Trabalho de Exposição Apocalipse - 7 Igrejas da Ásia

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Trabalho sobre as sete igrejas da ásia menor do livro do Apocalipse

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SEMINRIO TEOLGICO CONGREGACIONAL DO RIO DE JANEIRO

Professor: Pr. Edison Luis G. Costa Turma: 1 Ano Matria: Exposio Bblica Apocalipse Aluno: Bruno Maranho

As 7 Igrejas da sia Menor

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Contedo

INTRODUO .......................................................................................................................................... 3 FESO....................................................................................................................................................... 4 ESMIRNA ................................................................................................................................................. 9 PRGAMO.............................................................................................................................................. 13 TIATIRA .................................................................................................................................................. 16 SARDES .................................................................................................................................................. 19 FILADLFIA............................................................................................................................................. 22 LAODICIA ............................................................................................................................................. 24 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................ 27

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INTRODUO

A mensagem do Apocalipse foi enviada principalmente s sete igrejas que se encontram na sia (Apocalipse 1:4). Este fato frisado vrias vezes no primeiro e no ltimo captulo (Apocalipse 1:4,11,20; 22:16). Os captulos 2 e 3 so direcionados especificamente s igrejas, com uma mensagem especial para cada uma delas. importante notar que Satans se mostrava bem presente e ativo na sia, quando Jesus enviou as cartas s igrejas. Ele tinha sinagogas em Esmirna (Apocalipse 2:9) e Filadlfia (Apocalipse 3:9), e um trono em Prgamo (Apocalipse 2:13). Em Tiatira, ele tinha uma profetisa que incentivava as pessoas a conhecerem as coisas profundas de Satans. Para servir a Deus num ambiente cheio de influncia do diabo, o discpulo de Cristo teria que lutar e ter f em Deus, confiante da recompensa para os vencedores A necessidade de sete cartas bem diferentes refora a importncia de respeitar a autonomia de cada congregao. Estas sete igrejas se encontravam numa rea relativamente pequena. Uma pessoa entregando todas as cartas faria um circuito de pouco mais de 500 quilmetros. Nesta rea pequena, sete igrejas bem diferentes apresentaram caractersticas distintas. Se Paulo conseguisse ganhar para Cristo o povo de feso (capital da provncia), a boa nova do Evangelho se espalharia por toda a provncia da sia. O versculo 10 de At 19, indica que foi exatamente isso que aconteceu. provvel que todas as sete igrejas mencionadas em Ap 1.11, assim como Colossos e Hierpolis, foram fundadas neste perodo

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FESOA cidade de feso era metrpole poltica e comercial da provncia da sia. Era cidade martima, seu porto era o mais importante da sia, por esse motivo estava sempre em contato direto com pessoas de culturas diferentes de vrias partes do mundo. Estava exposta tambm, a influncia do mundo por parte dos visitantes que recebia de vrios lugares. Havia ali, numerosos cultos pagos, entre os quais o da deusa Artemis (Diana). A cidade de feso teve origem com um povoado na regio chamada pennsula anatoliana. Esse povoado foi aumentado no sculo XII a.C. por colonos jnicos, assim foi erguida uma cidade conjunta (a cidade de feso). Em 560 a.C feso foi conquistada por Croeso e em 557 a.C foi capturada pelos persas. J em 133 a.C passou a ser parte do imprio Prgamo, sendo que talo III acabou entregando a cidade para Roma. Prgamo continuou sendo a capital da provncia da sia, mas feso passou a ser a cidade mais importante. A importncia religiosa e comercial de feso aumentou sob o domnio do imprio romano. Importncia tal, que um escritor romano a chamou de a luz da sia. A cidade foi situada perto do mar Egeu, na costa ocidental. Localizava-se na desembocadura do rio Caister, entre as serras montanhosas do Coressos e o mar. Sendo assim, era um porto muito importante, servindo de centro exportador e fim de rota das caravanas. Uma estrada colossal atravessava a cidade, medindo 22 m de largura, ladeada por colunas, levando at o porto.

A cidade ocupava uma vasta rea e a populao era estimada em aproximadamente 340.000 pessoas. A parte principal da cidade possua teatro, banhos pblicos, bibliotecas, mercado e ruas caladas de mrmore, a gora comercial e o famoso templo que fica a 2 km para nordeste. O teatro, que era enorme, erguido no monte Piom, estimado com capacidade entre 25.000 e 50.000 pessoas, foi o local para onde uma multido furiosa arrastou dois

