Fechamento: 22/03/2017 às 22h00

Ano: XXIV - Nº 6070Quinta-feira, 23 de março de 2017

Michel Temer e sua bancada de apoio na Câmara provaram ontem que ostrabalhadores e trabalhadoras são os verdadeiros alvos do golpe aplicado à demo-cracia brasileira. Em tempo recorde e com atropelo do debate, aprovaram o projetode lei (PL 4302/98) que generaliza a terceirização, rasgando a Consolidação dasLeis do Trabalho (CLT) e precarizando as relações entre empregados e empregado-res. Com essa investida, o ilegítimo Temer paga mais uma fatura do golpe, ao fazervaler os interesses daqueles que apoiaram o impeachment da presidenta legitima-mente eleita, Dilma Rousseff. O projeto segue para sanção presidencial.

O texto base foi aprovado por 231 votos favoráveis, 188 contrários e oitoabstenções. A resistência para impedir a votação da matéria transformou oplenário da Câmara em um campo de batalha. De um lado, os que defendiamos direitos dos trabalhadores. De outro, os que apoiavam os empresários e aprecarização do trabalho. Parlamentares do PT fizeram um protesto histórico,carregando vários patos infláveis para dentro do plenário – numa analogia aopato da Fiesp, que serviu de ícone durante os protestos pró-golpe. Partidos deoposição contrários ao projeto também aderiram ao protesto. Os patos inflá-veis carregavam os dizeres: “o pato devorador de direitos”.

O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP), criticou duramente abase do governo ilegítimo de Temer pela tentativa de aprovar uma proposta“perniciosa” aos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras do País. “Trou-xemos o pato devorador dos direitos, o pato da Fiesp, que está promovendouma verdadeira destruição das leis do trabalho. Sim, porque este projetorepresenta o fim dos direitos dos trabalhadores. Nós do PT fazemos oposição

Trabalhadores do Brasil: vamos pagar o pato!radical a este projeto, condenamos esta votação. Os direitos dos trabalhado-res são inegociáveis”, vaticinou.

Zarattini rebateu as declarações de setores do empresariado de que o projetovai promover geração de emprego. “Este projeto não vai gerar emprego, porque oque gera emprego é aumentar o salário mínimo, aumentar a aposentadoria, darcrédito para micro e pequena empresa. Ao contrário, este projeto é um retrocesso evai reduzir a renda do trabalhador. Os únicos que vão ganhar são os empresários,que vão aumentar sua margem lucro. O projeto não é de modernização da econo-mia, mas, sim, de retirada de direitos”, disse.

O líder do PT alertou também que as mulheres serão imensamente prejudi-cadas com esta proposta. “Este projeto vai fazer com que as mulheres sejamainda mais discriminadas, porque reduz direitos já conquistados em suas lutas.Vejam só, ao fazer a terceirização, o empresário, que não aceita o afastamentoda mulher por licença maternidade, vai fazer a contratação temporária e afastaráa mulher jovem do mercado de trabalho. Então, as mulheres do Brasil precisamestar atentas para o que foi votado nesta Casa”, ressaltou.

“Fiquem atentos, pois o presidente ilegítimo Michel Temer, juntamentecom o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, dois golpistas que comandam oPaís, não têm pena do trabalhador. Muito pelo contrário, o que os golpistasquerem é garantir que os empresários possam explorar os trabalhadores e deforma legal. Até porque este governo golpista impediu a divulgação da lista dasempresas que praticam trabalho escravo. Então, eles querem é explorar aindamais o trabalhador deste País”, criticou o líder Carlos Zarattini.

Tamanho da Maldade- A proposta autoriza a terceirização nas atividades-fim e nas atividades-

meio. Empresas poderão atuar sem nenhum empregado com vínculo direto eefetivo com o empregador. No caso de falência das empresas terceirizadas, oempregado não terá a quem recorrer para receber direitos.

- Entre os trabalhadores terceirizados, existe maior índice de rotatividade,ou seja, menor tempo de permanência do vínculo empregatício. É tambémentre eles que há maior incidência de trabalho análogo ao escravo. Ou seja,a maioria dos trabalhadores resgatados está entre os terceirizados.

- O projeto possibilita a ampliação do trabalho temporário para 180dias, prorrogáveis por mais 90 dias, e nova prorrogação possível por meio danegociação coletiva. Com isso, esta forma de contratação será largamenteutilizada, estabelecendo o fim do vínculo empregatício e redução de custos.

- As mulheres serão as mais atingidas por essas formas de contratação.Como, em geral, os terceirizados trabalham em média 4h diárias a mais queos contratados diretos, isso representa mais uma adição na quantidade dehoras de trabalho que as mulheres já desempenham.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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Líder da Bancada: Deputado Carlos Zarattini (SP)Coordenadora Geral: Chica Carvalho Coordenador de Comunicação: Carlos Leite Coordenador Adjunto : Rogério Tomaz Jr., Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e GabrielSousa Fotógrafo: Gustavo Bezerra Video: João Abreu, Jonas Tolocka, Jocivaldo Vale, Crisvano QueirozProjeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças e Eva GomesColaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.O Boletim PT na Câmara foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.E

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O deputado Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA) dis-cursou nesta semana na Câmara para alertaro povo brasileiro sobre “o desmonte e a ven-da do Brasil a preço de banana”. Ele exem-plificou as últimas concessões dos aeropor-tos feitas no Brasil para empresas da Europaque não “anda bem das pernas”. “Mas atéas empresas de lá estão comprando nossasempresas. Esse é o fruto da grande OperaçãoLava Jato e dessa tentativa de massacrar opresidente Lula, a Dilma e o Partido dos Trabalha-dores”, resumiu. Para o deputado, daqui a pouco, asempresas produtoras de alimento também irão nomesmo rumo, com a história da carne.

Zé Geraldo analisou que, desde a Lava Jato, em2014, que se voltou forte e violentamente para osetor de petróleos e construções, o Brasil desancoupara uma crise econômica e política. “Essa crise foiresponsável por arruinar as maiores empresas pú-blicas e privadas e por jogar o País na maior crisepolítica que solapou a democracia com o golpe quederrubou a presidenta Dilma”.

