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INTRODUÇÃO É por meio do sistema Urinário que há a eliminação de resíduos ou de substâncias estranhas. Ele contribui para a homeostasia do corpo humano, alterando a composição, o pH, o volume e a pressão do sangue. É por meio desse sistema que a osmolaridade do sangue é mantida. Para se compreender melhor a fisiologia do sistema genito-urinário é preciso aprender sobre a formação dos órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o sistema excretor – que é constituído pelos rins, os ureteres, a bexiga e a uretra. Como a anatomia do homem e da mulher são diferentes há a necessidade de comparar o sistema urinário feminino e o sistema urinário masculino, estudando a anatomia interna e externa, e a localização dos órgãos que fazem parte do sistema urinário. O conhecimento sobre esse sistema contribui para o entendimento acerca dos desequilíbrios que afetam a homeostasia do corpo. Além disso, também será possível obter um breve conhecimento histológico a respeito de cada um dos órgãos, assim como o funcionamento e a função deles. Logo, os principais objetivos desse trabalho é Identificar as estruturas que compõem o sistema urinário, e suas funções no organismo; distinguir as diferenças existentes do homem e da mulher; compreender os problemas (citados no trabalho) relacionados ao funcionamento urinário. Seguindo tudo isso com uma linguagem acessível para quem ler.

Trabalho de sist. urinário

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É por meio do sistema Urinário que há a eliminação de resíduos ou de substâncias estranhas. Ele contribui para a homeostasia do corpo humano, alterando a composição, o pH, o volume e a pressão do sangue. É por meio desse sistema que a osmolaridade do sangue é mantida. Para se compreender melhor a fisiologia do sistema genito-urinário é preciso aprender sobre a formação dos órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o sistema excretor – que é constituído pelos rins, os ureteres, a bexiga e a uretra.

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Page 1: Trabalho de sist. urinário

INTRODUÇÃO

É por meio do sistema Urinário que há a eliminação de resíduos ou de

substâncias estranhas. Ele contribui para a homeostasia do corpo humano,

alterando a composição, o pH, o volume e a pressão do sangue. É por meio desse

sistema que a osmolaridade do sangue é mantida.

Para se compreender melhor a fisiologia do sistema genito-urinário é preciso

aprender sobre a formação dos órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a

urina - o sistema excretor – que é constituído pelos rins, os ureteres, a bexiga e a

uretra.

Como a anatomia do homem e da mulher são diferentes há a necessidade de

comparar o sistema urinário feminino e o sistema urinário masculino, estudando a

anatomia interna e externa, e a localização dos órgãos que fazem parte do sistema

urinário.

O conhecimento sobre esse sistema contribui para o entendimento acerca dos

desequilíbrios que afetam a homeostasia do corpo. Além disso, também será

possível obter um breve conhecimento histológico a respeito de cada um dos

órgãos, assim como o funcionamento e a função deles.

Logo, os principais objetivos desse trabalho é Identificar as estruturas que

compõem o sistema urinário, e suas funções no organismo; distinguir as diferenças

existentes do homem e da mulher; compreender os problemas (citados no trabalho)

relacionados ao funcionamento urinário. Seguindo tudo isso com uma linguagem

acessível para quem ler.

Page 2: Trabalho de sist. urinário

1. SISTEMA URINÁRIO

A definição mais apropriada para o sistema Urinário é que ele é responsável

pela uropoese (Produção de urina) e pela condução, armazenamento e eliminação

de urina. Estes são mecanismos essenciais para a manutenção da homeostase, isto

é, o estado de equilíbrio nas funções e na composição química dos fluidos. Os

órgãos responsáveis pela formação da urina são os rins, e os órgãos responsáveis

pela eliminação dela são os ureteres, bexiga urinária e uretra.

