29
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TETE DIVISÃO DE MINAS ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL GEOLOGIA DE MOÇAMBIQUE 2º ANO PROVÍNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL TURMA B SALA B4 DISCENTE: DOCENTE: D’clay Mário Eva Juta dr. Francisco Macarigue TETE, 2014

Trabalho de Geologia 2

Embed Size (px)

Citation preview

  • INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE

    DIVISO DE MINAS

    ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL

    GEOLOGIA DE MOAMBIQUE

    2 ANO

    PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    TURMA B SALA B4

    DISCENTE: DOCENTE:

    Dclay Mrio Eva Juta dr. Francisco Macarigue

    TETE, 2014

  • Dclay Mrio Eva Juta

    PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA

    AUSTRAL

    Trabalho apresentado ao Instituto Superior Politcnico

    de Tete, na cadeira de Geologia de Moambique,

    orientada pelo dr. Francisco Macarigue.

    TETE,

  • ndice DEDICATRIA ........................................................................................................................ 4

    AGRADECIMENTO ................................................................................................................. 5

    OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 6

    Objectivo Geral .......................................................................................................................... 6

    Especifico ................................................................................................................................... 6

    METODOLOGIA ...................................................................................................................... 6

    RESUMO ................................................................................................................................... 7

    ABSTRACT ............................................................................................................................... 8

    I. MINERALOGIA E CLASSIFICAO DE CARBONATITOS ...................................... 9

    II. Mineralizaes associadas a complexos alcalino-carbonatticos .................................. 10

    1. Introduo ......................................................................................................................... 11

    2. CARBONATITOS E ROCHAS ALCALINAS NA FRICA......................................... 11

    3. Angola .............................................................................................................................. 13

    4.1.BAILUNDO (C) ............................................................................................................ 16

    5. Africa do Sul ..................................................................................................................... 16

    5.1. Complexo de Phalaborwa.......................................................................................... 18

    6. Malawi .............................................................................................................................. 20

    6.1. Provncia Alcalina de Nyasa Norte ........................................................................... 22

    6.2. Provncia Alcalina de Chilwa .................................................................................... 23

    6. Moambique ..................................................................................................................... 25

    7. Concluso ......................................................................................................................... 27

    8. Bibliogrfia ....................................................................................................................... 28

    Referencias Virtuais: ............................................................................................................ 28

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 4

    DEDICATRIA

    Trabalho realizado em memria dos meus avos, meus irmos Juny Mrio Juta e Severina Mrio

    Juta. Uma dedicao especial aos meus pais Mrio Juta e Eva Mataruca, exemplos de pilares

    implacveis.

    Engraado! Eu acho que o destino no um caminho

    dado a ns, mas sim um Caminho que escolhemos para

    ns mesmos. MEGAMIND, Dream Work, 2010

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 5

    AGRADECIMENTO

    Primeiro agradecer a DEUS todo-poderoso, pelo dom de vida, e liberdade que ele me concede.

    Ao docente por ter-me facultado o tema, pois, com o mesmo passei a ter conhecimentos

    implacveis da nossa grande regio austral. Expresso meu obrigado ao Google books pelo

    grande apoio no fornecimento de livros, quando eu estava mesmo em pnico e sem

    informaes. E a todos aqueles que participaram de uma forma directa e indirecta na realizao

    do trabalho.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 6

    OBJECTIVOS

    Objectivo Geral

    Mencionar as provncias alcalinas da Africa austral.

    Especifico

    Descrever as rochas alcalinas

    Formao das Rochas

    Conhecer as Provncias alcalinas

    METODOLOGIA

    Este trabalho foi elaborado aps consultas e pesquisas a diferentes autores, porm, tendo

    sempre em vista o roteiro estabelecido.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 7

    RESUMO

    Os complexos alcalino-carbonatticos correspondem a produtos de magmas mantlicos gerados

    e instalados durante os eventos de reactivao tectono-magmtica (rifting intracontinental) de

    terrenos antigos, predominantemente de idade Arcaica ou Proterozica. As rochas

    carbonatticas so rochas gneas ricascom mais de 50% em volume de minerais carbonatados

    magmticos, contendo menos de 10% de slica. A designao Rocha alcalina, em termos de

    composio qumica, inclui vrias sries ou associaes variando de saturadas a subsaturadas,

    predominantemente bsicas at largamente cidas, e de sdicas a potssicas. So caracterizadas

    pela presena de feldspatides e/ou piroxnios e anfiblios alcalinos. Rochas associadas so,

    portanto, sienitos nefelnicos (fonlitos) e ijolitos (nefelinitos), basanitos e rochas gabricas

    com feldspatides, sienitos peralcalinos (isto , contendo piroxnio e/ou anfiblios alcalinos),

    quartzo sienitos e alcali-granitos, juntamente com traquitos peralcalinos, e pantelleritos.