Para ele, a coincidência, pelo menos na econo-mia, entre os abusos da Lava Jato e a quebra do Brasiltem que ser levada em conta. “O PIB Brasileiro, ape-

CÂMARA

Zé Geraldo alerta para desmonte do Brasil eaponta Lava Jato como responsável por crise

sar das oscilações que já vinha sofrendo desde 2012frente à crise internacional, teve, a partir de 2014,fortíssima queda, chegando em 2015 com perdas demenos 3,8% e em 2016 com menos 3,6%. E, con-venhamos, não podemos culpar agora somente a criseinternacional e os problemas endógenos da nossaeconomia por crescente queda. A Lava Jato teve e vemtendo, sim senhor, responsabilidade capital por esseenorme prejuízo”, disse.

Ainda, na avaliação do deputado Zé Geraldo,foi justamente a enorme retração dos investimentosna área de construções e serviços que puxou a in-dústria e outros setores da economia para uma que-da bastante grande. “E por que isso aconteceu?Porque a maneira como foram conduzidas as inves-

tigações e os abusos cometidos por procura-dores e juízes da Lava Jato, que em vez depunir os administradores corruptos e preser-var as empresas e os seus projetos, miraramjustamente as empresas, preservando, decerta forma, os corruptos em um programade delação que mais beneficia quem come-teu atos ilícitos do que pune os culpados”.

Como consequência, destacou o deputa-do, o que se viu no Brasil foi recessão, “em-

presas nacionais que até ontem eram líderes mundi-ais quebradas, desemprego em massa e a exploraçãode nossas riquezas e setores de serviços sendo entre-gues às multinacionais, muitas delas, com piores re-putações que as finadas Odebrecht, Andrade Gutier-rez, Queiroz Galvão, Delta etc”, afirmou.

“Se o Supremo Tribunal Federal, o ConselhoNacional de Justiça ou mesmo o Executivo não pu-nirem ou nada fizerem para coibir os abusos dejuízes como um certo Moro, de fundamentalistas doMinistério Público como um certo fanático religiosoDallagnol e de aloprados delegados da Polícia Fe-deral, seguramente em brevíssimo tempo estará oBrasil no fundo do poço sem nenhuma possibilidadede saída”, concluiu.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

PCdoB recebe homenagem nos seus 95 anose PT destaca histórico de união entre os partidos

Lideranças do PCdoB realizaramontem, na Câmara de Deputados, atosolene em homenagem aos 95 anos dopartido. Em pronunciamento na aberturado evento, a presidenta nacional doPCdoB, deputada Luciana Santos (PE),resgatou o papel do partido na luta e nasconquistas do povo brasileiro, que atual-mente são ameaçadas pela política deretrocessos imposta pela agenda de reformas do gover-no ilegítimo de Michel Temer.

“O PCdoB faz um chamado para se construir umaconvergência de forças em defesa da democracia, do Esta-do Democrático de Direito e do fortalecimento da políticacomo legítimo instrumento de mediação dos conflitos ediferenças existentes na sociedade”, frisou Luciana.

O líder da Minoria na Câmara e vice-presidente

do PT, deputado José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE), res-saltou o histórico de solidariedade entre o PT e oPCdoB. “Construímos uma relação sólida, forte e demuita coerência na condução política de defesa danossa democracia. Estamos sempre juntos, principal-mente nos momentos em que ela (a democracia) estáameaçada como agora”, afirmou.

Guimarães alertou que os partidos de esquerda

têm um longo caminho pela fren-te para barrar “a perversidade” dogoverno golpista, que tem adota-do medidas que retiram direitos ereduzem conquistas sociais. “E sóhá um caminho para derrotarmosesse governo: nossa união na lutaaqui dentro do Congresso e o povonas ruas”, frisou.

Além do deputado Guimarães, participaram doevento o líder do PT na Câmara, deputado CarlosCarlosCarlosCarlosCarlosZarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP)Zarattini (SP), e os deputados petistas Assis Car-Assis Car-Assis Car-Assis Car-Assis Car-valho (PI), Enio Verri (PR), Luiz Couto (PB),valho (PI), Enio Verri (PR), Luiz Couto (PB),valho (PI), Enio Verri (PR), Luiz Couto (PB),valho (PI), Enio Verri (PR), Luiz Couto (PB),valho (PI), Enio Verri (PR), Luiz Couto (PB),Luiz Sérgio (RJ), Nelson PLuiz Sérgio (RJ), Nelson PLuiz Sérgio (RJ), Nelson PLuiz Sérgio (RJ), Nelson PLuiz Sérgio (RJ), Nelson Pelegrino (BA),elegrino (BA),elegrino (BA),elegrino (BA),elegrino (BA),PPPPPadre João (MG)adre João (MG)adre João (MG)adre João (MG)adre João (MG) e PPPPPatrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG). Ogovernador do Piauí, Wellington Dias (PT), tambémprestigiou o ato comemorativo dos 95 anos do PCdoB.

RICHARDSILVA/PCDOB

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DESMONTE

A deputada Ana PAna PAna PAna PAna Perugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP) protocolouontem na Câmara projeto de lei (PL 7.192/17) queestende aos blogueiros, a garantia constitucional denão revelar a identidade da fonte das informaçõesque divulgam. Atualmente, apesar de previsto no in-ciso XIV do artigo 5º da Constituição e no artigo 71da lei 5.250/67 (Lei de Imprensa), o sigilo da fontetem sido objeto de análises, com decisões diferentesnas três instâncias do Judiciário brasileiro.

