Trabalho de História

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História do Cristianismo

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SEMINRIO TEOLGICO PRESBITERIANO

13

Seminrio Teolgico PresbiterianoRev. Denoel Nicodemos Eller

Departamento de Teologia Histrica

Marxismo e Ecumenismo

Adson Cerqueira Santana, Ailton Cardoso, Gladson Perira da CunhaSilvino da Cunha Dias, Vanderly Rodrigues Barbosa, Welton Cardozo

Trabalho da Disciplina Histria da Igreja 3Prof. Rev. Floriano Santana

Belo HorizonteMaio2003ndice

Introduo31Marxismo41.1Sobre Karl Marx41.2Contexto Histrico51.3Contexto Filosfico51.4Definies sobre o Pensamento Marxista61.5Implicaes do Pensamento Marxista no Cristianismo Moderno62Ecumenismo72.1Definies Gerais do Ecumenismo72.2Contexto Histrico82.3Implicaes do Movimento Ecumnico no Cristianismo Moderno10Concluso12Bibliografia13Introduo

MarxismoSobre Karl Marx

Karl Marx sem dvida um dos grandes nomes dentro da poltica e filosofia moderna. As fora de seus escritos foram motivadores da construo de toda uma estrutura poltico-econmica que influenciou e, de modo mais ameno, ainda influencia governantes em alguns pases do mundo. Regimes autocrticos, bem diferente do que fora proposto por ele, foram formados e permanecem at os nossos dias como emblema da inaplicabilidade de seu pensamento utpico.Marx nasceu em 1818, na cidade alem de Trier, mais ou menos um sculo antes da revoluo russa Sproul, Robert Charles. Filosofia para Iniciantes. So Paulo: Edies Vida Nova, 2001, p.134 . Era filho de uma famlia judia. Seu pai era advogado. Por circunstancias no menciodas a famlia Marx mudou-se para uma outra cidade predominantemente luterana, o que ocasionou, por motivos econmicos ou [por causa] de negcios, a converso de seu pai Ibid., p.134. Logo, com a converso do pai de Marx todos os membros da famlia foram batizados na Igreja Luterana Champlin, Russel Norman, e Bentes, Joo Marques. Enciclopdia de Bblia, Teologia e Filosofia. Vol. 4. So Paulo: Editora Candeia, 1995, p.148.Este acontecimento interessante para uma rpida anlise, que pode nos responder o porqu da oposio ferrenha de Marx e a Religio Instituda. Segundo Dr. R.C. Sproul, a mudana e necessidade de se assumir uma nova religio foi o motivo que causou e alimentou a desiluso religiosa de Marx por toda sua vida Sproul. Filosofia para Iniciantes. p.134 . fcil concluirmos que na mente de uma criana essa mudana tenha ocasionado um conflito muito srio do tipo: se eu posso mudar de religio por qualquer motivo, para que serve um religio? Marx estudou filosofia, histria e direito nas Universidade de Bonn e Berlin. Aos vinte e trs anos conseguiu o seu doutorado em filosofia Ibid., p.134, na Universidade de Jena Champlin e Bentes. Enciclopdia de Bblia, Teologia e Filosofia. p.148. Antes devemos voltar um pouco ao perodo de estudo da filosofia em Berlim. Neste perodo Marx dedicou aos estudo dos problemas sociais e polticos, sendo muito influenciado pela ala esquerdista do movimento Jovem Hegeliano Ibid., p. 148, que se dedicava ao estudo do pensamento de Hegel. Ele tambm foi tambm muito influenciado pelas obras de Ludwig Feuerbach sobre isto veremos mais detalhes posteriormente.Suas principais obras foram o Manifesto Comunista, em 1848, de co-autoria com o amigo Frederick Engels. Esta obra representa o marco do movimento socialista moderno Mota, Myriam Becho, Braick, Patrcia Ramos. Histria Das Cavernas ao Terceiro Milnio. So Paulo: Editora Moderna, 1997. p. 362. Sendo assim, podemos afirmar que , em 1848, que nasce o marxismo ou como alguns preferem o socialismo cientfico Ibid., p. 362, pois reflete o centro do pensamento filosfico de Marx, que entendia que as mudanas sociais so realizadas atravs das lutas de classes Champlin e Bentes. Enciclopdia de Bblia, Teologia e Filosofia. p.149.A outra grande obra de Marx O Capital, que prestou-se a indicar de que forma o Capitalismo contribui para o enriquecimento da classe dominante atravs da explorao do proletariado Ibid., p. 149.

