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É por meio do sistema Urinário que há a eliminação de resíduos ou de substâncias estranhas. Ele contribui para a homeostasia do corpo humano, alterando a composição, o pH, o volume e a pressão do sangue. É por meio desse sistema que a osmolaridade do sangue é mantida. Para se compreender melhor a fisiologia do sistema genito-urinário é preciso aprender sobre a formação dos órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o sistema excretor – que é constituído pelos rins, os ureteres, a bexiga e a uretra.
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INTRODUÇÃO
É por meio do sistema Urinário que há a eliminação de resíduos ou de
substâncias estranhas. Ele contribui para a homeostasia do corpo humano,
alterando a composição, o pH, o volume e a pressão do sangue. É por meio desse
sistema que a osmolaridade do sangue é mantida.
Para se compreender melhor a fisiologia do sistema genito-urinário é preciso
aprender sobre a formação dos órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a
urina - o sistema excretor – que é constituído pelos rins, os ureteres, a bexiga e a
uretra.
Como a anatomia do homem e da mulher são diferentes há a necessidade de
comparar o sistema urinário feminino e o sistema urinário masculino, estudando a
anatomia interna e externa, e a localização dos órgãos que fazem parte do sistema
urinário.
O conhecimento sobre esse sistema contribui para o entendimento acerca dos
desequilíbrios que afetam a homeostasia do corpo. Além disso, também será
possível obter um breve conhecimento histológico a respeito de cada um dos
órgãos, assim como o funcionamento e a função deles.
Logo, os principais objetivos desse trabalho é Identificar as estruturas que
compõem o sistema urinário, e suas funções no organismo; distinguir as diferenças
existentes do homem e da mulher; compreender os problemas (citados no trabalho)
relacionados ao funcionamento urinário. Seguindo tudo isso com uma linguagem
acessível para quem ler.
1. SISTEMA URINÁRIO
A definição mais apropriada para o sistema Urinário é que ele é responsável
pela uropoese (Produção de urina) e pela condução, armazenamento e eliminação
de urina. Estes são mecanismos essenciais para a manutenção da homeostase, isto
é, o estado de equilíbrio nas funções e na composição química dos fluidos. Os
órgãos responsáveis pela formação da urina são os rins, e os órgãos responsáveis
pela eliminação dela são os ureteres, bexiga urinária e uretra.
1.1. OS RINS
As funções dos rins incluem a regulação da composição irônica do sangue,
regulação do PH do sangue, regulação do volume do sangue, regulação da pressão
arterial, manutenção da osmolaridade do sangue, produção de hormônios, regulação
da concentração sanguínea de glicose e excreção de resíduos e de substâncias
estranhas.
O rim é uma estrutura formada por milhares de unidades filtradoras,
chamadas néfrons. Um néfron apresenta uma parte mais dilatada, chamada cápsula
de Bowman e, dentro dela, um aglomerado de vários vasos sanguíneos de calibre
bem pequeno (o glomérulo de Malpighi). É na cápsula que o plasma extravasa
carregando água e pequenas moléculas, como as dos excretas nitrogenados – é o
início do processo de filtração: o produto originado dessa etapa passa para a outra
parte do néfron, chamada túbulo renal, e, na sequência, duto coletor.
Os rins estão localizados imediatamente acima da cintura, entre o peritônio e
a parede posterior do abdome. Como sua posição é posterior ao peritônio da
cavidade abdominal, diz que são retroperitoneais. Os rins estão situados entre os
níveis da última vértebra torácica e a 3ª vértebra lombar, uma posição na qual ficam
parcialmente protegidas pelo décimo primeiro e décimo segundo pares de costelas.
1.1.1. ANATOMIA EXTERNA DOS RINS
Um rim normal, em um adulto, mede aproximadamente 10 a 12 cm de
comprimento, de 5 a 7 cm de largura e de 5 a 7cm de largura e 3 cm de espessura –
aproximadamente o tamanho de uma barra de sabão – e possui massa de 135 a
150 g. A margem medial côncava de cada rim está voltada para a coluna vertebral.
Próximo do centro da margem côncava encontra-se uma fissura vertical profunda,
chamada de hilo renal, por onde passam o ureter, artéria e veia renais, linfáticos e
nervos. Constituem, em conjunto, o pedículo renal.
