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Trabalho de Transtornos Alimentares.docx
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Trabalho de Transtornos Alimentares
Os transtornos alimentares (TA), bem como a obesidade, tem atingido adultos,
crianças e adolescentes. A obesidade é definida como uma doença crônica multifatorial,
caracterizada por um excesso de massa adiposa de acordo com gênero, idade e estatura.
Os TA caracterizam-se por uma perturbação alimentar, com excessiva preocupação em
relação à forma e massa corporal, que leva o paciente a ter comportamentos dirigidos
principalmente à redução de massa corpórea. Podem ser divididos em três categorias:
anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e transtornos alimentares sem outra
especificação (TASOE).
A insatisfação com a imagem corporal é um dos fatores para o desenvolvimento de
TA, além de baixa autoestima e insatisfação com a aparência, o que torna o indivíduo
mais susceptível a alterações no comportamento alimentar. A adolescência é um período
de transformações físicas, hormonais, afetivas e sociais, em que há extrema
preocupação com aparência, massa e imagem corporal.
O corpo é um meio de comunicação entre o indivíduo e ambiente, por isso a exces-
siva preocupação com a aparência no período da adolescência, em que as mudanças
físicas naturais do corpo se convertem em sensações sexuais e atração física, influen-
ciam os relacionamentos sociais. Entende-se por imagem corporal a figura do corpo, a
qual é formada na mente do indivíduo pelo contato íntimo e com o ambiente. A
distorção é uma discrepância entre corpo real e o ideal e está presente no transtorno,
pois existe uma preocupação excessiva com o corpo, e transtornos alimentares acabam
se tornando a consequência do conflito. A insatisfação está relacionada com
autopercepção referente a tamanho, imagem e forma do corpo. Tanto distorção quanto
insatisfação da autoimagem corporal implicam no desenvolvimento de sentimentos de
autodesvalorização, afetos negativos, depressão e alterações no comportamento
alimentar, tais como obesidade, compulsão alimentar, etc. Fatores sociais, influências
socioculturais e a busca incessante por um padrão de corpo ideal associado às
realizações e felicidade estão entre as principais causas de alterações na percepção da
imagem corporal. Nesse sentido, vários estudos mostram haver uma relação entre a
imagem corporal e o desenvolvimento de transtornos alimentares, mais especificamente
a AN e BN.
Anorexia nervosa (AN)
A AN é caracterizada por grande redução de massa corporal causada por dietas
rigorosas, distorção da imagem corporal e alterações no ciclo menstrual. A AN pode ser
dividida em: restritiva, chegando ao jejum completo, e purgativa, associada à vômitos
autoinduzidos, uso de laxantes, remédios e exercícios físicos excessivos. Sua principal
característica é o medo de engordar, pois essa patologia causa alteração da percepção da
imagem corporal e faz negar a fome, o que afeta o corpo de diversas formas, podendo
gerar grandes prejuízos. O comportamento alimentar dos indivíduos com AN é o oposto
dos sujeitos com obesidade, porém, nas duas doenças, a imagem do corpo é distorcida,
não só na forma mas também na função.
Várias alterações do apetite e perturbações da imagem corporal podem ocorrer
nas crianças em idade escolar, apesar de cerca de 45% das crianças de ambos os sexos
em idade escolar quererem ser mais magras e 37% tentarem perder peso, somente uma
pequena proporção delas desenvolve um transtorno alimentar. A AN ocorre mais em
mulheres jovens, com a influência da cultura do corpo e da pressão para a magreza que
as mulheres sofrem nas sociedades ocidentais (especialmente as adolescentes) parece
estar associada com o desencadeamento de comportamentos anoréticos. Determinadas
profissões que exigem leveza para melhor desempenho (como ginastas, bailarinas) ou
esbeltez para “comercialização” da imagem (modelos, atrizes) se encontram em risco
aumentado para o desenvolvimento do transtorno. Na sua forma típica, a AN se inicia
geralmente na infância ou na adolescência. O início é marcado por uma restrição
dietética progressiva com a eliminação de alimentos como os carboidratos. O medo de
engordar é uma característica essencial, servindo muitas vezes como um diferencial para
outros tipos de anorexia secundárias a doenças clínicas ou psiquiátricas.
Bulimia nervosa (BN)
Caracterizada por compulsão alimentar seguida de compensação inadequada de
controle de massa corporal, como vômitos induzidos, medicamentos, dietas, excesso de
exercícios físicos, etc. A BN é extremamente rara antes dos 12 anos, pois o transtorno é
característico das mulheres jovens e adolescentes, tendo a compulsão alimentar como
sintoma principal e costuma surgir no decorrer de uma dieta para emagrecer. No início,
pode se achar relacionado à fome, mas posteriormente, quando o ciclo compulsão
alimentar-purgação já está instalado, ocorre em todo tipo de situação que gera
sentimentos negativos (frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão). Inclui um aspecto
comportamental objetivo que seria comer uma quantidade de comida considerada
exagerada se comparada ao que uma pessoa comeria em condições normais; e um
componente subjetivo que é a sensação de total falta de controle sobre o seu próprio
comportamento. O vômito auto-induzido ocorre em cerca de 90% dos casos, sendo
portanto o principal método compensatório utilizado. No começo, a paciente necessita
de manobras para induzir o vômito, como a introdução do dedo ou algum objeto
na garganta.
Outros métodos utilizados pelas bulímicas para controle do peso após uma
ingestão exagerada são: o uso inadequado de medicamentos do tipo laxativo, de
diuréticos, de hormônios, etc.
Obesidade
A obesidade é uma doença complexa com sua própria fisiopatologia e
capacidades debilitantes. Acredita-se em três causas possíveis: genética, aumento
calórico na alimentação e redução de gasto energético. Sabe-se que disfunções e
distúrbios emocionais também podem estar associados à obesidade, estudos mostram
que indivíduos obesos consomem mais alimentos em situações de ansiedade, depressão,
tristeza e raiva, principalmente as mulheres, como forma compensatória emocional, e na
adolescência, sentimentos como dúvidas, medo, sofrimento, insatisfação e culpa estão
mais presentes.