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FACULDADE DE CARIACICA – UNIEST DENILTON RIBEIRO DOS SANTOS MAYARA GOMES SOBREIRO RAFAEL FRAGOSO RODRIGUES ROBISON PINHEIRO PARDIM THADEU SADUJ PIGNATON CONVERSORES CC-CC Topologias Não Isoladas CARIACICA 2014

Topologias TOPOLOGIAS_NAO_ISOLADAS_ELETRONICA_DE_POTENCIA

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FACULDADE DE CARIACICA – UNIEST

DENILTON RIBEIRO DOS SANTOS

MAYARA GOMES SOBREIRO

RAFAEL FRAGOSO RODRIGUES

ROBISON PINHEIRO PARDIM

THADEU SADUJ PIGNATON

CONVERSORES CC-CC Topologias Não Isoladas

CARIACICA

2014

DENILTON RIBEIRO DOS SANTOS

MAYARA GOMES SOBREIRO

RAFAEL FRAGOSO RODRIGUES

ROBISON PINHEIRO PARDIM

THADEU SADUJ PIGNATON

CONVERSORES CC-CC Topologias Não Isoladas

CARIACICA

2014

Trabalho apresentado para a disciplina de Eletrônica de Potência, do professor Ronaldo Alvarenga, para a obtenção de nota no 9º semestre.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 CONVERSORES ESTÁTICOS ................................................................................ 5

3 TOPOLOGIAS NÃO ISOLADAS ............................................................................. 7

3.1 CONVERSOR ABAIXADOR DE TENSÃO (STEP-DOWN OU BUCK) .............. 7

3.1.1 Modo de condução contínua (MCC) ..................................................... 9

3.1.2 Modo de condução descontínua (MCD) ............................................... 9

3.1.3 Dimensionamento de L e de C ............................................................ 12

3.2 CONVERSOR ELEVADOR DE TENSÃO (STEP-UP OU BOOST) ................. 13

3.2.1 Modo de condução contínua (MCC) ................................................... 13

3.2.2 Modo de condução descontínua (MCD) ............................................. 14

3.2.3 Dimensionamento de L e de C ............................................................ 16

3.3 CONVERSOR ĆUK ......................................................................................... 16

3.3.1 Dimensionamento de C1 ...................................................................... 19

3.3.2 Dimensionamento de L1 ...................................................................... 20

3.3.3 Cálculo de L2 ........................................................................................ 20

3.3.4 Cálculo de C (capacitor de saída) ....................................................... 20

3.4 CONVERSOR SEPIC ...................................................................................... 21

3.5 CONVERSOR ZETA ........................................................................................ 21

3.5 CONVERSOR ABAIXADOR / ELEVADOR DE TENSÃO (BUCK-BOOST) ..... 22

4 APLICAÇÃO .......................................................................................................... 25

4.1 GERAÇÃO A CÉLULA A COMBUSTÍVEL ....................................................... 25

4.2 VEÍCULOS ELÉTRICOS .................................................................................. 26

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 27

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 28

4

1 INTRODUÇÃO

Em engenharia elétrica, um conversor CC/CC (ou DC/DC) é um circuito eletrônico

que converte uma tensão ou corrente contínua que tem uma determinada amplitude,

em outra tensão ou corrente contínua com outra amplitude diferente.

Existem alguns métodos de conversão utilizados, que são divididos em conversores

lineares e conversores chaveados ou estáticos.

O método linear é simples que converte uma tensão contínua em outra conhecida

como divisor de tensão. Esta técnica utiliza resistores em série com a fonte de

alimentação fornecendo uma tensão baixa. No entanto, este método possui sérias

desvantagens: não promove a regulação de tensão; requer conhecimento da

resistência da carga utilizada; baixa eficiência, o que leva ao excesso de dissipação

de potência; impossibilidade de gerar tensões mais elevadas que fonte de

alimentação e também de tensões negativas.

Neste trabalho, abordaremos a topologias não isoladas utilizadas nos conversores

estáticos no qual consegue resolver os dois primeiros problemas apresentados pelo

método linear, aplicando qualquer tipo de regulador de tensão.

