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TRABALHANDO COM PROJETOS E PROBLEMÁTICAS NA FORMAÇÃO DE

ALUNOS REFLEXIVOS: O USO DE AGROTÓXICOS E SEUS IMPACTOS

Autor: Valdecir Noro1

Orientadora: Diesse Aparecida Sereia2

RESUMO

O presente artigo reflete sobre o uso de agrotóxicos e seus impactos no meio ambiente e ao homem, através de projetos, estudos e discussões realizadas com alunos do 9º Ano da Escola Estadual José Biesdorf do Ensino Fundamental localizada no Município de Santa Helena, Estado do Paraná. Sabe-se que os agrotóxicos são produtos químicos usados na agricultura com a finalidade de controlar as pragas agrícolas e consequentemente aumentar a produção de alimentos. Porém, cabe salientar que o uso destes produtos poderá causar danos ambientais, como a contaminação do ar, das águas, do solo e dos seres vivos. Alguns estudos alertam ter resíduos de agrotóxicos em alimentos em quantidades superiores aos limites considerados toleráveis e com isso, milhares de pessoas poder-se-á intoxicar-se e até morrer em todo o mundo. Embora o modelo de agricultura atual dependa do manuseio destes produtos é preciso repensar este uso no sentido de adquirir uma vida mais saudável e sustentável as gerações presente e futura. Neste trabalho, relaciona-se ao uso de agrotóxicos e seus impactos, com a intenção de sensibilizar os educandos (alguns dos quais são filhos de agricultores e talvez futuros agricultores) sobre os cuidados que dever-se-á ter na manipulação e aplicação destes produtos, bem como, os danos ambientais e a saúde humana causada pelos mesmos. Um caminho a ser considerado, se fará através da implementação de políticas públicas compatíveis e favoráveis à agricultura orgânica, uma vez que, ter-se-á de conciliar a produção de alimentos saudáveis (livres de venenos ) ao o respeito a natureza. Após a leitura, discussão do projeto e pesquisa na Internet feita com os referidos alunos e da aplicação de um questionário anônimo junto a alguns agricultores, pode-se concluir que ações nesse sentido deveriam ser frequentes, especialmente junto a agricultores e seus familiares, visando uma melhor qualidade de vida, com alimentos saudáveis nas mesas e a natureza cuidada. Desta maneira, durante a execução deste trabalho, especialmente através da pesquisa campo buscou-se constantemente contribuir para que a comunidade escolar reflita e se possível repense sobre o demasiado uso de agrotóxicos.

PALAVRAS-CHAVE: agrotóxicos; danos ambientais; saúde humana.

1 Graduado em Matemática e Ciências, Professor de Ciências e Matemática na Escola Estadual José Biesdorf de Santa Helena/PR. 2 Graduada em Biologia, Mestre em Zootecnia, Professora na UNIOSTE (Universidade do Oeste do Paraná)/Cascavel/PR.

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho discute o “o uso de agrotóxicos e seus impactos”, sendo

efetuado através de trabalhos problemáticas em prol das da formação de alunos

reflexivos. E este complexo tema, sendo ele parte integrante e integrada à sociedade

contemporânea, necessita regastar um pouco da história humana, para que seja

mais bem compreendido.

O Planeta Terra caminhou bilhões de anos para alcançar sua forma atual e a

mais estável de certa forma. Porém, esta forma está sendo agora ameaçada por

uma sociedade evoluída, mas extremamente predatória.

A relação do homem com a natureza, que por milhares de anos aconteceu

de forma simples e rudimentar, com o único objetivo de satisfazer suas

necessidades diárias vitais, com o passar do tempo, devido à evolução intelectual do

homem e consequentemente, com os avanços industriais e tecnológicos,

provocaram mudanças no modo de vida das pessoas, o que acarretou e pode ainda

acarretar muitas vezes em ações desordenadas e exageradas sobre a natureza.

Neste sentido, o presente trabalho, pretende abordar sobre as práticas agrícolas na

modernidade, mais especificamente diante do uso de agrotóxicos e seus impactos

no meio ambiente e na saúde humana.

A modernização da agricultura, que no Brasil teve início a partir dos anos 60

e cujos objetivos era fornecer alimentos para as cidades e contribuir para a geração

de divisas (FERRARI, 1986), tinha como principais características o uso de

sementes geneticamente melhoradas, a mecanização da agricultura, o uso intensivo

de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos) além do cultivo de poucas

espécies e variedades. Cabe salientar, que com este movimento não se colheu

apenas bons frutos, más também houve malefícios como desemprego e êxito rural,

bem como, a contaminação pelo uso indevido e abusivo dos agrotóxicos.

Atualmente, os agrotóxicos são usados em grandes quantidades para o

combate e a prevenção de pragas agrícolas. “Desse modo, grande benefício para a

produção agrícola é alcançado, garantindo alimento suficiente para a população”

(KRISTENSON et al., 2001). “Apesar de sua importância econômica, os agrotóxicos

são potencialmente tóxicos ao homem e seus resíduos são encontrados nos

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alimentos, na água e no meio ambiente” (CALDAS E SOUZA, 2000; apud

PRESIBELLA, 2004). Desta forma, toda cautela é pouca considerando os efeitos

colaterais do abuso e uso indevido dos mesmos.

O Brasil tem grande parte da sua economia baseada na atividade agrícola e

foi classificado em 2008, o Brasil tornou-se o maior consumidor mundial de venenos

agrícolas (733,9 milhões de toneladas), o que representa 16% do mercado mundial,

ultrapassando os Estados Unidos” (GUAZZELLI, 2009). È responsável, também, por

84% do mercado de agrotóxicos da América Latina, cujo faturamento anual chega a

US$ 5 bilhões (BRASIL, 2008). Dados como estes são assustadores se

considerarmos o perigo que permeia a manipulação destes produtos.

Mas o que pretende diante dos dados expostos acima é contribuir para a

formação de cidadãos críticos e atuantes frente aos problemas ambientais causados

pelos agrotóxicos, através de investigação a respeito das questões ambientais e sua

importância no contexto escolar; sobre as práticas do uso de agrotóxicos; sobre os

impactos causados pelos agrotóxicos no meio ambiente e na saúde humana. Bem

como, sensibilizar a comunidade pesquisada da importância do correto destino dado

ao lixo doméstico, das embalagens vazias de agrotóxicos. Com intuito de orientação

sobre como implantar uma horta agroecológica3 na comunidade da Vila Celeste.

A agricultura tem uma longa jornada na história da humanidade, começa-se

à ser praticada pelo homem pré-histórico a cerca de dez mil anos atrás permitiu ao

homem, gradativamente, deixar de ser coletor e nômade. A caça e a coleta não

podiam, por si só, continuar sendo o sustento permanente da comunidade durante o

ano todo, já que não existiam recursos naturais suficientes facilmente atingíveis por

ela. Os grupos humanos foram obrigados, então, a se deslocar com certa frequência,

consumindo os produtos de cada região dentro do ciclo anual. Desta forma, a

agricultura representou basicamente uma mudança na maneira do homem

sobreviver, permitindo a ele estabelecer-se em granjas e povoados.

Com o passar do tempo e o aumento da população humana, houve a

necessidade de se produzir mais alimentos. Para aumentar a produção de alimentos

o homem avançou sobre a natureza, desmatando grandes áreas e modernizou a

agricultura. A modernização da agricultura acaba sendo significado de aumento no

3 A horta agroecológica é uma consiste em um sistema em que a diversificação de plantas, naturais e

cultivadas, é o ponto de equilíbrio, ao contrário do que acontece na agricultura convencional que utiliza um ambiente com apenas uma cultura, como, por exemplo, alface.

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uso de agrotóxico.

Diante disso, a humanidade enfrenta o grande desafio de conciliar o

necessário aumento na produção de alimentos com a preservação ambiental, o que

é de fundamental importância para a sobrevivência das gerações presente e futura.