Contexto Filosfico

Como j antecipamos anteriormente, o pensamento marxista tem o seu suporte, ou melhor, o seu desenvolvimento a partir das idias do filsofo idealista Georg Wilhelm Friedrich Hegel e de Ludwig Feuerbach. Mas o que pensavam e diziam estes homens que se tornaram contribuintes para a criao e desenvolvimento do marxismo? Vejamos ento o que eles disseram.Hegel considerado o maior expositor do idealismo alemo do sculo XIX e tambm o difcil de ser explicado Brown, Colin. Filosofia e F Crist. So Paulo: Edies Vida Nova, 2001. p. 84. Mas o que significa idealismo? O idealismo prope que a mente e os valores espirituais so mais fundamentais do que os valores materiais Ibid., p. 83. Para Hegel somente o Esprito realidade Ibid., p. 84, todos os pensamentos humanos nada so seno os prprios pensamentos deste Esprito Absoluto Ibid., p. 85. Logo, todos os acontecimentos ligados natureza, histria e mesmo ao pensamento humano so frutos desencadeados a partir deste ser Esprito.Este Esprito se manifestava atravs de um processo dialtico desenvolvido atravs da tenso entre uma tese e uma anttese, as quais resultam numa sntese de ambas as posies. E por sua vezes, esta sntese torna uma nova tese, que se encontra com uma anttese, e assim por diante. E neste processo que a histria [e tudo mais] avana e se desenvolve Sproul, Filosofia para Iniciantes, p. 132.Na mesma linha de Hegel caminha tambm Ludwig Feuerbach, que nasceu em 1804, quatorze anos antes de Marx. Feuerbach estudou em Heidelberg, Berlim e Erlangen. E foi justamente quando estudava em Berlim que conheceu e foi aluno do prprio Hegel, que at a sua morte ocupou uma cadeira na Universidade de Berlim, em 1831.Apesar de telogo, Feuerbach possui uma viso um tanto quanto antropolgica da teologia. Para Feuerbach no Deus quem criou o homem, mas o homem quem criou Deus Ibid., p. 134. A religio, portanto, nada mais que a projeo das qualidades humanas em algum objeto de adorao Champlin, Russel Norman, e Bentes, Joo Marques. Enciclopdia de Bblia, Teologia e Filosofia. Vol.2. So Paulo: Editora Candeia, 1995, p. 722. Deste modo, diferentemente de seu mestre Hegel, Feuerbach assumiu o pensamento de que o homem que realiza toda e qualquer mudana ou evoluo, e no o Esprito Absoluto de Hegel. Karl Marx abraou a [esta] idia de Feuerbach de que o ser humano, e no Deus, que realiza a histria.Desta forma, Marx concilia ambos pensamentos e os sintetiza em apenas uma linha de sugesto. Ao passo que Hegel reconhecia que o Esprito Absoluto como o modificador e processador de todas as coisas, Marx com o auxlio de Engels passaram a afirma que o elemento modificador de todos os processos so as lutas de classes e os fatores econmicos Champlin e Bentes. Enciclopdia de Bblia, Teologia e Filosofia. p.148, o Materialismo assumiu o lugar do Ser Absoluto Cairns, Earle E., O Cristianismo Atravs dos Sculo Uma Histria da Igreja Crist. So Paulo: Edies Vida Nova, 2003. Esta doutrina proposta por Marx e Engels passa a ser conhecida com Idealismo Materialista, pois, ao contrrio da definio que havamos dado, os valores materiais passam a ter maior valor do que a mente e os valores espirituais, que no passam de simples valores humanos.