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2 CONVERSORES ESTÁTICOS

Os conversores estáticos, também conhecidos como conversores chaveados são

conversores eletrônicos de tensão. Estes circuitos, que fazem parte de uma fonte

chaveada, geralmente realizam a conversão aplicando tensão contínua pulsada em

um indutor ou transformador com determinada freqüência e/ou período (usualmente

na faixa de 100 kHz a 5 MHz), que faz com que o fluxo de corrente gere energia

magnética armazenada, que é então aproveitada em uma saída. Ajustando-se o

ciclo de trabalho, a tensão na saída pode ser alterada, ou preferencialmente,

mantida estável, através de um controle adequado (realimentação), mesmo que

ocorram alterações de carga e corrente. Este método de conversão é mais eficiente

do que conversores lineares. Uma desvantagem de conversores chaveados é o

ruído eletrônico gerado a altas frequências, que muitas vezes precisam ser filtradas.

As principais topologias de conversores estáticos CC para CC são:

Figura 2.1 – Conversores Estáticos CC/CC

6

Conversores estáticos CC/CC se destinam a condicionar um nível de tensão e

corrente contínuo a outro nível de tensão e corrente contínuo, obedecendo às leis de

conservação de energia (idealmente a energia média transferida não sofre

alteração). Como não se poder utilizar de transformadores para níveis de corrente

contínua, pois não haveria variação de fluxo magnético neste caso, o circuito

necessita do uso de interrupções controladas, transistores, (MOSFET, IGBT, BJT,

GTO e etc.) trabalhando em alta frequência de comutação. Também faz uso de

interruptores não controlados, (diodos), além de componentes passivos como

indutores e capacitores.

Existem topologias isoladas (com o uso de um transformador para alta frequência) e

não isoladas. As topologias básicas não isoladas são Buck (abaixador de tensão) e

Boost (elevador de tensão). As demais topologias não isoladas são Buck-Boost,

Cúk, Zeta e SEPIC e são derivadas da associação das duas topologias básicas. As

principais topologias isoladas são o Forward (buck isolado), Flyback (buck-boost

isolado), Push-Pull, Half-Bridge (meia ponte) e Full-Bridge (ponte completa).

7

3 TOPOLOGIAS NÃO ISOLADAS

As análises que se seguem consideram que os conversores não apresentam perdas

de potência (rendimento 100%). Os interruptores (transistores e diodos) são ideais, o

que significa que, quando em condução, apresentam queda de tensão nula e

quando abertos, a corrente por eles é zero. Além disso, a transição de um estado a

outro é instantânea.

Serão apresentadas estruturas circuitais básicas que realizam a função de, a partir

de uma fonte de tensão fixa na entrada, fornecer uma tensão de valor variável na

saída. Neste caso existe um filtro capacitivo na saída, de modo a manter, sobre ele,

uma tensão estabilizada e de ondulação desprezível.

Quando uma variação topológica (surgida em função da condução dos interruptores)

provocar a conexão entre a fonte de entrada e um capacitor (ou entre dois

capacitores), tal caminho sempre deverá conter um elemento que limite a corrente.

Este elemento, por razões de rendimento, será um indutor.

Os circuitos serão estudados considerando que os interruptores comutam a uma

dada frequência (cujo período será designado por τ), com um tempo de condução

do transistor igual a tT. A relação δ=tT/τ é chamada de largura de pulso, ciclo de

trabalho, razão cíclica (duty-cycle).

A obtenção das características estáticas (relação entre a tensão de saída e a tensão

de entrada, por exemplo) é feita a partir da imposição de condições de regime

permanente. Em geral esta análise será feita impondo-se a condição de que, em

cada período de comutação, a tensão média em um indutor é nula, ou ainda de que

a corrente média em um capacitor é nula.

3.1 CONVERSOR ABAIXADOR DE TENSÃO (STEP-DOWN OU BUCK)

A tensão de entrada (E) é recortada pela chave T. Considere-se Vo praticamente

constante, por uma ação de filtragem suficientemente eficaz do capacitor de saída.

Assim, a corrente pela carga (Ro) tem ondulação desprezível, possuindo apenas um

nível contínuo. A figura 2.2 mostra a topologia.

Com o transistor conduzindo (diodo cortado), transfere-se energia da fonte para o

indutor (cresce io) e para o capacitor (quando io >Vo/R).

