20
5/17/2018 TrabalhoMecanizaoPronto-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 1/20  INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO Campus de Rio Verde - GO PLANEJAMENTO DE DESEMPENHO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Máquinas e Implementos Agrícolas PROFESSOR:  JOÃO CLEBER MODERNEL DA SILVEIRA ACADÊMICOS: FABIANO BASTOS FELIPE CARREIRA TAYLON CARVALHO WASHINGTON BEZERRA RIO VERDE – GO 06/2011

Trabalho Mecanização Pronto

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 1/20

 

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃOCIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO

Campus de Rio Verde - GO 

PLANEJAMENTO DE DESEMPENHO DAMECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

Máquinas e Implementos Agrícolas

PROFESSOR: 

JOÃO CLEBER MODERNEL DA SILVEIRA

ACADÊMICOS: FABIANO BASTOS

FELIPE CARREIRA

TAYLON CARVALHO

WASHINGTON BEZERRA

RIO VERDE – GO

06/2011

Page 2: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 2/20

PLANEJAMENTO DE DESEMPENHO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 

1 - INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores de máquinas agrícolas, estandoatualmente em quarto lugar no ranking mundial, atrás apenas de Estados Unidos, Françae Alemanha, sendo reconhecido internacionalmente pela qualidade de sua produção, oque pode ser observado pela crescente exportação de máquinas agrícolas, abrangendomais de 20 países em todo o mundo. A indústria nacional de máquinas agrícolas écaracterizada por uma estrutura de mercado heterogênea, com empresas de diferentestamanhos. Há diversos segmentos de mercado, nos quais as estruturas dos mesmos e ascondições de produção diferem bastante. Nessa conjuntura, existe a necessidade dosprodutores, empresários rurais, conhecerem o sistema produtivo e adequarem àsmáquinas e implementos agrícolas disponíveis a sua área.

A agricultura moderna brasileira tem se deparado com o aumento nos custos dosinsumos, o que pode ocasionar a redução da lucratividade. Dessa forma, a atividadeagrícola requer cada vez mais controle e planejamento com base em estudos deviabilidade aprofundados em outras áreas, de forma a minimizar os riscos nosresultados. O planejamento da mecanização, através do correto dimensionamento dasmáquinas agrícolas, pode ser uma forma de adequação, atuando na otimização do uso damaquinaria.

Com a necessidade de aumentar a produção de alimentos nas próximas décadas,no sentido de suprir a demanda da crescente população mundial e reduzir a desnutriçãoem muitos países, é fundamental assegurar uma adequada mecanização agrícola dentrodas propriedades, de modo a possibilitar maior rentabilidade das culturas e não demaneira a comprometer os sistemas produtivos (FAO, 1997).

Como qualquer outro empresário, o agricultor moderno tem por objetivo o lucro.Desse modo, é fundamental que conheça quanto custa o trabalho efetuado pela máquinaou implemento agrícola, seja ele trator, grade, arado, distribuidor de calcário,pulverizador, entre outros (SILVEIRA, 2005). O correto dimensionamento dessasmáquinas e implementos agrícolas contribui para a otimização destes investimentos.

Segundo Matos (2007), a utilização de máquinas agrícolas pode representar até40% dos custos totais de produção, o que justifica a necessidade do seu planejamento,promovendo uma busca pela melhoria nos sistemas gerenciais por meio doaproveitamento dos recursos produtivos.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação  –  FAO(1997) afirma que em diversas partes do mundo, nas quais está presente, a mecanizaçãoagrícola tem contribuído significativamente para o desenvolvimento rural e agrícola.Através da mecanização dos sistemas produtivos, é possível elevar seconsideravelmente os níveis de produtividade das culturas, principalmente através damaior capacidade operacional das atividades mecanizadas em comparação às atividadesem que a fonte de potência é por meio de propulsão humana ou por tração animal.Assim, podem-se esperar maiores rentabilidades dos cultivos e melhor qualidade devida aos trabalhadores, principalmente pelos menores esforços físicos.

Conforme Cortes (2006), através da mecanização promove-se o crescimentoeconômico, mediante maiores rendimentos por hectare e ampliação da área cultivada,

Page 3: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 3/20

seja pela incorporação de novas terras ou pela possibilidade de realizar mais de umasemeadura por ano, numa mesma unidade de superfície. O uso de máquinas modernas eeficientes é um dos fatores mais importantes na produção de alimentos e matéria-primapara a indústria, as quais integradas num processo racional de uso com outros insumose/ou com tecnologias biológicas, podem incrementar a produtividade, sem causar maior

impacto ao ambiente e sem produzir desemprego em zonas onde a mão de obra éabundante.

Deve-se ter em conta que o trator é a máquina básica na agricultura atual. Porisso, é importante que o agricultor conheça bem suas características na hora de comprarpara poder adaptá-lo a sua exploração. Desta forma, reduzirá os custos de produção,contribuirá à poupança energética e diminuirá a emissão de elementos contaminantes,nocivos para o meio ambiente (ATARÉS, 2001). Segundo Silveira (2005) uma análisecrítica dos custos envolvidos e a definição das prioridades para minimizá-los, demaneira que não afetem a produtividade das culturas, é uma forma de se evitar aredução na rentabilidade.

Uma das maiores preocupações dos agricultores tem sido o custo da energiaconsumida nas operações das máquinas e dos equipamentos agrícolas, que pode serreduzido por meio de melhores projetos de máquinas e de implementos e melhoresprocedimentos operacionais (STANGE et al., 1984). Segundo SEKI (2007), o alto custodos combustíveis e das máquinas agrícolas e a baixa remuneração do produtor exigem ouso de técnicas de gerenciamento dos serviços, principalmente aquelas ligadas àsoperações motomecanizadas, visando à minimização do consumo de energia.

