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Fichamento Introdução ao serviço social Capítulo I Relações Sociais e Serviço Social no Brasil de ( Marilda Iamamoto ) Todo o texto trata-se de uma concepção teórica da produção das relações sociais, a reprodução capitalista, a reprodução das relações sociais de produção, como o capital se comporta diante disso a fetichização das mercadorias, a questão dos valores de uso e de troca, o processo de transformação da mercadoria em capital e a questão da mais valia relativa e absoluta. É na vida em sociedade que ocorre a produção. Para produzir e reproduzir os meios de vida e de produção, os homens estabelecem determinados vínculos e relações mútuas, e por intermédio dos quais exercem uma ação transformadora da natureza, ou seja, realizam a produção . A relação entre os homens na produção e na troca de suas atividades variam de acordo com o nível de desenvolvimento dos meios de produção. Tais relações se estabelecem , em condições históricas determinadas, nas quais os elementos da produção articulam se de forma específica. Assim sendo a produção social é essencialmente histórica. Trata se de uma produção social na sua especificidade: a produção capitalista. O processo capitalista de produção expressa se, portanto, uma maneira historicamente determinada de os homens produzirem e reproduzirem as condições materiais da existência humana a e as relações sociais através das quais levam a efeito a produção. Assim, a produção social não trata de produção de objetos materiais, mas de relação social entre pessoas, entre classes sociais que personificam determinadas categorias econômicas. Sendo o capital uma relação social, supõe o outro termo da relação: o trabalho assalariado, do mesmo modo que este supõe o capital. O capital e o trabalho assalariado são uma unidade de diversos; um se

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Fichamento Introduo ao servio socialCaptulo I Relaes Sociais e Servio Social no Brasil de ( Marilda Iamamoto )

Todo o texto trata-se de uma concepo terica da produo das relaes sociais, a reproduo capitalista, a reproduo das relaes sociais de produo, como o capital se comporta diante disso a fetichizao das mercadorias, a questo dos valores de uso e de troca, o processo de transformao da mercadoria em capital e a questo da mais valia relativa e absoluta. na vida em sociedade que ocorre a produo. Para produzir e reproduzir os meios de vida e de produo, os homens estabelecem determinados vnculos e relaes mtuas, e por intermdio dos quais exercem uma ao transformadora da natureza, ou seja, realizam a produo . A relao entre os homens na produo e na troca de suas atividades variam de acordo com o nvel de desenvolvimento dos meios de produo. Tais relaes se estabelecem , em condies histricas determinadas, nas quais os elementos da produo articulam se de forma especfica. Assim sendo a produo social essencialmente histrica. Trata se de uma produo social na sua especificidade: a produo capitalista. O processo capitalista de produo expressa se, portanto, uma maneira historicamente determinada de os homens produzirem e reproduzirem as condies materiais da existncia humana a e as relaes sociais atravs das quais levam a efeito a produo. Assim, a produo social no trata de produo de objetos materiais, mas de relao social entre pessoas, entre classes sociais que personificam determinadas categorias econmicas. Sendo o capital uma relao social, supe o outro termo da relao: o trabalho assalariado, do mesmo modo que este supe o capital. O capital e o trabalho assalariado so uma unidade de diversos; um se expressa no outro, um recria o outro, um nega o outro. O capital pressupe como parte de si mesmo o trabalho assalariado. As relaes sociais aparecem , pois, mistificadamente como relaes entre coisas, esvaziadas de sua historicidade. A reificao do capital , pois, a forma mistificada em que a relao social do capital aparece na superfcie da sociedade. O capital se expressa sob a forma de mercadorias : meios de produo ( matrias- prima e auxiliares e instrumentos de trabalho) e meios de vida necessrios produo da fora de trabalho. As mercadorias so objetos teis, produtos de um trabalho de qualidade especfica, que atendem a necessidades