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Trabalho de variação linguística
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Sumário
1 - Apresentação
1.1 – Objetivo1.2 – Metodologia
2 – Porque Elomar?3 – Corpus: Cantiga do Estradar4 – Conclusão5 - Bibliografia
1 – Apresentação
“Os limites da minha linguagem denotam os
limites do meu pensamento” (Ludiwigi da Silva)
Os estudos da linguística histórica apontam a possibilidade de que as línguas ocidentais tenham se originado de uma matriz comum, o Indo-Europeu, há muitos séculos, em uma região isolada. Com a migração dos povos através dos continentes, o contato com situações de sobrevivência inéditas e novas condições impostas pela natureza, o homem foi forjando novas formas de organização e uma nova cultura.
A linguagem, a forma pela qual o homem recorta a realidade e assim constrói o conhecimento, foi, então, modificando-se dentro de cada um desses povos e afastando-se cada vez mais do indo-europeu. Isso ajudou a criar uma identidade e uma forma de pensar única entre os integrantes desses grupos.
Para o linguista suíço Ferdinand de Saussure, linguagem é língua e fala. A língua é construção e contadora do conhecimento do mundo. Ela é um sistema que permite o consenso e a intercomunicação entre os indivíduos de um mesmo grupo. Ao mesmo tempo em que a língua precisa se conservar para assegurar a inteligibilidade, ela precisa se modificar para abarcar novos conteúdos.
A língua é o meio de comunicação verbal utilizado por uma determinada comunidade linguística, sendo assim, compreende todo o código linguístico de que dispõe tais falantes em suas mais variadas formas de combinação. Variadas porque uma comunidade linguística não é homogênea, já que é composta por diferentes tipos grupos de pessoas, cujas características socioeconômicas, culturais, de gêneros e etárias determinam qual será o tipo de combinação usado em determinada situação de interação.
Dessa forma, a língua compreende um conjunto de variantes, algumas das quais podem ser próprias dos falantes, sua origem geográfica e sua classe social, nesse caso originando o dialeto. Outras são próprias de cada contexto comunicacional em que os indivíduos interagem durante todo o dia, compreendendo os registros ou níveis de fala, que, por sua vez, classificam-se pelo maior ou menor grau de informalidade.
O dialeto, portanto, seria uma variedade regional da língua materna do falante, caracterizada pelas particularidades lexicais, gramaticais e/ou fonéticas do meio que o individuo vive; é sua identidade, a transferência do que ele e seu grupo social são para a língua, ou, a cultura e o modo de viver transferidos para o código linguístico. E esse é um dos principais motivos para se conhecer os diversos tipos de dialetos que compõem uma língua, já que auxilia na compreensão dos diferentes estilos de vida que formam determinada comunidade linguística.
Neste cenário de diversidade, para cada tipo de dialeto ou registro há uma norma para reger o uso correto e eficaz do código linguístico, ou o sistema, visando uma comunicação bem sucedida em cada contexto. Para definir a norma de cada grupo social, atenta-se para a definição do que é normal, ou seja, quais são as escolhas linguísticas frequentemente utilizadas pelos usuários; tal norma é denominada objetiva ou implícita. Como essa norma já foi internalizada pelos falantes, a sua ruptura por algum individuo o tornará vítima de sanções por parte dos outros usuários.
Dentre todas as normas existentes no Brasil, há uma norma padrão tradicional, um tipo de “modelo ideal” a qual todos os falantes desejam alcançar. Neste caso, a sanção aos dialetos e aos registros que estiverem distantes dessa norma, denominada prescritiva ou explicativa, será a atribuição de menos prestígio dentro da sociedade; mas, se o contrário acontecer, e estiverem mais próximos da norma padrão, eles gozarão de maior prestígio dentro da comunidade linguística ao todo.
A classificação de um enunciado linguístico com menos ou mais proximidade da norma tradicional padrão leva à configuração de norma popular e norma culta. Ou seja, se um grupo social utiliza enunciados distantes da norma prescritiva/ explicativa, então a norma que rege seu sistema é a popular. Caso contrário, se é normal dentro de um grupo social os enunciados se aproximar mais da norma prescritiva/ explicativa, a norma utilizada nessa comunidade é a culta.