    Fenitos tambm so incluidos por causa da sua relao ntima com rochas alcalinas e

    carbonatitos, assim como certas rochas ultramficas e melilitos, incluindo alnitos e

    melilitolitos (Woolley, 2001). O continente africano o mais afectado, no apenas em nmero

    mas em rea total exposta de carbonatitos e rochas associadas. Das cerca de 450 ocorrncias

    de carbonatitos conhecidos em todo mundo, 40% esto localizados na frica (Woolley &

    Kempe, 1989). Henrich (1966) e Woolley (2001) fizeram uma descrio sumria de 170

    carbonatitos africanos, dos quais 70% esto concentrados no sul da frica. Das 272 localidades

    de rochas alcalinas, incluindo carbonatitos, descritas por Woolley (2001), apenas cerca de 35%

    foram datadas, com idade predominante do Cretceo. Muito raramente aparecem idades

    maiores do que 2000 Ma. Embora a grande diversidade de rochas alcalinas, com sua

    mineralogia extica, bem como sua relao com as estruturas regionais, particularmente riftes,

    tenham atrado, ao longo dos anos, o interesse de pesquisadores, principalmente dos petrlogos,

    poucos progressos foram feitos desde cerca de sessenta anos atrs para a formulao de uma

    petrognese compreensiva destas rochas (Woolley, 2001). Como as variedades alcalinas tm

    as mais extremas composies de todas as rochas gneas, a compreenso da sua gnese

    importante para entender os processos magmticos e sua evoluo. So ainda escassos estudos

    realizados sobre a petrognese de rochas alcalinas e carbonatitos da Africa Austral.

    Palavras Chaves: Chilwa, Nyasa

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 8

    ABSTRACT

    Alkaline-carbonatitic complexes are mantle products mostly emplaced during the

    tectonomagmatic reactivation (intra-continental rifting) Archean or Proterozoic ancient

    terrains. Carbonatites are igneous rocks containing more than 50% volume of carbonate

    minerals (magmatic) with less than 10% of silica. The term alkaline Rock in terms of

    chemical composition includes several series or associations varying of saturated to subsatured

    predominantly basic to acidic widely, and sodic to potassic. Are characterized by the presence

    of feldspathoids and / or pyroxene and amphibole alkaline. Associated rocks are therefore

    syenites nefelnicos (phonolite) and iolites (nefelinitos), basinets and gabbroic rocks with

    feldspathoids, peralkaline syenite (ie, containing pyroxene and/or alkali amphibole) quartz

    syenites and alkaline granites, along with peralkaline trachytes, and pantelleritos. Fenites are

    also included because of their close relationship with alkaline rocks and carbonatites, as well

    as certain ultramafic rocks and mellitus including alnitos and melilitolitos (Woolley, 2001).

    The African continent is the most affected, not only in number but in total area exposed

    carbonatite and associated rocks. Of the approximately 450 known occurrences of carbonatites

    worldwide, 40 % are located in Africa (Woolley & Kempe, 1989). Henrich (1966) and Woolley

    (2001) conducted a brief description of 170 African carbonatites, of which 70 % are

    concentrated in southern Africa. From 272 localities of alkaline rocks ,including carbonatite,

    described by Woolley (2001 ), only about 35 % were dated, predominantly Cretaceous age.

    Very rarely appear larger than 2000 Ma ages Although the great diversity of alkaline rocks,

    with its exotic mineralogy, as well as their relationship with, particularly rifts, regional

    structures have attracted over the years, the interest of researchers, mainly from petrologists,

    little progress has been made since about sixty years ago to formulate a comprehensive

    petrogenesis of these rocks (Woolley, 2001). As the alkaline varieties have the most extreme

    compositions of all igneous rocks, the understanding of its genesis is important to understand

    the magmatic processes and their evolution. Are still few studies on the petrogenesis of alkaline

    rocks and carbonatites of southern Africa.

    Key words: Chilwa, Nyasa

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 9

    I. MINERALOGIA E CLASSIFICAO DE CARBONATITOS

    A mineralogia dos carbonatitos muito variada, com mais de 280 espcies minerais diferentes

    descritas (Hogarth, 1989). Os minerais presentes nestas rochas incluem carbonatos,

    xidos/hidrxidos, silicatos, fosfatos, sulfetos e sulfatos, dentre os quais se destacam como

    fases abundantes calcita, dolomita, ankerita, magnetita, ilmenita, pirocloro, flogopita, olivina,

    apatita, monazita, pirita, pirrotita, calcopirita e barita. Alguns minerais apresentam

    substituies isomrficas tpicas desta associao, como a srie flogopita - tetra-ferriflogopita,

    que responde a concentraes muito baixas de alumnio, tpicas de carbonatitos. Ilmenita de

    carbonatitos tipicamente rica em Nb e Mn, enquanto a olivina caracteristicamente pobre em

    Ni e rica em Mg e Mn. Carbonatos de carbonatitos comumente contm altos teores de Sr e Ba.