Três camadas de tecido envolvem cada rim: capsula fibrosa (camada
profunda que serve como barreira contra trauma e ajuda a manter o formato do rim),
capsula adiposa (camada média que envolve a capsula fibrosa) e a fáscia renal
(camada superficial que ancora o rim às estruturas adjacentes e à parede do
abdome.
1.1.2. ANATOMIA INTERNA DOS RINS
Assim que um corte frontal é dado no rim, é possível visualizar duas regiões
distintas: o córtex renal, porção mais pálida, que se projeta em uma segunda porção,
mais escura, esta chamada de medula renal, que é a outra região mais interna
profunda do rim. A medula consiste em diversas estruturas cuneiformes, as
pirâmides renais. A base de cada pirâmide está voltada para o córtex renal e seu
ápice, chamada de papila renal, aponta para o hilo renal. As partes do córtex renal
que se estendem entre amms pirâmides renais são chamadas de colunas renais.
Ainda há o lobo renal, que consiste em uma pirâmide, sua área sobrejacente
do córtex e em uma metade de cada coluna renal adjacente. Além de tudo isso os
rins possuem o parênquima (parte funcional do rim); os néfrons; ductos papilares
(por onde a urina é drenada assim que se formam nos néfrons; cálices renais
menores, subdividem-se em cálices menores, que têm forma de taça, para receber o
ápice das pirâmides renais e oferece encaixe; a pelve renal e o seio renal.
1.2. OS URETERES
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar
canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único,
denominado ureter, que deixa o rim em direção à bexiga urinária. Cada um dos
ureteres transporta urina da pelve renal de um rim para a bexiga urinária. As
contrações peristálticas das paredes musculares dos ureteres empurram a urina
para a bexiga urinária, mas a pressão hidrostática e a gravidade também
contribuem. As ondas peristálticas, que passam da pelve renal para o a bexiga
urinária, variam em frequência de uma a cinco por minuto, dependendo da
velocidade de formação da urina.
Embora não haja válvula anatômica no óstio de cada ureter, há uma
fisiológica que é muito eficiente. Conforme a bexiga urinária se enche com urina, a
pressão interna comprime os óstios oblíquos dos ureteres, impedindo o fluxo
retrógado de urina. Quando esta válvula fisiológica não funciona adequadamente, é
possível que micróbios subam pelos ureteres, a partir da bexiga urinária, para
infectar um ou ambos os rins.
1.2.1. ANATOMIA DOS URETERES
Os ureteres medem entre 25 e 30 m de comprimento e são tubos estreitos
com predes espessas, que variam de 1mm a 10 mm de diâmetro ao longo de seu
trajeto, entre a pelve renal e a bexiga urinária. Como os rins, os ureteres são
retroperitoneais. Na base da bexiga urinária, os ureteres se curvam medialmente e
passam obliquamente através da parede da face posterior da bexiga urinária.
As paredes dos ureteres são constituídas por 3 túnicas distintas: túnica
mucosa, a mais profunda de epitélio de transição e uma lâmina própria; túnica
muscular, uma túnica intermediária composta de camadas circular externa e
longitudinalmente interna de fibras musculares lisas. A peristalse é a principal função
dessa túnica; e a túnica adventícia, a túnica superficial. Ela é uma túnica que contém
vasos sanguíneos, linfáticos e nervos que suprem a túnica muscular e a túnica
mucosa. Essa túnica funde-se ao tecido conjuntivo adjacente e ancora os ureteres
no lugar.
1.3. A BEXIGA URINÁRIA
A bexiga urinária é um órgão muscular elástico e oco, situado na cavidade
pélvica, posteriormente à sínfise púbica. Ela tem por função armazenar urina. Nos
homens localiza-se diretamente anterior ao reto; nas mulheres, situa-se anterior a
vagina e inferior ao útero. O que mantém a bexiga em sua posição são as pregas do
peritônio. Quando levemente distendidas em razão do acúmulo de urina, a bexiga
urinária é esférica. Quando está vazia, é achatada. Conforme o volume de urina
aumenta, torna-se piriforme e se ergue, ocupando a cavidade abdominal. A
capacidade média da bexiga urinária é de 700 a 800 ml. É menor nas mulheres,
porque o útero ocupa espaço imediatamente superior a bexiga urinária.