8

Quando T desliga, o diodo conduz, dando continuidade à corrente do indutor. A

energia armazenada em L é entregue ao capacitor e à carga. Enquanto o valor

instantâneo da corrente pelo indutor for maior do que a corrente da carga, a

diferença carrega o capacitor. Quando a corrente for menor, o capacitor se

descarrega, suprindo a diferença a fim de manter constante a corrente da carga (já

que estamos supondo constante a tensão Vo). A tensão a ser suportada, tanto pelo

transistor quanto pelo diodo é igual à tensão de entrada, E.

Figura 2.2 – Conversor abaixador de tensão

Se a corrente pelo indutor não vai a zero durante a condução do diodo, diz-se que o

circuito opera no modo contínuo. Caso contrário tem-se o modo descontínuo. Via de

regra prefere-se operar no modo contínuo devido a haver, neste caso, uma relação

bem determinada entre a largura de pulso e a tensão média de saída. A figura 2.3

mostra as formas de onda típicas de ambos os modos de operação.

Figura 2.3 – Formas de onda típicas nos modos de condução contínua e descontínua

9

3.1.1 Modo de condução contínua (MCC)

A obtenção da relação entrada/saída pode ser feita a partir do comportamento do

elemento que transfere energia da entrada para a saída. Sabe-se que a tensão

média sobre uma indutância ideal, em regime, é nula, como mostrado na figura 2.4.

�1 = �2

�� ∙ �� = � ∙ (τ − ��)

Figura 2.4 – Tensão sobre uma indutância em regime

No caso do conversor abaixador, quanto T conduz, vL=E-Vo, e quando D conduz,

vL=-Vo.

(� − ��) ∙ �� = �� ∙ (τ − ��)

��

�=

��

τ≡ �

3.1.2 Modo de condução descontínua (MCD)

A corrente do indutor será descontínua quando seu valor médio for inferior à metade

de seu valor de pico (Io<ΔIo/2). A condição limite é dada por:

10

Com a corrente sendo nula durante o intervalo tx, tem-se:

Escrevendo em termos de variáveis conhecidas, tem-se:

(corrente média de entrada)

Supondo a potência de entrada igual à potência de saída, chega-se a:

Definindo o parâmetro K, que se relaciona com a descontinuidade, como sendo:

K =L ∙ ��

E ∙ τ

A relação saída/entrada pode ser reescrita como:

��

�=

� + 2 ∙ �

11

O ciclo de trabalho crítico, no qual há a passagem do modo de condução contínuo

para o descontínuo é dado por:

����� =1 ± √1 − 8 ∙ �

2

A figura 2.5 mostra a característica estática do conversor para diferentes valores de

K. Na figura 2.6 tem-se a variação da tensão de saída com a corrente de carga.

Note-se que a condução descontínua tende a ocorrer para pequenos valores de Io,

levando à exigência da garantia de um consumo mínimo. Existe um limite para Io

acima do qual a condução é sempre contínua e a tensão de saída não é alterada

pela corrente, ou seja, tem-se uma boa regulação, mesmo em malha aberta. Este

equacionamento e as respectivas curvas consideram que a carga tem um

funcionamento de consumo de corrente constante. Caso a carga tenha um

comportamento diverso (impedância constante ou potência constante), deve-se

refazer este equacionamento.

Figura 2.5 – Característica de controle do conversor abaixador de tensão nos modos contínuo e

descontínuo

Figura 2.6 – Característica de saída do conversor abaixador de tensão nos modos contínuo e descontínuo

12

3.1.3 Dimensionamento de L e de C

Da condição limite entre o modo contínuo e o descontínuo (ΔI=2.Iomin) , tem-se:

Se deseja operar sempre no modo contínuo deve-se ter:

Quanto ao capacitor de saída, este pode ser definido a partir da variação da tensão

(ripple) admitida. Enquanto a corrente pelo indutor for maior que Io (corrente na

carga, suposta constante) o capacitor se carrega e, quando for menor, o capacitor se

descarrega, levando a uma variação de tensão ΔVo.

