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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL ESCOLA DE SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA FISIOTERAPIA DESPORTIVA 1

Trabalho Desportiva Pronto

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Page 1: Trabalho Desportiva Pronto

FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL

ESCOLA DE SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA DESPORTIVA

CURITIBA

2010

1

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CAMILA DE FÁTIMA DE OLIVEIRA

DANIELE CRISTINA DO CARMO DE ÁVILA

ELAINE CRISTINA MAGALHÃES SILVA

FERNANDA SOUZA PEDRO BOM

LUCIANE APARECIDA STRAUB DE ANDRADE

FISIOTERAPIA DESPORTIVA

Trabalho elaborado para fins de obtenção de

nota avaliativa da matéria de Tópicos

especiais II do curso de Fisioterapia sob

orientação da professora Patricia Harder do

Nascimento Bahia

CURITIBA

2010

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Page 3: Trabalho Desportiva Pronto

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................03

1.1 FISIOTERAPIA DESPORTIVA............................................................................04

1.2 PRINCIPAIS LESÕES POR ESPORTE................................................................04

1.3 DEFINIÇÃO DAS PRINCIPAIS LESÕES DESPORTIVAS................................05

1.4 PRINCIPAIS LESÕES NO ESPORTE..................................................................06

1.4.1 Tendinopatia patelar ou jumper’s knee (joelho do saltador)...................06

1.4.2 Síndrome do impacto................................................................................06

1.4.3 Ligamento cruzado anterior (LCA) .........................................................08

1.4.4 Ligamento cruzado posterior (LCP) ........................................................09

1.4.5 Cotovelo de tenista e golfista...................................................................10

1.4.6 Lesões meniscais......................................................................................11

1.4.7 Lesão meniscal medial.............................................................................12

1.4.8 Lesão meniscal lateral..............................................................................14

1.4.9 Pubalgia....................................................................................................16

1.4.10 Sindrome da banda iliotibial...................................................................18

2. CONCLUSÃO......................................................................................................................19

3. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................19

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Fisioterapia Desportiva

No Brasil e o mundo houve um crescimento do esporte nos últimos anos com isso

diversas áreas da saúde ganharam destaque em nosso país. O Fisioterapeuta desportivo vem

ganhando espaço na equipe multidisciplinar, atuante de forma integrada em prol de um

rendimento maior do atleta, ao lado dos médicos, educadores físicos, massagistas, psicólogos,

nutricionistas conseqüência do aumento da competitividade, do profissionalismo no esporte e

do crescente apoio da iniciativa privada, entre outros fatores. A Fisioterapia por muitos é vista

como uma intervenção indicada no processo de reabilitação de lesões sofridas por atletas, mas

não está ligada só ao tratamento do atleta lesado, mas também à adoção de medidas

preventivas a fim de reduzir a ocorrência de lesões. O trabalho preventivo se dá

principalmente no período antecedente às competições, os atletas devem ser avaliados com o

enfoque de detectar possíveis alterações biomecânicas e neuromusculares, a partir das quais o

fisioterapeuta elabora um plano de treinamento de caráter preventivo. Visando a busca por

diversas possibilidades de que cada vez menos lesões venham a ocorrer durante as atividades

desportivas 1.

O fisioterapeuta que trabalha com esportistas, não deve esquecer que o preparo físico

do atleta não é tudo que deve ser avaliado, mas saber também que a ansiedade e distúrbios

psicológicos também são fatores predisponentes a lesões. O índice de ansiedade do atleta e o

tempo para retorno aos treinos ou jogos, deve ser considerado dentro de um programa de

reabilitação esportiva. Sabe-se que a maioria das lesões durante a prática esportiva ocorrem

como resposta a uma composição inadequada de forças, de modo que é essencial o

fisioterapeuta conhecer biomecânica profundamente para tratar e prevenir as lesões.Podemos

citar como medidas preventivas então os seguintes itens: preparo adequado físico e mental;

uso de sapatos adequados; conhecimento acerca dos fatores climáticos( tipos de lesão no frio

e calor); proteção das áreas mais suscetíveis; biotipo coerente com o esporte praticado;

repouso adequado; e pratica de atividades compensatórias 2.

Quando a prevenção primária não foi possível, estabelece-se a necessidade de pensar

no nível secundário, para evitar o surgimento de complicações que podem aumentar o tempo

de afastamento do atleta. Os aspectos mais importantes nessa etapa da reabilitação aparecem

de acordo com o tipo de lesão, mas podemos dizer que os mais comuns são: controle de dor

(analgesia); minimizar o processo inflamatório; restaurar a amplitude de movimento;

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melhorar força muscular e resistência; treinos proprioceptivos ( padrões adequados de acordo

com o esporte praticado); evitar compensações posturais; pois estas, poem favorecer a

ocorrência de novas lesões quando o atleta retornar as atividades normais; e evitar o

surgimento de lesões recidivantes. Essas são algumas das funções do fisioterapeuta que atua

na área esportiva 2.

O trabalho da fisioterapia desportiva é bastante diferente dos outros, pois tudo tem que

ser muito rápido e funcionalmente mais efetivo, pois o atleta mais do que qualquer outro

indivíduo precisará executar todas as funções do seu corpo, músculos, ossos e articulações, no

máximo de potência e amplitude para execução perfeita de todos os movimentos. Dentro da

fisioterapia do esporte é também importante a integração do trabalho estático com o

treinamento do indivíduo através da reeducação dos atos motores específicos da modalidade 3.