O projeto prevê nova redação para o artigo 71,que hoje contempla apenas jornalistas e radialis-tas, estendendo o direito ao sigilo aos “profissionais da internet”. “AConstituição não limita o sigilo da fonte apenas a jornalistas, mas, sim,o vincula ao exercício profissional, e é de conhecimento geral que mui-tas blogueiras e blogueiros utilizam seus sites como meio de subsistên-cia. Nada mais justo que garantir a esses profissionais os mesmos direi-

Projeto da terceirização é o maior golpeaos direitos dos trabalhadores brasileiros

A Bancada do PT na Câma-ra lutou bravamente para ten-tar barrar a investida do gover-no ilegítimo de Temer contraos direitos dos trabalhadores.Deputados que apoiaram o gol-pe aprovaram ontem o projetode lei (PL 4302/98) que per-mite a terceirização de todasas atividades das empresas. Oprojeto foi apresentado por FHCem 1998 e, em 2003, ao as-sumir a Presidência da Repú-blica, o presidente Lula solicitou a retirada do PL. Agora, a base do governoTemer “ressuscitou” e aprovou o texto que precariza as relações de trabalho,destrói a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e os direitos dos trabalha-dores conquistados ao longo dos anos.

Durante todo o dia, deputados da bancada petista criticaram os parlamen-tares que apoiam o governo golpista de Temer na destruição dos direitos dastrabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros. Para o deputado HenriqueHenriqueHenriqueHenriqueHenriqueFontanaFontanaFontanaFontanaFontana (PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS), vice-líder da Minoria, aprovar o PL 4302 representa omaior ataque das últimas décadas contra a CLT.

“Este é o projeto das precarizações que tem como objetivo deslocar os 30a 40 milhões de brasileiros que hoje trabalham com carteira assinada direta-mente pelo seu empregador e fazer deles, progressivamente, um mercado ter-ceirizado. Isso enfraquece a capacidade de luta por melhores salários, enfraque-ce a capacidade do trabalhador de conquistar melhores condições de trabalho. Éuma espécie de caminho para o passado, como se, de fato, o problema do Brasilfosse o trabalhador”, enfatizou Fontana.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS)Maria do Rosário (PT-RS) lamentou a aprovação do proje-to que representa um golpe, especialmente, para as mulheres trabalhadoras doPaís. “As mulheres vão pagar um preço muito grande, porque a terceirização, aprecarização do trabalho, jogará muitas trabalhadoras em condições de nãoterem os direitos trabalhistas assegurados. É uma vergonha que este projeto

seja retirado da última gavetadesta Câmara dos Deputados etrazido ao plenário para preju-dicar os trabalhadores e traba-lhadoras brasileiras”, disse.

O líder da Minoria, deputa-do José Guimarães (PT-José Guimarães (PT-José Guimarães (PT-José Guimarães (PT-José Guimarães (PT-CE)CE)CE)CE)CE), considerou um absurdo avotação de um projeto desen-gavetado após 19 anos e criti-cou o apoio da base do governoTemer à proposta. “Vossas Ex-celências vão se abraçar neste

defunto velho? Anos e anos dormitando nas gavetas da Câmara! Estamos falandode vidas, de trabalhadores, isso é coisa séria. Serão prejudicados milhões detrabalhadores terceirizados que terão os seus direitos aniquilados. Este projetoé um crime”, lamentou o líder.

Também o deputado PPPPPaulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS) reafirmou que o PL 4302é o pagamento do golpe parlamentar que retirou do cargo a presidenta Dilma,eleita democraticamente. “Este projeto é para pagar a conta da Fiesp, a contado golpe. É um projeto que pretende atingir a livre organização dos trabalhado-res, o movimento sindical, a sua capacidade de luta e de resistência”, disse.

Questão de OrdemQuestão de OrdemQuestão de OrdemQuestão de OrdemQuestão de Ordem – Antes da votação, numa estratégia de resistênciaà aprovação do projeto que precariza as relações de trabalho, o deputado LeoLeoLeoLeoLeode Brito (PT-AC)de Brito (PT-AC)de Brito (PT-AC)de Brito (PT-AC)de Brito (PT-AC), vice-líder do PT, apresentou uma questão de ordem solici-tando votação de mensagem encaminhada pelo governo Lula, em 2003, pedin-do a retirada da proposta.

“Esse projeto de 1998, que foi aprovado na Câmara e depois foi apresen-tado um substitutivo no Senado, acabou não sendo aprovado à época, e opresidente Lula, naquele momento em que assumiu a Presidência da República,em 2003, solicitou a esta Casa que ele fosse retirado, exatamente por ser umprojeto nefasto, um projeto que prejudica os trabalhadores”. No entanto, opresidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ignorou o pedido, atro-pelou o Regimento e não apreciou a Questão de Ordem.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

Ana Perugini propõe lei que garante sigilo de fonte a blogueirostos garantidos a todos os outros”, afirmou a parla-mentar, na justificativa do projeto de lei.

No texto, a deputada cita o entendimento doministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celsode Mello ao analisar a compatibilidade da Lei deImprensa com a Constituição, em 2009. Na oca-sião, o ministro mais antigo da Corte afirmou que osigilo da fonte “é prerrogativa constitucional quali-ficada como garantia institucional da própria liber-dade de expressão”.

A apresentação do projeto de lei ocorreu um diadepois da detenção do blogueiro Eduardo Guimarães. Acusado de divulgarinformações sigilosas da Operação Lava Jato, Guimarães teve notebook,celulares e um pen drive apreendidos e foi conduzido coercitivamente àSuperintendência da Polícia Federal, em São Paulo, onde prestou depoi-mento e foi liberado ainda na manhã de terça-feira (21).

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Os deputados Robinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA)Robinson Almeida (PT-BA) e Leonardo Monteiro (PT-MG)Leonardo Monteiro (PT-MG)Leonardo Monteiro (PT-MG)Leonardo Monteiro (PT-MG)Leonardo Monteiro (PT-MG) registraram, em pronunciamento no plenário, a passagem do Dia Mundialda Água, 22 de março. “Esse bem precioso da humanidade é ameaçado não só por práticas de intervenção desastrosa na natureza, sem preservação de mananciais,de nascentes, como por uma política predatória de desenvolvimento”, disse Robinson.

O deputado Leonardo Monteiro também ressaltou a importância do uso racional da água e de sua preservação para garantir qualidade de vida para esta geraçãoe para as futuras. Ele lembrou a contaminação do Rio Doce pela lama tóxica da mineradora Samarco e elogiou a obra de transposição do São Francisco realizadanos governos Lula e Dilma, e que leva água para o sertão do Nordeste.