Em consonância com Silveira (2005), o sistema mecanizado agrícola  – que é oconjunto de equipamentos, máquinas e implementos que realizam os processos de

implantação, condução e retirada das culturas comerciais  – pode ser considerado comoum ponto estratégico para atuar na redução de custos, pois ele pode representar de 20 a40% dos custos de produção.

A seleção inadequada de máquinas ou de conjuntos mecanizados agrícolas podecomprometer todo o sistema de produção pelo impacto sobre o custo total. A adequadaseleção do maquinário agrícola permite a disponibilidade de máquinas agrícolas emtempo hábil para realização das operações requeridas, sem que haja demasiado impactosobre os custos finais dos cultivos e possibilitando eficiente uso dos insumos.

A seleção de máquinas agrícolas é um assunto bastante complexo, devido aoelevado número de fatores envolvidos e de alternativas a considerar. Todavia, umadefinição clara e objetiva dos propósitos visados com a seleção da maquinaria agrícolapermite o delineamento de roteiros que conduzem a uma solução racional do problema(MIALHE, 1974).

As principais vantagens de um bom gerenciamento da mecanização agrícola emum sistema de produção são: redução da dependência de mão-de-obra, redução deesforço físico requerido, aumento da produtividade das culturas e maior rentabilidade(SWAMI, 2005).

A seleção de um sistema trator/implemento envolve uma série de parâmetros. Oprincipal parâmetro de seleção para aquisição de novos tratores é dado pela máxima

potência requerida do motor. De maneira indireta, deve-se considerar o tipo, forma detrabalho e largura do implemento e as condições de solo sobre as quais o trator irá

Page 4: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 4/20

trabalhar. Relativo a operação, deve-se considerar a faixa de velocidade de trabalhodesejada como critério de seleção, levando em conta os escalonamentos de marchasapresentados pelos modelos comerciais que atendam a potência máxima requerida domotor (MACMILLAN, 2002).

2 – 

SELEÇÃO E DETERMINAÇÃO DE CONJUNTOS MECANIZADOSA seleção inadequada de máquinas ou de conjuntos mecanizados agrícolas pode

comprometer todo o sistema de produção pelo impacto sobre o custo total. A adequadaseleção do maquinário agrícola permite a disponibilidade de máquinas agrícolas emtempo hábil para realização das operações requeridas, sem que haja demasiado impactosobre os custos finais dos cultivos e possibilitando eficiente uso dos insumos.

Conforme Oliveira (2000), a intensificação do uso da mecanização naagricultura vem exigindo novos investimentos em máquinas com maior potência etecnologia, incorporada para atender as diversas demandas das atividades agrícolas.

A seleção de máquinas agrícolas é um assunto bastante complexo, devido aoelevado número de fatores envolvidos e de alternativas a considerar. Todavia, umadefinição clara e objetiva dos propósitos visados com a seleção da maquinaria agrícolapermite o delineamento de roteiros que conduzem a uma solução racional do problema(MIALHE, 1974).

A escolha da maquinaria para uma propriedade, independente de seu tamanho,deve ser realizada de forma racional, adequando-se ao programa de produção da mesmae às características econômicas do empreendimento e do mercado (GABRIEL FILHOET al.,2000).

As principais vantagens de um bom gerenciamento da mecanização agrícola emum sistema de produção são: redução da dependência de mão-de-obra, redução deesforço físico requerido, aumento da produtividade das culturas e maior rentabilidade(SWAMI, 2005).

Conforme Edwards; Wiliams (2007), a seleção do maquinário agrícola deve serfeita de maneira que o dispêndio final por área, relativo a máquinas, deva ser o menorpossível. O mesmo autor cita que, para máquinas pequenas ou de pequena capacidadeoperacional (relativo à área de trabalho), com um leve incremento no tamanho damáquina, pode reduzir grandemente o custo horário, embora incremente os custos fixostotais (Figura 1).

Figura 1  – Efeito do aumento do tamanho da máquina nos custos.

Fonte: Adaptado de Edwards; Wiliams (2007)

Page 5: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 5/20

Para selecionar o número e o tamanho do maquinário agrícola necessário, semque haja o superdimensionamento ou sobrecarga de trabalho, é extremamente útil olevantamento das perdas por atraso de operação (WITNEY, 1998).

Uma operação agrícola, para ser efetiva no sistema de produção, deve ser

executada no prazo agronomicamente ótimo, e a isso se denomina pontualidade daoperação (BORGES et al., 2006). Para Balastreire (1987), a inadequação da capacidadedas máquinas em realizar a operação dentro dos prazos está associada ao conceito depontualidade. Segundo o autor, a pontualidade é a capacidade de efetuar as operações naépoca em que a qualidade e/ou quantidade de um produto são otimizadas. Dessa forma,a pontualidade nas operações atinge-se quando se tem uma seleção adequada demáquinas.

Caso contrário, o aumento no tempo de operação pode gerar atrasos naimplantação da cultura e, conseqüentemente, redução da produtividade, caracterizando ocusto indireto da mecanização (MATOS et al., 2005). Para Oliveira (2000), à medida

que o número, o tamanho e a complexidade das máquinas aumentam mais importante setorna o impacto do gerenciamento desse sistema sobre a rentabilidade do negócio.

Para Macmillan (2002), o critério ótimo de seleção de tratores agrícolas é aqueleem que se consegue a máxima potência com boa economia de combustível ou pelaeficiência de tração máxima. O primeiro caso trata da escolha de tratores com motores esistemas de transmissão, que permitam potência máxima na barra de tração e poucoacima da requerida pelo implemento, como segurança às variações naturais de demandada operação, o que corresponderia à operação com boa economia de combustível e bomaproveitamento da potência. O segundo caso consiste no fato de se buscar máximaeficiência em tração. Porém, neste caso, a disponibilidade de potência, na barra de

tração, não prevê variações naturais de demanda em que a potência final na barra detração é pouco menor do que o caso anterior.