1.3.1 ANATOMIA DA BEXIGA URINÁRIA
No assoalho da bexiga urinária encontra-se o trígono, uma pequena área
triangular. Os dois cantos posteriores do trígono contém duas aberturas, chamados
de óstio interno da uretra. Três túnicas formam a parede da bexiga: túnica mucosa,
composta por epitélio de transição e uma lâmina própria adjacente; túnica muscular
intermediária, que também pode ser chamado de músculo detrusor da bexiga; e a
túnica adventícia, é contínua com a dos ureteres. Há ainda os músculos esfíncter
interno e externo. Sobre a face superior da bexiga está a túnica serosa.
1.4. A URETRA
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar
e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se
fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura
desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos. A
uretra, no homem, também elimina sêmen (líquido contendo espermatozoides).
Nas mulheres, a uretra se situa diretamente posterior à sínfise pública, está
direcionada obliquamente, para baixo e para frente, e possui um comprimento de 4
cm (Fig,1). No sexo masculino, ela passa primeiro pela próstata, depois pelos
músculos profundos do períneo e, por fim, pelo pênis, uma distância de
aproximadamente 20cm (Fig.1).
1.4.1. ANATOMIA DA URETRA
A abertura da uretra para o exterior, o óstio externo da uretra, está localizado
entre o clitóris e o óstio da vagina. A parede da uretra feminina consiste em uma
túnica mucosa profunda e uma túnica muscular superficial. A túnica mucosa é uma
membrana composta de epitélio e de lâmina própria (tecido conjuntivo areolar com
fibras elásticas de plexo venenoso).
A uretra masculina também consiste de túnica mucosa profunda e uma túnica
muscular superficial, é subdividida em 3 regiões anatômicas: parte prostática, pois
passa pela próstata; parte membranácea, parte mais curta que passa pelos
músculos profundos do períneo; e a parte esponjosa, a mais longa que passa pelo
pênis. A lâmina própria da uretra masculina é de tecido conjuntivo areolar com fibras
elásticas e um plexo venoso.
HOMEM MULHER
FIGURA 1 - Trato urinário no homem e na mulher.
Fonte: Apostila de Anatomia e Fisiologia Humana – Sistema Urinário
2. FUNCIONAMENTO URINÁRIO
A urina é produzida nos rins (os rins regulam o volume e a composição do
sangue, ajudam a regular a pressão arterial, sistematizam glicose, liberam
eritropoietina, participam na síntese de vitamina D e eliminam resíduos pela
formação de urina), saindo dos rins pelos cálices maiores e pelos cálices menores,
os quais se unem na pelve renal, a parte superior do ureter, passam pelos ureteres,
transportando a urina até a bexiga, onde é armazenada. É O peristaltismo força a
urina para frente. O ureter entra obliquamente na bexiga, resultando em uma válvula
fisiológica que impede o refluxo da urina. Por fim, a urina é lançada ao exterior por
meio da uretra. Na parte proximal da uretra, a musculatura lisa da bexiga espessa-
se no esfíncter interno. Quando esse esfíncter relaxa, ocorre a micção. Próximo à
sua abertura no exterior há um esfíncter de músculo estriado esquelético, o esfíncter
externo, responsável pelo controle voluntário da micção.
2.1. FISIOLOGIA RENAL
Para produzir urina, os néfrons e ductos coletores realizam três processos
básicos: filtração glomerular, secreção tubular e reabsorção tubular. Primeiro, na
filtração glomerular, a água e a maioria dos solutos no plasma sanguíneo passam
através das paredes dos capilares glomerulares para a cápsula glomerular e, em
seguida, para o túbulo renal. Na reabsorção tubular, â medida que o líquido filtrado
flui ao longo do túbulo renal e pelo ducto coletor, as células tubulares reabsorvem
aproximadamente 99% da água filtrada e muitos solutos úteis.