Definies sobre o Pensamento Marxista

Podemos resumir todo o pensamento marxista em cinco pontos fundamentais. Primeiramente, o marxismo entende que a pessoa humana dependente da sociedade Lalande, Andre. Vocabulrio Tcnico e Crtico da Filosofia. So Paulo: Martins Fontes, 1993. Desta forma tudo o que o indivduo est diretamente ligado e orientado pelo o que a sociedade na qual ele est inserido.Outro ponto fundamental que toda a estrutura da sociedade determinada pelas relaes de produo e trabalho . Desta forma a estrutura social reflexo do modo de produo adotada num momento histrico:Assim, a sociedade medieval era dominada pelo modelo de produo feudal no qual a classe dos proprietrios obtinha a mais valia de uma populao rural dependente da terra. As transies do sistema de escravido para o feudalismo e desse ltimo para o capitalismo se deram quando as foras produtivas (ou seja, os grupos relacionados com o trabalho e os meios de produo como as mquinas) no podiam continuar desenvolvendo-se com as relaes de produo existentes entre as distintas classes sociais Microsoft Encarta Encyclopedia 2002. [s.i.], Microsoft Corporation, 1993-2001 . Como podemos ver este perodos histrico foram indelevelmente marcados por uma relao de produo e trabalho, as quais podem ser percebidas em qualquer simples leitura sobre o qualquer perodo histrico citado ou mesmo de outros que poderiam ter sido acrescidos. Para Marx, cada poca histrica se caracterizava por um modelo de produo especfico correspondente ao sistema de poder estabelecido e, portanto, com uma classe dirigente em permanente conflito com a classe oprimida Ibid.. Um terceiro ponto da teoria de Marx que a luta de classes tem um carter permanente e necessrio . A Luta de Classes algo to valorizado pela marxismo que ela chega a ser considerada a fora capaz de promover as transformaes sociais Mota, Braick,. Histria. p. 362. Entendendo que estas classe so oposta e contraditrias em fora, algo que nos remete a trade hegeliana, sendo que a sntese desta luta a transformao. Talvez um erro no pensamento de Marx que devemos criticar aqui o seguinte: se a evoluo da trade permanente sempre existiro classe em luta, no ciclo interminvel de tese, anttese e sntese, porque todas as transformaes posteriores dependero desta luta. Outro ponto defendido por esta ideologia que o final do capitalismo a transio para um modelo de sociedade socialista. Neste modelo de sociedade o estado assume o controle dos meios de produo. Contudo, na prtica a realidade no foi esta. A crtica de George Orwell que os porcos socialistas se tornam cada vez mais parecidos e semelhante em atitudes com aqueles que eles mesmo lutaram contra.E por fim Marx entende que haver uma transio do modelo capitalista para o modelo socialista, onde o proletariado assumir o poder. Mas quem vai liderar? Qual ramo do proletariado ser o governante? Ele parece no responder esta questo. E mesmo se respondesse difcil no pensarmos em uma classe dominante que se oponha a uma classe inferior, mesmo num modelo socialista.

Implicaes do Pensamento Marxista no Cristianismo Moderno

Mas em que o Marxismo afetou o Cristianismo? Ser que houve alguma espcie de dilogo entre o marxismo ateu e o cristianismo? Infelizmente a resposta sim, apesar de que as idias crists jamais entraram no pensamento e na ideologia marxista Colin. Filosofia e F Crist. p. 219.Este dialogo foi proposto em duas frentes: uma liderada por Protestantes e a outra por Catlicos. Pelo lado protestante o marxismo foi batizado pelo CMI, que segundo Colin Brown estabeleceu uma aliana inquieta entre Deus e Marx. J os catlicos cristianizaram as idias de Marx atravs da Teologia da Libertao.Em ambos os casos o que ocorreu como conseqncia desta perniciosa aproximao foi a super valorizao do homem e de suas necessidade materiais em detrimento de suas necessidade espirituais, que somente seriam supridas atravs da libertao da opresso em que viviam. Da temos diversas correntes tanto do lado protestante quanto do lado catlico que propuseram as diversas teologias dos oprimidos.Parece que por terem esquecido de encarar o homem como um ser integral, cujas necessidade fsicas e espirituais devem ser simultaneamente houve uma corrida intensa por uma teologia social, que de teologia nada tem exceto o nome.Possivelmente, a maior implicao do marxismo no seio da Igreja tenha sido o fato despreocuparmos com o alimento da alma e termos procurados avidamente encontrarmos a resoluo dos problemas temporais imediatos, ao passo que deveramos ter feito ambas as coisas ao mesmo tempo, uma sem negligenciar as outras.