1.2 Principais lesões por esporte

Futebol: Os joelhos e tornozelos são segmentos muitos sacrificados no futebol, são

eles que absorvem o impacto dos constantes saltos e giros realizados pelos atletas. As

lesões ligamentares e articulares são responsáveis por quase metade das lesões no

esporte. As lesões dos membros inferiores são as mais freqüentes sendo que às do

joelho, coxa e tornozelo são as que mais afetam atletas de futebol profissional 4 a

posição dos jogadores também influenciam na incidência de lesão; os jogadores de

meio campo e ataque são os que sofrem um número maior de lesões comparados com

os outros setores do campo 5.

Voleibol: Observa-se como as principais lesões:

a síndrome do impacto, em que a ocorrência da lesão depende da anatomia e da

morfologia do acrômio porém ela ocorre pela alta freqüência de elevações dos

membros superiores associadas ao componente de força, como nos saques, bloqueios,

cortadas e toques 6;

o “joelho do saltador” ou “jumper’s knee”, que contece devido ao fato de o salto ser

uma das atividades contidas em qualquer um dos fundamentos deste esporte;

e as fraturas e luxações pelo impacto da bola, principalmente nos bloqueios 6.

Basquetebol: O tornozelo é o local mais acometido sendo o mecanismo de lesão

(inversão do tornozelo com flexão plantar) ocorre principalmente na aterrissagem após

o salto. O joelho é descrito como segundo local mais acometido, os principais fatores

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causadores de lesão estão as paradas bruscas, dribles, giros e mudanças de direção,

predispondo as lesões do menisco medial e também do ligamento cruzado anterior 6.

Tênis: o tênis é um esporte que apresenta lesões características do praticante como o

tennis elbow ou “cotovelo de tenista” e também conhecida como epicondilite lateral,

ocorre principalmente, pelo movimento incorreto ao rebater uma bola e por outros

determinantes extrínsecos, como a raquete. Outra lesão comum é o tennis leg, é

caracterizada por uma ruptura das fibras musculares do gastrocnêmico 6.

Natação: o ombro é apontado como o segmento de maior acometimento de lesões na

natação, o grande número de movimentos associados ao impacto da tuberosidade

maior do úmero contra o manguito rotador (na adução seguida de rotação interna) são

fatores primordiais. As lesões na coluna cervical e lombar também são comuns,

devido à postura de hiperextensão lombar, movimentos repetitivos e fadiga dos

músculos cervicais, principalmente no nado borboleta. O joelho, terceira região mais

acometida, sofre pela rotação e abdução realizadas como técnica do nado peito 6.

1.3 Definição das principais lesões desportivas

Distensão: Se caracteriza pelo rompimento de fibras musculares, ocorre se o atleta

fizer um esforço para o qual não está preparado. Todos os músculos têm uma

capacidade elástica limitada ultrapassando este limite pode ocorrer à lesão 6.

Contusão: É uma lesão traumática, aguda, sem corte e decorrente de trauma direto aos

tecidos moles, provocando dor e edema. Nesse caso há infiltração de sangue nos

tecidos circundantes 6.

Tendinopatia: É uma síndrome clínica que descreve o uso excessivo de tendões

lesionados, gerando inflamação ou degeneração. É caracterizada por uma combinação

de dor, inchaço difuso ou localizado e desempenho prejudicado 6.

Entorse: Define-se como uma lesão do ligamento de uma determinada articulação,

encontrando como sinais e sintomas a dor, inchaço e verifica-se imediata ou

gradualmente uma incapacidade para a movimentação do local 6.

Luxação Articular: É a perda da continuidade do contato de um dos ossos que

constituí a articulação. Normalmente por trauma intempestivo e com grande energia

cinética 6.

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1.4 Principais lesões no esporte

1.4.1 Tendinopatia patelar ou jumper’s knee (joelho do saltador)

A tendinopatia patelar é uma afecção que acomete freqüentemente atletas praticantes

de atividades de salto ou aquelas que exigem força de impacto repetitivo7.

Histologicamente, a sobrecarga excessiva no tendão pode provocar alterações na matriz

extracelular, resultando em pequenas lesões que, cronicamente, poderão levar a um quadro de

tendinose, principalmente na região do pólo inferior da patela. A dor na região anterior do

joelho é o primeiro sintoma relatado pelo paciente portador dessa afecção 7.

Seu início é insidioso e gradual, principalmente após atividade física, mas, com a

progressão da doença, pode tornar-se freqüente durante ou já no início da atividade. O

diagnóstico de tendinopatia do patelar é eminentemente clínico, caracterizado por dor à

palpação no pólo inferior da patela e adjacências e, nos casos mais avançados, nódulo

palpável e edema associado podem ser visualizados. Exames complementares, como

radiografia, ultra-sonografia (US) e ressonância magnética (RM) auxiliam no diagnóstico 7.