A variação da corrente é:

Observe que ΔVo não depende da corrente.Substituindo ΔIo em ΔQ tem-se:

Logo,

13

3.2 CONVERSOR ELEVADOR DE TENSÃO (STEP-UP OU BOOST)

Quando T é ligado, a tensão E é aplicada ao indutor. O diodo fica reversamente

polarizado (pois Vo>E). Acumula-se energia em L, a qual será enviada ao capacitor

e à carga quando T desligar. A figura 2.7 mostra esta topologia. A corrente de saída,

Io, é sempre descontínua, enquanto Ii (corrente de entrada) pode ser contínua ou

descontínua. Tanto o diodo quanto o transistor devem suportar uma tensão igual à

tensão de saída, Vo.

Também neste caso tem-se a operação no modo contínuo ou no descontínuo,

considerando a corrente pelo indutor. As formas de onda são mostradas na figura

2.8.

Figura 2.7 – Conversor elevador de tensão

3.2.1 Modo de condução contínua (MCC)

Quando T conduz: vL=E (durante tT)

Quando D conduz: vL=-(Vo-E) (durante τ-tT)

ΔIi =E ∙ ��

L=

(V& − �) ∙ (τ − ��)

L

V& =E

1 − δ

Teoricamente, quando o ciclo de trabalho tende à unidade a tensão de saída tenda

para infinito. Na prática, os elementos parasitas e não ideais do circuito (como as

resistências do indutor e da fonte) impedem o crescimento da tensão acima de certo

14

limite, no qual as perdas nestes elementos resistivos se tornam maiores do que a

energia transferida pelo indutor para a saída.

Figura 2.8 - Formas de onda do conversor abaixador-elevador de tensão operando em condução

contínua e descontínua

3.2.2 Modo de condução descontínua (MCD)

Quando T conduz: vL = E, (durante tT)

Quando D conduz: vL = -Vo, durante (τ-tT-tx)

Escrevendo em termos de variáveis conhecidas, e sabendo que a corrente máxima

de entrada ocorre ao final do intervalo de condução do transistor:

Seu valor médio é:

Do balanço de potência tem-se:

15

O que permite escrever:

Uma interessante característica do conversor abaixador-elevador quando operando

no modo descontínuo é que ele funciona como uma fonte de potência constante.

A relação saída/entrada pode ser reescrita como:

O ciclo de trabalho crítico, no qual há a passagem do modo de condução contínuo

para o descontínuo é dado por:

����� =1 ± √1 − 8 ∙ �

2

A figura 2.9 mostra a característica estática do conversor para diferentes valores de

K.

Figura 2.9 - Característica estática do conversor abaixador-elevador de tensão nos modos de

condução contínua e descontínua, para diferentes valores de K

Na figura 2.10 tem-se a variação da tensão de saída com a corrente de carga. Note-

se que a condução descontínua tende a ocorrer para pequenos valores de Io,

levando à exigência da garantia de um consumo mínimo. Existe um limite para Io

acima do qual a condução é sempre contínua e a tensão de saída não é alterada

pela corrente. Este equacionamento e as respectivas curvas consideram que a

16

carga tem um funcionamento de consumo de corrente constante. Caso a carga

tenha um comportamento diverso (impedância constante ou potência constante),

deve-se refazer este equacionamento.

Figura 2.10 - Característica de saída do conversor abaixador-elevador de tensão, normalizada em

relação a (E.τ/L)

3.2.3 Dimensionamento de L e de C

O limiar entre as situações de condução contínua e descontínua é dado por:

Io =ΔI) ∙ (τ − t+)

2 ∙ τ=

V& ∙ (τ − t+) ∙ (1 − δ)

2 ∙ L=

V& ∙ τ ∙ (1 − δ)²

2 ∙ L

L-./ =E ∙ τ ∙ δ ∙ (1 − δ)

2 ∙ Io-./

Quanto ao capacitor, como a forma de onda da corrente de saída é a mesma do

conversor elevador de tensão, o cálculo também segue a expressão:

Co =Io-12 ∙ τ ∙ δ

ΔVo

3.3 CONVERSOR ĆUK

Diferentemente dos conversores anteriores, no conversor Ćuk, cuja topologia é

mostrada na figura 2.11, a transferência de energia da fonte para a carga é feita por

17

meio de um capacitor, o que torna necessário o uso de um componente que suporte

correntes relativamente elevadas.