1.1. OS RINS

As funções dos rins incluem a regulação da composição irônica do sangue,

regulação do PH do sangue, regulação do volume do sangue, regulação da pressão

arterial, manutenção da osmolaridade do sangue, produção de hormônios, regulação

da concentração sanguínea de glicose e excreção de resíduos e de substâncias

estranhas.

O rim é uma estrutura formada por milhares de unidades filtradoras,

chamadas néfrons. Um néfron apresenta uma parte mais dilatada, chamada cápsula

de Bowman e, dentro dela, um aglomerado de vários vasos sanguíneos de calibre

bem pequeno (o glomérulo de Malpighi). É na cápsula que o plasma extravasa

carregando água e pequenas moléculas, como as dos excretas nitrogenados – é o

início do processo de filtração: o produto originado dessa etapa passa para a outra

parte do néfron, chamada túbulo renal, e, na sequência, duto coletor.

Os rins estão localizados imediatamente acima da cintura, entre o peritônio e

a parede posterior do abdome. Como sua posição é posterior ao peritônio da

cavidade abdominal, diz que são retroperitoneais. Os rins estão situados entre os

níveis da última vértebra torácica e a 3ª vértebra lombar, uma posição na qual ficam

parcialmente protegidas pelo décimo primeiro e décimo segundo pares de costelas.

1.1.1. ANATOMIA EXTERNA DOS RINS

Um rim normal, em um adulto, mede aproximadamente 10 a 12 cm de

comprimento, de 5 a 7 cm de largura e de 5 a 7cm de largura e 3 cm de espessura –

aproximadamente o tamanho de uma barra de sabão – e possui massa de 135 a

150 g. A margem medial côncava de cada rim está voltada para a coluna vertebral.

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Próximo do centro da margem côncava encontra-se uma fissura vertical profunda,

chamada de hilo renal, por onde passam o ureter, artéria e veia renais, linfáticos e

nervos. Constituem, em conjunto, o pedículo renal.

Três camadas de tecido envolvem cada rim: capsula fibrosa (camada

profunda que serve como barreira contra trauma e ajuda a manter o formato do rim),

capsula adiposa (camada média que envolve a capsula fibrosa) e a fáscia renal

(camada superficial que ancora o rim às estruturas adjacentes e à parede do

abdome.

1.1.2. ANATOMIA INTERNA DOS RINS

Assim que um corte frontal é dado no rim, é possível visualizar duas regiões

distintas: o córtex renal, porção mais pálida, que se projeta em uma segunda porção,

mais escura, esta chamada de medula renal, que é a outra região mais interna

profunda do rim. A medula consiste em diversas estruturas cuneiformes, as

pirâmides renais. A base de cada pirâmide está voltada para o córtex renal e seu

ápice, chamada de papila renal, aponta para o hilo renal. As partes do córtex renal

que se estendem entre amms pirâmides renais são chamadas de colunas renais.

Ainda há o lobo renal, que consiste em uma pirâmide, sua área sobrejacente

do córtex e em uma metade de cada coluna renal adjacente. Além de tudo isso os

rins possuem o parênquima (parte funcional do rim); os néfrons; ductos papilares

(por onde a urina é drenada assim que se formam nos néfrons; cálices renais

menores, subdividem-se em cálices menores, que têm forma de taça, para receber o

ápice das pirâmides renais e oferece encaixe; a pelve renal e o seio renal.

1.2. OS URETERES

Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar

canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único,

denominado ureter, que deixa o rim em direção à bexiga urinária. Cada um dos

ureteres transporta urina da pelve renal de um rim para a bexiga urinária. As

contrações peristálticas das paredes musculares dos ureteres empurram a urina

para a bexiga urinária, mas a pressão hidrostática e a gravidade também

contribuem. As ondas peristálticas, que passam da pelve renal para o a bexiga

Page 4: Trabalho de sist. urinário

urinária, variam em frequência de uma a cinco por minuto, dependendo da

velocidade de formação da urina.