    No caso especfico de carbonatitos vulcnicos no alterados, como em Oldoynio Lengai, so

    caractersticos os carbonatos alcalinos, como a gregoryita - (Na2,K2,Ca) CO3 - e a nyerereita -

    Na2Ca(CO3)2. Apatita geralmente apresenta concentraes relativamente altas de Si, Na e ETR.

    Diversos tipos de rochas alcalinas podem estar associadas a carbonatitos em complexos

    plutnicos, e algumas tentativas tm sido feitas no sentido de sistematizar essas associaes.

    Uma primeira aproximao consiste em distinguir carbonatitos que ocorrem isolados, sem

    associao bvia com outros tipos de rochas alcalinas (carbonatitos primrios Eggler, 1989;

    Harmer e Gittins, 1998; Green et al., 2001) daqueles que ocorrem associados a rochas silicticas

    alcalinas e/ou foscoritos, em complexos carbonatticos. Em uma proposta mais recente,

    Woolley e Kjarsgaard (2008) dividem os carbonatitos mundiais em oito classes, conforme o

    tipo de rocha alcalina associada:

    1. Carbonatitos associados a melilitito (ou melilitolito).

    2. Carbonatitos associados a nefelinito (ou ijolito).

    3. Carbonatitos associados a basanito (ou gabro alcalino).

    4. Carbonatitos associados a fonolito (ou feldspatide sienito).

    5. Carbonatitos associados a traquito (ou sienito).

    6. Carbonatitos associados a kimberlito.

    7. Carbonatitos associados a lamprfiro (tipicamente aillikito, alnoito).

    8. Carbonatitos isolados.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 10

    II. Mineralizaes associadas a complexos alcalino-carbonatticos

    Carbonatitos e rochas alcalinas associadas so enriquecidos em elementos incompatveis, como

    Ba, Nb, ETR, Sr, Ta, Th, U e Zr. Alguns dos mais conhecidos ou potenciais depsitos de Cu,

    Nb, ETR, fluorita, fosfato e vermiculita esto associados a carbonatitos. Neles esto includos

    a reserva virtualmente inexaurvel de Nb de Arax (Brasil), o depsito de bastnaesita de

    Mountain Pass (Estados Unidos) e o depsito de Cu e multi-commodities de Phalaborwa

    (frica do Sul, Mariano, 1989). Os principais minerais de interesse econmico so a apatita

    (P), pirocloro (Nb), monazita, bastnaesita e florencita (ETR), barita (Ba), anatsio, rutilo e

    brookita (Ti), magnetita (Fe) e vermiculita (Mariano, 1989).

    Mineralizao de fosfato em complexos carbonatticos pode estar relacionada com a

    apatita primria presente nos carbonatitos frescos, como em Jacupiranga (Biondi, 2005), ou

    com a concentrao supergnica a partir de rochas ricas em apatita, como os depsitos residuais

    de fosfato da Provncia gnea do Alto Paranaba. Neste ltimo caso, a mineralizao primria

    (magmtica) precursora do depsito supergnico pode estar contida em carbonatitos e

    foscoritos, como em Catalo, Salitre e Arax, ou em rochas silicticas, como os bebedouritos

    de Tapira (Torres, 1996; Brod et al., 2004).

    Carbonatitos e rochas alcalinas so as maiores fontes de Nb no mundo (Mariano, 1989).

    Esse elemento pode estar presente em pequenas quantidades em diversos minerais, como a

    perovskita, o rutilo e a titanita, ou ocorrer como elemento maior em alguns minerais acessrios,

    como o pirocloro, a ferrocolumbita e a whlerita. Nos complexos de Arax e Catalo, o

    pirocloro se concentrou no manto de alterao, produzindo depsitos residuais (Fava, 2001;

    Brod et al., 2004). Os depsitos de ETR em complexos carbonatticos ocorrem principalmente

    a partir de atividade hidrotermal com ou sem concentrao supergnica subsequente (Imbernon

    et al., 1994; Ribeiro et al., 2005b; Yang et al., 2009). Todavia, a mineralizao de

    bastnaesitaparisita em Mountain Pass um caso raro de concentrao de minerais primrios de

    ETR em carbonatitos evoludos (Mariano, 1989). Outras mineralizaes associadas a

    complexos alcalino-carbonatticos incluem barita, encontrada em todos os estgios de evoluo

    de um carbonatito, mas concentrada nos estgios tardios, cristalizando-se diretamente de um

    lquido carbonattico ou a partir de fluidos carbo-hidrotermais de baixa temperatura (Mariano,

    1989); fluorita, que um mineral acessrio comum nos carbonatitos cujas concentraes

    econmicas esto relacionadas atividade hidrotermal tardia (Mariano, 1989); anatsio,

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 11

    concentrado no manto de intemperismo sobre rochas ricas em peroviscita, geralmente nas

    poro bebedourtica dos complexos alcalino-carbonatticos (Ribeiro, 2008); vermiculita,

    derivada do intemperismo qumico de concentraes magmticas ou metassomticas de

    flogopita, e cobre, cuja nica mineralizao econmica significativa em carbonatitos situa-se

    no complexo de Phalaborwa, frica do Sul (Eriksson, 1989), formada por bornita primria

    disseminada nos carbonatitos e calcopirita tardia, concentrada ao longo de fraturas.