No Brasil, necessita-se hoje, políticas publicas que incentivem uma

agricultura familiar e sustentável, a fim de diminua-se o uso de venenos recua-se a

contaminação e as intoxicações por agrotóxicos.

Neste sentido, enquanto educador em uma escola rodeada por áreas

agrícolas, com vários alunos filhos de agricultores, pretende-se discutir essa questão

tão importante para a natureza e para a saúde dos seres humanos e dos outros

animais.

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2. TRABALHANDO COM PROJETOS E PROBLEMÁTICAS NA FORMAÇÃO

DE ALUNOS REFLEXIVOS: O USO DE AGROTÓXICOS E SEUS

IMPACTOS – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA X PESQUISA CAMPO

A base para a reflexão deste trabalho é o uso indiscriminado de agrotóxicos,

e sendo a agricultura como os agrotóxicos produtos originários da ação humana,

devendo serem considerados como os demais produtos humanos, uma construção

histórica, uma superestrutura condicionada, principalmente, pela forma dos homens

se organizarem para produzirem os seus meios de vida, ou seja, pelas relações

sociais de produção, pois "o conjunto destas relações de produção constitui a

estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma

superestrutura jurídica e política e a qual correspondem determinadas formas de

consciência social" (MARX, 1989 p. 28).

Desta maneira, como esta pesquisa perpassa o ambiente educativo e como

ela pretende contribuir para a formação de cidadãos críticos e atuantes frente aos

problemas sociais, ambientais causados pelos agrotóxicos. Considera-se o meio

educativo também como uma construção histórica que influência e sobre influência,

portanto, partindo deste pressuposto, pode-se afirmar que o início da educação dos

homens coincide com o processo de hominização do ser humano, ocorrido a partir

do momento em que este passou a trabalhar para produzir seus meios de vida, pois

"o primeiro ato histórico destes indivíduos pelo qual se distinguem dos animais não é

o fato de pensar, mas o de produzir seus meios de vida" (MARX e ENGELS, 1984 p.

27). Por meio desta atividade, os homens deixaram de ser um produto do mundo

natural para se tornarem um produto que também atua enquanto produtor daquilo

que o produz. Isto passa a ocorrer porque os homens, ao atuarem sobre o meio em

que vivem, modificam-no e se modificam mutuamente.

Assim, sendo “agricultura e agrotóxicos”, produtos da ação humana e como

a intenção deste trabalho é refletir sobre ação dos mesmos sobre o homem, bem

como a ação humano sobre eles, necessitam compreender seus papeis através da

história humana. Para tanto far-se-á um resgate histórico sobre o assunto.

Desde que surgiu na Terra, há aproximadamente dois milhões, o homem

vive e sobreviveu sempre interferindo diretamente sobre a natureza. Mas o homem

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primitivo sempre viveu em uma harmonia maior com a natureza, uma vez que,

retirava dela apenas o necessário para a sua sobrevivência diária. Com o passar do

tempo o homem evoluiu intelectualmente, o que lhe permitiu melhor conhecer e

dominar o mundo em que vive e graças a isso,

[..] hoje sabemos que todas as formas de vida integram um complexo sistema, que interage com os componentes físicos como as águas, a atmosfera, as rochas e o solo. Assim como o meio tem grande influência sobre os seres vivos, estes também são importantes fatores de alterações do meio. A espécie humana, assim como as demais formas de vida, é absolutamente dependente destas relações; diferencia-se, no entanto, dos demais seres vivos pela sua capacidade de produzir grandes alterações no meio (SENAR, 2000, p.3).

Esta capacidade humana de produzir enormes alterações no meio em que

vive se evidencia na maneira como o Planeta Terra veem sendo modificado. A forma

atual, que se pode dizer mais estável do globo terrestre levou bilhões de anos para

se consolidar, e agora está sendo ameaçada por uma sociedade evoluída, mas

extremamente predatória4.

Esta relação do homem com a natureza, que no passado acontecia de forma

simples e rudimentar, com o único objetivo de satisfazer suas necessidades diárias

vitais, com o passar do tempo, devido à evolução intelectual do homem e

consequente avanço industrial e tecnológico, provocaram mudanças no modo de

vida das pessoas, resultando muitas vezes em ações desordenadas e exageradas

sobre a natureza. Entre as atividades humanas que sofreram modificações com o

passar dos tempos, que são resultado da ação do homem sobre a natureza,

destaca-se a agricultura e suas práticas e por sequência os agrotóxicos.

A agricultura é e foi um marco importantíssimo para a evolução humana,

surgida há cerca de dez mil anos atrás é uma atividade que resulta na e da

transformação da natureza pelo homem e que sofreu inúmeras modificações no

percurso histórico.

A agricultura que começa a ser praticada pelo homem pré-histórico, sendo ela

o instrumento que permitiu ao homem, gradativamente, deixar de ser coletor e

nômade5. Porque, a caça e a coleta não podiam, por si só, continuar sendo o

4 Predatória: relativo a ou próprio de predação ou de predador; que contém ou favorece a predação -

Derivação: por extensão de sentido: que promove a destruição; destrutivo; relativo a roubos ou a piratas; eferente a navios de corsários

5 Nômade: que ou o que não tem habitação fixa, que vive permanentemente mudando de lugar, ger.

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sustento permanente da comunidade durante o ano todo, já que não existiam

recursos naturais suficientes facilmente atingíveis à ela. Diante desta situação, os

grupos humanos foram obrigados, então, a se deslocar com uma maior frequência,

consumindo os produtos de cada região dentro do ciclo anual.

Assim, com o passar do tempo, o

[..] PASTOREIRO,foi marcado pelo progresso do domínio humano sobre a natureza, por meio da domesticação de animais e da transformação de florestas e savanas em campos de pastos, imprimindo grandes modificações na paisagem natural. O surgimento da AGRICULTURA [..] Desde a mesopotâmia até a idade média o homem esqueceu seu lugar na natureza. Essa visão antropocêntrica colocou o homem numa posição de superioridade em relação à natureza, resultando na crescente exploração dos recursos naturais. (WATANABE, 2012)

Portanto, a agricultura representa não somente uma mudança na maneira do

homem sobreviver, permitindo-lhe estabelecer-se em granjas e povoados. Mas

estabelece a base das futuras relações do homem com a natureza, ou seja, o

homem no centro das relações, ou melhor, no topo da cadeia alimentar/produtiva

ordenando as ordens dos acontecimentos, suprindo tempos futuros de possíveis

escassezes.

O cultivo agrícola pode ser considerado, um dos fatos mais importante, da

história humana, uma vez que a independência intelectual, fundamentada nesta

ação certamente influenciou e poderá influenciar futuras atitudes do homem. Uma

vez que, com o cultivo agrícola e pastoreiro, o homem produziu sobre o meio, agindo

mais firmemente sobre sua sobrevivência.

Mas no inicio, a permanência nos assentamentos agrícolas dependiam em

grande parte de uma produtividade satisfatória das espécies cultivadas, suficientes

para alimentar concentrações humanas maiores em períodos anuais.

(DANNEMANN, 2008). E como esta produção era manual e rudimentar a inteligência

humana entra novamente em ação para obter melhorias nesta atividade.

O tempo passa e modifica-se à maneira do homem se relacionar com a

natureza:

em busca de novas pastagens para o gado, quando se esgota aquela em que estava (diz-se de indivíduo, povo, tribo etc.) (Os nômades não se dedicam à agricultura e freq. não respeitam fronteiras nacionais na sua busca por melhores pastagens.)