Embora não haja válvula anatômica no óstio de cada ureter, há uma

fisiológica que é muito eficiente. Conforme a bexiga urinária se enche com urina, a

pressão interna comprime os óstios oblíquos dos ureteres, impedindo o fluxo

retrógado de urina. Quando esta válvula fisiológica não funciona adequadamente, é

possível que micróbios subam pelos ureteres, a partir da bexiga urinária, para

infectar um ou ambos os rins.

1.2.1. ANATOMIA DOS URETERES

Os ureteres medem entre 25 e 30 m de comprimento e são tubos estreitos

com predes espessas, que variam de 1mm a 10 mm de diâmetro ao longo de seu

trajeto, entre a pelve renal e a bexiga urinária. Como os rins, os ureteres são

retroperitoneais. Na base da bexiga urinária, os ureteres se curvam medialmente e

passam obliquamente através da parede da face posterior da bexiga urinária.

As paredes dos ureteres são constituídas por 3 túnicas distintas: túnica

mucosa, a mais profunda de epitélio de transição e uma lâmina própria; túnica

muscular, uma túnica intermediária composta de camadas circular externa e

longitudinalmente interna de fibras musculares lisas. A peristalse é a principal função

dessa túnica; e a túnica adventícia, a túnica superficial. Ela é uma túnica que contém

vasos sanguíneos, linfáticos e nervos que suprem a túnica muscular e a túnica

mucosa. Essa túnica funde-se ao tecido conjuntivo adjacente e ancora os ureteres

no lugar.

1.3. A BEXIGA URINÁRIA

A bexiga urinária é um órgão muscular elástico e oco, situado na cavidade

pélvica, posteriormente à sínfise púbica. Ela tem por função armazenar urina. Nos

homens localiza-se diretamente anterior ao reto; nas mulheres, situa-se anterior a

vagina e inferior ao útero. O que mantém a bexiga em sua posição são as pregas do

peritônio. Quando levemente distendidas em razão do acúmulo de urina, a bexiga

urinária é esférica. Quando está vazia, é achatada. Conforme o volume de urina

aumenta, torna-se piriforme e se ergue, ocupando a cavidade abdominal. A

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capacidade média da bexiga urinária é de 700 a 800 ml. É menor nas mulheres,

porque o útero ocupa espaço imediatamente superior a bexiga urinária.

1.3.1 ANATOMIA DA BEXIGA URINÁRIA

No assoalho da bexiga urinária encontra-se o trígono, uma pequena área

triangular. Os dois cantos posteriores do trígono contém duas aberturas, chamados

de óstio interno da uretra. Três túnicas formam a parede da bexiga: túnica mucosa,

composta por epitélio de transição e uma lâmina própria adjacente; túnica muscular

intermediária, que também pode ser chamado de músculo detrusor da bexiga; e a

túnica adventícia, é contínua com a dos ureteres. Há ainda os músculos esfíncter

interno e externo. Sobre a face superior da bexiga está a túnica serosa.

1.4. A URETRA

A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar

e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se

fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura

desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos. A

uretra, no homem, também elimina sêmen (líquido contendo espermatozoides).

Nas mulheres, a uretra se situa diretamente posterior à sínfise pública, está

direcionada obliquamente, para baixo e para frente, e possui um comprimento de 4

cm (Fig,1). No sexo masculino, ela passa primeiro pela próstata, depois pelos

músculos profundos do períneo e, por fim, pelo pênis, uma distância de

aproximadamente 20cm (Fig.1).

1.4.1. ANATOMIA DA URETRA

A abertura da uretra para o exterior, o óstio externo da uretra, está localizado

entre o clitóris e o óstio da vagina. A parede da uretra feminina consiste em uma

túnica mucosa profunda e uma túnica muscular superficial. A túnica mucosa é uma

membrana composta de epitélio e de lâmina própria (tecido conjuntivo areolar com

fibras elásticas de plexo venenoso).