Como vantagem, existe o fato de que tanto a corrente de entrada quanto a de saída

podem ser contínuas, devido à presença dos indutores. Além disso, ambos indutores

estão sujeitos ao mesmo valor instantâneo de tensão, de modo que é possível

construí-los num mesmo núcleo. Este eventual acoplamento magnético permite, com

projeto adequado, eliminar a ondulação de corrente em um dos enrolamentos. Os

interruptores devem suportar a soma das tensões de entrada e saída.

A tensão de saída apresenta-se com polaridade invertida em relação à tensão de

entrada.

Figura 2.11 - Conversor Ćuk

Em regime, como as tensões médias sobre os indutores são nulas, tem-se:

VC1=E+Vo. Esta é a tensão a ser suportada pelo diodo e pelo transistor.

Com o transistor desligado, iL1 e iL2 fluem pelo diodo. C1 se carrega, recebendo

energia de L1. A energia armazenada em L2 alimenta a carga.

Quando o transistor é ligado, D desliga e iL1 e iL2 fluem por T. Como VC1>Vo, C1 se

descarrega, transferindo energia para L2 e para a saída. L1 acumula energia

retirada da fonte.

A figura 2.12 mostra as formas de onda de corrente nos modos de condução

contínua e descontínua. Note-se que no modo descontínuo a corrente pelos

indutores não se anula, mas sim ocorre uma inversão em uma das correntes, que irá

se igualar à outra. Na verdade, a descontinuidade é caracterizada pelo anulamento

da corrente pelo diodo, fato que ocorre também nas outras topologias já estudadas.

18

Figura 2.12 - Formas de onda do conversor Ćuk em condução contínua e descontínua

Assumindo que iL1 e iL2 são constantes, e como a corrente média por um capacitor é

nula (em regime), tem-se:

I) ∙ t+ = I)� ∙ (τ − t+)

I)� ∙ E = I) ∙ V&

V& =E ∙ δ

1 − δ

Uma vez que a característica estática do conversor Ćuk é idêntica à do conversor

abaixador-elevador de tensão, as mesmas curvas características apresentadas

anteriormente são válidas também para esta topologia. A única alteração é que a

indutância presente na expressão do parâmetro de descontinuidade K é dada pela

associação em paralelo dos indutores L1 e L2.

A relação saída/entrada pode ser reescrita como:

V&

E=

δ²

2 ∙ K3

19

Definindo o parâmetro K, que se relaciona com a descontinuidade, como sendo:

K3 =L3 ∙ I&

E ∙ τeL3 =

L� ∙ LL� + L

O ciclo de trabalho crítico, no qual há a passagem do modo de condução contínuo

para o descontínuo é dado por:

δ56.7 =1 ± √1 − 8 ∙ K

2

3.3.1 Dimensionamento de C1

C1 deve ser tal que não se descarregue totalmente durante a condução de T.

Considerando iL1 e iL2 constantes, a variação da tensão é linear. A figura 2.13 mostra

a tensão no capacitor numa situação crítica (ripple de 100%). Caso se deseje uma

ondulação de tensão de 10%, basta utilizarmos um capacitor 10 vezes maior do que

o dado pela equação C1min.

Figura 2.13 – Tensão no capacitor intermediário numa situação crítica

V8� = E + V&

Na condição limite:

I& = I) = C� ∙2 ∙ E + V&

t+eC�-./ =

I&-12 ∙ δ ∙ 1 − δ ∙ τ

2 ∙ E

20

3.3.2 Dimensionamento de L1

Considerando C1 grande o suficiente para que sua variação de tensão seja

desprezível, L1 deve ser tal que não permita que iL1 se anule. A figura 2.14 mostra a

corrente por L1 numa situação crítica.

E =L� ∙ I)�-12

t+eI. = I)� =

I)�-122

Figura 2.14 – Corrente por L1 em situação crítica

Quando T conduz:

L� =E ∙ t+2 ∙ I.