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Através da análise da evolução histórica da relação homem/natureza, verificamos que nos primeiros estágios o ambiente não sofreu perturbações intensas, pois o homem se sentia integrado ao meio. Não tinha a intenção de explorá-lo e nem técnicas para isso. Foi com o surgimento da agricultura que o processo de degradação ambiental tomou maiores proporções, porém, a interferência mais significativa na natureza ocorreu com o advento da industrialização. ( WATANABE, 2012)

Mas a relação do “homem/agricultura/meio”, recebe um novo componente,

entra nesta relação o uso de processos e produtos para amenizar perdas na

produtividade, ocasionadas por elementos estranho/pragas, também é algo

conhecido e estudado há um bom tempo na sociedade humana.

Conhecidas de longa data dos homens “as pragas”, recebem

constantemente novos combatentes e assim, a manipulação e/ou o uso destes

processos ou de produtos similares entram nesta relação há mais de mil anos atrás.

O homem já colocava algumas substâncias conhecidas e que tinham a finalidade de

proteger suas culturas. Estas substâncias, de acordo com as palavras mencionadas

no site da Embrapa por Chain (1999) eram manipuladas pelos:

[..] romanos antigos já usavam a fumaça proveniente da queima de enxofre para controlar pulgões que atacavam as plantações de trigo e também usavam sal para controlar ervas daninhas. Nos primórdios do século XIX, os chineses utilizavam arsênico misturado em água para controlar insetos. Descobriu-se, no inicio desse século, que os produtos derivados de plantas como a rotenona e a piretrina controlavam diferentes tipos de insetos. O Verde Paris, uma mistura de arsênico e cobre, foi descoberto em 1865 e muito utilizado, desde então, no controle do besouro da batata do Colorado. Em 1882, descobriu-se que a mistura de sulfato de cobre e cal –Mistura Bordeaux – era um excelente fungicida para o controle de um doença da videira denominada míldio (Plasmopara viticula). Essa mistura continua a ser utilizada até hoje, com grande sucesso, no controle de doenças em várias culturas. Em 1890, um pó contendo mercúrio começou a ser utilizado para tratamento de sementes e, em 1915, foi desenvolvida uma formulação líquida para ser utilizada em controle de doenças fúngicas e tratamento de sementes. Os primeiros herbicidas surgiram por volta de 1900, mas o grande avanço no desenvolvimento dos agrotóxicos, de maneira geral, aconteceu por volta de 1940, com a descoberta do DDT e toda a gama do organoclorados.

O uso dos agrotóxicos é ser considerando um marco divisor de águas, como

foi a agricultura e como é a mecanização da agricultura.

No período inicial do uso dos agrotóxicos pode ser organizado em três

momentos, segundo o site da Embrapa e o discurso de Chain (1999), citando:

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Akesson & Yates (1979) dividem o desenvolvimento do controle das pragas em três períodos. O primeiro refere-se a época anterior a 1867 em que se utilizavam produtos odoríficos ou irritantes, tais como excrementos e cinzas, mas também se começava a utilizar enxofre, rotenona, piretro, nicotina, óleos animais ou de petróleo. O segundo, compreendido entre 1867 e 1939, corresponde ao período da descoberta e refinamento da mistura Bordeaux, bem como de outras formulações cúpricas. Exatamente durante esse período, começou o desenvolvimento mais significativo nos equipamentos de aplicação desses produtos. O terceiro período inicia-se a partir de 1939, com a era dos organossintéticos. Cabe ressaltar que, cada período foi acompanhado por seus específicos de aplicação.

Após a Primeira Guerra Mundial fundamenta-se a indústria de agrotóxicos,

no Brasil as primeiras unidades produtivas na década de 1940.

O uso mais intensificado destes produtos inicia-se em alguns países na

década de 40, e no Brasil a partir da década de 60, tiveram, desde então, um grande

aumento no seu consumo. Mas é a partir de 1975 através da instituição do Programa

Nacional de Defensivos Agrícolas efetiva-se um parque industrial:

O lançamento do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas (PNDA) em 1975, foi o principal responsável pelo aumento da produção de agrotóxicos em 485% no período de 1974 à 1978. Desde então, o Brasil tornou-se um dos maiores consumidores mundiais desses produtos. O crescimento do consumo de agrotóxicos nos anos 60 e 70 somente foi possível graças a uma gigantesca operação publicitária patrocinada pelas empresas multinacionais, conjugada a uma agressiva estratégia de vendas e à participação direta do Governo. O Banco do Brasil, por exemplo, no início dos anos 70, tornou obrigatória a destinação de 15% do valor dos empréstimos de custeio agrícola para a aquisição de agrotóxicos. Isso significa que, por via institucional, com aval do Governo, estava-se contribuindo para ampliar mercados e preservar financeiramente a indústria química, sem qualquer preocupação com as necessidades dos agricultores ou com os efeitos ecológicos da medida compulsória. (FERRARI, 1986, p.26)

A modernização da agricultura, que no Brasil teve início a partir dos anos 60

e cujos objetivos eram fornecer alimentos para as cidades e contribuir para a

geração de divisas (FERRARI, 1986), tinha como principais características o uso de

sementes geneticamente melhoradas, a mecanização da agricultura, o uso intensivo

de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos) além do cultivo de poucas

espécies e variedades.

Posteriormente, no Brasil, o consumo que era de 16 mil toneladas em 1964,

chega à 61 mil toneladas em 1984 (um aumento de 279% em 20 anos) (FERRARI,

1986). E, mais recentemente, um consumo de aproximadamente 150 mil toneladas

em 2000, saltou para cerca de 400 mil toneladas ao ano em 2008, o que fez do

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Brasil o maior consumidor mundial de agrotóxicos. (SENAR, 2000). Este título de

maior consumidor de agrotóxico é indesejado/repudiado, por partes dos brasileiros

conscientes/preocupados com os efeitos nocivos ao meio e aos animais que

convivem neste ambiente.

O Brasil tem grande parte da sua economia baseada na atividade agrícola e

foi classificado, em 2006, como o segundo maior consumidor de agrotóxicos do

mundo e o oitavo em uso por área cultivada (ANVISA, 2006).

Não contente, com sua performance no ano de 2006, o Brasil avança e

como mencionado anteriormente, “em 2008, o Brasil tornou-se o maior consumidor

mundial de venenos agrícolas (733,9 milhões de toneladas), o que representa 16%

do mercado mundial, ultrapassando os Estados Unidos” (GUAZZELLI, 2009). È

responsável, também, por 84% do mercado de agrotóxicos da América Latina, cujo

faturamento anual chega a US$ 5 bilhões (BRASIL, 2008a). Os agrotóxicos

usados em maior quantidade são os herbicidas com 45% das vendas, seguido dos

inseticidas com 29% e os fungicidas com 21%, sendo a soja, a cultura que mais

consome agrotóxico (GUAZZELLI, 2009).

Mas o uso de agrotóxico não é apenas a única mudança em relação ao

cultivo agrícola a mecanização e monocultura também se instala nesta paisagem.

Isto acaba por diminuir a complexidade orgânica e ambiental da natureza, uma vez

que:

Ao derrubar as matas para implantar a agricultura, o homem remove sistemas ecológicos complexos, multiestruturados, extremamente diversificados e estáveis, levando o processo de sucessão ecológica aos primeiros estágios de maturidade, simplicidade e instabilidade (FERRARI, 1986, p. 22).

Além disso, “a grande diversidade de cultivos, que garantiam a homeóstase6

dos agroecossistemas, foi substituída por poucas espécies e variedades” (SENAR,

2000, p. 24). E consequentemente há o aumento das pragas.

Apesar do aumento do índice de produtividade, o principal objetivo da

agricultura moderna, o avanço do homem sobre a natureza e o cultivo de poucas

variedades trouxe problemas para as práticas agrícolas. Porque, ao:

6 Homeotase: biologia: processo de regulação pelo qual um organismo mantém constante o seu

equilíbrio [Termo criado pelo fisiologista americano Walter Cannon (1871-1945).] Fisiologia: estado de equilíbrio das diversas funções e composições químicas do corpo (p.ex.,temperatura, pulso, pressão arterial, taxa de açúcar no sangue etc.)

