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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ENGENHARIA DE ALIMENTOS Andressa Feitosa Rocha Natália Nóbrega Ferreira TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ACEITAÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS IRRADIADOS EM GOIÂNIA-GO Goiânia - 2016

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ACEITAÇÃO …1. INTRODUÇÃO A maior parte dos alimentos tanto de origem vegetal quanto animal se deterioram com facilidade, para isso são empregados

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Andressa Feitosa Rocha Natália Nóbrega Ferreira

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ACEITAÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS IRRADIADOS EM GOIÂNIA-GO

Goiânia - 2016

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Andressa Feitosa Rocha Natália Nóbrega Ferreira

ACEITAÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS IRRADIADOS EM GOIÂNIA-GO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Engenharia

de Alimentos da Universidade

Federal de Goiás - UFG, para

obtenção do grau de Engenheiro de

Alimentos.

Orientadora: Profª. Dra. Adriana Régia

Marques de Souza

Goiânia – 2016

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Andressa Feitosa Rocha

Natália Nóbrega Ferreira

ACEITAÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS IRRADIADOS EM GOIÂNIA-GO

Aprovada em 18 de novembro de 2016, pela banca constituída pelos seguintes

professores:

____________________________________

Adriana Régia Marques de Souza

____________________________________

Maria Ássima Bittar Gonçalves

____________________________________

Miriam Fontes Araújo Silveira

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por nos ter permitido a vida e nos concedido a saúde e a perseverança

necessárias nesta jornada, para que pudéssemos nos erguer depois de cada queda e lutar pelos

nossos objetivos.

À nossa família, pela imensa compreensão e paciência nas horas difíceis, pelo carinho,

apoio e amor incondicional, no qual não conseguimos expressar em palavras a nossa eterna

gratidão.

À nossa querida professora Dra. Adriana Régia, pela orientação, paciência e por fazer

com que nos sentíssemos pessoas de valor, por nos ajudar a descobrir o que fazer de melhor e

como fazê-lo.

Às professoras Dra. Maria Célia Lopes e Patrícia Guimarães Santos e às alunas Ingrid

Moraes e Laísa Beatriz, pela disponibilidade e colaboração para o desenvolvimento deste

trabalho.

Aos nossos amigos, por compartilharem conosco das alegrias, lutas, decepções,

brincadeiras e tornarem essa caminhada mais leve e prazerosa de seguir.

Ao corpo docente e técnico da Escola de Agronomia da UFG, pelos ensinamentos

recebidos.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... v

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. vi

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................... vii

RESUMO ................................................................................................................................ viii

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 2

2.1. Métodos de conservação .................................................................................................... 2

2.2. Irradiação de alimentos .................................................................................................... 2

2.2.1. Processo ................................................................................................................ 2

2.2.2. Efeito nos alimentos ............................................................................................. 3

2.2.3. Legislação ............................................................................................................. 4

2.3. Atitude do consumidor em relação à irradiação de alimentos ...................................... 5

3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 8

3.1. Estatística ......................................................................................................................... 10

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 11

4.1. Perfil dos entrevistados ................................................................................................... 11

4.2. Dados gerais da pesquisa ................................................................................................ 13

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 21

6. ANEXOS .......................................................................................................................... 22

ANEXO 1 - Dados tratados individualmente dos entrevistados na comunidade externa ao

campus Samambaia (UFG) ....................................................................................................... 22

ANEXO 2 - Dados tratados individualmente dos entrevistados no Restaurante Universitário

(UFG)................................. ...................................................................................................... 24

ANEXO 3 - Dados tratados individualmente dos entrevistados no Parque

Flamboyant............................................................................................................................... 25

7. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 26

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Símbolo da Radura. .................................................................................................... 5

Figura 2. Questionário aplicado para analisar a aceitação e consumo em relação a alimentos

irradiados. ................................................................................................................................... 9

Figura 3. Material empregado para esclarecimento do processo de irradiação. ...................... 10

Figura 4. Produtos irradiados comercializados no mercado .................................................... 10

Figura 5. Perfil dos participantes que responderam ao questionário sobre irradiação de

alimentos. .................................................................................................................................. 14

Figura 6. Entrevistados que tinham conhecimento ou não sobre irradiação de alimentos. ..... 15

Figura 7. Entrevistados que lêem rótulo de alimentos (a) e que já identificaram alimentos

irradiados no mercado (b). ........................................................................................................ 15

Figura 8. Relação da escolaridade com o termo “irradiação de alimentos”. ........................... 16

Figura 9. Termos que os entrevistados relacionam a irradiação de alimentos. ....................... 16

Figura 10. Entrevistados que já consumiram alimentos irradiados (a) e que consumiriam

alimentos irradiados (b). ........................................................................................................... 17

Figura 11. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”. ...................................................................................................................................... 18

Figura 12. Relação da escolaridade com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”. ...................................................................................................................................... 18

Figura 13. Relação da faixa etária com o consumo de alimentos irradiados após explicação.18

Figura 14. Relação da escolaridade com o consumo de alimentos irradiados após explicação.