A água e os solutos retornam para o sangue à medida que este flui através
dos capilares peritubulares e arteríolas retas. O termo reabsorção refere-se ao
retorno da água e dos solutos filtrados para a corrente sanguínea. O termo
absorção, em contraste, refere-se a entrada de novas substâncias no corpo, como
ocorre no trato gastrointestinal. A secreção tubular ocorre à medida que o líquido flui
ao longo do túbulo e pelo ducto coletor, as células do túbulo e do ducto secretam
outras substâncias, como resíduos, fármacos e excesso de íons, no líquido. A
secreção tubular remove uma substância do sangue. Em outros casos de secreção
– assim como a secreção de hormônios – as células liberam substâncias no líquido
intersticial e no sangue. A função dos néfrons é ajudar a manter homeostasia do
volume e da composição do sangue por meio de filtração, reabsorção e secreção.
Embora a ingestão de urina seja muito variável, o volume total de líquido, no
corpo, permanece razoavelmente estável. A homeostasia do volume de liquido no
corpo depende, em grande parte, da capacidade dos rins de regularem a perda de
água na urina. Funcionando normalmente, os rins produzem um grande volume de
urina diluída, quando a ingestão de líquido é excessiva, em um pequeno volume de
urina concentrada, quando a ingestão de líquido é reduzida ou a perda de líquido é
grande. O ADH controla a formação de urina, seja concentrada ou diluída. Com sua
ausência, a urina é muito diluída. No entanto, uma alta concentração de ADH
estimula a reabsorção de mais água no sangue, produzindo uma urina concentrada.
2.2. FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO VESICAL
Como a maior parte das funções do trato urinário inferior (TUI) relaciona-se
com contração ou relaxamento de sua musculatura lisa, é importante rever o
mecanismo pelo qual isso ocorre. Várias etapas do metabolismo celular relacionam-
se com geração de força na musculatura lisa do TUI. Potencialmente, cada uma
delas pode ser alterada em diferentes condições patológicas e contribuir para causar
anormalidades contráteis da bexiga. Da mesma forma, todas são alvos potenciais de
tratamento farmacológico.
Células musculares lisas têm formato de fuso com 5 a 50 µm de largura e até
0,5 mm de comprimento e três tipos de filamentos em seu citoplasma: espessos
(miosina), finos (actina) e intermediários (vimentina e desmina). A função dos
filamentos intermediários parece estar relacionada à formação do citoesqueleto.
Actina e miosina, por outro lado, têm sua função bem-estudada e constituem a base
estrutural que permite a geração de força pelas células musculares lisas. Um
filamento de miosina é composto de múltiplas moléculas de miosina, cada qual
contendo duas cadeias polipeptídicas, chamadas cadeias pesadas.
Em uma de suas extremidades (cabeça), cada uma das cadeias pesadas tem
duas cadeias menores de polipeptídeos (cadeias leves). Assim, cada molécula de
miosina tem duas cabeças e uma cauda, que por sua vez é responsável pela
habilidade da miosina de se arranjar em filamentos espessos, enquanto na cabeça
residem os sítios para ligação de ATP e actina e atividade enzimática. Filamentos de
actina são compostos de múltiplos monômeros de actina arranjados na forma de
uma cadeia de dupla hélice. A geração de força na célula muscular lisa se faz pela
interação entre os filamentos de actina e miosina, que formam pontes entre si e,
quando ativados, deslizam de maneira a causar contração celular.
A contração da musculatura lisa vesical, assim como a de outros músculos
lisos, é iniciada pela elevação da concentração intracitoplasmática de cálcio (Ca2+)
no citoplasma da célula muscular. Vários estudos mostram que Ca2+ livre liga-se ao
calmodulin e o complexo formado ativa a quinase da cadeia leve de miosina, que
cataliza a fosforilação da cadeia leve de miosina, causando alterações
conformacionais da molécula de miosina provocando contração da fibra muscular e
gerando força. Ca2+ citoplasmático origina-se principalmente de um reservatório
intracelular, o retículo sarcoplasmático (RS). Ele é armazenado no RS através de
uma bomba de cálcio ATP-dependente, que transporta Ca2+ contra o gradiente de
sua concentração. Mensageiros intracelulares são responsáveis pela liberação do
Ca2+ para o citoplasma através de canais específicos de Ca2+. Assim, acetilcolina
liberada na terminação nervosa parassimpática atua sobre receptores muscarínicos
da musculatura lisa vesical, provocando liberação de um mensageiro intracelular,
que sinaliza ao RS para que libere seus estoques de Ca2+. Por sua vez, aumento na
concentração intracelular de Ca2+ determina liberação ainda maior desse elemento
a partir do RS.