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[...] reduzir a diversidade e ao colocar juntas, a curta distância, plantas da mesma espécie e em extensas áreas, o homem favorece a reprodução e a sobrevivência de certos herbívoros, os quais, na presença de poucos competidores e inimigos naturais, constituirão populações numerosas, transformando-se em pragas (FERRARI, 1986, p. 22).

Assim, apesar da monocultura7 ser um bom solavanco econômico, na

questão ambiental acaba por entrar na contramão, pois a sua manutenção fica e

está intimamente associada ao uso de produtos químicos que devem neutralizar o

aparecimento de pragas, originárias do cultivo de plantas da mesma espécie e em

extensas áreas, pois não se tem mais a equilibração natural do solo fecundada

através do descanso e variação cultural de plantas.

Para combater estas pragas, produzir enormes quantidades de alimento e

ao mesmo tempo evitar as perdas agrícolas de 35% o homem desenvolveu produtos

químicos conhecidos por agrotóxicos (SENAR, 2000, p.138).

Mas afinal o que é na verdade o agrotóxico? Produto conhecido

popularmente conhecido como veneno, pode ser chamado de pesticida ou defensivo

agrícola, é definido no dicionário como: “diz-se de ou qualquer produto de origem

química ou biológica usado na prevenção ou extermínio de pragas e doenças das

culturas agrícolas (fungicidas, herbicidas, inseticidas, pesticidas); agroquímico,

defensivo agrícola.” (HOUAISS, 2009)

Têm-se com passar do tempo a classificação dos agrotóxicos, de acordo

com o agente patogênico que se deseja combater, os agrotóxicos são classificados

em vários grupos de acordo com sua funcionalidade: inseticidas; fungicidas;

herbicidas; nematicidas; moluscicidas; acaricidas.

De acordo com Silva e Fay: “Os inseticidas são agrotóxicos de importância

agrícola e econômica, sendo os arsenais os primeiros a serem empregados para

proteger as plantas contra o ataque de insetos.” (2004, p. 30)

Mas os fungicidas são mais complexos, uma vez que:

As doenças fúngicas são mais difíceis de serem tratadas por meio de controle químico, [...] porque os fungos parasitas tem uma íntima relação com a planta hospedeira e sua erradicação pode prejudicar as associações benéficas. Os fungicidas podem ser divididos em:

7 Monocultura: sistema de exploração do solo com especialização em um só produto; unicultura.

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*Protetores, os quais são usados para formar uma película superficial no vegetal para prevenir a germinação ou estabelecimento de esporos fúngicos. * Erradicantes, que eliminam uma infecção fúngica já estabelicida. * Currativos, que atenuam os sintomas ou reparam os danos provocados pelos patógenos (Kimati, 1995 apud SILVA e FAY, 2004, p.33)

Enquanto os herbicidas:

[..] são substâncias químicas capazes de selecionar populações de plantas.

São os compostos mais estudados, sendo classificados em:

Seletivos, quando são utilizados para matar ervas daninhas sem

prejudicar o cultivo.

Não seletivos, quando, dependendo de seu modo de ação, podem

ser aplicados nas folhagens ou no solo. (SILVA e FAY, 2004, p. 34 e 35)

Em relação aos nematicidas é usado principalmente no controle de alguns

nematoides, podendo-se afirmar que eles têm outros efeitos colaterais, como:

Todos eles são de alta toxicidade à mamíferos e têm amplo espectro de toxidade, matando organismos em uma ampla faixa, tanto animal como vegetal. Ainda que muito passageiros no solo, eles podem causar drástico efeito ecológico localizado, o qual pode persistir por muito tempo. [...] sua alta toxidade e volatilidade tornam críticas as medidas de proteção do aplicador; reduz a biodiversidade do solo; forma resíduos no solo; sua volatilidade polui o ar em áreas vizinhas; contamina a água em áreas com lençol freático alto; destino das embalagens; reduz a camada de ozônio (Rodriguez-Kábana, 1997) A partir do conhecimento de sua ação destruidora da camada de ozônio, começou um movimento internacional visando sua redução/eliminação. (SILVA e FAY, 2004, p. 37)

Já os moluscicidas, são usados para combater moluscos terrestres. E os

acaricidas para combater ácaros. Mas a classificação acima vária de autor para

autor, alguns nomeiam somente os três principais: inseticidas, herbicidas e

fungicidas

Apesar dos agrotóxicos, dentro do modelo agrícola existente, terem

contribuído para o controle das pragas e para uma maior produtividade agrícola, não

podemos deixar de ressaltar que:

O consumo de agrotóxicos gera um círculo vicioso: quanto mais se usa, maiores são os desequilíbrios provocados e maior será a necessidade de usos recorrentes, em doses mais intensas de formulações cada vez mais tóxicas. (FERRARI, 1986, p. 23).

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Um círculo vicioso, economicamente rentável há um país em franco

desenvolvimento como o Brasil. Alguns dados, mencionados anteriormente,

organizam-se de um modo assustador/espetacular (giro em cifras que os

agrotóxicos movimentam no Brasil). Economicamente e politicamente hoje o Brasil é

um país com desenvolvimento promissor. Porque promissor, primeiramente porque

tem riquezas naturais abundantes, segundo seu território é vasto e com clima

diversificado.

Atualmente, o Brasil é mundialmente reconhecido como um excelente

produtor de grãos, mas infelizmente para muitos é o maior produtor mundial de

agrotóxicos, mas felizmente para outros. Esta é uma reflexão importante e fecunda,

que subsidiou trabalhos/projetos/conversas acadêmicas no 9º Ano da Escola Josè

Biesdorf.

Além disso, vale ressaltar que, “várias pesquisas desenvolvidas em

diferentes países evidenciam os danos ambientes e à saúde humana, causados

pelos agrotóxicos.” (CHAIM ET AL, 2004 p. 62). Este é outro objetivo do presente

trabalho, que acima sofreu algumas pinceladas e que a partir de agora terá maior

evidência.

Mas como quase tudo o que o homem produz/constrói têm o lado bom e ao

mesmo tempo o lado ruim. O uso de agrotóxico, atualmente é excessivo, isto é

preocupante, pois os agrotóxicos são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde

humana. Quanto ao aspecto ambiental, os agrotóxicos poluem o ar, as águas e

provocam desequilíbrios ambientais e nas populações atingidas como a resistência,

a ressurgência, o surgimento de novas espécies de pragas, além da concentração

de produtos tóxicos ao longo da cadeia alimentar. (Magnificação Biológica). (SENAR,

2000), por outro, ajudou a deixar os produtos mais acessíveis a todos, diminuindo a

fome mundial.

O uso destes produtos poder-se-á ocasionar alguns desequilíbrios

ambientais segundo o SENAR, 2000, p. 27 e 28, tais como:

A Resistência é aumento da tolerância de um organismo a uma

determinada dose de agrotóxico, de forma que o controle das

populações exige doses crescentes para manter a eficácia. Hoje

existem mais de 500 espécies de pragas resistentes, quando antes

1946, havia apenas 10;

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A Ressurgência: após aplicações de agrotóxicos, muitas vezes as

populações de pragas voltam com maior intensidade, pois as

populações dos inimigos naturais são mais vulneráveis aos

agrotóxicos do que as pragas;

Já o surgimento de novas espécies de pragas: muitas novas

espécies de pragas tem aparecido nos últimos anos, pela introdução

de pragas exóticas, que não encontram seus inimigos naturais nas

novas áreas. De 1958 a 1976 surgiram 400 novas pragas, em grande

parte devido ao uso generalizado de agrotóxicos;

Enquanto, a Magnificação Biológica: consiste na concentração de

produtos tóxicos ao longo da cadeia alimentar. Concentrações

aparentemente insignificantes de resíduos podem adquirir níveis

perigosos para os organismos que se encontram nas etapas finais de

cadeia alimentar. Já foram encontrados altos valores de DDT8 em

gordura humana e no próprio leite materno.

