obteve e é mostrado acima, ou seja: V = H x d, onde a
constante de Hubble, H, é dada pela tangente do gráfico. Se o
Universo está se expandindo é razoável imaginar que, em
algum ponto no passado, ele deve ter começado como um
ponto. Essa é a ideia original da famosa teoria do "big bang".
Podemos estimar a idade máxima do Universo to, calculando o
tempo que as galáxias distantes, movendo-se à mesma
velocidade de hoje, levaram para chegar onde estão. Como a lei
de Hubble, que relaciona a velocidade de expansão da galáxia,
v, com a distância a esta, d, é dada por:
EXERCÍCIOS
Utilizando o módulo de estudo e de outras fontes
de pesquisa, faça um resumo sobre os assuntos
abordados nesta unidade.