“Lula e Dilma estiveram no último domingo em Monteiro, na Paraíba, e receberam o reconhecimento do povo nordestino, que esteve em expressivo númeroagradecendo por tudo o que eles fizeram pelo povo brasileiro, sobretudo a população que tinha sede e fome. Tudo isso graças à inclusão social promovida no Brasil”,ressaltou o petista.

Parlamentares de oposição protoco-laram na manhã de ontem na Procurado-ria Geral da República (PGR), em Brasí-lia, pedido de investigação criminal pordesvio de recursos públicos do Ministériodo Esporte para financiar a veiculação depropaganda do governo federal a favorda Reforma da Previdência (PEC 287/16). Pelo PT, estava presente o deputadoPPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS).

Na representação, os deputados questionam autilização de dois contratos do Ministério, no valor deR$ 27,5 milhões cada, originalmente licitados para adivulgação dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos noBrasil, para propagandear a reforma da Previdência.Os comerciais financiados com dinheiro do esporte já

IRREGULARIDADE

Deputados solicitam que PGR investigue desvio deR$ 55 mi para propaganda da Reforma da Previdência

foram proibidos pela Justiça por estarem fora dasregras da publicidade pública. “Contra esse mau usodo dinheiro público, estamos solicitando investigaçãocriminal por desvio de finalidade. O dinheiro do Es-porte precisa ser usado para divulgar o esporte e nãopara propagandear mentiras sobre a Previdência”, ar-

gumentou Pepe.O termo de execução descentralizada,

feito pela Secretaria de Comunicação do Go-verno Federal, para o Ministério do Esporte,precisaria de prévia autorização legislativa.Sem isso, caracteriza crime de responsabili-dade. Contudo, segundo os autores da peti-ção, o principal é o crime contra as finançaspúblicas, pois o secretário-geral da Presi-dência da República se utilizou do poder que

tem para desviar recursos públicos do esporte.Além de Pepe, também subscreveram a representa-

ção os deputados Alessandro Molon (REDE/RJ), AndréFigueiredo (PDT-CE), Chico Alencar (PSOL/RJ), GlauberBraga (PSOL/RJ), Ivan Valente (PSOL/SP), Jandira Fe-ghali (PcdoB/RJ) e Weverton Rocha (PDT/MA).

Em discurso contundente na tribuna da Câmara, odeputado Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) Décio Lima (PT-SC) avaliou nesta se-mana que, em quase um ano de governo, Temer eseus “asseclas” do PMDB e PSDB têm penalizado opovo brasileiro com medidas injustas e prejudiciais àclasse trabalhadora e à população mais pobres. Elecitou como um dos exemplos do pacote de maldadedo ilegítimo, o projeto de lei que trata da ReformaTrabalhista (PL 6787/16).

“A toque de caixa, o governo tenta aprovar, aquina Câmara dos Deputados, uma proposta de reformatrabalhista que configura verdadeira ameaça a direi-tos consagrados dos trabalhadores brasileiros”, de-nunciou Décio Lima. Para ele, o projeto abre brechaspara a “incineração de conquistas históricas”.

“As argumentações apresentadas para defendê-la não passaram, até o momento, de um arrazoadode inverdades”, acusou o petista. O deputado sali-entou que a base do governo tenta iludir a popula-ção dizendo que a flexibilização das leis trabalhis-tas vai dinamizar o mercado de trabalho e alavancar

Reforma trabalhista “incinera” conquistas históricas, afirma Décio Lima

a geração de empregos.“O que escondem é o fato de que, em todos os

lugares do mundo que adotaram regras mais flexí-veis, a reforma trabalhista não teve efeito na geraçãode novos empregos. Seu principal resultado foi a pre-carização das relações de trabalho, deixando os tra-balhadores sem auxílios fundamentais para o bem-estar e dignidade de suas famílias”, esclareceu.

Décio Lima destacou ainda o ponto que trata donegociado sobre o legislado. Segundo o deputado, alei em vigor já permite isso, desde que seja benéficopara o trabalhador. Pela proposta do governo, segun-do explicou, os acordos em que a classe patronal

esteja mais representada do que a dos trabalhadorespoderão valer mais do que qualquer lei, mesmo queviolem direitos consagrados.

“Não podemos deixar que tema tão importantepara a população seja tratado sem a devida atençãode todos os segmentos da sociedade. É inaceitávelque deliberemos sobre essa reforma sem levar emconta o que pensam e querem os maiores afetadospelas eventuais mudanças”, advertiu Décio Lima.

Para o deputado, o projeto de reforma apresenta-do pelo governo Temer é uma afronta às maioresconquistas da história republicana. “Querem desmon-tar, de uma só vez, a estrutura protetora que é a CLT,legada por Getúlio Vargas, as sólidas bases da demo-cracia, cunhadas na nossa Constituição por UlyssesGuimarães, e o aparato garantidor de assistência so-cial e de diminuição das desigualdades construídopelo presidente Lula”, considerou o deputado. Eledisse que o projeto golpista será combatido “comtodas as forças, para que o povo brasileiro não sejavítima de mais um golpe”.

“Querem desmontar a estrutura protetora da CLT, legada por Getúlio Vargas; as sólidas bases da democracia,cunhadas por Ulysses Guimarães; e o aparato garantidor de assistência social construído pelo presidente Lula”

Dia Mundial da Água: petistas defendem uso racional

ALEXANDREAMARANTE

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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DESMONTE

Ao traçar paralelo entre a proposta de ReformaTrabalhista (PL 6787/16) e o projeto que trata daTerceirização (PL 4302/98), aprovado na Câmara,deputados do PT que compõem a Comissão Especialque analisa a Reforma Trabalhista, afirmaram on-tem que as iniciativas do governo ilegítimo de Mi-chel Temer representam o pagamento da fatura dogolpe que destituiu do poder a presidenta DilmaRousseff, legitimamente eleita.