.................................................................................................................................................. 19

Figura 15. Relação de pessoas que consumiriam alimentos irradiados após a explicação sobre

a tecnologia. .............................................................................................................................. 19

Figura 16. Relação da renda com o que é irradiação de alimentos. ........................................ 22

Figura 17. Relação da escolaridade com o termo ‘irradiação de alimentos”. ......................... 22

Figura 18. Relação da renda com o termo ‘irradiação de alimentos”. .................................... 22

Figura 19. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”. ...................................................................................................................................... 23

Figura 20. Relação da escolaridade com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”. ...................................................................................................................................... 23

Figura 21. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”. ...................................................................................................................................... 24

Figura 22. Relação da renda com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à saúde”.

.................................................................................................................................................. 24

Figura 23. Relação da faixa etária com o consumo de alimentos irradiados após explicação.24

Figura 24. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”. ...................................................................................................................................... 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Influência do perfil dos entrevistados na pesquisa. ................................................. 12

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LISTA DE ABREVIATURAS

60Co - Cobalto - 60

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

EUA - Estados Unidos da América

FAO - Food and Agriculture Organization

Gy – Gray

IAEA - International Atomic Energy Agency

kGy - QuiloGrays

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ONU - Organização das Nações Unidas

RDC - Resolução da Diretoria Colegiada

UFG - Universidade Federal de Goiás

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ROCHA, A. F.; FERREIRA, N. N. Aceitação e consumo de alimentos irradiados em

Goiânia-GO. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia de Alimentos,

Universidade Federal de Goiás.

RESUMO

Os alimentos se deterioram com facilidade, por isso é necessário aplicar algumas

técnicas de conservação para aumentar a vida útil dos mesmos e garantir que cheguem aos

consumidores de forma segura. A irradiação de alimentos é uma dessas técnicas que utiliza

doses controladas de radiação ionizante, não afetando as propriedades nutricionais e

sensoriais do produto. Apesar desta tecnologia ser aprovada e regulamentada por diversos

órgãos nacionais e internacionais, muitos são os obstáculos enfrentados para a

comercialização e aceitação de alimentos irradiados no Brasil. O objetivo do trabalho foi

verificar a aceitação e consumo de alimentos irradiados pelos consumidores da cidade de

Goiânia – Goiás. Foi aplicado um questionário composto por 12 questões e o entrevistado

respondeu as questões de um a onze sem qualquer explicação prévia sobre a irradiação de

alimentos, em seguida foi dada uma breve explicação sobre o assunto e então a questão 12 era

feita. O questionário foi aplicado na comunidade externa ao redor do campus Samambaia da

Universidade Federal de Goiás (UFG), Restaurante Universitário da UFG e no parque

Flamboyant, situados na cidade de Goiânia. Os dados foram tabulados e analisados por meio

de gráficos com o software Excel e algumas questões foram submetidas à análise do teste do

qui-quadrado (5% de significância) em relação às questões de faixa etária, sexo, escolaridade

e renda. Das pessoas entrevistadas, 90% responderam não ter nenhum conhecimento sobre o

que é irradiação de alimentos e 10% afirmaram conhecer a tecnologia. Quando perguntados se

consumiriam um alimento sabendo que ele passou pelo processo de irradiação 45%

responderam que não consumiriam, 27% ficaram em dúvida e 28% afirmaram que sim. Após

o esclarecimento sobre alimentos irradiados, 89% das pessoas afirmaram que consumiriam

alimentos irradiados, mostrando que a falta de informação é o maior fator para a não aceitação

e consumo de alimentos irradiados. Sendo necessária uma melhor exploração das informações

relacionada a este tema, para que os consumidores se tornem mais abertos para conhecer e

consumir esses produtos de forma consciente.

Palavras-chave: Métodos de conservação. Irradiação de alimentos. Aceitação.

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1. INTRODUÇÃO

A maior parte dos alimentos tanto de origem vegetal quanto animal se deterioram com

facilidade, para isso são empregados vários métodos de conservação de alimentos, como a

secagem, pasteurização, resfriamento, salga e outros. Entre esses, a irradiação de alimentos

merece destaque por destruir microrganismos patogênicos e deteriorantes em alimentos,

utilizando doses controladas de radiação ionizante (GAVA, 1984; MODANEZ, 2012).

A irradiação de alimentos é um método de conservação que utiliza de fontes ionizantes

a fim de aumentar a segurança alimentar e redução de perdas alimentícias, eliminando

microrganismos patogênicos e deteriorantes, porém, não afetando as propriedades nutricionais

e sensoriais do produto (MODANEZ, 2012; VILLACICENCIO, 1998).

O uso da radiação em alimentos segue legislação específica e tem respaldo em

argumentos técnicos. No Brasil, a legislação vigente, promulgada pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), segue as normas internacionais propostas pelo Codex

Alimentarius da Organização das Nações Unidas (ONU), pela Food and Agriculture

Organization (FAO) e pela International Atomic Energy Agency (IAEA) (BRASIL, 2001).