Ecumenismo

Definies Gerais do Ecumenismo

O outro nome que causa uma certa desconfiana e desconforto a boa parte dos grupos mais conservadores de cristos Ecumenismo. O termo ecumenismo deriva-se da expresso grega oikoumen, cuja raz oikos (casa), que significa casa, lugar onde se vive, espao onde se desenvolve a vida domstica, onde as pessoas tm um mnimo de bem-estar Ecumenismo. Comunidade Evanglica de Confisso Luterana em Belo Horizonte. Disponvel em: Acesso em: 29 abril. 2003. Este termo tem sido empregado na histria da Igreja Crist desde o perodo apostlico pelos diversos ramos da cristandade. A idia original era manter a unidade da Igreja apesar dos diversos fatores que atuavam contra esta unidade. Sobre isto, Irineu, bispo de Lion, disse que embora espalhada pelo mundo inteiro, mesmo assim, [] como se ocupasse uma nica casa, conserva cuidadosamente [a f] Porque, embora sejam diferentes os idiomas do mundo, o significado da tradio exatamente o mesmo Weber, T.P. Ecumenismo. Em: Elwell, Walter A., Enciclopdia HistricoTeolgico da Igreja Crist, Vol. I, So Paulo: Edies Vida Nova, 1999, p. 3. Portanto, possvel afirmar que ecumenismo est diretamente ligado a unidade e a universalidade da Igreja. Dentro da histria da Igreja encontramos esta ecumenicidade sendo aplicada a vida da Igreja, como instituio, em momento em que a unidade estava sendo posta em jogo. Um dos exemplo clssicos disto o primeiro conclio ecumnico da Igreja, o Conclio de Nicia, em 325.Os ataque de rio divindade de Cristo, naqueles dias, no era apenas um ataque a cristologia aceita, mas uma ao contra a prpria unidade fundamental da Igreja, a qual sofreria srios problemas em sua estruturas, como de fato sofreu aps a condenao do arianismo e seus adeptos, o qual ocasionou o primeiro cisma da Igreja no perodo de Constantino (Catlicos e Arianos). Na verdade, interessante o comentrio de T.P. Weber, quando ele afirma que os primeiros conclios ecumnicos freqentemente fracassaram nas suas tentativas de impedir cismas e heresias Ibid., p. 3. De fato, o que observvel na histria uma srie de sucessivos cismas, separaes e divises. Desde o Cisma entre Ocidente e Oriente, no sc.X, Reforma Protestante, no sc.XVI, vemos que a unidade dentro do cristianismo tem sofrido muitos ataques e tem sucumbido a cada um deles.Contudo, j no incio do sc. XIX, vrios grupos protestantes procuraram estabelecer a unidade em meio as vrias fisses ocorridas entre eles, que viesse de fato corresponder a orao de Cristo (Jo.17) e a afirmao credal: cremos na santa igreja universal Breve Catecismo de Westminster. So Paulo: Editora Cultura Crist, 2001. p. 88. Vejamos ento como se deu o desenvolvimento desta idia dentro da histria. Contexto Histrico