O US e a RM são os mais indicados, pois podem definir o local exato da lesão, sua

extensão, como também identificar a presença ou não de alterações degenerativas, sendo a

RM o que fornece melhor resolução. O tratamento inicial da tendinopatia é clínico, com

repouso relativo, correção dos fatores etiológicos, além de crioterapia e medidas

fisioterápicas. A utilização da medicação analgésica e antiinflamatória é controversa. Nos

casos que não respondem ao tratamento clínico, o cirúrgico é opção, e várias técnicas são

descritas, a literatura demonstrando índices variados de bons resultados 7.

1.4.2 Síndrome do impacto

A síndrome do impacto (SI) é uma síndrome dolorosa do ombro acompanhada por

alteração na mobilidade local, sendo caracterizada por uma tendinite, geralmente, do tendão

do supra-espinhoso e bursa subacromial, com lesão parcial ou total deste ou de outros

tendões. Essa síndrome é perpetuada pelo efeito cumulativo de traumas e estresse nas muitas

passagens do manguito rotador por debaixo do arco coracoacromial. Isso resulta em irritação

do tendão supra-espinhoso e, possivelmente, infra-espinhoso, assim como em hipertrofia da

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bursa subacromial, que pode tornar-se fibrótica, reduzindo assim ainda mais um espaço já

comprometido 8.

A maioria das lesões atléticas do ombro representa o resultado de uma atividade

repetitiva realizada acima da cabeça e que pode ser classificada como microtraumática ou

resultante de um mecanismo de uso excessivo (overuse). O mecanismo fisiopatológico da

impactação freqüente na região avascular vulnerável dos tendões do supra – espinhoso e do

bíceps é devido o uso excessivo, que leva a uma irritação crônica decorrente de uma resposta

inflamatória inicial. O impacto pode resultar em inflamação em outras estruturas como o

bíceps e a articulação acromioclavucular, isso se dá, pela intima associação anatômica do

ombro com outras regiões. Com o atrito exagerado devido o processo inflamatório, poderá

ocorrer microlacerações e lacerações parciais. Se o processo continua, pode haver alterações

ósseas na articulação acromioclavicular e levar a laceração completa do manguito 8.

Os mecanismos de lesões no ombro do atleta ocorrem por meio atraumático e

traumático. Os movimentos repetitivos, principalmente dos atletas arremessadores, praticantes

de esportes de não-contato (natação, tênis e vôlei), são responsáveis por grande número de

lesões atraumáticas Os traumas diretos ou indiretos ocorrem principalmente nos esportes que

priorizam o contato físico, como judô, rúgbi e jiu-jítsu 8.

Dentre os fatores relacionados à prática esportiva estão: esporões degenerativos,

espessamento crônico da bursa, depósitos crônicos de cálcio, tensão da cápsula posterior do

ombro, frouxidão ligamentar e hipovascularização do tendão do supra-espinhoso, juntamente

associado à atividade que envolva abdução do ombro acima de 90 graus paralelo ao plano

sagital 8.

O tratamento conservador da SIO envolve um conjunto de procedimentos que passam

por medidas analgésicas, anti-inflamatórias e fisioterapia, sendo a última, ferramenta

indispensável no processo de recuperação. As rupturas completas do manguito rotador podem

ser tratadas de forma conservadora mesmo em idosos e sedentários, sendo o reparo cirúrgico

indicado nos casos de dor e fraqueza muscular persistentes 9.

Os objetivos gerais no tratamento fisioterapêutico são alívio do quadro álgico, ganho

de amplitude de movimento (ADM) e melhora da força muscular (FM) de maneira que

permita maior funcionalidade no membro acometido, consequentemente, a elaboração de um

protocolo de tratamento adequado depende da evolução clínica da patologia 9. O tratamento

fisioterapêutico na fase inicial da SIO tem como objetivo a redução ou abolição da dor e

diminuição do processo inflamatório instalado, sendo importante evitar exercícios exagerados

8

Page 9: Trabalho Desportiva Pronto

que possam agravar ainda mais o quadro agudo. Nesta fase, o uso da TENS (estimulação

nervosa elétrica transcutânea) é indicada no controle e modelação da dor e a crioterapia, por

causa do efeito de resfriamento, pode favorecer a redução da inflamação. Do mesmo modo, a

tração do ombro com pequenos graus de abdução pode ser indicada como mecanismo de

descompressão articular e alívio do quadro álgico, além dos exercícios pendulares 9.

Após alívio da dor e redução do processo inflamatório agudo, os exercícios para ganho

de ADM e melhora da flexibilidade dos músculos rotadores laterais e mediais do ombro e

rombóides devem ser inseridos no programa de reabilitação. A evolução do tratamento

fisioterapêutico deve enfatizar atividades de reforço muscular dos estabilizadores da escápula 9.

1.4.3 Ligamento cruzado anterior (LCA)

A ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das lesões mais comuns que

ocorrem no joelho de indivíduos praticantes de atividade esportiva 10.

Vários são os mecanismos responsáveis pela lesão no ligamento cruzado anterior. Estes

incluem: rotação externa, abdução e força anterior aplicada à tíbia; rotação interna do fêmur

sobre a tíbia fixa e hiperextensão do joelho. As lesões ocorrem mais freqüentemente em

situações onde não ocorre contato físico direto 10.