Essa diferenciação é motivo de hierarquização dentro da sociedade, e leva ao preconceito linguístico, principalmente porque os falantes populares são, geralmente, os de menor escolaridade, compondo a parcela mais pobre, enquanto que os falantes cultos são mais letrados, com alto padrão de vida econômico.
O poema Vício na Fala, de Oswald de Andrade, ilustra algumas das variações que podem ocorrer na língua portuguesa falada no Brasil:
“Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha teia
Para telhado teiado
E vão fazendo telhados.”
Podemos observar essas variações sob as perspectivas:
Histórica – analisa as mudanças sofridas no decorrer do tempo, por meio da comparação da língua em dois momentos distintos;
Geográfica – analisa as mudanças na pronúncia das palavras, escolha de vocabulário e construções sintáticas em uma determinada região;
Social – analisa as semelhanças nas formas de expressão dos indivíduos, de acordo com critérios como gênero, faixa etária, educação, cultura;
Estilística – analisa o grau de formalidade da circunstância de comunicação entre os falantes.
Metaplasmos
Dentro da evolução histórica da língua, ocorrem modificações de ordem fonética, chamadas de metaplasmos. O termo metaplasmo tem origem no grego µετα = além + πλασµóς = formação, transformação, através de sua evolução. Eles podem ser divididos em: metaplasmos por
permuta; metaplasmos por aumento; metaplasmos por subtração e metaplasmos por transposição.
→Metaplamos por permuta: São a substituição de um fonema por outro, podem ocorrer por meio da:
Sonorizacão: quando um fonema surdo é substituído por um sonoro (isso ocorre, em geral, no mesmo ponto de articulação do aparelho fonador). Ex: cito > cedo e acutu > agudo.
Vocalização: quando um fonema consonantal é transformado em um fonema vocálico. Ex: palpare > poupar e regnu > reino.
Consonantização; quando um som vocálico é transformado em um consonantal. Ex:
Assimilação: quando ocorrer uma mudança para um fonema muito próximo (vogal ou consoante). Ex: paomba (arc.) (<palumba) > poomba (arc.) (>pomba) e maor (<maiore) > moor (arc.) (>mor).
Dissimilação: um fonema desaparece quando já existe outro no vocábulo (consoante ou vogal) semelhante ou igual. Ex: calamellu > caramelo e temoroso > temeroso.
Nasalização: quando o fonema oral é transformado em nasal. Ex: mae (arc.) (<matre) > mãe e mihi > mi > mim.
Desnasalização: quando o fonema nasal é transformado em oral. Ex: pessoa (arc.) (<persona) > pessoa e bona > bõa > boa.
Apofonia ou deflexão: quando a vogal da sílaba inicial tem uma modificação ao se unir a um prefixo. Ex: subjectu (>sujeito) e perfectu (>perfeito).
Metafonia: quando ocorrer a modificação do timbre de uma vogal por influência da vogal ou semivogal seguintes. Ex: debita > dívida e dormio > durmo.
→Metaplasmos por aumento: Quando há adição de um fonema à palavra e pode ocorrer por meio de:
Prótese: no início do vocábulo. Ex: scuto > escudo e nanu > anão
Epêntese: no meio da palavra. Ex. área (<arena) > areia e sembrante (arc.) (>semblante).
Anapitxe: é uma epêntese especial. Um grupo de consoantes é desfeito pela intercalação de uma voga. Ex: bratta (<blatta) > barata e fevrairo (<febrariu por februariu) > fevereiro.
Paragoge: no fim da palavra. Ex. ante > antes.
→Metaplasmos por subtração: Quando se tem a perda de fonema em uma palavra e pode ocorrer por meio de:
Aférese: perda de fonema no início da palavra. Ex: inamorare > namorar e inodio> nojo
Síncope: perda do fonema no interior da palavra. Ex: veritate > verdade e manica > manga.
Haplologia: quando uma sílaba desparece em razão da existência de outra igual na palavra. Ex: idololatria > idolatria e perdeda (<perdita) > perda.
Apócope: perda de fonema no final de palavra. Ex: regale > real e mense > mês.
Crase: quando ocorre a fusão de dois fonemas vocálicos iguais. Ex: see (arc.) (<sede) > sé e door (arc.) (<dolore) > dor.
Sinalefa: desaparecimento de fonema vocálico no fim da palavra, quando a próxima é iniciada por vogal. Ex. de+este > deste e de+ex+de > desde.