Apesar da tecnologia de irradiação de alimentos ser aprovada e regulamentada por

diversos órgãos nacionais e internacionais, muitos são os obstáculos enfrentados para que a

comercialização e aceitação de alimentos irradiados no Brasil tome uma proporção maior, seja

por falta de orientação ou interpretações equivocadas por parte dos consumidores brasileiros e

principalmente goianos – devido acidente radiológico envolvendo Césio-137 ocorrido na

cidade de Goiânia em 1987 que deixou centenas de mortos por contaminação (SOUZA, 2016)

– por terem uma ideia preconcebida que pode estar relacionada com a imagem negativa que a

energia nuclear deixou em todo o mundo (MODANEZ, 2012).

Sendo assim, o trabalho teve como objetivo verificar a aceitação e consumo de

alimentos irradiados da cidade de Goiânia – Goiás.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1.Métodos de conservação

Para os alimentos chegarem aos consumidores, eles passam por algumas operações

como armazenamento e transporte, nas quais ficam suscetíveis a ação de microrganismos e

outros agentes alterantes. Desta forma é necessário a aplicação de algumas técnicas de

conservação de alimentos para aumentar a vida útil dos mesmos e para garantir que cheguem

aos consumidores de forma segura. Dentre estas técnicas de conservação, aplicam-se

tratamentos térmicos, congelamento, defumação, aditivos químicos, liofilização e irradiação

de alimentos (ORDÓÑEZ et al., 2005).

A irradiação de alimentos é uma técnica versátil e eficaz que utiliza fontes ionizantes

para o controle microbiano e aumento de vida útil de diversos alimentos, contribuindo para a

melhoria da segurança e da comercialização do mesmo (ROBERTS, 2014).

2.2.Irradiação de alimentos

2.2.1. Processo

O processo da irradiação consiste em passar o alimento por meio de esteiras em uma

câmara, onde se tem uma fonte que emite radiação – que pode ser raios-γ, x ou feixe de

elétrons. A câmara é envolta por um labirinto de chumbo e concreto, formando uma barreira

para a radiação que está sendo emitida. Quando o processo termina a fonte é submersa em

uma piscina, na qual a água absorve a radiação, garantindo e assegurando os trabalhadores

(CENA/USP, 2012). É importante que a fonte emissora de radiação seja devidamente

blindada para que não haja contato direto entre o produto e a fonte, para que o produto não se

torne radioativo (MODANEZ, 2012).

A dose de emissão é previamente calculada levando em consideração cada tipo de

alimento e a fonte mais utilizada é a de radiação-γ pelo isótopo Cobalto - 60 (60Co) por sua

disponibilidade e custo (CAMARGO, 2012; CENA/USP, 2012). A dose é medida em Gray

(Gy) ou QuiloGrays (kGy) em que 1 Gy equivalem a um Joule de energia por quilograma de

alimento irradiado. As doses podem ser aplicadas como baixas, médias ou elevadas, na qual

doses baixas são menores que 1 kGy; as doses médias estão entre 1 kGy e 10 kGy; e as doses

elevadas são maiores que 10 kGy (MODANEZ, 2012).

O alimento pode passar pelo processo de irradiação já acondicionado em embalagem

ou não, sendo que para evitar que o alimento seja recontaminado, aconselha-se que o mesmo

já esteja embalado. A irradiação é um processo que ocorre em temperatura ambiente e não há

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aumento significativo de temperatura, aumentando 1-2ºC, desta forma a irradiação pode ser

aplicada em alimentos frescos, congelados ou crus (ROBERTS, 2014).

Assim como o ato de cozinhar, pasteurizar e congelar, a energia do 60Co pode penetrar

no alimento causando pequenas mudanças moleculares, sem deixar resíduos, porém é

necessário aliar a irradiação de alimentos as boas práticas de fabricação, para que o alimento

se torne 100% seguro. O efeito da irradiação de alimentos é considerado como método de

conservação, pois várias células microbianas, como as bactérias, leveduras e fungos podem

ser rompidas, além disso, insetos, parasitas e seus ovos podem ser mortos pelo processo

(FARKAS, MOHÁCSI-FARKAS, 2011).

2.2.2. Efeito nos alimentos

Diversos são os objetivos que se pode alcançar por meio da irradiação de alimentos,

entre eles estão a inibição da germinação, desinfestação e esterilização de insetos, desinfecção

de parasitas, inibição de processos físicos (retardo do amadurecimento), redução da carga

microbiana, extensão da vida útil, eliminação de microrganismos patogênicos, redução de

patógenos esporulantes, melhorias das propriedades tecnológicas dos alimentos (aumento do

rendimento de suco, redução do tempo de cocção), esterilização industrial, descontaminação

de certos ingredientes e aditivos alimentares. Estes objetivos irão depender da dose aplicada e

do produto que será tratado (ROBERTS, 2014; FARKAS; MOHÁCSI-FARKAS, 2011).

Em legumes e frutas a irradiação é usada para o retardo do amadurecimento e

senescência, medida fitossanitária para controle de doenças e pragas, como prevê a Resolução

da Diretoria Colegiada (RDC) nº 21 da ANVISA de 2001 e aumentar a vida útil entre 30 e

50%. Mamão papaia e manga são um dos frutos mais irradiados, principalmente para a

exportação para os Estados Unidos da América (EUA), que se preocupam rigorosamente com

o controle de qualidade das frutas que estão entrando ao país, devido à mosca-das-frutas, uma

praga quarentena (MODANEZ, 2012).