Page 6: Trabalho de sist. urinário

A uretra masculina também consiste de túnica mucosa profunda e uma túnica

muscular superficial, é subdividida em 3 regiões anatômicas: parte prostática, pois

passa pela próstata; parte membranácea, parte mais curta que passa pelos

músculos profundos do períneo; e a parte esponjosa, a mais longa que passa pelo

pênis. A lâmina própria da uretra masculina é de tecido conjuntivo areolar com fibras

elásticas e um plexo venoso.

HOMEM MULHER

FIGURA 1 - Trato urinário no homem e na mulher.

Fonte: Apostila de Anatomia e Fisiologia Humana – Sistema Urinário

Page 7: Trabalho de sist. urinário

2. FUNCIONAMENTO URINÁRIO

A urina é produzida nos rins (os rins regulam o volume e a composição do

sangue, ajudam a regular a pressão arterial, sistematizam glicose, liberam

eritropoietina, participam na síntese de vitamina D e eliminam resíduos pela

formação de urina), saindo dos rins pelos cálices maiores e pelos cálices menores,

os quais se unem na pelve renal, a parte superior do ureter, passam pelos ureteres,

transportando a urina até a bexiga, onde é armazenada. É O peristaltismo força a

urina para frente. O ureter entra obliquamente na bexiga, resultando em uma válvula

fisiológica que impede o refluxo da urina. Por fim, a urina é lançada ao exterior por

meio da uretra. Na parte proximal da uretra, a musculatura lisa da bexiga espessa-

se no esfíncter interno. Quando esse esfíncter relaxa, ocorre a micção. Próximo à

sua abertura no exterior há um esfíncter de músculo estriado esquelético, o esfíncter

externo, responsável pelo controle voluntário da micção.

2.1. FISIOLOGIA RENAL

Para produzir urina, os néfrons e ductos coletores realizam três processos

básicos: filtração glomerular, secreção tubular e reabsorção tubular. Primeiro, na

filtração glomerular, a água e a maioria dos solutos no plasma sanguíneo passam

através das paredes dos capilares glomerulares para a cápsula glomerular e, em

seguida, para o túbulo renal. Na reabsorção tubular, â medida que o líquido filtrado

flui ao longo do túbulo renal e pelo ducto coletor, as células tubulares reabsorvem

aproximadamente 99% da água filtrada e muitos solutos úteis.

A água e os solutos retornam para o sangue à medida que este flui através

dos capilares peritubulares e arteríolas retas. O termo reabsorção refere-se ao

retorno da água e dos solutos filtrados para a corrente sanguínea. O termo

absorção, em contraste, refere-se a entrada de novas substâncias no corpo, como

ocorre no trato gastrointestinal. A secreção tubular ocorre à medida que o líquido flui

ao longo do túbulo e pelo ducto coletor, as células do túbulo e do ducto secretam

outras substâncias, como resíduos, fármacos e excesso de íons, no líquido. A

Page 8: Trabalho de sist. urinário

secreção tubular remove uma substância do sangue. Em outros casos de secreção

– assim como a secreção de hormônios – as células liberam substâncias no líquido

intersticial e no sangue. A função dos néfrons é ajudar a manter homeostasia do

volume e da composição do sangue por meio de filtração, reabsorção e secreção.

Embora a ingestão de urina seja muito variável, o volume total de líquido, no

corpo, permanece razoavelmente estável. A homeostasia do volume de liquido no

corpo depende, em grande parte, da capacidade dos rins de regularem a perda de

água na urina. Funcionando normalmente, os rins produzem um grande volume de

urina diluída, quando a ingestão de líquido é excessiva, em um pequeno volume de

urina concentrada, quando a ingestão de líquido é reduzida ou a perda de líquido é

grande. O ADH controla a formação de urina, seja concentrada ou diluída. Com sua

ausência, a urina é muito diluída. No entanto, uma alta concentração de ADH

estimula a reabsorção de mais água no sangue, produzindo uma urina concentrada.