Conforme Edwards; Wiliams (2007), os fatores que afetam o tamanho domaquinário necessário estão ligados às particularidades de cada propriedade, de maneiraque, em ordem de importância, destacam-se: o tamanho de área em cultivo, o ritmooperacional requerido, as práticas de cultivo, o número de culturas em exploração, ascondições climáticas e, por último, o gerenciamento de riscos.

O gerenciamento de maquinaria tem-se tornado cada vez mais importante naexecução de operações agrícolas, por estar diretamente relacionado com a capacidade decombinar terra, trabalho e capital para a obtenção de um retorno que signifique lucrosatisfatório (DEERE & COMPANY, 1975).

Nas operações com as máquinas agrícolas, o acompanhamento sistemático dodesempenho e os cálculos dos custos operacionais, ao longo da vida útil, são fatoresfundamentais para seu uso racional (OLIVEIRA, 2000). Este autor ainda afirma que aseleção correta de um trator implica na análise detalhada de uma série de aspectos denatureza técnica, administrativa, organizacional e econômica.

3 – CUSTO OPERACIONAL DE SISTEMAS MECANIZADOS

A quantidade de trabalho que as máquinas e implementos agrícolas são capazes

de executar por unidade de tempo denomina-se capacidade operacional.Terminologias para análise de sistemas mecanizados agrícolas

Page 6: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 6/20

Capacidade de campo teórica (CcT)

É a razão entre o desempenho da máquina (área trabalhada) e o tempo efetivo,como se a mesma trabalhasse 100% do tempo na velocidade nominal, utilizando 100%da sua largura nominal. Normalmente, é expressa em hectare por hora.

Onde:

L = largura de trabalho(m)

V = velocidade detrabalho

Nº P = número depassadas

Capacidade de campo efetiva (CcE)

É a razão entre o desempenho real da máquina (área trabalhada) e o tempo totalde campo. Normalmente, é expressa em hectare por hora.

Onde:

Ec = eficiência de campo (decimal)

Capacidade efetiva de manipulação (CeM)

É a quantidade de material realmente manipulada ou processada pela máquina,por unidade de tempo. Geralmente, é expressa em toneladas por hora.

Tempo total de campo (TtC)

É a soma do tempo operacional efetivo com os tempos perdidos.

TtC = ToE + TP

Tempo operacional efetivo (ToE)

É o tempo durante o qual a máquina está realmente desempenhando a funçãopara a qual foi projetada.

Tempos perdidos (TP)

São as perdas de tempo que ocorrem durante o trabalho da máquina no campo asquais podem ser consideradas esporádicas como, por exemplo, perdas causadas porobstruções no campo, embuchamentos, ajustes ou reparos em operação, parada paradescanso etc. E também periódicas, como: manobras de cabeceiras, abastecimento dedepósitos de adubo e sementes, abastecimento dos tanques das máquinas aplicadoras dedefensivos, descarga do produto colhido, reabastecimento de combustível, lubrificaçãoetc. O tempo gasto com deslocamento de ida e volta ao campo, acoplamento e

desacoplamento, manutenção preventiva e corretiva, verificações diárias, não é incluídopara o cálculo do tempo perdido na determinação da eficiência de campo das máquinas

Page 7: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 7/20

agrícolas, e deve ser estimado para cada caso em particular, considerando a habilidadedo operador e a distância entre o galpão de máquinas e o campo.

Dessa forma, no momento da determinação da jornada diária de trabalho, deve-se considerar o tempo operacional de campo separadamente do tempo para preparação

da máquina.Eficiência de campo (Ec)

É a razão entre a capacidade de campo efetiva e a capacidade de campo teóricaou a razão entre o tempo operacional efetivo e o tempo total de campo.

Uma maneira para se reduzir custos de produção é aumentar a eficiência de

campo das operações de máquinas agrícolas. A eficiência de campo, durantedeterminada operação, pode ser calculada a fim de se detectar pontos deestrangulamento, com o objetivo de aumentar o tempo efetivo e, conseqüentemente, aeficiência de campo.

Na prática, para se determinar a capacidade de trabalho de uma máquina, bastaverificar o número de hectares trabalhados num determinado período de tempo. Porexemplo, se uma semeadora-adubadora plantou 5 ha de milho em 4 horas, então acapacidade de trabalho é:

Considerando que esta máquina de semeadura desenvolveu uma velocidade detrabalho de 5 km/h e largura efetiva de 4 m (4 linhas com espaçamento de 1 m entrelinhas), tem-se:

Devido às diferenças de tamanho de máquina, velocidade de deslocamento,

formato e tamanho dos campos, habilidade do operador etc., é impossível dar númerosexatos para eficiência de campo que se pode obter numa fazenda. No Brasil,praticamente não se dispõe de tabelas de eficiência de campo, para máquinas ouconjuntos normalmente empregados. Neste particular, há necessidade de se desenvolverpesquisas nacionais, a fim de se obter os parâmetros já mencionados, sem o que se tornaquase impossíveis a execução de cálculos confiáveis.

Na ausência de uma tabela obtida nas condições brasileiras, a Tabela 1 reproduzdados contidos em trabalhos de vários autores, normalmente retirados dos padrões daAmerican Society of Agricultural Engineers (ASAE). Observa-se, na Tabela 1 que aseficiências de campo são dadas em uma faixa para as diversas operações, em um

intervalo de velocidades, e que os valores, embora obtidos em condições diferentes,

Page 8: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 8/20

podem servir como orientação para as várias operações realizadas por máquinas nascondições brasileiras.