O ligamento cruzado anterior é o ligamento do joelho mais comumente lesado em

virtude de ser o estabilizador principal dessa articulação. Além disso, o ligamento cruzado

anterior além de promover a estabilidade anterior da tíbia em relação ao fêmur possui ainda as

funções de mecanismo de trava, controle do estresse em valgo e varo, limita a hiperextensão e

guia a flexo-extensão tibiofemoral 10.

Os testes de instabilidade devem se realizados buscando identificar estruturas

ligamentares lesadas, sendo que o teste de Lachman é um dos mais fidedignos para a

avaliação do LCA como também o teste de gaveta anterior 11.

Atualmente a técnica de tratamento cirúrgico que vem sendo utilizada para

reconstrução do LCA é a artroscopia onde vem apresentando bom resultado, considerada a

mais segura devido a menor agressão tendo como vantagem, um acesso adequado, facilitando

um pós-operatório mais confortável, com menor dor, permitindo uma reabilitação rápida 11.

A instabilidade verdadeira ocorre quando um componente ósseo se movimenta sobre

outro de maneira anormal, geralmente descrita como falseio do joelho 12.

9

Page 10: Trabalho Desportiva Pronto

O tratamento conservador consiste em melhora do quadro de dor, exercícios que visem

manutenção da amplitude de movimentos e exercícios que visem o fortalecimento muscular,

assim como o endurance 12.

A movimentação precoce é benéfica por reduzir a dor, evitar retrações capsulares,

lesões da cartilagem articular, e por minimizar formação de fibrose, evitando as limitações

articulares 11.

1.4.4 Ligamento cruzado posterior (LCP)

O ligamento cruzado posterior (LCP),é considerado como o restritor da anteriorização

do fêmur sobre a tíbia (ou posteriorização da tíbia), com o joelho fletido. Após a lesão do

LCP, a queixa mais comum é a de dor, principalmente em flexões além de 90º e não a

instabilidade 12.

Trata-se de uma lesão bem menos freqüente no esporte quando comparada com a lesão

do LCA. O mecanismo da lesão pode ser: hiperextensão do joelho (associada à lesão do

LCA), impacto direto contra a tíbia no joelho fletido, queda sobre o joelho fletido e pé em

extensão (flexão plantar), impacto direto sobre o joelho em extensão, causando deformidade

em valgo ou varo exagerado. As lesões indiretas ocorrem por traumas rotacionais, geralmente

no pé de apoio, e comprometem, além do LCP, os ligamentos periféricos e o LCA 13.

O LCP é o maior e o mais forte ligamento do joelho, responsável por impedir a

traslação posterior da tíbia e considerado como estabilizador primário do joelho 13.

Com freqüência, essa lesão não causa limitações funcionais importantes, possuindo

poucos sintomas, sendo rara a hemartrose. Alguns autores mostram pacientes com boa função

de joelho após lesão 13.

Nas ultimas décadas, as lesões do LCP têm recebido atenção crescente por parte dos

pesquisadores. Entretanto, o conhecimento e a compreensão a respeito da hístoria natural do

LCO são pequenos quando comparados às lesões do LCA 13.

Tradicionalmente, as lesões do LCP têm sido tratadas por procedimentos

conservadores. Porém, a ruptura de ligamento e a perda de função aumenta dramaticamente e

as forças aplicadas, principalmente na articulação do joelho e na articulação patelofemoral. Se

a cirurgia for indicada, ela deve restabelecer as atividades funcionais e restaurar a anatomia

norma. Já o tratamento conservador tem o objetivo de recuperar a estabilidade dinâmica da

articulação, o ganho da força original do quadríceps, ou até mesmo superar a sua capacidade

10

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inicial preservando a articulação patelofemoral e os demais ligamentos que estão íntegros 13.

Visando assim analgesia, ganho de amplitude de movimento (ADM), alongamento e

fortalecimento muscular.

1.4.5 Cotovelo de tenista (epicondilite lateral) e golfista (epicondilite medial)

A patologia cotovelo do tenista conhecida como epicondilite lateral é definida como

uma lesão crônica de repetição que acomete os tendões que têm origem no epicôndilo lateral

do cotovelo, podendo causar alterações internas de sua estrutura e degeneração de sua matriz,

impedindo a sua regeneração e maturação em tendão normal 14.

Essa doença pode manifestar-se a partir da adolescência até idades avançadas, com

pico de incidência nos grupos etários entre 35 e 50 anos e em indivíduos que executam

movimentos crônicos de repetição no cotovelo como nos esporte de arremesso e jogadores de

tênis 14 com técnica usada para rebater bolas no lado oposto ao da mão que segura a raquete,

movimento chamado backhand. Ela manifesta-se por dor centrada no epicôndilo lateral do

cotovelo, com irradiação pela região da musculatura extensora da mão e do punho 15.

Os danos causados na epicondilite lateral consistem em microtraumas na parte dos

tendões e dos músculos no epicôndilo lateral. Os microtraumas promovem o surgimento de

hiperplasia fibranginosa no tendão acometido, como resultado de estímulos repetitivos

crônicos. Esses achados sugerem que a epicondilite crônica constitui uma entidade mais

degenerativa que inflamatória. Depois do trauma inicial, estas áreas se lesam com mais

freqüência, conduzindo a hemorragia e a formação com depósitos de tecido granulosos e de

cálcio dentro dos tecidos circunvizinhos 15.