2.2. FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO VESICAL

Como a maior parte das funções do trato urinário inferior (TUI) relaciona-se

com contração ou relaxamento de sua musculatura lisa, é importante rever o

mecanismo pelo qual isso ocorre. Várias etapas do metabolismo celular relacionam-

se com geração de força na musculatura lisa do TUI. Potencialmente, cada uma

delas pode ser alterada em diferentes condições patológicas e contribuir para causar

anormalidades contráteis da bexiga. Da mesma forma, todas são alvos potenciais de

tratamento farmacológico.

Células musculares lisas têm formato de fuso com 5 a 50 µm de largura e até

0,5 mm de comprimento e três tipos de filamentos em seu citoplasma: espessos

(miosina), finos (actina) e intermediários (vimentina e desmina). A função dos

filamentos intermediários parece estar relacionada à formação do citoesqueleto.

Actina e miosina, por outro lado, têm sua função bem-estudada e constituem a base

estrutural que permite a geração de força pelas células musculares lisas. Um

filamento de miosina é composto de múltiplas moléculas de miosina, cada qual

contendo duas cadeias polipeptídicas, chamadas cadeias pesadas.

Em uma de suas extremidades (cabeça), cada uma das cadeias pesadas tem

duas cadeias menores de polipeptídeos (cadeias leves). Assim, cada molécula de

miosina tem duas cabeças e uma cauda, que por sua vez é responsável pela

Page 9: Trabalho de sist. urinário

habilidade da miosina de se arranjar em filamentos espessos, enquanto na cabeça

residem os sítios para ligação de ATP e actina e atividade enzimática. Filamentos de

actina são compostos de múltiplos monômeros de actina arranjados na forma de

uma cadeia de dupla hélice. A geração de força na célula muscular lisa se faz pela

interação entre os filamentos de actina e miosina, que formam pontes entre si e,

quando ativados, deslizam de maneira a causar contração celular.

A contração da musculatura lisa vesical, assim como a de outros músculos

lisos, é iniciada pela elevação da concentração intracitoplasmática de cálcio (Ca2+)

no citoplasma da célula muscular. Vários estudos mostram que Ca2+ livre liga-se ao

calmodulin e o complexo formado ativa a quinase da cadeia leve de miosina, que

cataliza a fosforilação da cadeia leve de miosina, causando alterações

conformacionais da molécula de miosina provocando contração da fibra muscular e

gerando força. Ca2+ citoplasmático origina-se principalmente de um reservatório

intracelular, o retículo sarcoplasmático (RS). Ele é armazenado no RS através de

uma bomba de cálcio ATP-dependente, que transporta Ca2+ contra o gradiente de

sua concentração. Mensageiros intracelulares são responsáveis pela liberação do

Ca2+ para o citoplasma através de canais específicos de Ca2+. Assim, acetilcolina

liberada na terminação nervosa parassimpática atua sobre receptores muscarínicos

da musculatura lisa vesical, provocando liberação de um mensageiro intracelular,

que sinaliza ao RS para que libere seus estoques de Ca2+. Por sua vez, aumento na

concentração intracelular de Ca2+ determina liberação ainda maior desse elemento

a partir do RS.

Outros neurotransmissores liberados nas terminações nervosas da eferência

parassimpática sobre o TUI podem afetar a concentração intracitoplasmática de

Ca2+ por esse ou por outros mecanismos e promover ou potencializar a contração

vesical. Entre eles, destaca-se o ATP. Declínio na concentração intracitoplasmática

de Ca2+ induz ao relaxamento da fibra muscular, principalmente pelo retorno ativo

do Ca2+ ao RS. O sistema nervoso parassimpático atua principalmente por meio da

liberação de acetilcolina, que estimula os receptores muscarínicos da parede

vesical, promovendo sua contração. Em condições normais, tal contração ocorre

apenas durante a micção; durante a fase de enchimento, a estimulação

parassimpática permanece inibida.