“Esse governo está entregando direitinho o pro-duto para quem fez de Temer o presidente ilegítimodeste País”, denunciou Benedita da Si lvaBenedita da Si lvaBenedita da Si lvaBenedita da Si lvaBenedita da Si lva(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ)(PT-RJ). Ela alertou sobre o risco nefasto do pro-jeto de terceirização, que, na sua avaliação, repre-senta uma catástrofe para a classe trabalhadora.Para a deputada, o projeto tem na origem a marcado neoliberalismo de Fernando Henrique Cardoso e

Projeto da terceirização faz parte do pagamentodo golpe contra Dilma Rousseff, dizem petistas

O presidente da Confederação Nacional dos Tra-balhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, e orepresentante do Movimento dos Trabalhadores SemTerra (MST), Francisco Dal Chiavon, repudiaram on-tem as mudanças que o governo ilegítimo de Temerpropõe para a aposentadoria rural. Durante audiênciapública da Comissão Especial da Reforma da Previ-dência da Câmara, os dirigentes alertaram que, se asmedidas forem adotadas, vão produzir miséria e afu-gentar os jovens do trabalho no campo.

Para o presidente da Contag, as propostas dogoverno têm gerado pânico entre os trabalhadoresrurais, principalmente acerca da fixação da idademínima de 65 anos para requerimento da aposenta-doria e da implementação da contribuição individu-al mensal. Hoje, os trabalhadores rurais contribuemcom um percentual de 2,1% sobre a produção.

“O trabalhador rural geralmente começa a traba-lhar muito cedo, muitos com seis, oito, dez anos deidade. Portanto, nós já trabalhamos mais de 50 anos.A contribuição mensal também é um ponto crucial.

WILSONDIAS/AGENCIABRASIL

é o “coração” da Reforma Trabalhista.“Votando a terceirização, não tem mais justifi-

cativa para dar continuidade à apreciação da Refor-ma Trabalhista. A terceirização, por si, já cometetoda a maldade no direito dos trabalhadores”, afir-mou Benedita da Silva.

Para o deputado PPPPPaulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL), o governoTemer, mais uma vez, age “maquiavelicamente”contra os trabalhadores. Ele também sustenta a opi-nião que o pacote de maldade do presidente ilegí-timo privilegia o setor que deu sustentação ao gol-pe parlamentar de 2016.

“Esta é a fatura do golpe contra a presidentaDilma. Ressuscitaram a terceirização da época deFHC que o Lula, quando assumiu, pediu para arqui-var”, destacou Paulão. Ele também avaliou a gravida-de da proposta que também isenta de multas os que

adotam a prática de trabalho análogo à escravidão. “Éa precarização do capital do trabalho no Brasil. Isso émuito grave para a democracia”, frisou.

Trata-se de um projeto criminoso. É essa a defi-nição do deputado Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ) parao PL 4302, desarquivado e colocado para apreciaçãosem nenhum debate com setores representativos dasociedade. “Aqui se está praticando um crime contra aclasse trabalhadora”, sentenciou.

“Esta proposta praticamente acaba com o papeldos sindicatos, acaba com o emprego que hoje conhe-cemos. A terceirização é uma fraude que vai ser lega-lizada pelo plenário da Câmara”, denunciou Wadih.Segundo o deputado, o empregador não terá maisresponsabilidade objetiva sobre o contrato de traba-lho. “Esse crime vai ser cometido no plenário daCâmara”, reafirmou Wadih Damous.

Previdência: Contag e MST repudiam mudançasna aposentadoria rural e citam pânico no campo

Não temos salário, somos remunerados pela produ-ção, que, às vezes, dá e, às vezes, não dá por causadas intempéries do clima”, explicou Alberto Broch.

Segundo ele, se a reforma for aprovada, a Contagestima que cerca de 80% dos trabalhadores ruraisnão vão conseguir se aposentar e serão jogados naassistência social. Na proposta de Temer, o benefíciode prestação continuada (BPC), referente à essa as-sistência, também passará por mudanças negativas.O BPC, que é pago aos idosos em situação de pobreza,só será concedido a partir dos 70 anos e não mais aos65 anos, como é atualmente.

Ele disse ainda que, hoje, as mulheres do campose aposentam com 55 anos, e os homens com 60.Segundo Broch, esse ainda é um estímulo para apermanência de muitos jovens no campo.

Já o representante do MST, Francisco Dal Chiavon,ressaltou que a proposta de recolhimento mensal para aPrevidência é típica de quem não conhece as dificulda-des enfrentadas pelos trabalhadores rurais. “Como vaicontribuir uma família que enfrenta anos de seca no

Nordeste, onde 45% da população ainda é rural? Equando não há colheita, como se paga a contribuiçãomensal à Previdência nesse caso?”, indagou.

A deputada Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE) disse queas novas regras propostas por Temer são injustas paratodos no campo, especialmente para as mulheres.“Além de enfrentarem condições de trabalho maisárduas, as mulheres do campo têm dupla jornada detrabalho e, em muitos casos, começam a trabalharmais cedo ainda do que os homens”, disse.

Contraponto Contraponto Contraponto Contraponto Contraponto – Os deputados petistas na co-missão também rebateram os argumentos do gover-no, segundo o qual a Reforma da Previdência se jus-tifica por causa do déficit na aposentadoria rural epossíveis fraudes. “Já prevendo que a aposentadoriarural seria deficitária, porque tem caráter assistenci-al, o constituinte de 1988 instituiu a Cofins e a CSLL”,afirmou PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS). “Se existe conces-são indevida, que se combata, porque nós queremospreservar o essencial”, destacou ArlindoArlindoArlindoArlindoArlindoChinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP)Chinaglia (PT-SP).

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O plenário Roberto Baldasso da Câmara Muni-cipal de Vereadores de Guaporé, na Serra gaúcha,ficou lotado na noite de segunda-feira (20) durantea audiência pública sobre a Reforma da Previdência,em uma demonstração da preocupação dos traba-lhadores com a iminente perda de direitos. No ato,que reuniu vereadores, lideranças sindicais rurais,professores e estudantes, o deputado PPPPPepeepeepeepeepeVargas (PT-RS)Vargas (PT-RS)Vargas (PT-RS)Vargas (PT-RS)Vargas (PT-RS), titular da Comissão Especial daReforma da Previdência, fez uma explanação de comoanda a discussão da PEC/287 na Câmara.