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dos companheiros de Paulo no episdio narrado em Atos 19.29. Ao norte do teatro ficava o estdio que aparentemente foi construdo no tempo de Nero. Os prdios polticos da cidade ficavam na gora superior e neste se incluam salas onde o conselho e grupos menores podiam se reunir. Entre os dois prdios polticos principais foi construdo um templo duplo, muito provavelmente dedicado a deusa Roma a personificao da cidade de Roma e de Julio Cesar. No centro desse espao aberto ficava o templo para o divino agusto. Achados arqueolgicos mostram que a cidade se orgulhava em ser um santurio de Artemisa e dos imperadores. feso era o centro mundial do culto deusa Diana, onde havia um templo dedicado a esse culto. Neste templo havia centenas de sacerdotisas que funcionavam como prostitutas sagradas, o que contribuda muito para feso ser uma cidade muito imoral. O templo foi destrudo em um grande incndio e reedificado em 356 a.C, era tido como uma das maravilhas do mundo antigo, at ser destrudo pelos Godos no ano de 260 d.C. Havia uma imagem da deusa Diana dentro do tempo, que afirmavam ter cado do cu (Atos 19.35), provvel que se tratasse de um meteoro. Moedas de prata de diversos pases mostram que a deusa de feso era reverenciada pelo mundo inteiro (Atos 19.27). O Evangelho chegou a feso por Paulo, onde ele deixou quila e Priscila (Atos 18.18). Em sua terceira viagem missionria, Paulo voltou a feso, onde j encontrou alguns discpulos (Atos 19.1), ficou na cidade por dois anos ensinando e pregando. Houve alguns sinais de avivamento na cidade, as pessoas ao ouvirem o evangelho vinham denunciando publicamente suas obras; os convertidos rompiam totalmente com o ocultismo; o evangelho se espalhou dali para a toda a sia Menor. Paulo em sua primeira priso em Roma escreve uma carta aos Efsios, depois envia Timteo para ser o pastor da Igreja, mais tarde o apstolo Joo se tornou o pastor. Nas referencias a esta Igreja que encontramos nas Escrituras (Epstola aos Efsios, Livro de Atos, Epstolas a Timteo e o Livro do Apocalipse) podemos observar

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alguns pontos importantes sobre esta igreja: Desde o inicio houve necessidade de examinar doutrinas e aceitar somente o que Deus havia revelado, assim quila e Priscila ajudaram a Apolo (Atos 18.26); Paulo advertiu os presbteros do perigo de falsos mestres entre eles (Atos 20.29-31) e orientou a Timteo a admoestar os irmos a no ensinarem outra doutrina (1 Timteo 1:3-7). A carta aos efsios destacou a importncia do amor (Efsios 5:2).

Jesus, na carta no Apocalipse, destaca vrias qualidades da Igreja:

Labor e Perseverana (Apocalipse 2.2) Era uma igreja operante entendiam que Deus quer servos dedicados que no desistem, lembravam que Jesus falou da importncia da perseverana diante da perseguio. Sabiam que deveriam perseverar em orao, na doutrina verdadeira nas boas obras e na Graa de Deus. Com sua perseverana, os Efsios suportaram as provas e no desanimaram.

No suportam os homens maus (Apocalipse 2.2) Depois de tantas advertncias sobre o perigo dos falsos mestres, a defesa da verdade se tornou um ponto forte da Igreja de feso. Homens que alegavam ser apstolos foram postos a prova e achados mentirosos. Isso demonstra uma igreja que tinha o discernimento espiritual.

Odiavam os Nicolaitas (Apocalipse 2.6) Os nicolaitas so citados nesta carta e na da Igreja de Pergamo. Os Nicolaitas pregavam uma nova viso do Cristianismo, um evangelho liberal, queriam gozar o melhor da vida. Estimulando assim a imoralidade.

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Apesar de todas as qualidades da Igreja, Cristo repreende a Igreja devido ao abandono do amor (Apocalipse 2.4). O interessante que a maneira com o que Cristo se apresenta Igreja, no versculo 1, na verdade a soluo para o problema da falta de amor. Ele se apresenta como aquele que conserva na mo direita as sete estrelas (os sete pastores das igrejas) e anda no meio dos sete candelabros de ouro (as sete igrejas), e exatamente isso o que a falta a igreja, a presena de Jesus, afinal Deus amor e a sua presena nos leva a amar. Em feso havia fidelidade a doutrina mas falta de amor na prtica do Evangelho. Eles eram ortodoxos na cabea e hereges no corao. Cristo sabe das obras, do labor, da perseverana e que a igreja no suporta falsas doutrinas , mas essa virtudes foram conseqncias de obras e no de amor. Eles trabalhavam duro, mas no amavam o trabalho. A palavra grega para obra kps, que descreve o tipo de trabalho que nos faz suar, o trabalho duro. Jesus os lembra que a vida no consiste em trabalho duro, perseverana ou pacincia, no so virtudes erradas, mas no so a fonte da vida. A fonte da vida para uma igreja que Cristo a conserva em suas mos. A Igreja atualmente precisa aprender com a Igreja de feso, com seus erros e acertos. feso era uma Igreja com discernimento espiritual e tambm conhecia a Palavra, a ponto de poderem por a prova falsos apstolos. Hoje as pessoas buscam mais a experincia do que a Verdade, no pensam, apenas querem sentir. No estudam a Palavra, querem as novidades, revelaes, sonhos e vises. No querem Deus, querem as bnos de Deus. A Igreja de feso que eles sofriam e perseveravam nas tribulaes. A Igreja contempornea est perdendo a capacidade de sofrer pelo Evangelho. H igrejas pregando que o crente no pode sofrer, contrariando completamente a Palavra e at mesmo a experincia vivida pela Igreja de feso. Mas o maior exemplo que devemos aprender com feso sobre o primeiro amor. O Amor a marca do verdadeiro discpulo (Joo 13:34-35). Sem amor, nosso conhecimento, dons, teologia, nada tem valor. Odiar o erro e o mal no o

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mesmo que amar a Cristo. Devemos amar a Verdade, em todo o seu amplo duplo-sentido (Cristo e Principio Certo). Devemos amar aos outros porque tambm foram feitos a imagem e semelhana de Deus.