L�-./ =E ∙ τ ∙ δ

2 ∙ I&-./

3.3.3 Cálculo de L2

Analogamente à análise anterior, obtém-se para L2:

L-./ =E ∙ τ ∙ δ

2 ∙ I&-./

3.3.4 Cálculo de C (capacitor de saída)

C& =E ∙ δ ∙ τ²

8 ∙ L ∙ ΔV&

21

3.4 CONVERSOR SEPIC

O conversor SEPIC (Single Ended Primary Inductance Converter) é mostrado na

figura 2.15. Possui uma característica de transferência do tipo abaixadora-elevadora

de tensão. Diferentemente do conversor Ćuk, a corrente de saída é pulsada. Os

interruptores ficam sujeitos a uma tensão que é a soma das tensões de entrada e de

saída e a transferência de energia da entrada para a saída se faz via capacitor.

O funcionamento no modo descontínuo também é igual ao do conversor Ćuk, ou

seja, a corrente pelo diodo de saída se anula, de modo que as correntes pelas

indutâncias se tornam iguais. A tensão a ser suportada pelo transistor e pelo diodo é

igual a Vo+E.

Figura 2.15 – Topologia do conversor SEPIC

3.5 CONVERSOR ZETA

O conversor Zeta, cuja topologia está mostrada na figura 2.16, também possui uma

característica abaixadora-elevadora de tensão. Na verdade, a diferença entre este

conversor, o Ćuk e o SEPIC é apenas a posição relativa dos componentes.

Aqui a corrente de entrada é descontínua e a de saída é continua. A transferência de

energia se faz via capacitor. A operação no modo descontínuo também se

caracteriza pela inversão do sentido da corrente por uma das indutâncias. A posição

do interruptor permite uma natural proteção contra sobre-correntes. A tensão a ser

suportada pelo transistor e pelo diodo é igual a Vo+E.

22

Figura 2.16 – Topologia do conversor ZETA

3.5 CONVERSOR ABAIXADOR / ELEVADOR DE TENSÃO (BUCK-BOOST)

Nesta topologia de conversor é possível obter na saída (Vo) uma tensão maior ou

menor que a tensão de entrada (E). Porém, a tensão de saída apresenta uma

polaridade oposta à tensão de entrada.

Quando a chave (T) está conduzindo, o indutor recebe toda a tensão da fonte. O

diodo neste momento não conduz e o capacitor (Co) alimenta a carga (Ro) mantendo

a tensão de saída constante. No momento em que a chave (T) deixa de conduzir, a

corrente no indutor passa a circular pelo diodo e a energia armazenada no indutor é

transferida para o capacitor e para a carga.

Figura 2.17 – Conversor Buck-Boost

No conversor buck-boost tanto a corrente de entrada quanto a corrente de saída são

descontínuas e a corrente no indutor pode ser contínua ou descontínua,

caracterizando os modos de condução contínua ou descontínua de corrente.

23

Figura 2.18 – (a) Formas de onda do modo de condução contínua de corrente; (b) Formas de onda do

modo de condução descontínua de corrente

No modo de condução descontínua, a tensão média sobre a indutância, em regime,

é nula. Com isso é possível determinar a relação entrada/saída do conversor. A

figura 2.19 apresenta a forma de onda da tensão no indutor.

Figura 2.19 – Forma de onda de tensão no indutor

A relação entre a tensão de entrada do conversor (E) e a tensão de saída (Vo) pode

ser obtida utilizando-se o critério das áreas iguais na figura 2.19. Como a tensão

média no indutor é nula em regime permanente, a área acima do eixo de tensão

zero (A1) deve ser igual à área abaixo do eixo (A2)

A� = E ∙ t:/eA = V& ∙ T − t:/

24

Igualando-se A1 e A2 e utilizando-se a equação D =7=>+

, obtém-se a expressão do

ganho do conversor boost:

G =V&E=

1

1 − D

25

4 APLICAÇÃO

4.1 GERAÇÃO A CÉLULA A COMBUSTÍVEL

O sistema de geração a célula a combustível é uma fonte alternativa que já é

utilizado em pequenas centrais de geração de energia instaladas quase sempre

perto das áreas consumidores, fazendo parte de um movimento crescente no mundo

que é a geração distribuída. Sua utilização desta forma acarreta em uma grande

economia na implementação, pois como é instalada próxima de centros

consumidores não há necessidade da construção de linhas de transmissão. Isto

resulta na redução com gastos com proteção de linhas, outros equipamentos

necessários a linhas de transmissão (compensação, bobinas de bloqueio e sistemas

de operação de linhas de alta tensão, entre outros) e na redução nos gastos com

manutenção. O princípio de funcionamento é similar a o de uma bateria que

transforma energia química em energia elétrica e térmica, através de reações

eletroquímicas entre hidrogênio e oxigênio, veja na figura 2.20 a estrutura básica.