Epicondilite medial também denominada cotovelo do jogador de golfe, apresenta-se

como dor local sobre o epicôndilo medial do cotovelo. É menos comum que a epicondilite

lateral e compromete o tendão do flexor radial do carpo. As causas mais freqüentes da

epicondilite medial são as atividades em que ocorre flexão repetitiva do punho ou fechamento

freqüente dos punhos. Atividades esportivas em que ocorre este tipo de lesão são em

arremessadores, jogadores de golfe, de "racquet" de boliche e nadadores. A lesão muscular e

observada na origem dos grupos musculares flexores e pronadores do punho 16.

No tratamento fisioterapêutico as técnicas mais utilizadas para o tratamento são o uso

de ultrassom, ondas curtas, eletroestimulação e gelo 17.

11

Page 12: Trabalho Desportiva Pronto

Utilizamos de rotina o laser e o ultrassom nas fases iniciais, e já iniciamos

precocemente (a partir do segundo dia após a aplicação de PRP) os exercícios leves de

extensão e flexão do punho e dedos. A partir daí progride-se para a realização de exercícios

excêntricos e propriocepção (a partir da primeira semana) leves, sempre visando a melhora de

toda a parte proprioceptiva do membro superior.A partir da quarta semana, o atleta já se

encontra bem para a realização de exercícios específicos do esporte, e podemos inclusive

realizar os exercícios com uma raquete mais leve e sem cordas, com ou sem resistência

elástica, para incorporar o trabalho de ganho de força muscular.Os movimentos de direita e

esquerda, na clínica de reabilitação, já podem ser realizados com bola mais leve a partir da

sexta semana e, a partir daí, iniciamos um programa de reeducação do gesto esportivo. O

atleta é liberado definitivamente para jogos e competições entre a 10ª e 12ª semana 17.

1.4.6 Lesões meniscais

Os meniscos são estruturas fibro-cartilaginosas que se situam entre os côndilos

femorais e o platô tibial. Os côndilos femorais são de formato arredondado e o platô tem um

formato relativamente plano.18

A não concordância das superfícies articulares é compensada pela interposição dos

meniscos que possui três faces: superior concava, em contato com os côndilos; Periférica

cilíndrica, onde se fixa a cápsula sendo a face mais profunda; Inferior, quase plana, situada na

periferia da glenóide interna e da glenóide externa.18

Os meniscos se assemelham com uma meia lua com um corno anterior e outro

posterior, sendo que os cornos do menisco externo estão mais próximos entre si do que os do

menisco interno. Contribuem na estabilidade, sendo um dos complexos estabilizadores,

centralizando os côndilos durante os movimentos, evitando sobrecarga do complexo

ligamentar e distribuem as pressões, fazendo com que o peso corporal não seja transmitido

diretamente ao ponto de contato entre o fêmur e a tíbia.19

Ameniza as pressões, servindo como uma espécie de almofada, principalmente quando

o joelho é submetido a forças excessivas. Facilitam a nutrição da cartilagem, promovendo

uma melhor distribuição do líquido sinovial por toda a superfície da cartilagem articular 19.

As lesões também podem ser de origem traumática ou não-traumáticas. As lesões de

etiologia traumática são decorrentes de traumas rotacionais ou axiais, que fraturam a estrutura

12

Page 13: Trabalho Desportiva Pronto

meniscal. Admitimos que a presença de instabilidade favorece a ocorrência de lesão e então

subdividimos as lesões traumáticas em com e sem instabilidade.19

As traumáticas são causadas por violência exterior e, o basquete é um dos esportes

mais violentos para o joelho, porque existe uma excessiva repetição de movimentos de

impulsão, saltos com paradas bruscas, além da grande característica mesomórfica dos atletas,

lesando principalmente os ligamentos, meniscos e tendões da articulação.20

No voleibol, as lesões são devidas aos movimentos de impulsão, às pancadas contra o

solo e aos exercícios de aquecimento insuficientes. Entre outros fatores, os que influenciam

em lesões especialmente do futebol, estão a hiperextensão da articulação do joelho nos chutes,

torções ocasionadas por mau jeito ou pelo gramado desnivelado e, principalmente, por

traumatismo durante a atividade. No handebol, as lesões ocorrem principalmente por causa

dos giros, saltos para arremesso com projeção para frente e por meio de traumatismos.20

São ocasionadas pelo emprego errôneo dos movimentos técnicos, pela falta de

treinamento, pela estafa física e, em particular, pela associação trabalho-força; podem ser

lesões mediais ou laterais.20

As lesões do menisco medial são 20 vezes mais freqüentes que as lesões do menisco

lateral. O menisco medial adere firmemente à cápsula articular e ao ligamento colateral

medial, de modo a ficar mais exposto aos traumatismos.21

1.4.7 Lesão meniscal medial

A lesão do menisco inicialmente pode ser pequena, mas se não for tratada

adequadamente pode não cicatrizar e evoluir a uma lesão maior ou até mesmo gerar outras

lesões.21

Os meniscos são avasculares, não tem suprimento sangüíneo na porção interna da

fibrocartilagem, de modo que, quando ocorre ruptura, a cicatrização é quase impossível.