O alto índice de crescimento microbiano em carnes, aves e peixes torna esse tipo de

alimento favorável a passar pelo processo de irradiação de alimentos. Aliado ao congelamento

– a vácuo ou não - à irradiação se faz ainda mais eficaz, minimizando a contaminação

microbiológica, a produção de produtos radiolíticos e mantendo as características sensoriais

dos produtos proteicos (MODANEZ, 2012; EHLERMANN, 2016).

Após a colheita de grãos e cereais, se o seu uso não for imediato, eles são armazenados

em silos durante algum tempo. Durante essa estocagem, podem proliferar insetos e roedores

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que tornam a qualidade desses alimentos inferiores, além de reduzir o valor nutritivo dos

mesmos. A irradiação quando aplicada a esses grãos e cereais já embalados, controla a

infestação desses insetos e roedores, que associado aos valores adequados de umidade, faz

com que a qualidade desses seja mantida durante o tempo de armazenamento. É importante

que esses produtos já estejam embalados quando irradiados para evitar que haja

recontaminação (MODANEZ, 2012).

As especiarias como ervas e condimentos desidratado são irradiados em uma escala

maior devido à baixa qualidade na qual esses alimentos são obtidos, em consequência disso

possuem uma carga alta natural de bactérias e fungos. Usando a irradiação como método de

esterilização desses produtos, os mesmos se tornam mais seguros quando comparados ao uso

de aditivos químicos, no qual ocorre uma maior agressão em relação à saúde do consumidor e

o meio ambiente, além de não deixar resíduos (ROBERTS, 2016).

Os países que aplicam a irradiação para temperos e legumes desidratados são EUA,

China, Brasil e África do Sul. Na Ucrânia é onde mais se usa a irradiação para a desinfestação

de grãos e frutas. Vietnã, EUA e Bélgica são os países que mais usam irradiação para carnes e

mariscos. A irradiação é utilizada para inibir o brotamento em tubérculos na China, Japão,

enquanto que na China, também são irradiados produtos como cogumelos e mel (FARKAS;

MOHÁCSI-FARKAS, 2011; ROBERTS, 2016).

2.2.3. Legislação

No Brasil, o uso da tecnologia de alimentos irradiados seguem as recomendações

internacionais da FAO, IAEA e Codex Alimentarius e também as normas vigentes descritas

na RDC nº 21 da ANVISA de 2001, que cita que qualquer alimento pode ser tratado por

radiação, nas condições de a dose mínima absorvida deve ser suficiente para alcançar a

finalidade pretendida e a dose máxima absorvida deve ser inferior àquela que comprometeria

as propriedades funcionais e ou os atributos sensoriais do alimento (BRASIL, 2001).

Além disso, a Instrução Normativa nº 9, do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA) complementa a RDC nº 21, que reconhece o uso da radiação

ionizante como tratamento fitossanitário, para prevenir a introdução e disseminação de pragas

quarentenárias, que são aquelas que têm impacto na importação e exportação de produtos

alimentícios (BRASIL, 2011).

Em relação à rotulagem dos produtos, as indústrias que irradiam alimentos devem

indicar para o consumidor que o alimento em questão foi tratado pelo método da irradiação.

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No rótulo do alimento irradiado devem constar os seguintes dizeres: "ALIMENTO

TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIAÇÃO" e quando apenas algum ingrediente do

produto é irradiado, isto deve constar na lista de ingredientes, após seu nome. Para alimentos

a granel, a informação da irradiação deve ser escrita na nota fiscal e em locais de venda desses

produtos, deve ser afixado cartaz ou placa, escrito: "ALIMENTO TRATADO POR

PROCESSO DE IRRADIAÇÃO" (BRASIL, 2001).

Figura 1. Símbolo da Radura.

Fonte: CENA/USP (2012).

2.3.Atitude do consumidor em relação à irradiação de alimentos

Mais de 60 países aprovam o uso de irradiação para pelo menos uma classe de

alimento, porém, ainda existe uma grande resistência em relação à aceitação desses produtos

(ROBERTS, 2016). Por meio de pesquisas feitas em Budapeste (FARKAS; MOHÁCSI-

FARKAS, 2011) e Nova Zelândia (ROBERTS, 2014), a maioria dos consumidores tem

preocupações sobre a irradiação de alimentos, levando-os a se oporem e não comprarem este

tipo de produto. Pesquisas de opinião mostram que os consumidores tendem a mudar de

opinião em relação à irradiação quando recebem uma explicação sobre o que é o processo.

Na Coréia do Sul uma pesquisa foi realizada com cerca de 600 coreanas donas de casa,

abordado o tema de consumo de irradiação de alimentos, na qual foram questionadas se as

mesmas conheciam e compraria produtos irradiados. Mais de 66,7% das participantes não

tinham conhecimento sobre a irradiação de alimentos, muitas das entrevistadas se opuseram a

usar alimentos irradiados devido ao medo relacionado à tecnologia de irradiação e pela

confusão entre alimento irradiado e radioativo. Um grupo de mulheres que participaram de

uma palestra sobre a irradiação de alimentos mostrou a intenção de compra de produtos que

passaram pelo processo (BYUN, 2009).