Para os cálculos da capacidade de campo efetiva só deverá ser computado otempo de serviço depois que a máquina já estiver no campo; o tempo gasto pararegulagem da máquina no galpão, acoplamento do implemento ao trator, manutençõesperiódicas, reparos e deslocamento até o campo não são incluídos; devem, portanto, serbem rápidos e os deslocamentos restritos ao mínimo necessário, para que a máquinaentre em sua fase rentável.

A programação do uso do equipamento agrícola deve ser criteriosamenteestudada evitando deslocamentos desnecessários. A localização do galpão de máquinasmais próximo possível do campo de produção; o modo de divisão dos campos; a boadistribuição dos insumos a ser utilizados no terreno e operadores das máquinas e pessoalde campo bem treinados são alguns exemplos de como proporcionar melhoraproveitamento do tempo total disponível.

Substanciais melhorias podem ser obtidas, na eficiência de campo, pela análise evariação da maneira de executar as operações. É natural que o modo de realizar asoperações no campo esteja intimamente relacionado com o tamanho e a forma da gleba.O objetivo primário é estabelecer uma maneira eficiente para reduzir a quantidade demanobras e a distância percorrida na virada.

Normalmente, implementos reversíveis e montados no engate de 3 pontosproporcionam viradas com distâncias reduzidas e mais rápidas. A eficiência no uso dotempo pode melhorar significativamente quando os campos são longos. No entanto,medidas de conservação de solo (plantio em nível por exemplo) são provavelmente os

fatores mais importantes que influenciam na eficiência de tempo nos modelos decampo, uma vez que nem sempre a maior dimensão da área coincide com o melhordirecionamento das operações visando à conservação do solo.

Quando as condições da cultura e do solo não são as melhores para as operaçõescom máquinas, a velocidade de deslocamento deve ser diminuída. Matematicamente,essa condição irá melhorar a eficiência de campo, mas isso, logicamente, não é acondição desejável de operação para melhorar o rendimento operacional.

Para selecionar máquinas agrícolas devem-se considerar três pontos:

1º A área a ser mecanizada;

Page 9: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 9/20

2º As eficiências de campo e as velocidades de trabalho para as operações a serexecutadas;

3º O tempo de campo disponível para execução das operações - TC (horas):

• jornada diária da máquina no campo - JD (h/dia);

• número total de dias para execução das operações de campo - TD;

• número de dias perdidos - DP;

• número de dias de final de semana e feriados; 

• número de dias perdidos devido ao clima. 

Para que um dia seja considerado trabalhável, devido ao clima, é necessário que:

a) a umidade do solo seja menor ou igual a 90% da disponibilidade máxima de água que

o solo pode ter;b) a precipitação ocorrida no dia seja inferior a 5 mm;

c) a precipitação no dia anterior seja inferior a 10 mm; e

d) não haja persistência do mal tempo, isto é, a precipitação do dia anterior seja maior

que 2,0 mm e do dia trabalhável superior a 0,2 mm.12

Exemplo de cálculos de capacidade operacional

Exemplo 1De acordo com as condições climáticas da região, um produtor determina um

tempo de dois meses para realizar o preparo do solo, trabalhando 10 horas por dia. Opreparo do solo é o convencional (1 aração e 2 gradagens) e a área a ser preparada é de120 ha, dimensionando a largura de trabalho do arado e da grade para executar aoperação com maior eficiência.

Considerando que dois meses têm oito finais de semana e que o produtor nãotrabalhará aos domingos (oito dias) => 60  – 8 = 52 dias, considerando ainda que 10%desses dias não são trabalháveis devido à chuva => 52 – 10% = 46,8 dias, esse produtorcontará com aproximadamente 47 dias trabalháveis com jornada de trabalho de 10horas/dia, ou seja, pode-se contar com 470 horas de trabalho para o preparo do solo daárea.

Um índice prático para divisão do tempo entre aração e gradagem é considerar2/3 e 1/3 do tempo para as duas operações, respectivamente:

Aração = 470 horas x 2/3 = 313,3 horas;

Gradagem = 470 horas x 1/3 = 156,7 horas.

Então, para calcular a capacidade de campo efetiva para cada implemento, procede-seda seguinte forma:

Page 10: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 10/20

 

Em resumo, o preparo da área de 120 ha será realizado em dois meses se forusado arado de 1,0 m de largura de trabalho (arado de três discos), na velocidade de 5km/h, com eficiência de campo de 75% e grade niveladora de 2,4 m de largura detrabalho (28 discos), a 8 km/h, com eficiência de campo de 80%, trabalhando-se 10horas por dia, de segunda a sábado, considerando uma perda de 10% dos dias úteisdevido a fatores climáticos.

Atenção deve ser dada quando o conjunto motomecanizado para preparo do solofor composto por grade pesada e grade niveladora. Neste caso, podem-se considerar asmesmas proporções de tempo citadas anteriormente, ou seja, 2/3 para gradagem pesada(preparo primário) e 1/3 para gradagem leve (preparo secundário), em um sistema depreparo do solo convencional (1 gradagem pesada e 2 niveladas).

Potência necessária para acionamento de máquinas agrícolas

O trator usa motor de combustão interna para fornecer potência às máquinasagrícolas. Perdas de potência ocorrem quando a potência do motor é transmitida para atomada de força, sistema hidráulico e rodado de tração. A potência disponível na barra

de tração depende principalmente da potência do motor, da distribuição de peso sobre ospneus e da superfície do solo.