Existe algum suprimento na porção externa do menisco, tornando possível a cicatrização da

estrutura. 21

Podendo ter etiologia considerando três tipos de lesões meniscais mediais:

traumáticas, degenerativas e congênitas 22.

A traumática com mecanismo de lesão resulta de um esforço de torção aplicado à

articulação do joelho fletida. Como o menisco medial está firmemente aderido ao ligamento

colateral medial, esforços de rotação de ligamento podem lacerar e/ou deslocar o menisco

medial da cápsula fibrosa. Parte da cartilagem lacerada pode ser luxada em direção ao centro

13

Page 14: Trabalho Desportiva Pronto

da articulação e se alojar entre os côndilos tibial e femoral. Isso "trava o joelho" na posição

fletida, impedindo a total extensão. Quando o peso é sustentado pela articulação do joelho

fletida, uma súbita rotação também pode romper o menisco medial, geralmente dividindo-o

no sentido longitudinal. Esta lesão é comum em atletas que rodam os joelhos fletidos

enquanto correm (por ex. rúgbi e basquete). Também ocorre em mineradores de carvão e

outras pessoas que podem cair para frente quando trabalham em uma posição agachada ou de

cócoras.21

As lesões de etiologia degenerativa são conseqüência dos processos degenerativos

articulares decorrentes do envelhecimento ou de seqüelas traumáticas ou inflamatórias.As

lesões de etiologia congênita ocorrem em meniscos congenitamente malformados, como por

exemplo, o menisco discóide 21

O quadro clínico das lesões meniscais é típico, após um trauma agudo a articulação

fica muito dolorida com aumento de volume articular e dificuldade de movimentar, algumas

vezes a articulação pode sofrer um bloqueio em flexão, e devendo sempre pesquisar lesões

associadas. Se este paciente ficar em repouso esta sintomatologia tende a desaparecer em

alguns dias e a articulação volta a sua aparência e função normal; porém se este paciente fizer

atividade física, subir escadas ou rampas e ficar sentado por tempo prolongado com o joelho

fletido, a sintomatologia e todo o quadro clínico típico da lesão voltam e só regridem

novamente com o repouso e com o fim da sobrecarga 21

Tratamento clínico para a grande maioria dos ortopedistas nas lesões meniscais é o

cirúrgico, sendo que o tratamento conservador pode ser indicado para alguns pacientes com

lesão meniscal medial que não tenham atividade esportiva. As restrições à atividade física,

aliada a perda de peso corporal ou a não engorda e se mantendo uma boa reeducação

muscular evitando as grandes hipotonias e retrações musculares, podem permitir uma vida

normal a uma pessoa com lesão meniscal.21

As indicações cirúrgicas mais utilizadas nos tratamentos das lesões meniscais são as

artroscopias e as suturas dos meniscos. 22

O tratamento conservador consiste em:

Diminuir edema;

Diminuir quadro álgico;

Aumentar o retorno sangüíneo e linfático;

Prevenir hipotrofia muscular;

Aumentar força, estabilidade dinâmica e resistência;

14

Page 15: Trabalho Desportiva Pronto

Promover relaxamento;

Ganhar arco de movimento articular.18

1.4.8 Lesão meniscal lateral

O menisco lateral também poderá apresentar lesões traumáticas, degenerativas e

congênitas. As lesões traumáticas são conseqüentes a traumas rotacionais, as lesões

degenerativas são representadas pelos cistos de menisco externo, e as lesões congênitas, pelo

menisco externo discóide.21

As desigualdades morfológicas e funcionais dos compartimentos medial e lateral do

joelho têm uma tradução clínica diferenciada também para os meniscos. Enquanto no menisco

medial predominam lesões no corpo posterior e lesões longitudinais como "alça de balde", no

menisco lateral a grande incidência é de lesões horizontais e transversas, tendo também

presença, combinações dessas lesões e processo degenerativo. 19

As lesões horizontais são as mais clássicas encontradas nesse menisco. Elas advêm da

própria estrutura e organização das fibras colágenas horizontais que permeiam os 2/3 externos

do menisco sob ação do componente cinemático de fricção sobre a sua superfície e da maior

mobilidade fisiológica do menisco lateral.19

As lesões transversas ou radiais são mais encontradas na borda livre do menisco

lateral, podendo-se estender até o meio do menisco. Essa lesão tem suporte

anatomopatológico na presença de fibras de colágeno que ocorrem transversalmente ao

menisco e predominam nessa região. Ela é mais freqüente no terço médio do menisco e pode

evoluir para lesões mais complexas com freqüência de traumas.21

As lesões longitudinais não são comuns no menisco lateral mas, quando presentes,

geralmente estão relacionadas com instabilidade anterior do joelho e se localizam de

preferência no terço posterior.21

O tratamento é conservador quando a lesão é diagnosticada na fase aguda e com

possível cicatrização ou uma artroscopia tratamento cirúrgico, realizada por meio de micro-

câmera de vídeo, com incisões menores que 0,5 cm, e que permitem um retorno rápido e

completo à atividade física.20

O tratamento conservador está indicado nas lesões menores que 1 centímetro e nas

lesões estáveis (desvio menor que milímetros). O joelho deve ser imobilizado com uma

perneira ou órtese por 4 a 6 semanas e a carga parcial com muletas liberada. Durante a

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imobilização são realizados exercícios isométricos, e após a retirada exercícios de

fortalecimento e amplitude articular.21

O tratamento realizado será:

Crioterapia;

Visar ADM (amplitude de movimento articular) normal;

Alongamentos;

Exercícios de cadeia cinética aberta sem carga;

Isométricos.