→Metaplasmo por transposição: Quando há o deslocamento do acento de fonema ou acento tônico da palavra e pode ocorrer por meio de :
Metátese: na mesma sílaba ou entre sílabas. Ex: semper > sempre (>sempre) e super > supre (>sôbre).
Hipertése: de uma sílaba para outra. Ex: beflar > blefar e cardaço > cadarço
Hiperbibasmo: pode ser dividido em duas categorias: sístole (recuo do acento tônico da palavra). Ex: Ávaro > avaro e Côndor > condor. Diástole: avanço do acento tônico da palavra. Ex: Xeróx > xérox e Gratuíto > gratuito.
→Monotongação: é o resultado de uma tendência fonética histórica de apagamento da semivogal nos ditongos crescentes ou decrescentes. Tal tendência já era encontra no latim vulgar. [Rêno] por [ reino].
→Arcaísmo: É a conservação de forma de transição do latim ao português, de acordo com Camacho.
1.1 - Objetivo
Utilizando as palavras de Simões (Pag.14), em um país com as dimensões do Brasil, a variante do português aqui praticada sofre influências das mais diversas, gerando, assim, um leque de concretizações linguísticas que precisam ser conhecidas, sobretudo pelo povo brasileiro. É compartilhando da mesma visão que o presente trabalho tem a finalidade de analisar as variações linguísticas na região da caatinga baiana por meio da canção Cantiga do Estradar, de Elomar Figueira de Mello.
O texto em análise não está de acordo com o conceito de língua-padrão, que, segundo a definição de Leite (Pag. XX), é xxxxxxxxxxxxx.
1.2 - Metodologia
Para a realização da análise do texto da canção, o grupo procurou investigar os diversos tipos de variações existentes por meio da leitura de livros, teses, material escrito e documentários publicados na Internet, além dos textos discutidos em sala de aula e seminários; consultas ao Museu da Língua Portuguesa.
2 - Por que Elomar?
Chama a atenção em um mundo contemporâneo, no qual as informações nos alcançam com extrema velocidade e o conhecimento tornou-se fragmentado e efêmero, que alguém vá contra a correnteza e se expresse com uma forma já em desuso,o Trovadorismo.
É assim que Elomar Figueira de Mello retrata o seu povo, o nordestino da caatinga baiana, e seu modo de viver, suas penas e suas alegrias, amalgamando poesia e religião em um sincretismo sublime do espírito humano.
Fomos seduzidos pela simbologia apocalíptica da qual suas letras são impregnadas e como os mitos bíblicos são resgatados e apresentados com poesia.
Deste modo, o escolhemos, o príncipe da caatinga nas palavras de Vinícius de Moraes, o menestrel brasileiro, aquele que canta suas poesias e nos encanta com sua música, qual Orfeu em sua doce lira.
A arte de sua linguagem, com sua beleza e maestria, serviram para nós, estudantes das Letras, como convite e força motriz, para nos aprofundarmos no conhecimento linguístico de nosso rico idioma.
3 - Corpus
Cantiga do estradar (LP Cartas Cantigueiras, lançado em 1995)
Tá fechando sete tempo
qui mia vida é camiá
pulas istradas do mundo
dia e noite sem pará
Já visitei os sete rêno
adonde eu tia qui cantá
sete didal de veneno
traguei sem pestanejá
mais duras penas só eu veno
ôtro cristão prá suportá
sô irirmão do sufrimento
de pauta vea c'a dô
ajuntei no isquicimento
o qui o baldono guardô
meus meste a istrada e o vento
quem na vida me insinô
vô me alembrano na viage
das pinura qui passei
daquelas duras passage
nos lugari adonde andei
Só de pensá me dá friage
nos sucesso qui assentei
na mia lembrança
ligião de condenados
nos grilhão acorrentados
nas treva da inguinorança
sem a luiz do Grande Rei
tudo isso eu vi nas mia andança
nos tempo qui eu bascuiava
o trecho alei
tô de volta já faiz tempo
qui dexei o meu lugá
isso se deu cuano moço
qui eu saí a percurá
nas inlusão que hai no mundo
nas bramura qui hai pru lá
saltei pur prefundos pôço
qui o Tioso tem pru lá
Jesus livrô derna d'eu môço
do raivoso me paiá
já passei pur tantas prova
inda tem prova a infrentá
vô cantando mias trova
qui ajuntei no camiá
lá no céu vejo a lua nova
cumpaia do istradá
ele insinô qui nois vivesse
a vida aqui só pru passá
nois intonce invitasse
o mau disejo e o coração
nois prufiasse pra sê branco
inda mais puro
qui o capucho do algudão
qui nun juntasse dividisse
nem negasse a quem pidisse
nosso amô o nosso bem
nossos terém nosso perdão
só assim nois vê a face ogusta
do qui habita os altos ceus
o Piedoso o Manso o Justo
o Fiel e cumpassivo
Siô de mortos e vivos
Nosso Pai e nosso Deus
disse qui havéra de voltá
cuano essa terra pecadora
marguiada in trans gressão
tivesse chea de violença
de rapina de mintira e de ladrão
4 - Análise do corpus
Nota-se em evidência na canção uma forma de se expressar que se distância, e muito, da língua-padrão portuguesa. Nela, está registrada a oralidade sertaneja, do nordeste brasileiro, especificamente a caatinga baiana, de forma explícita e legítima, com todas as nuances e gradações. Essa oralidade modifica-se através do exercício diário da fala pelo povo, de forma sutil e morosa, tendo em vista o menor grau de contato dos falantes, do recorte em análise, com as regiões adjacentes.