A patinagem das rodas, responsáveis pela tração, constitui-se numa perda depotência. Para cada tipo de superfície existe uma patinagem que torna máxima aeficiência tratória. Superfícies mais soltas, como por exemplo, solos arenosos, permitemuma patinagem maior para que a eficiência tratória seja máxima.

No entanto, preconiza-se que de uma forma geral a patinagem deve estar numafaixa entre 10% e 14%. A força de tração necessária é o principal fator a serconsiderado para o cálculo da potência nominal que um trator deverá ter no motor, para

acionar determinado implemento. A seguir, serão apresentadas fórmulas visandoestimar a força de tração exigida para alguns implementos de preparo periódico do soloe implantação de culturas.

Demanda de força de tração dos implementos

Arado de discos ou de aivecas - Força por unidade de área (Pa) da secçãotransversal da leiva em (N/cm2), velocidade (V) em (km/h):

Argila siltosa Pa = 7 + 0,049 V2

Silt arenoso Pa = 3 + 0,032 V2

Franco-arenoso Pa = 2,8 + 0,013 V2Arenoso Pa = 2 + 0,013 V2

Page 11: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 11/20

 

F = (Pa/10) x Prof. x Larg.

Onde:

F = força de tração (kgf)

Pa = força por unidade de área (N/cm2)

Prof. = profundidade de trabalho (cm)

Larg. = largura de trabalho (cm)

Grade de discos - Força de tração (P) em N, para qualquer velocidade, a profundidadesnormais, onde M é a massa em kg:

Argiloso P = 14,7 . M

Franco-siltoso P = 11,7 . M

Franco-arenoso P = 7,8 . M

F (kgf) = P/10

Semeadoras - Força de tração (Pl) em (N/linha):

Semeadora para sementes graúdas (só semeadura):

Pl = 450 a 800 N/linha

Semeadora-adubadora de sementes graúdas:

Pl = 1100 a 2000 N/linha

Semeadora-adubadora de sementes miúdas:Pl = 335 a 670 N/linha

F (kgf) = (Pl/10) x Nº de linhas

Potência nominal no motor dos tratores

PotBT = (F x V)/75

Onde:

PotBT = potência na barra de tração (cv)F = força de tração (kgf)

V = velocidade de trabalho (m/s)

Devido a fatores de perdas de potência, como o atrito do sistema de transmissão,a patinagem das rodas motoras, a resistência ao rolamento, além da reserva de potência,pode-se considerar, de forma prática, que os tratores agrícolas de pneu desenvolvem nabarra de tração somente 50% da potência nominal do motor.

Page 12: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 12/20

Exemplo 2

Levando-se em conta o arado de discos e a grade niveladora selecionados noexemplo anterior, calcula-se e seleciona-se o trator necessário para tracionar esses doisimplementos de preparo do solo, considerando-se um solo de textura argilosa.

Arado de 3 discos;

• Largura de trabalho =

1 m• Profundidade de

trabalho = 20 cm• Velocidade de

trabalho = 5,0 km/h

Grade niveladora de 28 discos;

• Largura de trabalho = 2,4 m 

• Profundidade de trabalho = 9 cm

• Velocidade de trabalho = 8,0 km/h 

• Massa = 758 kg 

1° Cálculo da força de tração

Arado

Textura argilosa => Pa = 7 + 0,049 V² = 7 + 0,049 x (5)² = 8,23 N/cm²

F = (Pa/10) x Prof. x Larg. => F = (8,23 N/cm²/10) x 20 cm x 100cm = 1646 kgf 

Grade

Textura argilosa => P = 14,7 x M = 14,7 x 758 kg = 11143 N

F = P/10 => F = 11143 N/10 = 1114 kgf 

2° Cálculo da potência no motor

Arado

PotBT = (F x V)/75 = [1646 kgf x (5,0 km/h/3,6)]/75 = 30,5 cv

PotMotor = PotBT/0,5 = 30,5 cv/0,5 = 61 cv

Grade

PotBT = (F x V)/75 = [1114 kgf x (8,0 km/h/3,6)]/75 = 33 cv

PotMotor = PotBT/0,5 = 33 cv/0,5 = 66 cv

Conclui-se que um trator com 65 a 70 cv seria suficiente para tracionar o arado dediscos e a grade niveladora descritos anteriormente nas condições mencionadas.

CUSTO OPERACIONAL DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS (CT)

5Os custos com máquinas agrícolas são normalmente divididos em doiscomponentes principais: custos fixos (CF) e custos variáveis (CV).

CT = CF + CV

Custos fixos (CF)

Page 13: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 13/20

Os custos fixos são aqueles que devem ser debitados, independentemente damáquina ser usada ou não, daí o fato de ser também chamados de custos de propriedade.Nesse particular, é necessário ponderar que, a partir do momento em que foi adquiridoum trator ou qualquer outra máquina agrícola, ela passa a onerar seu proprietário,mesmo que seja mantida inativa no galpão de máquinas. A forma de remover tal ônus é

utilizar o trator o maior número de horas por ano, reduzindo o quanto possível o tempoocioso. Entre os custos fixos são incluídos: depreciação (D), juros (J), alojamento eseguros (AS).

CF = D + J + AS

Depreciação (D)

A parcela de depreciação, que é inclusa nos gastos fixos, representa, em últimaanálise, a constituição de um fundo de reserva para a aquisição de uma máquina nova,do mesmo tipo, potência, peso etc.

A depreciação se refere à desvalorização da máquina em função do tempo, sejaela utilizada ou não. Se uma máquina for pouco utilizada durante o ano, sua depreciaçãoocorrerá principalmente devido à obsolescência, e se for intensamente utilizada, adepreciação se dará devido ao desgaste. A diferença é que, no segundo caso, a máquinaproporcionou um retorno por meio do serviço prestado.