Para muitos, o marco inicial do movimento ecumnico 14 de junho de 1910 Noll, Mark A., Momentos Decisivos na Histria do Cristianismo. So Paulo: Editora Cultura Crist, 2000, p. 282, quando ocorreu a Conferncia Missionria Internacional, na cidade de Edimburgo, Esccia. Entretanto, Edimburgo o meio caminho de um processo anteriormente iniciado em 1801, e que culmina com a organizao do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), em 1948.Apesar de termos um perodo de desenvolvimento de mais um sculo, o termo ecumnico parece ter sido usado pela primeira vez por volta de 1936, j no terceiro estgio do Movimento Ecumnico Cairns. O Cristianismo Atravs dos Sculo, p. 436. Tornando-se posterior a esta data de uso comum entre os grupos engajados na promoo e desenvolvimento deste Movimento.Quando dissemos que em 1936 o movimento ecumnico j se encontrava em seu terceiro estgio, deve-se ao fato de que o movimento em busca da ecumenicidade das igrejas protestantes foi marcado por trs estgios distintos Ibid., p. 436.O primeiro estgio ficou conhecido Como Cooperao Indenominacional e Interdenominacional que foi marcado pelo auxlio mtuo na manuteno e apoio a ao missionrio e distribuio de literatura de carter evangelstico, como por exemplo a organizao da American Bible Society (Sociedade Bblica Americana), em 1816, e sustentada por diversas denominaes daquele pas Ibid., p. 438.O segundo estgio foi um passo a frente e, por certo, mais audacioso. Este ficou conhecido como Reunio Orgnica. Isto porque ocorreu a unio entre denominaes separadas por questes doutrinrias diametralmente opostas numa nova denominao Ibid., p. 438. A mais excntricas destas reunies orgnicas a United Church of Canada (Igreja Unida do Canada), que agrupa dentro de si presbiterianos, batistas, metodistas e congregacionais, desde 1925.O terceiro estgio deste movimento marcado pela organizaes das Confederaes Eclesisticas Nacionais e Internacionais. Sobre estas confederaes eclesisticas interessante a idia apresentada por Cairns, que demonstra que tal coisas fazia parte dos ideais dos prprios reformadores e, a partir deles, de seus sucessores.Outro fator passvel de observao que as unidades cooperadoras destas confederaes eclesisticas eram totalmente autnomas, portanto, mantinham sua autonomia, envidando seus esforos para atingir os objetivos de interesse comum dos grupos participantes Ibid., p. 439. Retornamos Edimburgo, em 1910, na Conferncia Missionria Internacional. Todas as discusses desta conferncia girou entorno da necessidade missionria da Igreja tendo uma nota dissonante entre seus temas, isto , a promoo da unidade da igreja Noll. Momentos Decisivos, p. 284. Da Conferncia inicial em Edimburgo temos a criao do Conselho Missionrio Internacional, em 1921, e de modo menos indireto realizaram-se duas conferncias posteriores; Conferncia Crist Universal de Vida e Obra, na cidade Estocolmo, em 1925, e a Conferncia Mundial de F e Ordem, na cidade de Lausane, em 1927 Ibid., p. 284. Por fim estas conferncias concordaram que era necessria uma nova organizao, mais abrangente, e propuseram a formao do Conclio Mundial de Igrejas (CMI) Weber, Ecumenismo, p. 3, o qual foi devidamente criado em 1948, aps o trmino da Segunda Grande Guerra. A reunio inaugural aconteceu na cidade Amsterd, Holanda, contando com a presena de 351 delegados representando 147 denominaes de 44 pases, sob a presidncia de W. A. Vissert Hooft. Podemos resumir o trabalho do CMI na seguinte nota:O CMI uma organizao crist internacional, baseada no encontro, no dilogo e na colaborao, que se inspira na orao de Jesus pela unidade de sua Igreja. Sua razo de ser est no servio e no avano do movimento ecumnico em seus esforos por restabelecer a unidade da Igreja de Jesus Cristo, exortando seus membros a comprometerem-se juntos no seguimento ao evangelho. As igrejas que pertencem ao CMI oram pela renovao da Igreja e para que seu testemunho e servio ao mundo sejam a expresso concreta de sua f Ecumenismo. CECLBH. Disponvel em: Acesso em: 29 abril. 2003.A partir de 1961, em sua reunio em Nova Delhi, foi admitida a Igreja Ortodoxa Russa Weber, Ecumenismo, p. 4como membro do CMI, logo esta organizao deixou de ser exclusivamente protestante e passou aceitar outros ramos da cristandade.