4.1 - Exemplos de metaplasmos por permuta encontrados na canção:
4.1.1 - Sonorização
Bascuiava (=vasculhava)
4.1.2 – Desnasalação
Mia (=minha)
Camiá (=caminhar)
Tia (=tinha)
Viage (viagem)
Passagem (=passagem)
Friage (=friagem)
Tioso (Tinhoso)
Cumpaia (=cumpanhia)
4.1.3 – Metafonia
Istradas (=estradas)
Didal (=dedal)
Sufrimento (=sofrimento)
Isquicimento
(=esquecimento)
Insinô (=ensinou)
Lugari (=lugares)
Ligião (=legião)
Qui (=que)
Pru (=pra)
Pur (=por)
Infrentá (=enfrentar)
Disejo (=desejo)
Algudão (=algodão)
Pidisse (pedisse)
Mintira (mentira)
4.1.4 – Consonantização
Já (=iam) Vivesse (=verbo viver > uiuere)
4.1.5 – Assimilação
4.1.5.1 – Assimilação regressiva
Essa (=ersa)
4.1.6 - Dissimilação
4.1.6.1 – Progressiva
Lugá (lugar > local (e)
4.2 - Exemplos de metaplasmos por aumento encontrados na canção:
4.2.1 - Prótese
Ajuntei (=juntei) Alembrano (=lembrando)
4.2.2 - Apêntese
Iririrmão (= irmão)
Luiz (=luz)
Faiz (=faz)
Inlusão (=ilusão)
Nois (=nós)
Prufiasse (=porfiasse)
Adonde (=aonde)
Mais (=mas)
4.2.3 - Paragoge ou epítese
Hai (=há) Pru (=por)
4.3 - Exemplos de metaplasmos por subtração encontrados na canção:
4.3.1 - Aférese
Tá (=está)
Baldono (=abandono)
Inda (=ainda)
4.3.2 - Apócope
[sete] tempo
[sete ] Reno
[sete] didal
[das] pinura
[duras] passage
[nos] lugari
[nos] sucesso
[nos] grilhão
[nas] treva
[nas] mia andança
[nos] tempo
[nas] bramura
[per] prefundos poço
[tantas] prova
[mias] trova
[nois] prufiasse
4.3.3 - Síncope
Mia (=minha)
Camiá (=caminhar)
Tia (=tinha)
Veno (=vendo)
Prá (=para)
Vea (=venha)
Meste (=mestre)
Alembrano (=alembrando)
Pinura (=pernúria)
Alei (=alheio)
Cuano (=quando)
Percurá (procurar)
Cimpaia (=companhia)
4.3.4 - Crase
Reno (=reino)
Ôtro (=outro)
Chea (=cheia)
Violença (=violência)
4.4 - Exemplos de metaplasmos por transposição encontrados na canção:
4.4.1 - Metátese
Prufiasse (=porfiasse)
4.5 - Exemplos de monotongação encontrados na canção:
Rêno (=reino)
Guardô (=guardou)
Insinô (=ensinou)
Vô (=vou)
Alei (=alheio)
Tô (=estou)
4.6 - Arcaísmo
quid (Etim. Lat.) > que in (Etim. Lat.) > em
4.7 – Palavras de uso pouco frequente
4.8 - Dialetos
4.7 - Simbologia
Sete: esse número aparece nas expressões sete tempo e sete rêno : o número sete, por ser a soma do número três, relacionado à divindade, com o número quatro, relacionado à humanidade, pode simbolizar a fusão entre o macrocosmo e o microcosmo, bem como a fusão de Deus à humanidade. É uma citação de cunho extremamente religioso (principalmente cristão, sete dias da semana, criação, sete pecados capitais, sete céus).