“Muitos trabalhadores nunca conseguirão se apo-sentar. E os jovens que aqui estão precisarão ter asorte de nunca ficarem desempregados”, afirmou,acrescentando que a proposta do governo acaba com aregra 85/95, que possibilita que os trabalhadoresque começam a trabalhar mais cedo aposentam-se

Em discurso na Câmara dos Deputa-dos, o deputado João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)João Daniel (PT-SE)expressou nesta semana sua preocupaçãocom os efeitos causados pela OperaçãoCarne Fraca, deflagrada na última sexta-feira (17), pela Polícia Federal. O parla-mentar afirmou que vem acompanhando aoperação e é a favor de que todas as de-núncias sejam apuradas, investigadas ede que todos tenham direito irrestrito dedefesa. No entanto, ressaltou que as notícias queestão vindo de fora do Brasil sinalizam o fim dasexportações de carnes brasileiras.

“O setor de carne no Brasil foi arrasado, umdos mais modernos e importantes do mundo”, ob-servou o deputado petista. A Operação Carne Fracainvestiga fraudes em processamento e vendas decarne. De acordo com as investigações, fiscais doMinistério da Agricultura recebiam propina para

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João Daniel alerta para o que podeestar por trás da Operação Carne Fraca

Pepe Vargas debate reforma da Previdência em Guaporé

mais cedo, recebendo 100% do salário.Pepe também observou ainda que Temer omite

informações para dizer que a Previdência é deficitá-ria. Segundo o deputado, o governo considera apenasa contribuição de trabalhadores e empresas para cal-cular o resultado previdenciário, mas é preciso conta-bilizar também a arrecadação de outras contribuiçõessociais, como a CSLL (Contribuição Sobre Lucro Líqui-do), a Cofins (Contribuição para o Financiamento daSeguridade Social) e o PIS/Pasep.

O saldo positivo em 2010, por exemplo, foi de R$56,7 bilhões; em 2012, de R$ 78,1 bilhões; em 2014,de R$ 56,4 bilhões e, em 2015, o superávit foi de R$20,1 bilhões, apesar das desonerações tributárias. “Háoutras saídas para aumentar a arrecadação sem cortardireitos. Combater a sonegação é uma delas. Hoje, adívida ativa é de R$ 350 bilhões”.

Em relação à aposentadoria dos servidores, Pepeexplicou que, para os servidores públicos, no governoDilma, já foi feita a reforma em que ficou estabeleci-do o teto de R$ 5,5 mil, o mesmo do Regime Geralde Previdência Social. O parlamentar aproveitou paraesclarecer que, como deputado, optou por contribuircom o Regime Geral de Previdência. “Ou seja, meaposentarei como qualquer trabalhador metalúrgico,comerciário ou médico, pois entendo e defendo que aregra deva ser igual para todos”

liberar licenças sem realizar a fiscalização ade-quada nos frigoríficos.

João Daniel acrescentou que tem uma preocu-pação, desde o início da Operação Lava Jato e dastentativas de inviabilizar o segundo mandato dapresidenta Dilma Rousseff, por estar em curso umgrande desmonte da Nação brasileira. “É precisoque a Nação não tenha autonomia, não tenha oBNDES, não tenha a Petrobras e as grandes empre-

sas do agronegócio. Esse é o desmonte”,avaliou, ressaltando que grande parte daelite brasileira mora nos Estados Unidos,assiste teatro em Paris e, do Brasil, querapenas as suas riquezas.

Para o deputado João Daniel, é precisoque a Polícia Federal e o Ministério da Jus-tiça apurem esse caso. Ressaltou, porém,que essa operação está dentro de um crono-grama de desmonte do projeto nacional ini-

ciado há mais de 12 anos nos governos Lula e Dil-ma. O parlamentar acrescentou que na Câmara tra-mitam três grandes projetos que terminam por des-montar a Nação, que são as reformas trabalhista eprevidenciária e também o projeto da terceirização.“Com mais essas operações contra o BNDES, contraa Petrobras e contra as empresas que geram empre-go, caminharemos para um País sem futuro e commilhões de desempregados”, completou.

Erika cobra políticas para mulheres vítimas de violênciaA deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF) cobrou – por meio

de requerimento de indicação ao governo federal – o desen-volvimento de políticas de formação, capacitação e aperfeiço-amento dos profissionais que atendem vítimas de violênciadoméstica nos órgãos de segurança pública do Brasil.

“A violência doméstica – e contra a mulher de modo geralem qualquer ambiente – é um grande desafio a ser combatidoem nossa sociedade. Vários esforços legislativos têm sido em-preendidos ao longo dos últimos anos com o intuito de contribuir para a soluçãodesse problema, em especial, a Lei Maria da Penha”, justifica a parlamentar.

A deputada reforça argumentos trazidos pelo 10ª Anuário Brasileiro deSegurança Pública, segundo o qual, apesar dos avanços na legislação, ainda é

falho o atendimento da polícia em relação às vítimas deviolência sexual e doméstica. O Anuário sugere um novo tipode política fundamentada na qualificação das delegacias es-pecializadas para o atendimento às mulheres.

“Os direitos das mulheres e as questões de gênero devemser estabelecidos como temas transversais em todas as corpo-rações policiais, em todos os níveis de atendimento. As mu-lheres querem e precisam contar com a ajuda das polícias”,

diz o documento. Erika sugere um conjunto de medidas ao Executivo nacional,entre as quais, a criação ou o incremento de programas que gerem formação,capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais que atendem vítimas de vio-lência doméstica – e contra a mulher de maneira geral.

LEONARDOPRADO/CD

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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O deputado Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA)Beto Faro (PT-PA) foi escolhido on-tem novo coordenador do Núcleo Agrário da Bancada doPT na Câmara. Ele substitui o deputado João DanielJoão DanielJoão DanielJoão DanielJoão Daniel(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE) para um mandato de um ano. O parlamentarlistou os graves desafios que serão travados pelo cole-giado neste ano, diante dos inúmeros retrocessos emandamento no País sob o comando do governo ilegítimode Michel Temer.