A depreciação de uma máquina não é conhecida com precisão, enquanto ela nãofor vendida, pois apenas nesta ocasião se terá certeza do seu valor real. Por esse motivo,a depreciação é estimada por meio de diversos métodos: método da linha reta, do saldodecrescente, da soma dos dígitos e depreciação dedutível.

O método da linha reta é o mais simples de ser usado, resultando numadepreciação anual constante da máquina, durante a vida útil. Os demais métodos sãoindicados para determinação do valor de mercado das máquinas usadas. No método dalinha reta, o valor de sucata é arbitrado em 10% do preço inicial da máquina e o valor damáquina é depreciado do valor constante dado por:

D = P - S/V

Onde:

D = depreciação (R$/h)

P = preço de aquisição da máquina (R$)

S = valor de sucata - 0,1 x P (R$)

V = vida útil (horas)A vida útil ou econômica da máquina varia muito em função do tipo de máquina

utilizado e da sua manutenção. Na falta de estatísticas bem detalhadas para a estimativada vida útil das máquinas agrícolas, podem-se utilizar valores tabelados como indicaçãoaproximada (Tabela 2).

Page 14: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 14/20

 

Juros (J)

O capital utilizado na aquisição da máquina agrícola deve ser computado comoretendo juros à base semelhante do que é obtido quando este capital é colocado nocomércio. Normalmente, são juros simples e calculados sobre o capital médio investido,pela fórmula que segue:

Onde:

J = juros (R$/h)

P = preço de aquisição (R$)

i = juros ao ano (decimal)

t = tempo de uso por ano (horas/ano)

Alojamento e seguros (AS)

Se a máquina for mantida sob abrigo, quando estiver fora de uso, certamente asua vida útil será maior, dada a possibilidade de se executar reparos em qualquercondição climática e também pela maior proteção das intempéries. No Brasil, não émuito comum fazer o seguro de máquinas agrícolas. Este fato pode levar à falsaimpressão de que não é necessário calcular o custo desse seguro. Não se pode esquecer,porém, que se o proprietário não repassa o custo do seguro a uma seguradora, este ébancado pelo mesmo, pois o risco de acidentes ou perdas sempre existe. Desta maneira,o mais aconselhável é utilizar uma porcentagem do custo inicial para o cálculo do

seguro, seja ele feito ou não em uma companhia seguradora.Os valores sugeridos, pela literatura especializada, para alojamento e seguro de

máquinas, variam de 0,75% a 1% do custo inicial ao ano. Sendo assim, aconselha-seuma taxa de 2% ao ano para os cálculos do custo com alojamento e seguro, conforme afórmula a seguir:

AS = 0,02 P/t

Onde:

AS = alojamento mais

seguro (R$/h)

P = preço de aquisição

(R$)

t = tempo de uso

(horas/ano)Custos variáveis (CV)

Page 15: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 15/20

Os custos variáveis ou operacionais são aqueles que dependem da quantidade deuso que se faz da máquina e são constituídos por: combustíveis (C), lubrificantes (L),reparos e manutenção (RM) e salário do tratorista (ST).

CV = C + L + RM + ST

Combustíveis (C)

Os combustíveis são usados principalmente para o acionamento dos motores detratores e colhedoras autopropelidas. É difícil avaliar com precisão o consumo decombustível dos tratores, devido às condições variáveis de carga a que são submetidosdurante os trabalhos de campo. Entretanto, quando não se tem informação segura dofabricante do trator, várias literaturas citam que o consumo de combustível (óleo diesel)fica em torno de 0,25 a 0,30 litros por hora para cada “cv” de potência exigida na barra

de tração.

Portanto, o custo por hora gasto com combustível pode ser calculado por meio da

fórmula a seguir:

C (R$/h) = 0,25 x PotBT x Preço do combustível (R$)

Lubrificantes (L)

A quantidade de lubrificantes gastos por hora depende do tipo e da potência dotrator, e pode ser obtida no manual do proprietário e na planilha de manutençãoproposta pelo fabricante, determinando a capacidade dos reservatórios de lubrificantes ea periodicidade em horas em que devem ser substituídos.

Normalmente, o período de substituição ocorre conforme o exposto a seguir:

óleo do motor => 200 horas

óleo da caixa de câmbio e diferencial => 750 horas

óleo da redução final => 750 horas

óleo do hidráulico => 750 a 1000 horas

óleo da caixa de direção => 500 horas

Consumo de graxa:

O consumo real de graxa só será conhecido realmente com a experiência nodecorrer do tempo, entretanto, pode-se estimá-lo conforme o apresentado a seguir:

0,5 kg/10 horas = tratores

0,3 kg/10 horas = implementos

Reparos e manutenção (RM)

Dentre as despesas de manutenção que devem ser computadas, para o cálculo docusto de operação de máquinas agrícolas, encontram-se aquelas realizadas para a

manutenção preventiva e corretiva. Na manutenção preventiva, devem-se computar os

Page 16: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 16/20

gastos com componentes trocados a intervalos regulares, tais como filtros de ar, filtrosde óleos 20 lubrificantes, filtros de combustível, correias de polias etc.

A manutenção corretiva é bem mais difícil de ser estimada, uma vez quedependem de fatores de difícil controle, como a habilidade do operador, as condições do

terreno etc. Em face dessas dificuldades, devem-se conduzir estudos detalhados sobremanutenção de máquinas agrícolas, de forma a fornecer tabelas que permitam o cálculodesses custos, até mesmo antes da aquisição das máquinas necessárias.

A Tabela 3 contém valores em porcentagem para a estimativa do custo inicial comreparos e manutenção durante a vida útil de tratores e outras máquinas agrícolas.