    1. Introduo

    frica Austral tambm chamada de frica Meridional ou Sul de frica a parte sul de frica,

    banhada pelo Oceano ndico na sua costa oriental e pelo Atlntico na costa ocidental.

    Normalmente considera-se a frica Austral formada pelos seguintes pases:

    frica do Sul

    Angola

    Botswana

    Lesoto

    Madagscar

    Malawi

    Maurcia

    Moambique

    Nambia

    Suazilndia

    Zmbia

    Zimbabwe

    2. CARBONATITOS E ROCHAS ALCALINAS NA FRICA

    Aproximadamente metade dos carbonatitos africanos esto, espacialmente, relacionados ao

    Sistema de Rifte da frica Oriental, ao passo que outras concentraes importantes em Angola,

    Nambia e frica do Sul formam aglomeraes que so colineares com as principais falhas

    transformantes do Atlntico Sul (Woolley, 1987) (Figura1). A maioria ocorre em pequenos

    complexos circulares tpicos, com intruso central do carbonatito, associada a rochas alcalinas,

    Figura 1. Mapa da Africa austral

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 12

    compostas principalmente de nefelina e clinopiroxnio mas tambm contendo quantidades

    variveis de melilita, granada melonita, perovskita, apatita e opacos.

    Figura 2. Mapa esquemtico de localidades alcalinas e carbonatitos no sul da frica (adaptado do Kapustin, 1971 e

    Bell, 1989)

    Em muitos complexos carbonatticos, os tipos de rochas concentricamente arranjados tornam-

    se progressivamente pobres em slica em direo ao ncleo, o qual ocupado pelos

    carbonatitos; contudo este modelo pode ser perturbado por mltiplas intruses. Uma sucesso

    tpica de tipos de rocha a partir da borda para o ncleo consiste de sienito nefelnico, ijoito e

    Estudo geocronolgico, litogeoqumico e de geoqumica isotpica de alguns carbonatitos e

    carbonatito, com existncia de diques lamprofricos de alnito ou furchito cortando todas

    rochas. Os prprios carbonatitos podem ser concentricamente zonados a partir da mais antiga

    zona externa de carbonatito calctico (svito) seguida por uma zona de carbonatito dolomtico

    (beforsito) e um ncleo, mais novo, de carbonatito ankeritico e sideritico.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 13

    Na frica, os carbonatitos demosntram todos os modelos principais de colocao de

    rochas subvulcnicas, incluindo lavas e depsitos piroclsticos. Os mais antigos so do pr-

    cambriano Superior (Bowden, 1985). Estes so seguidos por carbonatitos e intruses

    associadas (Ilha de Chilwa, Malawi; Monte Panda, Tanznia) pr-datando as lavas baslticas e

    relacionadas associadas com a evoluo de vales do rifte do Cretceo em diante. Carbonatitos

    do Cenozico esto concentrados na regio a norte do equador, o que aparentemente indica que

    a atividade gnea do Rifte da frica Oriental torna-se mais nova em direo ao norte. Esta ideia

    sustentada pela falta de ocorrncias de carbonatitos cenozicos ao sul do equador.

    Determinaes recentes de idade indicam idade Proterozica para carbonatitos e complexos

    alcalinos das partes centrais e oeste dos ramos norte do rifte.

    Aproximadamente metade das rochas alcalinas e carbonatitos africanos esto

    espacialmente relacionadas ao Sistema de Rift Leste Africano, enquanto outras grandes

    concentraes em Angola, Nambia e frica do

    Sul.

    3. Angola

    Em uma extensa bibliografia ilustrada com mapas geolgicos e inmeras fotografias de campo

    Lapido Loureiro (1973) descreveu todos os principais carbonatitos de Angola, de uma forma

    mais extensa. Alguns dados qumicos e mineralgicas encontram-se no Issa et al. (1991) e

    discusses de suas estruturas sub- vulcnicas no Lapido-Loureiro (1969). Uma lista

    relativamente completa de ocorrncias de rochas alcalinas, bem como carbonatitos juntamente

    com breves descries de muitos deles vo ser encontradas no Lapido Loureiro (1967).