Amados se Deus de tal maneira nos amou, devemos ns tambm amar uns aos outros. 1 Joo 4:11

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ESMIRNAA cidade de Esmirna tinha aproximadamente cinco mil anos, sendo assim uma das cidades mais antigas da bacia do Mediterrneo. A cidade original foi estabelecida por volta do terceiro milnio a.C, quando compartilhou com Tria a cultura mais importante da Anatlia. Segundo o historiador grego Herdoto de Halicarnasso, a cidade foi estabelecida pelos elios, mas foi logo tomada pelos Jnicos, que a tornaram um dos maiores centros culturais e comerciais do mundo da poca. No primeiro milnio antes de Cristo, Esmirna era uma das cidades mais importantes da Federao Jnica. A antiga cidade foi destruda pelos ldios em 600 a.C, trazendo fim a esse perodo. Permaneceu como pouco mais que uma aldeia da Ldia e depois caiu sob o domnio Persa. Foi reconstruda pelos gregos no final do 4 sculo a.C, nas encostas do Monte Pagos, durante o reino de Alexandre o Grande. A cidade ganhou nova vida, e pode ser descrita como uma cidade que morreu e tornou a viver Esmirna, hoje conhecida como Izmir, era uma cidade situada na costa a aproximadamente a 65km ao norte de feso. Era a terceira maior cidade da Turquia e o segundo mais importante porto do pas. Competia com feso em comrcio, cultura e influncia romana. Era a cidade mais bela da sia menor, sendo considerada o ornamento, a coroa e a flor da sia. O monte Pagos era coberto de templos e bordejado de casas formosas, era um lugar de realeza coroado de torres, tinha uma arquitetura magnfica. Durante o domino romano, Esmirna se tornou o centro de idolatria oficial, e ficou conhecida como Guardio do Templo. Era uma cidade to fortemente dominada pelo culto ao imperador Romano que todo cidado tinha obrigao de reverenciar e queimar incenso voluntariamente a Csar. A conseqncia imediata por se deixar de cumprir esse mandamento era a morte. Esmirna foi a cidade oriental mais fiel a Roma, Cicero dizia que havia sido a mais antiga e fiel a Roma. Foi a primeira cidade da sia a construir um templo para a adorao da cidade (deusa) de Roma (195 a.C.). Em 26 d.C, foi escolhida como local do templo ao imperador Tibrio, ganhando de feso a disputa. Foram descobertas imagens, na praa principal da cidade, de Posidon (deus grego do mar) de Demter (deusa grega da ceifa e da

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terra). A Igreja em Esmirna era perseguida e os crentes se encontravam em intensa presso por no aderir aos costumes pagos que reinavam na sociedade. Havia um estdio na cidade onde todos os anos se celebravam os jogos atlticos famosos vindos de todo o mundo; os jogadores disputavam uma coroa de louros. E foi para esse contexto que Jesus prometeu a coroa da vida (Apocalipse 2.10). Era uma igreja importante no segundo sculo e famosa por causa de Policarpo, Bispo de Esmirna, que foi queimado vivo em 156 d.C. Incio visitou esta Igreja quando estava indo para o martrio, e escreveu quatro cartas, enquanto estava em Esmirna. Duas de suas cartas a Esmirna sobreviveram. A Igreja em Esmirna no mencionada em outras passagens do Novo Testamento, conseqentemente no temos o registro com exatido quem fundou essa comunidade crist, contudo sabemos que durante o perodo de dois anos que Paulo ficou em feso, na sua terceira viagem missionria, todos os habitantes da sia ouviram a Palavra do Senhor. (At 19:10), mas no podemos ter certeza se Paulo esteve em Esmirna. Pedro incluiu os eleitos e forasteiros da sia entre os destinatrios de sua primeira carta (1 Pedro 1:1), bem possvel que a igreja de Esmirna esteja includa nessa citao. Esmirna uma Igreja que no recebe repreenses de Cristo, na carta no Apocalipse, s recebe elogios, mas atravs do estudo desses elogios conseguimos analisar as dificuldades e tribulaes que essa comunidade estava enfrentando: Perseguio. Os crentes de Esmirna estavam sendo obrigados a adorar o imperador como se fosse Deus. De uma nica vez lanaram do alto do monte Pagos 1200 crentes, de outra vez 800 crentes. Os crentes estavam morrendo por causa da sua f. Pobreza. A pobreza de Esmirna, no vinha somente da situao econmica normal, mas segundo George Ladd, advinha tambem do confisco de propriedades, de bandos hostis que os saqueavam e da dificuldade de trabalharem em um ambiente hostil.

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Difamao. Os judeus (sinagogas de satans) espalhavam falsos rumores a respeito dos cristos, envenenado as mentes. Os crentes estavam sendo acusados de coisas graves, como: canibalismo, imoralidade, serem divisores de famlias, atesmo e deslealdade. Priso. Alguns crentes de Esmirna estavam sendo presos, e os romanos no cuidavam de seus presos, normalmente os presos morriam de fome, doenas ou lepra.