Bicicleta ergométrica.

Exercícios de propriocepção.

Exercícios de cadeia cinética aberta com carga.

Exercícios de cadeia cinética fechada.22

No tratamento cirúrgico existem dois tipos de meniscectomia: parcial e total.

Na parcial apenas os fragmentos soltos e instáveis são removidos, preservando o anel

periférico e a irrigação do menisco. Na total, todo ele é retirado, sendo só utilizada em raros

casos, como alguns tipos de menisco discóide.21

A meniscectomia parcial, procurando manter-se a maior área meniscal possível. O uso

das artroscopia torna a meniscectomia parcial mais precisa e permite uma avaliação global da

articulação. Os pacientes portadores de lesões meniscais mediais traumáticas sem

instabilidade e alterações congênitas são passíveis de tratamento isolado da lesão meniscal.

Nos principais portadores de lesões meniscais degenerativas e lesões traumáticas com

instabilidade, a correção da lesão meniscal deverá ser associada ao tratamento da patologia

básica. Quando existe uma desinserção do menisco em relação a cápsula, este deve ser

reinserido.21

1.4.9 Pubalgia

A pubalgia, também chamada de osteíte púbica, pubeíte ou doença pubiana, nada mais

é do que uma condição dolorosa da sínfise púbica ou na origem da musculatura adutora que

piora progressivamente com o esforço físico e melhora com o repouso e fisioterapia. 23

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É considerada uma desordem inflamatória comum na sínfise púbica, é uma inflamação

auto-limitante secundária a um trauma, cirurgia pélvica, parto ou uso excessivo, e pode ser

encontrada em qualquer pessoa.23

A pubalgia tem se tornado cada vez mais comum no meio desportivo, principalmente

entre os jogadores de futebol e tenistas como resultado de movimentos corporais

compensatórios causados por gestos repetitivos durante a atividade física. A pubalgia crônica

tem como principais causas o encurtamento dos músculos posteriores da coxa, a sobrecarga à

musculatura adutora da coxa e a fraqueza dos abdominais.23

A pubalgia crônica manifesta-se por uma dor na sínfise púbica geralmente associada à

prática desportiva e pode irradiar-se para a face medial da coxa. Pode ocorrer ainda dor na

inserção dos retos abdominais.23

O seu diagnóstico pode ser demorado devido ao grande número de patologias que

acometem a região do quadril, podendo mascarar os sintomas da pubalgia e retardar o

diagnóstico preciso23

A sínfise púbica, embora revestida, em grande parte, pelos músculos da virilha e

abdômen, é constituída apenas pelo periósteo e fáscia parietal. Essa área da sínfise é

particularmente suscetível às forças de cisilhamento durante determinadas atividades atléticas,

como a corrida, o salto e o chute. Nesse momento, a sínfise movimenta-se para cima e para

baixo, chegando a rotar levemente, o que facilita o microtrauma. Como é pequeno o

suprimento sangüíneo nessa área, ela não está muito bem preparada para suportar esse

estresse, podendo desenvolver uma inflamação aguda chamada de osteíte púbica.23

A origem do problema é a solicitação excessiva da musculatura abdominal, necessária

para estabilizar o tronco no momento do chute ou do drible. Esse fato somado à uma retração

da musculatura da coxa, comumente encontrada em atletas, origina um processo inflamatório

de difícil resolução que leva à um cronicidade.23

Os sintomas da pubalgia diferem de um atleta para outro mas caracteriza-se por dor

em vários níveis distintos da cintura pélvica relacionado com a prática desportiva; dor ao

nível da região inguinal e até na coluna lombar.23

Classicamente se descrevem quatro estágios evolutivos: A dor aparece depois de um

jogo; A dor aparece durante o jogo; A dor aparece ao se começar a atividade física e; A dor se

desencadeia em repouso e os mínimos movimentos.23

São limitantes e desaparecem gradualmente após várias semanas ou meses, os atletas

queixam-se de dor na área pélvica, que pode estender-se para a virilha ou para o abdômen, e

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que os exercícios de alongamento exacerbam a dor. Outros sinais característicos são a dor na

flexão completa de qualquer uma das pernas, durante a abdução passiva e a adução resistida

dos quadris. Em casos graves, o atleta pode apresentar e com marcha antálgica ou

bamboleante, em virtude de espasmos dos adutores. 23

O tratamento adequado é multidisciplinar, onde o médico diagnostica e prescreve

os medicamentos; o fisioterapeuta elabora um programa adequado de reabilitação e o

preparador físico atua na perpetuação dos resultados obtidos, sendo que o tratamento

preventivo é a melhor opção, daí a importância de um programa adequado de exercícios de

alongamentos antes e depois dos jogos e/ou treinos.23

A fase de reabilitação pode ser dividida em aguda; fase de reabilitação, onde inicia-se

o treinamento aeróbio, fortalecimento dos grupos musculares e os alongamentos; e por último,

a fase de retorno ao esporte, onde se trabalha a propriocepção específica, e dependendo da

evolução, o retorno total ao esporte. 23

O tratamento clínico inicialmente, está baseado no repouso e nas medidas para a

redução do quadro álgico, sendo que `as vezes, diminuindo a quantidade de treinamentos, os

sintomas já aliviam. Além da eletrotermofototerapia e hidroterapia, o tratamento vai de

encontro à reeducação do equilíbrio proprioceptivo muscular através de métodos como RPG,