sociais, so valores de uso. So grandezas sociais que tem em comum o fato de serem produtos do trabalho humano geral e indiferenciado. Enquanto grandezas sociais no se distingue por sua qualidade, mas que se medem pelo tempo de trabalho socialmente necessrio, incorporado na sua produo. O valor das mercadorias s se expressa na relao de troca, dessa expresso de valores se distingue dois polos: a mercadoria, cujo o valor se expressa ( forma relativa), e aquela em que se expressa este valor ( forma equivalente). Os produtos assumem a forma de mercadoria porque so produtos de trabalho privados que necessitam ser trocados . Assim as mercadorias produtos de trabalhos privados tem duplo carter social que decorre do fato que: O trabalho til, tem que satisfazer uma determinada necessidade social e, portanto, integra-se ao trabalho coletivo da sociedade, dentro da diviso social do trabalho. Este trabalho s pode satisfaze ruma necessidade de seu produtor medida que possa ser trocado por outro trabalho til , que lhe seja equivalente. Para que seja possvel a troca de produtos de qualidades diferenciadas, tem-se que abstrair da desigualdade real destes trabalhos materializados nos objetos para que aparea, subjacente a eles, sua igualdade a todos os outros tipos de trabalho, enquanto desgaste de fora humana. Este duplo carter social do trabalho o que permite aos diversos produtores equipararem seus produtos no ato da troca como valores. Nas relaes que os homens estabelecem atravs da troca de seus trabalhos equivalentes, materializados em objetos, o carter social de seus trabalhos aparece como sendo relao entre os produtos de seus trabalhos, entre coisas, independentes de seus produtores. O que aparece como relao entre objetos materiais uma relao social concreta entre homens, oculta por trs das coisas. Este fetiche da mercadoria simples reaparece sob novas formas e novas determinaes na mercadoria produto do capital, dando origem a uma mistificao do capital. O capital na sua forma elementar de dinheiro ou mercadoria s potencialmente capital; deve se transformar em capital real e efetivo no processo de produo, mediante a incorporao da fora de trabalho viva, que conserva os valores das mercadorias e cria novos valores. O capital supe o monoplio dos meios de produo e de subsistncia por uma parte da sociedadea classe capitalistaem confronto com os trabalhadores desprovidos das condies materiais necessrias materializao do seu trabalho. Estes supe, que para sobreviver, s tema vender a sua fora de trabalho. O capital supe o trabalho assalariado e este o capital. Enquanto o dinheiro representa uma soma dada de valores, isto , tem uma magnitude constante, o capital uma soma de valor que tende a crescer. O produto da produo capitalista no apenas um valor de uso, nem um produto que tem valor de troca. Seu produto a mais valia; seu produto so mercadorias que possuem mais valor de troca, representa mais trabalho que o que foi adiantado para a sua produo sob a forma de mercadoria ou dinheiro. Este mais valia o fim e o resultado do processo capitalista de produo. Significa substancialmente materializao de tempo de trabalho excedente, trabalho no pago apropriado pela classe trabalhista. A transformao do dinheiro em capital decompese em trs processos inter-relacionados, mas interdependentes, no tempo e no espao. O primeiro a compra e venda dos meios de produo e da fora de trabalho que se desenvolve no mercado. O segundo o que se efetiva no processo de produo onde, mediante, o consumo produtivo da capacidade de trabalho, os meios de produo transformam-se em produtos, os quais, alm de converterem o valor do capital adiantado, contm, ainda, a mais-valia criada. E o terceiro processo, que ocorre onde se realiza o valor do capital e da mais-valia, mediante a transformao de mercadoria em dinheiro. Na esfera da circulao de mercadorias se estabelece uma relao contratual de compra e venda entre possuidores juridicamente iguais de mercadorias equivalentes : a fora de trabalho e os meios de subsistncia sob a forma de dinheiro. As mercadorias compradas pelo capitalista para serem consumidas no processo de produo so sua propriedade; o dinheiro transformado em mercadorias. Isto se aplica tambm ao trabalho. O trabalho uma funo pessoal