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1 INTRODUÇÃO

Ética é um ramo da filosofia, no grego Ethiké ou ethos quer dizer morada

da alma, modo de ser ou de agir. Segundo goldim Ética é a investigação

daquilo que é bom. É o estudo das condutas humanas, implicando no que

deve ser bom e correto para as gerações presentes.

No ramo ambiental, a ética deve ser entendida como um ponto

fundamental do comportamento humano, sob o qual as decisões de

gestão dos recursos naturais devem visar ao consumo presente, sem

prejuízo para as gerações futuras.

Ética ambiental é a ética praticada pelo ser humano relativamente ao

meio ambiente, logo, uma extensão daquela que ele pratica em relação a

si e ao seu meio social. (Azevedo, 2010, p.4)

Ela aborda a relação de dependência e colaboração do homem com a

natureza, sua visão com relação a esta e seu proceder para com ela.

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2 ÉTICA AMBIENTAL

Após longos anos de desenvolvimento apoiado no uso da natureza como

fonte de recursos de forma desordenada baseada na crença da infinidade

dos mesmos, o homem moderno se vê diante da realidade de que os

recursos naturais são finitos e que ele deve adotar uma nova postura para

o seu desenvolvimento respeitando os limites da natureza. Para isso se

deve desenvolver o as questões relacionadas á ética ambiental. Quando

se fala em ética ambiental logo se pensa nas inúmeras restrições com

relação ao uso da natureza e o parar do desenvolvimento; Entretanto a

ética ambiental não restringe o uso dos recursos naturais para a

realização humana, ela penas nos leva a pensar até que ponto devemos

utilizar esses recursos e o quanto nossas ações afetam e transformam o

planeta e até que ponto isso se torna suportável ao meio ambiente. Ela

também visa estabelecer limites e o caminho saudável para o homem se

utilizar da natureza para se desenvolver.

O homem é parte da natureza, depende dela e tem como dever protegê-

la. “Ele possui uma relação simbiótica com ela, de cooperação e

colaboração.“ (ROLLA, 2010, p.20)

Entretanto ele é superior a ela pela sua capacidade de raciocínio.

O homem tem natureza e está dentro da natureza, é parte dela. A natureza possui um valor intrínseco, porém dentro dela está o ser humano (pessoa humana) que tem um valor intrínseco ainda maior. Das suas potencialidades decorrem seus deveres em relação à natureza. Tem o dever de cuidar, proteger e administrar. (ROLLA, 2010, p.24)

Essa mesma capacidade de raciocínio é o que traz ao homem o dever de

guardar e proteger a natureza, “como único animal racional que é só

o homem tem possibilidades de preservar todas as espécies,

incluindo a sua.” (FIORILLO, 1996, p.132).

Quando o homem não respeita a natureza e a fere com suas

ações, está ferindo a si mesmo e ou outro, que também é

dependente dessa natureza.

Assim permanece o egoísmo de alguns que afetam a outros. Na

nossa sociedade consumista é o que mais se tem visto. O

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mercado ansioso por lucros, não poupa medidas nem respeita

limites ao se utilizar e degradar dos recursos ambientais, sem

perceber que está afetando os outros que também possuem

direito a esses recursos e ao meio ambiente sadio.

Para enfrentar essa falta de ética, nos últimos anos tem se falado

sobre o desenvolvimento sustentável, que permite o

desenvolvimento sem sobrecarregar a natureza. Desenvolvimento

sustentável dever ser compreendido como aquele desenvolvimento com

uma maior participação e mobilização da sociedade e governos na busca

de um novo conceito de desenvolvimento, o qual está baseado em

indicadores qualitativos e não mais quantitativos, bem como, alternativas

mais sustentáveis, no longo prazo, promovendo assim um equilíbrio entre

os diversos ecossistemas e biodiversidade existentes, garantindo a

qualidade de vida e a perpetuação principalmente do homem, pois ele é

um dos elementos integrados ao meio ambiente.

Uma reação ética não significa tomar posição contra o progresso, mas sim vislumbrá-lo não a qualquer custo. O desenvolvimento sustentável exige que se promova o bem-estar dos seres humanos (progresso econômico), mas com responsabilidade sobre a inevitável pressão sobre a natureza que não pode ser sobrecarregada de modo a exaurir suas funções de suprimento e/ou fonte de recursos essenciais para a sociedade. (Gaigher, 2007, p.5)

As ideias relacionadas ao desenvolvimento sustentável têm sido

muito discutidas, mais ainda muito pouco aplicadas, visto que

algumas das grandes potências mundiais ainda permanecem

irredutíveis aos acordos ambientais e as propostas de

sustentabilidade por conta dos interesses financeiros que ainda

se sobrepõe as questões ambientais, e a população que não têm

colaborado com o meio ambiente nas suas atitudes cotidianas

que ainda são feitas de forma a prevalecer o consumo irracional.

Para isso seria necessário desenvolver nelas a consciência do

consumo sustentável

O consumo sustentável é o consumo de bens e serviços promovido com

respeito aos recursos ambientais, que se dá de forma que garanta o

atendimento das necessidades das presentes gerações, sem

comprometer o atendimento das necessidades das futuras gerações. A

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promoção do consumo sustentável depende da conscientização dos

indivíduos da importância de tornarem-se consumidores responsáveis.