Outros neurotransmissores liberados nas terminações nervosas da eferência
parassimpática sobre o TUI podem afetar a concentração intracitoplasmática de
Ca2+ por esse ou por outros mecanismos e promover ou potencializar a contração
vesical. Entre eles, destaca-se o ATP. Declínio na concentração intracitoplasmática
de Ca2+ induz ao relaxamento da fibra muscular, principalmente pelo retorno ativo
do Ca2+ ao RS. O sistema nervoso parassimpático atua principalmente por meio da
liberação de acetilcolina, que estimula os receptores muscarínicos da parede
vesical, promovendo sua contração. Em condições normais, tal contração ocorre
apenas durante a micção; durante a fase de enchimento, a estimulação
parassimpática permanece inibida.
Na bexiga, há pelo menos cinco subtipos de receptores muscarínicos. Na
humana, predominam os subtipos M2 e M3 e os receptores M3 parecem ser
responsáveis pela contração vesical. Portanto, medicamentos que estimulam esses
receptores seriam mais eficazes em promover contração vesical. Em contrapartida,
os que bloqueiam tais receptores seriam mais eficientes em reduzir a hiperatividade
detrusora. Receptores M2 parecem atuar bloqueando o sistema nervoso simpático,
dessa forma, liberando o parassimpático para promover contração vesical. Assim,
bloqueio dos receptores M2 também pode diminuir a contratilidade vesical, e
medicamentos que atuam em receptores M2 ou M3 podem apresentar boa eficiência
na inibição vesical.
Além da acetilcolina, outros neurotransmissores estão envolvidos na
inervação parassimpática sobre o TUI. São os neurotransmissores não adrenérgicos
e não colinérgicos (NANC), dentre os quais se destacam os purinérgicos e, mais
especificamente, o ATP. Atuando sobre receptores P2X e P2Y, ATP pode facilitar a
contração ou o relaxamento da bexiga. Contração detrusora normal parece
depender quase exclusivamente da estimulação colinérgica, ao contrário de alguns
mamíferos em que a contração NANC tem importância significativa em condições
normais. Entretanto, em condições patológicas, a importância da estimulação NANC
parece aumentar significativamente.
O sistema nervoso simpático exerce sua influência sobre o TUI por meio de
estimulação adrenérgica, atuando principalmente na liberação de noradrenalina em
receptores do corpo vesical, da base vesical, da próstata e da uretra. No corpo
vesical, a influência simpática é inibitória, facilitando o relaxamento vesical durante
seu enchimento. Tal ação acontece por meio de receptores b2 e b3. Estes são os
mais importantes e sua estimulação aumenta os níveis citoplasmáticos de AMPc,
determinando sequestro de Ca2+ ao retículo sarcoplasmático, diminuindo a
excitabilidade da célula. Outros neurotransmissores potenciais foram identificados
em gânglios e em nervos do TUI, mas suas funções fisiológicas ainda não são bem
conhecidas. Entre eles, destacam-se neuropeptídeo Y, encefalinas, somatostatina,
polipeptídeo intestinal vasoativo e galanina. Urotélio também exerce função nas
fases de armazenamento e de micção. Em resposta ao estiramento, ele libera ATP
local, que ativa terminações nervosas suburoteliais, agindo em receptores P2X2/3.