Na bexiga, há pelo menos cinco subtipos de receptores muscarínicos. Na

humana, predominam os subtipos M2 e M3 e os receptores M3 parecem ser

Page 10: Trabalho de sist. urinário

responsáveis pela contração vesical. Portanto, medicamentos que estimulam esses

receptores seriam mais eficazes em promover contração vesical. Em contrapartida,

os que bloqueiam tais receptores seriam mais eficientes em reduzir a hiperatividade

detrusora. Receptores M2 parecem atuar bloqueando o sistema nervoso simpático,

dessa forma, liberando o parassimpático para promover contração vesical. Assim,

bloqueio dos receptores M2 também pode diminuir a contratilidade vesical, e

medicamentos que atuam em receptores M2 ou M3 podem apresentar boa eficiência

na inibição vesical.

Além da acetilcolina, outros neurotransmissores estão envolvidos na

inervação parassimpática sobre o TUI. São os neurotransmissores não adrenérgicos

e não colinérgicos (NANC), dentre os quais se destacam os purinérgicos e, mais

especificamente, o ATP. Atuando sobre receptores P2X e P2Y, ATP pode facilitar a

contração ou o relaxamento da bexiga. Contração detrusora normal parece

depender quase exclusivamente da estimulação colinérgica, ao contrário de alguns

mamíferos em que a contração NANC tem importância significativa em condições

normais. Entretanto, em condições patológicas, a importância da estimulação NANC

parece aumentar significativamente.

O sistema nervoso simpático exerce sua influência sobre o TUI por meio de

estimulação adrenérgica, atuando principalmente na liberação de noradrenalina em

receptores do corpo vesical, da base vesical, da próstata e da uretra. No corpo

vesical, a influência simpática é inibitória, facilitando o relaxamento vesical durante

seu enchimento. Tal ação acontece por meio de receptores b2 e b3. Estes são os

mais importantes e sua estimulação aumenta os níveis citoplasmáticos de AMPc,

determinando sequestro de Ca2+ ao retículo sarcoplasmático, diminuindo a

excitabilidade da célula. Outros neurotransmissores potenciais foram identificados

em gânglios e em nervos do TUI, mas suas funções fisiológicas ainda não são bem

conhecidas. Entre eles, destacam-se neuropeptídeo Y, encefalinas, somatostatina,

polipeptídeo intestinal vasoativo e galanina. Urotélio também exerce função nas

fases de armazenamento e de micção. Em resposta ao estiramento, ele libera ATP

local, que ativa terminações nervosas suburoteliais, agindo em receptores P2X2/3.

2.3. FISIOLOGIA DA MICÇÃO

Page 11: Trabalho de sist. urinário

1) Enchimento: distensão da bexiga induz ativação progressiva dos nervos

aferentes vesicais. Essa ativação é acompanhada pela inibição reflexa da bexiga

através do nervo hipogástrico e simultânea estimulação do esfíncter externo via

nervo pudendo. O CPM é continuamente monitorado sobre as condições de

enchimento vesical, mantendo sua influência inibitória sobre o centro medular sacral,

que inerva a bexiga, e liberando progressivamente a ativação do esfíncter externo;

2) Esvaziamento: após alcançar um nível crítico de enchimento vesical e

sendo a micção desejada naquele momento, o CPM interrompe a inibição sobre o

centro sacral da micção (parassimpático), que ativa a contração vesical através do

nervo pélvico. Ao mesmo tempo, a influência inibitória sobre a bexiga, feita pelo

sistema simpático através do nervo hipogástrico, é interrompida e ocorre simultânea

inibição da ativação somática do esfíncter, relaxando o aparelho esfincteriano e

garantindo a coordenação da micção. Pode-se descrever o ciclo miccional normal

como simples processo de liga-desliga, em que, num primeiro momento, ocorre

inibição dos reflexos da micção (inibição vesical por meio da estimulação simpática e

inibição da estimulação parassimpática) e ativação dos reflexos de enchimento

vesical (estimulação esfincteriana pudenda). Esse mecanismo é alternado para

ativação dos reflexos da micção (estimulação vesical parassimpática) e inibição dos

reflexos de enchimento (inibição da ativação esfincteriana) e as duas fases

alternam-se seguidamente.