Com relação à saúde humana, os agrotóxicos atuam de duas maneiras no

comprometimento da saúde da população: através das intoxicações dos agricultores

durante a aplicação dos mesmos ou diante do consumo de alimentos/água

contaminados com resíduos de venenos (FERRARI, 1986 p 41)

No entanto, é importante salientar que as intoxicações por agrotóxicos que

8 DDT: Diclorodifeniltricloretano: Especialistas afirmam que o principal problema do DDT é sua

ação indiscriminada, que atinge tanto as pragas quanto o resto da fauna e flora da área afetada. O DDT foi sintetizado em 1874 por um estudante alemão, mas caiu no esquecimento por muitos anos. Foi muito usado na II Guerra Mundial para proteger soldados contra insetos. A partir daí tornou-se um popular pesticida, tanto para combater doenças transmitidas por insetos, quanto para ajudar fazendeiros a controlar pestes agrícolas. O DDT tem efeito prolongado, move-se facilmente pelo ar, rios e solo e acumula-se no organismo dos seres vivos, no caso do homem na glândula tireóide, fígado e rim. Mas acumular é uma coisa, prejudicar é outra. Até hoje não existe uma prova definitiva de que o DDT prejudica a saúde humana. Há vários estudos relacionando um subproduto do DDT, o DDE, à redução do aleitamento materno. Outros estudos associam o DDT a problemas nos sistemas hormonal, nervoso e reprodutivo do homem. O DDT (diclorodifeniltricloretano), potente veneno utilizado no terceiro mundo para o controle de pragas e endemias, altamente solúvel na água e na gordura, que permanece por mais de vinte anos com sua estrutura molecular inalterada, e que foi encontrado no tecido de animais no Ártico, o que prova que todo planeta está contaminado. O DDT não pode ser usado em lavouras brasileiras desde 1985, e seu uso já foi proibido há muitos anos em outros países. A Suíça não permite sua utilização desde 1939, enquanto os Estados Unidos baniram o produto em 1972. (Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/artigo_agropecuario/ddt_diclorodifeniltricloretano.html. Acesso 01 de julho de 2012)

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acontecem por via oral, via dérmica e via respiratória podem ser evitadas ou

minimizadas mediante o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), cujos

mais comuns usados são: luvas, botas, protetor facial, macacão com mangas

compridas, avental e chapéu com abas.

Com relação à contaminação dos alimentos, esta pode ser minimizada pelos

produtores através do uso de produtos de baixa classe toxicológica e especialmente

pela observação do período de carência, que é o tempo em dias a ser observado

entre a última aplicação de agrotóxico e a colheita, ou comercialização, ou consumo

do produto tratado (SENAR, 2000).

As intoxicações nomeadas anteriormente podem ser classificadas pelo

modo em que as mesmas acontecem, uma é via oral (boca), outra por via dérmica

(pele e olhos) e por via respiratória (sistema respiratório).

A contaminação por agrotóxicos pode provocar alterações no organismo

humano dando sintomas como de vômitos, diarréias, dores de cabeça, tonturas,

desmaios, ansiedade e angustia, salivação e sudorese aumentadas, podendo

chegar a lesões renais e hepáticas, cânceres, coma e morte. Outro seria à má

formação fetal. É importante ressaltar que os sintomas de intoxicação podem não

aparecer de imediato. (disponível em:

<http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vne3.htm>.)

Ainda com relação aos danos causados pelos agrotóxicos à saúde humana:

Estudos realizados confirmam que baixos níveis de exposição a agrotóxicos podem causar sérias doenças e desordens na saúde, incluindo câncer, dano ao sistema nervoso, sistema reprodutivo e outros órgãos, anormalidades no desenvolvimento e comportamento, disfunção hormonal e disfunção do sistema imunológico (CHAIM et al, 2004, p. 62).

O relato acima é assustador para os mais impressionistas ou pelo menos

preocupante para os cautelosos. Na região oeste do Paraná o uso de

venenos/agrotóxicos é grande no combates às pragas agrícolas, bem como, o índice

de doenças graves como cânceres, tumores e intoxicações e igualmente elevado.

Hoje ainda pode ser considerado coincidência, mas futuramente, pode-se comprovar

ou não sua colateriedade.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) ocorrem cerca de

três milhões de intoxicações agudos por o uso de agrotóxico a cada ano no mundo,

com mais de 220 mil mortes.

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No Brasil, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico

Farmacológicas (Sinitox), da Fiocruz foram registradas 14.000 ocorrências de

intoxicação por agrotóxicos em 2003 com 238 óbitos.(Disponível em:

http://www.fiocruz/icict/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=544&sid-=30. Acesso em:

10/05/2011)

A uma crescente diminuição nos casos de intoxicações de brasileiros,

vejamos os dados mais recentes que:

Foram mais de 5 mil casos registrados no Brasil decorrentes do uso de agrotóxicos na agricultura em 2009, segundo dados recentes do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fiocruz. Deste total, quase 60% das notificações ocorreram nas cidades. O agrotóxico de uso agrícola é a segunda causa de intoxicação no país, perdendo somente para os medicamentos, que somaram 26.540 registros em 2009. De acordo com a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, o grande número de casos registrados nas áreas urbanas está relacionado à venda clandestina de agrotóxicos granulados, mais conhecidos como chumbinho. Segundo Rosany, substâncias como veneno para matar ratos e baratas são vendidas ilegalmente nas cidades, principalmente em feiras e camelôs. (Disponível em: http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=4418&sid=9. Acesso 01 de julho de 2012)

Esta contaminação não é mais predominantemente na zona rural, talvez porque

houve uma elevada mecanização da agricultura, e isto, está protegendo o agricultor

ao manusear a passagem de venenos e também porque os agricultores na maioria

estão conscientizados e usam equipamentos de segurança, como revela a pesquisa

campo.

A pergunta realizada foi quando ao uso de equipamento de proteção ao

manusear e passar “veneno” na lavoura. O resultando, pode ser considerado

satisfatório.

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Segundo o relato a grande maioria faz uso de todo o equipamento que

protege a pessoa ao manusear o agrotóxico, e o que parece é que a conscientização

atingiu os mais jovens, ficando algumas pessoas com a visão que: “antigamente

nunca a gente usava, pra que usar agora”.

A segunda pergunta realizada, no questionário é em relação à saúde. Se

algum dia você teve que se tratar, precisou ir ao médico e o resultado desta ida foi

um diagnóstico de intoxicação por veneno?

As respostas aparecerem no gráfico a seguir:

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O resultado à pergunta, evidência que de encontro com a falta de

informação/conhecimento “ignorância”, veem o aumento da contaminação, uma vez

que o índice maior de contaminação é com as pessoas acima de 45 anos.