Salário do tratorista (ST)

Os salários do operador, bem como outros benefícios e encargos sociais,referentes à mão-de-obra, devem ser computados no cálculo do custo operacional dasmáquinas, considerando-se no mínimo a média que prevalece na região. Tambémpodem ser calculados conforme as fórmulas a seguir:

Salário mensal = 1,5 x salário mínimo + 20% de encargos sociais

ST (R$/h) = (salário mensal x 13)/horas de uso por ano

O cálculo do custo operacional de um conjunto motomecanizado é importantenão só para tomadas de decisão no momento da seleção dessas máquinas, mas tambémpara comparação com os preços de hora/máquina praticados na região, dando subsídios

no momento da decisão de comprar ou alugar algum equipamento para realizar umadeterminada operação.

CUSTO OPERACIONAL DA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇUCAR

A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é, atualmente, uma das principais culturasdo Brasil, seu maior produtor mundial. Segundo dados da Companhia Nacional deAbastecimento (CONAB, 2009), a estimativa de produção nacional para a safra2009/2010 será de 612,21 milhões de toneladas, das quais 47,0 % serão destinadas àprodução de açúcar e 53,0 % à produção de álcool.

O plantio mecanizado de cana-de-açúcar simplifica as operações realizadas noplantio semimecanizado, por meio de melhor alinhamento e espaçamento entre os

Page 17: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 17/20

sulcos, colocação, distribuição, cobertura do colmo já fracionado e a aplicação deinseticida ou fungicida (DIAS NETO et al., 2001).

No processo de produção de cana-de-açúcar, a colheita se destaca em função dasdificuldades operacionais e pelos custos envolvidos (em torno de 30% do custo total de

produção), seja ela conduzida de forma manual, semi-mecanizada ou mecanizada(RIPOLI et al., 2001).

Nos últimos anos, a colheita tem passado por uma fase de substituição do cortesemimecanizado para o mecanizado devido aos fatores mão-de-obra e ambiental. Aausência da queima da palha torna inviável economicamente o corte manual, tornando-se obrigatória a colheita realizada por colhedoras automotrizes .

Noronha (1981) define custo como o somatório dos insumos utilizados àrealização de um serviço ou operação, avaliado monetariamente. As máquinas agrícolasrepresentam a viabilização de sistemas de produção e uma parcela significativa nacomposição dos custos na atividade agrícola. Em cana-de-açúcar, o custo da operaçãode corte, carregamento e transporte da matéria-prima para a usina representam 33,48%do custo total de produção da cana (MARQUES et al., 2009).

Lopes e Milan (1998) analisaram os parâmetros de maior influência sobre ocusto de carregamento, reboque e transporte de cana-de-açúcar, por meio da elaboraçãode um modelo em planilha eletrônica. Os autores concluíram que o modelo foi capaz deavaliar as variáveis envolvidas e o fator mão-de-obra representou preponderância noaumento dos custos do sistema de transporte e a carga útil dos veículos foi aquele cujoaumento mais o reduz.

Milan (1999) modelou o sistema típico de produção de cana-de-açúcar, com

base em seus subsistemas (agronomia, colheita, transporte e mecanização) e suasinterações. O objetivo do autor foi identificar os fatores críticos e as estratégiasrelacionadas com os equipamentos utilizados. As análises de sensibilidade realizadasem três cenários distintos mostraram que a capacidade de carga dos caminhões foram osfatores que mais influenciaram o custo de produção.

Abaixo figura representativa do total de custos de sistema de plantio mecanizado decana-de-açucar:

Figura 2. Custos operacionais totais para as operações que compõem o sistema deplantio mecanizado

Page 18: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 18/20

Abaixo figura representativa do total de custos de plantio de cana-de-açucarsemimecanizado:

Figura 3. Custos operacionais para as operações que compõem o sistema de plantiosemimecanizado

4 – CONCLUSÃO

O uso da mecanização pode aumentar a qualidade operacional de várias atividades quecompõe o sistema de produção como: preparo do solo, plantio, aplicação de adubo edefensivo agrícola, colheita, beneficiamento e armazenamento. Espera-se que estaqualidade operacional reflita de forma positiva na produtividade final e que os custos de

produção gerem lucros. Para tanto se faz necessário a realização do gerenciamento dossistemas mecanizados da propriedade, uma tarefa complexa, ao qual a análiseoperacional da mecanização agrícola é uma das ferramenta gerenciais que, se analisadase planejadas de maneira correta, pode auxiliar na tomada de decisões dos aspectostécnicos, de tempo e de custos operacionais.

A capacitação operacional possui grande importância em todo o sistema de produção,visto que possuir máquinas, implementos e equipamentos com controle de manutenção,combustível e lubrificantes disponíveis para consumo, mais insumos para seremaplicados no campo, se não houver uma equipe técnica e operacional que não esteja

preparada para realizar as atividades agrícolas. Realizar operações incorretas podemacarretar maiores custos com manutenção, redução da qualidade do sistema produtivo,menor eficiência operacional, entre outros fatores que poderão reduzir os lucros ouserem a chave do fracasso da lavoura.

O uso de ferramentas de gestão na análise operacional da mecanização agrícola visaauxiliar os empresários e produtores rurais a reduzirem os riscos de fracasso da lavoura,aumentarem a qualidade do produto final, dos conjuntos mecanizados e do lucro. Devehaver uma sustentabilidade das operações, ou seja, realizar as atividades de uma forma

que proteja o meio ambiente e os recursos humanos envolvidos, e que o sistema deprodução seja viável economicamente.

Page 19: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 19/20

5 - REFERÊNCIAS

ATARÉS, P. A. Potencia de los tractores agrícolas  –  Resumen de los datos de losensayos OCDE realizados en los años 1997, 1998, 1999 y 2000. 2001.