Morar em Esmirna no primeiro sculo no primeiro sculo no seria fcil para nenhum discpulo de Jesus. Alm das perseguies pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaa mais organizada e mais poderosa: a idolatria oficial. Juntando a religio fora do governo, realizavam uma perseguio perigosa aos cristos da cidade, tentando-os a abandonarem sua f para melhorar as suas circunstancias ou at evitar a morte violenta. Para vencer essa tentao teriam que acreditar no poder daquele que j venceu a morte (Apocalipse 2.8), mesmo se morressem, as suas vidas eternas seriam garantidas se mantivessem sua confiana no Senhor (Apocalipse 2.10). No tratamento de Deus com a igreja de Esmirna, podemos tirar diversos ensinamentos aplicveis a igreja contempornea: Era uma igreja pobre materialmente, mas Jesus a chama de rica (Apocalipse 2.9), nos mostrando que Ele avalia o homem pelo ser e no pelo ter Eram crentes pobres, perseguidos, caluniados presos e Jesus os pede que sejam fiis at a morte (Apocalipse 2.9-10), nos ensinando que Jesus espera de ns fidelidade, e no qualquer fidelidade, mas ser fiel ao ponto de morrer por essa fidelidade, imitando o prprio Jesus que foi obediente at a morte, e morte de cruz; Jesus inicia a carta dizendo conheo a tua tribulao (Apocalipse 2.9), nos mostrando que o Senhor tem o controle, sabe de tudo que acontece conosco. Nos mostra que por pior que a tribulao possa parecer, o Senhor est ciente,

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nos olhando, nossa vida no esta solta. Essa uma certeza muito importante para o crente, pois certo que passaremos por tribulaes, dificuldades ou enfermidades, mas se tivermos essa certeza em nossos coraes no vamos esmorecer na f, pelo contrrio, sabendo que o Senhor esta no controle, iremos buscar a Sua vontade para saber como agir ou discernir o que aprender com esta situao.

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PRGAMOPrgamo, atual Bergama, uma antiga cidade grega que se situava na Msia, no noroeste da Anatlia, a mais de 20 km do Mar Egeu numa colina isolada do vale do Rio Caicos. Existiu desde o sculo V a.C., mas apenas no perodo helenstico tornou-se importante, por ter sido sede da dinastia atlida. Comeou a destacar-se depois da morte de Alexandre o Grande, em 333 a.C. Foi capital da sia por quase 400 anos e capital do reino Selucida at 133 a.C. talo, rei selucida, o ltimo de Pergamo, passou o reino para Roma em seu testamento e Prgamo tornou-se a capital da provncia romana. Era o centro intelectual de sua poca, ultrapassando feso e Esmirna, considerada uma cidade progressiva, o acervo de sua biblioteca com mais de duzentos mil pergaminhos, que perdia em importncia apenas para a to famosa biblioteca de Alexandria. A tradio de Prgamo foi tamanha que o seu nome batizou o pergaminho. Isso deixava a cidade orgulhosa, juntamente com o fato de abrigar a famosa esttua de Zeus, o protetor da cidade. Comercialmente a cidade no era to importante como feso, mas religiosamente era digna de nota. Levava toda a sia adorao do imperador, esta, provavelmente, a razo por que Jesus falou da cidade como Trono de Satans. Outra interpretao feita por muitos crentes, que essa expresso tem relao ao templo de Zeus, que ficava no monte Cnico. Neste monte, quase 300 metros acima do vale ao redor da cidade, vrios templos foram construdos, entre os quais se destacam o templo dedicado a Zeus, considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo e um altar dedicado a Asclpio, deus grego da cura, simbolizado por uma serpente. Por ser o centro de culto pago, competindo com feso, grandes multides de pessoas participavam dos eventos pagos realizados nos templos e fartavam-se com as iguarias oferecidas aos dolos. Um dos pontos altos dessas festividades era a promiscuidade sexual. No ano 29 a.C foi construdo em Prgamo o primeiro templo a um imperador vivo, o imperador Augusto, cria-se que o imperador encarnava o esprito da deusa Roma. Por isso, se divinizou a pessoa do imperador e comeou a se erguer templos a ele.

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Uma vez por ano, os sditos deviam ir ao templo de Csar e queimar incenso dizendo: Csar o Senhor. A igreja sofria fortes presses para transgredir as leis de Deus e aderir adorao aos deuses romanos, gregos e ao imperador. Era a cidade mais idlatra de toda a provncia da sia. O Senhor se agrada da perseverana e lealdade dos cristos de Prgamo, que foram fiis a Jesus mesmo sob perseguio intensa. Apesar do ambiente pago e idlatra em que viviam, os crentes de Prgamo s professavam o nome de Jesus. A igreja passou por provas intensas e as suportou. Segundo Tertuliano, o pastor de Prgamo, Antipas, foi colocado dentro de um boi de bronze e esse foi levado ao fogo at ficar vermelho, morrendo o servo de Deus sufocado e queimado. Ele resistiu a apostasia at a morte. Como satans no teve xito contra a Igreja usando a perseguio, mudou de estratgia e usou a seduo. Ao invs de querer substituir a igreja ele tenta misturar a igreja. Desiste da apostasia e aposta no ecumenismo. Os crentes de Prgamo se mostraram tolerantes em relao as falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta: A doutrina de Balao (Apocalipse 2.14) A descrio da doutrina de Balao refere-se histria do Velho Testamento (Nmeros 22-25; 31:16). No final dos 40 anos de peregrinao, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque chamou Balao para amaldioar o povo, mas Deus frustou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas. Balao desistiu de suas maldies, mas procurou outra maneira de vencer o povo de Israel. Deu o conselho de convida-los a participarem de uma festa idlatra. Nesta festa, muitos israelitas se envolveram na idolatria e na imoralidade e Deus mandou uma praga que matou 24.000 israelitas.