Mas e a contaminação por ingestão de produtos/alimentos contaminados,

atualmente estão sendo combatidas, ou alertadas, através de pesquisas realizadas

pelo:

Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) originou-se no Projeto de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, iniciado em 2001 com o objetivo de estruturar um serviço para avaliar a qualidade dos alimentos e implementar ações de controle de resíduos. Em 2003, o projeto transformou-se em Programa, através da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC 119, e passou a ser desenvolvido dentro do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), sob a coordenação da ANVISA e em conjunto com os órgãos de vigilância sanitária atualmente de 25 estados e do Distrito Federal. (ANVISA, 2010)

O PARA, está alertando e divulgando através dos meios de comunicação os

índices de contaminação, além do que recomenda que se:

[..] consumidores, o PARA preconiza a opção por alimentos de origem identificada, o que pode contribuir para o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos seus produtos e à adoção de Boas Práticas Agrícolas. Desta forma, eles colaboram e fomentam as iniciativas dos programas estaduais e das redes varejistas de garantir a rastreabilidade e o controle da qualidade dos alimentos. Também é importante lembrar que os agrotóxicos pulverizados ou distribuídos sobre as culturas agrícolas e o solo têm a capacidade de penetrar no interior de folhas e polpas, e que os procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas das mesmas favorecem a redução dos resíduos de agrotóxicos, limpando a superfície dos alimentos, mas sendo incapazes de eliminar aqueles contidos em suas partes internas. Da mesma forma, a higienização dos alimentos com solução de hipoclorito de sódio tem o objetivo de diminuir os riscos microbiológicos, mas não de eliminar agrotóxicos. Além disso, a opção pelo consumo de alimentos da época, ou produzidos com técnicas de manejo integrado de pragas, que recebem uma carga menor de produtos químicos, reduz a exposição dietética a agrotóxicos, e, aqueles oriundos da agricultura orgânica ou agroecológica, além de aceitarem apenas produtos de baixa toxicidade, contribuem para a manutenção de uma cadeia de produção ambientalmente mais saudável. (ANVISA, 2010 – grifo meu)

A recomendação do PARA veem de encontro com uma das intenções do

presente trabalho fomentar e implantar a horta agroecologica. Uma vez que, a

comunidade há que a Escola Estadual José Biesdorf, pertence é uma pequena vila

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localizada no interior do município de Santa Helena, o fomente através de

informações básicas de como plantar, cultivar e manusear uma horta deste gênero,

foi amplamente divulgada, para os alunos do 9º Ano, bem como para toda a

comunidade escolar. O que fica para um futuro próximo é a esperança de

implantação desta horta para a comunidade escolar.

Considerando-se a necessidade de conciliar a preservação da natureza

e sua biodiversidade com a produção de alimentos saudáveis para o homem,

como deveria ser a agricultura?

A agricultura deveria incentivar a produção de produtos orgânicos para o

consumo próprio das famílias, pois os produtos da agricultura orgânica são os mais

indicados para quem quer uma alimentação saudável, pois dispensam a utilização

de agroquímicos. A fertilização do solo é feita com adubo natural, produzido a partir

de leguminosas, como a crotalária, esterco de origem animal e micronutrientes

orgânicos.

Já em relação a infestação de ervas invasoras, as daninhas, é controlada

com a inserção de predadores naturais dessas ervas nas lavouras e manutenção do

solo coberto com restos vegetais. Insetos, pragas e doenças são controlados com a

aplicação de extratos naturais de plantas que atuam como inseticidas e fungicidas,

entre outros meios inofensivos à natureza, ao consumidor e ao agricultor. Assim,

ter-se-ia uma alimentação livre da contaminação por agrotóxicos.

Em nível nacional, os orgânicos a cada dia ganham mais visibilidade e

clientela.

Numa terra “em que se plantando tudo dá” é preciso saber o que se planta, como se planta, o que se come. Os alimentos orgânicos vêm conquistando um mercado exigente, como reflexo dos impactos causados pela agricultura convencional – degradação do meio ambiente e a redução de mão-de-obra e de subsídios estatais. Produtos ecologicamente corretos são o que o consumidor procura cada vez mais, constata Adalberto Azevedo, auxiliar técnico de pesquisa no Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Unicamp, em seu estudo sobre as atividades agrícolas sustentáveis praticadas na Divisão Regional Agrícola de Campinas. Com financiamento do CNPq, ele investigou as recentes mudanças nos padrões de desenvolvimento tecnológico e seus efeitos ambientais e sociais. O Programa Brasil Empreendedor Rural, do Ministério da Agricultura e Abastecimento, prevê maior apoio do governo para a agricultura sustentável. O Banco do Brasil e o Banco do Nordeste disponibilizam linhas de crédito para o cultivo de orgânicos. (CRUZ, 2001)

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Outro questionamento, realizado foi a respeito da alimentação familiar, se a

família possuía horta, com verduras, legumes e/ou chás? O resultando foi 93%

disseram que sim. E o restante, 7% não tem horta em casa.

Mas quanto a pergunta se estende se nesta horta faz-se uso de veneno, a

resposta é:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Nº de Pessoas

NÃO USO AGROTÓXICO

USO AGROTÓXICO

Esta resposta, foi de 75% dos entrevistados anônimos, dizem não fazer uso de

veneno no cultivo de suas hortas caseiras, 10% não opinaram e 15% afirma

manipular veneno nas verduras.

Como mencionado no inicio deste trabalho, com o passar do tempo e o

aumento da população humana, houve a necessidade de se produzir mais

alimentos. Para aumentar a produção de alimentos o homem avançou sobre a

natureza, desmatando grandes áreas e modernizou a agricultura. A modernização da

agricultura que nos países desenvolvidos iniciou-se no final da década de 1940 e

início dos anos 50, apenas nas décadas de 60 e 70 (com a Revolução Verde),

começa a ocorrer nos países menos desenvolvidos.

A Revolução Verde (expressão criada em 1966 por Willian Gown) foi um

programa concebido nos Estados Unidos cujo objetivo principal era combater a fome

e a miséria dos países menos desenvolvidos. Nesses países, entre os quais estava

o Brasil, houve um grande aumento na produção agrícola ocasionada pela

Revolução Verde, que consistia em: melhoramento genético de sementes e sua

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disseminação, uso intensivo de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos) e

mecanização da agricultura. Porém, apesar do grande aumento da produção

agrícola em muitos países, a Revolução Verde trouxe também vários problemas, tais

como: aumento das despesas com o cultivo e o endividamento dos agricultores,

perda de biodiversidade, poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes e

agrotóxicos, além do que, nos países subdesenvolvidos o problema da fome ainda

persiste. (disponível em:

<http://www.alunosonline.com.br/geografia/revolucaoverde.html.> Acesso em:

06/05/2011)

Além disso, é importante ressaltar que esta mudança de estilo de produção

ignorou o fato de que a agricultura é um intrincado processo ecológico, ditado pela

natureza, e não um processo físico, químico e econômico, que obedece aos

interesses imediatistas do homem (SENAR, 2000, p.24). Considerando as últimas

décadas, verificou-se um grande aumento na utilização de agrotóxicos no mundo,

enquanto que, a produção agrícola não aumentou na mesma proporção, além do

que, várias pesquisas desenvolvidas em diferentes países evidenciam os danos

ambientais e à saúde humana causadas pelos uso excessivo e/ou indevido de

agrotóxicos. (CHAIM et al, 2004).

Diante disso, a humanidade enfrenta o grande desafio de conciliar o

necessário aumento na produção de alimentos com a preservação ambiental, o que

é de fundamental importância para a sobrevivência das gerações presente e futura,

isto é, a conquista da sonhada sustentabilidade9.

A busca pela sustentabilidade do planeta é assunto de longa data, a

Conferência de Estocolmo10, defende em seu principio 19:

9 Sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo

ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo.

[1] Ultimamente este conceito, tornou-se um

princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, o que requereu a vinculação da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio.

[2]

Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. É um conceito que gerou dois programas nacionais no Brasil. O Conceito de Sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as Questões Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais.(Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade. Acesso em 05 de julho de 2012) 10

A conferência de Estocolmo, realizada entre os dias 5 a 16 de junho de 1972 foi a primeira atitude mundial em tentar organizar as relações de Homem e Meio Ambiente.

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É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente essencial que os meios de comunicação de massas evitem contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao contrário, difundam informação de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os aspectos.

