Toxicologia Básica

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  • 27/5/2013

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    TOXICOLOGIA BSICA

    Profa. Dra. Maria Elisa Pereira Bastos de Siqueira

    Profa. Dra. Isarita Martins

    Departamento de Anlises Clnicas e Toxicolgicas

    UNIFAL -MG

    CONCEITOS BSICOS

    1. TOXICOLOGIA

    a cincia que estuda os efeitos nocivos

    decorrentes das interaes de substncias

    qumicas com o organismo.

    MEPBS

    Substncia

    qumicaOrganismoEfeito

    nocivo

    MEPBS

    ELEMENTOS DA TOXICOLOGIA

    e suas inter-relaes

    TOXICOLOGIA CINCIA MULTIDISCIPLINAR

    Patologia

    Fisiologia

    Qumica Sade

    Pblica

    Citologia/

    Histologia

    Farmacologia

    Bioqumica

    MEPBS

    DESENVOLVIMENTO

    HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    idade antiga

    idade contempornea

    idade moderna

    idade mdia

    476

    1456

    1789

    Aspecto mdico,

    legal(Grcia) e

    legal/ criminal

    (Roma)

    Aspecto criminal

    Aspecto cientfico

    Toxicologia como

    cincia

    MEPBS

    Pr-histria : observao de qual

    alimento produzia ou no efeitos

    txicos ou doenas.

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE ANTIGA

    ativos, entre eles:

    - Metais (Pb e Cu)

    - Vegetais txicos: cicuta, acnito

    - Venenos de animais: cobras, escorpies, aranhas

    Prof. Felix G. R. Reyes

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    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE ANTIGA - Grcia

    470-399 a.C. Scrates condenado morte com cicuta

    460-364 a.C. Hipcrates Pai da Medicina relao de venenos e princpios da Toxicologia clnica

    370-286 a.C. Theophrastus referncias s plantas txicas no livro De Historia Plantarum

    MEPBS

    Prof. Felix G. R. Reyes

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE ANTIGA - Grcia

    204-135 a.C. Nicandro fez poemas descrevendo venenos, envenenamentos e antdotos (Alexipharmaca e Theric)

    40- 90 a.C. Dioscrides Pai da Farmcia classificao dos venenos (animais, vegetais e minerais), descrio e desenhos dos venenos; uso de emticos em envenenamentos e ventosas p/ picadas de cobras

    MEPBS

    Prof. Felix G. R. Reyes

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE ANTIGA - Roma

    120- 63 a.C. Midrdates rei do Ponto

    experimentos com envenamentos agudos e modos

    de evitar seus efeitos: ingesto voluntria de mistura

    de 36 diferentes ingredientes.

    MEPBS

    Sculo IV a.C. envenenamentos em massa

    Locusta, Agripina, Cludio

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE ANTIGA - Roma

    MEPBS

    Ano 82 a. C. Sulla Lex Cornelia, para punir

    envenenadores

    37-68 d.C. Nero usou veneno para matar

    Britanicus (seu meio-irmo)

    IDADE MDIA

    1135-1204 Maimonides(Moses bem Maimon)-

    escreveu um texto sobre tratamento dos

    envenenamentos por insetos, cobras e cachorros

    loucos.

    MEPBS

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE MDIA

    MEPBS

    Venenos usados largamente com finalidade

    poltica : Toffana(cosmticos base de arsnio);Spara(uso

    de veneno p/ fins matrimoniais e financeiros);

    Brgias, como Alexandre VI e seus filhos Lucrcia

    e Csar. Catarina de Mdicis venenos da Itlia

    para a Frana.

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

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    IDADE MDIA

    MEPBS

    Marquesa de Brinvillers

    (incio dos efeitos, potncia, local e modo

    de ao, sinais e sintomas)

    Catherine Deshayes, La Voisine

    envenadora na corte de Lus XIV a qual

    atribuda a morte de 2000 crianasChambre Ardente comisso judicial para

    punir envenenadores.

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    RENASCENA IDADE MODERNA

    1493-1541 - PARACELSUS desenvolvimento do

    aspecto mdico, cientfico da Toxicologia;

    necessidade de experimentao; dose diferencia

    remdio de veneno e outras idias revolucionrias

    no campo da medicina e teraputica. Publicou o

    primeiro tratado de doenas em mineradores.

    MEPBS

    Revoluo Industrial relatos de doenas

    profissionais por Ramazzini e Potts

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE CONTEMPORNEA

    Sculo XIX desenvolvimento extraordinrio da

    Qumica Orgnica e sntese de novos compostos

    (fosgnio, gs mostarda gases de guerra).

    MEPBS

    Magendie (1783-1855) brometo, pio, estricnina

    na medicina; Claude Bernard(1813-1878) ao

    txica do curare; Ehrlich (1845-1915)

    mecanismos de ao de toxicantes

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE CONTEMPORNEA

    1787-1853 ORFILA

    exclusivamente para a Toxicologia Trait de Toxicologie e este conhecimento passa a ser uma Cincia.