    1. Noqui Zenza do Itombe 604S; 1334E

    2. Calucala 905S; 1410E

    3. Golungo Alto 908S; 1446E

    Figura 3- Sistema de Rift Leste Africano

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 14

    4. Quiculungo e Quilungo 916S; 1417E

    5. Luanda 807S; 2103E

    6. Chamaco 1044S; 1401E

    7. Cuacra (c) 1112S; 1411E

    8. Catanda (c) 1141S; 1426E

    9. Cacuvo 1129S; 1625E

    10. Canata 1136S; 1637E

    11. Chiueca (c) 1147S; 1623E

    12. Capuia (c) 1154S; 1623E

    13. Bailundo (c) 1209S; 1557E

    14. Monte Verde (c) 1211S; 1502E

    15. Elonga 1219S; 1501E

    16. Balombo e Nonga 1221S; 1445E

    17. Chanja 1228S; 1446E

    18. Coola (c) 1231S; 1516E

    19. Cuito 1242S; 1818E

    20. Chianga (c) 1241S; 1547E

    21. Longonjo 1255S; 1513E

    22. Dombe Grande 1257S; 1305E

    23. Chiuerinde 1338S; 1316E

    24. Nejoio 1340S; 1314E

    25. Lulata 1342S; 1310E

    26. Mucula 1341S; 1346E

    27. Chicacimo 1355S; 1335E

    28. Chapu Armado 1428S; 1221E

    29. Tchivira (c) 1419S; 1353E

    30. Bonga 416S; 1358E

    31. Capunda (c) 1413S; 1611E

    32. Pocolo 1548S; 1348E

    33. Virulundo (c) 1618S; 1256E

    34. Morro Vermelho 1655S; 1148E

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 15

    35. Lupongola 1711S; 1340E

    (c) incluindo carbonatitos.

    Figura 4- Distribuio das Rochas alcalinas e carbonatitos em Angola

    Como vimos no territrio Angolano conhecem-se 35 complexos alcalino-carbonatticos,

    desenvolvendo-se na Provncia Alcalino-Carbonattica Diagonal Trans-angolana, os quais

    correspondem a estruturas (sub) intrusivas com morfologia (sub) circular que se distribuem ao

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 16

    longo de dois alinhamentos tectnicos intra-continentais activos desde o Cretcico Inferior

    (138-130 Ma).

    4.1.BAILUNDO (C)

    O Complexo Carbonattico de Bailundo (CCB) situa-se a

    11 km a NE da localidade de Bailundo e a cerca de 100

    km a NNE da cidade de Huambo, numa regio

    denominada Mungo. Apresenta uma morfologia tpica de

    estrutura anelar com 7 km de dimetro e 38.5km2 de

    rea. Desenvolve-se na Provncia Alcalino-Carbonattica

    Diagonal Trans-angolana, definida ao longo de um

    alinhamento SW-NE desde o litoral at fronteira com a

    Repblica Democrtica do Congo. O CCB compreende

    um domnio central, correspondendo ao Morro Belm

    (atingindo 1805 m de altitude), constitudo por rochas

    carbonatticas (ferro carbonatitos e clcio-carbonatitos) e

    um anel externo de fenitizao.

    5. Africa do Sul

    Os Carbonatitos da frica do Sul esto muito detalhadamente descrito em artigos de reviso por

    Verwoerd (1966. 1967). Os papis de 1967 so os mais volumosos e inclui mapas geolgicos, e

    algumas corres nas principais ocorrncias. Verwoerd (1993) atualizou esses papis e incluiu as

    descries de uma srie de novas descobertas. As avaliaes de depsitos minerais associados

    com carbonatitos e rochas alcalinas, com especial ateno para Phalaborwa, mas tambm

    dando dados geolgicos estatsticos, bem como sobre outros depsitos, a de Verwoerd (1986).

    As rochas alcalinas de frica do Sul e pases vizinhos, foram revistos por Mathias (1974),

    Hunter (1981) e Eriksson (1982). H tambm uma lista de ocorrncias de rochas alcalinas e

    carbonatitos em conta estratigrfica detalhada da frica do Sul compilado por Kent (1980).

    1. Messina 2221S; 3001E

    2. Mashikiri 2235S; 3111E

    3. Schiel (c) 2310-2320S; 3005-3030E

    Figura 5- Bailundo (Lapido-Loureiro 1973, p.126).

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 17

    4. Olifants River 2404S; 3135E

    5. Phalaborwa (c) 2400S; 3108E

    6. Magnet Heights (c) 2451S; 2957E

    7. Spitskop (c) 2458S; 2949E

    8. Glenover (c)

    9. Goudini (c)

    10. Pilanesberg 2514S; 274E 11. Buffelskraal

    12. Nooitgedacht (c)

    13. Kruidfontein (c) 2507S; 2730E

    14. Tweeriver (c) 2517S; 2731E

    15. Bulhoekkop and bulhock South (c) 2519S; 2728E

    16. Welgevonden (c)

    17. Pretria Saltpan (c)

    Pienaars River Alkaline Complex (Nos. 18-27)