No Chile, foi feita uma pesquisa sobre questões gerais de conservação de alimentos,

usando especificamente a radiação gama como um desses métodos de conservação.

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Participaram 497 pessoas e dessas 76,5% responderam que não tinham conhecimento que a

radiação gama poderia ser utilizada como método de conservação para alimentos e 55,8% dos

consumidores afirmou que não comprariam alimentos irradiados. Dos entrevistados, 90,7%

responderam que poderiam tornar-se consumidores se eles soubessem que a irradiação

aumenta a segurança alimentar e não causa nenhum efeito a curto e longo prazo na saúde

(JUNQUEIRA-GONÇALVES et al., 2011).

Quando comparada a outros tratamentos, a irradiação de alimentos apesar de ser

regulamentada ainda é pouco conhecida e divulgada, o que impede a sua completa

comercialização no Brasil (ORNELLAS et al., 2006).

Várias pesquisas demonstram que grande parte dos consumidores brasileiros tem uma

ideia preconcebida em relação ao processo, principalmente devido à desinformação e aos

preconceitos vindos da associação indevida à tecnologia nuclear, principalmente após o

acidente nuclear de Chernobyl, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, e no Brasil, o acidente

com o Césio 137 em Goiânia (FRANÇA, 2000; ORNELLAS et al., 2006; KURAMOTO,

2008).

Em uma pesquisa realizada por Ornellas et al. (2006) em Belo Horizonte (MG), foram

entrevistados 218 consumidores, no qual 79% possuíam graduação ou pós-graduação e 72%

recebiam aproximadamente cinco ou mais salários mínimos. Apesar do nível avançado de

escolaridade e poder aquisitivo, 60% não sabiam que irradiação era um método de

conservação e 16% pensavam que alimentos irradiados seriam o mesmo que alimento

radioativo.

Os pesquisadores concluíram que 89% dos entrevistados consumiriam alimento

irradiado se soubesse que a irradiação aumenta o nível de segurança do alimento e que a falta

de informação é um fator limitante para o crescimento da comercialização de alimentos

irradiados (ORNELLAS et al., 2006).

Mondanez (2012) realizou uma pesquisa em Santo André (SP) com 664 estudantes

universitários, na qual 80% não tiveram aulas sobre energia nuclear no período escolar, e 74%

desconheciam a irradiação de alimentos como uma aplicação da energia nuclear. Quando

perguntado aos estudantes se consumiriam alimentos irradiados, 69% afirmaram que não,

porém, quando foi aplicado um filme explicativo sobre alimentos irradiados, 81% afirmaram

que passariam consumir alimentos irradiados e 98% responderam que gostariam de saber

mais sobre o assunto.

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Outra pesquisa realizada no Brasil, foi na cidade de Belo Horizonte (MG) com 66

docentes nutricionistas, que segundo Silva et al. (2010) 63,3% possuíam pós-graduação e

45,5% tinham mais de dez anos de experiência e entre esses grupos de professores 13,6%

disseram desconhecer o que são alimentos irradiados.

Quando questionado aos docentes se alimentos irradiados se tornavam radioativos

após o processo de irradiação, 12,1% afirmaram que sim, com isto, foi constatado no estudo

que 71,2% dos docentes desconheciam sobre o processo de irradiação de alimentos, porém,

80% deles afirmaram que consumiriam alimentos irradiados, se assim conhecessem suas

vantagens.

Sendo assim, há evidências que o conhecimento dos docentes é limitado, no qual os

autores demostraram preocupação com a formação dos futuros nutricionistas, os quais são

disseminadores de informação a população, tanto no sentido de alertar sobre os perigos de

ingestão de alimentos contaminados, quanto para os benefícios dos alimentos irradiados.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os entrevistados foram abordados de forma aleatória em três locais: comunidade

externa ao redor do campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG),

Restaurante Universitário da UFG e no parque Flamboyant, todos situados na cidade de

Goiânia (GO). A escolha dos locais foi para garantir pessoas de diferentes faixas etárias,

escolaridade e classes sociais. O questionário foi respondido por 300 pessoas, sendo 100

questionários em cada local. O questionário foi aplicado entre os meses de setembro e outubro

de 2016.

O método de coleta de dados para traçar o perfil do consumidor em relação a

alimentos irradiados foi realizado por meio de um questionário composto por 12 questões

(Figura 1). O entrevistado respondeu as questões de um a onze sem qualquer explicação

prévia sobre a irradiação de alimentos, em seguida foi dada uma breve explicação sobre o

assunto, com o auxílio de fotos de produtos (Figura 2) que passaram pelo processo de

irradiação em comparação com produtos que não foram irradiados e embalagens de alimentos

industrializados (Figura 3) já comercializados no mercado que passaram pelo processo de

irradiação (Ruffles sabor salsa e cebola, Club Social sabor manteiga temperada e Sazón para

carnes), após essas informações o consumidor respondeu a última questão.