    Desenvolvimento do aspecto forenseda

    Toxicologia, principalmente de mtodos de

    deteco de toxicantes em material biolgico.MEPBS

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE CONTEMPORNEA

    Segunda Guerra Mundial: sntese de SQ, entre as quais os

    inseticidas organofosforados e organoclorados visando

    uso na Guerra. Paralelamente, houve o desenvolvimento

    de antdotos, como o BAL.

    Introduo dos aditivos para alimentos e seu controle

    MEPBS

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

    IDADE CONTEMPORNEA

    Aps a Segunda Guerradesenvolvimento extraordinrio

    da Toxicologia: condies da exposio, e no apenas a

    dose, como desencadeantes de efeitos txicos;

    estabelecimento do risco x segurana no uso de SQ

    (padres de segurana); conhecimento de mecanismos de

    ao txica; aspectos preditivos e preventivos da

    Toxicologia; Toxicologia comportamental,

    Imunotoxicologia, Toxinologia, Ecotoxicologia, entre

    outros.

    MEPBS

    DESENVOLVIMENTO HISTRICO DA TOXICOLOGIA

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    O campo da Toxicologia na poca atual est

    consideravelmente aumentado, tornando-se uma

    verdadeira cincia social, que tem como principal

    objetivo proteger a populao e permitir que a

    mesma se beneficie com seguranados progressos

    da era contempornea.

    (Ren Truhaut Universidade de Paris)

    MEPBS

    TOXICOLOGIA CINCIA MULTIPROFISSIONAL

    efeito txico

    DIVISO

    Toxicologia analtica ou

    qumica

    Toxicologia experimental

    Toxicologia clnica ou

    mdica

    substncia qumica organismo

    1

    3

    2

    MEPBS

    TOXICOLOGIA Finalidades

    PREVENIR

    TRATAR

    DIAGNOSTICAR

    INTOXICAES

    MEPBS

    2. Agente txico ou toxicante

    Qualquer substncia qumica capaz de

    causar um efeito considerado nocivo ao

    sistema biolgico quando com ele interage.

    3. Xenobitico

    Qualquer substncia qumica estranha ao

    organismo, seja qualitativamente ou

    quantitativamente.

    TOXICOLOGIA CONCEITOS BSICOS

    MEPBS

    TOXICOLOGIA Alteraes nocivas

    Ao serem produzidas numa exposio prolongada

    resultem em transtornos da capacidade funcional

    e/ou da capacidade do organismo em compensar

    nova sobrecarga

    So reversveis ou no e diminuem

    perceptivelmente a capacidade do

    organismo de manter sua homeostasia

    Aumentam a suscetibilidade aos efeitos indesejveis

    de outros fatores ambientais tais como os qumicos,

    fsicos, biolgicos ou os sociais.

    National Academy of Science - NAS MEPBS

    4. Toxicidade

    a propriedade inerente ou potencial da

    substncia qumica de provocar um efeito

    nocivo ao interagir num sistema biolgico.

    Como uma medida relativa do risco, a maneira mais

    usual de ser avaliada atravs da DOSE LETAL 50 (DL

    50)

    TOXICOLOGIA CONCEITOS BSICOS

    MEPBS

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    Dose letal 50 (DL50)

    Dose ou concentrao de um agente

    qumico que pode causar a morte de 50%

    de uma populao de organismos, em

    condies experimentais definidas.

    Prof. Felix G. R. Reyes

    TOXICOLOGIA CONCEITOS BSICOS

    COMPARAO DA TOXICIDADE DE

    2 SUBSTNCIASProf. Felix G. R. Reyes

    5. Intoxicao

    o conjunto de sinais e sintomas que

    revelam os efeitos txicos provocados pelas

    substncias qumicas no organismo - a

    quebra do estado homeostsico do

    organismo ou seja, a presena de uma

    patologia.