Page 12: Trabalho de sist. urinário

4. PROBLEMAS COMUNS NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA URINÁRIO

Alguns dos problemas mais corriqueiros relacionados ao sistema urinário que

nosso corpo pode enfrentar são a formação de cálculos renais e as infecções

urinárias. Um cálculo renal é uma pequena pedrinha que se forma dentro dos rins,

fruto da cristalização fora do normal de substâncias que deveriam ser excretadas. A

formação de pequenos cristais de sais minerais e outras substâncias pode ser

normal, mas não em concentrações que formem uma pedra.

Em alguns casos, os rins tentam expelir a pedrinha que se formou dentro

dele. A dor do contato da pedra com as paredes do tecido renal, dos ureteres e da

uretra é muito forte, em alguns casos comparada com a dor de um parto!

Atualmente, a medicina avançou bastante e há alternativas para a eliminação da

pedra renal com menos dor e sem necessidade de cirurgia, caso da técnica

conhecida como endoscopia flexível com Holmium laser. Além da dor, a pedra em si

não é muito complicada para o organismo – o que deve ser monitorado é o motivo

de ela ter se formado: isso sim pode significar um problema, como hipertensão e

outras condições fisiológicas comprometidas.

As infecções urinárias são causadas por bactérias (micro-organismos) que,

em geral, entram em contato com a vagina ou com o pênis e acabam subindo pela

uretra para bexiga, ureter e rins. Quanto mais “sobe” no sistema, mais grave é o

quadro de infecção que uma pessoa sofre. O tratamento, em geral, é bastante

simples, feito com antibióticos. O problema é que as infecções, na maioria das

vezes, não são tratadas por períodos de tempo mais longos, mas apenas enquanto

os sintomas se manifestam. Isso faz com que não se curem direito e as bactérias

remanescentes causem outros episódios de infecção. As infecções urinárias de

repetição, dependendo do grau e da frequência, podem causar danos às estruturas

dos rins, comprometendo a função desse órgão.

Page 13: Trabalho de sist. urinário

CONCLUSÃO

Portanto, diante dos assuntos abordados, o sistema urinário tem grande

contribuição para todos os sistemas do corpo. Os rins contribuem para a síntese de

calcitriol, a forma ativa da vitamina D, os rins também ajudam as concentrações

sanguíneas de cálcio e fosfatos, importantes para a formação da matriz óssea.

Além disso é por conta dos rins que o ajuste e a concentração sanguínea de

cálcio, que é necessário para que ocorra o processo de contração muscular. Nos

homens a parte da uretra que se estende pela próstata e pênis é uma via de

passagem para o sêmen, assim como para a urina. É na urina que os micróbios

podem ser eliminados.

Há diversos produtos resultantes do metabolismo das células do nosso

corpo, aqueles que reutilizamos em outros processos metabólicos, os que servem

para síntese de outras substâncias importantes ao funcionamento do corpo, os que

diretamente geram energia e há também aqueles que não são mais aproveitados

pelo nosso organismo.

Esses resíduos que não são mais aproveitáveis precisam ser excretados

(colocados para fora), uma vez que o acúmulo deles no organismo pode gerar uma

série de problemas para o indivíduo. Assim, é a partir disso que entra o valor do

sistema urinário. Ele é necessário para que haja uma forma de o corpo excretar,

com segurança, substâncias que não são mais aproveitáveis. Quaisquer

desequilíbrios na homeostasia provocam diversas doenças, como as infecções

urinárias e cálculos renais.

Page 14: Trabalho de sist. urinário

REFERÊNCIAS

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