BALASTEREIRE, L. A. Máquinas agrícolas. São Paulo: Manole, 1987. 307 p.

BALASTREIRE, L.A. Máquinas agrícolas. São Paulo: Manole, 1990. 307p.

BORGES, I. O.; MACIEL A. J. S.; MILAN M. Programa computacional para odimensionamento de colhedoras considerando a pontualidade na colheita de soja.Engenharia Agrícola. Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 131-141, jan./abr. 2006.

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento dasafra brasileira: canade- açucar. Brasília, 2009. <Disponível em:http://www.conab.gov.br/conabweb/download/  afra/1_levantamento2010_abr2010.pdf.Acesso em: 20 de junho. 2011.

CORTES, E. A. M. Aportes y limitaciones de la mecanización agrícola AL desarrollodel sector agropecuariao y rural. Disponível em:http://www.agro.unalmed.edu.co/departamentos/iagricola/docs/aportes_y_limitaciones_mec_agricola.pdf. Acesso em: 18 mai. 2006.

DEERE & COMPANY. Measuring machine capacity. In FMO  –  Fundamentals of Machine Operation: Machinery Management. Moline, Illinois. 1975. Chapter 2, 28 p.

DIAS NETO, A.F.; MAGALHÃES, P.S.G.; BRAUNBECK, O.A. Aprimoramento demecanismo dosador de rebolos para o plantio mecanizado de cana-de-açúcar. RevistaBrasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.5, n.3, p.546- 553,

2001.

EDWARDS, W.; WILLIAMS, D. Machinery Management - Farm MachinerySelection. Disponível em: <http://www.extension.iastate.edu/Publications/PM952.pdf>.Acesso em: 17 dez. 2007. 8p.

FAO. A guide to preparing an agricultural mechanization strategy. Rome: FAO. Roma,1997. 38 p.

GABRIEL FILHO, A. et al. Sistema informatizado para seleção e custo de uso deequipamentos de preparo do solo. In: CONGRESSO E MOSTRA DE

AGROINFORMÁTIICA. 2000. Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa. Fundação ABC.Disponível em: http://www.infoagro2000.deinfo.uepg.br. Acesso em: 16 dez. 2007.

LOPES, M.B.; MILAN, M. Simulation of a sugar cane loading and transport system. In:INTERNATIONAL CONFERENCE ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 1998,Orlando. Proceedings… Orlando: ASAE, p.124-130, 1998.

LOPES, R.P.; AFONSO, A.D.L.; SILVA, J.S. Energia no pré-processamento deprodutos agrícolas. In: Secagem e armazenamento de produtos agrícolas. Viçosa - MG:UFV, 2000. 1 CD-ROM.

MACMILLAN, R.H. The Mechanics of Tractor - Implement Performance: Theory and

Worked Examples. Melbourne, 2002. 165 p.

Page 20: Trabalho Mecanização Pronto

5/17/2018 Trabalho Mecaniza o Pronto - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/trabalho-mecanizacao-pronto 20/20

MANTOVANI, E.C. Máquinas e implementos agrícolas. Informe Agropecuário, BeloHorizonte, v.13, n.147, p.56-63, 1987.

MARQUES, P.V. (Coord.) Custo de produção agrícola e industrial de açúcar e álcoolno Brasil na safra 2007/2008. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior

de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia eGestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração e Sociologia. 2009.194 p. Relatório apresentado a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil  –  CNA.

MATOS, M. A. Modelo informatizado para o planejamento operacional e econômico desistemas mecanizados com a consideração da pontualidade. 2007. 88 f. Dissertação(Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2007.

MIALHE, L. G. Manual de mecanização agrícola. São Paulo: Ceres, 1974. 301p.

MILAN, M. Fatores críticos no sistema de produção de cana-de-açúcar. Revista

Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.18, n.4, p.100-109, 1999.

NORONHA, J.F. Projetos agropecuários: administração financeira, orçamentação e

OLIVEIRA, MARLI D. M. Custo Operacional e ponto de renovação de tratoresagrícolas de pneus: avaliação de uma frota. 2000. 148f. Dissertação (Mestrado emAgronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2000.

QUEIROZ, D.M. de. Engenharia de sistemas agrícolas. Viçosa: UFV, 1991. 158p.

RIPOLI, T.C.C.; NERY, M.S.; MOLINA JUNIOR, W.F.; RIPOLI, M.L.C. Operationand economic performance of a green cane chopped harvester in Brazil. In: ASAE

ANNUAL INTERNATIONAL MEETING, 2001, Sacramento. Proceedings... St.Joseph: ASAE, 2001. (Paper, 011003).

SAAD, O. Seleção do equipamento agrícola. 4.ed. São Paulo: Nobel, 1986. 126p.

SEKI, A. S. Demanda energética no processo de ensilagem de milho. 2007. 101 f.Dissertação (Mestrado em Energia na Agricultura) - Faculdade de CiênciasAgronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2007.

SILVEIRA, G. M. Mecanização: Custo horário das maquinas agrícolas. DBOAgrotecnologia, São Paulo, v. 4, p. 26 – 29. 2005.

STANGE, K.; CHRISTIANSON, L.L.; THORESON, B.; ALCOOCK, R.; VIK, B.Microcomputer goes to the field to gather tractor test data. Agricultural engineering, St.Joseph, v.65, n.1, p.21-26, 1984.

SWAMI, S.N. Agricultural Mechanization In Fiji. Suva, 2005. 12 p. Disponível em:http://www.unapcaem.org/Activities%20Files/A21/FIJI.pdf. Acesso em: 16 dez. 2007.

WITNEY, B. Choosing and using farm machines. Essex: Longman Scientific andTechnical, 1998. 412 p.