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Alimentos Irradiados

Data:_____/_____/_____

1. Faixa etária: ( ) 18 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos

( ) 36 a 50 anos ( ) acima de 50 anos

2. Sexo: F ( ) M( )

3. Escolaridade: ( ) Até a 4ª série fundamental ( ) 5ª a 8ª série fundamental

( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo

( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo

4. Renda: ( ) 1 salário mínimo ( ) 2 a 5 salários mínimos

( ) 5 a 10 salários mínimos ( ) Acima de 10

5. Você sabe o que é irradiação de alimentos? ( ) sim ( ) não

6. Você tem o costume de ler os rótulos dos alimentos? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes

7. Você já identificou algum alimento irradiado no mercado? ( ) sim ( ) não. Qual? ______

8. Com o que você relaciona o termo “irradiação de alimentos”?

( ) conservação de alimentos ( ) alimentos radioativos ( ) outro. Qual?___________

9. Você já consumiu um produto irradiado? ( ) sim ( ) não ( ) não sei. Qual? _______

10. Você consumiria um produto irradiado? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

11. Avalie a seguinte afirmação: “Alimentos irradiados causam danos à saúde”.

( ) verdadeiro ( ) falso

12. Após o seu conhecimento sobre o que é a irradiação de alimentos, você consumiria esses

produtos? ( ) sim ( ) não

Comentários:_________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Figura 2. Questionário aplicado para analisar a aceitação e consumo em relação a alimentos

irradiados.

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Figura 3. Material empregado para esclarecimento do processo de irradiação.

Fonte: Próprio autor, CENA/USP (2012).

Figura 4. Produtos irradiados comercializados no mercado

Fonte: Próprio autor

3.1.Estatística

Os dados foram tabulados e analisados por meio de gráficos com o software Excel

(2010). As questões 5, 8, 11 e 12 foram submetidas à análise do teste do qui-quadrado (5%)

no software Excel (2010) em relação às questões de faixa etária, sexo, escolaridade e renda.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1.Perfil dos entrevistados

O público entrevistado na comunidade externa ao campus Samambaia foi em maioria

pessoas de 36 a 50 anos, 58% de pessoas do sexo masculino e 42% feminino,

predominantemente de pessoas com escolaridade de ensino médio completo e renda de dois a

cinco salários mínimos.

As pessoas entrevistadas no Restaurante Universitário tinham em sua maioria 18 a 25

anos, não tendo nenhuma pessoa acima de 50 anos e sendo 59% homens e 41% mulheres.

Eram pessoas já formadas (14%) ou em formação (86%) não havendo nenhuma outra

escolaridade. A renda familiar foi predominante de dois a cinco salários mínimos.

No parque Flamboyant a maioria das pessoas era do sexo masculino (52%), a faixa

etária predominante foi de 26 a 35 anos, mais da metade do público era de escolaridade

superior completo, não tendo nenhuma pessoa que tenha estudado só até a 4ª série e a renda

familiar variou de dois a cinco salários mínimos (37%) e cinco a dez salários mínimos (31%).

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Na Tabela 1 encontram-se os dados que foram analisados estatisticamente para os

parâmetros de faixa etária, sexo, escolaridade e renda. Os parâmetros assinalados foram

relevantes para a resposta das perguntas. Em anexo (ANEXO 1, 2 E 3) se encontram os dados

tratados individualmente para cada local.

Tabela 1. Influência do perfil dos entrevistados na pesquisa.

Você sabe o que é irradiação de alimentos?

Faixa Etária Sexo Escolaridade Renda

Comunidade externa X

Restaurante Universitário

Parque Flamboyant

Com o que você relaciona o termo irradiação de alimentos?

Faixa Etária Sexo Escolaridade Renda

Comunidade externa X X

Restaurante Universitário

Parque Flamboyant

Avalie a seguinte afirmação: “Alimentos irradiados causam danos à saúde”.

Faixa Etária Sexo Escolaridade Renda

Comunidade externa X X

Restaurante Universitário X X

Parque Flamboyant X

Após o seu conhecimento sobre o que é a irradiação de alimentos, você consumiria

esses produtos?

Faixa Etária Sexo Escolaridade Renda

Comunidade externa

Restaurante Universitário X

Parque Flamboyant

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Quando analisada a pergunta “Você sabe o que é irradiação de alimentos?” em relação

aos parâmetros de faixa etária, sexo, escolaridade e renda, somente a comunidade externa a

UFG teve um parâmetro relevante, a renda. Observou-se que a renda mais elevada (maior que

cinco salários mínimos) foi um fator significante na resposta da pergunta sobre o que é

irradiação de alimentos quando comparada a pessoas com menor renda (ANEXO 1). As

pessoas com renda mais elevada conheciam o processo, enquanto que pessoas de rendas mais

baixam desconheciam.

Os parâmetros relevantes para a pergunta “Com o que você relaciona o termo

‘irradiação de alimentos’?” foram a escolaridade e a renda, apenas para a comunidade externa

a UFG. Indicando que as pessoas de menor escolaridade e renda associavam a irradiação com

alimentos radioativos. Isto pode ser associado ao fato que pessoas menos instruídas podem

não ter o entendimento da diferença entre os termos radioativo e irradiado (ANEXO 1).