Um dos desafios, afirmou, será a resistência à me-dida provisória (MP 759) que altera a política de regulamentação fundiá-ria do País, quebra as regras jurídicas estabelecidas para o acesso à terra eelimina um marco legal que foi construído ao longo de vários anos.

“Temos uma série de desafios pela frente. Esta MP faz parte do pacotede medidas que retiram direitos adquiridos. O governo argumenta que oobjetivo da MP é facilitar a titulação de terras e regularizar os assentamen-

O Partido dos Trabalhadores, que forma a segunda maior bancada da Câma-ra com 58 deputados, vai presidir três comissões permanentes da Casa em2017. O líder da bancada, deputado Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP), anunciou que opartido optou pelas comissões de Desenvolvimento Urbano, que será comanda-da pelo deputado Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES)Givaldo Vieira (ES); de Meio Ambiente e Desenvolvimen-to Sustentável, que será presidida pelo deputado Nilto TNilto TNilto TNilto TNilto Tatto (SP)atto (SP)atto (SP)atto (SP)atto (SP); e a deDireitos Humanos e Minoria, que terá à frente o deputado PPPPPaulão (AL)aulão (AL)aulão (AL)aulão (AL)aulão (AL).

A instalação das comissões ocorrerá na manhã de hoje. Às 9h30, no plenário16, a de Desenvolvimento Urbano; às 11h30, no plenário 8, a de Meio Ambiente;e também às 11h30, no plenário 9, a de Direitos Humanos e Minoria.

O deputado Zarattini explicou que a escolha dos representantes das comis-sões temáticas que analisam as proposições em tramitação na Câmara, antes dasua apreciação em plenário, é resultado de muitas negociações na bancada e noColégio de Líderes. Ele afirmou que o PT foi contemplado com as presidênciasque a bancada entende como fundamentais pela conjuntura política atual.

“Estamos vivendo, por exemplo, muitos conflitos na área da moradia popu-

PT vai comandar comissões de DesenvolvimentoUrbano, Meio Ambiente e Direitos Humanos

Meio Ambiente Meio Ambiente Meio Ambiente Meio Ambiente Meio Ambiente – Nilto Tatto traz na bagagem para comandar a Comissão de Meio Ambiente a sua atuação comoco-fundador do Instituto Socioambiental, onde foi diretor executivo e coordenador de programas. Entre outros trabalhos,o deputado coordenou projetos e pesquisa de recuperação de mananciais, manejo florestal, planejamento territorial,geração de trabalho e renda, agricultura familiar e desenvolvimento sustentável, reconhecimento de territórios depopulações tradicionais.

lar, uma vez que o governo golpista praticamente paralisou o ‘Minha Casa,Minha Vida’ e queremos fazer esse debate”, afirmou o líder, referindo-se àescolha da Comissão de Desenvolvimento Urbano.

Sobre a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, olíder Zarattini destacou que ela será fundamental para tratar de problemasurgentes no Brasil, como a questão do agronegócio, da extinção de reservasambientais e do aumento das áreas desmatadas. “Temos denúncias nessesentindo que precisam ser averiguadas, e o colegiado será um instrumentoimportante para esse acompanhamento.

Ocupar a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minoria já éuma tradição – o colegiado foi criado, inclusive, por solicitação de deputadosdo PT. O líder Zarattini disse que, infelizmente, no Brasil ainda é uma coisacomum o desrespeito aos direitos humanos, aos direitos da minoria, ou damaioria, como as mulheres, que são desrespeitadas permanentemente. “Porisso, é muito importante termos um colegiado no qual se possa combater essedesrespeito”, afirmou.

Beto Faro assume coordenação do Núcleo Agrário do PT e lista desafiostos. Não somos contrários à titulação, entretanto, aopriorizar a titulação, eles deixam de lado a infraestrutu-ra de desenvolvimento e de ordenação dos assentamen-tos”, considerou.

Beto Faro citou ainda outra prioridade do núcleo, que éatuar junto aos sindicatos rurais, uma vez que os trabalha-dores do campo estão sendo gravemente atingidos pelareforma da Previdência. Apontou também a compra de terrapor estrangeiros que esse governo quer agilizar, sem nenhu-

ma preocupação com a proteção e a defesa da Nação. Por fim, chamou a atençãopara a desregulamentação da relação trabalhista do povo do campo, a exemplodo que está previsto na proposta que trata da terceirização indiscriminada.

“Temos graves desafios pela frente. O Núcleo Agrário da bancadasempre foi bastante atuante, e eu vou estar sistematizando esse grupo paralutarmos em defesa do nosso povo”, disse o deputado Beto Faro.

Direitos HumanosDireitos HumanosDireitos HumanosDireitos HumanosDireitos Humanos – O deputado Paulão é um antigo militante e defensor dos direitos Humanos. É dele a autoriado projeto de lei que criou a Comissão Permanente de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa de Alagoas, noperíodo em que ocupou mandato de deputado estadual. É dele também a lei que autoriza a divulgação de fotos depessoas desaparecidas no Diário Oficial do Estado. No período em que atuou como vereador, em Maceió, foi autor deprojeto que limita o tempo de espera na fila dos bancos.

Breve histórico dos novos presidentes

Desenvolvimento UrbanoDesenvolvimento UrbanoDesenvolvimento UrbanoDesenvolvimento UrbanoDesenvolvimento Urbano – O deputado Givaldo Vieira assumirá o comando da Comissão de DesenvolvimentoUrbano com a experiência de quem já foi vice-governador do Espírito Santo, na gestão de 2011 a 2014, quando teveatuação destacada na coordenação de projetos do governo Capixaba, como o Programa de Desenvolvimento Sustentáveldo Espírito Santo. Na vice-governadoria, também foi o coordenador do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2)no seu estado.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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REFORMA POLÍTICA

Estrangeiros defendemlista, financiamentopúblico e incentivo àparticipação feminina

Especialistas de Portugal, Espanha e Esta-dos Unidos explicaram ontem o funcionamentodos sistemas políticos e eleitorais de seus res-pectivos países e ainda apresentaram suges-tões para a reforma que o Brasil pretende fa-zer. Durante reunião da Comissão da ReformaPolítica, os palestrantes majoritariamente de-fenderam o voto em lista fechada com a parti-cipação de jovens e mulheres; o financiamentopúblico de campanha e incentivos à participa-ção popular na política, por meio de plebisci-tos e referendos.