Na Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, ficaram estipulados

26 princípios que orientariam a comunidade internacional nas suas futuras ações no

âmbito ambiental, que resumidamente declaram a) o “Homem” fica com o dever

solene de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e

futuras; b) os recursos naturais devem ser preservados para esta e para as futuras

gerações; c) deve ser mantida a capacidade de reprodução dos recursos renováveis

para o futuro; d) a flora e a fauna devem ser preservadas por serem patrimônio da

humanidade.

Nesse sentido, enquanto educador em uma escola rodeada por áreas

agrícolas, com vários alunos filhos de agricultores, pretende-se discutir essa questão

tão importante para a natureza e para nossa saúde.

Contribuindo para a formação de cidadãos críticos e atuantes frente aos

problemas ambientais causados pelos agrotóxicos; Investigando a percepção a

respeito das questões ambientais e sua importância no contexto escolar. A partir

desta visão que organizou-se todo o caminhar deste estudo do PDE -2010, na

intenção de que os alunos observem, reflitam e posteriormente caminhem rumo à

uma agricultura/planeta sustentável.

Porém, embora o modelo de agricultura atual tenha conseguido nos últimos

anos altos índices de produção de alimentos, é preciso salientar que também tem

ignorado os riscos causados ao meio ambiente e à saúde de agricultores e

consumidores.

Diante disso, e considerando a necessidade de se conciliar a produção de

alimentos saudáveis com a preservação ambiental, sábia é a afirmação de Grisolia

(2005, p. 338), “não existe e nunca existirá progresso em longo prazo, nem

modernidade possível, com alimentos, solo e água contaminados por venenos.”

Porém, se no modelo agrícola atual, os agrotóxicos são indispensáveis, é

necessário lembrar que esses produtos são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde

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humana. Conforme Grisolia (2005, p. 24) são também classificados como um dos

principais poluentes químicos que se difunde pelo planeta.

Diante do exposto acima, comenta-se mais uma intenção do presente

trabalho responder há: Quais são as características da agricultura

tecnologicamente de ponta praticada em nossa região e no Brasil?

É a mecanização, o uso de agrotóxicos e o uso das mais variadas

tecnologias que estão à disposição para melhorar o rendimento da plantação. Mas a

Região Oeste do Paraná têm um diferencial, apesar da alta produtividade, grande

porcentagem das terras estão nas mãos dos pequenos proprietários, e estas

propriedades são variadas, em geral, têm-se dentro deste espaço o cultivo de grãos

mais algo associado à agropecuária como aviários e chiqueirões. Este fato se faz

necessário, por que:

A grande maioria dos agricultores familiares tem ficado à margem do processo de inovação que poderia responder à insuficiência de mão-de-obra. Isto se deve a duas causas básicas: de um lado, a nosso ver a mais importante, a falta de financiamento para investimentos, e de outro, a relativa inadequação de muitas tecnologias às necessidades da agricultura familiar. É preciso ficar claro que a inadequação da tecnologia não se deve, como muitos parecem crer, a um problema de geração de tecnologia adequada; ao contrário, do ponto de vista técnico, adaptar tecnologia poupadora de mão de obra às condições dos agricultores familiares é algo trivial e não oferece qualquer problema. Isto não ocorreu na dimensão desejada porque a agricultura familiar não se constituiu em mercado relevante para os fabricantes e fornecedores de tecnologia e serviços de apoio agropecuário em geral. É preciso voltar à formação da indústria de máquinas e insumos agropecuários no Brasil para compreender o papel desempenhado pelo crédito rural, e como este foi canalizado principalmente para médios e grande agricultores e terminou excluindo os familiares. Portanto, o entrave não é a indisponibilidade de tecnologia adequada, mas sim a ausência de mecanismos de financiamento que transformem a agricultura familiar em um segmento do mercado suficientemente relevante para estimular a produção e oferta de tecnologia e serviços para esse segmento do mercado. (FILHO, 2009 – grifo meu)

A agricultura familiar poderia ser a melhor maneira de se tentar reduzir o uso

indiscriminado de agrotóxico.

Outro objetivo de esse trabalho era sensibilizar para a importância do correto

destino dado ao lixo doméstico bem como das embalagens vazias de agrotóxicos.

Este propósito vai de encontro com a história humana que revela a produção de lixo

como um ato comum durante seu percurso, mas segundo Luiza Bezamat de Abreu,

outro fato comum e natural e o reaproveitamento do lixo:

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O lixo é decorrência da atividade humana, visto que em processos da própria natureza toda sobra ou resíduo será reaproveitada. Por exemplo, quando alguma planta resseca e morre, cai sobre o solo e se torna “adubo” para a terra, se reintegrando a um novo processo. Alguns pássaros, quando se alimentam do fruto das plantas e árvores espalham as sementes (seus resíduos) e com isso ajudam a disseminar a espécie. E esse processo também é feito por outros animais. (disponível em: http://www.dad.puc-rio.br/dad07/arquivos_downloads/48.pdf.)

Nesse sentido, a reciclagem surge como uma ação inovadora, capaz de

romper com alguns paradigmas, por exemplo: de um lado tem-se a escassez de

recursos, por outro se promove o desperdício ao se produzir enorme quantidade de

lixo, por outro, se promove os 3R: reciclar, reaproveitar e reduzir.

Atualmente, a implementação e administração de manejo de resíduos

sólidos urbanos, se faz a fim do desenvolvimento sustentável. E no município de

Santa Helena, o gerenciamento de resíduos se manifesta de maneira integrada entre

sociedade civil, organizada e/ou não organizada e administração pública.

A administração municipal de Santa Helena através da Secretaria Municipal

de Agricultura, Meio Ambiente e Abastecimento em conjunto com a Secretaria

Municipal de Educação, Cultura e Esportes há anos fazem trabalhos que promovem

a preservação e conscientização ambiental. Dentre eles, foi à construção do local

em que está instalada a “Usina de Beneficiamento de Resíduos Sólidos”, onde

trabalham os associados e alguns contratados da “Associação e Cooperativa de

Catadores e Catadoras”. Esta cooperativa, isto é, a Indústria de Reciclagem foi

fundada no dia 27 de Julho de 2004.

Em relação ao destino dos recipientes de agrotóxicos, desde 2001 o

município de Santa Helena, veem se organizando anunciando “lugares e datas” de

recolha para os recipientes de agrotóxicos e armazenando um galpão de alvenaria e

mais atualmente transportando até o local apropriado para a incinerarão das

mesmas.

Estes fatos estão sendo levada a ciência dos estudantes através de

palestras informativas e de conscientização, como mostra a foto abaixo, retirada do

site oficial da administração municipal.

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FONTE: SMAMA, 2011. Palestra sobre a coleta seletiva aos alunos da Escola Municipal Anita

Garibaldi e Escola Estadual José Biesdorf do Distrito de Vila Celeste.

Sendo a interpretação dos fatos históricos, uma das bases desta pesquisa,

recorre-se a Marx e Engels, que ao procurar superar o idealismo e o materialismo da

filosofia alemã, marcam a história da humanidade e fornecem a oportunidade para

subsidiar análises mais concretas da sociedade atual. Para tanto,

[...] não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam ou representam, e tampouco dos homens pensados, imaginados e representados para, a partir daí, chegar aos homens em carne e osso; parte-se dos homens realmente ativos e, a partir de seu processo de vida real, expõe-se também o desenvolvimento dos reflexos ideológicos e dos ecos desse processo de vida. (MARX e ENGELS, 1984, p. 37).

Assim, deve ser os trabalhos em sala de aula e que ousem investigar a

percepção a respeito das questões ambientais e sua importância no contexto

escolar, sempre atentos a todos os lados dos fatos a serem analisados. Porque, os

envolvidos no futuro na maioria se tornaram agricultores e desta forma terão

oportunidade de dizer não aos agrotóxicos, e ao mercado super competitivo do

setor agrícola.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O constante transformar da história humana levou aos homens a caminhar

do nômade, o qual a sobrevivência provinha totalmente da natureza, através da

coletava, com o resgate somente do necessário a sobrevivência “quase sem

agressão a natureza”, a uma agricultura mecanizada que obedece a ótica frenética

do capitalismo. Produzir, com custos menores, em larga escala, com “auxiliadores”

agrotóxicos que somente enriquecem seus fabricantes e/ou grandes produtores

agrícolas.

