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Análise do Comportamento e a Construção Social do Conhecimento Guerin, 1992 Psicologia Social II (2008) Prof. Márcio Borges Moreira

Análise do comportamento e a construção social do conhecimento

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Análise do Comportamento e a Construção Social do ConhecimentoGuerin, 1992

Psicologia Social II (2008) Prof. Márcio Borges Moreira

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Conceitos importantes

▪ Ambiente social ▪ Ambiente não-social ▪ Consequências sociais ▪ Comportamento verbal ▪ Conhecimento ▪ Conhecimento socialmente construído

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Análise do Comportamento e Psicologia Social

▪ “Os psicólogos sociais argumentam que, embora cooperação, competição e coisas do gênero sejam importantes, é a forma como alguém percebe, ou pensa sobre, esses processos sociais que, de certa forma, determina o comportamento. Para este fim, existe uma vasta literatura sobre processos cognitivos mediando o comportamento social” (p. 1)

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Construção social

▪ Construção social / Representações sociais • Conhecimento socialmente construído =

aprendido socialmente (via processos sociais) ▪ “Mundos virtuais”

• Experiência • “Ouvir falar” / Conversar

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Construcionismo Social na Psicologia

▪ Gergen • “nossas relações com o mundo nem sempre

correspondem ao mundo real” (p. 2) • Ex: emoções/sentimentos

• “os termos que temos para explicar o mundo são também produtos sociais” (p. 2)

• “a prevalencia da construção social ou conhecimento (understanding) não é diretamente relacionada à sua validade empírica” (p. 2)

• “conhecimentos socialmente construídos estão relacionados a outras atividades sociais e não são separáveis do resto da nossa vida social” (p. 2)

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Construcionismo Social na Psicologia

▪ Gergen • Conhecimento: proposições lingüísticas

• Saber sobre (saber que) versus saber como (Ryle, 1949) • Comportamento verbal

• “conhecimento não é algo que as pessoas possuam em algum lugar em suas cabeças, mas sim, algo que as pessoas fazem juntas. Línguas são essencialmente atividades compartilhadas” (Gergen, 1985, p. 270).

• Descontinuidade entre processos psicológicos e processos de construção social

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Construcionismo Social na Psicologia

▪ Moscovici • Representações sociais • Processos sociais “frouxos” • “(...) vivemos basicamente em ‘mundos

virtuais’” (Moscovici, 1987, p. 517) • Racionalidade versus irracionalidade • “Caráter objetivo”

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Uma Análise Comportamental do Conhecimento Social

▪ Saber como: fazer/agir • Girar maçanetas de portas

▪ Saber sobre: comportamento verbal • Lima... Peru...

▪ “Realidades socialmente construídas existem apenas na medida em elas estão em contato com contingências verbais” (p. 4)

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Fontes de Controle do Comportamento Verbal

▪ Comportamento verbal • Mesmo princípios comportamentais

• Reforço, extinção, discriminação, etc... • Propriedades especiais • “comportamento reforçado através da

mediação de outras pessoas” (Skinner, 1947, p. 14)

• Inerentemente um processo social • Intraverbais, tatos e autoclíticos

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Fontes de Controle do Comportamento Verbal

▪ Intraverbais • “comportamentos verbais que estão sob o

controle discriminativo de outras palavras” (Skinner, 1957, p. 71).

• Consequências não-óbvias • Di Giacomo (1980)

• Representações sociais de um movimento de protesto

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Fontes de Controle do Comportamento Verbal

▪ Tatos • “São descrições do ambiente, incluindo auto-

descrições (Skinner, 1957, p. 81; Stafford, Sundberg, & Braam, 1988). Tatos são enunciados descritivos sobre nós mesmos e sobre o ambiente, e estão sob o controle de estímulos ambientais.” (p. 6)

▪ “A mudança de tatos para intraverbais é crucial na manutenção de representações sociais, isto é, quando o controle de estímulos muda do ambiente para as palavras.” (p. 6)

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Fontes de Controle do Comportamento Verbal

▪ Conhecimento socialmente construído • Fontes de controle dos tatos • Consequências sociais generalizadas

• Ex.: aprovação, atenção, afeição e submissão • Reforço intermitente

▪ Tatear na ausência de outras pessoas ▪ Sub-comunidades verbais ▪ Tatos distorcidos (intraverbais)

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Fontes de Controle do Comportamento Verbal

▪ “Em razão das comunidades verbais poderem enviesar o tatear, consequências sociais generalizadas são essenciais às abordagens científicas sobre o mundo (Skinner, 1957). Comportamento verbal científico não deveria ser motivado por consequências específicas porque isso o tornaria um relato enviesado. O relato científico deveria ser mantido por consequências mais gerais, em vez de ser reforçado por relatar um “fato” em particular ou punir por relatar um outro “fato” (Schnaitter, 1980).” (p. 7)

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Fontes de Controle do Comportamento Verbal

▪ Bases sociais do conhecimento construído socialmente e das representações sociais • “O comportamento verbal é efetivo somente através

de outras pessoas e, usualmente, ocorre somente na presença de outras pessoas” (p. 7)

• “Certos comportamentos verbais podem ser mantidos por pequenos grupos que funcionam como contextos discriminativos para a produção desse comportamento, mesmo inseridos em uma comunidade verbal maior que mantém a língua como um todo” (p. 7)