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Na igreja de Prgamo, algumas pessoas agiam como Balao. Incentivavam o povo a tolerar outras religies, at participando da idolatria e prostituio. A sua doutrina foi basicamente igual as idias atuais de pluralismo (aceitao de diversas religies como igualmente boas) e sincretismo (juntando duas ou mais religies)

A doutrina dos Nicolatas (Apocalipse 2.15) Os Nicolatas pregavam uma nova viso do Cristianismo, um evangelho liberal, queriam gozar o melhor da vida. Acabavam estimulando a imoralidade. Jesus diz que odiava as obras dos Nicolatas e elogia os efsios por rejeitar esses ensinamentos. Infelizmente, a igreja em Prgamo tolerava esses falsos mestres.

Aprendemos com o exemplo da igreja de Prgamo a imitar a perseverana dos discpulos de Prgamo, mantendo firme a nossa f, mesmo se encararmos ameaas e perseguies. Ao mesmo tempo no devemos manter defender a doutrina pura que Ele revelou. A igreja de hoje perdeu o discernimento espiritual e conhecimento da Palavra para por a prova os ensinamentos e pregaes, assim como a Igreja de Prgamo. Precisamos depender mais de Deus e menos de homens, passar a buscar o man de Deus a cada dia, para desta forma criamos intimidade com Deus e atravs desta intimidade, prestarmos o nosso culto racional, pondo a prova as doutrinas, pois qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo. Procuremos o man que vem de Deus para nos sustentar para sempre.

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TIATIRATiatira era o antigo nome da moderna cidade turca de Akhisar ("Castelo Branco"), ficava a certa de 64 km a sudeste de Prgamo, perto da margem sul do Rio Lico, na fronteira da Msia. Foi destruda por um grande terremoto durante o reino de Otvio Augusto (27 a.C 14 d.C.), mas foi reconstruda com a ajuda do Imprio Romano. Era um importante centro comercial na sia Menor e foi fundada para ser um posto militar. Famosa pela sua produo de prpura (tinta usada em tecidos), alm de roupas, artigos de cermica, bronze e etc. Segundo o livro de Atos, uma das comerciantes de prpura da cidade de Tiatira era uma mulher chamada Ldia, que conduzia negcios em lugares distantes como Filipos (Atos 16:14). Havia na cidade, grupos organizados de artesos e profissionais, semelhantes as associaes profissionais de hoje, com o objetivo tanto de mutua proteo e beneficio como social e recreativo, mas essas organizaes eram influenciadas com elementos religiosos pagos, sendo muito comum que os membros participassem de festas dedicadas as divindades pags que terminavam geralmente em orgias sexuais. O fruto do trabalho desses artesos era usado ainda como ornamentos centrais na maioria dos cultos aos dolos nos templos pagos, sendo assim esses profissionais tinham uma participao extremamente ativa nesses cultos, pois grande parte do seu sustento dependia do culto pago. Pelo fato de lucrarem muito com a venda de seus artigos para os templos, os componentes das associaes, visando proteger sua estabilidade financeira, exerciam forte presso sobre os crentes de Tiatira, na tentativa de lev-los idolatria e uma vida cmoda. E em funo do domnio exercido por essas associaes, o sucesso de qualquer artfice dependia de fazer ou no parte desse grupo. Como as demais cidades da poca, Tiatira teve seus templos e santurios religiosos, incluindo templos aos deuses Apolo, Trimnios e Artemis (tambm chamada de Diana, pelos romanos) e um santurrio a sibila (orculo ou profetisa) Sambate. A importncia das figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a mulher que seduzia os discpulos e incentivava a idolatria e prostituio.