2.3. FISIOLOGIA DA MICÇÃO
1) Enchimento: distensão da bexiga induz ativação progressiva dos nervos
aferentes vesicais. Essa ativação é acompanhada pela inibição reflexa da bexiga
através do nervo hipogástrico e simultânea estimulação do esfíncter externo via
nervo pudendo. O CPM é continuamente monitorado sobre as condições de
enchimento vesical, mantendo sua influência inibitória sobre o centro medular sacral,
que inerva a bexiga, e liberando progressivamente a ativação do esfíncter externo;
2) Esvaziamento: após alcançar um nível crítico de enchimento vesical e
sendo a micção desejada naquele momento, o CPM interrompe a inibição sobre o
centro sacral da micção (parassimpático), que ativa a contração vesical através do
nervo pélvico. Ao mesmo tempo, a influência inibitória sobre a bexiga, feita pelo
sistema simpático através do nervo hipogástrico, é interrompida e ocorre simultânea
inibição da ativação somática do esfíncter, relaxando o aparelho esfincteriano e
garantindo a coordenação da micção. Pode-se descrever o ciclo miccional normal
como simples processo de liga-desliga, em que, num primeiro momento, ocorre
inibição dos reflexos da micção (inibição vesical por meio da estimulação simpática e
inibição da estimulação parassimpática) e ativação dos reflexos de enchimento
vesical (estimulação esfincteriana pudenda). Esse mecanismo é alternado para
ativação dos reflexos da micção (estimulação vesical parassimpática) e inibição dos
reflexos de enchimento (inibição da ativação esfincteriana) e as duas fases
alternam-se seguidamente.
4. PROBLEMAS COMUNS NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA URINÁRIO
Alguns dos problemas mais corriqueiros relacionados ao sistema urinário que
nosso corpo pode enfrentar são a formação de cálculos renais e as infecções
urinárias. Um cálculo renal é uma pequena pedrinha que se forma dentro dos rins,
fruto da cristalização fora do normal de substâncias que deveriam ser excretadas. A
formação de pequenos cristais de sais minerais e outras substâncias pode ser
normal, mas não em concentrações que formem uma pedra.
Em alguns casos, os rins tentam expelir a pedrinha que se formou dentro
dele. A dor do contato da pedra com as paredes do tecido renal, dos ureteres e da
uretra é muito forte, em alguns casos comparada com a dor de um parto!
Atualmente, a medicina avançou bastante e há alternativas para a eliminação da
pedra renal com menos dor e sem necessidade de cirurgia, caso da técnica
conhecida como endoscopia flexível com Holmium laser. Além da dor, a pedra em si
não é muito complicada para o organismo – o que deve ser monitorado é o motivo
de ela ter se formado: isso sim pode significar um problema, como hipertensão e
outras condições fisiológicas comprometidas.
As infecções urinárias são causadas por bactérias (micro-organismos) que,
em geral, entram em contato com a vagina ou com o pênis e acabam subindo pela
uretra para bexiga, ureter e rins. Quanto mais “sobe” no sistema, mais grave é o
quadro de infecção que uma pessoa sofre. O tratamento, em geral, é bastante
simples, feito com antibióticos. O problema é que as infecções, na maioria das
vezes, não são tratadas por períodos de tempo mais longos, mas apenas enquanto
os sintomas se manifestam. Isso faz com que não se curem direito e as bactérias
remanescentes causem outros episódios de infecção. As infecções urinárias de
repetição, dependendo do grau e da frequência, podem causar danos às estruturas
dos rins, comprometendo a função desse órgão.
CONCLUSÃO
Portanto, diante dos assuntos abordados, o sistema urinário tem grande
contribuição para todos os sistemas do corpo. Os rins contribuem para a síntese de
calcitriol, a forma ativa da vitamina D, os rins também ajudam as concentrações
sanguíneas de cálcio e fosfatos, importantes para a formação da matriz óssea.
Além disso é por conta dos rins que o ajuste e a concentração sanguínea de
cálcio, que é necessário para que ocorra o processo de contração muscular. Nos
homens a parte da uretra que se estende pela próstata e pênis é uma via de
passagem para o sêmen, assim como para a urina. É na urina que os micróbios
podem ser eliminados.
Há diversos produtos resultantes do metabolismo das células do nosso
corpo, aqueles que reutilizamos em outros processos metabólicos, os que servem
para síntese de outras substâncias importantes ao funcionamento do corpo, os que
diretamente geram energia e há também aqueles que não são mais aproveitados
pelo nosso organismo.
Esses resíduos que não são mais aproveitáveis precisam ser excretados
(colocados para fora), uma vez que o acúmulo deles no organismo pode gerar uma
série de problemas para o indivíduo. Assim, é a partir disso que entra o valor do
sistema urinário. Ele é necessário para que haja uma forma de o corpo excretar,
com segurança, substâncias que não são mais aproveitáveis. Quaisquer
desequilíbrios na homeostasia provocam diversas doenças, como as infecções
urinárias e cálculos renais.
REFERÊNCIAS
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