Em relação a questão que avaliava se alimentos irradiados causam danos à saúde ou

não, a faixa etária foi relevante para os três locais onde a pesquisa foi realizada, mostrando

que independente da idade a maioria das pessoas acredita que alimentos irradiados prejudicam

a saúde (ANEXOS 1, 2 e 3). Na comunidade externa a UFG, a escolaridade também foi um

fator que influenciou na resposta recebida. Pessoas com um grau de escolaridade menor

acreditam que a irradiação de alimentos é prejudicial à saúde (ANEXO 1). No Restaurante

Universitário da UFG, a renda foi um fator significativo as respostas dadas, no qual as

pessoas de renda mais baixa (um a cinco salários mínimos) acreditavam ser verdadeiro a

afirmação enquanto as de renda maior (acima de cinco) consideravam ser falsa (ANEXO 2).

Ao responderem a última pergunta “Após o seu conhecimento sobre o que é a

irradiação de alimentos, você consumiria esses produtos?” apenas o Restaurante Universitário

da UFG teve a faixa etária como um fator de influência para as respostas dadas. Houve mais

variações nas respostas das pessoas de 26 a 35 anos quando comparadas as outras faixas

etárias (ANEXO 2).

4.2.Dados gerais da pesquisa

Dentre as pessoas que responderam o questionário, a maioria foi de 18 a 25 anos

(Figura 4a), com um público majoritariamente masculino (Figura 4b), com renda familiar de

dois a cinco salários mínimos (Figura 4c) e a maioria ainda cursando ensino superior (37%)

seguido de pessoas com alguma formação (32%) (Figura 4d).

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Figura 5. Perfil dos participantes que responderam ao questionário sobre irradiação de

alimentos.

Das pessoas entrevistadas, 90% responderam não ter nenhum conhecimento sobre o

que é irradiação de alimentos e 10% afirmaram conhecer a tecnologia (Figura 5). Uma

pesquisa feita por Silva et al. (2010) com 66 docentes nutricionistas em Belo Horizonte (MG)

mostrou que 13,6% desconheciam a irradiação de alimentos e em um estudo feito por

Modanez (2012) realizou uma pesquisa em Santo André, com 664 estudantes sobre aceitação

de alimentos irradiados, destas pessoas 74% não sabiam o que era o processo. Ao analisar

esta pergunta com a faixa etária, sexo, escolaridade e renda observou-se que não há evidência

de associação entre eles.

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Figura 6. Entrevistados que tinham conhecimento ou não sobre irradiação de alimentos.

Foi feita uma pergunta em relação à leitura de rótulos de alimentos, pois conforme a

legislação é necessária conter os dizeres “ALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE

IRRADIAÇÃO”. Dentre as pessoas entrevistadas, 46% responderam que tinham esse costume

e 22% responderam que às vezes lêem os rótulos (Figura 6a), porém apenas 2% destas

pessoas identificaram produtos irradiados no mercado (Figura 6b), sendo esses produtos:

amendoins, Ruffles, papinha e enlatados.

Durante a aplicação do questionário foi observado que algumas pessoas liam apenas

informações nutricionais e data de validade, não se atentando para a lista de ingredientes.

Figura 7. Entrevistados que lêem rótulo de alimentos (a) e que já identificaram alimentos

irradiados no mercado (b).

O parâmetro de influência para a pergunta “Com o que você relaciona o termo

‘irradiação de alimentos’?” foi a escolaridade (Figura 7), já quando analisados em relação a

faixa etária, sexo e renda, não houve associação. Indicando que as pessoas de menor

escolaridade associavam a irradiação com alimentos radioativos.

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Figura 8. Relação da escolaridade com o termo “irradiação de alimentos”.

Ornellas et al. (2006) em uma pesquisa sobre irradiação de alimentos com 218 pessoas

em Belo Horizonte (MG) constatou que 50,6% não sabiam que a irradiação é um método de

conservação de alimento e 16% consideram que alimentos irradiados significam o mesmo que

alimentos radioativos. Junqueira-Gonçalvez et al. (2011) no Chile, em uma pesquisa com 497

consumidores verificou que 45,9% das pessoas também entendiam que alimentos irradiados é

o mesmo que alimentos radioativos. No presente trabalho, 43% associaram a alimentos

radioativos (Figura 8).

Figura 9. Termos que os entrevistados relacionam a irradiação de alimentos.

As pessoas que responderam “outro” não souberam dizer ao que estaria relacionado e

algumas pessoas responderam que estaria relacionada à microondas, modificação de

alimentos, alimentos não radioativos, agrotóxicos, alimentos modificados e compostos

químicos.

Dentre os entrevistados, 81% não souberam dizer se já havia consumido um produto

irradiado, 7% disseram que nunca ingeriram estes produtos e 12% afirmaram que já

consumiram (Figura 9a), quando perguntados qual o produto consumido as respostas foram:

enlatados, Ruffles, carnes, tomate, azeitona, palmito, milho, amendoim e arroz. Silva (2010)

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constatou que 63% não sabiam se já havia ingerido alimentos irradiados, 15,2% negaram ter

consumido e 21,2% afirmaram ter certeza que já tinha consumido estes produtos.

Figura 10. Entrevistados que já consumiram alimentos irradiados (a) e que consumiriam

alimentos irradiados (b).