Implicaes do Movimento Ecumnico no Cristianismo Moderno

Mas que resultado apareceram aps todo este movimento em busca da ecumenicidade e unidade da igreja no mundo? Houve de fato algum ganho para cristandade com a organizao federativa que se tornou o CMI? Para muitos o movimento ecumnico no trouxe nenhuma vantagem em si mesmo, pelo contrrio, o que encontramos so muitas crticas a ele.Com certeza uma das mais srias dentro da perspectiva missionria da Igreja que o desejo de uma fuso se tornou o centro de toda a discusso principal no meio da Igreja, em detrimento do movimento de expanso missionria Cairns. O Cristianismo Atravs dos Sculo, p. 436. Todos os esforos a partir de ento, mesmo que a questo missionria fosse discutida, tinham por finalidade a unio das igreja crists. interessante as palavras do Rev. Jos Joo Anotaes das aulas de Teologia Bblica II., em sala de aula, quando ele afirma que a instituio no deve ser um fim em si mesma, pelo contrrio, ela deve ser como instituio patrocinadora dos esforos missionrios. A partir disso perceptvel uma diminuio dos trabalhos missionrios e enfraquecimento dos mesmos. O movimento ecumnico no possui o apoio das igrejas evanglicas conservadoras. fato, que possvel encontrarmos dentro do CMI igrejas de linha liberal e conservadores convivendo numa trgua mantida por uma base doutrinria considerada por alguns um tanto nebulosa Cairns. O Cristianismo Atravs dos Sculo, p. 436. Inclusive a prpria Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) tem se mantido fora deste Conclio, por causa de suas tendncias teolgicas. Logo, difcil admitirmos a possibilidade de uma unidade real quando a mesma est alicerada por uma base muito incerta, que por vezes minimizada para dar lugar a problemas de nvel scio-poltico Weber. Ecumenismo. p. 5.Esta preocupao scio-poltica considerado outro problema do ecumenismo. Uma das crticas mais srias sofrida pelo CMI que eles tentaram criar um dilogo entre o cristianismo e o marxismo Brown. Filosofia e F Crist. p. 219-220, o que considerado para alguns uma situao no-concilivel. De fato desde sua quarta assemblia geral, em Upsala, Sucia, em 1968, o CMI tem crescentemente tendido para a esquerda social, econmica e politicamente; fazendo a salvao mais terrena e fsica do que espiritual Cairns. O Cristianismo Atravs dos Sculo, p. 442. Por certo, Jonh Gerstner tinha isso em mente ao que dizer que a lua-de-mel ecumnica tem acabo e que a questo real de viver juntos deve ser enfrentada Gerstner, John H., Ecumenismo. Em: Harrison, Everett F., Diccionario de Teologia, Grand Rapids: T.E.L.L., 1985, a qual mais uma questo poltica que uma questo religiosa.Contudo, interessante o que Weber diz a respeito do movimento ecumnico, com relao a evangelizao, de modo que retornamos ao ponto inicial de nosso argumento. O CMI tem minimizado a tarefa evangelizadora da igreja, o que de fato deveria ser o contrrio. Entretanto, Weber continua seu argumento demonstrando que os setores conservadores no filiados ao Conclio que esto promovendo de fato a valorizao da evangelizao, recolocando-a no lugar de primazia Weber. Ecumenismo. p. 5, da qual jamais deveria ter sido retirada.Logo, nenhuma organizao ou movimento tem o direito de por a evangelizao como questo secundria em suas diretrizes de trabalho, mesmo que seja motivado pela busca e preservao de conceitos inegavelmente cristos, como a ecumenicidade eclesistica. Nem em nvel mundial nem em nvel local, o valor e porque no dizer o imperativo evangelstico deve ser minimizado. Portanto, o ecumenismo quando deixa de lado a necessidade espiritual do homem para tentar suprir apenas as suas necessidades materiais, ele deixa de ser uma agente missionrio e se torna um centro de assistncia social, o que no a responsabilidade ltima da Igreja de Cristo.Concluso

Bibliografia

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5.________________ , Enciclopdia de Bblia, Teologia e Filosofia. Vol. 4. So Paulo: Editora Candeia, 1995

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7.Gerstner, John H., Ecumenismo. Em: Harrison, Everett F., Diccionario de Teologia, Grand Rapids: T.E.L.L., 1985

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9.Lalande, Andre. Vocabulrio Tcnico e Crtico da Filosofia. So Paulo: Martins Fontes, 1993

10.Mota, Myriam Becho, Braick, Patrcia Ramos. Histria Das Cavernas ao Terceiro Milnio. So Paulo: Editora Moderna, 1997

11.Noll, Mark A., Momentos Decisivos na Histria do Cristianismo. So Paulo: Editora Cultura Crist, 2000

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14.Sproul, Robert Charles., Filosofia para Iniciantes. So Paulo: Edies Vida Nova, 2001

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