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No h nenhuma informao especfica a respeito da origem da comunidade crist desta cidade, mas Lucas d a entender que alguns companheiros de Paulo podem ter pregado ali durante a permanncia de Paulo em feso (conforme Atos 19:10). No livro de Atos dos Apstolos, h tambm a meno de que Paulo evangeliza Lidia (Atos 16:11-15), uma mulher originria de Tiatira, no sabemos tambm se Lidia teve algum papel na evangelizao de sua cidade natal. A igreja em Titira era forte e crescente, parecia ser uma igreja vibrante, amorosa e cheia de membros. Mas Jesus, que esta no meio dos candeeiros e tambm anda no meio dos candeeiros, conhece as obras, as tribulaes, Ele tudo v, tudo sabe. Conhece o contexto social e econmico, conhece as obras e intenes. Jesus reconhece a operosidade, o trabalho, o labor e o amor da Igreja. O que faltava em feso havia em Tiatira. Havia f, confiana em Deus, pacincia e perseverana nas provaes. A igreja estava em um progresso espiritual, suas obras eram mais numerosas que as primeiras. Mas essas marcas eram dos remanescentes fiis e no da Igreja inteira. A igreja em Tiatira estava crescendo (Atos 2:19), por isso Satans usa a estratgia de atac-la por dentro, corrompendo o seu interior, ao invs de atac-la de fora para dentro. Jesus reprova a Igreja por ser tolerante com o falso ensino e com a falsa moralidade, tolerando a falsa profetisa chamada Jezabel. A igreja abriu as portas para essa mulher, onde ela subia no plpito, ensinava e induzia os crentes ao pecado. A igreja no tinha pulso para desmarcara-la e enfrent-la. Jesus chama os envolvidos com a profetisa Jezabel ao arrependimento, confrontando-os com a misericrdia, antes de trata-los com Juzo. Mostrando que Ele paciente, longnime e no tem prazer na morte do mpio. Ele chama a todos ao arrependimento e d tempo para que o pecado se arrependa. Da mesma forma Ele tratou com Jezabel, mas ela desprezou o tempo da oportunidade e fechou a porta da Graa com as prpias mos.

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Atualmente vemos no cenrio das Igrejas, prticas muito semelhantes as da Igreja de Titira. Por motivos externos, na maioria das vezes econmicos, o bom constume e as boas prticas so corrompidos. Verdades so negociadas, pois os crentes tentam adequar o Evangelho ao seu modo de vida e no adquam suas vidas ao Evangelho. Por tomarem essa postura perdem a autoridade espiritual e no so capazes de confrontar as Jezabeis que esto por ai, pregando, ensinando e profetizando. Analisando a situao de Titira, aprendemos um pouco mais do Senhor, vendo como Ele age: Antes de tratar com disciplina ele confronta com misericrdia (Apocalipse 2:21) Antes de tratar com Juzo, confronta com disciplina. (Apocalipse 2:22) A falta de arrependimento implica necessariamente na aplicao do Juzo (Apocalipse 2:19,22,23) Aprendemos tambm que: possvel manter-se firme na doutrina mesmo quando outros se desviam. (Apocalipse 2:24) preciso entender que j temos tudo em Cristo para uma vida plena (Apocalipse 2:25).

Jesus v tudo e faz distino absoluta entre os seus servos fiis e os servos de Satans. Para os que insistirem em servir ao diabo, Ele promete tribulao e morte, para os discpulos dele, Ele promete o dia de sua presena e o privilgio de reinar com ele sobre os inimigos.

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SARDESSardes localizava-se no meio do vale do rio Hermus a cerca de 4 km ao sul deste rio, ao p do Monte Tomlus. Hoje, est localizado junto vila atual de Sart , na provncia de Manisa da Turquia, prxima a rodovia que liga Ankara a Izmir (cerca de 72 km de Esmirna). Os restos da cidade, incluindo o complexo ginsio-banho, sinagoga e lojas bizantina est aberto aos visitantes, durante todo o ano. As primeiras referencias a Sardes esto na obra Os Persas de squilo (472 a.C); nesta pea h referencia ao nome Hyde como sendo o antigo nome de Sardes. Era uma cidade prospera em parte devido ao ouro encontrado no rio Pactolo, que cortava a cidade de ponta a ponta. A cidade antiga fazia parte do reino Ldio e este povo foi o primeiro povo antigo a cunhar regularmente moedas, e juntamente com o fato do rio ser rico em ouro e prata, a cidade se tornou a primeira a cunhar suas prprias moedas em ouro e prata. Sardes, hoje em runas se localiza perto Sarte, foi a capital do antigo reino da Ldia, sendo depois sede de uma provncia durante o Imprio Romano, aps as reformas administrativas de Diocleciano, continuando a pertencer depois e durante o perodo bizantino. Cidade situada no vale de rochedos ngremes, quase intransponveis, entre o cruzamento das estradas imperiais que ligavam feso, Prgamo e Esmirna com o interior da sia menor. Sardes no era uma cidade famosa apenas por sua prspera indstria de tingimento de l, mas tambm por sua arte e artesanato. Embora Sardes fosse uma cidade bem protegida contra invases, foi conquistada em 546 a.C. Soldados persas observaram um soldado de Sardes descer os rochedos e, depois subiram pelo mesmo caminho para tomar a cidade de surpresa durante a noite, assim a cidade caiu quando o inimigo chegou como ladro na noite. Em 334 a.C, a cidade se rendeu a Alexandre o Grande e em 218 a.C Antoco Epifaneo dominou a cidade usando a mesma estratgia dos persas. A cidade no havia aprendido com sua experincia passada a ser vigilante. A importncia da cidade era devida ao seu poderio militar, sua localizao numa estrada importante que ligava o Egeu ao interior, e ao vale frtil do Hermo.