do trabalhador, enquanto gasto de sua fora vital, realizao de suas capacidades produtivas. O consumo da fora de trabalho pertence ao capitalista, do mesmo modo que lhe pertence o meio de produo. Ao capitalista cabe, portanto a funo de direo e vigilncia do trabalhador coletivo, seja garantindo o emprego racional dos meios de produo para evitar desperdcios, seja garantindo a maior intensidade possvel de explorao da fora de trabalho. Assim como o trabalho propriedade do capitalista o , tambm, o produto do trabalho. Enquanto os meios de produo entram no processo de produo da mesma forma til que revestiam na circulao, o mesmo no ocorre com a parte varivel do capital que trocada pela fora de trabalho. O dinheiro uma forma modificada dos meios de subsistncia do trabalhador, existente no mercado; esta parte do capital s se transforma em capital varivel quando trocada pelo trabalho que a substncia criadora de valor. No processo de produo do capital, os meios de produo, por meio de trabalho vivo, se transformam em produtos que so mercadorias produto do capital que contm novas determinaes que a diferenciam da mercadoria individual, premissa da produo capitalista, visto que: Contm trabalho pago e no pago; parte do trabalho nela objetivado equivale ao salrio, enquanto a outra o trabalho excedente, mais-valia. Cada mercadoria se apresenta como parte integrante da massa total de mercadorias, como parte alquota do produto total do capital que pode ser considerado como uma nica mercadoria, que contm o valor do capital adiantado e a mais-valia. Para que se realize o valor do capital e da mais-valia, o volume de mercadorias vendido , essencial. medida que o valor capital se expressa sob a forma de mercadorias, tem que cumprir as funes destas: tm que ser vendidas convertidas em dinheiro, para que o valor passe a circular, e reiniciar o ciclo produtivo sob novas formas. No modo de produo especificamente capitalista, tem-se a generalizao da mercadoria, que se torna a forma geral de toda a riqueza, e a alienao do produto, a forma necessria para a sua apropriao. A prpria substncia da produo torna-se mercadoria e no s o excedente produzido, e as condies da produo se mercantilizam, inclusive a fora de trabalho. O processo de produo, um processo que se reinicia permanentemente , j que a sociedade no pode prescindir da produo e do consumo. A reproduo a continuidade do processo social de produo determinada historicamente: a produo capitalista, em que o processo de trabalho meio do processo de valorizao. Desta forma a reproduo torna-se simplesmente um meio de produzir o capital, de produzir mais-valia, a qual aparece como forma de rendimento produzido pelo prprio capital e no pelo trabalho. O ponto de partida do processo capitalista de produo a separao entre a fora de trabalho e os meios de produo, que so monopolizados, privadamente, pela classe capitalista. O trabalhador assalariado sai do processo de produo como ingressou, como mera fora de trabalho, como fonte pessoal de riqueza que se realiza como riqueza para outros. A classe trabalhadora cria, pois, em anttese consigo mesma, os prprios meios de sua dominao, como condio de sua sobrevivncia. O salrio, embora primeira vista aparea como o preo do trabalho, o preo da fora. O salrio o preo da fora de trabalho, em que se traduz o capital varivel do capitalista. A fora de trabalho em realizao um processo de valorizao que no s transfere o valor dos meios de produo ao produto, mas repe o valor do capital varivel e cria novo valor. O capitalista compra o direito de explorar a fora de trabalho durante uma jornada, na qual o trabalhador no s produz o trabalho necessrio para a sua subsistncia, mas um trabalho excedente ou um valor excedente. Considerando o processo de produo na sua continuidade, verifica-se que a classe trabalhadora paga com o produto do seu prprio trabalho, do trabalho efetuado anteriormente pelo conjunto dos trabalhadores. Assim que a classe trabalhadora que produz o capital varivel que posteriormente lhe devolvido sob a forma de salrio. O que o capitalista devolve ao trabalhador como fundo de trabalho ou salrio empregado na aquisio dos meios de vida do trabalhador e de sua famlia. Capital e trabalhado assalariado se criam mutuamente no mesmo