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Aluno: Arthur Tinoco 2º Período Professora Daniela Buono Calainho São Gonçalo 2015

Trabalho de análise do documentário sobre escravidão

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Análise sobre o documentário Ecos da Escravidão sobre a escravidão no Brasil durante os séculos XVI até o século XIX, depois de sua abolição. O documentário aborda ainda todos os problemas sociais que sucederam a abrupta abolição da escravatura.

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Aluno: Arthur Tinoco

2 Perodo

Professora Daniela Buono Calainho

So Gonalo

2015

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE EDUCAO E HUMANIDADESFaculdade de Formao de Professores

Departamento de Cincias Humanas

Licenciatura em HistriaHISTRIA DO BRASIL I Profa Daniela Calainho

ANLISE DE DOCUMENTRIOFaa um comentrio de DUAS LAUDAS sobre o documentrio ECOS DA ESCRAVIDO (https://youtu.be/xR549adx5Go), levando em conta (7,0 pontos):a) Fontes utilizadas para a realizao do documentrio;

b) Aspectos que foram observados em relao vida cotidiana dos escravos, religiosidade, relao com os senhores e manifestaes de resistncia;c) Pontos positivos e crticos que voc considerou sobre o filme.

O documentrio Ecos da Escravido aborda os aspectos da vida dos escravos no Brasil, passando pelos vrios perodos da escravido e seus ciclos econmicos. O primeiro bloco do documentrio nos apresenta o perodo da escravido do ciclo do ouro at o ciclo do caf, quando comea as ideias abolicionistas. Durante esse extenso perodo, o Brasil importava escravos da costa da frica, especificamente da regio do Togo, Nigria e Benim, a chamada Costa do Ouro, que eram utilizados principalmente para a minerao do ouro na regio das Minas Gerais. Estes escravos j tinham um conhecimento prvio sobre minerao, pois trabalhavam com isso na frica. No Brasil, a escravido teve incio com a produo de acar na primeira metade do sculo XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colnias na frica para utilizar como mo-de-obra escrava nos engenhos de acar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. O transporte era feito da frica para o Brasil nos pores dos navios negreiros. Amontoados, em condies desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lanados ao mar. Ao chegar ao Brasil, os escravos que estavam mortos eram lanados nas valas comuns, como, por exemplo, o cemitrio de escravos encontrado no Rio de Janeiro, na Gamboa. Os que sobreviviam, eram expostos nas praas centrais para serem comprados pelos senhores, que os levavam para, inicialmente, as fazendas de cana-de-acar, principalmente no Nordeste. Durante a maior parte do ciclo da Cana, os escravos estavam concentrados nos estados de Pernambuco e Bahia, mas, claro, no apenas nestes dois estados. Nesse longo perodo da explorao de Cana, os escravos eram tratados da pior forma possvel. Trabalhavam o dia todo, aproximadamente dezesseis horas por dia, o que se tornou o principal motivo de os escravos fugirem. O outro motivo eram os castigos j que passavam as noites nassenzalas,acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente e psicologicamente, j que os senhores queriam diminuir a chance de fuga, plantavam falsas ideias de que era impossvel fugir, ou de que o negro no tinha para onde ir. O castigo mais comum era, obviamente, o aoite, utilizado no somente para castigar, mas principalmente para servir de exemplo a outros escravos. Nas cidades principais do Brasil, existia um bloco de pedra, chamado pelourinho, onde o escravo ficava acorrentado em praa pblica e era aoitado na frente de diversos escravos. Durante esse perodo, chegou ao Brasil um escravo chamado Mahomah Baquaqua, um africano vindo do Benim. Nessa poca, a existncia de um livro de memrias produzido por um escravo era impensvel, j que havia poucos escravos que sabiam escrever e que queriam descrever os horrores ao qual eram acometidos no Brasil. Mas Baquaqua quebrou isso e foi o NICO de todos os quase 21 milhes de africanos que desembarcaram no Brasil a deixar um livro contando sua histria. Esse livro foi publicado no Haiti, em 1854, e utilizado para observar a viso do escravo para com os seus senhores.

Aps a descoberta de ouro nas Minas Gerais, houve uma corrida apara comprar os escravos que tinham conhecimento prvio de como minerar corretamente, o que era necessrio para evitar as mortes dentro das minas. Dentre estes escravos, estava um conhecido como Chico Rei, um escravo que fora capturado no Congo pelos holandeses. Foi comprado pelos portugueses justamente pelo conhecimento de como extrair ouro. Este escravo foi levado at o Brasil juntamente com uma grande parte de sua tribo, que o reconhecia como Rei. Ao chegar em Minas Gerais, especificamente em Ouro Preto (ainda conhecida como Villa Rica), ele comea a trabalhar para um senhor chamado Major Augusto na sua mina. Depois de se mostrar um bom escravo, Major Augusto o alforria, sem precisar pagar para isso. A partir disso, Chico se esfora para comprar a alforria de todos os seus amigos de tribo. Para isso, Chico compra a mina de Major Augusto, e com o ouro extrado da mina, comea a comprar as alforrias dos escravos que vieram com ele. A histria deste escravo no tem qualquer comprovao documental, mas contado na tradio oral de Minas Gerais at hoje. Diz-se que Chico mandou construir a Igreja de Nossa Senhora do Rosrio, em Villa Rica. Isso mostra como a religio catlica foi importante para os escravos de Minas Gerais, pois no seio das chamadas irmandades negras, que eram irmandades de negros, aonde eles se reuniam para poder manter viva as suas tradies. As igrejas construdas por estas irmandades eram de suma importncia para elas, pois eram os nicos locais onde os negros podiam se encontrar sem medo. Isso inclua negros cativos e negros alforriados, j que tambm havia escravos nestas irmandades.

Como foi dito no documentrio, pela historiadora Hebe Mattos, da UFF, Onde h escravido, h fuga. As fugas eram parte do cotidiano da populao negra durante todo perodo da escravido. Os escravos eram submetidos a condies terrveis, incluindo masmorras de tortura, onde os escravos eram presos por dias, sendo aoitados frequentemente, por motivos diversos. Alm disso, suas feridas eram tratadas com sal grosso e limo, para que no infeccionasse e, claro, machucasse ainda mais.Os escravos utilizavam um sistema muito engenhoso para articular as fugas, que envolvia o ritmo da batucada dos tambores. Enquanto uma pessoa, chamada candongueiro, ficava batendo em um ritmo especfico, os escravos sabiam que era a hora de fugir, j que o capataz estava distrado. O mesmo candongueiro avisava, pelos batuques, que a fuga fora descoberta, simplesmente mudando a forma de bater. Quando a fuga era feita, normalmente os escravos fugiam para os quilombos das proximidades. Os quilombos eram uma forma dos escravos se manterem unidos e protegidos dos capites-do-mato, soldados dos senhores que eram enviados para capturar escravos fugidos. Dentre os quilombos, o que mais se destaca , claro, o dos Palmares, liderado por Zumbi. Mas existiam diversos outros, como o mostrado no documentrio, o quilombo de So Joo da Serra, no Rio de Janeiro. Os escravos que se refugiavam l mantiveram a terra at hoje, com seus descendentes. Alm das fugas pequenas, os escravos tambm faziam revoltas e tentativas de fugas em massa, como a Revolta dos Mals, que foi uma revolta de escravos na Bahia com grande participao.