Os entrevistados quando perguntados se consumiriam um alimento sabendo que ele

passou pelo processo de irradiação 45% responderam que não consumiriam, enquanto 27%

ficaram em dúvida e 28% afirmaram que sim (Figura 9b). Modanez (2012) em sua pesquisa

verificou que 69% não consumiriam e 31% consumiriam estes produtos. Já Silva et al. (2010)

obteve um resultado diferente, a maioria (80,3%) responderam que consumiriam, 3% não

saberiam se iriam consumir e 16,7% afirmaram que não consumiriam. Como foi observado

que 90% das pessoas não sabiam o que era irradiação de alimentos, era esperado que a

maioria não consumisse este tipo de produto.

A questão que avaliava se alimentos irradiados causam danos à saúde, pessoas mais

velhas e com um grau de escolaridade menor acreditam que a irradiação de alimentos é

prejudicial à saúde, pois a faixa etária (Figura 10) e a escolaridade (Figura 11) influenciaram

na resposta. Já o sexo e a renda não foram fatores relevantes para a resposta desta pergunta.

Foi constado que 74% das pessoas entendem que alimentos irradiados causam danos à saúde e

26% acham que não causam danos. Ornellas et al. (2006) verificou que 62% das pessoas que

responderam a pesquisa não sabiam se a irradiação de alimentos pode trazer danos à saúde e

ao meio ambiente.

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Figura 11. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”.

Figura 12. Relação da escolaridade com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”.

A faixa etária (Figura 12) e a escolaridade (Figura 13) foram fatores influenciadores

para as respostas dadas para a última pergunta (“Após o seu conhecimento sobre o que é a

irradiação de alimentos, você consumiria esses produtos?”). Pessoas mais jovens (18 a 35

anos) e de maior escolaridade (superior incompleto e completo) consumiriam produtos

irradiados depois de conhecerem um pouco mais a tecnologia.

Figura 13. Relação da faixa etária com o consumo de alimentos irradiados após explicação.

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Figura 14. Relação da escolaridade com o consumo de alimentos irradiados após explicação.

Após o esclarecimento, 89% das pessoas afirmaram que consumiriam alimentos

irradiados (Figura 14), anteriormente este valor era de apenas 28%. Similarmente Modanez

(2012) verificou que 81% dos consumidores consumiriam estes produtos após vídeo

explicativo sobre a irradiação.

Figura 15. Relação de pessoas que consumiriam alimentos irradiados após a explicação sobre

a tecnologia.

Alguns comentários durante a pesquisa foram de que havia receios sobre o processo,

que o processo beneficia apenas a indústria, que a irradiação de alimentos está associada com

contaminação, que a tecnologia de irradiação de alimentos precisava ter mais divulgação e

que certas pessoas possuem resistência ao que é muito moderno.

O presente trabalho mostrou que a falta de informação é o maior fator para a não

aceitação e consumo de alimentos irradiados. É necessária uma melhor exploração das

informações relacionada a este tema, pois os consumidores se tornam mais abertos para

consumir esses produtos após uma breve explicação sobre o processo. Desta forma,

provavelmente a opinião errônea sobre a irradiação de alimentos diminuiria e a aceitação

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aumentaria. Outros trabalhos também obtiveram conclusões parecidas (JUNQUEIRA-

GONÇALVES et al. 2011; FARKAS, MOHÁCSI-FARKAS, 2011; ROBERTS, 2014).

A divulgação dos alimentos irradiados deve ser feita de forma bastante criteriosa e

clara, sem deixar dúvida ou qualquer tipo de ambiguidade em relação à segurança e qualidade

desses alimentos. Sendo necessário informar ao consumidor questões básicas, como por

exemplo, que o alimento tratado pela irradiação não fica radioativo, não trará nenhum tipo de

malefício, é mais seguro biologicamente e possui uma melhor qualidade quando comparado a

um alimento não irradiado e ainda ressaltar que o alimento continua nutritivo, saboroso e

podendo ser conservado por um período mais longo de tempo (JUNIOR, VITAL, 2016).

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5. CONCLUSÃO

A falta de informação é o maior fator para a não aceitação e consumo de alimentos

irradiados. Sendo necessária uma melhor exploração das informações relacionada a este tema,

para que os consumidores se tornem mais abertos para conhecer e consumir esses produtos.

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6. ANEXOS

ANEXO 1

Dados tratados individualmente dos entrevistados na comunidade externa ao campus

Samambaia (UFG).

Figura 16. Relação da renda com o que é irradiação de alimentos.

Figura 17. Relação da escolaridade com o termo ‘irradiação de alimentos”.

Figura 18. Relação da renda com o termo ‘irradiação de alimentos”.

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Figura 19. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”.

Figura 20. Relação da escolaridade com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”.

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ANEXO 2

Dados tratados individualmente dos entrevistados no Restaurante Universitário (UFG).

Figura 21. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”.

Figura 22. Relação da renda com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à saúde”.

Figura 23. Relação da faixa etária com o consumo de alimentos irradiados após explicação.

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ANEXO 3

Dados tratados individualmente dos entrevistados no Parque Flamboyant.

Figura 24. Relação da faixa etária com a afirmação “Alimentos irradiados causam danos à

saúde”.

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7. REFERÊNCIAS

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