Aliada a outros termos também constantes no texto, como referências bíblicas (Jesus, Grande Rei, Piedoso, “Siô dos mortos e vivos”, por exemplo), é possível mencionar a origem religiosa do enunciador. Em uma dessas referências, há a substantivação de dois adjetivos, “Tinhoso” (originalmente, pessoa que possui tinha, espécie de ferida cutânea de origem fúngica) e “Raivoso” (quem tem raiva), ambas associadas ao diabo. Tal utilização pode ser justificada culturalmente, visto que pretende evitar a evocação do significado pela distorção do significante, sendo tal processo recorrente também em outros vocábulos como “coisa-ruim” ou distorções fonéticas, como “dianho”.
4.8 - Vocabulário
Bramura: palavra mencionada dentro de um dicionário de quixabeirês (município de Quixabeira/BA) com o significado de travessuras. No entanto, Darcília Simões (pag. XX) diz que a palavra está vinculada ao conceito de catástrofe, desastre. No caso da canção Cantiga de Estradar, o grupo concluiu que os dois conceitos podem ser utilizados.
Paiá: Segundo Darcília Simões (pag. XX) , a palavra está relacionada a apanhar. O grupo não consegui vincular o termo à canção apresentada, talvez haja uma justificativa fonética que a gente pode verificar com algum professor de linguística [O meu professor é formado em Fonologia, então ele pode ajudar. Um dicionário angolano disponível em um blog sobre angola mostra a palavra traduzida como “aldabrar”, “tramar”. Para o grupo, as duas utilizações são cabíveis no texto.
Prufiasse: tem origem no verbo porfiar, que significa insistir, lutar por algo.
Terém: segundo o Houaiss, significa objeto de pequeno ou de pouco valor, treco.
Intonce e invitar: podem ser vinculadas ao espanhol “Entonces”(então) e “invitar” (convidar).
Derna: expressão de desde que na, de acordo com Darcília Simões (pag. XX). Mas, o grupo conclui que a palavra foi utilizada para colaborar na musicalidade ou empregada como “desde quando”, simplesmente.
Marguiada: está empregado no sentido de “mergulhada”.
4 - Conclusão
Após a análise do corpus, concluiu-se que
é fundamental que a língua, para o seu desenvolvimento, tenha o máximo de contato com outras culturas, para que consiga se atualizar de acordo com as novas circunstâncias da realidade. No entanto, é preciso que se tenha o cuidado para que a memória e a identidade de uma nação não se extingam em detrimento de línguas externas.
Referências Bibliográficas
El lenguaje secreto de los símbolos”, David Fontana, 1993, Tradução [espanhola] de Maria José Garcia Ripoll, editora Debate, Círculod e Lectores.
Língua e Estilo de Elomar, Darcília Simões (org); Luiz Karol & Any Cristina Salomão – Rio De janeiro: Dialogarts, 2006. P.150.
http://www.filologia.org.br/anais/anais%20iv/civ05_86-94.html Texto publicado por Alfredo Maceira Rodriguez, da Universidade Católica de Brasília.
http://quixabeiraterradeninguem.blogspot.com.br/
http://casadeluanda.blogspot.com.br/2008/03/dicionrio-angolano-de-m-z.html
SIMÕES, Darcilia Marindir Pinto. Parcela da língua sertaneza de Elomar Figueira de Melo. Rio de Janeiro, 2003. http://www.filologia.org.br/vicnlf/anais/parcela.html
http://cliquemusic.uol.com.br/discos/ver/elomar/cartas-catingueiras
Linguística da Norma – Carlos Aberto Faraco
A Variação Linguística – Roberto G. Camacho
Variação Linguística: Dialetos, Registros e Norma Linguística – Marli Quadros Leite