Terapia manual, Isostreching, massagens, e outros.23

Recomenda inicialmente o alongamento indolor da musculatura adutora, e medida que

a dor diminua durante a amplitude total do movimento e atividades diárias, pode-se adicionar

um programa com bicicleta estacionária.23

O objetivo do tratamento é conseguir recuperar a qualidade de alongamento dos

músculos encurtados e reforçar seus tendões e pontos de inserção; e o sucesso do tratamento

está na postura prolongada, pois os músculos em tensão durante alguns minutos de forma

constante, entram em fadiga e abandonam sua tensão excessiva, aí a bainha do músculo, a

partir deste momento, pode ser alongada e o músculo recupera seu comprimento.23

É fundamental seguir o programa das posturas, sendo que primeiro é necessário

relaxar os isquiotibiais e a lordose lombar antes de trabalhar o psoas, adutores e abdominais. 23

1.4.10 Síndrome da banda iliotibial

Síndrome da banda iliotibial é uma lesão inflamatória aguda observado em ciclistas,

corredores também conhecida com joelho do corredor e esportistas de longa distância,

principalmente quando o mecanismo do esporte envolve flexões repetidas dos joelhos.24

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Provoca dor do lado de fora do joelho um pouco acima da superfície articular.

Raramente é grave a ponto de necessitar tratamento cirúrgico, mas pode ser extremamente

desconfortável e afastar os atletas de suas atividades.24

A banda iliotibial desliza para frente e para trás sobre o côndilo femoral lateral do

joelho quando este movimenta-se em flexão e extensão. Normalmente, este não é um

problema. Mas a bursa entre o côndilo femoral lateral e banda iliotibial pode tornar-se irritada

e inflamada se este esteja comprimido sobre o côndilo femoral com os movimentos repetidos

do joelho. Estes podem incluir caminhadas, corridas, ciclismo e principalmente corridas de

longa duração.24

É uma patologia causada geralmente por “overuse”. Está associada a duração e

velocidade das atividades realizadas. Através desses movimentos repetitivos a bursa pode

tornar-se inflamada e os sintomas de dor associam-se principalmente durante as atividades

esportivas.24

Alguns especialistas acreditam que o problema acontece quando os joelhos são

genovaro, quando os tênis estão mais gastos do lado externo ou quando pratica-se atividades

físicas em terrenos angulados. Outros consideram que certos tipos de pé, tais como pé

pronados são causas dessa patologia. Pronação do pé ocorre quando o pé perde o arco

longitudinal medial (pé chato).24

Recentemente especialistas constataram que corredores que possuem um

enfraquecimento muscular do glúteo médio no quadril são mais suscetíveis a ter a sindrome

da banda iliotibial. Esse fato deve-se ao fato de o glúteo médio ser responsável pelos

movimentos rotatórios do quadril.24

O genovaro faz com que o côndilo femoral lateral fique mais proeminente usando

atrito dessas estruturas o que em casos mais graves pode causar um espessamento (fibrose) do

trato intensificando os sintomas.24

O quadro clinico geralmente começam com dor na face lateral do joelho um pouco

acima da superfície articular. A dor intensifica-se durante uma atividade física repetitiva,

podendo fazer com que o praticante desista de seu treino. Com a piora do quadro inflamatório,

a dor pode irradiar-se para a face lateral da coxa. Os pacientes por vezes relatam um estalido

na face externa do joelho.24

O tratamento conservador pode ser com medicação antinflamatória, com fisioterapia,

onde os problemas que estão causando os sintomas serão avaliados e tratados. Alongamento e

fortalecimento são as bases do tratamento conservador. Para o alívio local pode-se utilizar

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braces (imobilizadores tipo cintas). É muito importante avaliar o tipo de pisada, tipo de tênis

utilizado no esporte. O equilíbrio da marcha pode ser modificado com tênis especiais. Após o

tratamento antálgico, orientar sobre a sua atividade esportiva sobre o aquecimento,

alongamentos, calendário de treinamento, calçado, opções de terreno.24

O tratamento cirúrgico é raramente necessária para corrigir problemas na banda

iliotibial. Essa consiste em remover a bursa e liberar e alongar a banda iliotibial apenas o

suficiente para que o atrito seja reduzido quando o joelho é movimentado e alongado.24

2. CONCLUSÃO

A fisioterapia desportiva é uma área em crescimento, onde já se é estabelecida sua

atuação no tratamento das patologias, porém não muito conhecida e/ou divulgada quanto a

sua atuação na prevenção e no preparo para um melhor rendimento dos atletas, cabendo aos

profissionais que optem por trabalhar nesta área especifica desenvolver projetos e realizar

pesquisas, demonstrando para os demais profissionais envolvidos nesta área que a fisioterapia

pode sim contribuir e muito com os esportistas.

3. REFERÊNCIAS

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