Figura 2.20 – Esquema geral da célula a combustível

Em condições normais de operação, uma célula a combustível apresenta na saída

tensões de 0,5 a 0,9 V. Para aplicações viáveis algumas células são ligadas em

série podendo o conjunto apresentar na saída tensões na casa de 30 V. Esta tensão

é muito pequena para a entrada do inversor, sendo a amplitude do sinal de saída

proporcional ao nível de tensão contínua na entrada. A saída do inversor poderia ser

26

ligada a um transformador para elevar o nível de tensão ao nível de distribuição,

mas isto aumentaria muito o custo do sistema. Uma solução viável é a utilização de

um conversor CC-CC para elevar o nível de tensão ainda em corrente contínua. A

figura 2.21 apresenta o diagrama de blocos de um sistema de geração a célula a

combustível.

Figura 2.21 – Sistema de geração a célula a combustível

4.2 VEÍCULOS ELÉTRICOS

O subsistema que forma a parte elétrica de um veículo elétrico são os elementos

armazenadores de energia como as baterias, os conversores de acionamento e o

motor de tração elétrico. È necessário um conversor que atenda ao estágio de

elevação do nível de tensão das baterias para o fornecimento confiável de um

barramento CC para acionamento de um motor elétrico e proporcionar o fluxo de

energia do motor banco de baterias quando este funcionar como gerador em um

momento de desaceleração ou de frenagem. A potência usada para tracionar um

veículo é relativamente elevada, portanto a construção de um conversor CC-CC

deve prever o processamento dessa potência em um espaço físico reduzido e

considerar as mínimas perdas para um bom rendimento.

A figura 2.22, mostra o diagrama de blocos do sistema de acionamento

representativo de um veículo elétrico (VE), tal sistema contempla um conjunto de

baterias, um estágio elevador de tensão compreendido por um conversor CC-CC,

um segundo estágio compreendido por um conversor de acionamento do motor

elétrico (driver) e um motor elétrico responsável pela tração do veículo.

Figura 2.20 - Diagrama de blocos do sistema elétrico de um VE

27

5 CONCLUSÃO

As fontes chaveadas são atualmente muito empregadas nos mais variados sistemas

eletrônicos, principalmente devido às suas características de baixo volume e peso

em comparação com as fontes com regulação linear. No entanto, são circuitos

complexos que demandam um maior cuidado para o projeto e implementação

prática. A evolução das fontes chaveadas dá-se tanto sob o aspecto do oferecimento

de componentes com melhores características como pelo desenvolvimento da

técnica de projeto e construção. Comparativamente às outras áreas da eletrônica,

muito há a ser feito, principalmente nos aspectos de integração de componentes e

de melhoria da confiabilidade. Apesar desses desafios, as fontes chaveadas

permanecem como uma alternativa extremamente interessante para todos os

sistemas eletrônicos.

28

REFERÊNCIAS

1 J. A. Pomilio,Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados. Fontes

Chaveadas. Disponível em

<http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/pdffiles/CAP1.pdf>. Acessado em 24 de

Outubro de 2014.

2 T. F. Viana,Conversores CC-CC não isolados para aplicações em sistemas de

geração elétrica a célula a combustível. Disponível em

<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10003749.pdf>. Acessado em

19 de Novembro de 2014.

3 F. E. O. Barrozo,Conversor CC-CC Bidirecional em corrente para aplicação em

veículos elétricos. Disponível em

<http://www.gpec.ufc.br/inicio/trabalhos/Conversor%20CC-

CC%20Bidirecional%20para%20Aplica%C3%A7%C3%A3o%20em%20Ve%C3%AD

culos%20Eletricos.pdf>. Acessado em 19 de Novembro de 2014.