Miguel Relvas, ex-secretário de Estado e ex-ministro-adjunto do Primeiro-Ministro de Portu-gal, defendeu o uso da lista fechada com a adoçãodo financiamento público de campanha aliado adoações com limite de pessoas físicas. Segundoele, esse modelo poderia ser facilmente aplicadono Brasil, desde que houvesse regulamentação paraevitar irregularidades.

“Sou adepto da lista fechada, com critériosexigentes que permitam a democratização dospartidos, sem as comissões provisórias que esti-mulam o poderio das cúpulas. Para a elaboraçãodas listas, acredito que os partidos devem reali-zar eleições primárias. Aliado às listas, a ado-ção de um financiamento público com doaçõeslimitadas de pessoas físicas”, disse.

Segundo Relvas, em Portugal, a distribuição derecursos públicos é proporcional ao desempenho dopartido nas eleições. Sobre as doações de pessoasfísicas, o ex-ministro disse que estão limitadas a

25.500 Euros por ano para campanhas eleitorais, e a10.650 para financiar os gastos dos partidos. Nessecaso, ele lembrou que os partidos também podemcontribuir com recursos próprios nas campanhas.

A diretora do Centro de Eleições Seguras Mo-dernas e membro sênior em Democracia na or-ganização Demos, Tova Wang, preferiu destacarem sua palestra a importância de assegurar àsmulheres maior participação no processo políti-co. Segundo ela, independentemente da criaçãode cotas, “é importante que os próprios partidoscriem mecanismos de incentivo à participaçãodas mulheres no processo eleitoral, com orien-tação e capacitação”.

Sobre os incentivos aos mecanismos de de-mocracia direta, Tova Wang destacou que a ten-dência mundial é ampliar as consultas à popula-ção, inclusive com uso da internet. Ela explicouque nos Estados Unidos, por exemplo, algunsestados como a Califórnia aplicam quase todosos anos plebiscitos ou referendos para verificar aopinião da população.

Já o secretário-geral da Fundação para Análise eEstudos Sociais (Faes) e ex-secretário-geral da Presi-dência do Governo da Espanha, Javier Zarzalejos, des-tacou que, ao analisar a atual conjuntura brasileira,verificou que uma reforma política é urgente.

Pior modeloPior modeloPior modeloPior modeloPior modelo – “Pelo que eu conheço, a políticabrasileira tem hoje um dos piores modelos. Alia crisede representatividade e proliferação de partidos políti-cos que, contraditoriamente, não representam a popu-lação. Para resolver esse problema, creio que o Brasil

pode observar as ferramentas utilizadas por outros paí-ses e adaptá-las às condições locais”, ressaltou.

O especialista espanhol defendeu o voto emlista fechada como instrumento de fortalecimen-to da democracia por meio dos partidos, evitan-do assim a personalização da política, mas coma adoção de regras para evitar o caráter oligár-quico das cúpulas partidárias.

Sobre o financiamento público de campanha, Ja-vier Zarzalejos disse considerar a adoção do sistemade financiamento uma tendência mundial. Mas elealerta que o sucesso da prática depende da imple-mentação de regras claras para evitar abusos.

“Se o financiamento for público, a regulaçãodeve estabelecer de que forma será gasto o re-curso que vem do contribuinte, com regras deausteridade, a adoção de um código de condutade boas práticas e a racionalização das campa-nhas e do calendário eleitoral”, disse.

Compareceram à reunião os deputadosHenrique Fontana (RS)Henrique Fontana (RS)Henrique Fontana (RS)Henrique Fontana (RS)Henrique Fontana (RS), PPPPPadre João (MG)adre João (MG)adre João (MG)adre João (MG)adre João (MG),Rubens Otoni (GO)Rubens Otoni (GO)Rubens Otoni (GO)Rubens Otoni (GO)Rubens Otoni (GO), Valmir Prascidelli (SP)Valmir Prascidelli (SP)Valmir Prascidelli (SP)Valmir Prascidelli (SP)Valmir Prascidelli (SP)e o relator da Comissão da Reforma Política,Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP)Vicente Cândido (SP).

VisitaVisitaVisitaVisitaVisita- Após o seminário, a diretora do Centrode Eleições Seguras e Modernas dos Estados Uni-dos, Tova Wang, e o secretário-geral da Fundaçãopara Análise e Estudos Sociais (Faes) e ex-secretá-rio-geral da Presidência do Governo da Espanha,Javier Zarzalejos, reuniram-se com vários deputa-dos petistas na sala de reuniões da liderança do PTna Câmara para discutir itens da reforma política.

A Organização das Nações Unidas(ONU) homenageia, neste mês de março,através da exposição “Lembre-se da Es-cravidão”, as personalidades negras quecontribuem ou contribuíram com o com-bate ao racismo em todo o mundo.

O órgão está exibindo no Salão dosVisitantes, em sua sede, em Nova York,fotos de grandes personalidades negras,como Martin Luther King, Muhammad Ali, Barak Obama e, entre eles, adeputada brasileira Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ).

A parlamentar agradeceu a homenagem e destacou que a lembrança

Benedita da Silva recebe homenagem em exposição na sede da ONUdo seu trabalho, por parte da ONU, forta-lece a sua luta contra o racismo, o assassi-nato de jovens negros e a violência direci-onada à mulher, principalmente as negras.

“Quero agradecer muito à ONU pelalembrança do nosso trabalho. Infelizmen-te, a luta de muitos homenageados queestão nessa exposição, que viveram déca-das atrás, ainda é a nossa luta nos dias de

hoje. Torço para que um dia essa exposição seja apenas uma lembrançade quando nós tínhamos que combater o racismo, preconceito e intole-rância”, observou a parlamentar.

DIVULGAÇÃO

CARLOS LEITE/PTNACÂMARA