    18. Elandskraal 2512S; 2819E

    19. Leeuwkraal 2522S; 2815E

    20. Rondavel 2525S; 2813E

    21. Klipdrift 2526S; 2816E

    22. Primier Mine (c) 2525S; 2826E

    23. Klopperboss 2529S; 2824E

    24. Roodeplaat (c) 2536S; 2823E

    25. Leeuwfontein 2538S; 2824E

    26. Franspoort 2542S; 2824E

    27. Derdepoort (c) 2541S; 2817E

    28. Rietfontein

    29. Schurwedraai and Baviaan Kranz 2652S; 2720E

    30. Stukpan (c)

    31. Wangu Hill

    32. Bulls Run (c)

    2824S; 2653E

    33. Ngoye 2850S; 3144E

    34. Melkfontein 3030S; 2905E

    35. Benfontein 2851S; 2450E

    36. Keikamspoort (c) 2951S; 2450E

    37. Tatasberg 2815S; 1719E

    38. Namaqualand-Bushmanland plugs 2919-3101S; 1756-1857E

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 18

    39. Sandkopsdrif (c) 30 53S; 1757E

    40. Sutherland 3223S; 2038E

    41. Saltpetrekop (c)

    42. Goedemoed

    43. Spiegelsrivier

    44. Alphard Banks

    (c) incluindo carbonatitos.

    Figura 6- Distribuio das Rochas alcalinas na Africa do Sul

    5.1.Complexo de Phalaborwa

    O complexo alcalino-carbonatito Phalaborwa , provavelmente, em termos econmicos, o

    carbonatito mais importante no mundo, sendo no s uma das maiores fontes mundiais de

    cobre, mas de uma vasta gama de outras mercadorias valiosas. O complexo carbonatito

    Phalaborwa um complexo, multi-estgio intrusivo, que ocorre no distrito de Letaba, ao longo

    da fronteira oeste do Parque Nacional Kruger (KNP). O complexo composto de um largo

    multi-estgio, intruso central que composta de um piroxenite feldsptica, piroxenite, vrios

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 19

    intruses de pegmatoide e um complexo de Carbonatito central. Um grande nmero de

    pequenos corpos de sienito penetram em torno da intruso piroxenite central e marca a fase

    terminal do vulcanismo. De acordo com Holmes & Cahen (1957) a poro piroxnica do

    complexo introduziram-se em aproximadamente 2060 Ma atrs, e a evidncia geolgica

    apresentado pelo Hanekom, Van Staden, Smit & Pike (1965) indica que os sienitos

    introduziram-se mais ou menos em simultneo com os piroxenites.

    O complexo composto por um corpo de grande piroxenite, que a maior parte margeadas

    por uma zona de borda fina constituda por piroxenite feldsphatic. O piroxenite consiste de

    clinopiroxnio, magnetita titanferas e apatile. O piroxenite feldsptica contm microclina alm

    dos minerais acima e no mostra nenhuma evidncia de uma relao de reao entre a

    microclina e a piroxena. O corpo de piroxenite consiste de trs protuberncias, possivelmente

    representando trs invases separadas. Grandes intruses em forma de anel, consistindo de uma

    variedade de pegmatoides e uma intruso de Carbonatito esto presentes dentro de cada um das

    trs protuberncias. O Carbonatito consiste essencialmente de uma rocha vulcnica composta

    de calcita, com quantidades menores de titanferas magnetita e apatita minerais cobre-

    rolamento.

    Ao lado da principal, vrios centros intrusivos, formando a maior parte do complexo de

    Phalaborwa, consiste um grande nmero de invases menores de sienito. Estes corpos de

    sienito variam de 10 m a 300 m de dimetro e concentram-se fora do complexo principal. A

    distribuio espacial de intruses o sienito individual no mostra nenhuma orientao

    preferencial distinta, apesar de uma concentrao anormalmente alta parece estar dispostos ao

    longo de zonas de qual tendncia em uma direo sudeste noroeste e sul do Norte e que irradia

    o complexo central. A maioria das intruses de sienito consiste apenas de intruses nica, mas

    em alguns casos, nomeadamente na colina de Malelene e Spitskop, ao longo da estrada de

    Tzaneen-Phalaborwa, uma srie de quatro aberturas separadas, que so ligados um ao outro,

    esto presentes.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 20

    Figura 7-Mapa geolgico do complexo Phalaborwa, baseado na obra de Gevers (1949), Frick (1975) e Brandt (1948)

    6. Malawi

    Malawi , por pas relativamente pequeno, especialmente bem-dotado de rochas alcalinas e

    carbonatitos, e ainda mais sortudo, que o pas foi mapeada em escala relativamente grande e

    descrita em numerosas publicaes do Servio Geolgico. Alm dos boletins folha gerais de

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 21

    pesquisa so tambm inmeros memrias e outras publicaes da pesquisa que se dedicam s

    rochas alcalinas e carbonatitos. As rochas alcalinas compreendem essencialmente duas

    provncias: Provncia Alcalina Nysa do Norte e a Provncia alcalina de Chilwa do Sul Malawi.