Depende ainda de um trabalho voltado para a formação de um

“consumidor-cidadão”.

A ética ambiental deve ser praticada nas pequenas ações e não

somente nas grandes. Ela não deve se limitar somente aos

governos e grandes empresas, mais a cada um dos que habitam

o planeta e se servem da natureza para sobreviver. Ética

ambiental está intimamente ligada á uma consciência ambiental.

É dever de todas as pessoas que desejam um ambiente sadio

serem eticamente corretas. A legislação nos garante o direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, portanto a todos e

não somente o governo cabe o dever de garantir esse meio

ambiente ecologicamente equilibrado.

“Se a poucos é conferido poder e força para compelir o Estado a fazer o bem ambiental, a atuar em postura eticamente correta em relação ao meio ambiente, a todos se reconhece a condição de evitar práticas eticamente reprováveis. O cidadão não pode obrigar o Estado a agir bem, se o Poder Público estiver amparado pelo seu poder discricionário. Pode, entretanto, compeli-lo a deixar de fazer o mal”. (NALINI, 2003. p. 147.)

Para desenvolver essa consciência ambiental, deve ser investida a

educação ambiental na sociedade. A Educação Ambiental propõe uma

percepção renovada de mundo; uma forma integral de ler a realidade e de

atuar sobre ela. Nesse novo paradigma, a proposta educativa envolve a

visão de mundo como um todo e não pode ser reduzida a apenas um

departamento, uma disciplina ou programa específico. Ela deve estar

inserida na vida e no cotidiano de todas as pessoas.

Educação Ambiental é uma proposta de filosofia de vida que resgata valores éticos, estéticos, democráticos e humanistas. Seu objetivo é assegurar a maneira de viver mais coerente com os ideais de uma sociedade sustentável e democrática. Conduz a repensar velhas fórmulas e a propor ações concretas para transformar a casa, a rua, o bairro, as comunidades. Parte de um princípio de respeito à diversidade natural e cultural, que inclui a especificidade de classe, de etnia e de gênero, a educação deve ser o portal para o desenvolvimento sustentável e essa sustentabilidade é o novo paradigma do desenvolvimento econômico e social. (CAMARGO, 2002, P. 22)

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O grande desafio da educação ambiental rumo a um desenvolvimento

mais sustentável é, paralelamente à tomada de medidas efetivas que

garantam a conservação e proteção ambiental, proporcionar uma

educação crítica e inovadora nas camadas formais e informais da

sociedade, através de um processo político-pedagógico, democrático e

duradouro rumo à construção de uma consciência ética sobre a

necessidade da proteção ambiental e a mudança dos atuais padrões de

desenvolvimento. Portanto, a educação ambiental tem um papel

fundamental na formação da ética ambiental no individuo e na tomada de

consciência da corresponsabilidade da coletividade na proteção

ambiental.

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3 CONCLUSÃO

O maior impasse para a solução das questões ambientais nos tempos

atuais tem relação á falta de uma ética ambiental por parte daqueles que

usufruem dos recursos naturais. Esse pensamento ético relacionado á

maneira de ver a natureza e de se relacionar com ela é que influenciam

nas tomadas de decisões relacionadas ao meio ambiente.

Para a formação de uma ética ambiental na cultura e na vida cotidiana da

sociedade, se mostra necessário disponibilizar a educação ambiental a

todas as pessoas, desde a sua infância, principalmente durante a época

de aprendizado nas escolas. Tem se mostrado preciso reeducar os

valores humanos quanto ao meio ambiente. A Educação ambiental não

deve ser limitada somente a alguns, mais a todos. É a partir dela que se

forma a ética ambiental nas pessoas.

Porém a ética ambiental não deve ficar presa somente as lições e a

palavras, ela deve ser colocada em prática, deve transparecer nas

atitudes do dia-a-dia das pessoas. Cada um deve transparecer em suas

ações aquilo o que ele pensa ser sua maneira de se relacionar com o

meio ambiente. Se for uma relação de respeito, então suas atitudes

demonstrarão respeito, senão mostrará ao contrário. As ações refletem o

pensamento humano.

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REFERÊNCIAS

CAMPELLO, Lívia Gaigher Bósio, reflexões sobre ética ambiental, anais do 1º congresso de direito e engenharia ambiental, novembro de 2007.[Online] Disponível: http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/extra3.pdf

AZEVEDO, Fausto A. de, Ainda uma vez a ética e a ética ambiental, Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, vol.3, nº2, mar/jun., 2010.[online] disponível em: http://www.intertox.com.br/documentos/v3n2/rev-v03-n02-01.pdf

ROLLA, Fagner Guilherme, ética ambiental: principais perspectivas teóricas e a relação homem-natureza, 2010, 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso.[online] Disponível em:http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2010_1/fagner_rolla.pdf

CAMARGO, Ana L. de B. As dimensões e os desafios do desenvolvimento sustentável: concepções, entraves e implicações à sociedade humana. Florianópolis, 2002. 197f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, 2002.[online] Disponível em:http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/title/as-dimens%C3%B5es-os-desafios-do-desenvolvimento-sustentavel-concep%C3%A7%C3%B5es-entraves-implica%C3%A7%C3%B5es/id/597920.html