processo. Assim que o processo de produo capitalista um processo de relaes sociais entre classes. O trabalho aparece como algo externo ao trabalhador, como algo que no se afirma, mais se nega a si mesmo; que o mortifica. S se sente livre quando deixa de trabalhar. Seu trabalho um trabalho forado que, no representa, portanto, a satisfao de uma necessidade, mas que simplesmente um meio para satisfazer necessidades estranhas a ele. A exterioridade do trabalho para o trabalhador se revela no fato de que no algo prprio seu, mas de outro, de que no lhe pertence e de que ele mesmo, no trabalho, no pertence a si mesmo, mas a outro. Contraditoriamente ao processo de alienao do trabalho, tpico do processo de produo do capital, o trabalhador encontra-se numa situao mais privilegiada que a do capitalista; este encontra ai a sua satisfao absolutaa produo de mais-valiaenquanto o trabalhador encontra ai as condies materiais que explicam a sua rebeldia, j que neste processo so criadas as condies materiais de uma nova forma de produo social de riqueza, de um processo de vida social conformado de maneira nova, e com isto, de uma nova formao social. A acumulao do capital implica a concentrao de meios de produo e do poder de mando sobre o trabalho nas mos de capitalistas individuais que se competem entre si. Mas se expressa, tambm na expropriao dos capitalistas menores em movimento de atrao de capitais j existentes, isto , em um movimento de concentrao do capital. O capitalista no pensa a partir do valor da mercadoria , mas sim do seu preo de custo; no pensa em termos de mais-valia e sim de lucro. O lucro a forma transfigurada da mais-valia na qual se encobre o segredo de sua existncia e a sua origem: mas uma das formas em que a mais-valia se manifesta.. Enquanto a taxa de mais-valia ou de explorao do trabalho medida em relao ao capital varivel, ou seja, a relao entre trabalho pago e no pago, na taxa de lucro o trabalho no pago calculado em relao ao capital total adiantado na produo. A produo e reproduo da riqueza material, inseparvel da criao e recriao das formas sociais de que se reveste, um processo eminentemente social. indissocivel das relaes sociais que na era do capital tem com agentes fundamentais os capitalistas e trabalhadores assalariados, considerados no apenas individualmente, mas como representantes de classes sociais antagnicas. O antagonismo de interesses que perneia tais relaes, independente das elaboraes ideolgicas que se faam do mesmo, um fato objetivo, dado pelo carter cada vez mais social da produo contraposto apropriao privada dos meios e dos produtos de trabalho alheio. Em outros termos, a lei geral da acumulao supe a acumulao da riqueza, monopolizada por uma parte da sociedadea classe capitalistainseparvel da acumulao da misria e da pauperizao daqueles que produzem a riqueza como uma riqueza alheia, como poder que os domina, enfim, como capital. Do ponto de vista da populao trabalhadora, este processo se expressa numa pauperizao crescente em relao ao crescimento do capital. No se trata, necessariamente, de pauperizao absoluta, mas relativa acumulao do capital, que atinge a globalidade da vida da classe trabalhadora. Vemos, portanto, que a reproduo das relaes sociais reproduo da dominao: reproduo ampliada do domnio de classe. Este um processo eminentemente poltico, em que as classes dominantes tem no Estado o instrumento privilegiado do exerccio de seu poder no conjunto da sociedade. Assim a reproduo das relaes sociais a reproduo da totalidade do processo em sociedade: o modo de viver e de trabalhar, de forma socialmente determinada, dos indivduos em sociedade. Trata-se portanto, de uma totalidade concreta em movimento, em processo de estruturao permanente. Entendida dessa maneira, a reproduo das relaes sociais atinge a totalidade da vida cotidiana, expressando-se tanto no trabalho, na famlia, no lazer, na escola, no poder, como tambm na profisso. Esses, dentre outros, foram alguns aspectos que se procurou acentuar, procurou dar alguns passos, ainda que limitadamente, no sentido de captar o desenvolvimento desigual entre as representaes e a realidade substancial dos fenmenos, ressaltando as mediaes necessrias expresso das contradies e a determinaes do processo social na sua totalidade.