    Provincia Alcalina de Nyasa Norte

    1. Sogwe syenite

    2. Ilomba

    3. Ulindi

    4. Henga valley

    5. Telelele Hill

    6. Njakwa

    7. Rumphi e

    Mphompha

    8. Chikangawa

    9. Chipala e Chipala

    Este

    10. Kasungu

    11. Ngara Hill

    12. Chale e Naliwona

    Hills

    13. Kongwe

    14. Upper Bua rea

    15. Ncheu

    Provincia de Chilwa

    16. Lake Malombe

    Vents

    17. Chaumbwi vent

    18. Kangankunde (c)

    19. Nailuwe (c)

    20. Utale (c)

    21. Palula (c)

    22. Kapiri rea (c)

    23. Kanono (c)

    24. Nsengwa (c)

    25. Jungui

    26. Chinduzi

    27. Mongolowe-Chaone-Chikala

    28. Zomba-Malosa

    29. Mpyupyu

    30. Python Island (c)

    31. Chilwa Island (c)

    32. Tundulu (c)

    33. Nkalonje

    34. Bangala (c)

    35. Mauze and Songwe

    (c)

    36. Machemba

    37. Michese

    38. Chimbiri Hills

    39. Namangali (c)

    40. Mlanje

    41. Tambani

    42. Salambidwe

    43. Nsanje rea

    (c) incluindo carbonatitos.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 22

    Figura 8- Distribuio das Rochas alcalinas e carbonatitos em Malawi

    6.1. Provncia Alcalina de Nyasa Norte

    A provncia alcalina do norte Nyasa (Nyasa Alkaline Province, Bloofield, 1970) composto

    pelas intruses acima referidas, que se encontram ao longo de uma tendncia norte-sul mais ou

    menos paralelo atual vale do Rift. A litologia dominante a nefelina sienito, mas h tambm

    ocorrncias de alcalino e granito. A algum problema na determinao das idades das mesmas,

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 23

    pois elas parecem te se associado ao evento Pan-Africano, um evento trmico que perturbou

    a sistemtica de istopos. Uma breve reviso dos dados geocronolgicos disponveis dada

    por Eby et al. (1998).

    Figura 9- Mapa Geologico do Complexo de Ilombe (Bloomfield et al., 1981).

    6.2. Provncia Alcalina de Chilwa

    A provncia alcalina Cretceo Chilwa do sul do Malawi tem uma excepcional variedade de

    litologias variando de carbonatito de granito. A maior pltons consistem de sienito e granito

    peralcalinos [Zomba (Zo) e Malosa (Ma)], com intruses um pouco menores que consistem em

    sienito [Chaone (Ca) e Chikala (Cl)], nefelina sienito [Chinduzi (Ch) e Monglolowe (Mo)] e

    sodalita sienito [Junguni (Ju)]. Carbonatito e menor nefelinite ocorrer em Chilwa Island (Ch) e

    metamorfose ou vulcnicas basanticas / nefelinitica so preservados em blocos de falha para

    baixo. Dataes radiomtricas indicam uma seqncia de colocao das intruses que comea

    com os sienitos e nefelinites fortemente slica-subsaturadas e termina com os sienitos slica

    sobre-saturada saturada em slica e granitos alcalinos de Monte Zomba.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 24

    Figura 10- Provncia Alcalina de Chilwa

    Rochas alcalinas compreendem uma quantidade menor do volume total de rochas gneas, mas

    em termos de variedade e complexidade que eles tm desafiado o pensamento petrolgico por

    dcadas. Magmatismo alcalino amplamente distribuda no espao e ao longo do tempo

    geolgico. A maioria das provncias alcalinas mostram diversidade litolgica significativo e

    exemplos clssicos dessa diversidade so a Provncia Chilwa alcalina (PAC) do sul do Malawi

    e a Monteregian Hills - White Mountain (MHWM) provncia de Quebec e Nova Inglaterra.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 25

    Figura 11- Mapa das invases da parte norte da PAC. Tambm so mostradas vrias idades

    radiomtricas. Ver Eby et al. (1995) para mais detalhes.

    6. Moambique

    Os carbonatitos e rochas alcalinas de Moambique, ocorrem numa rea adjacente ao pas

    vizinho, Malawi, e tambm formam parte da Provncia Alcalina de Chilwa, definida por

    Bloomfield (1968), do lado Malawiano. Segundo Real (1966), os carbonatitos e sienitos do

    territrio moambicano mostram grande afinidade petrogrfica, no s entre si, como com

    ocorrncias conhecidas no territrio malawiano e devem corresponder a intruses

    contemporneas. Belgrad (1984) considerara as rochas do Monte Muande e do Monte Fema

    como mrmores com um protolito sedimentar. Entretanto, estas rochas foram recentemente

    reclassificados como carbonatitos pelo GTK Consrcio (2006). Esses mrmores (sensu

    Belgrad, 1984) j so chamados de carbonatitos no presente trabalho. Por outro lado, o

    magmatismo sientico encontra-se principalmente ao longo do Vale do Rifte da frica Oriental,

    na fronteira com o sul de Malawi. Os macios de Tumbine, Chiperone, Salambidua, alm do

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 26

    carbonatito de Muambe, afloram no sul da Provncia Alcalina de Chilwa, cujas idades de um

    modo geral esto includas no intervalo 116-138 Ma (Woolley, 2001).