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ “Dissociação” do comportamento “verbal do mundo real” • “todos os tipos de ficção podem ser mantidas

por sub-comunidades que reforçam o comportamento verbal” (p. 7)

• Origens: • Reforçar relatos (tatos) incorretos do ambiente • Reforçar intraverbais como se fosse tatos • Consequências generalizadas demais (não

discriminativas)

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ Reforçar relatos (tatos) incorretos do ambiente • “(...) a definição de relato “correto” pode ser

controlada pelo grupo social (...) há um elefante rosa na sala, e um grupo em particular (ou peculiar?) possa reforçar este comportamento como se fosse correto (...) Outros grupos reforçam o relato da presença de espíritos e fantasmas, e esse tipo de comportamento pode ser mantido através de consequências sociais (...)”. (p. 7)

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ Reforçamento de intraverbais como se eles fossem tatos • Exemplos do texto

• Reatores nucleares não são seguros • O sistema mundial está à beira do colapso • O vírus da AIDS foi criado em uma conspiração secreta

• Não houve experiência direta com os eventos relatados – falamos o que ouvimos outras pessoas falarem (ou algo que lemos)

• Somos (nossos comportamentos são) reforçados por repeti-los em contextos verbais (sociais) particulares

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ Conseqüências sociais desvinculadas do controle ambiental direto (não social) • “Por exemplo, eu poderia estar sentado em um bar

público dizendo à minha audiência, algo desinteressada e intermitentemente atenciosa, que o câncer é causado por tomar banho demais, e eles poderiam ocasionalmente concordar e balançar suas cabeças em sinal de aprovação, especialmente se o mesmo é feito quando é a vez deles de falar. Neste caso, a audiência pode reforçar comportamentos verbais “fictícios” por meio de controle social “frouxo”. ” (p. 8)

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ “Embora a base ambiental de tais comportamentos verbais possa ser fictícia (elefantes rosa na sala), as contingências envolvidas são reais, embora sociais.” (p. 8)

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ (1) O conhecimento socialmente construído é fictício, mas não deveria ser considerado irracional

• Racional: conseqüências funcionais são contingentes a um tatear mais próximo do ambiente.

• “As pessoas produzindo tais comportamentos verbais irracionais estão ainda assim agindo racionalmente com relação a contingências sociais não óbvias, mas parecem, entretanto, estar agindo irracionalmente com relação ao ambiente não-social e ao controle de estímulos normal.” (p. 8)

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ (2) (...) representações sociais mostram-se enquanto realidade objetiva (...) (p.8) • Forte controle de estímulos do ambiente • “Quando o ambiente obviamente determina

nosso comportamento, dizemos que há uma realidade objetiva: não podemos atravessar paredes e isso faz parte de nossa realidade objetiva.” (p. 8)

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A Construção de ”Mundos Virtuais”

▪ “No caso do conhecimento socialmente construído, este parece ser objetivo porque as conseqüências sociais (frequentemente chamadas de “subjetivas”) são tão fortes para a pessoa envolvida quanto qualquer controle ambiental não-social. Os efeitos de dizer palavras erradas no contexto errado podem influenciar tão fortemente o comportamento futuro de uma pessoa quanto atravessar paredes.” (p. 8)

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O quanto vivemos em mundos virtuais?

▪ (3) (...) “conhecimento fictício é que analistas do comportamento somente consideram tal controle em casos negativos de comportamento verbal mal adaptado e nos seus tratamentos (...)”

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O quanto vivemos em mundos virtuais?

▪ “(...) o conhecimento socialmente construído se desenvolve para “os grandes enigmas da vida” (Moscovici, 1984, p. 941)” (p. 9) • Pouco contato com contingências • Reforço social ! torna

“familiar” (assemelham-se a tatos)

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O quanto vivemos em mundos virtuais?

▪ Prevalência do comportamento verbal • Saber sobre • Exemplo: Escola

• Aprender a falar sobre agir no ambiente versus aprender a agir

• Mudança no controle de representações sociais • Tamanho e coesão dos grupos sociais • Mídia (ausência do grupo social (?))

– “Há o potencial para que comunidades sociais reforçadoras existam somente na mídia e não em carne e osso.” (p. 10)

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O que há de novo em uma abordagem analítico-comportamental?

▪ “ (...) o que se ganha ao se colocar os pontos majoritários do conhecimento socialmente construído e das representações sociais em termos analítico-comportamentais? Tal exercício somente tem utilidade se alguma coisa nova em termos conceituais, empíricos e metodológicos for ganha.” (p. 10)

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Direções para a psicologia social do conhecimento

▪ Novas formas de pensar e fazer experimentos com fenômenos sociais • Papel das consequências sociais

▪ Definição de comportamento verbal • Além da fala e da escrita (arte, música, imaginação,

etc.) ▪ Novas disciplinas interpretativas não são

necessárias ▪ Delimitação do conhecimento socialmente

construído

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Direções para a análise experimental do comportamento social

▪ Pesquisa em Análise do Comportamento • Controle não-social versus controle social • governado por regras versus comportamento

governado por contingências • Controle do comportamento verbal pelo comportamento

verbal (SDs e consequências verbais/sociais) • Mudanças em representações sociais

• alterando intraverbais • alterando a mediação social das conseqüências • mudando as características do grupo social