Portanto, esta produção é regida apenas pela intenção de aumentar a

produção e os lucros. Deixando a segundo plano, ou melhor, desconsiderando a

análise de como isto está sendo fundamentado.

A pesquisa campo, revelou grandes conquistas firmadas no município, com

incentivo do poder público. Nas questões, que envolvem o meio ambiente e

reciclagem, embora, ainda tenha muito para evoluir em relação aos 3R: reciclar;

reaproveitar e reduzir. Mas também, que muito de ser revisto e repensando em

vistas ao bem estar do meio ambiente e da maioria da população.

Diante de outros questionamentos propostos pelo trabalho, afirma-se que a

humanidade enfrenta o grande desafio de conciliar o necessário aumento na

produção de alimentos com a preservação ambiental, o que é de fundamental

importância para a sobrevivência das gerações presente e futura: que a agricultura,

ou melhor, a atual sociedade capitalista revise suas políticas publicas que incentivam

uma agricultura familiar e sustentável, a fim de diminua-se o uso de venenos recua-

se a contaminação e as intoxicações por agrotóxicos.

Neste sentido, enquanto educador de uma escola rodeada por áreas

agrícolas, com vários alunos filhos de agricultores, verifico que o uso de agrotóxico

deve ser melhor pensado e orientado, porque é algo que está comprometendo a

natureza e a saúde dos envolvidos.

Neste percurso, realizou-se inúmeras leituras, discussões sobre o assunto e

do projeto, pesquisas na Internet feita com os referidos alunos e da aplicação de um

questionário anônimo junto a alguns agricultores, pode-se concluir que ações nesse

sentido deveriam ser frequentes, especialmente junto a agricultores e seus

familiares, visando uma melhor qualidade de vida, com alimentos saudáveis nas

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mesas e a natureza cuidada.

Mas sendo este um assunto complexo, e que têm muitos “olhares”, sempre

deverá estar em reflexão. Esta constante reflexão é o alicerce fundamental para uma

Escola que se propõe: “contribuir para a formação de cidadãos críticos e atuantes

frente aos problemas ambientais causados pelos agrotóxicos”.

Cabe salientar, que fica para um trabalho futuro a intenção de implementar

uma horta agroecológica na Escola Estadual José Biesdorf.

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ANEXO 01:

Legislação vigente sobre o uso do agrotóxico no Brasil

Decreto nº 5981, de 06 de dezembro de 2006 Dá nova redação e inclui dispositivos ao Decreto no 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989. Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002

Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Decreto nº 2.018, de 1º de outubro de 1996

Dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4º do art. 220 da Constituição Federal.

Lei nº 9974 de 06 de Junho de 2000 Altera a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 Dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4º do art. 220 da Constituição Federal Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989

Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Lei nº 4.797, de 20 de outubro de 1965 Torna obrigatório pelas empresas concessionárias de serviços públicos, o emprego de madeiras preservadas, e dá outras providências.

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Portaria Normativa nº 131, de 3 de novembro de 1997 Estabelece os procedimentos a serem adotados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis - IBAMA,para efeito de registro e avaliação ambiental de agentes biológicos a serem empregados no controle de uma população ou de atividades biológicas de um outro organismo vivo considerado nocivo, visando a defesa fitossanitária. Portaria nº 121, de 9 de outubro de 1997 Considera que o uso de produtos semioquímicos (feromônio, alomônio e cairomônio) é indispensável na adoção de práticas de manejo integrado de pragas na agricultura reduzindo o consumo de agrotóxicos. Portaria nº 120 de 1º de outubro de 1997

Considera que as culturas hortícolas, frutíferas e ornamentais são economicamente importantes para várias regiões agrícolas brasileiras. Portaria nº 321 de 8 de agosto de 1997

Considera o interesse e a importância de atualizar as normas específicas referentes ao registro de produtos desinfestantes domissanitários. Portaria nº 322, de 28 de julho de 1997

Considera o interesse e a importância de estabelecer normas específicas referentes ao registro de produtos destinados ao uso em jardinagem amadora; Portaria nº 160 de 31 de dezembro de 1996

Dispõe que, para efeito de obtenção de registro e reavaliação técnica de agrotóxicos, seus componentes e afins, e em complementação às Portarias nº 45, de 10 de dezembro de 1994 e nº 84 de nove de maio de 1994, o requerente deverá fornecer ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento as seguintes informações adicionais no relatório técnico I. Portaria Normativa nº 149, de 30 de dezembro de 1996 Estabelece procedimentos para registro de agrotóxicos, seus componentes e afins, destinados ao uso na proteção de florestas. Portaria nº 138 de 21 de novembro de 1996 Dispõe sobre o credenciamento de entidades privadas de ensino e de pesquisa para desenvolver pesquisas e ensaios experimentais com agrotóxicos. Portaria nº 84, de 15 de outubro de 1996 Estabelece os procedimentos a serem adotados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis - IBAMA, para efeitos de registro e avaliação do potencial de periculosidade ambiental (PPA) Portaria n° 95, de 31 de julho de 1996

Institui o cadastro de estabelecimentos registrados, formuladores, fabricantes, exportadores e importadores de agrotóxicos, seus componentes e afins. Portaria nº 67, de 30 de maio de 1995

Considera que a prática de mistura de agrotóxicos ou afins em tanque constitui

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técnica agronômica utilizada mundialmente com êxito. Portaria nº 93, de 30 de maio de 1994

Dispõe sobre as recomendações técnicas aprovadas para rotulagem deverão estar contidas na bula e no rótulo de embalagem unitária, conforme legislação vigente Portaria nº 03, de 16 de janeiro de 1992

Ratifica os termos das "Diretrizes e orientações referentes à autorização de registros, renovação de registro e extensão de uso de produtos agrotóxicos e afins - nº 1, de 9 de dezembro de 1991. Portaria nº 14, de 24 de janeiro de 1992 Considera a necessidade de estabelecer normas para a avaliação toxicológica preliminar dos produtos agrotóxicos e afins destinados à pesquisa e experimentação. Portaria nº 45, de 10 de dezembro de 1990

Dispõe que, para efeito de obtenção de registro, renovação de registro e extensão de uso de agrotóxicos seus componentes e afins, de acordo com o capítulo III, Seção I, art. 8º do Decreto 98.816/90, o requerente deverá encaminhar ao Ministério da Agricultura e Reforma Agrária os documentos relacionados. Portaria nº 01, de 30 de novembro de 1990

Considera a necessidade da utilização na agricultura brasileira dos óleos minerais e vegetais como adjuvantes, prática esta recomendada e sustentada pela pesquisa brasileira. Portaria n º 329, de 2 de setembro de 1985 Proíbe a comercialização, uso e distribuição de produtos agrotóxicos organoclorados destinados à agropecuária.

Resolução RDC nº 48, de 07 de julho de 2008 Dispõe sobre os procedimentos administrativos para a reavaliação toxicológica de produtos técnicos e formulados com base em ingredientes ativos com preocupação para a saúde e altera dispositivos da RDC nº 10 de 22 de fevereiro de 2008. Resolução RDC nº 216, de 15 de dezembro de 2006 Os estudos de resíduos de agrotóxicos e afins, em produtos de origem vegetal e cogumelos in natura, apresentados pelos requerentes e titulares do registro, deverão obedecer ao disposto nesta Resolução. Resolução RDC nº 119, de 19 de maio de 2003

Cria o Programa de Analise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos - PARA.