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A cidade foi reconstruda no perodo de Alexandre Magno e dedicada a deusa Cibele, identificada como a deusa grega rtemis. No ano 17 d.C Sardes foi parcialmente destruda por um terremoto e reconstruda pelo imperador Tibrio. A cidade tornou-se famosa pela imoralidade e a decadncia. Quando Jesus fala com a Igreja atravs da carta no apocalipse, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada, sua glria estava no passado e seus habitantes entregavam-se a uma vida de luxuria e prazer. A Igreja tornou-se como a cidade, em vez de influenciar, foi influenciada, se tornando indiferente na cidade, no era nem perigosa, nem desejvel. A Igreja parecia viva, mas era s aparncia, pois quando Jesus examinou a Igreja mais profundamente, disse: No achei as suas obras ntegras diante do meu Deus (Apocalipse 2:2). Os membro pertenciam a Cristo apenas no nome, porem no de corao, tinham seu nome escrito no rol de membros, mas no no Livro da Vida. A causa da morte da Igreja de Sardes no era perseguio, nem heresia, mas o mundanismo. Com disse Adolf Pohl, onde reina a morte pelo pecado, no h morte pelo martrio. A maioria dos crentes estava contaminado pelas suas vestiduras, isto um smbolo da corrupo (Apocalipse 3:4). A igreja tinha nome e fama, mas no tinha vida, estava caindo num torpor espiritual e precisava de reavivamento. O primeiro passo para o reavivamento ter conscincia de que h crentes mortos e outros dormindo que precisam ser despertados. Jesus aponta algumas atitudes a ser tomadas para que esse avivamento ocorra: Vigilancia (Apocalipse 3:2). Sardes caiu porque no vigiou, precisa ser vigilante contra as ciladas de satans, contra a tentao do pecado. Lembrana da Palavra (Apocalipse 3:3). A igreja deveria lembrar e guardar a Palavra de Deus que haviam recebido. Voltar a Palavra. O verdadeiro avivamento fundamentado na Palavra, orientado e limitado por ela. Santidade (Apocalipse 3:4). Haviam crentes em Sardes que no se contaminaram pelo pecado, nem pelo torpor espiritual. Mas a maioria estava vivendo com as vestes manchadas e no tendo obras ntegras diante de

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Deus. Estes deveriam se santificar, seguir o exemplo dos poucos que permaneceram limpos.

Analisar a Igreja de Sardes, olhar para um espelho, pois temos que ter conscincia da nossa necessidade de um avivamento genuno. Pois assim como estava acontecendo em Sardes, ocorre na igreja contempornea, os crentes buscavam ser bons religiosos, cumprindo os costumes e ritos, indo a igreja, dando dizimo, ofertas, orando e jejuando; mas viviam como sepulcros caiados, pois eram falsamente devotos e falsamente fieis. Assim como a Igreja de Sardes, devemos procurar santidade agora, pois garantia de glria no futuro (Apocalipse 3:5).

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FILADLFIAFiladlfia, atualmente com o nome de Alaeshir, foi uma antiga cidade da Ldia, estava a 45 Km de Sardes e fica situada no vale do Kuyucak, aos ps do monte Tmolus, na provncia de Ldia, mas no distrito administrativo de Sardes. Era um local que propiciava certa segurana a cidade pois era fcil de se defender, mas era sujeito a muitas calamidades naturais, uma dessas foi o grande terremoto de 17 d.C que a destruiu completamente, que foi reconstruda pelo imperador Tibrio, a nova cidade foi reconstruda sobre as runas de Filadlfia. A localizao da cidade de Filadlfia era estratgica, na principal rota do Correio Imperial de Roma para o Oriente, a cidade era tambm chamada de a porta do oriente. Servia de acesso entre os pases antigos de Frgia, Ldia e Msia, o vale ficava no caminho entre Prgamo e Laodicia. Foi fundada pelo rei de Prgamo, talo II, cerca de 140 a.C.. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmo, assim dando origem ao nome da cidade (Filadlfia significa amor fraternal). A cidade ficava sobre um planalto, perto de um rico solo vulcnico, que propiciava uma agricultura rica. Filadlfia tornou-se uma cidade rica comercialmente devido as uvas que eram cultivadas na regio circunvizinha em aldeias onde o povo, preferia viver. Uma das principais razes para esta preferncia era o medo de terremotos, como o que ocorreu em 17 d.C. Ao longo de sua histria, a cidade recebeu nomes mostrando uma relao especial ao governo romano. Depois de reconstruda, foi chamada brevemente de Neocesareia; durante o reinado de Vespasiano, foi tambm chamada de Flvia (nome da mulher dele). Tambm era chamada de pequena Atenas, por ter muitos templos dedicados aos deuses. A fundao original da cidade fora resultado do desejo do governante de disseminar a lngua e a civilizao grega pela regio brbara da Frgia; da o motivo da sua localizao na fronteira. Era uma Igreja pequena, formada por crentes pobres e escravos, fazendo com que tivesse pouca influencia sobre a cidade, foi uma igreja perseguida pelos falsos

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mestres, mas que guardou a Palavra de Deus nas provaes foi fiel, por isso Cristo a guardar na tribulao. A Igreja de Filadlfia foi uma das duas igrejas que no recebem nenhuma repreenso de Cristo entre as sete cartas no Apocalipse. Com o exemplo de Filadlfia aprendemos que Jesus v as igrejas de forma diferente da nossa, independente de sucesso em termos que o mundo v e mede. Jesus olha para o carter e o corao de cada discpulo e cada igreja. Como identificar uma igreja boa? Seria a maior? A mais ativa? A mais conhecida? A mais rica? Jesus a julga por critrios justos e divinos, Ele pode ver uma Igreja pobre ou fraca como uma congregao fiel, dedicada e perseverante. Ao invs de tentar impressionar os homens, as igrejas de hoje devem se dedicar ao desenvolvimento do carter que agrada a Deus.