    a manifestao dos efeitos nocivos

    TOXICOLOGIA CONCEITOS BSICOS

    MEPBS

    TOXICOLOGIA

    REAS E ASPECTOS

    REAS

    AMBIENTAL

    OCUPACIONAL

    ALIMENTOS

    SOCIAL

    MEDICAMENTOS

    ASPECTOS

    Econmica

    Forense

    Peditrica

    Mecanstica

    Regulatria

    Etc...MEPBS

    PAINEL DOS EFEITOS TXICOS

    1.Quanto a regio atingida

    local e sistmico

    2. Quanto durao do efeito

    agudo, subcrnico e crnico

    3. Efeito idiossincrtico

    5. Exacerbao de doena pr-existente

    4. Hipo e hiperreatividade

    MEPBS

    PAINEL DOS EFEITOS

    TXICOS6. INTERAES

    Adio 2 + 2 = 4

    Potencializao 2 + 0 = 3

    Sinergismo 3 + 4 = 10

    MEPBS

    Antagonismo 5 + 2 = 1

    qumico

    disposicional

    de receptor

    funcional

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    MEPBS

    I - EXPOSIO

    II - TOXICOCINTICA

    III - TOXICODINMICA

    IV - CLNICA

    FASES DA

    INTOXICAO

    TOXICANTE TOXICIDADE INTOXICAO

    DISPONIBILIDADE

    QUMICABIODISPONIBILIDADE

    Figura- Fases da ao txica de um agente qumico

    no organismo

    EXPOSIO

    - Vias de Introduo

    TOXICOCINTICA

    - Absoro

    - Distribuio

    - Biotransformao

    - Armazenamento

    - Eliminao

    TOXICODINMICA

    - Dano bioqumico

    Fase Exposio Toxicocintica

    Movimento

    Toxicodinmica

    Contato Interao

    MEPBS

    I - EXPOSIO

    FASES DA INTOXICAO

    TOXICANTE

    DISPONIBILIDADE

    QUMICA

    * VIA DE INTRODUO

    FASE DA EXPOSIO -

    condies

    MEPBS

    * DOSE/ CONCENTRAO

    * TEMPO E DURAO DA EXPOSIO

    * SUSCETIBILIDADE INDIVIDUAL

    FASE DA EXPOSIO -

    condies

    MEPBS

    * PROPRIEDADES FSICO - QUMICAS- solubilidade;- pH e pKa (grau de ionizao);- tamanho e forma da molcula;- presso de vapor.

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    VIAS DE INTRODUO

    A efetividade de uma via de introduo decresce na seguinte ordem:

    endovenosa pulmonar

    subcutnea intramuscular

    gastrintestinal drmica

    MEPBS

    DOSE/ CONCENTRAO

    Importante principalmente pelo fato das

    substncias qumicas usarem a difuso simples

    como principal mecanismo de passagem

    atravs da membrana celular

    A passagem passiva do agente qumico atravs da

    membrana depende da lipofilicidade do frmaco e da

    quantidade presente na forma no- ionizada.

    Lipofilicidade x hidrofilicidade

    MEPBS

    MEPBS

    DURAO E FREQNCIA

    DA EXPOSIO

    Longa, curta, mdia durao OU

    Crnica, subcrnica, aguda

    Exposies nicas ou mltiplas

    MEPBS

    SUSCETIBILIDADE

    INDIVIDUAL

    Idade

    Sexo

    Herana gentica

    etc

    PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS

    1 - Solubilidade

    Lipofilicidade Coeficiente de partio (Cp)

    Dependem da caracterstica qumicas do toxicante.

    Exemplos:

    (hidro) - OH, - NH 2, - COOH, - COH, - N+ R3, etc.

    (lipo) alquila (tamanho da cadeia); halognio, etc.

    MEPBS

    Cp = a razo da solubilidade da substncia qumica em

    equilbrio numa soluo aquosa e em uma no-aquosa.

    PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS

    1 - Solubilidade

    K =

    Corg

    Caq

    Volumede solventeextrator

    adicionado(Vext)

    Volume de amostra (Vam)

    com Concentrao de

    analito(C)

    MEPBS

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    SOLUBILIDADE E

    ABSORO

    LIPOFILICIDADE

    Atravessa a barreira

    hematoenceftlica muito

    mais rapidamente que a

    morfina.

    herona

    MEPBS

    Coeficiente de ionizao pKa

    PROPRIEDADES FSICO-

    QUMICAS

    O grau de ionizao de uma molcula depende de

    dois fatores:

    1. Constante de dissociao da substncia (pKa);

    2. pH do meio onde se encontra o agente qumico.

    MEPBS

    2. pH e pKa

    Afinal, o que pKa?

    o valor de pH do meio no qual a

    concentrao da substncia na forma

    ionizada igual concentrao na forma

    no ionizada.

    MEPBS

    Esta constante (caracterstica de cada

    substncia) pode determinar quanto de uma

    molcula poder ser absorvida em

    determinado pH.

    A proporo da SQ no ionizada/ionizada

    pode ser calculada pelas equaes de

    HENDERSON -HASSELBALCH,

    representadas a seguir:

    cidos

    RCOOH RCOO- + H +

    MEPBS

    pKa = pH + log [ cido no-ionizado]

    log [cido ionizado]

    pKa = pH + log [ RCOOH]

    log [RCOO-]

    Bases

    RNH 2 + H+ RNH 3

    +

    pKa = pH + log [base ionizada]

    log [base no-ionizada]

    MEPBS

    pKa = pH + log [RNH+3]

    log [RNH2]

    [1] [1000]

    HA A- + H+

    Plasma - pH 7,4

    Suco gstrico - pH 1,4

    [1] [0,001]HA A- + H+

    cido fraco HA A- + H+ (pKa 4,4)

    Barreira lipdica da mucosa

    MEPBS