    Figura 12- Mapa geolgico do Macio sientico do Monte Salambidua, em Moambique. 1- talus, 2- aluvio, 3-sienito

    pegmattico, 4- sienitos, 5- sedimentos do Karoo, 6- complexo granito-gnaisse, 7- lineaes e 8- fraturas devido ao arrefecimento (modificado do Belgrad, 1984).

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 27

    Figura 13- A insero mostra a localizao da Provncia Alcalina de Chilwa, no extremo sul do Sistema do Vale do Rifte da frica Oriental. O diagrama maior ilustra a geologia regional e a distribuio dos carbonatitos e maiores intruses de sienitos e sienitos nefelnicos (adaptado do Simonetti & Bell, 1994 e Bloomfield, 1965).

    7. Concluso

    Os carbonatitos, pela sua natureza, so rochas bastante restritas, quase que negligveis

    volumetricamente, quando comparadas com outros tipos de rochas magmticas. Contudo, o

    seu potencial econmico torna-os muito mais valiosos. Alm de serem a principal fonte de

    REEs (elementos das terras raras) ocorrem normalmente associados a mineralizaes de

    fsforo, cobre, zirco, nibio, titnio, vermiculita, magnetita/hematita, e outros.

    Vrios complexos intrusivos de rochas alcalinas e carbonatitos ocorrem na regio

    centro-o este de Moambique e esto intimamente relacionados ao Sistema do Rifte da frica

    Oriental. Correspondem a atividades gneas anorognicas e cortam o embasamento pr-

    Cambriano da Cadeia Moambicana. Destes, foram estudadas algumas amostras de seis

    complexos carbonatticos (Xiluvo, Muambe, Muande, Fema, Rio Mufa e Evate) e trs

    sienticos (Chiperone, Tumbine e Salambidua). Os carbonatitos so caracterizados por uma

    grande predominncia de carbonatos, mais apatita, flogopita e raramente anfiblio. O de

    Xiluvo apresenta, alm disso, minerais tpicos de terras raras e pirocloro. O sienito de

    Chiperone tem como constituinte principal nefelina, enquanto que os dois restantes so

    compostos essencialmente, de K-feldspatos pertticos. Todos tm como componentes

    subordinados anfiblios, piroxnio, biotita e apatita. Idades K-Ar das rochas sienticas, obtidas

    em anfiblio e biotita, por volta de 118 Ma, apontam o Cretceo Inferior como perodo de

    colocao dos sienitos de Tumbine e Salambidua, enquanto que o sienito de Chiperone resultou

    muito mais antigo, com aproximadamente 450 Ma. Estes valores confirmam idades

    radiomtricas anteriores, relacionadas com a Provncia de Chilwa em Malawi. Dados

    litogeoqumicos destacam dois grupos distintos entre as amostras dos carbonatitos estudadas.

    Xiluvo, Muambe e Evate situam-se no campo dos carbonatitos clcicos, enquanto que Fema,

    Muande e Rio Mufa situam-se no campo dos carbonatitos ferromagnesianos.

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 28

    8. Bibliogrfia

    Wooley, A.R. (2001): Alkaline rocks and carbonatites of the world, Part 3: Africa.

    Geological Society, London. 210-211

    SIMONETTI, A. & BELL, K. (1994). Isotopic and geochemical investigation of Chilwa Island

    carbonatite complex, Malawi: Evidence for a depleted mantle source region, liquid

    immiscibility and open-system behavior. Journal of Petrology, 35:1597-1621.

    FRICK, C. 1975. The phaloborwa syenite intrusions. Trans. Geol. Soc. S. Afr. 78:201-213

    Referencias Virtuais:

    http://books.google.co.mz/books?id=K48ZMBWtoi4C&pg=PA26&lpg=PA26&dq=SEMAR

    ULE+ALKALINE&source=bl&ots=fqiZWIf0ZP&sig=oB3I7E34KKixxRiRCJ3K4_jkROs&

    hl=pt-

    PT&sa=X&ei=fT1iU__GNMWK4wSw6oC4Aw&redir_esc=y#v=onepage&q=SEMARULE

    %20ALKALINE&f=false

    http://faculty.uml.edu/nelson_eby/Research/Chilwa/Chilwa.htm

    http://petrology.oxfordjournals.org/content/39/8/1405.full#T1

    http://faculty.uml.edu/nelson_eby/Research/NNAP/nnap.htm

    http://sajg.geoscienceworld.org/content/93/5-6/803.citation

  • PROVNCIAS ALCALINAS DA AFRICA AUSTRAL

    INSTITUTO SUPERIOR POLITCNICO DE TETE 29