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LAODICIAA cidade de Laodicia, atualmente chamada de Denizli, foi antiga metrpole da Frgia, construda sobre o rio Lico e edificada sobre sete montes. Chamava-se antes, dispolis, cidade de Zeus. Foi ampliada e melhorada por Antoco II, em 250 a.C., que lhe ps este nome em honra a sua mulher, Laodice. Era a principal cidade da provncia da Frgia e por estar situada numa rota comercial muito importante para o mundo, possua vrios e grandiosos bancos. Tornou-se uma cidade rica e opulenta, o lar de milionrios. Era tambm conhecida por sua indstria txtil que confeccionava belos tecidos para roupas e uma l especial famosa no mundo inteiro. Na cidade havia teatros, um estdio, um ginsio equipado com banhos e possua tambm sua escola de medicina, onde era produzido um ungento para os olhos e para o ouvido. Era cidade de banqueiros e de transaes comerciais. A cidade foi destruda por um terremoto em 61 a.C. e reconstruda por seu prprio povo, sem a ajuda financeira do imperador. Antigamente, a gua da cidade vinha via aquedutos das fontes termais ao sul da cidade. At chegar em Laodicia, a gua ficava morna. A qualidade dela no era to boa e a cidade ganhou a reputao de no ter gua potvel. Ao engolir essa gua, muitas pessoas vomitavam. Semelhantemente, Jesus diz que esta prestes a vomitar de sua boca a igreja de Laodicia. A Igreja em Laodicia teve sua origem, provavelmente da pregao de Epafras, a quem Paulo menciona em Colossenses 1:7, como tendo pregado na vizinha cidade de Colossos e tambm em Laodicia e Hierpolis. Esta Igreja foi a que recebeu a carta com a maior repreenso, dentre todas do Apocalipse. Onde seu estado de estar morno, arrogncia e cegueira foram destacados. Cristo os lembra de que conhece as suas obras. Foram reprovados em suas prprias declaraes Estou rico e abastado e no preciso de coisa alguma..., onde o uso da primeira pessoa indica que Cristo estava citando uma frase dita pelo prprio povo, mostrando assim que eles consideravam como mrito prprio o fato de terem sucesso, com isso podemos concluir que faltava percepo

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espiritual igreja. Cristo tambm os adverte dizendo que eles eram pobres, cegos e nus. Estavam nus, pois um contraste com as vestes brancas dadas aos cristos fieis. Ento conclumos que a comunidade no tinha relao com Deus, vida com Deus. Na carta escrita a esta igreja, Cristo usa das situaes corriqueiras da cidade para mostrar-lhes que sem Ele, na verdade nada tm, trazendo Sua mensagem para algo mais prximo do cotidiano. Conforme comparativo abaixo:

Crtica de Jesus Pobre Cega

Caracterstica da Cidade A cidade era muito rica A cidade produzia ungento , um tipo de colrio para os olhos.

Nua

A cidade produzia belos tecidos, reconhecidos mundialmente.

Morna

A cidade era abastecida por fontes termais que eram quentes, mas ao chegar para abastecer a cidade, j estavam mornas.

Vomitar-te

As guas mornas que abasteciam a cidade, ao serem ingeridas causavam nsia de vomito nas pessoas

Nesta carta, Jesus no citou nenhuma doutrina errada, nenhum pecado de imoralidade e no condenou a igreja por idolatria. Esta igreja, que se achava rica e forte, foi criticada por seu orgulho e auto-suficincia. Exaltou-se, ao invs de humilhar-se diante do Senhor dos senhores. A igreja de hoje deve aprender com o exemplo desses irmos, que para Deus a prosperidade material no valorizada

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como para ns, muito pelo contrario, devemos acumular tesouro nos cus, afinal o Reino dEle no deste mundo.

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BIBLIOGRAFIAAllan, D. (2009). Cartas s Sete Igrejas da sia. Acesso em 31 de 03 de 2010, disponvel em Estudos da Biblia: http://www.estudosdabiblia.net/igrejasasia.htm Allen, C. J. (1983-1985). Comentrio Bblico Broadman. Rio de Janeiro: Juerp. Covenant Theological Seminar. (2010). Lesson 24: Revelation 1-3: Prologue and Letters to Seven Churches. Hebrews to Revelation - Audio Lectures . St. Louis, Missouri, EUA. Lopes, H. D. (2005). Apocalipse, o Futuro cegou. So Paulo: Hagnos. Silva, F. S. (s.d.). Estudo Sobre As sete Igrejas do Apocalipse. Acesso em 31 de 03 de 2010, disponvel em Renovado: http://www.renovado.kit.net/apocalipse.htm Wikipedia.org. (s.d.). As Sete Igrejas do Apocalipse. Acesso em 31 de 03 de 2010, disponvel em Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/As_sete_igrejas_do_Apocalipse